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1 Cálculo de Medicação Regra de Três 2 Ficha Catalográfica Todos os direitos reservados ROVERI, Paolla Furlan Cálculo de Medicação – Módulo Básico 42 f. 2020 Material didático. Quero uma Vaga na Enfermagem 1. Enfermagem 2. Cálculo de Medicação 3. Regra de Três Simples 3 Seja Bem Vindo É muito bom ter você aqui! Você verá que a REGRA DE TRÊS é um processo de resolução de problemas, muito utilizado na matemática, que pode ser aplicado em situações que envolvem o cálculo de um termo desconhecido e a relação de proporcionalidade entre duas ou mais grandezas. Esse processo de resolução, chamado de regra de três, pode ser classificado em regra de três simples ou regra de três composta, de acordo com o número de grandezas envolvidas. Esse processo também pode ser utilizado como um segundo método para calcular porcentagens. Em nossa aula, disponibilizamos para você algumas atividades após cada bloco de conteúdos para que seja possível a aplicação imediata dos conhecimentos recém estudados e, ao final da aula, uma lista de exercícios com questões objetivas, envolvendo todos os assuntos desenvolvidos na aula. Leia atenciosamente cada conteúdo e responda às questões correspondentes. OBJETIVOS • Perceber regra de três como um problema que envolve duas ou mais grandezas. • Classificar em diretamente proporcionais ou inversamente proporcionais duas grandezas envolvidas em um problema. Identificar uma regra de três simples. • Classificar uma regra de três que envolve duas grandezas como regra de três simples direta ou regra de três simples inversa. Identificar uma regra de três composta. • Resolver problemas pelo processo de regra de três. 4 Sumário Números inteiros __________________________________________ 5 Números decimais _________________________________________ 7 Adição __________________________________________________ 14 Subtração _______________________________________________ 16 Multiplicação_____________________________________________ 18 Divisão__________________________________________________ 23 Regra de Três Simples______________________________________ 30 5 Números inteiros Conceito e exemplos Os números inteiros são formados pelos números positivos e pelos negativos, opostos aos positivos, mais o número 0, formando assim o conjunto dos inteiros. O símbolo que representa o conjunto dos inteiros é o Z. O conjunto dos números inteiros é infinito dos dois lados, tanto para negativos quanto para positivos; são representados assim: Z = {…, -5, -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, …} Como podemos ver pelo conjunto acima, os números negativos são sempre representados com o sinal de menos (-) do seu lado esquerdo. Os positivos também podem conter o sinal de mais (+), porém são omitidos sem prejudicar o entendimento. Os números inteiros sempre possuem um antecessor e sucessor. O sucessor é sempre aquele número que vem depois dele. O sucessor de 2, por exemplo, é o 3. Agora tenha cuidado, pois o sucessor de -2 é o -1, pois -1 vem depois de -2. Ex: Considere o conjunto A = {-8, -2, 0, 1/2, 5, 9} indique neste conjunto quais números pertencem ao conjunto dos inteiros. 6 Anotações e Exercícios 7 Números decimais Conceitos e exemplos Introdução A figura nos mostra um paralelepípedo com suas principais dimensões em centímetros Essas dimensões são apresentadas sob a forma de notação decimal, que corresponde a uma outra forma de representação dos números racionais fracionários. A representação dos números fracionária já era conhecida há quase 3.000 anos, enquanto a forma decimal surgiu no século XVI com o matemático francês François Viète. O uso dos números decimais é bem superior ao dos números fracionários. Observe que nos computadores e nas máquinas calculadoras utilizamos unicamente a forma decimal. Frações Decimais Observe as frações: Os denominadores são potências de 10. Assim, Denominam-se frações decimais, todas as frações que apresentam potências de 10 no denominador. 8 Números Decimais O francês Viète (1540 - 1603) desenvolveu um método para escrever as frações decimais; no lugar de frações, Viète escreveria números com vírgula. Esse método, modernizado, é utilizado até hoje. Observe no quando a representação de frações decimais através de números decimais: Fração Decimal = Números Decimais = 0,1 = 0,01 = 0,001 = 0,0001 Fração Decimal = Números Decimais = 0,5 = 0,05 = 0,005 = 0,0005 Fração Decimal = Números Decimais = 11,7 = 1,17 = 0,117 = 0,0117 9 Os números 0,1; 0,01; 0,001; 11,7, por exemplo, são números decimais. Nessa representação, verificamos que a vírgula separa a parte inteira da parte decimal. Leitura dos números decimais No sistema de numeração decimal, cada algarismo, da parte inteira ou decimal, ocupa uma posição ou ordem com as seguintes denominações: Leitura Lemos a parte inteira, seguida da parte decimal, acompanhada das palavras: • décimos ........................................... : quando houver uma casa decimal; • centésimos....................................... : quando houver duas casas decimais; • milésimos......................................... : quando houver três casas decimais; • décimos milésimos ........................ : quando houver quatro casas decimais; • centésimos milésimos ................... : quando houver cinco casas decimais e, assim sucessivamente. Exemplos: • 1,2: um inteiro e dois décimos; • 2,34: dois inteiros e trinta e quatro centésimos Quando a parte inteira do número decimal é zero, lemos apenas a parte decimal. Exemplos: • 0,1 : um décimo; • 0,79 : setenta e nove centésimos Observação: 1. Existem outras formas de efetuar a leitura de um número decimal. Observe a leitura do número 5,53: Leitura convencional: cinco inteiros e cinquenta e três centésimos; Outras formas: quinhentos e cinquenta e três centésimos; cinco inteiros, cinco décimos e três centésimos. 10 2. Todo números natural pode ser escrito na forma decimal, bastando colocar a vírgula após o último algarismo e acrescentar zero(s). Exemplos: 4 = 4,0 = 4,00 75 = 75,0 = 75,00 Transformação de números decimais em frações decimais Observe os seguintes números decimais: •0,8 (lê-se "oito décimos"), ou seja, . •0,65 (lê-se "sessenta e cinco centésimos"), ou seja, . •5,36 (lê-se "quinhentos e trinta e seis centésimos"), ou seja, . •0,047 (lê-se "quarenta e sete milésimos"), ou seja, Verifique então que: Assim, Um número decimal é igual à fração que se obtém escrevendo para numerador o número sem vírgula e dando para denominador a unidade seguida de tantos zeros quantas forem as casas decimais. 11 Transformação de fração decimal em número decimal Observe as igualdades entre frações decimais e números decimais a seguir: Podemos concluir, então, que: Para se transformar uma fração decimal em número decimal, basta dar ao numerador tantas casas decimais quantos forem os zeros do denominador. Comparação de números decimais Comparar dois números decimais significa estabelecer uma relação de igualdade ou de desigualdade entre eles. Consideremos dois casos: 1º Caso: As partes inteiras O maior é aquele que tem a maior parte inteira. Exemplos: • 3,4 > 2,943, pois 3 >2. • 10,6 > 9,2342, pois 10 > 9. 2º Caso: As partes inteiras são iguais O maior é aquele que tem a maior parte decimal. É necessário igualar inicialmenteo número de casas decimais acrescentando zeros. Exemplos: •0,75 > 0,7 ou 0,75 > 0,70 (igualando as casas decimais), pois 75 > 70. •8,3 > 8,03 ou 8,30 > 8,03 (igualando as casas decimais ), pois 30 > 3. 12 Anotações e Exercícios 13 Anotações e Exercícios 14 Adição Conceitos e exemplos Método Prático 1º) Igualamos o números de casas decimais, com o acréscimo de zeros; 2º) Colocamos vírgula debaixo de vírgula; 3º) Efetuamos a adição, colocando a vírgula na soma alinhada com as demais. Exemplos: 1) 1,28 + 2,6 + 0,038 2) 35,4 + 0,75 + 47 3) 6,14 + 1,8 + 0,007 15 Anotações e Exercícios 16 Subtração Conceitos e exemplos Método prático 1º) Igualamos o números de casas decimais, com o acréscimo de zeros; 2º) Colocamos vírgula debaixo de vírgula; 3º) Efetuamos a subtração, colocando a vírgula na diferença, alinhada com as demais. Exemplos: 1) 3,97 - 2,013 2) 17,2 - 5,146 3) 9 - 0,987 17 Anotações e Exercícios 18 Multiplicação Conceitos e exemplos A multiplicação é uma das operações matemáticas básicas. Ela é uma evolução natural da adição, pois é definida de modo que represente a soma de determinado número de conjuntos que possuem a mesma quantidade de elementos. Por exemplo: é usual comprar muitos exemplares de um mesmo produto em supermercados. Caso compre oito produtos que custem R$ 2,00, o total a ser pago será de R$ 16,00, pois somamos o valor R$ 2,00 oito vezes. Sendo assim: 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 + 2 = 16 Essa soma pode ser representada pelo símbolo “x” ou “·”. No exemplo anterior: 2x8 = 2·8 = 16 Dessa maneira, somamos oito conjuntos de 2 reais cada. Nesse exemplo, os números 2 e 8 recebem o nome de fatores e essa operação deve ser lida da seguinte maneira: duas vezes oito é igual a dezesseis. Em outras palavras, multiplicação é uma maneira que facilita a soma de números iguais. Algoritmo da multiplicação Sabendo o resultado de multiplicações que envolvem apenas fatores menores ou iguais a 10, podemos definir um algoritmo que seja capaz de realizar qualquer multiplicação. Esse algoritmo será descrito a seguir a partir do exemplo seguinte: 25x482. Primeiramente escreva os números a partir da casa das unidades, alinhando-as. 482 x 25 https://brasilescola.uol.com.br/matematica/operacoes-com-numeros-decimais.htm 19 O primeiro número a ser multiplicado é o da casa das unidades da segunda linha. Ele deverá ser multiplicado por todo o primeiro número partindo da casa das unidades. Nesse caso, 5x2 = 10. No algoritmo acima, escreveremos: 1 482 x 25 0 Observe que o valor das unidades fica no resultado e o valor das dezenas “sobe”. Agora é hora de multiplicar 5x8. Lembre-se de somar a dezena que “subiu” ao resultado dessa multiplicação. Então, 5x8 = 40 e 40 + 1 = 41. Logo, teremos no algoritmo: 4 1 482 x 25 10 Por fim, multiplicaremos 5x4 = 20, que, somado a 4, resulta em 24. Como não há mais para onde “subir”, esse resultado será colocado por inteiro no local apropriado. 4 1 482 x 25 2410 Finalizadas as multiplicações referentes ao algarismo 5, iniciaremos as multiplicações referentes ao algarismo 2. Repare que esse número está na casa das dezenas, por isso, a primeira multiplicação deve ser colocada também na casa das dezenas, logo abaixo de 2410. Observe: 482 x 25 2410 4 Agora multiplique 2x8 = 16, deixe 6 e “suba” 1. 1 482 x 25 2410 64 Multiplique, por fim, 2x4 = 8 e some 1 ao resultado (8 + 1 = 9). No algoritmo, teremos: 1 482 20 x 25 2410 964 Para finalizar o cálculo, some os dois resultados encontrados: 1 482 x 25 2410 + 964 12050 Propriedades da multiplicação Existem algumas propriedades da multiplicação que devemos saber, confira: • Comutatividade: A ordem dos fatores não altera o produto, isto é, considere os números reais a e b, teremos: a·b = b·a • Associatividade: A ordem em que três fatores são multiplicados é irrelevante. Em outras palavras, considere a, b e c pertencentes aos números reais, teremos: (a·b)·c = a·(b·c) • Existência de elemento neutro: O número 1 não altera o resultado de uma multiplicação quando é um fator. Assim: 1·a = a·1 = a https://brasilescola.uol.com.br/matematica/propriedades-multiplicacao-que-facilitam-calculo-mental.htm https://brasilescola.uol.com.br/matematica/numeros-reais.htm https://brasilescola.uol.com.br/matematica/numeros-reais.htm 21 Anotações e Exercícios 22 Anotações e Exercícios 23 Divisão Conceitos e exemplos A divisão é uma das quatro operações básicas da Matemática, estando presente não só na vida estudantil, mas também no cotidiano de todos nós. Assim como a adição possui sua operação inversa, que é a subtração, a multiplicação também possui a sua operação inversa: a divisão. Partes ou elementos da divisão Um dos métodos que facilitam a compreensão do algoritmo da divisão é o chamado método da chave. Vamos primeiro entender as nomenclaturas desse método. Para isso, suponha que dividiremos um número N por um número d: N → Dividendo d → Divisor q → Quociente r → Resto Exemplo: Na divisão de 30 por 4, utilizando o método da chave, temos: 30 → Dividendo 4 → Divisor 7 → Quociente 2 → Resto O método da chave nos diz que, ao dividirmos o número 30 pelo número 4, não encontraremo mos uma divisão exata (veja o resto 2), ou seja, ao dividirmos 30 por 4, temos 7 partes inteiras e mais 2 de resto. Dizemos que uma divisão é exata quando o resto é igual a 0. https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/adicao.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/subtracao.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/multiplicacao.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/algoritmo-divisao.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/resto-divisao.htm 24 Divisão passo a passo Para realizar uma divisão de um número N por um número d, basta aplicar o algoritmo da divisão. Inicialmente temos que imaginar um número que vezes d resulta em N ou chegue o mais próximo possível de N. Caso encontre um número que o resultado seja igual a N, a divisão pode ser realizada. Caso o número encontrado não seja igual a N, temos que subtrair N desse resultado. Veja os exemplos a seguir: Exemplo 1 - Vamos dividir o número 60 por 5. Passo 1 – Vamos primeiramente “armar” a divisão utilizando o método da chave. Passo 2 – Agora temos que descobrir um número que, multiplicado por 5, seja igual ou chegue mais o próximo de 60. Dos critérios de divisibilidade, sabemos que números terminados em 0 são divisíveis por 5. Assim, Chegamos à conclusão de que o resto da divisão é o número zero, ou seja, a divisão foi finalizada e é exata. Exemplo 2 – Vamos dividir o número 35 por 2. Passo 1 – Vamos novamente “armar” a divisão utilizando o método da chave. Passo 2 – Precisamos agora imaginar um número que, multiplicado por 2, seja igual a 35 ou chegue o mais próximo possível. Note que o resto deu um número diferente de zero, então devemos continuar a divisão. https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/algoritmo-divisao.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/algoritmo-divisao.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/regras-divisibilidade.htm 25 Passo 3 – Agora devemos dividir o resto da divisão pelo divisor, ou seja, dividir o número 1 por 2. Mas como o número 1 nãoé divisível por 2, devemos acrescentar uma vírgula no quociente e acrescentar um zero no resto. Passo 4 – Agora continuamos a divisão normalmente. Temos que imaginar um número que, multiplicado por 2, seja igual a 10, logo: Como chegamos a zero como resto do cálculo, finalizamos a divisão. Exemplo 3 – Vamos dividir o número 1440 por 3. Passo 1 – “Armar” a divisão utilizando o método da chave. Passo 2 – Precisamos agora imaginar um número que, multiplicado por 3, seja igual a 1440 ou chegue o mais próximo possível. Mas perceba que não é fácil encontrar um número que satisfaça a condição, então vamos contar da esquerda para direita, algarismo por algarismo do dividendo, até que seja possível dividir por 3. Como o número 1 não é divisível por 3, vamos pegar mais um número, assim: Passo 3 – Agora devemos “descer” o próximo número, que está na casa das dezenas, ou seja, o número 4, visto que não é possível dividir o número 2 por 3, e realizar a divisão do número 24 por 3. 26 Passo 4 - O último passo consiste em “descer” o último número (no caso, é o zero) e realizar a divisão. Assim, podemos concluir que o resultado da divisão de 1440 por 3 é 480. Divisão com vírgula Para dividir dois números com vírgula, basta multiplicar o dividendo e o divisor por potências de base 10 até que a vírgula “desapareça” da divisão. Veja o exemplo a seguir. Exemplo - Dividir 0,0006 por 0,05. Vamos primeiramente multiplicar o dividendo e o divisor por 10000. A quantidade de casas decimais que “andamos” é a quantidade de zeros que devemos colocar no número que vamos multiplicar. 0,0006 · 10000 = 6 0,05 · 10000 = 500 https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/matematica/potencias-na-base-dez.htm 27 Assim, Seguindo o passo a passo anterior, chegamos à conclusão de que o quociente é 0,012. Propriedades da divisão Vamos estudar agora algumas propriedades importantes da divisão. Não é comutativa Dividir 2 ÷ 1 = 2 é diferente de dividir 1 ÷ 2 = 0,5, portanto a comutatividade não vale para a divisão. Não é associativa A associatividade não vale na divisão. Por exemplo, dividir (4 ÷ 2) ÷ 2 = 2 ÷ 2 = 1 tem resultado diferente de 4 ÷ (2 ÷ 2) = 4 ÷ 1 = 4. Lembrando que os parênteses têm prioridade na divisão, ou seja, devem ser resolvidos primeiros. Casos particulares da divisão • Um número dividido por 1 (um) tem como resultado ele mesmo. o Exemplo: 2 ÷ 1 = 2 • Um número dividido por ele tem como resultado o número 1 (um). o Exemplo: 2 ÷ 2 = 1 • Zero dividido por qualquer número tem como resultado o próprio zero. o Exemplo: 0 ÷ 2 = 0 • Nenhum número real pode ser dividido por 0 (zero). 28 Anotações e Exercícios 29 Anotações e Exercícios 30 Regra de Três Simples Conceitos e exemplos Pensando a regra de três, nesta aula, veremos um processo de resolução de problemas, muito utilizado na Matemática, que aplica a relação de proporcionalidade entre grandezas. Esse processo de resolução de problemas recebe o nome de regra de três. Quando um problema apresenta exatamente duas grandezas, o processo de resolução recebe o nome de regra de três simples. Quando envolve três grandezas ou mais recebe o nome de regra de três composta. Regra de três simples Uma regra de três simples pode ser classificada em direta ou inversa, de acordo com a relação de proporcionalidade existente entre as grandezas envolvidas. Regra de três simples direta Em uma regra de três direta, as grandezas são diretamente proporcionais entre si. Lembre-se de que podemos classificar duas grandezas em diretamente proporcionais se as duas variam no mesmo sentido, ou seja, quando uma aumenta, a outra também aumenta ou quando uma diminui, a outra também diminui. Por exemplo, distância percorrida e tempo são grandezas diretamente proporcionais, pois quanto maior uma distância, maior o tempo gasto ao percorrê-la. Vejamos alguns exemplos desse tipo de regra de três: Exemplo 1 Se 30 metros de tecido custam R$ 318,00, quanto custará uma peça com 5 metros desse mesmo tecido? Vamos adotar alguns passos para a resolução: 31 Solução: 1º. passo: Organizar os dados em um quadro de comparação das grandezas. 2º. passo: Devemos analisar a variação das grandezas, indicando o sentido dessa variação. Se o comprimento diminui, o que ocorre com o preço? Para uma quantidade menor de tecido, temos um preço também menor, ou seja, quando uma grandeza varia, a outra também varia no mesmo sentido. Estamos usando setas indicativas para observar a variação de uma grandeza em relação à outra. As setas podem partir do menor para o maior valor ou, ao contrário, do maior valor para o menor. Não há obrigatoriedade para essa indicação, porém você deve estabelecer um padrão para todos os pares de grandezas. Em nossas aulas, vamos utilizar a direção do menor para o maior. 32 3º. passo: Escrever e resolver uma proporção com os dados. Quando a regra de três simples envolve grandezas diretamente proporcionais, escrevemos a proporção diretamente do quadro de comparação. A proporção formada, para o nosso exemplo, é: Utilizando a propriedade fundamental das proporções, temos: 30 ⋅ x = 318 ⋅ 5 30 x = 1 590 x = 1 590 ÷ 30 x = 53 4º. passo: Elaborar uma resposta, de acordo com o que se pede no problema. Resposta: Cinco metros desse mesmo tecido custariam R$ 53,00. Observe que, nos problemas de regra de três, as quantidades correspondentes a uma mesma grandeza devem ser expressas em uma mesma unidade de medida. geralmente, consideramos condições idênticas. Em um problema que envolva operários e número de peças produzidas, por exemplo, consideramos que os operários produzam igualmente e que as condições de trabalho também sejam iguais para todos eles. Exemplo 2 Se 18 operários produzem 378 peças por dia de determinado produto, quantas peças seriam produzidas se essa linha de produção contasse com 25 operários? • Observe que, nos problemas de regra de três, as quantidades correspondentes a uma mesma grandeza devem ser expressas em uma mesma unidade de medida. • Geralmente, consideramos condições idênticas. Em um problema que envolva operários e número de peças produzidas, por exemplo, consideramos que os operários produzam igualmente e que as condições de trabalho também sejam iguais para todos eles. 33 Solução: 1º. passo: Organize os dados por grandeza. Assim, teremos um quadro de comparação das grandezas. 2º. passo: Analise a variação das grandezas, indicando o sentido dessa variação. Se o número de operários aumenta, o que ocorre com o número de peças a serem produzidas? Para um número maior de operários, temos um número de peças que também será maior, ou seja, quando uma grandeza varia a outra também varia no mesmo sentido. Lembre-se: estamos utilizando as setas de indicação do valor menor para o valor maior de cada grandeza. 3º. passo: Escreva e resolva uma proporção com os dados. Nesse caso, a proporção formada será: 34 Aplicando a propriedade fundamental das proporções, temos: 18 ⋅ x = 318 ⋅ 25 18 x = 9 450 x = 9 450 ÷ 18 x = 525 4º. passo: Elabore uma resposta, de acordo com o que se pede no enunciado do problema. Resposta: Vinte e cinco operários produziriam 525 peças desse produto por dia. Regra de três simples inversa Em uma regra de três simples inversa, uma das grandezas é inversamente proporcional à outra. Lembre-se de que podemos classificar duas grandezas em inversamente proporcionais se as duas variam em sentido contrário, ou seja, quando uma aumenta, a outra diminui. Por exemplo,velocidade média e tempo são grandezas inversamente proporcionais, pois quanto maior for a velocidade média ao percorrer certa distância, menor será o tempo gasto nesse percurso. Exemplo 1 Se 3 operários fazem uma obra em 20 dias, em quantos dias 12 operários fariam a mesma obra? 1º. passo: Organizar os dados em um quadro de comparação das grandezas. 2º. passo: Analisar a variação das grandezas, indicando o sentido dessa variação Se o número de operários aumenta, o número de dias para realizar o mesmo trabalho diminui. Logo, as grandezas são inversamente proporcionais. 35 3º. passo: Escrever e resolver uma proporção com os dados. Nesse caso, com duas grandezas inversamente proporcionais, precisamos escrever as razões de forma que as setas indicativas estejam apontando no mesmo sentido. Podemos inverter a primeira ou a segunda razão. Aqui, vamos inverter a segunda razão. Assim, a proporção formada será: Aplicando a propriedade fundamental das proporções, temos: 12 ⋅ x = 3 ⋅ 20 12 x = 60 x = 60 ÷ 12 x = 5 4º. passo: Elabore uma resposta, de acordo com o que se pede no problema. Resposta: Doze operários fariam a mesma obra em 5 dias Exemplo 2 Um empreiteiro prevê que determinada obra poderá ser realizada em 35 dias, empregando 20 operários, porém só conseguiu contratar 14 homens para esse serviço. Com esse grupo reduzido de trabalhadores, qual será a nova previsão de dias necessários para a realização dessa mesma obra? Solução 1º. passo: Organizar em um quadro de comparação das grandezas. 36 2º. passo: Analisar a variação das grandezas, indicando o sentido dessa variação. Se o número de operários diminui, o número de dias para realizar a mesma obra aumenta. Logo, as grandezas são inversamente proporcionais. 3º. passo: Escrever e resolver uma proporção com os dados. Invertendo a segunda razão, a proporção formada será: Aplicando a propriedade fundamental das proporções, temos: 14 ⋅ x = 20 ⋅ 35 14x = 700 x = 700 ÷ 14 x = 500 4º. passo: Elaborar uma resposta para o que se pede no problema. Resposta: Catorze operários fariam a mesma obra em 50 dias. Exemplo 3 No refeitório de uma empresa, foi previsto um estoque de alimentos para durar 30 dias para as refeições de seus 40 funcionários. Após quantos dias terão que fazer reposição de estoque se, em um determinado mês, foram contratados mais 8 novos funcionários? Solução: Veja que a quantidade de funcionários passa de 40 para 48. 37 1º. passo: Organizar em um quadro de comparação das grandezas. 2º. passo: Analisar a variação das grandezas, indicando o sentido dessa variação. Se o número de operários aumenta, o número de dias de duração do estoque diminui. Logo as grandezas são inversamente proporcionais. 3º. passo: Escrever e resolver uma proporção com os dados. Invertendo a segunda razão, a proporção formada será: Aplicando a propriedade fundamental das proporções, temos: 48 ⋅ x = 30 ⋅ 40 48x = 1 200 x = 1 200 ÷ 48 x = 25 4º. passo: Elaborar uma resposta para o que se pede no problema. Resposta: Com a contratação de 8 novos operários, o estoque de alimentos do refeitório só durará 25 dias. 38 Vamos praticar? 1. Um operário recebe R$ 920,00 por sua produção em 20 dias de trabalho. Sob as mesmas condições, quanto receberá pelo que produzir em 45 dias? 2. Em uma fazenda, em 30 dias, são utilizadas 1,2 toneladas de ração para alimentar os animais. Qual é a quantidade necessária para alimentar os mesmos animais em 7 dias? 3. Em uma empresa, 20 funcionários produzem 5 000 peças por semana. Quantas peças seriam produzidas semanalmente, se para essa produção contassem com 36 funcionários? 4. A uma velocidade média de 64 km/h, um automóvel fez, em 5 horas, o percurso entra as cidades A e B. Qual seria o tempo gasto se a velocidade média do veículo nesse percurso fosse igual a 80 km/h? 5. O estoque de ração de uma avicultura é sempre abastecido com a mesma quantidade de ração a cada 15 dias. Essa quantidade de alimento é suficiente para alimentar, por todo período, suas 600 aves. Se fossem adquiridas mais 300 aves, essa mesma quantidade de alimento duraria quantos dias? 6. Uma empreiteira contratou 24 homens para realizar uma obra que, segundo previsão da própria empresa, seria concluída em 15 dias. Antes do início da obra, 4 homens desistiram. A previsão do novo prazo de realização da obra passa a ser de quantos dias? 39 Cálculos 40 Referências BOYER, MJ. Calculo de dosagem e preparação de medicamentos (trad. Carlos Henrique Cosendey e Alexandre Cabral de Lacerda). Rio de janeiro: Guanaba Koogan, 2010. CASSANI, SHB. A segurança do paciente e o paradoxo no uso de medicamentos. Rev Bras Enferm 2005; 88(1): 95-9. CIPRO Neto, P. Dicionário da língua portuguesa comentado pelo Professor Pasquale. Barueri, SP: Gold Editora, 2009. DESTRUTI, ABCB et all. Cálculos e conceitos em farmacologia. 8 ed. São Paulo: Editora Senac, 2004. Dicionário de Administração de Medicamentos na Enfermagem: 2007-2008. Rio de janeiro: EPUB, 2006. KELLEY, EG. Medicação e Matemática na Enfermagem. 1 ed. São Paulo: EPU Editora, 1977. PEDREIRA MLG. Errar é humano: estratégias para a busca da segurança do paciente. In: Harada MJCS, Pedreira MLG (org). O erro humano e a segurança do paciente. São Paulo: Atheneu, 2006. p. 1-18. PETERLINI MAS, CHAUD MN, PEDREIRA MLG. Órfãos da terapia medicamentosa: a administração de medicamentos por via intravenosa em crianças hospitalizadas. Rev Latinoam Enfermagem 2003; 11(1): 88-95. REASON J. Beyond the organizational accident: the need for "error wisdom" on the frontline. Qual Saf Health Care 2004;13(Suppl II):ii28–ii33. RUBINSTEIN, C. et al. Matemática para o curso de formação de professores de 1ª a 4ª série do ensino fundamental. 2ª ed. rev. São Paulo: Moderna, 1997. 41 SILVA, MT e SSILVA, SRLPT. Calculo e administração de medicamentos na enfermagem. 2 ed. 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