Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Licenciado para - Rogério Macedo Araújo - Protegido por Eduzz.com Clínica Odontológica I (Cirurgia I) – 4º Semestre – 1ª Unidade – Aula 4 – Técnica Cirúrgica (Sutura) - @resumodontologia Página 1 Clínica Odontológica 1 (Cirurgia) – 4º Semestre – 1ª Unidade – Aula 4 – Técnica Cirúrgica (Sutura) Tempos fundamentais: Diérese (Primeira Etapa): Incisão do tecido e momento que está abrindo o tecido; Exérese (Segunda Etapa): Momento que está fazendo o procedimento cirúrgico: Ex.: Raspando, fazendo uma biópsia, extraindo o dente. Hemostasia (Terceira Etapa) + Síntese (Terceira Etapa). A primeira etapa de uma cirurgia é abrir o tecido, no caso da odontologia é a extração. Então a primeira etapa seria a incisão; A hemostasia e síntese são uma coisa só. No momento que se faz a sutura é o momento em que se está finalizando o procedimento operatório, e o objetivo da sutura é a hemostasia, mas não é sempre hemostasia o objetivo, pode ter uma função estética, a depender do local da sutura: A hemostasia é a manutenção de hemácias dentro do leito vascular. Outras formas para se dar a hemostasia, pois está com uma hemorragia é a utilização de: cera para osso, gelfoam (gelatina, é um tipo de colágeno), hemospon (coloca dentro do alveolo e sutura), vitamina K é intravenoso. Diérese: Rompimento da integridade do tecido, com penetração no interior dos tecidos e atingindo áreas anatômicas do interesse do cirurgião. Síntese: Síntese ou sutura é o conjunto de manobras que visam aprimorar os tecidos divididos ou separados durante os atos cirúrgicos de incisão ou divulsão. É importante a correta relação dos tecidos durante e após a sutura, pois facilita a reparação tecidual, auxilia a homeostasia e diminui os espaços mortos; OBS.: O espaço morto é o local onde não tem coágulo algum, e está aberto. Sutura é manobra, e serve para a manutenção do coágulo e este coagulo é responsável pela cicatrização após a extração. O coágulo é vetor da reparação óssea; A função da sutura não é só aproximar tecido, também tem a função da manutenção do coágulo local; NÃO se remove a sutura, e sim, se remove os pontos. Licenciado para - Rogério Macedo Araújo - Protegido por Eduzz.com Clínica Odontológica I (Cirurgia I) – 4º Semestre – 1ª Unidade – Aula 4 – Técnica Cirúrgica (Sutura) - @resumodontologia Página 2 Reparação: É o fenômeno de reposição tecidual que ocorre sempre que um tecido for seccionado; Ocorre através da proliferação celular ou da adaptação das células à nova situação; Na restituição tecidual podem ser observados: Contração, que é a readaptação mecânica das células à nova situação tecidual; A sutura não pode está muito apertada, mas também não pode ficar muito folgada, tem que ser algo meio termo, por conta da contração tecidual, que é um processo de reparação. Regeneração que se trata da substituição do tecido perdido através da proliferação de tecido semelhante; Cicatrização é a substituição por tecido conjuntivo; Cicatrização - tem dois tipos de cicatrização: Cicatrização por primeira intenção: Ocorre quando as bordas do tecido foram bem aproximadas no ato da sutura; Demora de 5 a 7 dias. Cicatrização por segunda intenção: Ocorre quando as bordas do tecido não foram bem aproximadas no ato da sutura; Lesões com perda tecidual, ou, quando as bordas do tecido mantiveram-se afastadas na sutura. Ex.: Sutura de molar inferior não tem como fechar as bordas. Leva mais tempo para ser concluída, em torno de duas semanas (14 dias). OBS.: A cicatrização óssea, a reparação demora em médias 3 meses. Objetivos da Síntese: Hemostasia; Evitar a exposição óssea e do implante, reduzindo a instalação de restos alimentares, exsudato purulento e sequelas infecciosas; Unir ou aproximar os bordos da ferida cirúrgica. Sutura: Instrumental utilizado: Porta agulha; Pinça cirúrgica; Tesoura cirúrgica - para sutura; Fio de sutura; Agulha de sutura: As agulhas de sutura são constituídas de aço inox e compostas de corpo, ponta ativa e uma parte terminal que se une ao fio de sutura; Quanto ao trauma: Traumática ou Atraumática A agulha utilizada pelo cirurgião-dentista é dita como atraumática, pois ela é triangular e não tem corte na base, na parte interna, a agulha tem corte na área externa e na ponta; Quanto à curvatura: Reta ou Curva. Licenciado para - Rogério Macedo Araújo - Protegido por Eduzz.com Clínica Odontológica I (Cirurgia I) – 4º Semestre – 1ª Unidade – Aula 4 – Técnica Cirúrgica (Sutura) - @resumodontologia Página 3 Os três componentes básicos de uma agulha cirúrgica: Atualmente, toda agulha cirúrgica tem três componentes básicos: a terminação de fixação (serrilhada), o corpo que é do tamanho do círculo e a ponta da agulha (padrão ou mais afilada e deliciada). Fio de sutura: Classificação: Origem; Absorvíveis e Não-absorvíveis; Pelo número de filamentos; Diâmetro; Resistência à tração; Plasticidade. 1) Origem: Mineral: Ex.: Fio de Aço; Geralmente quem trabalha com cirurgia ortognática, usa fio de aço. Animal: Ex.: seda e algodão; Sintético: Ex.: Nylon; Misto: Mistura de dois tipos de fio. 2) Absorvíveis e Não-Absorvíveis: 2.1) Absorvíveis Mais utilizados em suturas internas; Categute simples e categute cromado: Intestino de boi; Sofre digestão por enzimas; O categute cromado vem com uma película de cromo por cima, para que a reabsorção seja mais lenta; Tem-se uma resposta tissular: Inflamação local; O fio de sutura abaixo é melhor do que esses dois acima; Ácido Poliglicólico e Poligalactina 910 Sobre o fio absorvível, coloca-se uma camada dessas duas substâncias, e faz com que o fio reabsorva de forma bem lenta (média de 15 dias). Hidrólise lenta e são posteriormente absorvidos por macrófagos; Sofrem grande reação tissular (inflamação local), portanto não indicado em suturas de pele; 2.2) Não Absorvíveis: Naturais: Seda: Tem uma boa memória elástica; É multifilamentado; É ruim quando se refere a odor e bactérias. Linho; Algodão; Sintéticos: Nylon: Tem memória elástica baixa; Monofilamento; Consegue-se uma estética melhor; Em boca pode cortar. Poliéster Polipropileno 3) Número de filamentos: Monofilamento: Ex.: Nylon; Multifilamentos: EX.: Algodão, seda, categute; 4) Diâmetro de Fio de Sutura: São classificados por numeração; Segue a seguinte sequência, do mais fino para o mais grosso: 12.0 – 6.0 – 5.0 – 4.0 – 3.0 – 2.0 – 1.0 – 1 – 2 – 3; Em cirurgias bucais são mais indicados os fios 5.0 – 4.0 – 3.0. 5) Características Ideias de um Fio de Sutura: Ser biocompatível; Mantém a força tênsil até que a cicatriz adquira sua própria resistência; Ter plasticidade; Ter resistência à tração e torção; Licenciado para - Rogério Macedo Araújo - Protegido por Eduzz.com Clínica Odontológica I (Cirurgia I) – 4º Semestre – 1ª Unidade – Aula 4 – Técnica Cirúrgica (Sutura) - @resumodontologia Página 4 Reter o mínimo possível de placa; Não ser incômodo ao paciente; Não provocar reações alérgicas teciduais; Passível de esterilização eficiente; Baixo custo. Tipos de Sutura: Pontos interrompidos – Em áreas menores Simples; Em “U”; Em “x”; Pontos contínuos – Para áreas grandes Continuo Simples; Contínuo Festonado; Observação: Só tem dois pontos, um no início e outro no fim, se romper um ponto perde tudo, pois abre a estrutura inteira; Observação O ponto sempre começapela vestibular e pela mesial. 1. Pontos Interrompidos: Mais utilizados em exodontia de poucos elementos: Vantagens: Ideal para quem ainda não tem habilidade; Desvantagens: Técnica relativamente demorada de ser realizada. Ponto Simples: 1. Técnica de sutura interrompida com laçada simples – penetração inicial da agulha no retalho vestibular na base da papila; 2. Passagem da agulha sob o ponto de contato; 3. Passagem da agulha pela superfície interna do retalho lingual; 4. O tipo de laçada simples da técnica de sutura interrompida somente é usado para aproximação/coaptação dos retalhos cirúrgicos, e não para resistir a qualquer tipo de tensão do retalho; Amarrando o nó de sutura no retalho vestibular PONTO EM “U” Ponto em “X” Licenciado para - Rogério Macedo Araújo - Protegido por Eduzz.com Clínica Odontológica I (Cirurgia I) – 4º Semestre – 1ª Unidade – Aula 4 – Técnica Cirúrgica (Sutura) - @resumodontologia Página 5 2. Pontos Contínuos: Mais indicado em grandes retalhos e exodontia múltiplas na mesma arcada; Vantagens: Técnica rápida de ser realizada; Desvantagem: Necessita habilidade; Se a sutura se rompe o retalho pode ficar solto. Ponto Contínuo Simples: Ponto Contínuo Festonado: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MALAMED, Stanley L. Manual de anestesia local. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. PETERSON, L. J. Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. HUPP, JAMES R; ELLIS III, EDWARD; TUCKER, MYRON R. Cirurgia oral e maxilofacial: contemporânea. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 704 p. Licenciado para - Rogério Macedo Araújo - Protegido por Eduzz.com Licenciado para - Rogério Macedo Araújo - Protegido por Eduzz.com Clínica Integrada 2 (Cirurgia 2) – 6º Semestre – 3ª Unidade – Aula 3 – Noções de Traumatologia Bucomaxilofacial - @Resumodontologia Página 1 Clínica Integrada 2 (Cirurgia 2) – 6º Semestre – 3ª Unidade – Aula 3 – Noções de Traumatologia Bucomaxilofacial Está mais relacionado ao dia a dia do Cirurgião- Dentista Bucomaxilofacial; O traumatismo à região facial frequentemente resulta em lesões do tecido mole, dos dentes e dos principais componentes do esqueleto da face, incluindo mandíbula, maxila, zigoma, complexo naso-órbito-etmoidal (NOE) e estruturas supraorbitárias; Além disso, essas lesões geralmente estão associadas a lesões em outras partes do corpo. A participação no tratamento e a reabilitação do paciente com traumatismo facial envolvem uma compreensão detalhada dos tipos, princípios de avaliação e do tratamento cirúrgico das lesões faciais. Traumatologia: “É a ciência que estuda trauma”; Trauma: “É a ação de um agente dotado de direção, força e formas, cuja a ação determinará lesões em tecidos moles e/ou tecidos duros”. Tratamento multidisciplinar: O bucomaxilofacial não trabalha sozinho, ele vai trabalhar junto com o ortodontista, dentística, junto com o médico de cabeça e pescoço; Restaurar todas as funções normais, logo tem a função de devolver a função ao paciente; Reduzir sequelas; Restabelecer função. Os princípios básicos, atuais, que regem a traumatologia são: Redução da fratura: Reposição dos segmentos ósseos em suas corretas localizações anatômicas e fixação dos segmentos ósseos para imobilizar os segmentos no local da fratura. Além disso, a oclusão original deve ser restaurada e qualquer infecção na área da fratura deve ser erradicada ou prevenida. Contenção: Quando reduziu a fratura tendo uma estabilização, houve então uma contenção óssea; Imobilização: Ao colocar alguma placa e parafuso, sendo um equipamento colocado em dois fragmentos ósseos para imobilizar aquele fragmento ósseo e ocorrer a neoformação óssea; Etiologia: Fratura; Acidente automobilístico; Violência Doméstica. Avaliação dos pacientes com traumatismo facial: Avaliação clínica; História e exame clínico; Avaliação radiográfica 1. Avaliação Clínica: Lesões dos Tecidos Moles: o Abrasão; o Contusão; o Laceração. Nas descrições de feridas que se seguem e que o dentista pode encontrar na prática, deve-se lembrar de que os pacientes podem apresentar-se com combinações dessas lesões, sendo, portanto, o tratamento mais complicado. 1.1. Abrasão: Conceito: Ferida causada pela fricção entre o objeto e a superfície de tecido mole (epiderme); É normalmente superficial, desnuda o epitélio e, ocasionalmente, envolve as camadas mais profundas; Visto que as abrasões atingem as terminações de muitas fibras nervosas, elas são bastante dolorosas; O sangramento geralmente é mínimo, porque é de natureza capilar e responde bem à aplicação de suave pressão; Licenciado para - Rogério Macedo Araújo - Protegido por Eduzz.com Clínica Integrada 2 (Cirurgia 2) – 6º Semestre – 3ª Unidade – Aula 3 – Noções de Traumatologia Bucomaxilofacial - @Resumodontologia Página 2 O tipo de abrasão mais comumente visto são as escoriações que as crianças apresentam nos cotovelos e joelhos devido a brincadeiras; Se a abrasão não é especialmente profunda, a reepitelização ocorre sem a formação de cicatriz. Quando a abrasão estende-se abaixo das camadas mais profundas da derme, a cicatrização dos tecidos mais profundos ocorre com a formação de tecido cicatricial, podendo ser esperada alguma deformidade permanente; O dentista pode encontrar abrasões na ponta de nariz, lábios, bochechas e mento em pacientes que sofreram traumatismo dentoalveolar; Tratamento: Limpeza As áreas abrasionadas devem ser totalmente limpas a fim de remover todo corpo estranho. Proteção da ferida; Substâncias degermantes usadas na lavagem das mãos e irrigação salina copiosa devem ser utilizadas com esse propósito. Todas as partículas de material estranho devem ser removidas. Se essas partículas permanecerem no tecido, resultarão em uma “tatuagem” permanente e difícil de ser tratada. Em abrasões profundas e contaminadas com sujeira ou outro material, pode ser necessário anestesiar a área e usar uma escova cirúrgica (ou escova de dente) para remover completamente os detritos. Uma vez que a ferida esteja livre de detritos, a aplicação tópica de uma pomada antibiótica é o tratamento adequado. Um curativo não- compressivo pode ser utilizado se a abrasão é profunda, mas é desnecessário em abrasões superficiais. Antibióticos sistêmicos não são normalmente indicados. Durante a semana seguinte, ocorrerá reepitelização da ferida, que é uma crosta de sangue e plasma ressecados que se desenvolve após uma lesão de tecido mole (p. ex., uma crosta). A crosta cairá, então. Se uma abrasão profunda na superfície cutânea é descoberta após a limpeza da ferida, a consulta com um cirurgião bucomaxilofacial é indicada, pois podem ser necessários enxertos de pele para prevenir quantidades excessivas de formação de tecido cicatricial; O dentista pode criar abrasões iatrogenicamente, como as que ocorrem quando a haste de uma broca em movimento atinge a mucosa oral ou quando uma compressa de gaze ou outro tecido (p. ex., blocos triangulares absorventes) abrasiona a mucosa durante sua remoção da boca. Felizmente, o epitélio oral regenera-se rapidamente e nenhum tratamento, a não ser a higiene oral de rotina, é indicado. 1.2. Contusão ou Equimose: Conceito: É um rompimento tecidual interno resultando em hemorragia subcutânea ou submucosa sem descontinuidade na superfície dos tecidos moles; O tecido externamente se apresenta íntegro, mas há o rompimento de vaso sanguíneo; As contusõessão normalmente causadas por traumatismo infligido por um objeto rombo, mas também são frequentemente encontradas concomitantemente às lesões dentoalveolares ou fraturas dos ossos faciais. Nesses casos, o traumatismo aos tecidos mais profundos (p. ex., assoalho de boca, vestíbulo labial) aconteceu como Licenciado para - Rogério Macedo Araújo - Protegido por Eduzz.com Clínica Integrada 2 (Cirurgia 2) – 6º Semestre – 3ª Unidade – Aula 3 – Noções de Traumatologia Bucomaxilofacial - @Resumodontologia Página 3 efeito secundário dos ossos fraturados. A importância das contusões, do ponto de vista diagnóstico, é que, quando elas são observadas, deve-se investigar se há fraturas ósseas; Quando a pressão hidrostática dentro dos tecidos moles se iguala à pressão dentro dos vasos sanguíneos (normalmente capilares), o sangramento cessa. Se uma contusão é vista precocemente, a aplicação de gelo ou curativos compressivos pode ajudar na vasoconstrição e, portanto, diminuir a formação de hematoma. Se uma contusão não para de se expandir, é provável que haja uma artéria hemorrágica dentro da ferida. O hematoma pode necessitar de exploração cirúrgica e ligadura do vaso; Como não houve nenhuma ruptura da superfície dos tecidos moles, a hemorragia formada dentro de uma contusão será reabsorvida com o tempo e será reestabelecido o contorno normal. Porém, nos dias seguintes ao traumatismo, o paciente pode esperar áreas de equimose (coloração violácea causada por extravasamento de sangue na pele ou mucosa; “marca negro- azulada”), que passarão por uma variedade de cores (azul, verde, amarelo) antes de desaparecerem. Essas áreas podem estender-se abaixo das clavículas e alarmar o paciente, mas são inócuas; Quando não há nenhuma ruptura na superfície dos tecidos moles, a infecção é improvável, não sendo indicado o uso de antibióticos sistêmicos. Se, contudo, a contusão é secundária a um traumatismo dentoalveolar, é provável que exista uma comunicação entre a cavidade oral e o hematoma submucoso. Nesses casos, antibióticos sistêmicos são recomendados, porque o coágulo sanguíneo representa um meio ideal de cultura. Tratamento: Aplicação de gelo; Não pode se expor ao sol Se não mancha; A contusão geralmente não requer tratamento cirúrgico; 1.3. Laceração: Conceito: É uma solução de continuidade nos tecidos epiteliais e subepiteliais; Ocorre um rompimento tecidual; Talvez seja o tipo mais frequente de ferida de tecidos moles, causada comumente por um objeto afiado, como uma faca ou um pedaço de vidro. Se o objeto não é afiado, as lacerações criadas podem ser denteadas, porque o tecido é literalmente rasgado pela força do impacto; A profundidade da laceração pode variar. Algumas lacerações só envolvem a superfície externa, mas outras se estendem profundamente dentro do tecido, rompendo nervos, vasos sanguíneos, músculos e outras cavidades anatômicas e estruturas importantes; O dentista frequentemente encontra lacerações nos lábios, assoalho da boca, língua, mucosa labial, vestíbulo bucolabial e gengiva, causadas pelo traumatismo. O dentista deve explorar a cavidade oral completamente no intuito de identificar aquelas que não estejam abertas. Tratamento: As feridas de tecidos moles associadas ao traumatismo dentoalveolar sempre são tratadas depois do tratamento das lesões nos tecidos duros. Se os tecidos moles são suturados primeiro, tempo é perdido porque as suturas serão Licenciado para - Rogério Macedo Araújo - Protegido por Eduzz.com Clínica Integrada 2 (Cirurgia 2) – 6º Semestre – 3ª Unidade – Aula 3 – Noções de Traumatologia Bucomaxilofacial - @Resumodontologia Página 4 provavelmente esgarçadas e arrancadas do tecido durante a manipulação intraoral necessária para reimplantar um dente avulsionado ou tratar uma fratura dentoalveolar. Além disso, se as suturas forem arrancadas dos tecidos, estes serão mais difíceis de serem fechados na segunda tentativa. Depois de realizada a anestesia adequada, o tratamento cirúrgico das lacerações envolve quatro etapas principais: Limpeza da ferida: - A limpeza mecânica da ferida é necessária para impedir a permanência de detritos. Ela pode ser realizada com sabão degermante cirúrgico e pode necessitar do uso de escova. Um anestésico é normalmente necessário. Irrigação salina copiosa é, então, usada para remover todo material hidrossolúvel. A irrigação em jatos mostrou ser mais efetiva do que a de fluxo constante na remoção dos detritos. Debridamento da ferida: - Desbridamento ou debridamento refere-se à REMOÇÃO de todo o tecido lacerado e desvitalizado da ferida e a remoção de todos os pedaços de tecido fragmentados da superfície tecidual, permitindo o fechamento da mesma. Na região maxilofacial, que possui um rico suprimento sanguíneo, a quantidade de desbridamento deve ser mínima. Somente deve ser removido o tecido obviamente não-vital. Para a maioria das lacerações encontradas pelos dentistas, não há necessidade de desbridamento, exceto o tecido de glândulas salivares menores. Hemostasia da ferida: - A hemostasia deve ser realizada antes do fechamento. Um sangramento contínuo pode comprometer o reparo devido à formação de um hematoma intratecidual que, por pressão, pode abrir os tecidos já suturados e aproximados. Se algum vaso sangrante é identificado, ele deve ser pinçado e realiza-se a hemostasia por ligadura ou por cauterização com uma unidade de eletrocoagulação. O maior vaso que o dentista provavelmente encontrará é a artéria labial, que passa horizontalmente pelo lábio abaixo da mucosa labial. Devido à sua posição, a artéria labial é frequentemente envolvida em lacerações verticais do lábio. Ela tem cerca de 1 mm de diâmetro e normalmente pode ser pinçada e ligada ou pinçada e cauterizada. Fechamento da ferida: - Uma vez que a ferida esteja limpa, desbridada e a hemostasia é conseguida, a laceração está pronta para ser fechada com suturas. Contudo, nem toda laceração na cavidade oral precisa ser fechada com suturas. Por exemplo, uma pequena laceração na mucosa palatina causada por uma queda sobre um objeto não necessita ser fechada. Da mesma forma, uma laceração pequena na face interna do lábio ou língua, causada pelo aprisionamento entre os dentes durante uma queda, normalmente não requer fechamento. Essas feridas pequenas cicatrizam bem por segunda intenção e são mais bem tratadas se deixadas cicatrizar dessa maneira. Se o fechamento de uma laceração é considerado apropriado, o objetivo deste é o correto reposicionamento de todas as camadas de tecido. A maneira pela qual se precede o fechamento depende exclusivamente da localização e profundidade da laceração. Licenciado para - Rogério Macedo Araújo - Protegido por Eduzz.com Clínica Integrada 2 (Cirurgia 2) – 6º Semestre – 3ª Unidade – Aula 3 – Noções de Traumatologia Bucomaxilofacial - @Resumodontologia Página 5 2. História e Exame Clínico: Dentro do exame clínico é feita: o Palpação dos ossos do nariz; o Palpação do Assoalho da Órbita; o Palpação da Maxila; o Palpação Frontal; o Palpação do Zigomático; o Palpação do Assoalho e da Base da Mandíbula; o Posição dos Polegares Sobre os Molares Inferiores Fazer movimentação para saber se houve báscula. Se fizer houve fratura mandibular ou de maxila; o Maxila: faz o movimento para saber se há alguma má oclusão; - SINAIS E SINTOMAS EM PACIENTES POLIMATRUMATIZADOS - Abertura bucal: o Outra maneira de identificar fratura mandibular e de côndilo é a dificuldade de abertura de boca do paciente (trismo); Avaliar maloclusão: o Mordida cruzada, indicação de fratura demaxila/mandíbula; Avaliar perda de projeção facial; Avaliar se houve lesão do nervo facial; 3. Avaliação radiográfica das fraturas: Requisitos para interpretação: o Conhecimento da anatomia radiográfica (radiopaco|radiolúcido); o Conhecimento da arquitetura facial e do trajeto das fraturas faciais; o Informação sobre a ocorrência do dano; o Exame clínico sucinto. O que pode ser encontrado: o Linha radiolúcida; o Faixa radiolúcida; o Área radiolúcida; o Faixa ou área radiopaca; o Perda do contorno anatômico; o Pode não aparecer o traço de fratura. Tomografia Computadorizada: o Terço médio: PA de Waters; Hirtz para arco zigomático; Perfil da face; o Mandíbula: AP de Towne para côndilos; Lateral oblíqua D e E; Panorâmica; PA de mandíbula; o Nariz: Perfil de OPN (Ossos Próprio do Nariz); PA de Waters. Fratura: É uma solução de continuidade nos tecidos duros; Classificação das fraturas: Quanto ao traço de fratura Estas categorias descrevem a condição dos fragmentos ósseos na região fraturada e a possível comunicação com o meio externo: o Galho verde: São aquelas envolvendo fraturas incompletas com flexibilidade do osso. Essas fraturas geralmente exibem mobilidade mínima quando palpadas e são incompletas. o Simples: Completa transecção do osso com mínima fragmentação na região da fratura; Houve uma fratura sem rompimento do tecido, não rompeu para uma área externa. Licenciado para - Rogério Macedo Araújo - Protegido por Eduzz.com Clínica Integrada 2 (Cirurgia 2) – 6º Semestre – 3ª Unidade – Aula 3 – Noções de Traumatologia Bucomaxilofacial - @Resumodontologia Página 6 Do teto ao Assoalho o Composta: Exposta; Resulta da comunicaçã o da margem do osso fraturado com o meio externo; Tem-se uma fratura e o osso fica exposto, logo é uma fratura aberta. o Cominutiva: O osso é fraturado em diversos segmentos, logo há vários fragmentos ósseos, pedaços de ossos; Ferimentos por arma de fogo, objetos penetrantes ou outros traumatismos de alto impacto na mandíbula resultam, com frequência, em fraturas cominutivas; É a mais difícil de reconstruir. Quanto ao tipo: o Completa: É quando fratura assoalho da mandíbula com a crista óssea, ou seja, as duas corticais foram rompidas; o Incompleta: Quando fratura, por exemplo, somente metade da mandíbula; Não tem deslocamento; Não tem fratura total, é como se fosse uma trinca; Quanto ao deslocamento (relacionado à mandíbula) o Vai ter relação somente com a mandíbula, pois a mandíbula tem ação muscular para a movimentação; o Sem deslocamento: Adequado para fazer o reestabelecimento da fratura o Com deslocamento: Favorável Bloco ósseo parte, mas não se movimenta, fora do sentido da fratura, logo a linha da fratura impede a movimentação do bloco ósseo. Desfavorável Bloco ósseo parte, e se movimenta, fora do sentido da fratura; Ambas tem DESLOCAMENTO, e somente a desfavorável tem movimento “sozinha” DESFAVORÁVEL Houve ação MUSCULAR FAVORÁVEL Não houve ação MUSCULAR Licenciado para - Rogério Macedo Araújo - Protegido por Eduzz.com Clínica Integrada 2 (Cirurgia 2) – 6º Semestre – 3ª Unidade – Aula 3 – Noções de Traumatologia Bucomaxilofacial - @Resumodontologia Página 7 Quanto à localização: o Mandíbula; o Maxila; o Nariz; o Complexo Zigomático; o Frontal - Para todas as fraturas tem-se classificações: Fratura do terço médio da face: Pilares de Força Faciais: Pilares de resistência de força da maxila e da mandíbula; Tem-se os pilares verticais (primeira imagem) e os pilares horizontais (segunda imagem); Le Fort: O que significa dividir esses tipos de fraturas, em três tipos? R: Significa determinar o risco do paciente à vida, a forma como vai tratar aquele paciente, o tempo de cirurgia; I: Fratura Le Fort I separando a porção inferior da maxila de forma horizontal, desde a abertura piriforme até a área da sutura pterigomaxilar; - Resulta frequentemente da aplicação de força horizontal na maxila, fraturando-a através do seio maxilar e ao longo do assoalho da fossa nasal. Ela separa a maxila das lâminas pterigoides e das estruturas nasal e zigomática; - Esse tipo de traumatismo pode separar a maxila, em um único pedaço, das outras estruturas, dividir o palato ou fragmentar a maxila; - Fratura que vai da sutura pterigomaxilar bilateral passando pela abertura piriforme; - Essa fratura solta a maxila do crânio; - É a fratura feita pelo bucomaxilo para fazer avanço de maxila; - Mal oclusão (diagnóstico, pois a maxila sai do local). II: Fratura Le Fort II envolvendo a separação da maxila e do complexo nasal da base do crânio, Licenciado para - Rogério Macedo Araújo - Protegido por Eduzz.com Clínica Integrada 2 (Cirurgia 2) – 6º Semestre – 3ª Unidade – Aula 3 – Noções de Traumatologia Bucomaxilofacial - @Resumodontologia Página 8 da área de rebordo zigomático-orbital e da área da sutura pterigomaxilar; - Forças aplicadas em uma direção mais superior causam, com frequência, fraturas Le Fort II, que é a separação da maxila e complexo nasal aderido, das estruturas zigomáticas e nasais; - Afeta a sutura intermaxilar bilateral atingindo a região anterior dos ossos do nariz; - É a fratura piramidal; - Paciente às vezes tem sangramento nasal (sintoma). III: Fratura Le Fort III (disjunção craniofacial) é a completa separação do terço médio da face ao nível do complexo naso-órbito-etmoidal e da sutura zigomático-frontal. A fratura também se estende bilateralmente através da órbita; - Fratura Le Fort III resulta da aplicação de forças horizontais em um nível sufi cientemente alto para separar o complexo naso-órbito-etmoidal, os zigomas e a maxila, da base do crânio, o que resulta na chamada disjunção craniofacial; - Fratura de sutura fronto-zigomática-bilateral, e mais os ossos da órbita; - Paciente tem hematoma peri-orbital (fica roxo); - Aspecto de “máscara da morte”; - Diplopia modifica a posição do globo ocular. Visão dupla. - Possui maior risco. Fratura Lannelongue (Sagital da maxila): Ocorre no sentido ântero-posterior; Paralelo à sutura palatina mediana; Pode causar mordida cruzada posterior bilateral; É uma fratura que envolve a região do palato; fratura chamada de para-sagital- mediano; Maior prevalência em combinação com outras fraturas. Fratura de órbita: Paciente com ASSIMETRIA; Ocorre DIPLOPIA (visão dupla | modifica a posição do globo ocular); As fraturas de órbita podem ser do tipo “blow- out” ou “blow-in”, que significam a explosão do assoalho para o interior do seio maxilar ou para dentro da própria cavidade orbital; Este tipo de fratura não é das mais frequentes, porém de importante diagnóstico e tratamento pela sua relação com o globo ocular. Podendo ocorrer epistaxe ipsilateral. O paciente pode vir a apresentar eno ou exoftalmia, diplopia, distúrbios sensoriais, até cegueira por lesão traumática (amaurose), em virtude de trauma sobre o nervo óptico ou canal óptico. Blow-out: - Para fora da órbita, para dentro do seio; - Quando se tem uma pancada frontal no globo ocular e o assoalho da órbita “explode” o osso para dentro do seio; - Fratura de assoalho de órbita, com os segmentos ósseos e o conteúdo da órbita deslocados para o interior do seio maxilar; - Os fragmentos ósseos e tecidos moles invaginam-se para o seio maxilar, ficando suspensos pela mucosa sinusal ou pelo próprio periósteo, de uma forma desordenada. Blow-in: - Dentro da própria órbita;- São fraturas pouco comuns e surgem basicamente após grandes impactos sobre o zigomático no sentido caudo- cranial ou de verdadeiras implosões sinusais (ex: um pneu que estoura próximo à face, onde o ar vai penetrar sobre pressão os seios maxilares, através das narinas). Sustentação do Globo Ocular. Membrana de Titânio Licenciado para - Rogério Macedo Araújo - Protegido por Eduzz.com Clínica Integrada 2 (Cirurgia 2) – 6º Semestre – 3ª Unidade – Aula 3 – Noções de Traumatologia Bucomaxilofacial - @Resumodontologia Página 9 Fratura do complexo zigomático: Nas fraturas de zigoma, fraturas isoladas do arco zigomático e as do complexo naso-órbito- etmoidal, o tratamento visa, basicamente, à restauração das funções ocular, nasal e mastigatória e a estética facial. Em uma fratura isolada de zigoma (a fratura mais comum de terço médio da face), a redução aberta geralmente é realizada por meio de uma combinação de acessos intraoral, na região lateral da sobrancelha e na região infraorbitária. Utiliza-se um instrumento para elevar e posicionar o zigoma na sua posição correta. Caso uma adequada estabilização não seja possível pela simples redução manual, pode ser necessário o uso de placas ósseas na crista zigomático-maxilar, na área zigomáticofrontal e no rebordo infraorbitário; Na fratura de arco zigomático, as abordagens intra e extraorais podem ser usadas para elevar o arco zigomático e trazê-lo de volta à sua configuração normal. Além de restaurar o contorno facial, esta abordagem elimina a obstrução mecânica sobre o processo coronóide da mandíbula e a subsequente limitação de abertura de boca. A elevação e a redução do arco zigomático devem ser realizadas dentro de poucos dias após a lesão. Longas esperas fazem com que o arco seja mantido em uma difícil configuração suportada e estável, e ele tende a colapsar ou ser deixado nesta posição. Métodos de fixação: Estabilização de fragmentos ósseos para que ocorra uma formação óssea na região, tendo a possibilidade de redução da imobilização; Osteossíntese; Meio de fixação: Fio de aço; Mini-placas compressivas; Mini-placas sem compressão. Fixação interna semi- rígida: Fixação interna rígida: Amarrias e Bloqueio maxilomandibular: Barra de Erich: - A Barra de Erich trata-se de um dispositivo médico indicada para fixação da maxila e da mandíbula durante a realização de cirurgias utilizando placas e parafusos bucomaxilofaciais; - Utiliza por 4 meses; - Metal intermaxilar. Depois metal de fora a fora. Sustentação do Globo Ocular. Membrana de Titânio Licenciado para - Rogério Macedo Araújo - Protegido por Eduzz.com Clínica Integrada 2 (Cirurgia 2) – 6º Semestre – 3ª Unidade – Aula 3 – Noções de Traumatologia Bucomaxilofacial - @Resumodontologia Página 10 Odontossíntese de Ivy; - É mais simples e é utilizada apenas para imobilização temporária. Esse tipo de odontossíntese é muito indicada para as fraturas de côndilo que serão submetidas ao tratamento fechado não cirúrgico pois ela é uma odontossíntese pequena, rápida de ser feita, menos incômoda do ponto de vista periodontal e que mantém a estabilização adequada do complexo maxilo-mandibular. Para casos em que é necessário uma estabilização maior da mandíbula ela não está indicada; - Passa entre os pré-molares; - Todas as amarrias tem que ficar bem justas e próximas à cervical do dente para facilitar a higiene; - Observar se o fio de aço não está comprimindo ou machucando nenhuma gengiva marginal; Odontossíntese laçada contínua; REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA HUPP, James R.; TUCKER, Myron R.; ELLIS, Edward.Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. 692 p. Licenciado para - Rogério Macedo Araújo - Protegido por Eduzz.com
Compartilhar