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SAÚDE DA MULHER Escola Técnica Complemento Professora Enfermeira Sarah Canelas sarah.canelas@gmail.com Alojamento Conjunto É um sistema hospitalar em que o recém-nascido sadio, logo após o nascimento, permanece ao lado da mãe, 24 horas por dia, num mesmo ambiente, até a alta hospitalar. Tal sistema possibilita a prestação de todos os cuidados assistenciais, bem como a orientação à mãe sobre a saúde do binômio mãe e filho. A colocação do recém-nascido junto à mãe de forma descontínua não oferece as vantagens citadas e não é, por definição, considerada como "Alojamento Conjunto". Alojamento Conjunto A permanência do recém- nascido sadio com sua mãe, com a prática de ações que configuram o sistema conhecido como "Alojamento Conjunto", tem por vantagens: ◦ Estimular e motivar o aleitamento materno, de acordo com as necessidades da criança, tornando a amamentação mais fisiológica e natural. A amamentação precoce provoca a contração do útero e de seus vasos, atuando como profilaxia das hemorragias pós-parto; ◦ Favorecer a precocidade, intensidade, assiduidade do aleitamento materno, e sua manutenção por tempo mais prolongado; ◦ Fortalecer os laços afetivos entre mãe e filho, através do relacionamento precoce; ◦ Permitir a observação constante do recém-nato pela mãe, o que a faz conhecer melhor seu filho e possibilitar a comunicação imediata de qualquer anormalidade; ◦ Oferecer condições à enfermagem de promover o treinamento materno, através de demonstrações práticas dos cuidados indispensáveis ao recém- nascido e à puérpera; ◦ Manter intercâmbio biopsicossocial entre a mãe, a criança e os demais membros da família; ◦ Diminuir o risco de infecção hospitalar; ◦ Facilitar o encontro da mãe com o pediatra por ocasião das visitas médicas para o exame do recém-nascido, possibilitando troca de informações entre ambos; ◦ Desativar o berçário para recém- nascidos normais, cuja área poderá ser utilizada de acordo com outras necessidades do hospital. ◦ Equipe: ◦ 1 enfermeiro para 30 binômios; ◦ 1 técnico para 8 binômios; Alojamento Conjunto ◦ A adoção do "Alojamento Conjunto" não representa a extinção do berçário, pois este será necessário para prestar assistência aos recém-nascidos que apresentem riscos na sua adaptação à vida extra-uterina, aos que tenham condições patológicas e àqueles cujas mães não lhes possam prestar cuidados. ◦ O "Alojamento Conjunto" não é um método de assistência utilizado para economizar pessoal de enfermagem, pois tem um alto conteúdo educativo que deve ser considerado prioritário. ◦ O exame clínico do recém-nascido deve ser feito em seu próprio berço ou no leito materno. Procedimentos mais complexos, como por exemplo colheita de sangue, deverão ser realizados fora do alojamento conjunto. ◦ Os cuidados higiênicos com o recém-nascido devem ser feitos no alojamento conjunto. ◦ A pesagem do recém-nascido deve ser diária. ◦ As visitas serão diárias e a presença do pai deve ser estimulada, e facilitada inclusive com o alargamento do horário. Alojamento Conjunto Atribuições da equipe de saúde: ◦ a) preparar a gestante no pré-natal para o sistema de "Alojamento Conjunto"; ◦ b) estimular o contato precoce mãe-filho na sala de parto, ajudando as mães a iniciar o aleitamento na primeira hora após o nascimento; ◦ c) encorajar o aleitamento sob livre demanda; ◦ d) não dar ao recém-nascido nenhum outro alimento ou bebida, além do leite materno, a não ser que seja indicado pelo médico; ◦ e) não dar bicos artificiais ou chupetas às crianças amamentadas ao seio; ◦ f) proibir que as mães amamentem outros recém-nascidos que não os seus (amamentação cruzada); Alojamento Conjunto ◦ g) orientar a participação gradual da mãe no atendimento ao recém-nascido; ◦ h) realizar visita diária às puérperas, esclarecendo, orientando, e dando segurança à mãe quanto ao seu estado e ao de seu filho; ◦ i) ministrar às mães palestras e aulas abordando conceitos de higiene, controle de saúde e nutrição; ◦ j) participar do treinamento em serviço, como condição básica para garantir a qualidade da assistência; ◦ l) identificar e enfatizar os recursos disponíveis na comunidade para atendimento continuado das mães e da criança, referindo-as ou agendando-as para acompanhamento no serviço de saúde ainda nos primeiros 15 dias As altas não deverão ser dadas antes de 48 horas, considerando o alto teor educativo inerente ao sistema de "Alojamento Conjunto" e, ser este parido importante na detecção de patologias neonatais. Banho Humanizado O banho humanizado transfere à puérpera o cuidado, estimula a autoconfiança materna, instrumento de higiene, conforto e prazer, além de possibilitar interação mãe-filho. O banho humanizado consiste na imersão em água morna até o pescoço, sem exposição à corrente de ar, e com contenção do padrão flexor através do enrolamento com toalha-fralda, de modo a evitar o estresse, a desorganização motora e o gasto energético, além de proporcionar relaxamento e prazer ao RN submetido. As mães e familiares devem ter um cuidado importante com o coto umbilical, pois muitas crendices permeiam as famílias, podendo este ocasionar infecção para o RN e levar a sepse. Limpeza do Coto Umbilical O coto umbilical é um pedacinho de pele que fica no umbigo do bebê após o nascimento. Ele é um resíduo do cordão umbilical, que ligava o bebê à mãe e é totalmente natural. Todos os dias, depois do banho e após cada troca de fralda, o cuidador deve limpar o coto umbilical do bebê. Para isso, se usa álcool 70% e um algodão, fralda de pano ou cotonete. Siga esses cuidados na hora da limpeza: ◦ Lave bem as suas mãos, higienizando das unhas aos punhos. Dê preferência a sabão neutro ◦ Molhe o algodão ou a toalha com o álcool 70% ◦ Passe por toda a região em volta do umbigo ◦ Você pode levantar o coto para limpar por todas as partes ◦ Seque o umbigo muito bem ◦ Não use faixas, moedas ou qualquer outro objeto sobre o umbigo ◦ Dica: pode limpar sem medo, o bebê não sente nenhuma dor no processo, pois as células da região já estão mortas. O cordão umbilical deve cair entre uma e duas semanas de vida. Os cuidados na hora de limpar e secar bem vão ajudar nesse processo. Se demorar a cair, investigue o atraso com o pediatra que acompanha o bebê. Limpeza do Coto Umbilical Secreção amarela no umbigo do bebê pode ser um sinal de infecção. Isso também vale para mau cheiro ou vermelhidão. Se isso ocorrer, o melhor caminho é procurar um médico para que ele avalie a origem do problema. Às vezes, algumas gotinhas de sangue podem sair do umbigo. Isso é comum, devido ao rompimento dos vasinhos que se separam conforme o umbigo vai se soltando. Mas vale ficar de olho: se o sangramento não parar dentro de alguns minutos, o melhor é acionar o pediatra. ◦ O cuidado com o coto umbilical pode deixar o umbigo “feio” ou “bonito”? “Feio” e “bonito” são conceitos relativos. Algumas pessoas têm o umbigo ‘para dentro’, outros ‘para fora’, e é perfeitamente natural. Ainda existe a ideia de que é preciso usar moedas e outros objetivos para garantir que o umbigo do bebê fique para dentro. Isso, além de ser mito, pode prejudicar o processo de secagem do coto e levar sujeira para o local. ◦ Até quanto tempo é normal demorar para cair o coto umbilical? O coto deve cair entre uma e duas semanas de vida. Mas, se demorar mais tempo, não significa que haja um problema. Em todo caso, vale consultar o médico do bebê para checar se está tudo bem. ◦ Existe alguma relação entre o cuidado com o coto umbilical e a hérnia umbilical? Não há nenhum indício científico disso. A hérnia umbilical ocorre quando o revestimento do abdômen ou parte do intestino se desloca e causa um estufamento no umbigo e/ou na barriga. Ela pode surgir independentemente dos cuidados dados pelos pais. ◦ O bebê sente dor ao limpar o umbigo? Não! Não há terminações nervosas na região. Se houver qualquer sinal de dor, pode ser um alerta para infecções.◦ Troca de fralda A fralda do bebê deve ser trocada sempre que estiver suja ou, pelo menos, a cada três ou quatro horas após o final de cada mamada, especialmente nos primeiros 3 meses de vida, porque o bebê normalmente faz cocô depois de mamar. Conforme o bebê cresce e mama menos de noite, é possível diminuir a frequência das mudas da fralda, especialmente durante a noite para garantir que o bebê consegue criar uma rotina de sono. Nestes casos, a última fralda deve ser trocada entre as 23 horas e a meia-noite, após a última refeição do bebê. Para trocar a fralda do bebê deve-se começar por juntar o material necessário, que inclui: ◦ 1 fralda limpa (descartável ou de pano); ◦ 1 bacia com água morna ◦ 1 toalha; ◦ 1 saco para o lixo; ◦ Compressas limpas; ◦ 1 creme para assaduras. A melhor opção sempre é usar as compressas ou os tecidos ao invés de lenços umidecidos, pois não contêm qualquer tipo de perfume ou substância que possam causar alergia no bumbum do bebê. Troca de fralda Passo a passo para trocar a fralda Antes de trocar a fralda do bebê é importante lavar as mãos e de seguida: 1. Retirar a fralda suja do bebê ◦ Deitar o bebê em cima de um fraldeiro, ou de uma toalha limpa sobre uma superfície firme, e retirar apenas a roupinha da cintura para baixo; ◦ Abrir a fralda suja e levantar o bumbum do bebê, segurando pelos tornozelos; ◦ Retirar o cocô do bumbum do bebê, utilizando uma parte limpa da fralda suja, num movimento único de cima para baixo, dobrando a fralda ao meio debaixo do bebê com a parte limpa para cima, 2. Limpar a região íntima do bebê ◦ Limpar a região íntima com as compressas molhadas em água morna, fazendo um movimento único na direção do genital para o ânus; ◦ Na menina: recomenda-se limpar uma virilha de cada vez e depois limpar a vagina em direção ao ânus, sem limpar o interior da vagina ◦ No menino: deve-se começar por uma virilha de cada vez e depois limpar o pênis e os testículos, terminando no ânus. Nunca se deve de puxar o prepúcio para trás pois pode machucar e provocar fissuras. ◦ Jogar cada compressa no lixo após 1 utilização para evitar sujar com as fezes os locais que já estão limpos; ◦ Secar a região íntima com uma toalha ou fralda de pano. 3. Colocar uma fralda limpa no bebê ◦ Colocar uma fralda limpa e aberta debaixo do bumbum do bebê; ◦ Colocar um creme para assadura, caso seja necessário. Ou seja, caso a região do bumbum ou das virilhas se encontro com vermelhidão; ◦ Fechar a fralda fixando ambos os lados com as fitas adesivas, deixando-a por baixo do coto umbilical, caso o bebê ainda o tenha; ◦ Vestir a roupinha da cintura para baixo e lavar novamente as mãos. ◦ Após trocar a fralda é recomendado confirmar se está bem justa ao corpo do bebê, mas também é aconselhado que se consiga colocar um dedo entre a pele e a fralda, para garantir que não está demasiado apertada. Colocação de roupa no bebê O passo a passo é muito simples: ◦ Primeiro separe todas as peças que vai vestir no bebê e deixe ao seu alcance. ◦ Depois, deite seu filho no trocador ou na cama. ◦ Sempre comece pelo body. Passe primeiro a parte de trás da cabeça e, em seguida, o rosto para não machucar os olhos e a boca do bebê. ◦ Coloque sua mão por dentro das mangas do body. Segure todos os dedinhos para evitar que se machuquem e puxe a roupa para vestir a manga. Faça o mesmo do outro lado. ◦ Quando colocar colocar o culote, enrugue uma perna da roupa, encaixe a perna do seu filho e suba a calça. Faça o mesmo para vestir a outra perna. Alojamento Conjunto Utiliza-se o sistema de Alojamento Conjunto (AC), em que o recém nascido sadio, logo após o nascimento, permanece ao lado da mãe 24 horas por dia, em um mesmo ambiente, até a alta hospitalar. Este sistema permite que a assistência de enfermagem prestada à mulher e ao bebê seja, ao mesmo tempo, um momento de troca de informações com a mãe e seus familiares, sobre os cuidados com o recém-nascido e com ela própria. Desta forma, a adaptação de todos a este novo momento familiar é favorecida. O Ministério da Saúde (1993) recomenda, ainda, em Normas Básicas para o Alojamento Conjunto, o incentivo à lactação e ao aleitamento materno. Considera também alguns fatores que visam à diminuição do risco de infecção hospitalar, evitando as complicações maternas e do recém-nascido, além de estimular a integração da equipe multiprofissional nos diferentes níveis. Os objetivos dos cuidados à mulher, seu bebê e família neste cenário é acolher e apoiar a mulher e seu bebê oferecendo-lhes um espaço de cuidado integral, no sentido de atender e manter os processos fisiológicos pertinentes a esta fase. Também são objeto de cuidado as puérperas que apresentaram intercorrências durante sua gestação ou parto Atenção ao estado emocional O puerpério é um momento importante, principalmente em relação às alterações de humor, com labilidade emocional que são comuns nesta fase. É fundamental observar quadros de tristeza ou de profunda apatia, que podem ser expressos pela dificuldade de cuidados e de estabelecimento de vínculo com o bebê. São etapas da conduta de enfermagem nessas ocorrências: ◦ Identificar e registrar alterações de humor e labilidade emocional; ◦ Solicitar avaliação do serviço de saúde mental; Alojamento Conjunto 107 acolher as puérperas de óbito fetal e pós-abortamento preferencialmente em enfermarias sem recém-nascidos, avaliando a delicadeza deste momento e, sempre que possível, buscar com a mulher o melhor espaço para acomodá-la. Avaliação do sistema cardiovascular e respiratório Ocorre um aumento do volume circulante nas primeiras horas de pós-parto, o que pode se traduzir pela presença de sopro sistólico de hiperfluxo. Seu padrão respiratório é reestabelecido, passando o diafragma a exercer funções anteriormente limitadas pelo aumento de volume abdominal. São etapas da conduta de enfermagem: ◦ Instituir prescrição de enfermagem individualizada para a verificação dos sinais vitais; ◦ Comunicar à equipe médica alterações dos sinais vitais. Controle temperatura axilar (tax) A puérpera pode ter um ligeiro aumento da temperatura axilar (36,8º - 37,9ºC) nas primeiras 24 horas, sem necessariamente ter um quadro infeccioso instalado. Além disso, podem ocorrer calafrios nas primeiras horas de pós-parto. Tais alterações normalmente não constituem risco à saúde da mulher, mas exigem atenção para a infecção puerperal (Ministério da Saúde, 2001). São etapas da conduta de enfermagem: ◦ Medir e registrar temperatura axilar de acordo com prescrição de enfermagem; ◦ Se a temperatura axilar for maior que 38°C, solicitar avaliação médica. Observação da ferida operatória A ferida operatória deve ser observada rotineiramente. No pós-operatório imediato, é colocado um curativo simples; antes de encaminhá-la ao primeiro banho pós-parto, deve-se retirá-lo. São etapas da conduta de enfermagem: ◦ Observar e registrar sinais de flogose, presença de edemas, presença de secreções, deiscências etc. ◦ Orientar à puérpera a lavar a ferida operatória com água e sabão e mantê-la seca. Avaliação do endométrio/vagina/períneo O endométrio inicia sua recuperação a partir do 25º dia de pós-parto. O colo uterino, logo após o parto, encontra-se edemaciado e pode apresentar lacerações. Em torno do 10º dia, estará fechado. A vagina apresentar-se-á edemaciada e algo congesta, iniciando sua recuperação após o 25º dia de puerpério, e mais tardiamente nas mulheres que não amamentam. Podem ser observadas, ainda, alterações decorrentes do parto - edema, hematoma e lesões. São etapas da conduta de enfermagem: ◦ Examinar períneo e genitais externos (sinais de infecção, presença de edema, lacerações etc.); ◦ Observar e registrar as condições de higiene da vulva/períneo; ◦ Orientar a puérpera quanto aos cuidados de higiene íntima; ◦ Observar as condições de integridade vulvoperineal (sutura de lacerações ou de episiotomia, edema, hematoma e deiscências);◦ Aplicar bolsa de gelo (até 20 minutos) em caso de edema e hematoma; ◦ Encaminhar para avaliação especializada nos casos de complicações persistentes. Observação da loquiação Loquiação é a eliminação de secreções uterinas e vaginais, sangue e revestimento uterino durante o puerpério. Este período pode perdurar de três a seis semanas. Os lóquios são divididos em: • Sanguinolentos: vermelho-vivo por 2 a 4 dias (lóquios rubros); • Serosanguinolentos: tornam-se mais pálidos (rosados) à medida que o sangramento se reduz (lóquios serosos); • Branco: após 7 dias, tornam-se esbranquiçados ou amarelados (lóquios brancos). São etapas da conduta de enfermagem: ◦ Observar características do sangramento: odor, coloração e quantidade; ◦ Atentar para sinais de hipovolemia/choque e infecção (associar com temperatura axilar > 38ºC). Avaliação das vias urinárias Após o parto, são encontrados edema, hiperemia vesical e relativa insensibilidade da bexiga. Neste último caso, há, inicialmente, diurese escassa, em razão da desidratação no trabalho de parto. É normal a abundante excreção urinária do 2º ao 6º dia, que elimina a água acumulada durante a gestação. Nos primeiros 2 a 3 dias, a retenção vesical não é incomum, devido ao edema decorrente do parto. São etapas da conduta de enfermagem: ◦ Observar e registrar as características da eliminação vesical; ◦ Orientar a puérpera quanto à ingestão de líquidos (2l por dia); ◦ Orientar a puérpera quanto à dor e ardência ao urinar. Avaliação do funcionamento intestinal Ocorre ausência do peristaltismo nas primeiras 24 horas, havendo restabelecimento progressivo da topografia e dos movimentos intestinais. O funcionamento, habitualmente, é restaurado no 3º ou 4º dia. São etapas da conduta de enfermagem: Observar e registrar as características da eliminação intestinal; Orientar quanto à deambulação precoce para aumentar peristaltismo e liberação de flatos; Orientar quanto ao aumento da ingesta hídrica. Avaliação dos membros inferiores Com as modificações circulatórias no pós-parto, os estímulos ao movimento devem ser favorecidos e os membros inferiores devem ser avaliados diariamente. A atenção deve ser redobrada às puérperas portadoras de varizes mais evidentes e calibrosas, as atitudes de prevenção são indispensáveis como a descrição a seguir. São etapas da conduta de enfermagem: Estimular a deambulação precoce; Observar a presença de edemas, dor, hiperemia local; Elevar os membros inferiores em caso de edemas; Pesquisar sinais de trombose venosa profunda e sinais flogísticos. Cuidados com as mamas/aleitamento materno O alojamento conjunto favorece e incentiva o aleitamento materno, pois permite que a mãe ofereça seu leite, satisfazendo a criança sempre que ela demonstrar fome. A amamentação é fundamental para a saúde materna e perinatal e faz parte das estratégias de todos os programas relacionados a estes objetivos, representando um elemento importante em todo o processo de humanização da assistência à mulher e ao bebê. A produção de leite se dá por um estímulo neuroendócrino; estão envolvidos neste processo: a placenta, a hipófise e as mamas. A placenta é responsável pela produção de esteroides placentários (estrógenos e progesterona) que, durante a gravidez, preparam a mama para a lactação, estimulando a deposição de gorduras, o crescimento dos ductos e alvéolos. À medida que os níveis plasmáticos de estrógeno e progesterona caem — cerca de 3 a 5 vezes nos primeiros dias após o parto —, a produção de leite tem início. Este período é chamado de apojadura ou “descida”. Ocorre em torno de 48 a 72 horas após o parto. As mamas aumentam de tamanho e temperatura, tornam-se dolorosas e este fenômeno dura em média três a quatro dias. A apojadura marca a mudança do controle endócrino para o autócrino da lactação. A quantidade de leite tende a aumentar gradativamente. No 2º dia, está por volta de 50ml/dia. No 4º dia, em torno de 550ml/dia. Cuidados com as mamas/aleitamento materno Já aos três meses, é de cerca de 850ml/dia. Os níveis plasmáticos de prolactina elevam-se em resposta à sucção do RN e estão diretamente relacionados à frequência, duração e intensidade da sucção. A prolactina é o hormônio fundamental para a galactopoiese. Permitir a sucção do mamilo pela criança à livre demanda é elemento básico para a manutenção da amamentação. A ocitocina é liberada pela hipófise posterior; é o hormônio que atua sobre as células mioepiteliais, determinando sua contração e consequente expulsão de leite para os ductos. Também favorece a contração do útero durante a amamentação. Vantagens do Aleitamento Materno Para a mulher: ◦ Facilita o estabelecimento do vínculo afetivo mãe-filho; ◦ Previne as complicações hemorrágicas no pós-parto e favorece a regressão uterina ao seu tamanho normal; ◦ Contribui para o retorno mais rápido ao peso pré-gestacional; ◦ É um método natural de planejamento familiar. Para que seja um método eficaz, é recomendado que seja utilizado até os primeiros seis meses, quando a criança está em aleitamento materno exclusivo, em livre demanda, inclusive durante a noite, e que a mãe não tenha menstruado; ◦ Pode reduzir o risco de câncer de ovário e mama; ◦ Pode prevenir a osteoporose. Para a criança: ◦ É o alimento completo para o lactente menor de seis meses, tanto no aspecto nutricional, como no digestivo; ◦ Facilita a eliminação de mecônio e diminui o risco de icterícia; ◦ Protege contra infecções (especialmente diarréias e pneumonias) pela ausência do risco de contaminação e pela presença de anticorpos e de fatores anti- infecciosos; ◦ Aumenta o laço afetivo mãe-filho, promovendo mais segurança ao bebê; ◦ Colabora efetivamente para diminuir a taxa de desnutrição proteicocalórica e, consequentemente, para a diminuição dos indices de mortalidade infantil; ◦ Diminui a probalidade de desencadeamento de processos alérgicos, pelo retardo da introdução de proteínas heterólogas existentes no leite de vaca; ◦ Melhor resposta às vacinações e capacidade de combater doenças mais rapidamente. Vantagens do Aleitamento Materno Para a família e sociedade: ◦ O leite materno não custa nada; ◦ É limpo e não contém micróbios; ◦ Já vem pronto e está na temperatura certa; ◦ Diminui os custos de internações por problemas gastrointestinais, respiratórios e outras doenças; ◦ Representa uma economia quanto ao uso de gás de cozinha, porque dispensa o aquecimento e preparo; ◦ Diminui o absenteísmo dos pais ao trabalho, uma vez que a criança se mantém mais saudável. Etapa da conduta para auxíliar a mãe a amamentar: ◦ Orientar a mãe quanto à higienização das mãos com água e sabão antes de amamentar; ◦ Estimular a mãe a oferecer o peito desde o nascimento, pela importância do colostro e também estímulo à produção láctea; ◦ Iniciar a amamentação pela mama que se encontra mais cheia de leite, geralmente a que foi oferecida por último; ◦ Amamentar em um local confortável, escolhido pela mãe; ◦ Ajudar a mãe a favorecer a pega do bebê, atentando para o posicionamento de ambos; incentivá-la a sentir-se relaxada e confortável, podendo estar sentada ou deitada; o bebê deve estar com o corpo próximo ao da mãe, encostando sua barriga à barriga da mãe, com a cabeça e tronco alinhados e as nádegas apoiadas. Pega Quanto à pega, propriamente dita, observar se há necessidade da mãe realizar um breve esvaziamento manual da mama, com o objetivo de aliviar a tensão da aréola. A mãe pode estimular o reflexo de busca do bebê, tocando com seu mamilo a boca de seu filho, fazendo com que ele a abra, abocanhando, pelo menos, toda a parte inferior da aréola. O lábio inferior do bebê deve projetar-se para fora e seu queixo deve estar encostado na mama. Suas bochechas devem ter aparência arredondada. A sucção deve ser lenta e profunda, em períodos de atividade e pausa. Pode-se ouvira deglutição. Boca quase fechada, fazendo um bico; bochechas encovadas e a produção de estalos com os lábios podem indicar uma má pega da aréola Informar que a duração de cada mamada é variável. A mãe deve oferecer uma das mamas até que o bebê a solte espontaneamente ou sinta que a mama está vazia, oferecendo a outra. Caso haja necessidade de interromper a amamentação, orientá-la a romper o vácuo estabelecido na boca do bebê, introduzindo a ponta do dedo mínimo em um dos cantos para que o bebê largue o peito, sem machucá-lo. Pega Orientar a mãe a colocar o bebê para arrotar, em posição vertical, com a cabeça apoiada no ombro materno. Deve ser feita uma leve massagem nas costas da criança até que ela arrote, lembrando que alguns bebês podem não arrotar após a mamada. Orientar quanto ao uso de sutiã para manter a mama bem elevada, evitando estases nas porções inferiores da mama; Recomendar o banho de sol nos mamilos para aumentar a resistência da região mamilo- areolar; Orientar a lubrificação com leite materno na região mamilo-areolar; Orientar a mãe que, após o aleitamento, para identificar peso e pontos de dor nas mamas, deve-se palpá-las e retirar o excesso de leite até o ponto de conforto, ou seja, desaparecimento da dor.
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