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UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA-UTI Profª Rayane Queiroz Pós-graduanda em urgência e emergência e UTI TERAPIA NUTRICIONAL RESOLUÇÃO COFEN Nº 453 DE 16/01/2014 Aprova a Norma Técnica que dispõe sobre a Atuação da Equipe de Enfermagem em Terapia Nutricional. OBJETIVO Estabelecer diretrizes para atuação da equipe de enfermagem em Terapia Nutricional, a fim de assegurar uma assistência de Enfermagem competente e resolutiva. Nutrição Parenteral (NP) Solução ou emulsão, composta de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e apirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à administração IV em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. Nutrição Enteral (NE) Alimento para fins especiais, com ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, formulada para uso por sondas ou via oral, industrializado ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas Nutrição Oral Especializada (NOE) Consiste em utilização de dietas alimentares acrescidas de suplementos e/ou em utilização de suplementos de dietas enterais por via oral associada a alimentação diária. Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional (EMTN) Grupo formal e obrigatoriamente constituído de, pelo menos 1 médico, enfermeiro, nutricionista, farmacêutico, habilitados e com treinamento específico para a prática da Terapia Nutricional (TN), podendo ainda incluir profissionais de outras categorias a critério da unidade hospitalar COMPETÊNCIAS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM TERAPIA NUTRICIONAL As instituições ou unidades prestadoras de serviços de saúde, tanto no âmbito hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, devem contar com um quadro de pessoal de enfermagem qualificado e em quantidade que permita atender à demanda de atenção. A equipe de enfermagem envolvida na administração da TN é formada por Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem, executando estes profissionais suas atribuições em conformidade com o disposto em legislação específica - a Lei nº 7.498(LEI DO EXERCICIO PPROFISSINAL). Por ser considerada uma terapia de alta complexidade, é vedada aos Auxiliares de Enfermagem a execução de ações relacionadas à TN podendo, no entanto, executar cuidados de higiene e conforto ao paciente em TN. Os Técnicos de Enfermagem, em conformidade com o disposto na Lei nº 7.498, que regulamenta o exercício profissional no país, participam da atenção de enfermagem em TN, naquilo que lhes couber, ou por delegação, sob a supervisão e orientação do enfermeiro. Via de acesso Nutrição Parenteral A TNP pode ser administrada por via periférica ou central conforme a osmolaridade da solução. Periférica: É indicada para soluções com osmolaridade menor que 700 mOsm/L. .Nutrição parenteral periférica: administrada através de uma veia de menor calibre (geralmente na mão e antebraço). Nutrição parenteral central: quando administrada por meio de uma veia de grande calibre (geralmente a subclávia ou a jugular). Central: É indicada para soluções que tem osmolaridade maior que 700 mOsm/L. Está contraindicada a femoral pelo risco de infecção. Compete ao Técnico de Enfermagem a) Participar de treinamento, conforme programas estabelecidos, garantindo a capacitação e atualização referente às boas praticas da Terapia Nutricional; b) Promover cuidados gerais ao paciente de acordo com a prescrição de enfermagem ou protocolo pré-estabelecido; c) Comunicar ao Enfermeiro qualquer intercorrência advinda da TNP; d) Proceder o registro das ações efetuadas, no prontuário do paciente, de forma clara, precisa e pontual. Vias de Acesso Enteral SNG, SOG, SNE: geralmente através de sondas de alimentação de poliuretano, colocadas em posição nasogástrica, nasoduodenal ou nasojejunal, havendo ainda a sonda nasogastrojejunal, que reúne 2 vias separadas de calibres diferentes permitindo ao mesmo tempo a drenagem do estômago e a alimentação no jejuno. Gastrostomias: geralmente através de sonda de alimentação de silicone, que são colocadas por diversas técnicas, gastrostomias percutânea endoscópica (GEP), gastrostomias radiológica percutânea, gastrostomias cirúrgicas, gastrostomias laparoscópica. Jejunostomias: geralmente através de sondas de alimentação de poliuretano, que podem ser colocadas pela técnica endoscópica percutânea (JEP), ou através de uma sonda de gastrostomia, ou por técnica cirúrgica aberta. Há ainda a possibilidade de aceso jejunal por cateter através de agulha. Compete ao Técnico de Enfermagem a) Participar de treinamento, conforme programas estabelecidos, garantindo a capacitação e atualização referente às boas praticas da Terapia Nutricional; b) Promover cuidados gerais ao paciente de acordo com a prescrição de enfermagem ou protocolo pré-estabelecido; c) Comunicar ao Enfermeiro qualquer intercorrência advinda da TNP; d) Proceder o registro das ações efetuadas, no prontuário do paciente, de forma clara, precisa e pontual. Nutrição Oral Especializada A Via oral é o método mais natural e desejável, deve ser de eleição em pacientes dotados de bom nível de consciência e que tenham algum grau de permeabilidade do tubo digestivo. A escolha para a ingesta de alimentos que servem para complementar a alimentação do paciente ou quando a dieta requer complementação, é destinada a prevenir ou corrigir deficiências nutricionais. Compete ao Técnico de Enfermagem a) Comunicar ao Enfermeiro ocorrências quanto a aceitação da dieta e/ou suplemento. b) Estimular a ingesta da dieta e/ou suplemento ofertado. c) Estimular e/ou efetuar a higiene oral após a ingesta. d) Proceder o registro das ações efetuadas, no prontuário do paciente, de forma clara, precisa e pontual. PORTARIA Nº 272, DE 8 DE ABRIL DE 1998 Fixa os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de Nutrição Parenteral. Farmácia Estabelecimento que atenda a legislação sanitária vigente, com instalações e equipamentos específicos para a preparação da Nutrição Parenteral, em área asséptica, atendendo ainda as exigências das Boas Práticas de Preparação de Nutrição Parenteral. Produtos farmacêuticos Soluções parenterais de grande volume e soluções parenterais de pequeno volume, empregadas como componentes para a manipulação da NP. Terapia Nutricional (TN) Conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da Nutrição Parenteral e ou Enteral. Manipulação Mistura de produtos farmacêuticos para uso parenteral, realizado em condições assépticas, atendendo a prescrição médica. Formulação Padronizada Toda formulação para NP, sob prescrição médica, cujos componentes são previamente estabelecidos, com estudos de estabilidade realizados e prazo de validade definido, podendo ser empregado para diversos pacientes. Emulsão Formulação farmacêutica que contém substâncias gordurosas em suspensão no meio aquoso, em perfeito equilíbrio, estéril e apirogênica. Conservação Manutenção em condições higiênicas e sob refrigeração controlada a temperatura de 2ºC a 8ºC da NP, assegurando sua estabilidade físico-química e pureza microbiológica. Área de dispensação Área de atendimento ao usuário, destinada especificamente a receber, avaliar e dispensar a prescrição médica. Preparação Conjunto de atividades que abrange a avaliação farmacêutica, manipulação, controle de qualidade, conservação e transporte da Nutrição Parenteral. Preparação Extemporânea Toda Nutrição Parenteral para iníciode uso em até 24h após sua preparação, sob prescrição médica, com formulação individualizada. Procedimento Asséptico Operação realizada com a finalidade de preparar Nutrição Parenteral com a garantia da sua esterilidade. A TNP deve abranger as seguintes etapas: Indicação e prescrição médica. Preparação: avaliação farmacêutica, manipulação, controle de qualidade, conservação e transporte. Administração. Controle clínico e laboratorial. Avaliação final. ADMINISTRAÇÃO O Enfermeiro é responsável pela administração. A administração da NP deve ser executada de forma a garantir ao paciente uma terapia segura e que permita a máxima eficácia, em relação aos custos, utilizando materiais e técnicas padronizadas. A NP é inviolável até o final de sua administração, não podendo ser transferida para outro tipo de recipiente. INDICAÇÕES Geralmente, deve ser indicada quando há contraindicação absoluta para o uso do trato gastrointestinal (inacessível ou não funcional), como por exemplo: Pré-operatório: portadores de desnutrição com doenças obstrutivas no trato gastrointestinal alto. Complicações cirúrgicas pós-operatórias: fistulas intestinais, íleo prolongado e infecção peritoneal. Pós-trauma: lesões múltiplas, queimaduras graves, infecção. INDICAÇÕES Distúrbios gastrintestinais Inflamação intestinal Insuficiência hepática e renal RNs prematuros com má formação do trato gastrintestinal Quando o indivíduo apresentar desnutrição moderada ou grave e após 24-72 horas a oferta por via enteral for insuficiente. Atenção!!! a nutrição parenteral periférica está indicada para pacientes bem nutridos, porém não podem se alimentar de forma adequada pela via enteral, é utilizada para manutenção do estado nutricional por curto prazo. Contraindicações Pacientes que podem consumir e absorver adequadamente nutrientes por via oral ou enteral, ou ainda, para prolongar a vida em doença terminal. Equipamentos e materiais Bomba de infusão Solução de nutrição parenteral Equipo para infusão Bandeja Fita e equipamento para glicemia capilar Cuidados de enfermagem com o acesso venoso Manter acesso venoso exclusivo para infusão NP; Trocar o local da punção periférica a cada 72 h ou na presença de extravasamento e/ou hiperemia; Auxiliar o médico na inserção do cateter venoso central (CVC); Realizar curativo do CVC com técnica asséptica, de acordo com a rotina da instituição. Cuidados de enfermagem relacionados a infusão e conservação da NP Deve ser conservada sob refrigeração, em geladeira exclusiva para medicamentos, com temperatura de 2-8ºC. Retirar o frasco de solução preparada do refrigerador 2 a 3 horas antes do horário previsto para instalação. Observar transparência, homogeneidade da solução e presença de corpos estranhos antes da instalação. Deve ser infundida por bomba de infusão, com equipo apropriado e na temperatura ambiente. Trocar o equipo para infusão da NP a cada 24 horas. Lavar as mãos antes e após manusear o cateter, o equipo e a solução. Interromper a administração de NP se o paciente apresentar reação pirogênica. Retirar a NP e o equipo. Instalar soro glicosado a 10%, 80 a 100 ml/hora na primeira hora, quando houver qualquer interrupção brusca e incogitada da infusão de NP (obstrução ou saída do cateter, reação pirogênica e outros) Controlar sinais vitais com intervalo máximo de 4 horas Realizar glicemia com intervalo máximo de 6 horas. OBRIGADA REFERÊNCIAS SMELTZER, S. C; BARE, B.G. BRUNNER & SUDDARTH: Tratado de Enfermagem Médico- Cirúrgica. 11 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. Vol. 2. REYNALDO, G. O. Blackbook-Enfermagem. Belo Horizonte: Blackbook Editora, 2016. BRASIL. COFEN. Resolução COFEN nº 453 de 16 de janeiro de 2014. BRASIL. Ministerio da Saude, Agencia Nacional de Vigilancia Sanitaria. Portaria nº 272/MS/SNVS, de 8 de abril de 1998.
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