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Fios Cirurgicos

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Instrumentação Cirúrgica.
Fios de Sutura Cirúrgica.
Enf.Rogério Xavier
Especialista em CC e CME
.
Fios Cirúrgicos.
INTRODUÇÃO:
O fio de sutura é um material utilizado para síntese de feridas, podendo ser produzido sinteticamente, derivado de fibras vegetais ou estruturas orgânicas. Esse material tem a finalidade de unir e coaptar as bordas dos ferimentos provocados cirúrgica ou traumaticamente, objetivando permitir o processo fisiológico de cicatrização. 
Fio Cirúrgico – DEFINIÇÃO:
É uma porção de material sintético ou derivado de fibras vegetais ou estruturas orgânicas, flexível, de secção circular, com diâmetro muito reduzido em relação ao comprimento.
Fio Cirúrgico - DEFINIÇÃO 
“Destina-se à contenção ou fixação de estruturas orgânicas ou elementos usados em cirurgia através de suturas e nós.” (H.P. Magalhães). 
“Usados para ligaduras vasculares que garantem uma hemostasia perfeita e para aproximação dos tecidos; são empregados isoladamente ou montados em agulhas.” (Goffi).
Características do Fio Ideal.
Grande resistência à tração e à torção;
Calibre fino e regular;
Mole, flexível e pouco elástico;
Ausência de reação tecidual; Esterilização fácil;
Resistente a esterilizações repetidas;
Baixo custo.
Características do Fio Ideal.
Manter a força tênsil por tempo suficiente, até que a cicatriz adquira sua própria resistência frente aos estímulos mecânicos habituais;
Portar-se como material inerte, provocando o mínimo de reação tecidual.
Classificação dos Fios:
Absorvíveis ou Inabsorvíveis;
Absorvíveis: Origem animal ou sintéticos; 
Inabsorvíveis: Origem animal, sintética, vegetal ou metálica.
Fios Absorvíveis
Categute (ou Catgut): Simples e cromado e rápida absorção; fitas de colágeno da sub mucosa do intestino delgado de carneiro ou da serosa do gado(quanto mais puro melhor);
Simples: mantém força tensil por 7 dias e absorção em 10 – 14 dias;
Cromado: ( sais de cromo) resistente a enzimas do corpo; força tensil por 14 dias máx 21 dias absorção em 90 dias; Rápida absorção: tratado com calor ; absorvido de 5 – 7 dias ( não é indicado seu uso interno). 
Desencadeiam uma reação inflamatória intensa ao seu redor, mais evidente no categute simples. 
Suturas gastrointestinais, amarraduras de vasos, na tela subcutânea, suturas ginecológicas e urológicas.
Fios Absorvíveis
Ácido Poligaláctico (Vicryl®):
Semelhante ao comportamento do APG;
Hidrolisa-se e é completamente absorvido em torno de 60 dias;
Cor violeta e branca;
Cirurgias gastrointestinais, urológicas, ginecológicas, oftalmológicas e na aproximação de tecido celular subcutâneo.
Fios Absorvíveis.
Polidioxanona (PDS®, Maxon®): 
 Monofilamentado;
Possui uma absorção lenta com manutenção da resistência tênsil por longo período;
 Sutura de tendões, cápsulas articulares e fechamento da parece abdominal.
Fios Absorvíveis.
Ácido Poliglicólico (Dexon®):
Obtido pela polimerização do ác. Glicólico; 
 Possui resistência maior que o categute;
A absorção ocorre por hidrólise entre 60 a 90 dias após sua utilização;
Resistência tênsil perdida em torno da terceira semana;
Muito usado em sutura de músculos, fáscias, tecido celular subcutâneo; 
Ocasiona pouca reação inflamatória;
Multifilamentar.
Fios Inabsorvíveis.
SEDA:
Provém do casulo do bicho-da- seda de onde o fio é processado limpo e esterelizado;
Apesar de ser classificado como inabsorvível, experimentos mostram que perde quase que totalmente sua força em um ano e que após dois anos não é mais possível detectá-lo no tecido;
 Produzem pouca reação tecidual; 
Multifilamentar ;
Uso em cirurgia oftálmica e micro cirurgia.
Fios Inabsorvíveis.
ALGODÃO:
Possui fibras naturalmente torcidas. Foi introduzido no final da década de 1930;
Melhor segurança nos nós que a seda, perda lenta da tensão de estiramento (50% em 6 meses e 70% em dois anos);
Provoca uma reação tecidual semelhante à da seda, potencializa infecções;
Multifilamentar;
É utilizado em praticamente qualquer estrutura;  Fácil manuseio, nós seguros, pode ser reesterelizado em autoclave e acondicionado em embalagem comum.
Fios Inabsorvíveis
Poliéster:
Multifilamentado;
Resistentes e de grande durabilidade;
Excelentes para suturas de aponeuroses, tendões e vasos;
Sem cobertura (Mersilene®, Surgilene®); Cobertos por polibitilato.
(Ethibond®) ou teflon (Tevdek®);
Requerem, no mínimo, cinco nós para um fixação segura; Causam pouca reação tecidual.
Fios Inabsorvíveis
Nylon:
Derivado das poliaminas, tem sido empregado desde 1938; 
Elástico e resistente à água;
Mono ou multifilamentar; 
Pouca reação tecidual; 
Difícil manipulação, duro e corrediço, não produz nó firme;
Perde resistência tênsil ao longo do tempo, podendo ser degradado e absorvido ao longo de dois anos. 
Os monofilamentares, negros ou incolores,são preferíveis para sutura de pele.
Fios Inabsorvíveis
Polipropileno (Prolene®):
Monofilamentar;
Pouca reação tecidual;
Incolor ou azul;
Mantém sua resistência tênsil vários anos após sua utilização;
Muito usado em sutura vascular;
Facilmente removível, é ideal para sutura intradérmica.
Fios Inabsorvíveis
Fios de origem vegetal podem ser:
multifilamentares torcidos ou trançados, 
mostrando a tendência maior para o 
desenvolvimento de abscessos quando usados em 
presença de processo infeccioso; 
Fios metálicos são fabricados de aço inoxidável.Trançados ou monofilamentares. São de difícil manuseio, mas têm a vantagem terem enorme resistência, sendo utilizados em síntese óssea. Não provocam reação tecidual.
Descrição Das Embalagens.
Os fios deverão vir em embalagem grau cirúrgico ou a combinação desta com filme plástico devidamente termoselado de acordo com NBR nº 12496 de 30/06/1994 e reembalados em caixas conforme a praxe do fabricante, de forma a manter a integridade e esterilização do produto durante o armazenamento até o momento do uso e rotulados conforme a legislação em vigor.
As embalagens individuais deverão indicar:
Número cirúrgico
Comprimento do fio
Tipo de sutura
Tipo de agulha
Tamanho da agulha
Número de controle
Nome do fabricante
Número de fios (se múltiplos)
Escolha  do  fio
Composição  do  fio  e  tipo  do  tecido.
Espessura  é  dada  por  seu  diâmetro interno,  em  décimos   de  milímetro A  escala  é  crescente.
  
AGULHAS E FIOS 
A sutura é utilizada no tempo de síntese. O sucesso cirúrgico depende em parte da sutura, principalmente do tipo de fio utilizado. A inflamação pós-cirurgia pode ocorrer em função de rejeição de fios, por este motivo o cirurgião estuda cuidadosamente qual fio usará na síntese. 
As agulhas, assim como os demais instrumentos, possuem formas diversas e variadas. Podem ser curvas ou retas, semi-retas, meio-círculo, cilíndricas ou atraumáticas, lanceoladas ou cortantes. Em algumas agulhas o fio é colocado no momento da síntese, outros fios são agulhados. Os fios agulhados são bastante utilizados por apresentarem comodidade, tamanho desejado, já esterilizado.
Utilização das agulhas:
Agulhas Retas: São utilizadas para suturar pele sem uso de porta-agulha
Agulhas Curvas: Sutura de superfície, pele, com uso de porta-agulha.
Curvas meio-círculo: Utilizadas na profundidade de tecidos.
Agulhas Cilíndricas: Usadas em suturas mais delicadas, atraumática.
Agulhas lanceoladas: Usadas em estruturas mais duras por serem cortantes. 
Referências:
Goffi FS. Técnica Cirúrgica: Bases Anatômicas, Fisiopatológicas e Técnicas da Cirurgia. 4ª edição. São Paulo: Atheneu; 2004. 
Fuller JR. Tecnologia Cirúrgica: Princípios e Prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2000. 
Carvalho Monteiro EL de, Santana EM. Técnica Cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006. 
Cirino LMI. Tipos de Agulhas, Fios de Sutura e Nós Cirúrgicos. In: Cirino LMI: Manual de Técnica Cirúrgica para a Graduação. São Paulo: Sarvier; 2006.
 
Moriya T, Andrade Vicente YAMV de, Fátima G Sorita Tazima M de. Instrumental Cirúrgico. Medicina – Simpósio de RibeirãoPreto: Fundamentos de Clínica Cirúrgica. 2011; Disponível em: URL: http://www.fmrp.usp.br/revista.
Margarido NF, Tolosa EMC de. Técnica Cirúrgica Prática. São Paulo: Atheneu; 2001.

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