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: São instrumentos empregados para cortar, clivar e planificar a estrutura dentária, ou complementar a ação dos instrumentos rotatórios, durante o preparo das cavidades. Podem ser simples ou duplos. Em geral, cavidades acabadas com instrumentos cortantes manuais demonstram menor infiltração marginal se comparadas com as realizadas com instrumentos rotatórios devido à melhor lisura de superfície e adaptação do material restaurador às paredes da cavidade. Os instrumentos cortantes manuais são constituídos por três partes: cabo, intermediário e lâmina ou ponta ativa. A maioria dos instrumentos apresenta um cabo octavado e serrilhado, de modo a evitar deslizamentos quando em função. Entretanto, instrumentos de cabo circular oco são mais leves e de melhor empunhadura. Os instrumentos auxiliares, de inserção e de acabamento, não apresentam fórmula, apenas um número de identificação, como por exemplo a espátula de inserção no. Instrumentos simples (A) e duplos (B), constituídos por cabo (c), intermediário (i) e lâmina ou ponta ativa (L). Exemplo de instrumento duplo, que não apresenta fórmula, e sim o número de série. Cinzéis Instrumentos usados principalmente para planificar e clivar o esmalte. Podem ter diferentes formas e angulações e são denominados: Cinzéis retos: têm o intermediário e a lâmina retos e apresentam bisel em apenas um dos lados da lâmina. Cinzéis monoangulados: têm um ângulo intermediário. Podem ser usados para alisar as paredes de esmalte e dentina Cinzéis biangulados: têm duas angulações no intermediário. Podem ser usados também para planificação das paredes cavitárias em dentes superiores Cinzéis de Wedelstaedt: têm o intermediário e a lâmina ligeiramente curvos. São os mais versáteis dos instrumentos manuais de corte, servindo para diferentes propósitos Cinzéis: reto (A); biangulado (B); de Wedelstaedt (C). enxadas São muito semelhantes aos cinzéis, diferenciando-se por apresentar o ângulo da lâmina próximo a 25° centesimais. Quando a angulação da lâmina for menor do que 12,5° centesimais, o instrumento pode ser considerado cinzel. São usadas para alisar as paredes cavitárias, principalmente as de classe V, em dentes anteriores. Seu uso é principalmente indicado para o acabamento final das paredes internas das cavidades, apesar de também serem empregadas para planificar as paredes de esmalte. Enxadas: monoangulada (A); biangulada (B); triangulada (C). MACHADOs A lâmina do machado é paralela ao eixo longitudinal do instrumento. São usados para clivar, aplainar esmalte e planificar as paredes vestibular e lingual das caixas proximais de cavidades de classe II. Machados: biangulados (A); triangulado (B). Recortadores de margem gengival São usados especialmente para planificação do ângulo cavossuperficial gengival, arredondamento do ângulo axiopulpar e determinação de retenção na parede gengival/cervical de cavidade de classe II. As lâminas dos recortadores de margem gengival são curvas e anguladas para aplicações dos lados direito e esquerdo, tanto nas superfícies mesial como distal, do dente. Formadores de ângulo Apresentam a extremidade da lâmina em ângulo agudo com o eixo longitudinal, em vez de ângulo reto como a maioria dos instrumentos manuais de. São usados para acentuar ângulos diedros e triedros e determinar forma de retenção, principalmente em cavidades de classes III e V. Colher de dentina É um instrumento escavador usado para a remoção de tecido cariado. Esse instrumento tem um desenho semelhante ao de machado, sendo a lâmina ligeiramente curva e com a extremidade arredondada. Pode apresentar a extremidade em forma de disco. A escolha da forma desse instrumento depende do caso em particular e da preferência do profissional. Tipos de escavadores ou colheres de dentina: de Black (A); de Gillet (B), de Darby-Perry (C); com intermediário longo para pulpotomia (D). Afiação dos instrumentos cortantes manuais A manutenção dos instrumentos sempre afiados é essencial para a efetividade de corte e para o refinamento de preparos cavitários. A afiação pode ser manual ou mecânica. Qualquer que seja o tipo usado, alguns princípios básicos devem ser observados, como: estabelecer um bisel adequado antes de iniciar a afiação e manter o instrumento fixo, em posição correta, durante todo o procedimento. manter a pedra lubrificada com uma fina camada de óleo bem fluido. usar pouca pressão contra a pedra para evitar o desenvolvimento de calor com o atrito. usar, sempre que possível, uma guia para orientar o plano de desgaste do instrumento. conservar as pedras de afiar limpas e livres de esquírolas de metal. Afiação mecânica Para a afiação mecânica é possível empregar motores elétricos especiais, com pedras de Arkansas, cilíndricas ou em forma de roda, montadas em seu próprio eixo. Alguns profissionais preferem afiar os instrumentos em pedras de Arkansas ou discos de granulação fina montados em mandril para peça de mão. Técnica: cinzéis, machados, enxadas, recortadores de margem gengival e formadores de ângulo devem ser colocados, de acordo com o ângulo da extremidade cortante e o bisel do instrumento, em contato com a pedra, ligando-se em seguida o motor, exercendo-se leve pressão sobre a pedra cilíndrica ou o disco em movimento. Alternativas de afiação mecânica, empregando pedra de Arkansas montada em mandril (A) ou disco de granulação fina (B). Afiação manual Para a afiação manual emprega-se, de preferência, uma pedra de Arkansas plana e previamente lubrificada, colocada sobre uma superfície plana e lisa. Segura-se o instrumento com uma das mãos e adapta-se o bisel sobre a pedra; com a outra mão desliza-se a pedra em um movimento de vaivém, deixando-se o instrumento fixo. Técnica de afiação manual: o instrumento é mantido fixo enquanto a pedra de Arkansas é movimentada. Equipamentos Os equipamentos mais utilizados com os instrumentos rotatórios são: os motores de velocidade convencional, nos quais o movimento é transmitido à peça de mão por meio de roldanas e cordas ou por ar comprimido (micromotores); turbinas de alta velocidade movidas a ar comprimido, que giram diretamente na extremidade da peça de mão contra-angulada ou angulada. Encontram-se ainda turbinas com cabeça reduzida para atuar em locais de difícil acesso, e com luz LED transmitida por fibra ótica ou com luz gerada por dínamo, que favorece a visualização durante o preparo cavitário. Micromotor com peça reta (A); micromotor com contra-ângulo (B); turbina de alta rotação (C). motores de baixa velocidade: as peças de mão são utilizadas individualmente, no caso de instrumentos rotatórios de haste longa, ou acopladas a contra-ângulos e ângulos, com os instrumentos de haste curta. As peças de mão retas são usadas geralmente nos casos de preparos de cavidades em dentes anteriores, com acesso vestibular; para os demais, são empregadas as peças anguladas ou contra-anguladas. rotação convencional: geralmente é utilizada para o acabamento das paredes cavitárias, após a instrumentação com alta rotação e também no preparo de cavidades de dentes anteriores, quando se requer um mínimo de extensão. turbinas de alta velocidade: são utilizadas para a rápida redução da estrutura dentária e determinação das formas de contorno. Turbinas de alta rotação com fibra ótica (A) e com dínamo (B). As brocas utilizadas nas turbinas têm haste lisa e diâmetro menor do que as utilizadas em rotação convencional. Existem no comércio contra-ângulos especiais, empregados em rotação convencional, que possibilitam a utilização de brocas para alta rotação. Adaptadores metálicos ou plásticos permitem a utilização de brocas para alta rotação em contra-ângulo com rotação convencional em micromotor, mas não possibilitama mesma precisão (maior vibração) e preensão da broca. Contra-ângulo empregado para brocas de intermediário curto com encaixe (A) ou brocas para alta rotação (C), com emprego de adaptador especial (B). Classificação das rotações A velocidade de giro do instrumento recebe a denominação de rotação por minuto (rpm). A terminologia dessas velocidades, recebe três variações: baixa (menos de 40.000 rpm), média (40.000 a 200.000 rpm) e alta (mais de 200.000 rpm). baixa velocidade (menos de 6.000 rpm): é indicado para procedimentos de profilaxia dentária, remoção de cárie, acabamento da cavidade e polimento. Nessa velocidade, a percepção tátil é maior e há menos geração de calor. média velocidade (40.000 a 200.000 rpm): pode ser utilizada para o preparo cavitário, embora não seja tão efetiva e eficiente como a alta. Os procedimentos, como preparos de cavidades em dentes anteriores, sulcos de retenção e biséis, são mais bem executados nessa velocidade. Também pode ser utilizada em áreas onde a visão é limitada e deve ser guiada pelo senso tátil. alta velocidade (acima de 100.000 rpm): remoção de restaurações antigas, obtenção da forma de contorno (interna e externa), redução de cúspides e desgastes axiais para coroas totais. Canetas de alta e baixa rotações com iluminação Diversos fabricantes de altas rotações odontológicos têm oferecido soluções com um dispositivo de iluminação integrado, podendo ser divididos em 2 tipos: iluminação via fibra ótica ou LED com gerador interno. O primeiro depende da instalação de uma fibra ótica no equipo odontológico, sendo geralmente mais caro do que a solução com o LED integrado, porém apresenta como vantagem a opção de manter a iluminação ligada mesmo com a caneta não acionada. A segunda opção apresenta como vantagens o fato de ser mais versátil, visto que não é necessária nenhuma instalação adicional, podendo ser utilizada em qualquer cadeira odontológica, além do menor custo. Como desvantagem, a iluminação só funciona quando a caneta de alta rotação está acionada. Uma outra tendência é a utilização de canetas de alta rotação que têm duas opções de iluminação por LED, sendo uma branca e outra violeta (fluorescente). Neste sistema, produzido pela Gnatus (Cobra LED Ultra Vision), na primeira opção o aparelho funciona como uma caneta de alta rotação com LED convencional, ou seja, esta caneta de alta rotação é acoplada a uma base que é ligada à energia elétrica e à saída de alta rotação convencional presente em cadeiras odontológicas. A alta rotação com LED convencional (A) e LED azul (B Na segunda opção, o LED azul é capaz de evidenciar a fluorescência de materiais resinosos, desde que a resina apresente esta propriedade. Clinicamente esta evidenciação possibilita a remoção seletiva de restaurações em resina composta, resinas empregadas para colagem de dispositivos ortodônticos e cimentação de restaurações indiretas, reduzindo a possibilidade de danos desnecessários às estruturas dentárias e/ou cerâmicas. Apesar de não se indicar a remoção de tecido cariado com o uso de alta rotação, a luz violeta deste sistema pode ser empregada para a evidenciação das lesões e diferenciação do tecido sadio. Utilização de LED azul para evidenciar a fluorescência de cimento empregado para a colagem de dispositivos ortodônticos (A). Uso alternativo para evidenciação de lesões cariosas e diferenciação do tecido sadio (B). Contra-ângulo multiplicador Este contra-ângulo pode ser acoplado a um micromotor ou motor elétrico e é capaz de multiplicar por quatro a cinco vezes as rotações do mesmo, atingindo uma rotação máxima de 200.000 rpm, com alto torque e baixa vibração. Outra característica importante é que este sistema utiliza pontas ou brocas de alta rotação sem a necessidade de adaptadores, dessa forma aumentando a precisão. Por essas características, são ideais para o refinamento de preparos protéticos e restaurações diretas em resina composta. Diversas empresas fabricam estes contra-ângulos, por exemplo: NSK, Kavo, Sirona, W&H, entre outras. Instrumentos rotatórios de corte Podem ser classificados em dois grupos, segundo o seu modo de ação: por corte (representados pelas brocas) e por desgaste (representados pelas pontas diamantadas, pedras montadas de carborundum e outros abrasivos). Brocas Apresentam três partes: haste, intermediário e ponta ativa. Partes constituintes de uma broca: haste (H); intermediário (C); ponta ativa (P). haste: é a porção da broca que é conectada à peça de mão, ao contra-ângulo ou à turbina. Ela pode ser longa, para peça de mão, curta, com encaixe, para contra-ângulo, curta, sem encaixe e com menor diâmetro, para turbina. A. Broca para peça reta. B. Broca para contra-ângulo. C. Broca para turbina de alta rotação. Intermediário ou colo: une a ponta ativa à haste. A broca de haste longa tem um intermediário ligeiramente maior com relação às outras duas. Por outro lado, as brocas para contra-ângulo e para turbinas de alta velocidade têm haste e intermediário mais curtos, o que facilita o seu uso em dentes posteriores. ponta ativa: é a parte de trabalho do instrumento, a qual atua por meio de pequenas lâminas. Sua forma e o material usado para sua fabricação estão diretamente relacionados com sua utilização. São utilizados diversos materiais para a fabricação das brocas, a saber: Aço (liga ferro-carbono): mais empregado em brocas para os procedimentos de remoção de dentina cariada e acabamento das cavidades com baixa rotação Carbide (carboneto de tungstênio): mais resistente que o aço, constitui a base das brocas que são utilizadas para o preparo de cavidades, tanto em baixa quanto em alta rotação. Os números são usados para identificar a forma e tamanho das brocas. As formas básicas de ponta ativa das brocas utilizadas para preparos cavitários são: Esféricas: utilizadas principalmente para a remoção de tecido cariado, confecção de retenções e acesso em cavidades de dentes anteriores. Cilíndricas: utilizadas para confeccionar paredes circundantes paralelas e avivar ângulos diedros; a maioria dessas brocas tem corte na extremidade e nas partes laterais da ponta ativa Troncocônicas: utilizadas para dar forma e contorno em cavidades com paredes circundantes expulsivas e para determinar sulcos ou canaletas em cavidades para restaurações metálicas fundidas; são indicadas também para determinar retenções nas caixas proximais, em cavidades para amálgama. Cone invertido: utilizadas especialmente para determinar retenções adicionais, planificar paredes pulpares e, eventualmente, avivar ângulos diedros Roda: utilizada para determinar retenções, especialmente em cavidades de classe V. Observação. As brocas esféricas, cilíndricas e troncocônicas podem ser lisas ou picotadas, com lâminas dispostas paralelamente ao longo do eixo da haste ou em forma de espiral. As cilíndricas e as troncocônicas são também chamadas brocas de fissura. Formas básicas de brocas de aço empregadas para preparos cavitários. outros tipos de brocas encontradas no comércio são utilizados para a confecção de formas cavitárias especiais, para amálgama ou restaurações metálicas fundidas. As brocas para acabamento apresentam formas variadas e têm lâminas lisas, menores e em número maior que as brocas comuns. Algumas brocas especiais para preparos cavitários com ângulos internos arredondados (557R e 331L); broca tipo trépano spiral bur (A); broca para ombro (957); broca para acabamento (B). Instrumentos rotatórios de desgaste Podem ser divididos em dois grupos distintos, segundo o método de colocação do abrasivo na ponta ativa: Instrumentos abrasivos aglutinados Confeccionados de pequenas partículas abrasivas fixadas com uma substância aglutinante à haste metálica. São representadospelas pontas diamantadas, pedras e pontas de carborundum, de óxido de alumínio, de carboneto de silício ou de abrasivo impregnado com borracha. Os instrumentos diamantados são fornecidos em várias formas e tamanhos, assim como as brocas de corboneto de tungstênio (carbide). As pontas diamantadas são indicadas para reduzir a estrutura dentária, tanto de esmalte como de dentina, e devem ser utilizadas com refrigeração aquosa para eliminar os detritos que se depositam entre os grãos abrasivos, cuja consequência é a redução da eficiência de desgaste e maior produção de calor friccional. Além das pontas diamantadas convencionais, encontram-se no comércio pontas diamantadas para acabamento superficial em resinas compostas, que apresentam diamantes de granulação fina (45 µm) e ultrafina (15 µm) Principais formas de pontas diamantadas para preparar cavidades. A. Cilíndricas de extremo plano. B. Troncocônicas de extremo plano. C. Troncocônica de extremo arredondado. D. Cilíndricas de extremo arredondado. E. Cilíndrica de extremo ogival. Os demais instrumentos abrasivos são empregados para dar acabamento às paredes cavitárias ou para remover excessos mais grosseiros das restaurações. São apresentados em várias formas e tamanhos, diversos graus de abrasividade e em diferentes materiais (carborundum e óxido de alumínio). Formas básicas de pedras montadas de carborundum e de óxido de Al. Além dessas formas, existem ainda os discos e as rodas para montar (diamantadas ou de carborundum), utilizados para diferentes finalidades e cujo uso requer um mandril. Instrumentos montados em mandril (M): disco diamantado plano (A) e convexo (B); roda diamantada (C); disco de lixa de papel (D). OBS: Ao contrário das brocas, as pontas diamantadas não apresentam uma numeração de acordo com a classificação da American Dental Association. Os fabricantes têm ignorado essa classificação e procuram criar sua própria numeração para as diferentes formas de pontas diamantadas, sendo necessário consultar o catálogo dos fabricantes para adquiri-las. Por outro lado, os fabricantes têm seguido a Norma ISO9 (International Organization for Standardization) 2157, de 1995, referente à padronização de denominação e tamanho das partes ativas de instrumentos cortantes rotatórios, e fazem constar de seus catálogos o número ISO, que define o maior diâmetro da parte ativa do instrumento em décimos de milímetros. Instrumentos abrasivos de revestimento Confeccionados com uma fina camada de abrasivo cimentado em base flexível. São representados pelos discos, têm uma camada fina de abrasivos cimentados em base flexível. São utilizados para dar refinamento ao preparo cavitário ou à restauração. Apresentam diferentes abrasividades, com granulação grossa, média e fina. Esses discos são encontrados em vários diâmetros, a saber; 1/2, 5/8, 3/4 e 7/8”, e com diferentes sistemas de encaixes nos mandris. Utilização dos instrumentos rotatórios A capacidade de corte e a penetrabilidade de uma ponta nos tecidos dentários é definida por uma conjunção de fatores, dentre os quais destacam-se: o diâmetro e o desenho da ponta, a velocidade de rotação e o torque. Pressão exercida e diâmetro da ponta A pressão exercida pelo contato entre uma ponta e uma superfície é inversamente proporcional à superfície de contato, ou seja, quanto maior o diâmetro/superfície da ponta em contato com a superfície dentária, menor a pressão exercida sobre os tecidos dentários e vice-versa. Dessa forma, uma ponta de grande diâmetro gera menor pressão sobre a superfície dentária e, portanto, tem menor penetrabilidade nos mesmos. Velocidade axial e periférica A velocidade que se desenvolve seguindo o eixo longitudinal do instrumento rotatório é denominada velocidade axial. Quando se efetua um trabalho mecânico, ou seja, perfuração, corte ou desgaste de um elemento dentário ou outro qualquer, a velocidade periférica do instrumento é mais importante que a velocidade linear de superfície do instrumento rotatório, que é mais elevada quanto maior for o diâmetro do instrumento. Assim, um disco diamantado de 20,0 mm de diâmetro girando a uma velocidade axial de 24.000 rpm terá uma velocidade periférica na extremidade cortante de 25 metros por segundo. Para que uma broca de 2,0 mm de diâmetro tenha a mesma velocidade periférica é necessária uma velocidade axial de 240.000 rpm. Torque Também denominado momento de torção, o torque representa a capacidade de o instrumento rotatório resistir à ação da pressão produzida pelo contato de superfície que está sendo submetido ao corte, sem que seu movimento seja interrompido. Nos motores convencionais, o torque é bastante elevado e podem ser exercidas cargas de até 1.000 g sem que o instrumento pare. Não é aconselhável exercer pressões elevadas, que possam gerar desenvolvimento de calor excessivo, o que causaria reações pulpares indesejáveis. Com as turbinas, o torque é bem menor e a força exercida sobre a broca deve ser de aproximadamente 60 g para possibilitar um corte efetivo da estrutura dental. Concentricidade É a simetria da ponta ativa da broca; a excentricidade, por outro lado, está relacionada com o intermediário e a haste da broca. Se esta apresentar excentricidade durante a utilização, o intermediário pode estar inclinado em relação ao eixo longitudinal da haste ou, ainda, a conexão da haste com a pinça das turbinas ou peça de mão e contra-ângulo pode estar ruim. Qualquer indício de desgaste nessas engrenagens ou pinças exige substituição, pois uma broca excêntrica tem menor efetividade de corte, desgasta irregularmente a estrutura dentária e promove maior efeito vibracional, com desconforto para o paciente. Calor friccional e refrigeração Grande parte da energia cinética da broca ou da pedra, em contato com o dente, se transforma em calor. Esse calor por atrito tem relação direta com a pressão de corte e a velocidade de rotação, dependendo também de tipo, tamanho, qualidade e tempo de uso do instrumento cortante. Quando o instrumento rotatório gira a mais de 4.000 rpm, ele deve ser refrigerado para se evitarem danos aos tecidos pulpares. A refrigeração mais adequada é o spray água-ar, que deve atuar diretamente sobre a parte ativa da ponta; os instrumentos odontológicos devem adaptar-se com diferentes fontes para permitir refrigeração adequada. Além de possibilitar a dissipação de calor friccional, a refrigeração atua como agente de limpeza, removendo os detritos acumulados durante a redução da estrutura dentária, propiciando maior efetividade de trabalho. Contaminação Durante a utilização de altas velocidades, partículas de restaurações antigas e fragmentos de estrutura dentária são deslocados vigorosamente da boca do paciente e podem atingir os olhos do profissional, provocando irritação. Isso pode ser evitado com o uso de óculos apropriados com lentes sem grau. Outro tipo de contaminação pode ocorrer, tendo em vista que, nos procedimentos de corte e desgaste, vapores de água da refrigeração combinam-se com a saliva e retornam ao meio ambiente em forma de aerossol. Como o profissional trabalha muito próximo da boca do paciente, ele pode aspirar microrganismos comuns presentes na saliva e outros não usuais se o paciente for portador de alguma moléstia infecciosa tal como hepatite, tuberculose, meningite etc. Pode-se evitar a contaminação, utilizando-se máscaras cirúrgicas que impedem a aspiração desses e funcionam como filtro. vapores : POSIÇÃO DE TRABALHO As posições de trabalho variam de acordo com o arco dentário e a região em que se trabalha. Para as cavidades de classes I e II, no hemiarco inferior esquerdo, o manequim deverá ser colocado de maneira que o plano oclusal dos dentes inferiores forme um ângulo de aproximadamente 45° em relação ao solo e ligeiramente inclinado para o lado direito. Em preparose restaurações de cavidades de classes I e II, no hemiarco inferior direito, o manequim deverá ser fixado com o plano oclusal dos dentes inferiores paralelo ao solo. O operador trabalhará na posição correspondente a 8 ou 9 horas, isto é, lateralmente ao manequim. Também nessa posição o operador trabalha com visão direta. Quando a bancada do laboratório não permitir esse posicionamento, ele é conseguido colocando-se o manequim lateralmente ao operador. Preensão dos instrumentos Além da preensão correta do instrumento, o profissional deverá lograr apoio em elementos dentários do mesmo arco, e o mais próximo possível do dente que está sendo tratado, para ter certeza de que o instrumento não deslizará bruscamente, o que poderá provocar lesões nos tecidos vizinhos. Fundamentalmente, existem duas formas de empunhar os instrumentos: Posição de escrita: posição de preensão dos instrumentos mais usada e versátil, pois com ela é possível exercer grande pressão ou atuar com extrema delicadeza, já que ela proporciona apoio dos dedos polegar, indicador e médio. Durante o trabalho na área superior, utiliza-se a posição de escrita invertida. A: Posição de escrita. B: Posição de escrita invertida. Posição digitopalmar: é usada quando for que a produzida com a necessária maior força do posição de escrita. A estabilidade é conseguida com alguma dificuldade, mas é uma posição muito útil, inclusive na remoção da estrutura dental debilitada. : Laser A palavra laser é formada pelas letras iniciais da locução light amplification by stimulated emission of radiation (amplificação da luz por emissão estimulada de radiação). Um cristal ou gás é excitado para emitir fótons luminosos, com um comprimento de onda específico, que são ampliados e filtrados para tornar um foco de luz coerente (de mesmo comprimento de onda), colimado (ondas eletromagnéticas paralelas) e monocromático (uma única cor). Os efeitos do laser dependem da intensidade da energia radiante emitida (joules/cm2), do modo e tempo de exposição e do tipo de substrato. A absorção da energia decorrente dos diferentes comprimentos de ondas varia em função do tipo de tecido, ou seja, duro ou mole. Os melhores resultados são obtidos quando o comprimento de onda do laser é próximo à banda de absorção do substrato. Altas densidades de energia e/ou tempos maiores podem produzir ação equivalente ao desgaste ou corte da superfície com instrumentos rotatórios. O laser pode ser operacionalizado com ondas contínuas ou pulsadas, sendo que comumente o controle da energia emitida pelo aparelho é estabelecido na forma de pulsos. Normalmente a média de pulsos, que pode ser selecionada pelo operador, situa-se entre 20 e 1.000 hertz ou ciclos por segundos, e a duração do pulso entre 1 e 50 microssegundos. As principais razões para a aplicação do laser em tecidos duros envolvem a esperança de reduzir a dor e desconforto do paciente, que estão presentes quando se usa o processo tradicional de corte da estrutura dental, com instrumentos rotatórios de alta e baixa rotação, possibilitando um tratamento mais conservador por meio de abordagem precisa de lesões incipientes e remoção seletiva de tecidos sadio/cariado. A literatura científica odontológica está repleta de estudos revelando a ampla faixa de utilização do laser, envolvendo tanto tecidos moles quanto tecidos duros, além da polimerização de resinas compostas e como coadjuvante em procedimentos clareadores. Em 1990, a FDA (Food and Drug Administration), órgão governamental dos EUA, aprovou o laser de neodímio:yttrium.aluminum.garnet (Nd:YAG) como opção viável para procedimentos odontológicos. Dessa forma, o pioneirismo dos clínicos envolvidos com a tecnologia do laser permitiu o uso do laser de neodímio:YAG na remoção de lesões cariosas incipientes em esmalte e dentina, sem nenhum dano ao tecido pulpar, e o condicionamento de superfície de esmalte, demonstrando ainda potencial para prevenir lesões em esmalte quando este for irradiado com a energia do laser Em 1997, a FDA aprovou o uso do laser de érbio:YAG em procedimentos em tecidos duros, tais como remoção de tecidos cariados e realização de preparos cavitários. O comprimento de onda desse tipo de laser é de 2,94 µm, sendo muito bem absorvido pela água e pela hidroxiapatita. Seu modo de atuação permite remover esmalte e dentina por ablação de forma muito rápida e sob refrigeração de spray de água, sendo menos traumático que a broca de alta rotação, e a lesão cariosa pode ser vaporizada sem dano ao tecido vizinho e sem que o calor afete a polpa, oferecendo para o paciente um conforto com a ausência de contato mecânico durante o tratamento e de ruído. Além disso, em alguns procedimentos, a anestesia não é necessária. Face aos riscos eminentes na utilização dos aparelhos de laser, a Academia Americana de Laser em Odontologia estabeleceu parâmetros gerais de segurança e que envolvem, entre outros, os seguintes cuidados: proteção dos olhos tanto da equipe de trabalho quanto do paciente; proteção dos tecidos-alvo e não alvo; ambiente de trabalho com avisos de advertência apropriados e com acesso de pessoas limitado durante utilização. Não obstante o desenvolvimento e as vantagens inerentes ao uso do sistema laser em Odontologia, os aparelhos disponíveis ainda têm alto custo. Sua aquisição só se justifica se o aparelho for usado de forma sistemática no consultório. Em termos de preparo cavitário, apresentam limitação para remover grandes quantidades de estrutura dental, esmalte e dentina; não permitem a definição de paredes cavitárias como se estabelece com instrumentos rotatórios, sendo, portanto, mais indicados para procedimentos restauradores com materiais adesivos. Sistemas ultrassônicos Um sistema alternativo para preparos cavitários envolve a instrumentação ultrassônica (vibração acima de 20.000 Hz), por meio de movimentos oscilatórios de pontas diamantadas com diferentes configurações, e cuja transmissão é estabelecida por uma peça de mão acoplada a uma terminação de ar comprimido, permitindo a obtenção de cavidades com geometria precisa e melhor acabamento, haja vista que as pontas estabelecem o desgaste da estrutura dentária com maior controle operacional, diferentemente dos instrumentos rotatórios. Em Odontologia, o diamante e sua forma de fixação nas pontas CVD (chemical vapor deposition) são diferentes das pontas diamantadas convencionais, pelo fato de ser um diamante obtido por deposição química, a partir da fase de vapor. É um processo complexo, no qual a formação do diamante ocorre diretamente sobre uma haste de molibdênio, utilizando gases como metano na presença de hidrogênio. Nesse processo, após algumas interações físico- químicas o diamante é formado como peça única sobre a haste metálica sem necessidade de métodos de aderência, o que garante maior durabilidade ao instrumento. Sistema de pontas de diamantes acopladas ao aparelho de ultrassom que funcionam por movimento vibratório. B. Diferenças estruturais e no tamanho de partículas entre uma ponta diamantada convencional de granulometria regular (esquerda) e uma ponta de diamante CVDentus® (direita). A ativação do instrumento cortante por ultrassom, de forma geral, pode proporcionar menor ruído, menor sensibilidade operatória e preparos cavitários mais conservadores. Além disso, a vibração, em vez de rotação da ponta ativa do instrumento, favorece sua utilização em contato com tecidos moles, produzindo mínima lesão a gengiva, língua ou lábios. Alguns cuidados devem ser estabelecidos na utilização do sistema ultrassônico, tais como: a pressão durante o preparo não deve ser exagerada, pois causaria o amortecimento da vibração sônica. Para melhorar a relação rendimento/pressão em um preparo cavitário deve ser empregado o acionamento total do pedal de controle de ar. Para acabamento de margens,acionamento reduzido e suficiente refrigeração de ar/água. Para facilitar o processo de esterilização em autoclave, as pontas vêm acondicionadas em caixa metálica própria. A: Ponta de diamante do sistema CVDentus® sendo utilizada subgengivalmente para o acabamento de faceta direta de resina composta. B: Imediatamente após o acabamento da superfície de resina em nível subgengival, pode-se observar que a ponta de diamante causou mínima lesão à gengiva, o que é demonstrado pela ausência de sangramento. Microscópio operatório Apesar da denominação de microscópio, o aparelho não permite a visualização dos objetos em nível microscópico, e sim com um aumento que pode variar de 3 a 20 vezes, permitindo refinamento da técnica operatória na qual a acuidade visual é melhorada por meio do uso de magnificação ótica. O uso de lupas é muito mais comum entre os profissionais, pois o custo é menor e elas são mais facilmente encontradas no mercado; a magnificação, porém, é limitada. As lupas comumente apresentam de 1 a 4 vezes de aumento e oferecem benefícios ergonômicos como maior distância entre o objeto e o operador, proporcionando uma postura mais ereta deste. Lupas com maior capacidade de aumento tornam-se pesadas e, em procedimentos mais demorados, podem incomodar o operador e provocar tremores no pescoço. O microscópio oferece ao clínico uma tríade: iluminação, magnificação e precisão. Iluminação e acuidade visual melhoradas, juntamente com mãos experientes, tornam os procedimentos clínicos mais precisos. Os refletores das cadeiras odontológicas apresentam em média 25.000 lux de potência, enquanto alguns microscópios chegam a mais de 80.000 lux de luz fria transmitida por fibra ótica. Para procedimentos restauradores que envolvem utilização da resina composta fotopolimerizável, essa potência de luz provoca a rápida polimerização do material resinoso. Dessa forma, alguns microscópios implementaram filtros de luz de cor laranja na saída da fonte de luz para evitar tal problema. Esse filtro deve ser utilizado somente no momento da aplicação de materiais fotopolimerizáveis. Aumentos exagerados proporcionados pelos microscópios, podem gerar dificuldades para se estabilizar o foco. Os dentes, objetos que devem ser visualizados em três dimensões, tendem a aparecer parcialmente fora de foco quando muito aumentados. Para evitar esse problema, é necessário que seja acoplada ao microscópio uma lente de grande profundidade de foco (p. ex., 200 mm). Vale ressaltar que os microscópios operatórios têm lupa com regulagem de magnificação e um sistema binocular. A visão paralela resultante evita a fadiga dos olhos, o que não ocorre com as lupas que oferecem visão convergente. OBS: Tanto a magnificação como a microfocalização podem ser reguladas manualmente ou acionadas por motor. Apesar de existirem campos esterilizáveis para proteção do aparelho, os microscópios utilizados em procedimentos cirúrgicos devem ser preferencialmente motorizados, para evitar que o cirurgião contamine o microscópio e as luvas durante o seu ajuste. Os microscópios utilizados em procedimentos que não envolvem procedimentos cirúrgicos, como por exemplo tratamentos endodônticos não cirúrgicos e dentística restauradora, podem ser manuais. Posições ergonômicas com o uso da lupa (A) e do microscópio operatório (B). DENTÍsTICA I – UFSM Isolamento absoluto O isolamento do campo operatório tem como principais finalidades: eliminar ou diminuir a umidade do meio bucal controlar a contaminação do preparo cavitário e do material restaurador. proporcionar mais conforto e segurança ao paciente. proteção do paciente e do profissional. visibilidade e acesso ao dente. De acordo com o material restaurador e suas limitações, o isolamento pode ser de dois tipos: absoluto ou com o dique de borracha (tradicional ou combinado). relativo ou com rolos de algodão (tradicional ou combinado). Dentística restauradora: Restaurações diretas, Preparos cavitário, Clareamento dental, Remoção de dentina cariada, Reparo ou troca de restaurações. Odontopediatria Endodontia Prótese. campo limpo e seco isolado de saliva, sangue e fluidos bucais visibilidade e acesso mais adequados prevenção de acidentes proteção para o profissional e para o paciente otimização do desempenho de materiais restauradores proteção e retração de tecidos moles qualidade de trabalho e ganho de tempo imobilização dos movimentos da língua e das bochechas redução de contaminação microbiana. tempo gasto pelo profissional (por inexperiência) desconforto para o paciente dificuldade de aplicação em alguns casos. avaliação estética do campo operatório dentes expulsivos, mal posicionados, semierupcionados ou amplamente destruídos alto custo e muito tempo gasto comparado ao isolamento relativo pacientes com limitações respiratórias (transitórias ou permanentes) ou mentais pacientes ansiosos perigo para pacientes alérgicos ao dique de borracha resistência por parte dos pacientes devido ao desconforto que o arco e o dique de borracha em posição causam. Materiais lençol ou dique de borracha pinça porta-grampo arco de Young ou porta-dique perfurador de lençol ou dique de borracha grampos A posição da pinça e a empunhadura variam de acordo com a área a ser isolada. Imagens ilustrativas da empunhadura com o grampo posicionado para colocação nos arcos superior (A) e inferior (B). Fio dental: facilita a inserção do lençol nos pontos de contato dos dentes, o teste dos contatos proximais e a confecção de amarrias Lubrificante hidrossolúvel (p. ex., anestésico tópico): dificulta o rompimento do lençol de borracha e facilita a inserção nos pontos de contato. Godiva de baixa fusão: imobiliza os grampos e aumenta a convexidade do dente, dificultando o movimento do dique de borracha. Lamparina: é usada para o derretimento da godiva Sugador de saliva: impede o escoamento de saliva Tesoura: corta amarrias e pedaços de lençol que estejam atrapalhando (p. ex., lençol próximo à narina do paciente, dificultando a respiração). Marcador permanente (caneta para CD/DVD): demarca pontos nos centros das cúspides dos dentes para perfuração pelo perfurador de Ainsworth. Instrumento rombo: fixa a amarria na cervical do dente e auxilia na invaginação do lençol para dentro do sulco Tiras de lixa: ajustam o ponto de contato. Seringa tipo Carpule/anestésico: caso necessário, anestesia a papila para colocação do dique de borracha. Borrachas ortodônticas: realizam a separação interdentária. Cianoacrilato (do tipo Super Bonder ® ): fixa o dique de borracha. Alicate: apanha materiais pequenos (cunhas e grampos). Cunhas de madeira: imobilizam ou ancoram o dique de borracha. GRAMPOS Função: manter e estabilizar o lençol de borracha no dente. 200 - 2005: molares 206 - 209: pré-molares 210 e 211: incisivos e caninos 212, 212 (L e R), W8A e 26 - grampos especiais:212 indicado para retração gengival; 26 é indicado para molares, em especial os inferiores com pouca retenção, e para as técnicas de colocação que empregam grampos sem projeções laterais. Protocolo clínico PREPAROS PRÉVIOS NO PACIENTE verificação de bordos cortantes passando fio dental nos espaços interproximais. se necessário, ajuste dos pontos de contato proximais com tiras de lixa. remoção de resíduos. teste do grampo: com uso de amarrias, uma vez que o paciente pode acidentalmente ingerir ou aspirar o grampo durante o procedimento. Preparo do lençol previamente à marcação, estica-se o lençol ou dique de borracha ao máximo de seu tensionamento, minimizando a tensão posteriormente sobre o grampo. o lençol deve ser divido com régua e caneta em 4 quadrantes e em seguida montado no arco de Young. demarcação dos dentes a serem incluídos no IA. Essa demarcação deve ser realizada no centro da superfície oclusal ou incisal do dente. perfuração do lençol de borracha com o perfurador de Ainsworth. Técnicas de isolamento Técnica conjunta grampo montado no lençol. 1. Seleciona o grampo. 2. Verifica se o grampo foi amarrado com o fio dental. 3. O grampo com asas deve ser montado no lençol. 4. o conjunto é levado em posição. 5. desloca-se o lençol que esta sobre as asas e verifica- se se o lençol está totalmente abaixo do grampo. 6. abertura do grampo para relaxamento do lençol. 7. estabilização da extremidade mesial com stop de borracha. 8. “vestir” os demais dentes com a ponta dos dedos e fio dental (acomoda o lençol de borracha intrasulcularmente, ocorrendo invaginação do lençol). Isolamento absoluto do tipo combinado com utilização de dois grampos e fios dentais circundando cada cervical dos dentes (amarrias). É indicado para procedimentos de microabrasão e clareamento dental. Isolamento absoluto do tipo combinado com dois grampos e a união de todas as perfurações presentes no dique de borracha para facilitar a visualização dos dentes e do periodonto. Isolamento absoluto do tipo modificado com dois grampos e cianoacrilato. deve-se incluir o maior número de dentes possível no isolamento. em dentes posteriores, isola-se pelo menos um dente posicionado distalmente àquele que será tratado e leva- se o isolamento até o canino do quadrante oposto, com exceção do tratamento endodôntico (só é isolado o dente que receberá o tratamento). em dentes anteriores, isola-se de canino a canino ou de pré-molar a pré-molar quando o dente a ser restaurado é o canino. TÉCNICA GRAMPO ANTES DO LENÇOL grampo tem que ser sem asa. com os dedos, estica-se o lençol na altura do orifício referente ao grampo e o relaxamento do lençol. “vestir” os outros dentes. Stop de borracha. utiliza-se apenas 1 perfuração no lençol e envolve-se apenas 1 dente. Técnica lençol antes do grampo o lençol é levado em posição pelo auxiliar e o operador instala o grampo. grampo retrator gengival 212. o lençol é posicionado e o grampo instalado – modificação dos mordentes. o fio deve passar por baixo da mola para ser eficiente na acomodação do lençol na proximal. Remoção do lençol A etapa inicial da retirada do dique consiste no estiramento da borracha do lado vestibular e no seccionamento das porções interdentais, com a tesoura. O grampo é removido, a seguir o porta dique e a borracha. Após a remoção do conjunto, deve-se passar o fio dental por todos os contatos, a fim de se eliminar qualquer pedaço de borracha remanescente. Uma massagem deve ser feita na gengiva, com a ponta dos dedos, para reativar a circulação, principalmente na área que recebeu o grampo. Isolamento relativo É um mecanismo utilizado para procedimentos que visem à ausência de contaminação ou saliva, um tipo de isolamento parcial de determinada região da boca. Para a utilização do isolamento relativo, é necessário que o operador tenha conhecimento das direções do fluxo salivar proveniente das glândulas parótidas, sublingual e submandibular. Materiais restauradores que tenham o mínimo de tolerância à umidade podem ser contemplados com esse procedimento. para conter o fluxo salivar da glândula parótida, os roletes de algodão devem ser colocados no fórnice (fundo de sulco), sobre a papila parotídea o fluxo salivar das glândulas sublingual e submandibular deve ser contido, colocando-se os roletes de algodão sobre o assoalho bucal do paciente (próximo à carúncula sublingual) impossibilidade de realização de isolamento absoluto dentes anteriores (confecção de facetas) lesões cervicais procedimentos rápidos (exame clínico). procedimento rápido baixo custo fácil confecção eficiente quando bem utilizado. necessita da colaboração do paciente não oferece proteção ao profissional e ao paciente. paciente com muito fluxo salivar intolerância ao algodão procedimentos que exijam ausência total de umidade. São instrumentos metálicos ou de poliéster, na forma de tiras ou formatos especiais, que são utilizados para substituir uma ou mais paredes laterais faltantes em um preparo cavitário. São utilizadas para dar contorno às restaurações que envolvem faces proximais, sendo disponibilizadas em diferentes formatos e tamanhos. De acordo com a técnica empregada, as matrizes podem ser plásticas ou metálicas: matrizes plásticas: conhecidas como matrizes de poliéster, são mais utilizadas em dentes anteriores, tanto para proteção dos dentes adjacentes durante os procedimentos adesivos, como para auxiliar na inserção dos compósitos. matrizes metálicas: são em geral mais finas e rígidas, além de serem passíveis de brunimento, o que as torna mais indicadas para restaurações posteriores. Elas podem ser empregadas isoladamente (matrizes parciais/individuais) ou em associação a um porta-matriz (matrizes universais). Em determinadas situações, a utilização de um porta- matriz não é necessária. Nas restaurações de amálgama, o material é condensado com pressão e o porta-matriz é importante, na maior parte dos casos, para assegurar a adaptação da matriz, de modo a minimizar a ocorrência de excessos marginais. Nas restaurações de resina composta, não se tem esse problema, uma vez que o material é simplesmente adaptado ao preparo, sem pressão exagerada. Assim, uma alternativa interessante ao empregar compósitos em restaurações Classe II é o uso de sistemas de matrizes parciais biconvexas (e.g., sistema Palodent e similares). Esses sistemas são compostos por uma matriz metálica parcial pré-contornada e um anel metálico especial, que prende a matriz em posição, ao mesmo tempo em que promove leve afastamento dental - medidas que facilitam a obtenção de contorno e ponto de contato adequados. Finalmente, um tipo alternativo de matriz, especialmente útil para proteção dos dentes vizinhos durante as etapas adesivas, é a fita de politetrafluoretileno, comumente conhecida como fita “veda-rosca”. São dispositivo que tem a função de apreender a matriz, facilitando sua adaptação ao dente. O mais comum destes é o porta-matriz de Tofflemire, eventualmente utilizado em restaurações Classe II confeccionadas com compósitos ou, especialmente, amálgama. Matrizes individuais mais comumente utilizadas: - Matriz Soldada ou Rebitadas. - Matriz Montada. - Matriz Parcial (Sweeney). - Matriz em “T”. - Matriz em “S”. Porta-matrizes individuais mais comumente utilizadas: - Porta matriz de Tofflemire. - Sistema unimatrix. - Porta Matriz Circular (Ivory). - Porta Matriz de Tork. - Porta Matriz Apex (e Siquevland). Embora seja possível utilizar o porta-matriz de Tofflemire com matrizes retas, comercializadas em pequenos rolos, é preferível empregar matrizes especiais, com formato de “bumerangue”. Esse desenho favorece a constrição da matriz na região cervical do dente e facilita a confecção de restaurações bem-adaptadas e com contorno correto. Uma variação do conceito de Tofflemire é o sistema Omni-Matrix, que oferece o conjunto porta-matriz/matriz em um dispositivo único e descartável. São pequenos dispositivos, geralmente feitos de madeira, que são inseridos na região interproximal, a fim de promover ligeiro afastamento dental e/oumelhorar a adaptação da matriz às margens da cavidade. Graças ao leve afastamento que promovem, as cunhas compensam a espessura da matriz e auxiliam na obtenção de bons contatos proximais, além de proteger o lençol de borracha e/ou o tecido gengival, durante os procedimentos de preparo da caixa proximal. As cunhas de madeira são disponibilizadas em tamanhos variados, porém, em alguns casos, precisam ser adaptadas manualmente para exercer a plenitude de suas funções. Para facilitar a preensão e inserção das cunhas, é interessante utilizar uma pinça especial ou, alternativamente, uma pinça hemostática. Embora menos populares, também existem cunhas plásticas e de borracha. Ca Funções da cunha: - estabilizar a matriz. - evitar excessos de material restaurador (cervical). - promover afastamento dental. Dentística I - ufsm A nomenclatura das cavidades é um conjunto de termos utilizados para formalizar e padronizar as estruturas que compõem uma cavidade. A classificação das cavidades visa organizar (catalogar) as cavidades de acordo com a localização da lesão de cárie. Black propôs dois tipos de classificação: uma etiológica baseada nas áreas dos dentes suscetíveis à cárie, ou seja, regiões de difícil higienização, divididas conforme a localização anatômica: cavidades de cicatrículas e fissuras; cavidades de superfícies lisas e, outra, artificial, na qual reuniu cavidades em classes que requerem a mesma técnica de instrumentação e restauração. Dentes anteriores (A) e posteriores (B) evidenciando suas faces vestibular (roxo), lingual/palatal (verde), mesial (laranja), distal (azul), oclusal (vermelho), incisal (amarelo). Localização e extensão da cavidade. Leva em consideração a área do dente envolvida. É a maneira prática e clara com que os profissionais se referem às lesões de cárie e cavidades. Cavidades de cicatrículas e fissuras Cavidades de superfícies lisas destruição do esmalte ou dentina. preparo cavitário: a execução dos procedimentos restauradores, na maioria dos casos, é precedida pelo preparo de cavidades, de forma a remover o tecido cariado e/ou conferir características compatíveis com o material restaurador selecionado. De acordo com o número de faces envolvidas Simples: uma face envolvida. Composta: duas faces envolvidas. Complexa: três ou mais faces envolvidas. De acordo com as faces envolvidas Simples: ex: oclusal (O). Composta: ex: ocluso-distal (OD). Complexa: ex: mésio-ocluso-distal (MOD); mésio-ocluso- disto-vestibular (MODV). De acordo com a extensão da cavidade sem envolver cúspide. são cavidades confinadas no interior da estrutura dentária, como se fosse uma caixa aberta superiormente (sem tampa). exemplos: cavidade de classe I oclusal, classe V vestibular, classe II composta MO ou DO, e complexas MOD, sem redução cuspídea ex: inlays. envolve uma ou mais cúspide. Ex: onlays. envolve todas as cúspides. Ex: coroa total, overlay. Os termos em inglês inlay (incrustação ou restauração intracoronária), onlay (cobertura ou proteção parcial de cúspides) e overlay (cobertura total das cúspides) são frequentemente empregados para definir cavidades ou restaurações indiretas, de diferentes tamanhos, independentemente do material restaurador (liga metálica, cerâmica ou resina de laboratório). Elaborada a partir da técnica de instrumentação e restauração requeridas. Classe i São aquelas que envolvem regiões de má coalescência de esmalte (sulcos, cicatrículas e fissuras). Face oclusal de M e PM 2/3 oclusais V de molares Face palatina de incisivos superiores e molares superiores. Classe iI Faces proximais de molares e pré-molares. Classe iIi Faces proximais de incisivos e caninos sem remoção do ângulo incisal. Classe iv Faces proximais de incisvos e canino com envolvimento do ângulo incisal. Classe V 1/3 cervical (V e L) de todos os dentes. podem ser de dois tipos – típicas ou atípicas. O primeiro tipo encontra-se dentro do terço médio cervical, e o segundo envolve também os terços proximais. Observação. As classes II, III, IV e V ocorrem em superfícies lisas. Cavidade Classe i (“de ponto”) sockwell Sockwell considera ainda como cavidades de classe I aquelas preparadas em cicatrículas e fissuras incipientes (de ponto), na face vestibular dos dentes anteriores. paredes ou paredes laterais, são as paredes que definem o contorno da cavidade e recebem o nome da face do dente a que correspondem ou da qual estão mais próximas. correspondem às paredes internas, ou seja, ao assoalho da cavidade. essa parede nunca alcança a superfície e é nomeada de acordo com a posição em relação ao eixo longitudinal do dente. Axial: quando for paralela ao longo eixo do dente. Pulpar: quando for perpendicular ao longo eixo do dente. A: axial. B: pulpar Ângulos são formados pela união de duas paredes de uma cavidade e denominados combinando-se os respectivos nomes. 1º grupo: formado pela junção das paredes circundantes. 2º grupo: formados pela união de uma parede circundante com uma parede de fundo da cavidade. 3º grupo: formados pela união das paredes de fundo da cavidade. são formados pela união de três paredes e denominados segundo às respectivas combinações de paredes envolvidas. Uma exceção às regras de nomenclatura dos ângulos diedros e triedros é encontrada nas cavidades de classe III, nas quais a junção das paredes constituintes forma ângulos diedros e triedros incisais, não recebendo, portanto, a denominação das paredes que os formam ângulo formado pela junção das paredes da cavidade com a superfície externa do dente. também é chamado de margem ou interface, pois é considerado o limite da superfície externa com a borda da restauração (interface dente/restauração). Profundidade. Relacionada com as paredes de fundo. Extensão. Relacionada com as paredes circundantes. Preparo cavitário Idealizou uma seqüência lógica de procedimentos para realização de preparos cavitários. À luz dos conhecimentos da época, as lesões eram a doença e não apenas um sinal desta; a única maneira de curar o paciente, portanto, era remover as lesões, por meio do preparo e subsequente restauração da cavidade. Esse fato, associado à observação de que os locais mais frequentemente atingidos eram as regiões de cicatrículas e fissuras, fez com que Black propusesse o conceito de extensão para prevenção — as margens das cavidades sempre devem ser estendidas ao longo de todo o sistema de cicatrículas e fissuras do dente, de forma a serem posicionadas em regiões de esmalte liso, prevenindo a recorrência de cárie. As cavidades eram delineadas com base na anatomia dos dentes e não, necessariamente, nas características da lesão cariosa e nas necessidades do paciente. : As cavidades atuais devem ser preparadas com base em dois preceitos básicos: máxima conservação de estrutura dental sadia e bom senso. Cada lesão e cada dente apresentam características únicas e devem, portanto, ser tratados de forma individualizada. Restaurações e periodonto No que diz respeito à interação das restaurações com o periodonto, a região mais importante é a porção dental entre a crista óssea e a margem cervical da restauração. É nessa região que se inserem os componentes biológicos responsáveis pela manutenção da homeostasia periodontal. O conjunto desses componentes — inserção conjuntiva, epitélio juncional e sulco gengival — compõeas distâncias biológicas, definidas como a altura de tecido gengival inserido ao dente coronalmente à crista óssea alveolar. As medidas de cada um dos componentes das distâncias biológicas foram determinadas com base em estudos histológicos, sulco gengival (0,69 mm), epitélio juncional (0,97 mm) e inserção conjuntiva (1,07 mm). Esses valores são determinados biologicamente, podendo variar de indivíduo para indivíduo, de dente para dente e de face para face em um mesmo dente. O conjunto formado pela inserção conjuntiva e pelo epitélio juncional também pode ser denominado espaço biológico. A adesão dessas estruturas ao tecido dental — por meio de fibras dentogengivais na inserção conjuntiva e hemidesmossomos no epitélio juncional — resulta em um selamento biológico ao redor do colo do dente, permitindo que o hospedeiro mantenha saúde periodontal frente à ininterrupta agressão bacteriana. O sulco gengival, por outro lado, não apresenta qualquer união à superfície dental e, por essa razão, pode ser violado durante os procedimentos restauradores, sem prejuízo à homeostasia periodontal. Visto que sua extensão média é de apenas 0,69 mm, indica-se que, quando necessário, os preparos sejam estendidos no máximo 0,5 mm no interior do sulco. Com isso, a margem fica restrita à região intrassulcular, sem comprometer o selamento biológico. Entretanto, quando o espaço biológico é invadido e, consequentemente, a união dento-gengival é violada, seja por processos patológicos (e.g., lesões de cárie), traumáticos (e.g., fraturas) ou iatrogênicos (e.g., posicionamento indevido das margens do preparo), há um rompimento do selamento biológico, permitindo que as bactérias e seus produtos alcancem o tecido conjuntivo subjacente, podendo resultar em inflamação Uma vez que as distâncias biológicas, são determinadas biologicamente, a partir do momento em que o espaço biológico é viololado, o próprio organismo se encarrega de promover reabsoção da crista óssea para permitir a migração apical de seus componentes. Evidentemente, a resposta tecidual frente às agressões é diferente para cada individuo, porém normalmente ela se expressa através de recessão gengival ou formação de bolsa periodontal. A recessão é mais comum em regiões em que a tábua óssea alveolar é fina e afilada, enquanto a bolsa costuma se formar em regiões de tecido ósseo denso e gengiva espessa. Objetivo do preparo em Restaurações diretas com compósitos Ao restaurar lesões não cariosas do tipo Classe V, por exemplo, nas quais a perda de estrutura é decorrente de processos de abrasão, corrosão, atrição ou abfração, não há necessidade de remover estrutura dental previamente à execução das etapas adesivas e à inserção dos compósitos. Os processos adesivos permitem a aplicação direta dos compósitos à superfície do dente. É possível devolver a função e a beleza originais por meio de compósitos, sem qualquer tipo de preparo cavitário previamente aos procedimentos adesivos. Em alguns casos, a busca pela excelência estética também pode justificar algum tipo de preparo cavitário (e.x: remoção de estrutura dental escurecida ou manchada), porém deve ser o mais conservador possível. Geralmente é necessário o preparo da cavidade previamente à inserção dos materiais restauradores. Deve ficar claro que, nesses casos, o procedimento visa apenas atender ao objetivo biológico do preparo — remover o tecido cariado — sem a necessidade de remoção de estrutura sadia, porém fragilizada, como o esmalte sem suporte dentinário, uma vez que os materiais adesivos atuam como elementos de reforço. Em lesões exclusivamente proximais, é possível e recomendável a obtenção de acesso direto, por meio do afastamento mediato com tiras ou anéis de borrachas, a fim de preservar a estrutura hígida das faces V e P. Em lesões cervicais tipo Classe V, o acesso às margens pode, muitas vezes, ser melhorado por meio do afastamento , com fios ou grampos retratores. Existem situações, entretanto, em que só se consegue acesso ao tecido cariado após a remoção de determinada quantidade de estrutura dental hígida, como em lesões oclusais do tipo “carie oculta” e em lesões oclusoproximais nas quais as cristas marginais ainda não foram totalmente envolvidas pelo processo carioso, porém encontram-se comprometidas estruturalmente, precisando ser removidas. : Sequencia de procedimentos para realização de preparos cavitários 1. Abertura; 2. Forma de contorno; 3. Remoção da dentina cariada remanescente; 4. Forma de resistência; 5. Forma de retenção; 6. Forma de conveniência; 7. Acabamento da cavidade; 8. Limpeza da cavidade. Abertura Remoção de esmalte sem apoio dentinário, com a finalidade de expor o processo patológico. Forma de contorno Consiste na definição da superfície do dente a ser incluída no preparo. Deve ser a visualização do contorno que está abrangendo a lesão e onde será incluído o preparo cavitário. A localização do ângulo cavossuperficial deve apresentar-se em área com correto acabamento das bordas da restauração e com resistência à lesão, evitando a zona de contato oclusal. Essa remoção deve ser feita em alta rotação, com as brocas 329, 330 ou 245. A forma de contorno está interligada à extensão do processo carioso a determinação da forma de contorno ocorre por meio da remoção de esmalte sem suporte dentinário, ou seja, estendendo-se até o contato de um tecido sadio. o ângulo cavossuperficial do preparo deve localizar-se em área de relativa resistência à cárie e que possibilite correto acabamento das bordas da restauração. avaliação do risco de cárie do paciente. extensão da cárie maior que a propagação. propagação: dois cones superpostos, ápice contra base, na junção amelodentinária deve ser totalmente incluída no delineamento do contorno. o esmalte remanescente deve estar idealmente suportado por dentina sã. extensão da cárie: se propaga como dois cones superpostos pelas bases, na junção amelodentinária a forma de contorno deve englobar tanto a extensão superficial da cárie como a sua propagação ao longo dessa junção as estruturas de reforço dos dentes, como cristas marginais, pontes de esmalte, arestas e vertentes de cúspide, devem ser preservadas durante o preparo da cavidade, a menos que tenham sido envolvidas pela cárie. quando duas cavidades distintas se encontram separadas por uma estrutura sadia de menos de 1 mm, elas devem ser unidas em uma única cavidade, a fim de eliminar essa estrutura dentária enfraquecida. Em caso contrário, essa estrutura deverá ser mantida, preparando-se duas cavidades distintas. Formas de contorno externo (A) e interno (B e C). Formas de contorno em 1o pré-molar inferior e 1o molar superior, com pontes de esmalte não atingidas pela cárie e, portanto, não englobadas pelo contorno cavitário (A, B, D e E). Quando as pontes de esmalte estiverem socavadas pela cárie ou ficarem com uma espessura menor do que 1,0 mm, após a remoção da lesão cariosa, elas devem ser envolvidas no preparo cavitário (C e F). Caso essas estruturas sejam mantidas, devem ser preparadas duas cavidades distintas. Do ponto de vista clínico, a extensão ideal da parede gengival dos preparos cavitários seria aquela que pudesse ser determinada o mais distante possível do tecido gengival. Essa condição facilitaria todos os procedimentos operatórios, como acabamento de margem, isolamento do campo operatório, adaptação da matriz, remoção de possíveis excessos, moldagens etc. Todavia, essa situação ideal não é alcançada em todos os casos, uma vez que a extensão no sentido gengival é governada por uma série de fatores, como: CÁRIES E OUTROS TIPOS DE LESÕES: em cavidades proximais, originadas de cáries incipientes, a localização da parede gengival estará correta quando, após a remoção de todo tecido cariadoe a realização da extensão para gengival, houver uma separação da superfície proximal do dente vizinho de aproximadamente 0,2 a 0,5 mm para amálgama e de 0,5 e 1,0 mm para restaurações indiretas. dependendo da situação clínica, a separação da parede gengival com o dente vizinho pode ser conseguida com a planificação dos prismas de esmalte pela ação de recortadores de margem gengival. a separação entre os dentes na área cervical restabelece a distância biológica horizontal a fim de acomodar a papila interdentária, evitando que os segmentos cervicais das restaurações contíguas a comprimam e restabelecendo o espaço interdentário cervical para a higienização, e facilitar o acabamento interproximal das restaurações. em cavidades cariosas extensas ou em casos de lesões cervicais secundárias ou reincidentes, ou mesmo em restaurações defeituosas, a localização da margem gengival dependerá da remoção total do tecido cariado ou do material restaurador. Nos pacientes jovens, o término cervical em geral localiza-se subgengivalmente, pois a papila gengival preenche quase todo o espaço interproximal; nos pacientes adultos, a parede gengival pode, em determinada faixa etária, localizar-se ao nível ou ligeiramente abaixo da gengiva marginal livre, porque já ocorreu recessão fisiológica desta; nos pacientes idosos, nos quais a recessão é mais pronunciada, a parede gengival pode e deve localizar-se aquém da gengiva marginal livre. Outros fatores ainda devem ser considerados: posição e saúde da área do col, da papila interdentária e da crista alveolar, relação entre a crista óssea alveolar e o limite gengival da lesão cariosa (espaço ou distância biológica), que deve ser de 1,9 a 3,8 mm. Nos casos em que apenas a área do col (área não queratinizada, compreendida entre os picos vestibular e lingual da papila interdentária) encontra-se ulcerada é indicada sua remoção cirúrgica por meio da cunha interproximal. Com essa conduta o tecido mole inflamado é removido e os picos vestibular e lingual são aproximados de maneira que a área do col, originariamente côncava, seja transformada em área convexa no sentido vestibulolingual e, ao mesmo tempo, seja recoberta por epitélio queratinizado. Quando a propagação da cárie compromete a distância biológica, vertical e horizontal, além da remoção da área inflamada do col, é necessário recuperar esses espaços perdidos por meio da osteotomia e/ou osteoplastia ou pela tração do dente. ESTÉTICA: A estética, principalmente na região anterossuperior da boca, é importante e muitas vezes determina a localização subgengival do limite cervical das restaurações diretas, como facetas de resina composta, e indiretas, como facetas cerâmicas e coroas. Nesses casos, o limite cervical dos preparos deverá ser localizado subgengivalmente, cerca de 0,25 mm a 0,5 mm, a fim de serem obtidos melhores resultados estéticos com o mínimo de problemas gengivais. RETENÇÃO Coroas clínicas curtas, pouca estrutura dentária remanescente ou cavidade com paredes axiais sem altura satisfatória, que impossibilitam a retenção friccional da restauração, algumas vezes determinam a extensão subgengival do limite cervical das restaurações indiretas. Nesses casos, este ultrapassa os limites da lesão cariosa, determinando o término cervical da restauração subgengivalmente. Quando a cárie for incipiente, após a sua remoção as terminações vestibular e lingual da cavidade devem ser estendidas em direção às respectivas faces, até que fiquem livres de contato com o dente vizinho. De acordo com esse princípio, muitas vezes cáries com diferentes amplitudes e diferentes relações de contato com o dente adjacente determinam uma cavidade com extensão semelhante. Em alguns casos, a ausência de um dente ou a má posição dentária condicionam uma relação de contato anormal, o que exige extensões atípicas de paredes proximais. Restaurações com contornos atípicos em consequência da relação de contato anormal entre os dentes, ocasionada pela anomalia de posição do 1o pré-molar superior. Remoção de dentina cariada cárie incipiente: a remoção da dentina cariada é feita junto com as outras fases do preparo. cárie extensa e profunda: 1º remoção de tecido cariado, ou seja, antes da delimitação da forma de contorno. remoção com brocas ou fresas em baixa rotação e colheres de dentina ou curetas. detector de cárie: fucsina básica 0,5% em propileno glicol; se permanecer cárie após as fases prévias, somente a porção cariada deve ser removida, o que ocasionará uma depressão no assoalho cavitário. Essa depressão deverá ser preenchida com uma base protetora adequada até atingir o nível da parede de fundo, possibilitando distribuição uniforme das forças que incidem sobre a restauração.. Área de dentina profunda afetada: é a dentina desmineralizada, mas não infectada, sem presença de microrganismos; essa dentina pode ser preservada e protegida no ato operatório. Área da dentina infectada: é a dentina mais superficial e significativamente invadida por microrganismos e que deve ser removida. Forma de resistência: “Baseada em princípios biomecânicos para que tanto o dente quanto o material restaurador resistam aos esforços mastigatórios e alterações volumétricas.” parede gengival perpendicular ao longo eixo do dente e paralela à pulpar permitem melhor distribuição dos esforços mastigatórios. ângulo áxio-pulpar arredondado para diminuir a concentração de esforços capazes de provocar a fratura do material restaurador, como por exemplo o caso de amálgama em cavidade de classe II. Preparo cavitário com paredes circundantes paralelas entre si e perpendiculares à parede pulpar. B. Preparo cavitário com paredes convergentes, que proporcionam bordas adequadas para o material restaurador (amálgama). Istmo: 1/3 da distância intercuspídea. É necessário que a abertura vestibulolingual não seja superior a 1/3 do volume da coroa do dente. Classe II: curva reversa de Hollemback na parede V. Preparo cavitário típico de classe II para restauração metálica fundida, cujas paredes vestibular e lingual das caixas proximais encontram a superfície externa do dente em ângulo agudo. B. Para amálgama a cavidade apresenta a curva reversa de Hollenback, principalmente na região vestibular, a fim de formar ângulo reto com a superfície externa do dente. Paredes V e L convergentes para oclusal. (formato da broca 330 já promove essa convergência). Ângulos internos arredondados: O paralelismo das paredes circundantes e a perpendicularidade à parede pulpar; os ângulos triedros ou diedros serem vivos; o ângulo cavossuperficial ideal ser de 70° a 90°; a perpendicularidade da parede pulpar em relação ao longo eixo do dente, como também o paralelismo dessa parede em relação à parede gengival; a remoção do esmalte sem suporte; e o ângulo axiopulpar arredondado, possibilitando melhor distribuição de forças ao longo do eixo. Materiais frágeis nas bordas, como o amálgama, exigem restaurações mais espessas, que não permitem acabamento marginal em forma de bisel, e sim paredes terminando em ângulo reto com a superfície externa do dente. As restaurações de resina composta oferecem a possibilidade de proteção às estruturas remanescentes e resistência às forças mastigatórias, sem a necessidade de uma espessura mínima de material. Istmo: 1/4 da distância intercuspídea. Desse modo, conclui-se que a forma de resistência é diretamente proporcional ao material restaurador, ou seja, devem ser seguidos princípios relacionados com a estrutura dentária e o material restaurador para que não ocorram fraturas nas paredes cavitárias, como também na restauração. Forma de retenção Apresenta como finalidade evitar o deslocamento da restauração. dada através do atrito do material restaurador com as paredescavitárias. Dependente:: das paredes laterais do atrito entre parede cavitária e material restaurado; da técnica de condensação.. confecção de sulcos proximais, canaletas, cauda de andorinha, inclinações das paredes vestibular e lingual da caixa proximal, pinos, amálgama pin e dupla inclinação da parede cervical). pelo condicionamento ácido do esmalte e da dentina para resinas restauradoras. Caso a cavidade seja mais profunda do que larga ou com a mesma proporcionalidade, não é necessária a confecção de retenções. A. Cavidade com paredes paralelas com profundidade maior do que a largura. B. Cavidade com retenções na base de cúspides. C. Cavidade com paredes convergentes para oclusal. As cavidades A e C são consideradas autorretentivas. No caso de amálgama, se a abertura vestibulolingual for maior que a profundidade, deverão ser providenciadas retenções mecânicas adicionais internas determinadas em dentina, na base das cúspides ou, como recomenda Markley,6 devem ser preparadas as paredes vestibular e lingual convergentes para oclusal, tornando a cavidade autorretentiva. FORMA DE CONVENIÊNCIA Procedimento operatório que se dá ao preparo cavitário de modo que fique o mais conveniente possível para se trabalhar na cavidade. Como exemplo desse processo, há o isolamento absoluto ou afastamento no acesso a uma cavidade proximal (no passado, seria o acesso por oclusal. Hoje, com a filosofia de preservação do tecido sadio, utiliza-se o acesso por proximal). Forma de conveniência: acesso oclusal (A) e acesso à lesão proximal sem comprometer a crista marginal (B). Primeiro Pré-Molar inferior -parede pulpar paralela ao plano intercuspídeo. Acabamento da cavidADE Tem como finalidade a remoção de irregularidades, removendo prismas de esmalte sem suporte dentinário (friáveis e fragilizados). Pode ser realizado com instrumentos cortantes manuais, ou com instrumento rotatórios. Limpeza da cavidade Tem como finalidade a remoção de detritos deixados durante o preparo cavitário, além de: alcalinizar o meio cavitário e estimular a formação de dentina reparadora. A cavidade deve apresentar-se limpa e seca antes da restauração, e deve ser removido tudo que puder V L permanecer no ato operatório (raspas de dentina, bactérias e fragmentos deixados durante a instrumentação). A limpeza da cavidade pode ser feita com agentes classificados como e não desmineralizantes. ácido fosfórico 37%, ácido cítrico 50%, ácido etilenodiaminotetracético [EDTA] 15%, ácido poliacrílico 15%). Germicidas: clorexidina, água oxigenada; Detersivos: detergentes: tergentol e tergensol; Alcalinizantes: produtos à base de HC. Os detritos (ou smear layer) deixados sobre a superfície do preparo podem obliterar os canalículos dentinários recém-cortados e interferir na adaptação do material restaurador às paredes cavitárias. Acesso à lesão em diferentes tipos de cavidades Classe I nas regiões de cicatrículas e fissuras, presentes nas faces livres - sempre permitem acesso direto. podem apresentar-se francamente cavitadas (geralmente, já se tem acesso à dentina cariada) ou minimamente cavitadas (situação em que faz-se necessária, inicialmente, a obtenção de acesso). Carie oculta: em um primeiro momento, executa-se o acesso ao tecido cariado, com uma broca ou ponta diamantada pequena, em alta rotação. A seguir, remove-se a dentina cariada e amolecida, por meio de curetas ou brocas esféricas lisas, em baixa rotação. O preparo concluído apresenta dimensões maiores do que o acesso inicial sugeria, porém essa discrepância nada tem a ver com a remoção de estrutura considerada fragilizada (prática não recomendada em preparos adesivos) mas sim com a necessidade de prover acesso suficiente para a completa instrumentação da cavidade. Classe II são, geralmente, mais desafiadoras quanto à promoção de acesso adequado à lesão. O ideal é o acesso direto (estritamente próximal) uma vez que minimiza o desgaste de estrutura sadia. a condição essencial para o acesso direto à face proximal é a presença de espaço entre a superfície da lesão e o dente adjacente. Esse espaço pode ser obtido com borrachas para afastamento, instaladas 24 a 48 horas antes da sessão de preparo e restauração, ou através do preparo do dente adjacente, quando este apresenta uma lesão cariosa ou uma restauração deficiente. Na impossibilidade de executar o acesso direto, deve-se priorizar formas de acesso alternativas, que permitam a máxima conservação da crista marginal (importante estrutura de reforço dental). Preparo tipo slot horizontal: no qual o acesso é feito via face vestibular/lingual/palatal. Alternativamente, é possível executar acessos tipo slot vertical ou túnel::ambos iniciados pela face oclusal. O acesso oclusal convencional com envolvimento completo da crista marginal. Classe III em virtude de sua localização na região anterior apresentam inegável importância estética. dificuldade: mascarar a transição do dente para o material restaurador. Por essa razão, as lesões tipo Classe III devem, sempre que possível, ser acessadas sem envolver a face vestibular. o ideal é que se execute um acesso direto estritamente proximal. benefícios estéticos e mais conservador. uma vez que, na maioria dos casos, não há espaço entre a superfície cavitada e o dente adjacente, a primeira etapa para a execução de um preparo estritamente proximal é a obtenção de espaço, seja por meio do afastamento mediato com tiras de borracha, instaladas 24 a 48 horas antes da sessão de preparo e restauração ou por meio da remoção de uma restauração deficiente presente no dente adjacente. nas situações em que a lesão ainda se encontra restrita à face proximal (sem envolver a face vestibular ou palatal/lingual) porém não é possível ou viável a obtenção do acesso direto estritamente proximal, deve-avaliar a localização da lesão, se: a mesma está posicionada levemente para vestibular ou levemente para palatal/ lingual. Se a necessidade de remover tecido sadio for semelhante, deve-se dar preferência ao acesso palatal/lingual, a fim de preservar a integridade — e a estética — da face vestibular. nas situações em que uma das superfícies livres já se encontra cavitada, a via de acesso natural para a remoção do tecido cariado é a própria cavidade. Classe IV a maioria das restaurações está relacionada à ocorrência de traumatismo, situação em que não é necessário qualquer tipo de acesso ou preparo cavitário, embora alguns autores sugiram o preparo de um bisel na superfície vestibular, a fim de facilitar a obtenção de estética. Classe V cariosas e não cariosas, sempre permitem acesso direto, pela face vestibular ou palatal/lingual. lesões Classe V não cariosas: não é necessária a execução de qualquer tipo de preparo cavitário, antes da inserção dos materiais restauradores. Entretanto, em muitos casos, a localização das lesões, por si só, representa um desafio. grande parte das lesões cariosas e não cariosas, têm a margem cervical posicionada em íntimo contato com a gengiva. uma vez que o sucesso dos procedimentos restauradores adesivos depende diretamente da qualidade do selamento marginal, é essencial que se promova um acesso adequado a toda a periferia da cavidade (com fios ou grampos retratores) antes que os procedimentos restauradores sejam iniciados. lesões cariosas nas quais é necessário o preparo de uma cavidade: a retração do tecido gengival promove a exposição das margens e facilita sobremaneira os procedimentos de preparo.- - DENTISTICA – UFSM Sistemas adesivos A adesão pode ser definida como a força que une dois materiais distintos, quando são colocados em contato íntimo. Esta definição é distinta de coesão, que
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