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MARÇO , 2020 CURSO EM UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO (UTI) Enf ª Lisi Hermes Aula 5 Pressão intracraniana (PIC) é a pressão exercida pelo crânio sobre o tecido cerebral, fluido cerebroespinhal e sangue circulante do cérebro Valor normal da PIC é de 0 a 15 mmHg A pressão intracraniana (PIC) é exercida pelo volume combinado de três componentes intracranianos: Componente parenquimatoso – estruturas encefálicas – 80% Componente liquórico – líquido cefalorraquidiano (LCR) – 10% Componente vascular – sangue circulante– 10% Pressão intracraniana (PIC) Umas das grandes preocupações com os pacientes internados em UTI, especialmente pacientes neurologicos, é a elevação da Pressão Intracraniana (PIC) e consequentemente, alteração do fluxo sanguíneo cerebral, avaliado através da Pressão de Perfusão Cerebral. A pressão de perfusão cerebral (PPC) é uma estimativa da adequação da circulação cerebral para fornecer oxigênio ao tecido encefálico. Valor normal da PPC é de 60 a 130 mmHg PPC DEVE SER MANTIDA > OU = 70 MMHG Os valores não podem estar abaixo de 60 mmhg, podendo levar a isquemia cerebral. Pressão de perfusão cerebral (PPC) Como calcular: Pressão Arterial Média(PAM) é calculada: PAS + (2X PAD) 3 PRESSÃO PERFUSÃO CEREBRAL -PPC PPC é calculada pela fórmula PPC= PAM – PIC O objetivo da monitoração da PIC e do tratamento da HIC é a manutenção da PIC abaixo de 20 mmHg e da PPC acima de 60 mmHg. A hipertensão intracraniana (HIC) é um estado clínico que acomete muitos pacientes em unidades de tratamento intensivo. É caracterizada pela elevação da pressão intracraniana (PIC) acima de 20 mmHg por no mínimo vinte minutos em adultos e cinco minutos em crianças. A HIC surge quando há alteração no volume de qualquer componente (tecido, LCR ou sangue). Aumento do liquor – as alterações liquóricas, geralmente, são aquelas que causam obstrução da circulação liquórica em qualquer ponto de sua via e as que causam dificuldade na reabsorção do LCR. Aumento do volume cerebral – ocorre pelo crescimento anormal de um tecido (tumores), pelo aparecimento de uma resposta inflamatória em resposta a um agente infeccioso (abscesso ou granulomas) ou pelo acúmulo de líquido nos espaços intersticial e/ou intracelular (edema cerebral) Aumento do volume sanguíneo cerebral – ocorre por obstrução do retorno venoso, hipóxia, hipercapnia, hipertensão arterial. As lesões vasculares encefálicas e meníngeas (aneurisma, hematoma intracerebral, hemorragia subaracnóide, hematomas subdurais e hematomas extradurais) decorrentes ou não do trauma, também elevam a PIC, uma vez que aumentam o volume intracraniano total. O aumento da PIC é uma complicação grave que pode resultar em uma herniação com paradas respiratória e cardíaca e morte. Mecanismos de compensação Fluxo sanguíneo cerebral (FSC) – o cérebro possui a capacidade de autorregular o FSC, assegurando um fluxo sanguíneo constante por meio dos vasos cerebrais ao longo de uma gama de pressões de perfusão, modificando o diâmetro dos vasos em reposta a alterações na pressão arterial (PA). Nos pacientes com a autorregulação afetada, qualquer alteração da PA pode provocar aumento do FSC e consequentemente da PIC. Circulação do LCR – O LCR é predominantemente absorvido pelas vilosidades aracnoides localizadas no espaço subaracnoide e dispersado para o sistema venoso por meio do seio sagital superior. Os distúrbios na produção, circulação e absorção do LCR podem contribuir para a elevação da PIC. Parênquima – o cérebro pode acomodar ou compensar alterações mínimas no volume. Existem quatro mecanismos de compensação: • Desvio de LCR para o espaço subaracnóide; • Aumento da absorção de LCR; • Diminuição da produção de LCR • Desvio de sangue venoso para fora do crânio. Indicações para medida da PIC • Aumento do volume do encéfalo: edema cerebral, traumatismo, cirurgia, acidente vascular cerebral, tumor • Aumento do volume de sangue: hematoma, malformação • arteriovenosa (MAV), aneurisma, acidente vascular cerebral • Aumento do volume de LCR: diminuição da reabsorção de LCR, hidrocefalia congênita • Lesões: tumores e abscessos • Glasgow inferior a 9 com tomografia computadorizada (TC) de crânio anormal • Glasgow inferior a 9, com TC de crânio normal, porém com dois ou mais fatores associados como: idade superior a 40 anos, pressão arterial sistólica inferior a 90mmHg e postura anormal (decorticação ou descerebração) uni ou bilateralmente Escala de Glasgow Vantagens da monitorização • Detectar precocemente a elevação da PIC, sendo possível suspeitar de risco de herniação ou lesões expansivas intracranianas • Permitir a drenagem de LCR, reduzindo a PIC e melhorando a perfusão cerebral • Permitir a adoção de tratamento adequado • Avaliar os resultados (evolução) do tratamento • Auxiliar na determinação do prognóstico Posições do cateter Ventricular – maior precisão Parenquimatosa – boa precisão Subdural/Subaracnóide/Epidural – menor precisão Os sinais e sintomas de hipertensão intracraniana podem incluir: • Dor de cabeça persistente; • Alteração no nível de consciência; • Vômitos; • Alterações na visão, como pupilas dilatadas, pontos escuros, visão dupla ou embaçada; • Zumbido no ouvido; • Paralisia de um membro ou de um lado do corpo; • Dor nos ombros ou pescoço. Complicações Oclusão ou desconexão – ocorre durante a manipulação do paciente; às vezes, se faz necessária a troca da válvula do sistema Vazamento de líquor devido a fixação/sutura inadequada ou orifício maior do que o calibre do cateter Saída acidental do cateter – por tração Hemorragias durante a inserção do cateter – sangramento intraventricular Infecção: ventriculomeningites, encefalites, empiema subdural, abscesso cerebral, podendo evoluir para sepse Fístulas Alguns cuidados de enfermagem específicos Ventilação: • Avaliar padrões respiratórios e frequência respiratória • Promover oferta de oxigênio a 100% antes das aspirações traqueobrônquicas – impede o aumento do CO2 – vasodilatador que aumenta a PIC • Monitorar continuamente a oximetria de pulso e gasometria arterial Avaliação neurológica: Avaliar o estado neurológico: estado mental, pupilas, função motora – alterações indicam deterioração neurológica e necessidade de intervenção precoce Avaliar os sinais vitais – a pressão arterial media correlaciona-se com a PIC no paciente com perda da autorregulação Controle de temperatura: Verificar com frequência a temperatura – a taxa metabólica cerebral aumenta com a temperatura elevada Manter temperatura corporal menor que 37, 5C – se necessário usar colchão térmico Resfriar o paciente gradualmente – os calafrios aumentam a PIC Controle da glicemia: Monitorar a glicose sérica e glicemia capilar a cada 4 ou 6 horas – alterações na glicose podem provocar alterações na taxa metabólica Material necessário para intalar PIC: Um suporte de soro; Um rolo de esparadrapo ou fita adesiva; Uma régua niveladora de pressão venosa central (PVC); Uma régua graduada em centímetros; Um par de luvas de procedimento. Descrição da técnica: 1- Lavar as mãos 2- Reunir o material; 3- Preparar o cliente explicando a finalidade; 4- Erguer o estrado da cama com o cliente a 30° em decúbito dorsal; 5- Aproximar o suporte de soro próximo do leito com o cliente; 6- Calçar as luvas; 7- Com a régua graduada, medir 2,5 cm acima do conduto auditivo (forame de Monro) e marcar; 8- Segurar o coletor em uma das mãos pelo cordão junto do suporte de soro; 9- Nivelar a régua com a outra mão buscando o nível do ponto marcado; 10- Posicionar a outra extremidade da régua entre o número 8 e o número 9 da escala graduada em centímetros do coletor de LCR ao suporte de soro; 11-Fazer o nível e fixar com esparadrapo ou fita adesiva ao suporte de soro; 12- Abrir a pinça da extensão de drenagem do coletor de LCR; 12- Organizar a unidade do cliente e deixá-lo confortável; 13- Retirar as luvas e lavar as mãos; 14- Fazer relatório de enfermagem descritivo registrando os fatos Cuidados de enfermagem desde o posicionamento • Mantenha o paciente em decúbito elevado a 30º • Avalie o nível de consciência • Mantenha o sistema nivelado com o conduto auditivo externo do paciente – corresponde a uma altura de 10 a 15 cm de H2O na coluna de medida da Pressão Intracraniana (PIC); mantenha a altura de acordo com a orientação da equipe de neurocirurgia • Verifique o “zero” do sistema de drenagem utilizando como referência o meato auditivo externo e o orifício da câmara de gotejamento da bolsa de drenagem • Não eleve ou abaixe a cabeceira do leito sem fechar o sistema de drenagem, evitando o risco de drenagem excessiva de líquor que pode desencadear alteração da PIC, tontura, crise convulsiva; não esqueça de abrir o sistema após os procedimentos. • Inspecione o local de inserção do cateter com frequência, anotando as características do sítio operatório • Anote o volume, aspecto e coloração da drenagem (LCR) a cada duas horas; se houver alterações no débito e sinais de infecção: alteração da coloração, febre, cefaleia, tremores, rebaixamento do nível de consciência, leucocitose, rigidez de nuca, episódios de vômitos, comunique a equipe médica • Observe se há presença de movimentos involuntários como convulsões, espasmos ou resposta inadequada da função motora (decorticação ou descerebração) • Manipule cautelosamente o paciente para evitar o tracionamento do cateter; se houver tração, não tente reposicionar: avise imediatamente a equipe de neurocirurgia • Fique atento para obstruções no cateter; caso ocorra obstrução, não tente desobstruir aspirando ou injetando solução no cateter; notifique a equipe médica • Troque o curativo (local da inserção do cateter) diariamente e quando se fizer necessário • Observe se há sinais de extravasamento de líquor ao redor do cateter • Despreze a bolsa coletora quando atingir 2/3 de sua capacidade, com técnica asséptica • Registrar o tempo de permanência do cateter (permanência de até 14 dias) CURSO EM UNIDADE DE TRATAMENTO INTENSIVO (UTI) Enf ª Lisi Hermes AULA 6 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