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Saude da Mulher - Aula 9

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SAÚDE DA 
MULHER
Escola Técnica Complemento
Professora Enfermeira Sarah Canelas
sarah.canelas@gmail.com
Alojamento Conjunto
É um sistema hospitalar em que o recém-nascido sadio,
logo após o nascimento, permanece ao lado da mãe, 24 horas
por dia, num mesmo ambiente, até a alta hospitalar. Tal sistema
possibilita a prestação de todos os cuidados assistenciais, bem
como a orientação à mãe sobre a saúde do binômio mãe e filho.
A colocação do recém-nascido junto à mãe de forma
descontínua não oferece as vantagens citadas e não é, por
definição, considerada como "Alojamento Conjunto".
Alojamento Conjunto
A permanência do recém-
nascido sadio com sua mãe, com a prática
de ações que configuram o sistema
conhecido como "Alojamento Conjunto",
tem por vantagens:
◦ Estimular e motivar o aleitamento
materno, de acordo com as
necessidades da criança, tornando a
amamentação mais fisiológica e natural.
A amamentação precoce provoca a
contração do útero e de seus vasos,
atuando como profilaxia das
hemorragias pós-parto;
◦ Favorecer a precocidade, intensidade,
assiduidade do aleitamento materno, e
sua manutenção por tempo mais
prolongado;
◦ Fortalecer os laços afetivos entre mãe e
filho, através do relacionamento
precoce;
◦ Permitir a observação constante do
recém-nato pela mãe, o que a faz
conhecer melhor seu filho e possibilitar a
comunicação imediata de qualquer
anormalidade;
◦ Oferecer condições à enfermagem de
promover o treinamento materno,
através de demonstrações práticas dos
cuidados indispensáveis ao recém-
nascido e à puérpera;
◦ Manter intercâmbio biopsicossocial entre
a mãe, a criança e os demais membros
da família;
◦ Diminuir o risco de infecção hospitalar;
◦ Facilitar o encontro da mãe com o
pediatra por ocasião das visitas médicas
para o exame do recém-nascido,
possibilitando troca de informações entre
ambos;
◦ Desativar o berçário para recém-
nascidos normais, cuja área poderá ser
utilizada de acordo com outras
necessidades do hospital.
◦ Equipe:
◦ 1 enfermeiro para 30 binômios;
◦ 1 técnico para 8 binômios;
Alojamento Conjunto
◦ A adoção do "Alojamento Conjunto" não representa a extinção do berçário, pois este será
necessário para prestar assistência aos recém-nascidos que apresentem riscos na sua adaptação
à vida extra-uterina, aos que tenham condições patológicas e àqueles cujas mães não lhes
possam prestar cuidados.
◦ O "Alojamento Conjunto" não é um método de assistência utilizado para economizar pessoal de
enfermagem, pois tem um alto conteúdo educativo que deve ser considerado prioritário.
◦ O exame clínico do recém-nascido deve ser feito em seu próprio berço ou no leito materno.
Procedimentos mais complexos, como por exemplo colheita de sangue, deverão ser realizados
fora do alojamento conjunto.
◦ Os cuidados higiênicos com o recém-nascido devem ser feitos no alojamento conjunto.
◦ A pesagem do recém-nascido deve ser diária.
◦ As visitas serão diárias e a presença do pai deve ser estimulada, e facilitada inclusive com o
alargamento do horário.
Alojamento Conjunto
Atribuições da equipe de saúde:
◦ a) preparar a gestante no pré-natal para o sistema de "Alojamento Conjunto";
◦ b) estimular o contato precoce mãe-filho na sala de parto, ajudando as mães a iniciar
o aleitamento na primeira hora após o nascimento;
◦ c) encorajar o aleitamento sob livre demanda;
◦ d) não dar ao recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida, além do leite
materno, a não ser que seja indicado pelo médico;
◦ e) não dar bicos artificiais ou chupetas às crianças amamentadas ao seio;
◦ f) proibir que as mães amamentem outros recém-nascidos que não os seus
(amamentação cruzada);
Alojamento Conjunto
◦ g) orientar a participação gradual da mãe no atendimento ao recém-nascido;
◦ h) realizar visita diária às puérperas, esclarecendo, orientando, e dando segurança à mãe
quanto ao seu estado e ao de seu filho;
◦ i) ministrar às mães palestras e aulas abordando conceitos de higiene, controle de saúde e
nutrição;
◦ j) participar do treinamento em serviço, como condição básica para garantir a qualidade da
assistência;
◦ l) identificar e enfatizar os recursos disponíveis na comunidade para atendimento continuado das
mães e da criança, referindo-as ou agendando-as para acompanhamento no serviço de saúde
ainda nos primeiros 15 dias
As altas não deverão ser dadas antes de 48 horas, considerando o alto teor educativo
inerente ao sistema de "Alojamento Conjunto" e, ser este parido importante na detecção de
patologias neonatais.
Banho Humanizado
O banho humanizado transfere à puérpera o cuidado, estimula a
autoconfiança materna, instrumento de higiene, conforto e prazer, além de
possibilitar interação mãe-filho. O banho humanizado consiste na imersão em
água morna até o pescoço, sem exposição à corrente de ar, e com
contenção do padrão flexor através do enrolamento com toalha-fralda, de
modo a evitar o estresse, a desorganização motora e o gasto energético, além
de proporcionar relaxamento e prazer ao RN submetido. As mães e familiares
devem ter um cuidado importante com o coto umbilical, pois muitas crendices
permeiam as famílias, podendo este ocasionar infecção para o RN e levar a
sepse.
Limpeza do Coto Umbilical
O coto umbilical é um pedacinho de pele que fica no umbigo do bebê após o nascimento. Ele é um resíduo do cordão
umbilical, que ligava o bebê à mãe e é totalmente natural.
Todos os dias, depois do banho e após cada troca de fralda, o cuidador deve limpar o coto umbilical do bebê. Para
isso, se usa álcool 70% e um algodão, fralda de pano ou cotonete. Siga esses cuidados na hora da limpeza:
◦ Lave bem as suas mãos, higienizando das unhas aos punhos. Dê preferência a sabão neutro
◦ Molhe o algodão ou a toalha com o álcool 70%
◦ Passe por toda a região em volta do umbigo
◦ Você pode levantar o coto para limpar por todas as partes
◦ Seque o umbigo muito bem
◦ Não use faixas, moedas ou qualquer outro objeto sobre o umbigo
◦ Dica: pode limpar sem medo, o bebê não sente nenhuma dor no processo, pois as células da região já estão mortas.
O cordão umbilical deve cair entre uma e duas semanas de vida. Os cuidados na hora de limpar e secar bem vão
ajudar nesse processo. Se demorar a cair, investigue o atraso com o pediatra que acompanha o bebê.
Limpeza do Coto Umbilical
Secreção amarela no umbigo do bebê pode ser um sinal de infecção. Isso também vale para mau cheiro ou vermelhidão. Se isso 
ocorrer, o melhor caminho é procurar um médico para que ele avalie a origem do problema.
Às vezes, algumas gotinhas de sangue podem sair do umbigo. Isso é comum, devido ao rompimento dos vasinhos que se separam 
conforme o umbigo vai se soltando. Mas vale ficar de olho: se o sangramento não parar dentro de alguns minutos, o melhor é acionar o pediatra.
◦ O cuidado com o coto umbilical pode deixar o umbigo “feio” ou “bonito”?
“Feio” e “bonito” são conceitos relativos. Algumas pessoas têm o umbigo ‘para dentro’, outros ‘para fora’, e é perfeitamente natural. 
Ainda existe a ideia de que é preciso usar moedas e outros objetivos para garantir que o umbigo do bebê fique para dentro. Isso, além de ser mito, 
pode prejudicar o processo de secagem do coto e levar sujeira para o local.
◦ Até quanto tempo é normal demorar para cair o coto umbilical?
O coto deve cair entre uma e duas semanas de vida. Mas, se demorar mais tempo, não significa que haja um problema. Em todo caso, 
vale consultar o médico do bebê para checar se está tudo bem.
◦ Existe alguma relação entre o cuidado com o coto umbilical e a hérnia umbilical?
Não há nenhum indício científico disso. A hérnia umbilical ocorre quando o revestimento do abdômen ou parte do intestino se desloca e 
causa um estufamento no umbigo e/ou na barriga. Ela pode surgir independentemente dos cuidados dados pelos pais.
◦ O bebê sente dor ao limpar o umbigo?
Não! Não há terminações nervosas na região. Se houver qualquer sinal de dor, pode ser um alerta para infecções.◦
Troca de fralda
A fralda do bebê deve ser trocada sempre que estiver suja ou, pelo menos, a cada três ou quatro horas após o final de
cada mamada, especialmente nos primeiros 3 meses de vida, porque o bebê normalmente faz cocô depois de mamar.
Conforme o bebê cresce e mama menos de noite, é possível diminuir a frequência das mudas da fralda, especialmente
durante a noite para garantir que o bebê consegue criar uma rotina de sono. Nestes casos, a última fralda deve ser trocada entre
as 23 horas e a meia-noite, após a última refeição do bebê.
Para trocar a fralda do bebê deve-se começar por juntar o material necessário, que inclui:
◦ 1 fralda limpa (descartável ou de pano);
◦ 1 bacia com água morna
◦ 1 toalha;
◦ 1 saco para o lixo;
◦ Compressas limpas;
◦ 1 creme para assaduras.
A melhor opção sempre é usar as compressas ou os tecidos ao invés de lenços umidecidos, pois não contêm qualquer
tipo de perfume ou substância que possam causar alergia no bumbum do bebê.
Troca de fralda
Passo a passo para trocar a fralda
Antes de trocar a fralda do bebê é importante
lavar as mãos e de seguida:
1. Retirar a fralda suja do bebê
◦ Deitar o bebê em cima de um fraldeiro, ou
de uma toalha limpa sobre uma superfície
firme, e retirar apenas a roupinha da cintura
para baixo;
◦ Abrir a fralda suja e levantar o bumbum do
bebê, segurando pelos tornozelos;
◦ Retirar o cocô do bumbum do bebê,
utilizando uma parte limpa da fralda suja,
num movimento único de cima para baixo,
dobrando a fralda ao meio debaixo do bebê
com a parte limpa para cima,
2. Limpar a região íntima do bebê
◦ Limpar a região íntima com as compressas
molhadas em água morna, fazendo um
movimento único na direção do genital para
o ânus;
◦ Na menina: recomenda-se limpar uma
virilha de cada vez e depois limpar a
vagina em direção ao ânus, sem limpar o
interior da vagina
◦ No menino: deve-se começar por uma
virilha de cada vez e depois limpar o
pênis e os testículos, terminando no ânus.
Nunca se deve de puxar o prepúcio para
trás pois pode machucar e provocar
fissuras.
◦ Jogar cada compressa no lixo após 1
utilização para evitar sujar com as fezes os
locais que já estão limpos;
◦ Secar a região íntima com uma toalha ou
fralda de pano.
3. Colocar uma fralda limpa no bebê
◦ Colocar uma fralda limpa e aberta debaixo 
do bumbum do bebê;
◦ Colocar um creme para assadura, caso seja 
necessário. Ou seja, caso a região do 
bumbum ou das virilhas se encontro com 
vermelhidão;
◦ Fechar a fralda fixando ambos os lados com 
as fitas adesivas, deixando-a por baixo do 
coto umbilical, caso o bebê ainda o tenha;
◦ Vestir a roupinha da cintura para baixo e 
lavar novamente as mãos.
◦ Após trocar a fralda é recomendado 
confirmar se está bem justa ao corpo do 
bebê, mas também é aconselhado que se 
consiga colocar um dedo entre a pele e a 
fralda, para garantir que não está 
demasiado apertada.
Colocação de roupa no bebê
O passo a passo é muito simples:
◦ Primeiro separe todas as peças que vai vestir no bebê e deixe ao seu alcance.
◦ Depois, deite seu filho no trocador ou na cama.
◦ Sempre comece pelo body. Passe primeiro a parte de trás da cabeça e, em seguida,
o rosto para não machucar os olhos e a boca do bebê.
◦ Coloque sua mão por dentro das mangas do body. Segure todos os dedinhos para
evitar que se machuquem e puxe a roupa para vestir a manga. Faça o mesmo do
outro lado.
◦ Quando colocar colocar o culote, enrugue uma perna da roupa, encaixe a perna do
seu filho e suba a calça. Faça o mesmo para vestir a outra perna.
Alojamento Conjunto
Utiliza-se o sistema de Alojamento Conjunto (AC), em que o recém nascido sadio,
logo após o nascimento, permanece ao lado da mãe 24 horas por dia, em um mesmo
ambiente, até a alta hospitalar. Este sistema permite que a assistência de enfermagem
prestada à mulher e ao bebê seja, ao mesmo tempo, um momento de troca de informações
com a mãe e seus familiares, sobre os cuidados com o recém-nascido e com ela própria.
Desta forma, a adaptação de todos a este novo momento familiar é favorecida.
O Ministério da Saúde (1993) recomenda, ainda, em Normas Básicas para o
Alojamento Conjunto, o incentivo à lactação e ao aleitamento materno. Considera também
alguns fatores que visam à diminuição do risco de infecção hospitalar, evitando as
complicações maternas e do recém-nascido, além de estimular a integração da equipe
multiprofissional nos diferentes níveis.
Os objetivos dos cuidados à mulher, seu bebê e família neste cenário é acolher e
apoiar a mulher e seu bebê oferecendo-lhes um espaço de cuidado integral, no sentido de
atender e manter os processos fisiológicos pertinentes a esta fase. Também são objeto de
cuidado as puérperas que apresentaram intercorrências durante sua gestação ou parto
Atenção ao estado emocional
O puerpério é um momento importante, principalmente em relação às alterações de
humor, com labilidade emocional que são comuns nesta fase. É fundamental observar quadros de
tristeza ou de profunda apatia, que podem ser expressos pela dificuldade de cuidados e de
estabelecimento de vínculo com o bebê. São etapas da conduta de enfermagem nessas
ocorrências:
◦ Identificar e registrar alterações de humor e labilidade emocional;
◦ Solicitar avaliação do serviço de saúde mental; Alojamento Conjunto 107 acolher as puérperas
de óbito fetal e pós-abortamento preferencialmente em enfermarias sem recém-nascidos,
avaliando a delicadeza deste momento e, sempre que possível, buscar com a mulher o melhor
espaço para acomodá-la.
Avaliação do sistema cardiovascular e 
respiratório
Ocorre um aumento do volume circulante nas primeiras horas de pós-parto, o que pode
se traduzir pela presença de sopro sistólico de hiperfluxo. Seu padrão respiratório é reestabelecido,
passando o diafragma a exercer funções anteriormente limitadas pelo aumento de volume
abdominal. São etapas da conduta de enfermagem:
◦ Instituir prescrição de enfermagem individualizada para a verificação dos sinais vitais;
◦ Comunicar à equipe médica alterações dos sinais vitais.
Controle temperatura axilar (tax)
A puérpera pode ter um ligeiro aumento da temperatura axilar (36,8º - 37,9ºC) nas
primeiras 24 horas, sem necessariamente ter um quadro infeccioso instalado. Além disso, podem
ocorrer calafrios nas primeiras horas de pós-parto. Tais alterações normalmente não constituem
risco à saúde da mulher, mas exigem atenção para a infecção puerperal (Ministério da Saúde,
2001). São etapas da conduta de enfermagem:
◦ Medir e registrar temperatura axilar de acordo com prescrição de enfermagem;
◦ Se a temperatura axilar for maior que 38°C, solicitar avaliação médica.
Observação da ferida operatória
A ferida operatória deve ser observada rotineiramente. No pós-operatório
imediato, é colocado um curativo simples; antes de encaminhá-la ao primeiro banho
pós-parto, deve-se retirá-lo. São etapas da conduta de enfermagem:
◦ Observar e registrar sinais de flogose, presença de edemas, presença de secreções,
deiscências etc.
◦ Orientar à puérpera a lavar a ferida operatória com água e sabão e mantê-la seca.
Avaliação do 
endométrio/vagina/períneo
O endométrio inicia sua recuperação a partir do 25º dia de pós-parto. O colo uterino, logo após 
o parto, encontra-se edemaciado e pode apresentar lacerações. Em torno do 10º dia, estará fechado.
A vagina apresentar-se-á edemaciada e algo congesta, iniciando sua recuperação após o 25º 
dia de puerpério, e mais tardiamente nas mulheres que não amamentam. Podem ser observadas, ainda, 
alterações decorrentes do parto - edema, hematoma e lesões. São etapas da conduta de enfermagem: 
◦ Examinar períneo e genitais externos (sinais de infecção, presença de edema, lacerações etc.); 
◦ Observar e registrar as condições de higiene da vulva/períneo; 
◦ Orientar a puérpera quanto aos cuidados de higiene íntima; 
◦ Observar as condições de integridade vulvoperineal (sutura de lacerações ou de episiotomia, edema, 
hematoma e deiscências);◦ Aplicar bolsa de gelo (até 20 minutos) em caso de edema e hematoma; 
◦ Encaminhar para avaliação especializada nos casos de complicações persistentes.
Observação da loquiação
Loquiação é a eliminação de secreções uterinas e vaginais, sangue e revestimento uterino
durante o puerpério. Este período pode perdurar de três a seis semanas. Os lóquios são divididos em:
• Sanguinolentos: vermelho-vivo por 2 a 4 dias (lóquios rubros);
• Serosanguinolentos: tornam-se mais pálidos (rosados) à medida que o sangramento se reduz (lóquios
serosos);
• Branco: após 7 dias, tornam-se esbranquiçados ou amarelados (lóquios brancos).
São etapas da conduta de enfermagem:
◦ Observar características do sangramento: odor, coloração e quantidade;
◦ Atentar para sinais de hipovolemia/choque e infecção (associar com temperatura axilar > 38ºC).
Avaliação das vias urinárias
Após o parto, são encontrados edema, hiperemia vesical e relativa insensibilidade da bexiga.
Neste último caso, há, inicialmente, diurese escassa, em razão da desidratação no trabalho de parto. É
normal a abundante excreção urinária do 2º ao 6º dia, que elimina a água acumulada durante a
gestação. Nos primeiros 2 a 3 dias, a retenção vesical não é incomum, devido ao edema decorrente do
parto. São etapas da conduta de enfermagem:
◦ Observar e registrar as características da eliminação vesical;
◦ Orientar a puérpera quanto à ingestão de líquidos (2l por dia);
◦ Orientar a puérpera quanto à dor e ardência ao urinar.
Avaliação do funcionamento intestinal
Ocorre ausência do peristaltismo nas primeiras 24 horas, havendo restabelecimento progressivo
da topografia e dos movimentos intestinais. O funcionamento, habitualmente, é restaurado no 3º ou 4º
dia. São etapas da conduta de enfermagem:
Observar e registrar as características da eliminação intestinal;
Orientar quanto à deambulação precoce para aumentar peristaltismo e liberação de flatos;
Orientar quanto ao aumento da ingesta hídrica.
Avaliação dos membros inferiores 
Com as modificações circulatórias no pós-parto, os estímulos ao movimento devem ser 
favorecidos e os membros inferiores devem ser avaliados diariamente. A atenção deve ser redobrada às 
puérperas portadoras de varizes mais evidentes e calibrosas, as atitudes de prevenção são indispensáveis 
como a descrição a seguir. São etapas da conduta de enfermagem: 
Estimular a deambulação precoce; 
Observar a presença de edemas, dor, hiperemia local;
Elevar os membros inferiores em caso de edemas; 
Pesquisar sinais de trombose venosa profunda e sinais flogísticos.
Cuidados com as mamas/aleitamento 
materno
O alojamento conjunto favorece e incentiva o aleitamento materno, pois permite que a mãe
ofereça seu leite, satisfazendo a criança sempre que ela demonstrar fome. A amamentação é
fundamental para a saúde materna e perinatal e faz parte das estratégias de todos os programas
relacionados a estes objetivos, representando um elemento importante em todo o processo de
humanização da assistência à mulher e ao bebê. A produção de leite se dá por um estímulo
neuroendócrino; estão envolvidos neste processo: a placenta, a hipófise e as mamas. A placenta é
responsável pela produção de esteroides placentários (estrógenos e progesterona) que, durante a
gravidez, preparam a mama para a lactação, estimulando a deposição de gorduras, o crescimento dos
ductos e alvéolos. À medida que os níveis plasmáticos de estrógeno e progesterona caem — cerca de 3
a 5 vezes nos primeiros dias após o parto —, a produção de leite tem início. Este período é chamado de
apojadura ou “descida”. Ocorre em torno de 48 a 72 horas após o parto. As mamas aumentam de
tamanho e temperatura, tornam-se dolorosas e este fenômeno dura em média três a quatro dias. A
apojadura marca a mudança do controle endócrino para o autócrino da lactação. A quantidade de
leite tende a aumentar gradativamente. No 2º dia, está por volta de 50ml/dia. No 4º dia, em torno de
550ml/dia.
Cuidados com as mamas/aleitamento 
materno
Já aos três meses, é de cerca de 850ml/dia. Os níveis plasmáticos de prolactina elevam-se em
resposta à sucção do RN e estão diretamente relacionados à frequência, duração e intensidade da
sucção. A prolactina é o hormônio fundamental para a galactopoiese. Permitir a sucção do mamilo pela
criança à livre demanda é elemento básico para a manutenção da amamentação.
A ocitocina é liberada pela hipófise posterior; é o hormônio que atua sobre as células
mioepiteliais, determinando sua contração e consequente expulsão de leite para os ductos. Também
favorece a contração do útero durante a amamentação.
Vantagens do Aleitamento Materno
Para a mulher: 
◦ Facilita o estabelecimento do vínculo 
afetivo mãe-filho; 
◦ Previne as complicações 
hemorrágicas no pós-parto e 
favorece a regressão uterina ao seu 
tamanho normal; 
◦ Contribui para o retorno mais rápido 
ao peso pré-gestacional; 
◦ É um método natural de 
planejamento familiar. Para que seja 
um método eficaz, é recomendado 
que seja utilizado até os primeiros seis 
meses, quando a criança está em 
aleitamento materno exclusivo, em 
livre demanda, inclusive durante a 
noite, e que a mãe não tenha 
menstruado; 
◦ Pode reduzir o risco de câncer de 
ovário e mama; 
◦ Pode prevenir a osteoporose. 
Para a criança: 
◦ É o alimento completo para o 
lactente menor de seis meses, tanto 
no aspecto nutricional, como no 
digestivo; 
◦ Facilita a eliminação de mecônio e 
diminui o risco de icterícia; 
◦ Protege contra infecções 
(especialmente diarréias e 
pneumonias) pela ausência do risco 
de contaminação e pela presença 
de anticorpos e de fatores anti-
infecciosos; 
◦ Aumenta o laço afetivo mãe-filho, 
promovendo mais segurança ao 
bebê; 
◦ Colabora efetivamente para diminuir 
a taxa de desnutrição 
proteicocalórica e, 
consequentemente, para a 
diminuição dos indices de 
mortalidade infantil; 
◦ Diminui a probalidade de 
desencadeamento de processos 
alérgicos, pelo retardo da introdução 
de proteínas heterólogas existentes no 
leite de vaca; 
◦ Melhor resposta às vacinações e 
capacidade de combater doenças 
mais rapidamente. 
Vantagens do Aleitamento Materno
Para a família e 
sociedade: 
◦ O leite materno não custa nada;
◦ É limpo e não contém micróbios; 
◦ Já vem pronto e está na 
temperatura certa; 
◦ Diminui os custos de internações 
por problemas gastrointestinais, 
respiratórios e outras doenças; 
◦ Representa uma economia quanto 
ao uso de gás de cozinha, porque 
dispensa o aquecimento e 
preparo; 
◦ Diminui o absenteísmo dos pais ao 
trabalho, uma vez que a criança se 
mantém mais saudável. 
Etapa da conduta para 
auxíliar a mãe a amamentar:
◦ Orientar a mãe quanto à 
higienização das mãos com água 
e sabão antes de amamentar; 
◦ Estimular a mãe a oferecer o peito 
desde o nascimento, pela 
importância do colostro e também 
estímulo à produção láctea; 
◦ Iniciar a amamentação pela 
mama que se encontra mais cheia 
de leite, geralmente a que foi 
oferecida por último; 
◦ Amamentar em um local 
confortável, escolhido pela mãe; 
◦ Ajudar a mãe a favorecer a pega 
do bebê, atentando para o 
posicionamento de ambos; 
incentivá-la a sentir-se relaxada e 
confortável, podendo estar 
sentada ou deitada; o bebê deve 
estar com o corpo próximo ao da 
mãe, encostando sua barriga à 
barriga da mãe, com a cabeça e 
tronco alinhados e as nádegas 
apoiadas.
Pega
Quanto à pega, propriamente dita, observar se há necessidade da mãe realizar um breve
esvaziamento manual da mama, com o objetivo de aliviar a tensão da aréola. A mãe pode estimular o
reflexo de busca do bebê, tocando com seu mamilo a boca de seu filho, fazendo com que ele a abra,
abocanhando, pelo menos, toda a parte inferior da aréola. O lábio inferior do bebê deve projetar-se
para fora e seu queixo deve estar encostado na mama. Suas bochechas devem ter aparência
arredondada. A sucção deve ser lenta e profunda, em períodos de atividade e pausa. Pode-se ouvira
deglutição.
Boca quase fechada, fazendo um bico; bochechas encovadas e a produção de estalos com
os lábios podem indicar uma má pega da aréola
Informar que a duração de cada mamada é variável. A mãe deve oferecer uma das mamas
até que o bebê a solte espontaneamente ou sinta que a mama está vazia, oferecendo a outra. Caso
haja necessidade de interromper a amamentação, orientá-la a romper o vácuo estabelecido na boca
do bebê, introduzindo a ponta do dedo mínimo em um dos cantos para que o bebê largue o peito, sem
machucá-lo.
Pega
Orientar a mãe a colocar o bebê para arrotar, em posição vertical, com a cabeça apoiada no
ombro materno. Deve ser feita uma leve massagem nas costas da criança até que ela arrote, lembrando
que alguns bebês podem não arrotar após a mamada.
Orientar quanto ao uso de sutiã para manter a mama bem elevada, evitando estases nas
porções inferiores da mama;
Recomendar o banho de sol nos mamilos para aumentar a resistência da região mamilo-
areolar;
Orientar a lubrificação com leite materno na região mamilo-areolar;
Orientar a mãe que, após o aleitamento, para identificar peso e pontos de dor nas mamas,
deve-se palpá-las e retirar o excesso de leite até o ponto de conforto, ou seja, desaparecimento da dor.

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