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Biorremediação de Pesticidas

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Climatologia e MeteorologiaClimatologia e Meteorologia Uso da biorremediação em água e 
efluentes contaminados por pesticidas
Curso: Engenharia Ambiental e Sanitária
São Luís
2024
INTRODUÇÃO
O setor agrícola é considerado uma das principais atividades econômicas do Brasil. O Estado do Paraná, com uma agricultura diversificada, responde por cerca de 22,6% da produção nacional de grãos, alcançando em 2010 o primeiro lugar na produção de trigo, milho, feijão e cevada e o segundo lugar como produtor nacional de soja, centeio e aveia (PARANÁ, 2013). 
Para alcançar tal produtividade, se fez necessária a utilização de grande variedade e quantidade de praguicidas e fertilizantes. O uso crescente dessas substâncias químicas tem sido motivo de preocupação nas últimas décadas, devido ao desenvolvimento de doenças relacionadas à exposição a esses agentes. Residuais de pesticidas em água potável podem aumentar os riscos de ocorrência de câncer, bem como causar danos aos sistemas nervoso, cardíaco, endócrino e reprodutivo, estes provenientes da agricultura. Os processos de biorremediação têm sido propostos como uma alternativa ambientalmente correta para a remediação de pesticidas de corpos hídricos. 
DESENVOLVIMENTO
Entre os métodos de biorremediação que podem ser aplicados estão a biofiltração, a bioestimulação e o bioaumento (HELBLING, 2015). A biofiltração consiste em remover o pesticida da água que passa pelo filtro, mantendo-o confinado em um compartimento de biorremediação (ZEARLEY; SUMMERS, 2012). A bioestimulação é uma técnica de biorremediação que envolve uma estimulação da atividade dos micro-organismos envolvidos, a partir de uma manipulação do ambiente onde se encontram, pode ser pela adição ou retirada de terminados substratos ou nutrientes desse ambiente, o que pode elevar a capacidade de degradação dos micro-organismos. 
O bioaumento consiste na introdução de micro-organismos com maior capacidade de degradação em um ambiente contaminado que causem a biodegradação de alvo químicos (HELBLING, 2015). Estudos demonstram a utilização de diferentes micro-organismos para biodegradação de pesticidas, como bactérias (JONES et al., 1998), plantas (GEBREKIDAN et al., 2013), microalgas (MAGNUSSON et al., 2013), bem como associações de microrganismos com bactérias e fungos (NGUYEN et al., 2013). Nesse último caso, os pesquisadores utilizaram um biorreator e associaram lodo ativado com um mix de bactérias resistentes a pesticidas e uma espécie de fungo - Trametes versicolor – que possui enzimas extracelulares, como lignina peroxidase e lacases, que são eficientes em degradar ampla variedade de composto orgânico persistentes, que podem não ser degradados por bactérias. Entre os contaminantes, foi analisada a degradação da atrazina.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A atrazina (6-cloro-N-etil-N ‘-1-metil-etil-1,3,5-triazina-2,4-diamina) é um herbicida de triazina amplamente usados para controlar ervas daninhas. Seu uso intensivo contribui para detecção de níveis elevados no meio ambiente e é frequentemente detectada em águas superficiais e subterrâneas no Brasil, Canadá, Europa e Estados Unidos (CERDEIRA et al., 2004). Os limites máximos de ATZ na água para consumo humano são 2μ L-1 no Brasil, 3μ L-1 nos Estados Unidos e 0,1μ L-1 na Europa (EC, 2008; BRASIL, 2011a; EPA, 2012). 
Nguyen et al. (2013) verificaram redução de 93% da concentração de atrazina nas condições testado no biorreator. Podemos considerar esse estudo um processo de bioaumento, pois um micro-organismo não nativo foi inserido no ambiente para melhorar a atividade de biodegradação da comunidade bacteriana.
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