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6- Direito Processual Penal

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1. DIReITO PROCeSSUAL PeNAL
1.1 Lei Processual Penal
1.2 Princípios
1.3 Inquérito Policial
05
06
08
1.4 Ação Penal
1.5 Competência
12
15
1.6 Sujeitos Processuais
1.7 Atos Processuais
1.8 Sentença
1.9 Incidentes
1.10 Medidas assecuratórias
1.11 Provas
1.12 Prisões Cautelares
1.13 Prisão
1.14 Processo Comum
1.15 Recursos
1.16 Habeas Corpus
1.17 Tribunal do Júri
17
19
22
24
25
26
32
34
36
38
43
44
lei processual penal
APLICAÇÃO
NO ESPAÇO
• regra  princípio da territoriedade
• exceções:
INTERPRETAÇÃO
• a lei processual penal admitirá:
• interpretação extensiva  o interprete estende o alcance do texto da lei em razão da vontade da própria lei ser esta.
INTEGRAÇÃO
• a lei processual penal admitirá:
NO TEMPO
= o CPP adotou a teoria do isolamento dos atos processuais
uma nova lei processual penal é aplicada desde logo a processos em curso, mas somente aos
atos processuais futuros.
•	Tratados, convenções e regras de
Direito Internacional
•	Jurisdição política
•	Processos	de	competência	da
Justiça Eleitoral ou da Justiça Militar
•	Legislação especial
O CPP só é aplicável aos atos processuais praticados no território nacional.
(não há prejuízo da validade dos atos )
realizados sob a vigência da lei anterior.
• princípio do “tempus regit actum”
efeito imediato/aplicação imediata da lei processual
no caso de normas heterotópicas e híbridas (que também envolvem normas materiais – de Direito Penal), aplicam-se as normas atinentes à aplicação da lei penal no tempo.
• aplicação analógica  forma de integração da lei penal (utilizada quando não houver norma disciplinando determinada situação) em que
utiliza-se uma norma aplicável a um caso semelhante.
•	princípios gerais do direito  norteiam a aplicação do Direito de forma suplementar.
princípios
P. DA INÉRCIA
= o juiz deve ser imparcial  ele não pode dar início, espontaneamente, ao processo penal. não impede que o juiz determine a realização de diligências que julgar necessárias
P. DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
= CF/88: ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal corolários: Ampla Defesa e Contraditório
P. DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
= CF/88: ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
o ônus da prova cabe ao acusador
Regra de tratamento:
•	dimensão interna: o agente deve ser tratado como inocente dentro do processo.
•	dimensão externa: o fato de o agente estar sendo processado não pode gerar efeitos negativos na vida do réu.
ATENÇÃO!
• Este princípio não é violado pela existência de prisões provisórias, pois são cautelares, e não o cumprimento de uma sentença condenatória.
P. DA OBRIGATORIEDADE DA FUNDAMENTAÇÃO
= os atos decisórios proferidos pelos juízes devem ser
fundamentados
PEGADINHA!
as decisões proferidas pelo Conselho de Sentença no Tribunal do Júri não são fundamentadas
P. DA PUBLICIDADE
= os atos processuais e as decisões judiciais serão públicas (de livre acesso)
a publicidade NÃO é absoluta  pode ser restringida se exigido pela intimidade das partes ou pelo interesse público.
P. DA ISONOMIA PROCESSUAL
= a lei processual deve tratar as partes de forma igualitária.
Ex.:	mesmos	prazos	recursais,	mesmo tempo para as sustentações orais, etc.
P. DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
= toda decisão judicial deve estar sujeita a recurso, via de regra.
não está expresso na Constituição.
princípios
P. DO JUIZ NATURAL
P. DA VEDAÇÃO ÀS PROVAS ILjCITAS
= são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
P. DO NON BIS IN IDEM
= uma pessoa não pode ser punida duplamente
pelo mesmo fato.
P. DA VEDAÇÃO À AUTOINCRIMINAÇÃO
= ”nemo tenetur se detegere”.
• vem da conjugação de:
•	direito ao silêncio
•	direito à ampla defesa
•	presunção de inocência
• desdobramentos:
•	inexigibilidade de dizer a verdade
= CF/88: ninguém será processado/sentenciado senão pela autoridade competente.
• é vedada a formação de Tribunal ou
juízo de exceção	CAI MUITO!
• a doutrina admite o uso de provas ilícitas quando
for a única forma de se obter a absolvição do réu.
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violam normas de
direito material
violam normas de
direito processual
•	direito de não ser compelido a praticar
comportamento ativo para a produção de provas
•	direito de não se submeter a
procedimento probatório invasivo.
uma	pessoa	não	pode	nem	mesmo	ser processada pelo mesmo fato.
• também veda que um mesmo fato, condição ou circunstância seja duplamente considerado para fins de fixação da pena.
inquér'o policial
NATUREZA
CARACTERjSTICAS
INSTAURAÇÃO
FORMAS DE INSTAURAÇÃO
= procedimento administrativo investigatório anterior ao processo penal.
• visa obter o mínimo de convicção e a justa causa (prova de materialidade e indícios suficientes de autoria) para a instauração do processo.
•	Administrativo
•	Oficiosidade (crimes de ação penal pública incondicionada)
•	Oficialidade
•	Procedimento escrito
•
Indisponibilidade
•	Dispensabilidade
•	Discricionariedade na sua condução
•	Sigiloso
uma autoridade policial
•	Inquisitivo (inquisitoriedade)
(é instaurado e conduzido por )
CAI MUITO!
não é um processo judicial e
nem fase do processo judicial!
não há acusação formal em curso  não
há direito ao contraditório ou ampla defesa
(
)
tiver notícia da prática de um delito – deve agir de ofício.
(a autoridade policial deve instalar o inquérito sempre que)
oficial do Estado (autoridade policial)
(o inquérito é conduzido por um órgão
)
todos os atos devem ser escritos, e
(reduzidos a termo aqueles que forem orais )
pode a autoridade policial arquivá-lo
( uma vez instaurado o inquérito, não )
já houver elementos necessários ao oferecimento da ação
(o inquérito penal não é obrigatório: pode ser dispensado se )
da forma que entender mais frutífera
(a autoridade policial pode conduzir a investigação )
geral, mas não sigiloso em relação aos envolvidos
(é sempre sigiloso em relação às pessoas do povo em )
NATUREZA DA AÇÃO PENAL
PÚBLICA INCONDICIONADA
PRIVADA
PÚBLICA CONDICIONADA
INSTAURAÇÃO
- de ofício pela autoridade policial
- mediante requisição do MP
- a requerimento do ofendido ou de seu
representante
- em razão da prisão em flagrante
a autoridade policial
(	deve cumprir
)
a autoridade policial não
é obrigada a cumprir
(	)
a vítima precisa autorizar o MP a oferecer a denúncia (condição para a instauração do inquérito policial)
é necessário requerimento da vítima (ou de seu representante legal, se incapaz, ou seus sucessores, em caso de óbito)
INQUÉRITO POLICIAL
NATUREZA
OBS. Antes de tudo, precisamos definir o que seria o Inquérito Policial, para, a partir daí, estudarmos os demais pontos. Podemos defini-lo como: OBS. “Inquérito policial é, pois, o conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária para a apuração de uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo”.2
OBS. Assim, por Polícia Judiciária podemos entender a Polícia responsável por apurar fatos criminosos e coligir (reunir) elementos que apontem se, de fato, houve o crime e quem o praticou (materialidade e autoria). A Polícia Judiciária é representada, no Brasil, pela Polícia Civil e pela Polícia Federal.
OBS. A Polícia Militar, por sua vez, não tem função investigatória, mas apenas função administrativa (Polícia administrativa), de caráter ostensivo, ou seja, sua função é agir na prevenção de crimes, não na sua apuração! Cuidado com isso!
OBS. Nos termos do art. 4° do CPP:
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria.
OBS. O IP tem natureza de procedimento administrativo, e não de processo judicial. Muito cuidado com isso!
inquérito policial
INSTAURAÇÃO
NOTITIA CRIMINIS
= quando a autoridade policial toma conhecimento de um fato criminoso.CLASSIFICAÇÕES:
é uma forma de
notitia criminis
(	)
NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO IMEDIATA
NOTITIA CRIMINIS DE COGNIÇÃO MEDIATA
NOTITIA CRIMINIS
DE COGNIÇÃO COERCITIVA
em razão de suas
atividades rotineiras.
por meio de um expediente formal. (ex.: requisição do MP)
em razão da prisão em flagrante.
DELATIO CRIMINIS
DELATIO CRIMINIS SIMPLES
comunicação feita à autoridade policial por qualquer do povo
comunicação feita pelo ofendido
pleiteando a instauração do IP
DELATIO CRIMINIS POSTULATÓRIA
DELATIO CRIMINIS INQUALIFICADA
(em ações penais públicas
condicionadas ou privadas) (= denúncia anônima) comunicação feita sem a identificação do comunicante.
ressalvadas as provas
não repetíveis antecipadas
VALOR PROBANTE DOS ELEMENTOS
• o valor dos elementos obtidos é relativo. pois não há direito ao contraditório ou à ampla defesa.
CAI MUITO!
o juiz NÃO pode fundamentar sua decisão
somente nos elementos obtidos no IP.
cautelares
•
PODER DE INVESTIGAÇÃO DO MP
o MP tem, sim, poderes investigatórios, mas não pode instaurar e presidir inquéritos policiais.
o MP pode investigar por meio de seus PICs
(Procedimentos Investigatórios Criminais)
OBS. Mas, e no caso de se tratar de uma denúncia anônima. Como deve proceder o Delegado, já que a Constituição permite a manifestação do pensamento, mas veda o anonimato? Nesse caso, estamos diante da delatio criminis inqualificada, que abrange, inclusive, a chamada “disquedenúncia”, muito utilizada nos dias de hoje. A solução encontrada pela Doutrina e pela Jurisprudência para conciliar o interesse público na investigação com a proibição de manifestações apócrifas (anônimas) foi determinar que o Delegado, quando tomar ciência de fato definido como crime, através de denúncia anônima, não deverá instaurar o IP de imediato, mas determinar que seja verificada a procedência da denúncia e, caso realmente se tenha notícia do crime, instaurar o IP.
REQUISIÇÃO DO MP
OBS. O IP poderá ser instaurado, ainda, mediante requisição do MP. Nos termos do art. 5°, II do CPP:
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: (...)
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
OBS. Essa requisição deve ser obrigatoriamente cumprida pelo Delegado, não podendo ele se recusar a cumpri-la, pois requisitar é sinônimo de exigir com base na Lei. Contudo, o Delegado pode se recusar12 a instaurar o IP quando a requisição:
• For manifestamente ilegal
• Não contiver os elementos fáticos mínimos para subsidiar a investigação (não contiver os dados suficientes acerca do fato criminoso)
OBS. Com relação à instauração do IP por requisição do Juiz (prevista no art. 5º, II do CPP), a Doutrina já há muito tempo criticava tal possibilidade, entendendo ser afronta ao princípio da inércia e, em última análise, ao sistema acusatório. Hoje, com as alterações promovidas pela Lei
13.964/19, cremos que esta possibilidade se torna absolutamente inviável, tendo havido a revogação tácita de tal previsão.
OBS. Isto porque o novo art. 3º-A estabelece que o processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação.
OBS. Ora, se é absolutamente vedada a iniciativa do Juiz na fase de investigação, isto obviamente deve se estender à própria instauração da investigação. Se ao Juiz é vedado agir de ofício DURANTE a investigação, com muito mais razão deve ser vedado ao Juiz agir de ofício ANTES de instaurada a investigação. Não faz sentido proibir o Juiz de, por exemplo, determinar uma diligência ex officio, mas permitir que o Juiz tome a iniciativa de requisitar a instauração de inquérito policial. ATENÇÃO! É bem verdade que o STF suspendeu a eficácia do art. 3º-A do CPP (e outros), motivo pelo qual o dispositivo ainda não está vigorando. Todavia, já é um indicativo da posição do legislador quanto às restrições impostas ao Juiz na fase pré-processual.
REQUERIMENTO DA VITIMA OU DE SEU REPRESENTANTE LEGAL
OBS. Nos termos do art. 5°, II do CPP:
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
OBS. Vejam que aqui o CPP fala em requerimento, não requisição. Por isso, a Doutrina entende que nessa hipótese o Delegado não está obrigado a instaurar o IP, podendo, de acordo com a análise dos fatos, entender que não existem indícios de que fora praticada uma infração penal e, portanto, deixar de instaurar o IP.
OBS. O requerimento feito pela vítima ou por seu representante deve preencher alguns requisitos. Entretanto, caso não for possível, podem ser dispensados. Nos termos do art. 5°, § 1° do CPP:
Art. 5 (...) § 1º O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. OBS. Caso seja indeferido o requerimento, caberá recurso para o Chefe de Polícia. Vejamos:
Art. 5º (...) § 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
Auto de Prisão em Flagrante
OBS. Embora essa hipótese não conste no rol do art. 5° do CPP, trata-se de hipótese clássica de fato que enseja a instauração de IP. Parte da Doutrina, no entanto, a equipara à notitia criminis e, portanto, estaríamos diante de uma instauração ex officio.
Formas de instauração do IP nos crimes de Ação Penal Pública Condicionada à Representação
OBS. A ação penal pública condicionada é aquela que, embora deva ser ajuizada pelo MP, depende da representação da vítima, ou seja, a vítima tem que querer que o autor do crime seja denunciado.
OBS. Nestes crimes, o IP pode se iniciar:
Representação do Ofendido ou de seu representante legal
OBS. Trata-se da chamada delatio criminis postulatória, que é o ato mediante o qual o ofendido autoriza formalmente o Estado (através do MP) a prosseguir na persecução penal e a proceder à responsabilização do autor do fato, se for o caso. Trata-se de formalidade necessária nesse tipo de crime, nos termos do art. 5°, § 4° do CPP:
Art. 5º (...) § 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
OBS. Não se trata de ato que exija formalidade, podendo ser dirigido ao Juiz, ao Delegado e ao membro do MP. Caso não seja dirigida ao Delegado, será recebida pelo Juiz ou Promotor e àquele encaminhada. Nos termos do art. 39 do CPP:
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial.
OBS. Caso a vítima não exerça seu direito de representação no prazo de seis meses, a contar da data em que tomou conhecimento da autoria do fato, estará extinta a punibilidade (decai do direito de representar), nos termos do art. 38 do CPP:
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia.
OBS. Caso se trate de vítima menor de 18 anos, quem deve representar é o seu representante legal. Caso não o faça, entretanto, o prazo decadencial só começa a correr quando a vítima completa 18 anos, para que esta não seja prejudicada por eventual inércia de seu representante. Inclusive, o verbete sumular n° 594 do STF se coaduna com este entendimento.
OBS. E se o autor do fato for o próprio representante legal? Nesse caso,aplica-se o art. 33 do CPP14, por analogia, nomeando-se curador especial para que exercite o direito de representação:
Requisição do MP
OBS. Como nos crimes de ação penal pública incondicionada, o IP pode ser instaurado mediante requisição do MP, entretanto, neste caso, dependerá da existência de representação da vítima.
Auto de Prisão em Flagrante
OBS. Também é possível a instauração de IP com fundamento no auto de prisão em flagrante, dependendo, também, da existência de representação do ofendido. Caso o ofendido não exerça esse direito dentro do prazo de 24h contados do momento da prisão, é obrigatória a soltura do preso, mas permanece o direito de o ofendido representar depois, mas dentro do prazo de 06 meses.
Requisição do Ministro da Justiça
OBS. Esta hipótese só se aplica a alguns crimes, como nos crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7°, § 3°, b do CP), crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República ou contra qualquer chefe de governo estrangeiro (art. 141, c, c/c art. 145, § único
do CP) e alguns outros.
OBS. Trata-se de requisição não dirigida ao Delegado, mas ao membro do MP! Entretanto, apesar do nome requisição, se o membro do MP achar que não se trata de hipótese de ajuizamento da ação penal, não estará obrigado a promovê-la.
Diferentemente da representação, a requisição do Ministro da Justiça não está sujeita a prazo decadencial, podendo ser exercitada enquanto o crime ainda não estiver prescrito.
Formas de Instauração do IP nos crimes de Ação Penal Privada	Fluxograma
Requerimento da vítima ou de quem legalmente a represente
OBS. Nos termos do art. 5°, § 5° do CPP:
Art. 5º (...) § 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
OBS. Caso a vítima tenha falecido, algumas pessoas podem apresentar o requerimento para a instauração do IP, nos termos do art. 31 do CPP: Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.
OBS. Este requerimento também está sujeito ao prazo decadencial de seis meses, previsto no art. 38 do CPP, bem como deve atender aos requisitos previstos no art. 5°, § 1° do CPP, sempre que possível.
Auto de Prisão em Flagrante
OBS. Também segue a mesma regra dos crimes de ação penal pública condicionada, devendo o ofendido manifestar seu interesse na instauração do IP dentro do prazo de 24h contados a partir da prisão, findo o qual, sem que haja manifestação da vítima nesse sentido, ser o autor do fato liberado.
ATENÇÃO! Se o inquérito policial visa a investigar pessoa que possui foro por prerrogativa de função (“foro privilegiado”), a autoridade policial dependerá de autorização do Tribunal para instaurar o IP.
OBS. Qual Tribunal? O Tribunal que tem competência para processar e julgar o crime supostamente praticado pela pessoa detentora do foro por prerrogativa de função (Ex.: STF, relativamente aos crimes comuns praticados por deputados federais). Este é o entendimento adotado pelo STF, mas há decisões do STJ em sentido contrário.
inquérito policial
= TRAMITAÇÃO=
DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS
FORMA DE TRAMITAÇÃO
• o sigilo no IP é moderado:
INQUÉRITO CONTRA AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA
= diligências a serem adotadas pela autoridade policial:
•	necessário à elucidação dos fatos ou
•	exigido pelo interesse da sociedade
• dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos
• apreender os objetos relacionados ao fato, após
liberados pelos peritos criminais
• colher todas as provas
• ouvir o indiciado
• proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações
• determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias
•	ordenar	a	identificação	do	indiciado	pelo
processo datiloscópico, se possível, e juntar aos
•	moralidade
•	ordem pública
de a infração ter sido praticada de certo modo
IMPORTANTE!
a autoridade policial pode proceder à reprodução simulada dos fatos desde que não contrarie:
para verificar a possibilidade
INCOMUNICABILIDADE DO PRESO
o art. 21 do CPP prevê a hipótese de incomunicabilidade do preso, no entanto, este artigo não foi recepcionado pela CF/88 (ela é vedada!)
autos sua folha de antecedentes.(não é mais a regra)
• averiguar a vida pregressa do indiciado, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes, durante e depois do crime (apreciação do seu temperamento e caráter)
• descobrir sobre a existência de filhos (+respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável)
INDICIAMENTO
= ato por meio do qual a autoridade policial indica alguém como provável infrator, direcionando sua investigação.
é feito de forma fundamentada.
SÚMULA VINCULANTE NO 14 CAI MUITO!
“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.”
por determinados agentes públicos no exercício da função, haverá um regramento especial:
• no caso de infração penal relacionada ao uso da força letal
introduzido pelo “pacote anticrime”
já é assim com
todos os indiciados
(	)
• o investigado poderá constituir defensor
• o investigado deverá ser citado para ciência da instauração
do procedimento investigatório
• caso o investigado não indique defensor em 48h, a instituição a que estava vinculado à data do fato deverá ser intimada para que indique defensor.
NOVIDADE!
OBS. Percebam que o art. 7° prevê a famosa “reconstituição”, tecnicamente chamada de reprodução simulada. ESTA REPRODUÇÃO É VEDADA QUANDO FOR CONTRÁRIA À MORALIDADE OU À
ORDEM PÚBLICA (no caso de um estupro, por exemplo). O investigado não está obrigado a participar desta diligência, pois não é obrigado a produzir prova contra si.
OBS. Em se tratando de determinados crimes, a autoridade policial ou o MP poderão requisitar dados ou informações cadastrais da vítima ou de suspeitos16. São eles:
- Sequestro ou cárcere privado
- Redução à condição análoga à de escravo
- Tráfico de pessoas
- Extorsão mediante restrição da liberdade (“sequestro relâmpago”)
- Extorsão mediante sequestro
- Facilitação de envio de criança ou adolescente ao exterior (art. 239 do ECA)
OBS. Ou seja, em se tratando de um desses crimes o CPP expressamente autoriza a requisição direta pela autoridade policial (ou pelo MP) dessas informações, podendo a requisição ser dirigida a órgãos públicos ou privados (empresas de telefonia, etc.). De forma esquematizada:
OBS. Além disso, em se tratando de crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do MP ou a autoridade policial poderão requisitar, mediante autorização judicial17, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os dados (meios técnicos) que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso (como sinais, informações e outros).
OBS. Contudo, o acesso a esse sinal:
- Não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação, que dependerá de autorização judicial (apenas dados como local aproximado em que foi feita a ligação, destinatário, etc.).
- Deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 dias (renovável uma vez por mais 30 dias). Para períodos superiores será necessária ordem judicial
OBS. Nesses crimes (relacionados ao tráfico de pessoas) o IP deverá ser instaurado em até 72h, a contar do registro de ocorrência policial (informação da ocorrência do crime à autoridade, o chamado “B.O.”).
De forma esquematizada:
Requerimento de diligências pelo indiciado e pelo ofendido
OBS. O ofendido ou seu representante legal podem requerer a realização de quaisquer diligências (inclusive o indiciado tambémpode), mas ficará a critério da Autoridade Policial deferi-las ou não. Vejamos a redação do art. 14 do CPP: Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.
OBS. Contudo, com relação ao exame de corpo de delito, este é obrigatório quando estivermos diante de crimes que deixam vestígios (homicídio, estupro, etc.), não podendo o Delegado deixar de determinar esta diligência. Nos termos dos arts. 158 e 184 do CPP:
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.
Inquérito contra agentes de segurança pública
OBS. A Lei 13.964/19 (chamado “pacote anticrime”) introduziu o art. 14-A e seus
§§ ao CPP, estabelecendo algumas regras quando se tratar de inquérito policial (ou outro procedimento investigatório criminal) instaurado para apurar conduta em tese praticada por agente de segurança pública no exercício da função:
OBS. o regramento trazido se aplica apenas quando se tratar de inquérito para apurar
possível infração penal relativa ao uso da força letal por determinados agentes públicos no exercício da função. São eles:
Integrantes da polícia federal Integrantes da Polícia rodoviária federal Integrantes da Polícia ferroviária federal Integrantes das Polícias civis
Integrantes das Polícias militares e corpos de bombeiros militares Integrantes das Polícias penais – agentes penitenciários (em âmbito federal,
estadual e distrital)
OBS. Nos termos do §6º do referido art. 14-A, tais disposições se aplicam também aos militares das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
OBS. Mas, professor, quais são os regramentos especiais em casos tais? Basicamente, como vimos pela leitura do dispositivo legal, quando se tratar de procedimento investigatório com estas
características:
- O indiciado poderá constituir defensor – Não é propriamente uma novidade. Todo e qualquer indiciado pode constituir defensor para patrocinar seus interesses no bojo de investigação criminal na qual figura como suspeito/indiciado.
- O investigado deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório – Esta sim uma introdução relevante, já que nos demais casos não há previsão de citação do indiciado para constituir defensor.
- Intimação da Instituição a que estava vinculado o indiciado para que indique defensor (caso o indiciado não o faça em 48h) – Outra previsão relevante é a de que a autoridade responsável pela investigação (autoridade policial no IP, o membro do MP na investigação criminal direta pelo MP, etc.) deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, devendo essa, no prazo de 48h, indicar defensor para a representação do investigado.
OBS. Resumidamente, então, o que a Lei 13.964/19 trouxe foi a obrigatoriedade de que, em investigações criminais relativas ao uso da força letal em serviço por tais agentes públicos, o indiciado tenha, necessariamente, um defensor, seja constituído por ele mesmo ou, na falta de constituição pelo indiciado, indicado pela Instituição a qual estava vinculado o agente público à época dos fatos.
EXEMPLO: José, policial civil no RJ, durante o cumprimento de mandado de prisão em determinada comunidade, foi recebido a tiros por criminosos. Na troca de tiros,
José acabou alvejando fatalmente um dos criminosos. Instaurado IP para apurar as circunstâncias do fato (verificar se, de fato, José agiu nos limites da
legítima defesa, etc.), deverá José ser citado para, em 48h, constituir defensor. Caso não o faça, será a Polícia Civil do RJ intimada para indicar um defensor para José. OBS. Vale ressaltar que os §§3º, 4º e 5º foram vetados (corretamente), pois estabeleciam que a defesa de tias agentes públicos seria realizada primordialmente pela Defensoria Pública, o que é inconstitucional, já que não cabe à DP realizar tal função (defesa de agentes públicos por ato funcional), cabendo à DP realizar a defesa jurídica dos NECESSITADOS (e nem sempre um agente público se enquadrará em tal conceito).
Identificação criminal
OBS. Com relação à identificação do investigado (colheita de impressões de digitais), esta identificação criminal só será necessária e permitida quando o investigado não for civilmente identificado, pois a
Constituição proíbe a submissão daquele que é civilmente identificado ao procedimento constrangedor da coleta de digitais (identificação criminal), nos termos do seu art. 5°, LVIII:
Art. 5º (...) VIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
OBS. Primeiramente, quem se considera civilmente identificado? A resposta está no art. 2º da Lei 12.037/90:
Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos:
I – carteira de identidade; II – carteira de trabalho; III – carteira profissional; IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado. Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identificação civis os documentos de identificação militares.
OBS. Contudo, percebam que a CF/88 veda a identificação criminal do civilmente identificado “salvo nas hipóteses previstas em lei”. Quais são estas exceções?
OBS. A Lei que regulamenta a matéria, atualmente, é a Lei 12.037/09. Vejamos o que diz seu art. 3º:
Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações; VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.
OBS. Assim, em qualquer destes casos, poderá ser realizada a identificação criminal. Contudo, ainda que haja necessidade de se proceder a este tipo vexatório de identificação, não se pode proceder de forma a deixar constrangida a pessoa, devendo a autoridade (Em regra, o Delegado) tomar as precauções necessárias a evitar qualquer tipo de constrangimento ao investigado.
Nomeação de curador ao indiciado
OBS. O art. 15 prevê a figura do curador para o menor de 21 anos quando de seu interrogatório:
Art. 15. Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.
OBS. Entretanto, a Doutrina e a Jurisprudência são pacíficas no que tange à alteração desta idade para 18 anos, pois a maioridade civil foi alterada de 21 para 18 anos com o advento do Novo Código Civil em 2002.
OBS. Assim, atualmente este artigo está sem utilidade, pois não há possibilidade de termos um indiciado que é civilmente menor (eis que a maioridade civil e a maioridade penal ocorrem no mesmo momento, aos 18 anos), diferentemente do que ocorria quando da edição do CPP, já que naquela época a maioridade penal ocorria aos 18 anos e a maioridade civil ocorria apenas aos 21 anos. Assim, era possível haver um indiciado que era penalmente maior,mas civilmente menor de idade.
FORMA DE TRAMITAÇÃO
OBS. A corrente doutrinária que prevalece é a de que o IP é sempre sigiloso em relação às pessoas do povo em geral, por se tratar de mero procedimento investigatório, não havendo nenhum interesse que justifique o acesso liberado a qualquer do povo.18
OBS. Entretanto, o IP não é, em regra, sigiloso em relação aos envolvidos (ofendido, indiciado e seus advogados), podendo, entretanto, ser decretado sigilo em relação a determinadas peças do Inquérito quando necessário para o sucesso da investigação (por exemplo: Pode ser vedado o acesso do advogado a partes do IP que tratam de requerimento do Delegado pedindo a prisão do indiciado, para evitar que este fuja).
OBS. Com a sumula vinculante 14 o STF colocou uma “pá-de-cal” na discussão, consolidando o entendimento de que:
- Sim, o IP é sigiloso
- Não, o IP não é sigiloso em relação ao advogado do indiciado, que deve ter livre acesso aos autos do IP, no que se refere aos elementos que já tenham sido juntados a ele.
OBS. É óbvio, portanto, que se há um pedido de prisão temporária, por exemplo, esse mandado de prisão, que será cumprido em breve, não deverá ser juntado aos autos, sob pena de o advogado ter acesso a ele antes de efetivada a medida, o que poderá levar à frustração da mesma.
Presença do defensor (Advogado ou Defensor Público) no Interrogatório Policial.
OBS. Outro tema que pode ser cobrado, se refere à necessidade (ou não) da presença do defensor (Advogado ou Defensor Público) no Interrogatório Policial.
OBS. É pacífico que a presença do advogado no interrogatório JUDICIAL é INDISPENSÁVEL, até por força do que dispõe o art. 185, §1° do CPP20.
OBS. Entretanto, não há norma que disponha o mesmo no que se refere ao interrogatório em sede policial. Vejamos o que diz o art. 6° do CPP:
Art. 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
(...) V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
OBS. Vejam que o inciso que trata do interrogatório em sede policial determina a aplicação das regras do inquérito judicial, NO QUE FOR APLICÁVEL. A questão é: Exige-se, ou não, a presença do advogado?
OBS. Vem prevalecendo o entendimento de que o indiciado deve ser alertado sobre seu direito à presença de advogado, mas, caso queira ser ouvido mesmo sem a presença do advogado, o
interrogatório policial é válido. Assim, a regra é: deve ser possibilitado ao indiciado, ter seu advogado presente no ato de seu interrogatório policial. Caso isso não ocorra (a POSSIBILIDADE de ter o advogado presente), haverá nulidade neste interrogatório em sede policial.
OBS. Contudo, mais uma polêmica surgiu. A Lei 13.245/16, que alterou alguns dispositivos do
Estatuto da OAB, passou a prever, ainda, que é direito do defensor “assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente”.
Art. 7º (...) XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)
OBS. A pergunta que fica é: a presença do advogado passou a ser considerada INDISPENSÁVEL também no interrogatório policial? Ainda não temos posicionamento
dos Tribunais sobre isso, pois é muito recente. Mas há duas correntes:
❖ 1º CORRENTE - O advogado, agora, é indispensável durante o IP.
❖ 2º CORRENTE - A Lei não criou essa obrigatoriedade. O que a Lei criou foi, na verdade, um DEVER para o advogado que tenha sido devidamente constituído pelo indiciado (dever de assisti-lo, sob pena de nulidade). Caso o indiciado deseje não constituir advogado, não haveria obrigatoriedade.
OBS. Prevalece a segunda correta.
OBS. Frise-se, porém, que o art. 14-A do CPP, incluído pela Lei 13.964/19 (chamado “pacote anticrime”), passou a estabelecer a obrigatoriedade de defesa técnica durante a investigação contra agentes de segurança pública por atos relativos ao uso de força letal no exercício da função.
INDICIAMENTO
OBS. Pode ter varios suspeitos e apenas um indiciado
OBS. O indiciamento não desconstitui o caráter sigiloso do Inquérito Policial, sendo apenas um ato mediante o qual a autoridade policial passa a direcionar as investigações sobre determinada ou determinadas pessoas.
OBS. O ato de indiciamento é PRIVATIVO da autoridade policial21, nos termos do art. 2º, §6º da Lei 12.830/13:
Art. 2º (...) § 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.
OBS. Ainda que tal previsão legal não existisse, tal conclusão poderia ser extraída da própria lógica do IP: ora, se é a autoridade policial quem instaura, preside e conduz o IP, naturalmente é a autoridade policial quem tem atribuição para o ato de indiciamento.
inquérito policial
HIPÓTESES
PRAZO PARA CONCLUSÃO
PRESO
regra geral
crimes de competência da Justiça Federal
crimes da lei de drogas
crimes contra a economia popular
crimes militares
10 dias
SOLTO
30 dias
15 dias
30 dias
prorrogável por
até 15 dias
30 dias
90 dias
prorrogável por
prorrogável por
mais 30 dias
10 dias
20 dias
mais 90 dias
10 dias
40 dias
prorrogável por
mais 20 dias
nenhuma repercussão)
• indiciado solto = prazo impróprio (sua violação não tem e processual.
CONCLUSÃO
• concluídas as investigações ou esgotados os prazos, o IP será
encerrado e encaminhado ao juiz.
• caso o delegado precise de mais tempo, deverá encaminhar os autos ao juiz ainda assim solicitando a prorrogação do prazo.
PRAZOS
•indiciado preso = prazo material
prorrogável
sucessivas vezes
= ato complexo:
promoção pelo MP	+
homologação pelo judiciário
ARQUIVAMENTO
• caso entenda não ser o caso de oferecer a denúncia, o
membro do MP requererá o arquivamento do IP.
caso o juiz discorde, remeterá os autos ao PGJ (Procurador-Geral de Justiça),
que decidirá se mantém ou não o arquivamento.(o juiz é obrigado a acatar)
ARQUIVAMENTO IMPLjCITO
ARQUIVAMENTO INDIRETO
TRANCAMENTO DO IP
= se o MP oferece denúncia apenas quanto a alguns dos fatos ou investigados, nada dizendo sobre outros.
• o STF não reconhece este tipo de arquivamento.
= o juízo discorda do pedido de declínio de competência do MP e o recebe como um pedido indireto de arquivamento.
= encerramento anômalo do IP, quando a investigação é cessada por decisão judicial quando não há fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento (via habeas corpus trancativo)
EFEITOS
• em regra, o arquivamento não faz coisa julgada: havendo
novas provas, é possível retomar as investigações.
Exceção: faz coisa julgada material o arquivamento por:
•	atipicidade do fato
•	reconhecimento da extinção da punibilidade
(salvo se mediante apresentação de certidão de óbito falsa)
não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado a prática de infração sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 anos, o MP poderá propor acordo
a autoridade policial não pode promover o arquivamento do IP!
NOVIDADE!
de não persecução penal. (preenchidas as condições)
CAI MUITO!
Conclusão do inquérito policial
OBS. Esgotado o prazo previsto, ou antes disso, se concluídas as investigações, o IP será encerrado e encaminhado ao Juiz. Nos termos do art. 10 do CPP:
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que seexecutar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. § 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.
OBS. O STJ firmou entendimento no sentido de que, estando o indiciado solto, embora exista um limite previsto no CPP, a violação a este limite não teria qualquer repercussão, pois não traria prejuízos ao indiciado, sendo considerado como prazo impróprio.
OBS. A maioria da Doutrina e da Jurisprudência entende que se trata de prazo de natureza processual. Assim, a forma de contagem obedece ao disposto no art. 798, § 1° do CPP:
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado.
§ 1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento.
OBS. Contudo, estando o indiciado PRESO, Doutrina e Jurisprudência
inclui o dia do começo, nos termos do art. 10 do CP.
ARQUIVAMENTO
entendem, majoritariamente, que o prazo é considerado MATERIAL, ou seja, EXCLUDENTE DE ILICITUDE OU DE CULPABILIDADE – A Doutrina e a
de concluído o IP, nesta hipótese, os autos são remetidos ao Juízo, onde permanecerão até o fim do prazo decadencial (para oferecimento da queixa), aguardando manifestação do ofendido. Essa é a previsão do art. 19 do CPP:
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito
ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.
serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido PUNIBILIDADE – Tanto Doutrina quanto Jurisprudência entendem que se trata
OBS. A decisão de arquivamento do IP faz coisa julgada? Em regra, NÃO, pois o CPP admite que a autoridade policial proceda a novas diligências investigatórias, se de OUTRAS PROVAS tiver notícia.
OBS. Isso significa que, uma vez arquivado o IP, teremos uma espécie de “coisa julgada secundum eventum probationis” , ou seja, a decisão fará “coisa julgada” em relação àquelas provas. Assim, não poderá o MP ajuizar a ação penal posteriormente com base NOS MESMOS ELEMENTOS DE PROVA, nem se admite a reativação da investigação.
OBS. O STF, inclusive, possui um verbete de súmula neste sentido:
SÚMULA 524 DO STF: Arquivado o Inquérito Policial, por despacho do Juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
OBS. Entretanto, apesar de o arquivamento do IP, a princípio, não fazer coisa julgada material,
existem EXCEÇÕES, ou seja, situações em que o arquivamento do IP irá produzir “coisa julgada
material” (não será possível retomar as investigações). Vejamos:
- ARQUIVAMENTO POR ATIPICIDADE DO FATO – Neste caso, há
entendimento PACÍFICO no sentido de que não é mais possível reativar, futuramente, as investigações. Isso é absolutamente lógico, já que não faz o menor sentido permitir a retomada das investigações quando já houve arquivamento (devidamente homologado pela instância revisora) pela ATIPICIDADE da conduta (irrelevância penal do fato)24.
- ARQUIVAMENTO EM RAZÃO DO RECONHECIMENTO DE
jurisprudência MAJORITÁRIAS entendem que também não é possível reabrir futuramente a investigação. Embora haja divergência jurisprudencial a respeito, o STJ possui entendimento majoritário neste sentido25. O STF, embora tenha
vacilado sobre a questão, vem decidindo pela possibilidade de reabertura das
OBS. Mas, em se tratando de crime de ação penal privada, o que se faz? Depois investigações, caso surjam novas provas, mesmo no caso de arquivamento em razão
da presença de excludente de ilicitude ou excludente de culpabilidade (ou seja, o STF vem entendendo que o arquivamento com base em excludente de ilicitude ou excludente de culpabilidade não faz coisa julgada material).
- ARQUIVAMENTO PELO RECONHECIMENTO DA EXTINÇÃO DA
de decisão que faz coisa julgada material, ou seja, não admite a reabertura do IP. EXCEÇÃO: entende-se que se o reconhecimento da extinção da punibilidade se deu pela morte do agente (art. 107, I do CP) mediante apresentação de certidão de óbito falsa (o agente não estava morto) é possível reabrir as investigações.
OBS. Para fins de prova, acredito ser mais prudente, hoje, ficar com o entendimento do STF: só haveria coisa julgada material (impedindo a retomada futura das investigações) nos casos de arquivamento do IP com base na atipicidade da conduta ou no caso de extinção da punibilidade.
Apenas em caso de questão que peça especificamente o entendimento do STJ é que se deve ampliar tais possibilidades.
VALOR PROBANTE DOS ELEMENTOS COLHIDOS NO IP
OBS. O direito processual penal brasileiro adota, como regra, o sistema do livre convencimento motivado ou persuasão racional no que tange à valoração da prova pelo Juiz. Ou seja, o Juiz é livre para apreciar e valorar as provas produzidas no processo, conferindo a cada uma delas o peso que entender que merecem, não estando obrigado a conferir maior peso a esta ou aquela prova.
OBS. Assim, por exemplo, a confissão não é uma prova “superior” às demais. O Juiz pode, inclusive, entender que a confissão não tem valor algum em determinado caso, podendo absolver o acusado mesmo em caso de confissão, se entender que as demais provas dos autos apontam a inocência do réu confesso.
OBS. Mas, o Juiz pode levar em conta os elementos de prova colhidos na fase de investigação para fundamentar sua decisão?
OBS. Sim, o Juiz pode usar as provas obtidas no Inquérito para fundamentar sua decisão. O que o Juiz NÃO PODE é fundamentar sua decisão somente com elementos obtidos durante o IP. Nos termos do art. 155 do CPP:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
OBS. Vejam, portanto, que esta liberdade do Magistrado (Juiz) não é absoluta, pois:
• O Magistrado deve fundamentar suas decisões;
• As provas devem constar dos autos do processo;
• As provas devem ter sido produzidas sob o crivo do contraditório judicial – Assim, as provas exclusivamente produzidas na fase de investigação (ex.: Inquérito Policial) não podem, por si sós, fundamentar a decisão do Juiz, à exceção das provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
OBS. Além disso, o CPP determina que as provas urgentes, que não podem esperar para serem produzidas em outro momento (cautelares, provas não sujeitas à repetição, etc.), estão ressalvadas da obrigatoriedade de serem produzidas necessariamente pelo crivo do contraditório judicial, embora se deva sempre procurar estabelecer o contraditório em sede policial quando da realização destas diligências.
PODER DE INVESTIGAÇÃO DO MP
OBS. Durante muito tempo se discutiu na Doutrina e na Jurisprudência27 acerca dos poderes de investigação do MP, já que embora estas atribuições tenham sido delegadas à Polícia, certo é que o MP é o destinatário da investigação, na qualidade de titular da ação penal (pública).
OBS. No entanto, essa discussão já não existe mais. Atualmente o entendimento pacificado é no sentido de que o MP tem, sim, poderes investigatórios, já que a Polícia Judiciária não detém o monopólio constitucional dessa tarefa.
Resumidamente:
• MP pode investigar (por meio de procedimentos próprios de investigação)
• MP não pode instaurar e presidir inquérito policial
OBS. Assim, o MP pode investigar por meio de seus PICs (Procedimentos investigatórios criminais), mas não pode instaurar, conduzir e presidir o IP.
ação penal
INCONDICIONADA
CONDIÇÕES
ESPÉCIES
CONDICIONADA
EXCLUSIVA
SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA
PERSONALjSSIMA
•
Possibilidade jurídica do pedido
•
Interesse de agir
•
Legitimidade ad causam ativa
•
Legitimidade ad causam passiva
•
Justa causa
típico (não precisa ser também ilícito e o agente culpável)
(deve ser baseado em conduta que se amolde em fato)
provimento jurisdicional que se busca
(adequação da via eleita e utilidade do)
para a demanda(= pertinência subjetiva )
praticou o crime (princípio da intranscendência)
(deve figurar no polo passivo quem realmente)
CPP, a justa causa não é condição da ação
( há grande divergência doutrinária. Para o )
DENÚNCIA E QUEIXA
= inicial acusatória (endereçada ao juiz competente)
• devem expor de forma detalhada o fato criminoso
e todas as suas circunstâncias.
+ qualificação do acusado (ou elementos pelos quais pode-se identifica-lo)
+ tipificação do delito (indicação do dispositivo legal)
+ rol de testemunhas (se houver)
• devem ser assinadas pelo membro do MP (denúncia)
ou pelo advogado do querelante (queixa-crime)
AÇÃO PENAL
PÚBLICA
PRIVADA
ação penal
= ESPÉCIES =
é a regra no ordenamento processual penal brasileiro
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
pode provocar sua ação
= titularidade privativa do MP.(qualquer pessoa do povo)
• independentemente de qual seja o crime, se praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado ou Município, a ação será pública.
• princípios:
• obrigatoriedade
•
indisponibilidade
•
oficialidade
•
divisibilidade
o membro do MP deve oferecer a denúncia (salvo se
houver transação penal ou acordo de não persecução penal)
(	)
MP não pode desistir dela
(uma vez ajuizada a ação, o )
um órgão oficial (MP)
(a ação é ajuizada por )
de um/alguns e fazê-lo para os outros posteriormente indiciado preso: 5 dias
(havendo vários autores, o MP pode ajuizar apenas em face)
• prazo:
indiciado solto: 15 dias
o oferecimento em momento posterior não implica nulidade da denúncia (pode ser oferecida enquanto não for extinta a punibilidade)
deve ser explicitamente previsto em lei
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA
= é condicionada à representação do ofendido ou à requisição do Ministro da Justiça.
• aplica-se o que foi dito a respeito da incondicionada, mas com a exigência da condição de procedibilidade
REPRESENTAÇÃO DA VjTIMA
• deve ser oferecida no prazo de 06 meses, contados da data em que a vítima descobriu o autor do delito.
passado o prazo, a vítima decai do direito (extinção da punibilidade)
• admite-se retratação até o oferecimento da denúncia.
também a retratação da retratação (dentro do prazo de 6 meses)
a representação não pode ser dividida quanto aos autores do fato  ou é feita em face de todos ou não há representação.
REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA
• apenas em crimes específicos em que há um juízo político acerca da conveniência de apura-los ou não.
• não há prazo decadencial (enquanto não for extinta a punibilidade do crime)
• não há previsão legal para a retratação da requisição
• o MP não está vinculado à requisição!
ação penal
= ESPÉCIES =
AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA
= quando o MP não oferece a denúncia no prazo legal (em crimes de ação pública)
• o ofendido tem 6 meses para oferecer a ação
privada (a partir do esgotamento do prazo do MP)
• cabe ao MP:
•	aditar a queixa,
•	repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva,
•	intervir em todos os termos do processo,
•	fornecer elementos de prova,
•	interpor recurso e,
•	a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
AÇÃO PENAL PERSONALjSSIMA
= somente o ofendido pode ajuizar a ação.
se ele falecer, extingue-se a punibilidade
(a legitimidade não se estende aos sucessores)
•	oportunidade
•	disponibilidade
•	indivisibilidade
da ação (não são obrigados a ajuizá-la)
(os ofendidos/legitimados analisam a conveniência)
da ação proposta
(o titular pode desistir )
impossibilidade de fracionar o exercício
da ação em relação aos infratores
(
)
AÇÃO PENAL PRIVADA EXCLUSIVA
= o interesse é mais do ofendido (que deve ajuizar a ação) que da sociedade.
• a queixa pode ser oferecida pessoalmente ou por
procurador (procuração com poderes especiais)
se o ofendido falecer, podem ajuizar a ação (respeitada a ordem):
há renúncia em relação aos que não
foram incluídos no polo passivo
1.	Cônjuge	3. Descendente
2. Ascendente	4. Irmão
• o ofendido tem 6 meses para oferecer a ação privada
(a partir da ciência do autor do delito)
• princípios:
RENÚNCIA
• a renúncia pode ser feita até o ajuizamento da demanda.
pode ser expressa (informa que não pretende ajuizar)
ou tácita (prática de ato incompatível)
A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá.
PERDÃO DO OFENDIDO
• feito após o ajuizamento da demanda.
é ato bilateral  deve ser aceito pelo querelado p/ produzir efeito.
O perdão oferecido a um dos autores a todos se estenderá, mas se um deles recusar, o direito dos demais não é prejudicado.
comp0ência
MATÉRIA
PESSOA
TERRITORIAL
= competência de foro por prerrogativa de função.
JUSTIÇA ELEITORAL
JUSTIÇA MILITAR
JUSTIÇA FEDERAL
JUSTIÇA ESTADUAL
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA
JUSTIÇA ESPECIALIZADA
JUSTIÇA COMUM
COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI
compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes dolosos contra a vida e aqueles conexos com eles.
quando certas autoridades figuram no polo passivo, sua competência pode pertencer originalmente a um Tribunal
STF: o foro privilegiado aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas.
ATENÇÃO!
PERDA DO CARGO DURANTE O PROCESSO
• regra  a competência também se desloca
• exceção  se já houver havido intimação para a apresentação de alegações finais (término da instrução penal), a competência permanece no Tribunal.
Súmula 721 (STF): "A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual"
EM RAZÃO DO LOCAL DA INFRAÇÃO
EM RAZÃO DO DOMICjLIO DO INFRATOR
= nas seguintes hipóteses:
TIPO DE CRIME
Crimes plurilocais comuns Crimes plurilocais contra a vida Juizados Especiais
Crimes falimentares Atos infracionais
TEORIA ADOTADA
Teoria do resultado Teoria da atividade Teoria da atividade
Onde a falência foi decretada Teoria da atividade
Crime praticado em aeronaves ou embarcações sujeitos à lei brasileira  onde primeiro aportar ou pousar a embarcação/aeronave ou o último
Crime tentado  o lugar será aquele em que ocorreu o último ato de execução.
•	não sendo conhecido o lugar da infração
•	se o réu tiver mais de uma residência
•	se o réu não tiver residência ou for ignorado seu paradeiro
•	se	for	hipótese	de	crime	de	ação
exclusivamente privada
o querelante pode ajuizar a queixa no lugar do domicílio ou residência do réu, ainda que conhecido o lugar da infração
Crime praticado e consumado no exterior  o lugar será a capital do estado em que o réu, no brasil, tenha fixado seu último domicílio ou, se não houver, em Brasília
comp0ência
CONEXÃO E CONTINÊNCIA
= havendo conexão ou continência, haverá́ a reunião dos processos para julgamento conjunto.
REGRAS PARA DEFINIÇÃO DA COMPETÊNCIA
•	concurso entre a jurisdição comum e militar
•	concurso entre crime e infração de competência do Juizado da Infância e da Juventude
de	um	dos
•	insanidade	mental	superveniente
corréus
•	impossibilidade	de	formação	do sentença no Tribunal do Júri
•	separação facultativa quando:
conselho	de
jurisdições da mesma categoria
jurisdições de diversas categorias
jurisdição comum e a especial
júri
1. a do lugar da infração à qual foi cominada a pena mais grave;
2. a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações (se de mesma gravidade);
3. firmar-se-á a competência pela prevenção nos outros casos.
a de maior graduação
a jurisdição especial
CONCURSO DE JURISDIÇÃO
competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum
PREVALÊNCIA
SÚMULA NO 704 (STF)
não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados.
quando apenas um dos réus tiver foro privilegiado
SEPARAÇÃO DE PROCESSOS
= mesmo havendo conexão ou continência, não haverá́ a reunião dos processos:
• os fatos criminosos tenham sido praticadosem circunstâncias de tempo e lugar diferentes;
• o juiz entender que a reunião pode ser prejudicial ao julgamento da causa ou retardar o processo
suje%os proce*uais
ESPÉCIES
Sujeitos essenciais
Sujeitos acessórios
(não essenciais)
Devem necessariamente fazer parte do processo
São eles: Juiz, acusador (MP ou querelante), acusado (ou querelado) e seu defensor
não necessariamente atuarão no processo
Ex.: assistente de acusação
JUIZ
PODERES
• poder de polícia administrativa  visa garantir a ordem dos trabalhos (exercido no curso do processo)
• poder jurisdicional  condução do processo relacionada à atividade-fim (instrução, decisões interlocutórias...).
sua imparcialidade
IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO (o juiz tem prejudicada)
•	se for amigo intimo ou inimigo capital
• se ele (+ seu cônjuge, ascendente ou descendente) estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia
• se ele (+ seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive), sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes
•	se tiver aconselhado qualquer das partes
•		se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes
•	se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo
= incapacidade subjetiva do juiz, que
pode ou não se declarar suspeito
SUSPEIÇÃO: (	)
IMPEDIMENTO: (= presunção absoluta de )
parcialidade (rol taxativo)
• o juiz, seu cônjuge ou parente (consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive) tiver atuado como defensor ou advogado, órgão do MP, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito
• o juiz tiver servido como testemunha
• tiver funcionado como juiz de outra instância, (pronunciando- se, de fato ou de direito, sobre a questão)
• Ele próprio ou seu cônjuge ou parente (consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive) for parte ou diretamente interessado no feito.
MP
• tem dupla função no processo penal:
• ajuizar, privativamente, a ação penal pública
• fiscalizar o cumprimento da lei
nas ações públicas e privadas (como custos legis)
• aplicam-se ao membro do MP (no que for cabível) as mesmas hipóteses de suspeição e impedimento previstas para os juízes.
SÚMULA NO 234 (STJ)
o simples fato de o membro do MP ter participado da fase investigatória não é causa de impedimento ou suspeição.
suje%os proce*uais
ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO
ACUSADO
= figura no polo passivo do processo.
• sua identificação deve ser a mais ampla possível.
a impossibilidade de sua identificação por seu nome civil não impede o prosseguimento da ação caso seja certa sua identidade física
• o acusado deve comparecer a todos os atos
do processo para os quais for intimado
se ele não comparecer a algum ato que não possa ser realizado sem ele, o juiz pode determinar sua condução à força
é inconstitucional a condução coercitiva do investigado, indiciado ou acusado para fins de interrogatório (viola o princípio da vedação à autoincriminação)
DEFENSOR DO ACUSADO
• sua presença no processo criminal é obrigatória
sua falta é causa de nulidade absoluta
(a deficiência na defesa técnica é causa de nulidade relativa)
• caso o acusado não possua defensor, o juiz
nomeará um para que o defenda.
o acusado pode, posteriormente, a qualquer tempo, constituir advogado de sua confiança
• se o defensor não comparecer à audiência, ele deverá justificar ao juiz (a audiência pode ser adiada). Caso ele não justifique, o juiz não adiará o ato, devendo constituir outro defensor.
a constituição de defensor independe de mandato, quando o acusado o indicar no interrogatório ( = procuração apud acta)
AUXILIARES DA JUSTIÇA
= peritos e intérpretes.
• não têm interesse na causa, mas contribuem com o processo
• os peritos podem ser suspeitos (também devem ser imparciais)
• vedações ao exercício da função de peritos:
• sujeitos	à	interdição	de	direitos	inerentes	à profissão
• prestado depoimento no processo ou opinado
anteriormente sobre o objeto
• analfabeto e menor de 18 anos
• a nomeação do perito é ato privativo da autoridade o perito não pode recusar, salvo se houver motivo relevante, sob pena de multa
= ofendido,	seu	representante	legal	ou	seu
cônjuge,	ascendente,	descendente	ou	irmão
poderão atuar como assistentes da acusação nas
ações penais públicas (condicionadas e incondicionadas)
• requisitos:
• o requerente deve ser um dos legitimados
• deve ser assistido por advogado ou Defensor
a admissão do assistente de acusação depende sempre da oitiva prévia do membro do MP, não cabendo recurso contra a decisão que negar ou deferir a habilidade do assistente.
2os proce3uais
NULIDADES
qq)↓(jq)þS
(Sq(()(S
•	Princípio do prejuízo
•	Princípio da lealdada processual (ou boa-fé)
•	Princípio da eficácia dos atos processuais
•	Princípio da conservação
•
Princípio da convalidação
atingir sua finalidade sem causar prejuízo às partes
( um ato pode não ter sua nulidade decretada se )
invoca-la, ainda que lhe cause prejuízo
(a parte que deu causa à nulidade não pode
)
até que haja decisão judicial reconhecendo sua nulidade
•	Princípio da causalidade
( um ato eivado de nulidade continua produzindo efeitos )
a nulidade de um ato invalida também
os atos que dele decorrerem
(
)
deve ser preservada a eficácia dos demais
(atos processuais não relacionados ao anulado)
•	Princípio do interesse
uma vez instaurado o inquérito, não
(pode a autoridade policial arquivá-lo )
(um ato viciado pode produzir )
efeitos se convalidado
a convalidação pode se dar:
• pelo suprimento e pela retificação
• pela preclusão temporal
• por preclusão lógica
• ocorrência de trânsito em julgado
fundamentação
NOVIDADE!
ocorrerá ainda a nulidade por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre estas.
• por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;
• por ilegitimidade de parte;
• por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
• a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante;
• o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios (ressalvado o disposto no Art. 167);
• a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos;
• a intervenção do MP em todos os termos da acabo por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública;
• a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa;
• a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri;
• a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia;
• por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato
• em decorrência de decisão carente de
2os proce3uais
TEMPO E PRAZOS
• atos processuais  em qualquer dia
• sessões de julgamento  somente em dias úteis caso tenham se iniciado em dia útil e não tenham terminado, prosseguirão mesmo que entrem em dias não-úteis.
• prazos processuais:
• excluem o dia do começo e incluem o do final
• começam a correr do momento da ciência do ato:
)
correm em dias úteis e não-úteis e não se
interrompem em domingos, férias ou feriados
• são contínuos (
• de intimação
• de audiência (em que a parte seja cientificada)
• do dia em que a parte manifestar ciência nos
(não da juntada aos autos!)
autos
os prazos materiais são computadas de maneira diversa (incluem o dia do começo)
LUGAR
• audiências, sessões e atos processuais:
• em regra, públicos
• se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais
previamente designados
(em dias e horas certos ou)
• podem ser realizados em outros locais, a critério do juiz
Ex.: oitiva de testemunha que possua prerrogativa de ser ouvida onde indicar
• não serão realizados na sededo Juízo os atos que devam ser praticados em outra comarca ou país ou perante Juiz singular (se tramitando em
Tribunal)
será expedida carta para cumprimento do ato:
• precatória (outra comarca)
• rogatória (outro país)
• de ordem (juiz subordinado)
2os proce3uais
= COMUNICAÇÃO =
NOTIFICAÇÕES
• pelo CPP, os termos “intimação” e ”notificação” são usados de forma indiscriminada.
• a doutrina diferencia:
• intimação  ciência que se dá a respeito de um ato já realizado
• notificação  ciência que se dá a respeito de uma providência que por ela deve ser tomada
()TAÇÃþ (M (MBA)XADAS ( (þ↓SULADþS
• mediante carta rogatória
()TAÇÃþ F)(TA
intimação pessoal
intimação por publicação no Diário Oficial
MP e defensor nomeado
defensor constituído, advogado do querelante e do assistente
INTIMAÇÕES
= ato único mediante o qual o réu é integrado ao processo.
• são várias as intimações durante o processo
sempre que for necessário dar ciência a alguém da prática de algum ato processual
dispensa a necessidade de publicação no órgão oficial
CITAÇÕES
= ato pelo qual se dá ciência ao réu da existência do processo, chamando-o para participar.
= princípio do contraditório e ampla defesa
()TAÇÃþ q(SSþAL
• mediante mandado de citação.
• modalidades especiais:
•	militar  por intermédio do chefe do serviço
•	funcionário público  pessoalmente + dia e hora do Juízo comunicados a seu chefe
•	preso  pessoalmente
da federação em que o juiz exerce sua jurisdição
()TAÇÃþ Dþ A(USADþ (STqA↓G()qþ
(é nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade )
• mediante carta rogatória
sabendo-se
(seu endereço)
suspende-se o prazo prescricional até seu cumprimento
são legações estrangeiras
(	)
CITAÇÃO POR HORA CERTA
CITAÇÃO POR EDITAL
= o endereço do réu é conhecido, mas ele está se ocultando do Oficial de Justiça para não ser citado.
ou diverge do )
indicado na inicial
= o endereço do réu é desconhecido (
o O.J. vai 2x ao local e suspeita de ocultação
intima pessoa da família ou vizinho de que virá no dia útil seguinte em hora designada
se o citando não estiver, o O.J.
dará por realizada a citação
deixará contrafé com pessoa da família, vizinho...
salvo se houver justificativa para a ausência
ATENÇÃO!
sentença
REQUISITOS FORMAIS
proferida a sentença, o juiz não pode mais alterá-la (esgotamento de instância), salvo:
•	correção de erros materiais
•	apreciação de embargos de declaração
PRINCjPIO DA IDENTIDADE FjSICA DO JUIZ
= o Juiz que presidir a instrução deverá proferir a sentença, salvo se este for:
•	Relatório
•
Fundamentação
•
Dispositivo
•
Autenticação
processo até então
(= resumo do que foi o )
ausência ou deficiência causa nulidade
(= o que motivou a decisão do juiz. Sua )
ou absolvendo o réu)
(= decisão do juiz (condenando )
= data + assinatura do juiz (ausência da assinatura = divergência: sentença inexistente x mera irregularidade)
(
)
SENTENÇA PENAL
ABSOLUTÓRIA	= julga improcedente a acusação
•	promovido
•	licenciado
•	afastado
•	convocado
•	aposentado
• quando o juiz entender:
•	estar provada a inexistência do fato
•	não for provada a existência do fato
•	houver circunstâncias que ou fundadas dúvidas
•	não for o fato infração penal
•	estar provado que o réu não concorreu para a infração
excluam o crime
isentem o réu de pena
CONSEQUÊNCIAS:
decisão absolutória devido a excludente de ilicitude, inexistência do fato ou comprovação da não autoria impede proposição de
ação civil de indenização.	DECORE!
•	não houver prova suficiente para condenação
(= fundamentação residual  in dubio pro reo )
•	imediata colocação do réu em liberdade, caso preso
•	levantamento do sequestro incidente de seus bens
•	cancelamento da hipoteca legal e arresto sobre seu patrimônio lícito
•	restituição integral da fiança
CONDENATÓRIA	= julga procedente a acusação
• exige prova cabal.
• o juiz pode condenar o réu mesmo que o MP requeira sua absolvição
• o juiz deve decidir sobre a manutenção ou
CONSEQUÊNCIAS:
• efeitos penais  pena, efeitos de reincidência...
• efeitos extrapenais genéricos  obrigação de indenizar a vítima + perda em favor da União dos instrumentos e produtos do crime
• efeitos extrapenais específicos  em certos crimes e expressamente mencionados na sentença.
imposição de prisão preventiva ou de outra
apelação que vier a ser interposta
medida cautelar (sem prejuízo do conhecimento de )
PUBLICAÇÃO
PRINCjPIO DA CORRELAÇÃO
sentença
= a sentença deve se amoldar ao fato descrito na
denúncia ou queixa.
não pode o juiz decidir fora dos limites que lhe foram colocados (violaria o princípio da inércia)
PRINCjPIO DA CONSUBSTANCIAÇÃO
= o acusado se defende dos fatos que lhe são
imputados
a	sentença	que	extrapola,	viola	também	o contraditório e a ampla defesa
EMENDATIO LIBELLI
= possibilita o juiz alterar a capitulação legal
do fato descrito na denúncia
não há alteração nos fatos descritos, mas apenas na classificação do delito
• pode resultar em:
• infração que admita a suspensão condicional do processo  intima o MP para que ofereça proposta
• incompetência do juiz para julgar  declínio em favor do juízo competente
MUTATIO LIBELLI
= possibilita a alteração da definição jurídica do fato em
razão do surgimento de novas provas quanto a fatos que não estavam previstos na peça inicial acusatória.
o MP deve aditar a denúncia e o réu pode se defender desses novos fatos.
Súmula 453 (STF)
a mutatio libelli só pode ser aplicada na
aplicada em qualquer uma
primeira instância. (a emendatio libelli pode ser )
INTIMAÇÃO
PARTE
réu preso
= a sentença é	publicada (se	torna pública),
quando entregue nas mãos do escrivão ou, se proferida em audiência, com sua mera leitura.
até	a	publicação,	há	apenas	expectativa	de
sentença
• o	ato	jurisdicional	se	aperfeiçoa	com	a publicação.
réu solto
MP
querelante ou assistente de acusação
após a intimação, cabe recurso (apelação)
INTIMAÇÃO
sempre pessoalmente
se defensor constituído  basta intimá-lo se defensor nomeado  o réu deve ser obrigatoriamente intimado pessoalmente (é necessária a intimação de ambos)
sempre pessoalmente pessoalmente ou por seu advogado
(ou por edital, se não encontrados)
inc4entes
EXCEÇÕES
• se ilegitimidade ad causam (MP ajuíza ação privada) =
sempre peremptória (nulidade insanável)
• se	ilegitimidade ad processum (ausência de algum
requisito para a atuação da parte) = peremptória ou
dilatória (se a parte sanar)
mas pontos periféricos
= meios de defesa indireta (não impugnam o mérito,)
peremptórias  podem excluir o processo
dilatórias  podem só retardar o processo
•	Suspeição
•	Incompetência
•	Impedimento
•	Litispendência
•	Coisa julgada
•	Ilegitimidade da parte
visa afastar o juiz cuja imparcialidade parece estar
( prejudicada. Só pode ser arguida até a sentença. )
verbalmente ou por escrito, no prazo da defesa. Pode ser
arguida pela defesa, MP ou reconhecida pelo juiz de ofício.
(
)
segue o mesmo procedimento da suspeição
(presunção absoluta de imparcialidade (objetivo))
2 ou + demandas idênticas tramitando simultaneamente.
Pode ser alegada a qualquer momento
(
)
(ativo ou passivo) e quem realmente o faz
( divergência entre quem deveria figurar no polo )
Pode ser alegada a qualquer momento
(demanda idêntica já transitada em julgado.)
• podem ser:
ESPÉCIES
= quando	dois	ou	mais	juízes	pretendem	(conflito
positivo) ou se recusam a (conflito negativo) atuarem
• pode ser suscitado:
um determinado processo.
pela parte
pelo MP
por juiz ou tribunal em causa
QUESTÕES PREJUDICIAIS
CARACTERjSTICAS
• anterioridade lógica (prévia à análise do mérito)
• necessariedade (deve ser indispensável à análise da tipicidade)
• autonomia (deve ser discutida em outro processo)
CLASSIFICAÇÕES
• totais (influencia no reconhecimento do tipo penal básico) ou parciais (influencia apenas circunstância)
• penais (homogêneas) ou extrapenais (heterogêneas)
as extrapenais podem ser:
• facultativas  devolutivas relativas
CONFLITO DE JURISDIÇÃO
obrigam a suspensão do
• obrigatórias  devolutivasabsolutas (processo até sua solução)
FALSIDADE DOCUMENTAL
• visa verificar a autenticidade do documento.
só é cabível no processo penal (no inquérito policial, não)
• é autuado em apartado (a parte tem 48h para se manifestar)
• se procedente  documento é destranhado dos autos
+ envio de cópias ao MP para apurar se houve crime
• se improcedente  documento permanece nos autos
m./as
a*ecur0órias
SEQUESTRO DE BENS IMÓVEIS
• ajuizado perante o juízo criminal
ARRESTO PREVENTIVO
= medida prévia à hipoteca legal (= pré-cautelar)
• visa	tornar	os	bens	do	indiciado	indisponíveis
enquanto tramita o requerimento da hipoteca
• será revogado se o interessado não promover o processo de hipoteca legal em 15 dias.
• se o processo transitar em julgado antes da hipoteca:
ARRESTO
o arresto preventivo
(não tem relação com )
= semelhante à hipoteca legal, mas refere-se a
bens móveis (de origem lícita)
• aplicam-se as normas da hipoteca legal no que couber
• absolutório  o arresto perde a eficácia e o processo de hipoteca é extinto
• condenatório  fica prejudicado o pedido de hipoteca (autos remetidos ao juízo cível para a vítima adotar as providências)
HIPOTECA LEGAL
= direito real de garantia sobre bens imóveis, incidindo sobre o patrimônio do réu (não pode de terceiros)
patrimônio lícito ou ilícito
• seu requerimento só é cabível na fase judicial.
• em regra, o MP não tem legitimidade para fazer o requerimento (salvo se a vítima for pobre ou haja interesse da fazenda pública)
a hipoteca será cancelada no caso de extinção da punibilidade ou absolvição criminal (ambas transitadas
em julgado)
para a doutrina: também é cancelada caso o réu ofereça caução
• visa a indisponibilidade dos bens imóveis do investigado ou acusado  patrimônio ilícito
inclui bens de terceiros que tenham sido adquiridos com o
proveito da infração penal  o terceiro de boa-fé deve requerer a liberação do bem mediante embargos de terceiros
• pode ser:
•	determinado ex officio pelo Juiz ou
•	ser requerido pelo MP e pelo ofendido
durante a fase investigatória, a autoridade policial pode representar ao juiz pela necessidade da decretação da medida.
cabe, excepcionalmente, o sequestro de bens móveis que não possam ser alvo de busca e apreensão.
• em qualquer caso, o pedido tramitará em autos apartados.
• levantamento do sequestro:
•	ação penal não for intentada em até 60 dias
•	se o terceiro prestar caução
•	se for extinta a punibilidade ou absolvido o réu
ALIENAÇÃO
= venda em leilão público dos bens que foram alvos de medidas assecuratórias.
• após o trânsito em julgado da ação.
• o	dinheiro	obtido	com	a	venda	será
destinado	à	indenização	da	vítima	ou terceiro de boa-fé.
o que não couber a eles será recolhido ao Fundo
Penitenciário Nacional (salvo previsão legal diversa)
• o juiz pode autorizar o uso do bem por
outros órgãos públicos
e transitada em julgado a sentença com a decretação de perdimento dos bens, o juiz pode determinar sua transferência definitiva
prova
PRINCjPIOS
ÔNUS DA PROVA
•	fatos evidentes
•
fatos notórios
•	presunções legais
•	fatos inúteis
= decorrem de um raciocínio lógico. (ex.: sabendo o
ano de nascimento, não é preciso provar sua idade)
(
)
(ex.: 25 de dezembro é natal)
( = de conhecimento geral
)
= a lei presume certos fatos. (ex.: que o menor de 14 anos não tem discernimento para certos atos)
(
)
(são absolutamente dispensáveis)
( não são relevantes para a causa )
mas é preciso provar o fato
que é seu pressuposto
ASPECTOS GERAIS
SISTEMAS
•		CPP adota o sistema do livre convencimento motivado da prova.
o juiz deve valorar a prova produzida da forma que entender
mais conveniente (conforme sua análise dos fatos comprovados nos autso). Ele deve motivar suas decisões.
•	sistema da prova tarifada (certeza moral do juiz)
= a lei determina os pesos de cada prova e o juiz só faz a
“soma aritmética” (utilizado em situações excepcionais ex: estado de pessoas (nascimento ou morte) só se aceita provas da lei civil)
•	sistema da íntima convicção (certeza moral do juiz)
= dispensa fundamentação por parte do julgador
(é adotado nos julgamentos do Tribunal do Júri)
DISPENSA DE PROVAS
• fatos que não precisam ser provados:
em regra, o Direito não precisa ser provado, mas a parte que alegar direito municipal, estadual ou estrangeiro deve provar seu teor e vigência.
•	princípio do contraditório
•
princípio da comunhão da prova
•
princípio da oralidade
•	princípio da autorresponsabilidade das partes
•	princípio da não auto incriminação
ser contraditadas pela outra parte
(todas as provas produzidas podem )
parte que a produziu e pode ser utilizada por todos
( a prova integrada aos autos deixa de pertencer à )
produzidas oralmente na presença do juiz
( sempre que possível, as provas devem ser )
da prova sobre fato que tenham que provar
(as partes respondem pelo ônus da produção)
prova contra si mesma
(a parte não é obrigada a produzir )
• a prova da alegação caberá a quem a fizer.
= encargo	conferido	a	uma	parte	referente
à
produção probatória sobre o fato por ela alegado.
•	na produção de provas após iniciada a fase de
instrução do processo
• o juiz pode determinar a produção de provas de ofício:
•	na produção antecipada de provas
consideradas urgentes e relevantes (observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida)
SISTEMA DE PROVAS TARIFADA
OBS. Neste sistema, a título de exemplo, a confissão deveria possuir valor máximo (rainha das provas), de forma que sendo o réu confesso, o Juiz deveria condenálo, ainda que todas as outras provas indicassem o contrário. OBS. O Brasil não adotou, como regra, o sistema da prova tarifada. No entanto, existem algumas exceções no CPP. Exemplos: Necessidade de que, para a extinção da punibilidade pela morte do acusado, a prova se dê única e exclusivamente pela certidão de óbito (art. 62); quando o Juiz esteja obrigado a suspender o curso do processo penal para que seja decidida, no Juízo Cível, questão sobre o estado das pessoas. Nesse caso, o único meio de prova que se admite para a comprovação do estado da pessoa (filiação, etc.), é a sentença produzida no Juízo Cível (art. 92 do CPP).
OBS. Essa tarifação exemplificada acima, é o que se chama de tarifação absoluta, ou seja, somente se admite aquela prova expressamente prevista. Existe, entretanto, a chamada tarifação relativa, que é aquela na qual a lei estabelece determinado critério de valoração do meio de prova, mas confere alguma liberdade ao Juiz.
EXEMPLO: o art. 158 do CPP prevê a obrigatoriedade do exame de delito para se provar a existência dos crimes que deixarem vestígios. No entanto, o art. 167 relativiza esta disposição, afirmando que se os vestígios tiverem desaparecido, poderá o Magistrado suprir o exame de corpo de delito pela prova testemunhal.
OBS. Vale mencionar a vocês que o Brasil não adotou, como regra, o sistema taxativo da prova. O sistema taxativo implica a impossibilidade de produção de outros meios de prova que não sejam aqueles expressamente previstos na Lei Processual. No Brasil, é plenamente possível a utilização de meios de prova inominados ou atípicos (não previstos expressamente na Lei). Não confundam isto com sistema da prova tarifada. São coisas distintas!
OBS. Podemos definir prova como o elemento produzido pelas partes ou mesmo pelo Juiz, visando à formação do convencimento deste (Juiz) acerca de determinado fato. Como o processo criminal é um processo de “conhecimento” (pois se busca a certeza, já que reside incerteza quanto à materialidade do delito e sua autoria), a produção probatória é um instrumento que conduz o Juiz ao alcance da “certeza”, de forma que, de posse da certeza dos fatos, o Juiz possa aplicar o Direito.
OBS. Por sua vez, o objeto de prova é o fato que precisa ser provado para que a causa seja decidida, pois sobre ele existe incerteza4. Assim, num crime de homicídio, o exame de corpo de delito é prova, enquanto o fato (existência ou não do homicídio – a materialidade do crime) é o objeto de prova. NÃO CONFUNDAM ISSO!
OBS.

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