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qualidade da agua

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http://www.visaemdebate.incqs.fiocruz.br/ Vigil. sanit. debate 2021;9(4):74-85 | 74
REVISÃO
https://doi.org/10.22239/2317-269x.01822
Qualidade da água para consumo humano no Brasil: 
revisão integrativa da literatura
Quality of water for human consumption in Brazil: Integrative 
literature review
Renata Linassi Bárta 
José Antônio Gozalez da Silva 
Carla Regina Daronco 
Carolina Pretto 
Eniva Miladi Fernandes Stumm 
Christiane de Fátima Colet* 
 Universidade Regional do Noroeste 
do Estado do Rio Grande do Sul 
(UNIJUÍ), Ijuí, RS, Brasil
* E-mail: paulalorenzoni_@outlook.com
Recebido: 03 nov 2020 
Aprovado: 09 jul 2021
RESUMO
Introdução: O acesso à água em quantidade e qualidade suficientes, compatíveis com 
o padrão de potabilidade estabelecido na legislação é um direito humano fundamental. 
A carência de universalização desse acesso, bem como de saneamento básico gera 
impactos sociais e econômicos. Objetivo: Identificar na literatura científica o que tem 
sido evidenciado sobre qualidade da água destinada ao consumo humano, distribuída 
coletivamente no Brasil. Método: Revisão integrativa da literatura realizada com 28 estudos 
selecionados na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Portal de Periódicos da Coordenação 
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) no período de agosto a setembro 
de 2019. Resultados apresentados descritivamente e apresentados em forma de tabelas e 
figuras. Resultados: Foram obtidas duas categorias: 1. Fatores ambientais que interferem 
na qualidade da água – inconformidades quanto ao preconizado se relacionaram às ações 
antrópicas no meio ambiente; 2. Qualidade da água quanto ao padrão de potabilidade 
e vigilância – houve semelhanças entre os parâmetros microbiológicos, fluoretação e 
turbidez. Conclusões: Foram encontrados poucos estudos sobre vigilância da qualidade 
da água destinada ao consumo humano, especialmente com abordagem sobre atuação nos 
estados e municípios brasileiros e estes refletem dificuldades no cumprimento de alguns 
parâmetros recomendados pela legislação referente a qualidade da água.
PALAVRAS-CHAVE: Abastecimento de Água; Qualidade da Água; Vigilância em Saúde 
Pública
ABSTRACT
Introduction: Access to water in sufficient quantity and quality, compatible with the 
potability standard established in the legislation, is a fundamental human right. The lack 
of universal access, as well as basic sanitation, generates social and economic impacts. 
Objective: To identify in the scientific literature what has been shown about the quality 
of water intended for human consumption, distributed collectively in Brazil. Method: 
Integrative literature review carried out with 28 studies selected from the Virtual 
Health Library (VHL) and Portal of Journals of the Coordination for the Improvement of 
Higher Education Personnel (CAPES) from August to September 2019. Results presented 
descriptively and in the form of tables and figures. Results: Two categories were 
obtained: 1. Environmental factors that interfere in the water quality – nonconformities 
as to what was recommended were related to anthropic actions in the environment; 2. 
Water quality regarding to potability standard and surveillance – there were similarities 
between microbiological parameters, fluoridation, turbidity. Conclusions: Few studies 
have been found on surveillance of the water quality intended for human consumption, 
especially with an approach to action in Brazilian states and municipalities and these 
reflect difficulties in complying with some parameters recommended by the legislation 
regarding water quality.
KEYWORDS: Water Supply; Water Quality; Public Health Surveillance
https://orcid.org/0000-0002-3989-8685
https://orcid.org/0000-0002-9335-2421
https://orcid.org/0000-0002-6371-6773
https://orcid.org/0000-0002-6925-7969
https://orcid.org/0000-0001-6169-0453
https://orcid.org/0000-0003-2023-5088
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Bárta RL et al. Qualidade da água para consumo humano
INTRODUÇÃO
O acesso à água potável, segura, isenta de riscos de doenças 
relacionadas ao seu uso, em quantidade suficiente para con-
sumo, cocção e higiene pessoal é um direito humano fundamen-
tal1,2,3,4,5. No entanto, o acesso à água potável e ao esgotamento 
sanitário, em nível mundial, gerenciado de forma segura, não se 
apresenta de forma universal. A Organização Mundial da Saúde 
estima que 2,1 bilhões de pessoas, ou seja, uma em cada três 
pessoas no mundo, carecem de serviços de água potável e esse 
número dobra para 4,2 bilhões que não possuem esgoto. Esta 
realidade se acentua nas comunidades em condições de vulnera-
bilidade social e rural6.
Diante dessa situação, a agenda 2030 da Organização das Nações 
Unidas (ONU) propõe 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentá-
vel (ODS), que buscam, por meio da erradicação de todas as for-
mas de pobreza, concretizar os direitos humanos em equilíbrio 
com as três dimensões do desenvolvimento sustentável: cresci-
mento econômico, inclusão social e proteção ao meio ambiente. 
Dessa forma, no intuito de trazer a questão da água e do sanea-
mento para o centro da discussão, criou-se o sexto objetivo, que 
visa assegurar a disponibilidade, a gestão sustentável da água e 
o saneamento para todos, com metas para alcançar garantia ao 
acesso universal à água potável e segura6,7,8.
Resultados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios 
(PNAD)9 evidenciaram que 97,2% da população brasileira utilizava 
serviços de água potável, geridos de forma segura, em 2017. No 
entanto, esse percentual elevado provavelmente deve-se ao fato 
de que não foi considerada a qualidade da água distribuída e a 
intermitência nos abastecimentos, realidade vivenciada por mui-
tos municípios, em especial no Nordeste, em função da escassez 
hídrica8. No cálculo do indicador para o Brasil, foi considerada 
como “segura” apenas as fontes com canalização interna aos 
domicílios, uma vez que, neste mesmo ano, 85,7% da população 
brasileira era abastecida por rede pública e 12,0% por fontes 
alternativas, poço artesiano, freático ou nascente8,9.
No que se refere à qualidade da água distribuída no Brasil, a 
Portaria de Consolidação do Ministério da Saúde nº 5, de 28 
de setembro de 2017, Anexo XX, dispõe acerca dos padrões de 
potabilidade da água destinada ao consumo humano, uma vez 
que toda água distribuída coletivamente, por meio de sistema 
de abastecimento de água (SAA) ou solução alternativa coletiva 
(SAC), deve ser objeto de controle e de vigilância da qualidade 
da água10.
De acordo com a legislação vigente a respeito das formas de 
abastecimentos de água, define-se SAA para consumo humano 
como as instalações compostas por um conjunto de obras civis, 
materiais e equipamentos, desde a zona de captação até as 
ligações prediais, destinadas à produção e ao fornecimento 
coletivo de água potável, por meio de rede de distribuição. Já 
a SAC é definida como uma modalidade de abastecimento cole-
tivo para fornecimento de água potável, oriunda de captação 
subterrânea ou superficial, com ou sem canalização e sem rede 
de distribuição10.
As informações geradas pelo controle e pela vigilância da água 
e o cadastro das formas de abastecimento são registradas no 
Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para 
Consumo Humano (SISAGUA)2,11.Tais informações são utilizadas 
no gerenciamento de riscos à saúde associados ao abasteci-
mento de água e subsidiam a atuação do Programa Nacional 
de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano 
(VIGIAGUA), que consiste num conjunto de ações adotadas con-
tinuamente pelas autoridades de saúde pública que abrangem 
municípios, estados e união, com vista a garantir acesso da 
população à água em quantidade e qualidade suficientes, com-
patíveis com o padrão de potabilidade estabelecido na legisla-
ção. Além destas, abrange a estruturação de políticas públicas 
na área do saneamento, a caracterização da qualidade da água 
consumidapela população brasileira e a prevenção de doenças 
de veiculação hídrica2,11.
Diversas doenças podem ser decorrentes do consumo de água 
imprópria aos humanos, tanto de origem viral, tais como: hepa-
tite E, hepatite A, Rotavírus, enterovírus, norovírus, quanto de 
origem bacteriana, como: Vibrio, Campylobacter, Escherichia 
coli O157, Salmonella, Shigella e protozoária: Giardia, Cryptos-
poridium, Toxoplasma gondii, Entamoeba, que podem atingir 
a população por meio de surtos ou isoladamente12. A exposição 
humana ao risco pode ocorrer durante toda a vida de consumo da 
água, no entanto, há diferentes sensibilidades entre esses está-
gios. Aqueles com maior risco de adquirir doenças transmitidas 
pela água são crianças, imunodeprimidos, desnutridos e idosos, 
especialmente quando vivem em condições insalubres12.
A carência da universalização do saneamento básico gera impac-
tos sociais e econômicos decorrentes de: adoecimento, afasta-
mento das pessoas de suas atividades laborais, diminuição da 
produtividade, promoção de graves desigualdades regionais, 
desvalorização do capital imobiliário, despesas públicas e pri-
vadas com o tratamento das pessoas infectadas13,14. Verificou-se 
que no ano de 2009 as empresas despenderam R$ 547 milhões 
em remunerações referentes a horas não trabalhadas de funcio-
nários que tiveram que se ausentar em função de infecções gas-
trintestinais. Nesse sentido, o acesso universal ao saneamento 
reduziria em 25% as internações e em 65% a mortalidade, ou 
seja, 1.277 vidas seriam salvas no referido período13.
Já em 2013, estimou-se 14,982 milhões de casos oriundos de 
afastamento por diarreia ou vômito no país, ao longo do ano, 
equivalente a uma taxa de incidência de 74,7 casos por mil habi-
tantes, que implicaram na ocorrência de 49,763 milhões de dias 
de afastamento das atividades rotineiras ao longo de um ano e 
353,5 mil internações por doenças gastrointestinais infecciosas14.
No Brasil como um todo, apesar dos avanços referentes ao acesso 
à água canalizada, em 2016, 33,4 milhões de brasileiros não 
tinham acesso à água tratada em suas residências, o que cor-
respondeu a 16,7% da população. No período de 2004 a 2016, 
os benefícios advindos dos investimentos em saneamento básico 
alcançaram R$ 590,732 bilhões em todo o país e os custos no 
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Bárta RL et al. Qualidade da água para consumo humano
período somaram R$ 389,188 bilhões, o que demonstra a viabili-
dade econômica dos investimentos nesse setor14.
Diante do impacto social da falta de acesso à água potável e o 
exposto previamente, é objetivo deste estudo identificar na lite-
ratura científica o que tem sido evidenciado sobre qualidade da 
água destinada ao consumo humano, distribuída coletivamente 
no Brasil.
Na busca de subsídios para alcançar o objetivo proposto, foi 
desenvolvida uma revisão integrativa da literatura nacional, 
norteada pelo questionamento: o que tem sido evidenciado na 
literatura científica sobre a qualidade da água destinada ao con-
sumo humano, distribuída coletivamente no Brasil?
MÉTODO
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, operacio-
nalizada a partir das seguintes etapas: identificação do tema 
e construção da questão de pesquisa, amostragem, coleta de 
dados (extração das informações), avaliação crítica dos estudos 
pré-selecionados e selecionados, categorização e integração das 
evidências por meio da matriz síntese, apresentação da síntese 
do conhecimento produzido15,16,17,18.
Após a estruturação da questão de pesquisa, foi realizada uma 
consulta aos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), da Biblio-
teca Virtual em Saúde (BVS), para o estabelecimento da estra-
tégia de busca nos bancos de dados. Para a pesquisa, foram 
utilizadas a BVS e o Portal de Periódicos da Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), por meio 
do site www.periodicos.capes.gov.br. Utilizaram-se os seguin-
tes descritores associados: “qualidade da água para consumo 
humano” AND “sistema de abastecimento”. 
Em relação ao período de publicação pesquisado, foi considerado 
como marco inicial da pesquisa a publicação da Portaria de Pota-
bilidade da Água para Consumo Humano, Portaria n° 2.914, de 12 
de dezembro de 2011, revogada pela Portaria de Consolidação do 
Ministério da Saúde nº 5/2017 - Anexo XX10, porém sem alteração 
do conteúdo. Dessa forma, foram selecionados estudos publica-
dos nos últimos dez anos e a busca por estudos para revisão foi 
realizada na última quinzena do mês de agosto e na primeira 
quinzena do mês de setembro de 2019.
Os critérios de inclusão estabelecidos foram os artigos cuja temá-
tica respondesse à pergunta norteadora: “O que tem sido evi-
denciado na literatura científica sobre qualidade da água desti-
nada ao consumo humano, distribuída coletivamente no Brasil?”, 
disponíveis na íntegra, em português, em inglês e em espanhol. 
Foram excluídas pesquisas que avaliaram apenas a água bruta 
de mananciais superficiais; artigos que se reportavam a Portaria 
da Potabilidade da Água, anterior ao conteúdo vigente, Portaria 
do Ministério da Saúde n° 518, de 25 de março de 200419; artigos 
publicados em eventos; dissertações; pesquisas documentais e 
quantitativas com amostragens não representativas; estudos que 
abordavam indicadores operacionais dos sistemas de abasteci-
mento (taxação, hidrômetros e perdas na rede); pesquisas que 
avaliaram a presença de substâncias na água, não expressas no 
padrão de potabilidade da legislação vigente e ainda revisões 
bibliográficas e sistemáticas.
A busca no Portal de Periódicos da CAPES resultou em 575 artigos. 
Procedeu-se à seleção preliminar a partir da leitura dos títulos 
e/ou resumos, com aplicação dos critérios de seleção elencados, 
que totalizou 55 artigos para leitura completa e, desses, 24 per-
maneceram na pesquisa. A busca de artigos na BVS totalizou 61 
artigos, dos quais 13 foram selecionados para leitura completa e, 
posteriormente, quatro permaneceram na pesquisa. Em síntese, 
28 artigos foram analisados, conforme Figura 1.
A extração das informações contidas nos artigos foi realizada 
com um instrumento que contemplava os seguintes itens: título, 
ano de publicação, objetivo, método (local de estudo, amostra-
gem, instrumentos de pesquisa, parâmetros analisados), resulta-
dos, conclusão/limitações. Estes dados subsidiaram os resulta-
dos da revisão, apresentados de forma descritiva e apresentados 
em forma de tabelas e figuras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da leitura criteriosa dos 68 artigos encontrados nas duas 
bases de dados, foram selecionados 28 estudos que contribuíram 
para a identificação da qualidade da água destinada ao consumo 
humano, distribuída no Brasil, nas diferentes formas de abaste-
cimento e utilizada coletivamente.
Das publicações selecionadas, quatro (14,3%) eram provenien-
tes do estado de São Paulo, três (10,7%) de Minas Gerais, três 
(10,7%) do Ceará, três (10,7%) do Pará, duas (7,1%) do Rio Grande 
do Sul e duas (7,1%) do Alagoas. Quanto aos demais artigos, foi 
selecionado apenas um estudo no Amazonas, Bahia, Espírito 
Santo, Goiás, Maranhão, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, 
Rio Grande do Norte, Santa Catarina e um estudo que abordou as 
27 capitais brasileiras. O fato de a maioria das pesquisas ter sido 
no estado de São Paulo decorre, provavelmente, da densidade 
populacional, falta de segurança e controle36 na qualidade da 
água que permanece em algumas regiões do estado38, consequ-
ência da falta de tratamento e por ter sido o estado precursor 
das questões legais relacionadas a potabilidade da água31,41.
Em relação aos periódicos nos quais os artigos se encontram 
publicados, sete (25,0%) foram publicados na Revista Ambiente 
& Água, seis (21,4%) na Ciência & Saúde Coletiva, dois (7,1%) na 
Revista Brasileira em Promoção da Saúde e os demais em outros 
periódicos, como pode ser observado na Tabela 1.
Quanto ao período de publicaçãodos artigos, verifica-se na 
Figura 2 que o maior número deles ocorreu em 2015 (25,0%), 
2018 e 2016 (17,9% cada) e em 2017 (14,3%), respectivamente. 
Em relação à abordagem metodológica, três (10,7%) pesquisas 
selecionadas são qualitativas, três (10,7%) são quanti-qualitati-
vas e a maioria (22 – 78,6%) são quantitativas.
Ainda, no que diz respeito aos anos em que foram publicadas as 
pesquisas, observou-se que, assim como o Brasil experimentou nos 
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Bárta RL et al. Qualidade da água para consumo humano
últimos anos avanços quanto a canalização da água distribuída8,9,14, 
houve um incremento no número de pesquisas que abordou a qua-
lidade da água a partir de 2015, a maioria de abordagem quantita-
tiva, e que analisou os parâmetros legais21,22,24,26,27,28,33,34, 35,36,37,39,40,41. 
A partir dos estudos analisados, fica clara a necessidade de pes-
quisas que avaliem a qualidade da água ao longo do tempo33 e que 
considerem as diferenças regionais, em especial, relacionadas ao 
clima, temperatura e precipitação36.
Fonte: Adaptada do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses, 2020.
Figura 1. Fluxograma do processo de identificação, seleção e inclusão dos artigos que compuseram a revisão. Ijuí (RS), Brasil, 2019.
 N° de relatos identificados
nos bancos de dados (636) 
 N° de relatos após eliminar os duplicados (635) 
 N° de relatos rastreados (635) N° de relatos excluídos
(567) 
 
N° de artigos em texto
completo avaliados (68)
 
 
Nº de estudos incluídos na
síntese dessa revisão (28)
 
N° de artigos em texto
completo excluídos:
Não responder à 
questão de revisão (36)
Pesquisaram substâncias 
não expressas no 
padrão de potabilidade (2)
Tratava de indicadores 
operacionais (1)
Abordagem da 
Portaria n° 518/2014 (1)
 
 
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Tabela 1. Periódicos nos quais foram publicados os artigos que integraram a revisão. Ijuí, RS, Brasil, 2019.
Periódico Número de artigos publicados (%)
Revista Ambiente & Água - An Interdisciplinary Journal of Applied Science 7 (25,0%)
Ciência & Saúde Coletiva 6 (21,4%)
Revista Brasileira em Promoção da Saúde 2 (7,1%)
Acta Biomedica Brasiliensia 1 (3,6%)
Ambiente & Sociedade 1 (3,6%)
Brazilian Dental Journal 1 (3,6%)
Brazilian Journal of Biosystems Engineering 1 (3,6%)
Caminhos de Geografia 1 (3,6%)
Connexio - Revista Eletrônica da Escola de Gestão e Negócios 1 (3,6%)
Engenharia Sanitária e Ambiental 1 (3,6%)
Holos 1 (3,6%)
Revista Eletrônica de Gestão e Tecnologias Ambientais – GESTA 1 (3,6%)
Revista Thema 1 (3,6%)
Revista Sul-Brasileira de Odontologia - RSBO 1 (3,6%)
Saúde e Sociedade 1 (3,6%)
Water Environment Research 1 (3,6%)
Total 28 (100,0%)
Fonte: Elaborada pelos autores, 2020. 
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Bárta RL et al. Qualidade da água para consumo humano
Os estudos selecionados foram sistematizados em duas catego-
rias: 1. Fatores ambientais que interferem na qualidade da água: 
dez (35,7%) artigos; 2. Qualidade da água quanto ao padrão de 
potabilidade e vigilância de sua qualidade: 18 (64,3%) artigos. 
Essas publicações serão apresentadas a seguir.
1. Fatores ambientais que interferem na qualidade da água
Nessa categoria foram analisados estudos cujos resultados apon-
taram, a partir da qualidade da água encontrada, a ação antró-
pica nos mananciais superficiais, subterrâneos e consequências 
no padrão de potabilidade. A Tabela 2 apresenta uma matriz de 
síntese das características dos estudos selecionados, de acordo 
com objetivos, metodologia e principais resultados.
A maioria dos estudos analisados investigou a água bruta prove-
niente de manancial subterrâneo21,23,24,25,26,27,28. Optou-se por sele-
cioná-los devido às exigências legais de tratamento da água oriunda 
dessa fonte de captação para consumo humano. A referida modali-
dade de tratamento, segundo a Portaria de Consolidação nº 5/2017, 
relativa ao controle e à vigilância da qualidade da água para con-
sumo humano e de seu padrão de potabilidade, compreende exclu-
sivamente a desinfecção, que pode ser realizada por meio da clora-
ção, cloraminação ou da aplicação de dióxido de cloro10.
O artigo, com código 2, na Tabela 2, que teve como objetivo 
realizar o levantamento taxonômico das cianobactérias e deter-
minar a concentração de cianotoxinas nos reservatórios de Juca-
zinho e Carpina, situados no Agreste e na Zona da Mata Norte do 
estado de Pernambuco21, foi selecionado, independentemente 
de ter sido com água bruta de manancial superficial, em função 
da dificuldade de remoção das cianotoxinas no processo de tra-
tamento da água destinada ao consumo humano e o potencial 
neuro, hepatotóxico e nefrotóxico do seu consumo.
A análise dos artigos permitiu identificar que há semelhan-
ças na origem das inconformidades dos achados, todas rela-
cionadas a ações antrópicas no meio ambiente, advindas da 
falta de saneamento básico, o qual contempla sistema de 
esgotamento sanitário, tratamento dos efluentes, coleta de 
resíduos sólidos, necessidade de adequação das fossas negras 
para fossas sépticas; carência de proteção natural das áreas 
de mananciais; cemitérios construídos sem prever os condi-
cionantes ambientais, tais como: estudo prévio com obser-
vância das características topográficas, hidrogeológicas, lito-
lógicas e estruturais, conforme preconizado na legislação; 
contaminação por agrotóxicos; insuficiência de laboratório 
e atuação fragilizada na vigilância da qualidade da água no 
monitoramento da exposição humana aos resíduos químicos, 
em especial, agrotóxicos20,21,22,23,24,25,26,27,28,29.
A partir desse cenário, evidencia-se a necessidade de incre-
mento nas ações de vigilância da qualidade da água, a fim de 
monitorar o impacto ambiental das ações antrópicas relacio-
nadas ao uso de agrotóxicos23, manejo inadequado de esgotos 
e lixo20,21,22,23,24,25,27,29, adequações dos cemitérios26,28 e amplia-
ção das inspeções nas Estações de Tratamento de Água20. Além 
dessas, considera-se necessário reforçar ações intersetoriais38, 
envolver as diversas instâncias do Poder Público, responsáveis 
pelo meio ambiente, planejamento urbano, agricultura, sane-
amento e saúde, instituições de ensino e a população, uma 
vez que os investimentos nessas áreas são custo efetivos14. No 
que tange ao impacto ambiental na qualidade da água desti-
nada ao consumo humano, percebe-se que há necessidade de 
estudos que monitorem as ações desenvolvidas para melho-
rias no saneamento básico, indicadores de custo-efetivi-
dade, alcance de metas e ações de vigilância da qualidade 
da água.
Fonte: Elaborada pelos autores, 2020. 
Figura 2. Percentual de artigos analisados referentes à qualidade da água destinada ao consumo humano, distribuída coletivamente no Brasil, 
publicados em cada ano. Ijuí (RS), Brasil, 2019.
0
5
10
15
20
25
2010 2011 2012 2014 2015 2016 2017 2018 2019
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Ano das publicações
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Bárta RL et al. Qualidade da água para consumo humano
Tabela 2. Matriz de síntese dos artigos classificados na categoria 1 conforme objetivos, metodologias e principais resultados. Ijuí (RS), Brasil, 2019.
Código Objetivo Metodologia Principais resultados
1
Analisar a qualidade hídrica do 
ponto de captação de água no 
rio Chumucuí, de acordo com os 
parâmetros legais. Identificar os 
principais fatores que interferem 
nas características físicas, 
químicas e no teor de coliformes 
termotolerantes da água20.
Foram coletadas amostras de água, 
analisados parâmetros bioquímicos 
e realizadas entrevistas com 
funcionários para obter informações 
sobre o tratamento e a distribuição 
de água.
A água do rio pertence à Classe 2. Há necessidade detratamento convencional para o consumo humano, o que não 
ocorre na prática devido ao precário sistema de tratamento 
de água da cidade. É imprescindível uma reestruturação da 
Estação de Tratamento de Água e ampliação da distribuição 
de água potável no município, uma vez que a rede só atende 
parte da área urbana.
2
Realizar o levantamento 
taxonômico das cianobactérias 
e determinar a concentração de 
cianotoxinas nos reservatórios de 
Jucazinho e Carpina, situados no 
Agreste e na Zona da Mata Norte 
do estado de Pernambuco21.
Realizada coleta das amostras de 
água mensais.
Ocorrência de florações de cianobactérias, produtoras de 
cianotoxinas em amostras de água; maior quantidade nos 
períodos de menor precipitação pluviométrica. Cianotoxinas 
em ambos os reservatórios abaixo dos valores preconizados. 
Observou-se a importância de implementar controle das 
florações nos reservatórios.
3
Investigar a ocorrência de 
oocistos de Cryptosporidium spp. 
e cistos de Giardia spp.; 
verificar a qualidade 
microbiológica, físico-química 
e relacioná-las com a eventual 
presença desses protozoários em 
amostras de água bruta destinadas 
ao abastecimento público 
em Blumenau (SC)22.
Coletas de água bruta nas estações 
de tratamento de água de Blumenau 
com análises microbiológicas e 
físico-químicas. 
Observou-se nas 67 amostras a presença de cistos de Giardia 
spp. (23,19% das amostras) e oocistos de Cryptosporidium 
spp. (7,24% das amostras). Todas as amostras apresentaram 
contaminação por Escherichia coli e 11,76% apresentaram 
valores de turbidez da água bruta acima do recomendado. Nas 
análises da turbidez da água tratada, 23,52% apresentaram 
valores acima do preconizado.
4
Realizar uma análise da 
correlação entre a gestão 
e o uso dos recursos hídricos 
com a expansão do agronegócio 
e seus reflexos na contaminação 
ambiental e humana, 
apontando desafios para o 
SUS no âmbito do monitoramento 
de agrotóxicos na água para 
consumo humano23.
Abordagem qualitativa 
multiparadigmática, estudo de caso 
aplicado em área de expansão do 
agronegócio no semiárido cearense. 
Realizou-se análise da água e 
avaliação da contaminação 
por agrotóxicos.
Grande parte dos recursos hídricos subterrâneos 
são explorados pelo agronegócio, há priorização do seu 
acesso para o agronegócio no Ceará, em detrimento de 
grande parte da população. Em consequência, a contaminação 
por agrotóxicos de águas superficiais e profundas traz 
desafios para a vigilância do controle destes na água para 
consumo humano.
5
Realizar um diagnóstico da 
qualidade da água fornecida à 
comunidade escolar de 22 escolas 
rurais, localizadas em quatro 
municípios da Região Central do 
estado do Rio Grande do Sul24.
Estudo em 22 escolas do campo, 
abastecidas por manancial 
subterrâneo. Realizadas coletas de 
água com análise das atividades 
antrópicas relacionadas à 
agricultura e de parâmetros 
microbiológicos e bioquímicos.
Existem problemas de contaminação por coliformes 
totais e/ou por Escherichia coli nas águas dos poços 
tubulares de nove escolas estudadas. Em 50%, o pH da água 
apresenta-se inferior a 6. A cor de uma amostra apresentou-se 
superior à prevista na Portaria n° 2.914/2011. 
Os demais parâmetros de todas as amostras encontraram-se 
dentro dos limites estabelecidos pela legislação.
6
Avaliar a concentração do íon 
nitrato nos mananciais de água 
subterrânea que abastecem o 
bairro Nova Parnamirim da cidade 
de Parnamirim (RN)25.
Avaliação da concentração de íons 
nitrato em poços tubulares a partir 
dos relatórios de controle da água 
bruta.
Observou-se que, dos 13 poços tubulares pesquisados, seis 
(46,15%) apresentaram valores de íons nitrato acima do 
estabelecido pela Portaria n° 2.914/2011. Contaminação 
provavelmente oriunda de compostos químicos relacionados à 
contaminação por efluentes domésticos.
7
Avaliar a qualidade da 
água de poços rasos e cisternas 
no entorno do cemitério do 
Campo Santo em Salvador (BA), 
inclusive os utilizados para 
consumo humano, utilizando como 
base parâmetros expressos na 
legislação e indicadores específicos 
de contaminação 
por necrochorume26.
Coletadas 18 amostras de água 
(período seco e chuvoso) e 
analisados parâmetros bioquímicos 
e microbiológicos. 
Os resultados das análises microbiológicas e físico-químicas 
sugerem contaminação por necrochorume.
8
Realizar o monitoramento sazonal 
da qualidade da água de poços 
tubulares da comunidade rural 
“Cinturão verde” de São Luís (MA) 
e identificar prováveis fontes de 
contaminação do solo e da água 
subterrânea, decorrentes da 
ausência de meios adequados 
de saneamento27.
Estudo descritivo e exploratório, 
com coleta de 16 amostras de água 
em quatro poços artesianos de 
São Luís (MA). Coletas realizadas 
em períodos de transição seco/
chuvoso e analisados parâmetros 
bioquímicos e microbiológicos.
Inconformidades quanto à presença de coliformes 
totais, cuja ausência em todos os poços ocorreu 
apenas na estação chuvosa. Na análise parasitológica, 
foi detectada a presença de larvas de nematoide 
(tipo filarioide) em amostra de água de um poço 
localizado em área predominantemente residencial, 
durante o período seco. Observou-se a importância 
do processo de desinfecção e filtração da água para 
consumo, uma vez que as amostras se apresentaram sem 
tratamento. Constatou-se a precariedade dos serviços de 
saneamento básico.
Continua
http://www.visaemdebate.incqs.fiocruz.br/ Vigil. sanit. debate 2021;9(4):74-85 | 80
Bárta RL et al. Qualidade da água para consumo humano
2. Qualidade da água quanto ao padrão de potabilidade e 
vigilância de sua qualidade
Foram selecionados 18 (64,3%) estudos que analisaram a potabi-
lidade da água destinada ao consumo humano e que abordavam 
consequências da falta de potabilidade e ações de vigilância da 
qualidade da água.
Na Tabela 3 estão explicitadas informações dos estudos selecio-
nados que discorrem sobre potabilidade da água, local, parâme-
tros analisados e resultado, organizados em ordem cronológica.
Em relação aos dados contidos na Tabela 3, destacam-se, dentre 
as substâncias químicas analisadas: o fluoreto, presente em oito 
estudos30,31,33,35,36,39,40,41, o parâmetro microbiológico, analisado em 
seis32,34,36,37,38,41, seguido da turbidez em cinco estudos32,33,36,37,41. 
Provavelmente, estes parâmetros foram os mais analisados por 
serem definidos como indicadores básicos da qualidade da água47. 
O flúor, por seu significado de saúde16,43 em função da deficiência 
ou excesso, e os demais por colaborarem na qualidade micro-
biológica da água44. Tais aspectos são analisados mensalmente 
pelo VIGIAGUA em todos os municípios e o número de amostras é 
determinado com base na faixa populacional46. 
Dos resultados das pesquisas, explicitados na Tabela 3, foram 
verificadas inconformidades referentes à potabilidade da água 
em relação a todos os parâmetros. Para melhor compreensão do 
leitor em relação às especificações da Portaria de Consolidação 
nº 5 quanto aos parâmetros de potabilidade da água e o valor 
máximo permitido (VMP) de cada um, para a água para o con-
sumo humano e comparação com os resultados dos parâmetros 
encontrados nos estudos selecionados, foi realizada a síntese dos 
referidos parâmetros e do seu VMP apresentados na referida Por-
taria, explicitados na Tabela 4.
Quanto ao fluoreto, em sete pesquisas que o avaliaram, as 
amostras estavam aquém do mínimo preconizado pela legis-
lação42 que é 0,6 mg/L de fluoreto para sistemas de abaste-
cimento31,30,33,36,39,40,41. Valores acima do VMP 1,5mg/L10, que 
apareceram com menor frequência, foram relatados em cinco 
estudos31,30,33,39,41. Salienta-se que a fluoretação artificial não é 
obrigatória em SAC42, porque, nessa forma de abastecimento, o 
flúor deve ser monitorado em função da sua presença natural, 
conforme achados de Medeiros et al.35, nos quais os níveis de 
fluoreto encontravam-se dentro do VMP10.A concentração de fluoreto em dois estudos analisados eviden-
ciam as consequências da sua falta de controle16,43. Um deles 
refere-se à prevalência de fluorose em 362 crianças de ensino 
fundamental, no município de Campo do Tenente (PR)16. Ainda 
nesse estudo, observou-se que a média da concentração de flúor 
em abastecimento público foi de 1,7 mg/L. Outro estudo avaliou 
a relação das condições socioeconômicas e da Política Pública 
Nacional de Fluoretação das águas de abastecimento com a 
saúde bucal da população de 12 anos nas capitais brasileiras e 
foi constatado que a ausência de cárie em parcela da população 
se justificava pelos indicadores econômicos e sociossanitários, 
cuja magnitude de cada variável foi ajustada pela presença de 
fluoretação da água de abastecimento43. Por outro lado, quando 
as condições sociossanitárias não estiveram associadas às perdas 
dentárias, conjuntamente a deprivação econômica e a fluoreta-
ção das águas explicaram a variabilidade da perda dentária nesta 
parcela da população43. Os autores pontuam que, em 2005, 50% 
da população brasileira residente nas capitais dispunha de água 
fluoretada e justamente regiões socioeconomicamente menos 
favorecidas possuíam a menor parcela de fluoretação.
No que tange ao padrão microbiológico da água analisada, evi-
denciou-se que todos os estudos apresentaram percentuais de 
amostras impróprias para consumo humano, com presença de E. 
coli e coliformes totais com 100,00%, 75,00%, 9,00%, 62,50%20, 
39,00%21 e 4,31% de aumento na incidência desses nos perío-
dos chuvosos32, em contradição ao recomendado na legislação 
(Tabela 4). Nesse sentido, um dos estudos mensurou o impacto 
do sistema de abastecimento de água e o saneamento sobre 
doenças diarreicas em crianças menores de cinco anos44. No refe-
rido estudo, ao calcular a carga global de diarreia, os autores 
Continuação
9
Elaborar um estudo sobre a 
vulnerabilidade à contaminação 
das águas subterrâneas do 
Município de Nova Palma (RS), 
com uso do sistema GOD (G = 
Grau de confinamento do poço, 
O = ocorrência de estratos de 
cobertura litológica penetrados e D 
= nível estático ou nível da água), 
aliado ao uso de geotecnologias. 
Mapear os pontos contaminantes28.
Análise de 36 poços tubulares de 
captação de água subterrânea 
do município de Nova Palma. Foi 
avaliada a classe de vulnerabilidade 
à qual pertence o aquífero.
Dos 36 poços, 8% das captações encontram-se em área da 
classe de vulnerabilidade insignificante; 15%, baixa; 31%, 
média; 31%, alta e 15%, extrema. Pontos potenciais de 
contaminação: sete cemitérios, dois postos de combustíveis, 
despejos de esgotos (todos concentrados na zona urbana); 
próximo à zona de recarga dos aquíferos, áreas ribeirinhas 
usadas para o cultivo do arroz irrigado, onde se utilizam 
fertilizantes, além de agrotóxicos. Necessidade de 
acompanhamento e monitoramento constante para proteger 
as captações de água subterrânea.
10
Analisar e compreender a 
relação entre água e saúde em 
comunidades rurais da microbacia 
do Igarapé Cumaru, nordeste 
paraense29.
Abordagem quali-quantitativa. 
Avaliada a captação e tratamento 
de água para consumo humano em 
duas comunidades.
Ambas as comunidades apresentam problemas de 
saneamento. Os agricultores (67% - São José e 72% - Cumaru) 
afirmaram que a água para beber é de boa qualidade. Em 
Cumaru, 26% consideraram a qualidade parcial. Associaram 
qualidade a períodos seco e chuvoso: alteração de cor, cheiro 
e gosto. Maioria dispensa tratamento e todos não utilizam 
tratamento de água. Giardíase, amebíase e verminoses 
ocorrem com mais frequência no período chuvoso.
Fonte: Elaborada pelos autores, 2020.
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Bárta RL et al. Qualidade da água para consumo humano
observaram que a fração referente ao sistema de abastecimento 
de água e saneamento foi de 83,0% e reduziu para 78,3% nos 
locais com 100% de cobertura de saneamento, em Minas Gerais. 
Destaca-se que, diante da falta de acesso ao sistema de abas-
tecimento, muitas vezes a população opta por consumir água 
de fontes alternativas, tais como poços rasos45. Investigação 
em um município da Zona da Mata Mineira identificou que os 
motivos decorrem da condição sanitária, isto é, da ausência de 
sistema de abastecimento de água. Também se reportaram ao 
cloro como fator depreciativo, associado ao gosto e ao cheiro. 
Os autores igualmente observaram que a afetividade em relação 
à água de poço aliada à segurança de ter água própria, limpa e 
de boa qualidade na residência reforçavam a defesa dos partici-
pantes de ingerir água sem tratamento adequado.
Ainda em relação ao padrão microbiológico, os resultados dessa 
revisão apontam para a limpeza dos reservatórios domiciliares 
como medida de controle das alterações desse padrão32,36,38 e 
orientações à população quanto à limpeza correta36, maior con-
trole no processo de desinfecção durante o tratamento34,41 em 
especial, nos períodos chuvosos, e redução da turbidez para 
Tabela 3. Caracterização dos estudos analisados quanto a potabilidade da água para consumo humano. Ijuí, RS, Brasil, 2019.
Título do artigo Estado Parâmetros analisados e principais resultados Ano
1
Heterocontrole da fluoretação da água de 
abastecimento público do município de 
Jaguaribara, Ceará, Brasil30
Ceará Químico: Fluoreto
(44,4% das amostras subfluoretadas, 8,3% superfluoretadas). 2012
2 Fluoride Concentration in Public Water 
Supply: 72 Months of Analysis31 São Paulo Químico: Fluoreto
(20,6% das amostras subfluoretadas, 0,7% superfluoretadas). 2013
3
Ocorrência de Escherichia coli em fontes 
de água e pontos de consumo em uma 
comunidade rural32
Alagoas
Microbiológico: coliformes totais (presente em todas as amostras) e 
Escherichia coli (presente em todas as amostras); Organoléptico: turbidez 
(apenas duas amostras estavam abaixo de 5 uT) e cor (apenas cinco 
amostras estavam abaixo de 15 uH).
2014
4
Análise microbiana e do teor de flúor 
adicionado à água de abastecimento em 
um estado do Nordeste do Brasil33
Alagoas
Químico: Fluoreto
(83,9% das amostras subfluoretadas);
Microbiológico: coliformes totais (presente em todas as amostras);
Escherichia coli (20% das amostras com presença).
2015
5
Chemical and microbiological analysis 
of public school water in Uberaba 
Municipality34
Minas 
Gerais
Desinfetante: Cloro residual livre (50% das amostras abaixo de 0,2 mgL-1); 
Microbiológico: coliformes totais e termotolerantes (presente em 50% 
das amostras); Químico: Análises de metais: chumbo (Pb) (7,8% acima do 
VMP), cromo (Cr) (45,3% acima do VMP), cobre (Cu) (3,1% acima do VMP) e 
cádmio (Cd) (51,5% acima do VMP); Organoléptico: manganês (Mn) (12,5% 
acima do VMP).
2015
6
Avaliação da qualidade da água de 
consumo por comunidades ribeirinhas em 
áreas de exposição a poluentes urbanos e 
industriais nos municípios de Abaetetuba e 
Barcarena no estado do Pará, Brasil35
Pará
Físico-químico: pH (amostras ácidas entre 6,0 a 9,5), Cloreto (VMP), 
Fluoreto (VMP), N-Nitrato (10 a 25 vezes acima do VMP); Organoléptico: 
Dureza (VMP), Sólidos dissolvidos totais (VMP).
2016
7 Qualidade da água de abastecimento 
público do município de Jaboticabal, SP36 São Paulo
Desinfetante: cloro residual livre (VMP); Físico-químico: fluoretos (média 
de 0,6 a 1,5 mg/L-1), pH (variou de 5,9 a 7,9); Microbiológico: coliformes 
totais (4 a 43% das amostras fora do padrão de potabilidade), Escherichia 
coli (variou de 4 a 9% fora do padrão de potabilidade), bactérias 
mesófilas (ausência em todas as amostras); Organoléptico: turbidez 
(após tratamento todas as amostras dentro do VMP), cor aparente (após 
tratamento todas as amostras dentro do VMP).
2016
8
Análise da potabilidade de água de 
chafarizes de dois bairros do município de 
Fortaleza, Ceará37
Ceará
Físico-químico: pH (37,5% das amostras ácidas), alcalinidade total (VMP); 
cloretos (VMP), sódio (VMP), potássio (VMP), nitrito(VMP), nitrato (35% 
das amostras acima do VMP), condutividade (VMP); Microbiológico: 
Escherichia coli (presente em 62,5% das amostras); Organoléptico (todos 
dentro do VMP): cor, turbidez, dureza, cálcio, magnésio, amônia, ferro, 
sulfato e sólidos totais dissolvidos.
2017
9
Avaliação microbiológica da água 
consumida por uma população rural de 
Ilha Solteira – São Paulo38
São Paulo
Microbiológica: coliformes totais (presente em todas as amostras) e 
Escherichia coli (presença variou entre 2%, 5% e 11% conforme local); 
Físico: pH (variou de 5,1 a 8,6), condutividade elétrica (variou de 19,7 a 
303,0 µS.cm-1); Organoléptico: turbidez (variou de 0 a 16 uT).
2017
10
Heterocontrole da fluoretação da água 
de abastecimento público em cidades do 
estado de Goiás, Brasil39
Goiás Químico: Fluoreto (61,0% das amostras subfluoretadas e 0,6 
superfluoretadas). 2018
11
Quality of the water fluoridation and 
municipal-level indicators in a Brazilian 
metropolitan region40
Espírito 
Santo
Químico: Fluoreto (68,1 e 81,4% das amostras apresentaram níveis ótimos 
de fluoreto em dois critérios). 2018
12
Physicochemical and microbiological 
quality of the public water supply in 38 
cities from the midwest region of the 
State of São Paulo, Brazil41
São Paulo
Desinfetante: cloro residual livre (2,7% das amostras abaixo de 0,2 mgL-1); 
Físico-químico: pH (3,8% abaixo de 6 e 3,2% acima de 9,5), fluoreto (24,6% 
abaixo de 0,6mgL-1, 9,7% acima de 0,8 mgL-1), nitrato (0,3% acima de 
10mgL-1); Microbiológico: coliformes totais (presente 4,31% das amostras) 
e Escherichia coli (presente em 0,35% das amostras); Organoléptico: cor 
aparente (13,2% acima do VMP), turbidez (21,1% acima do VMP).
2019
Fonte: Elaborada pelos autores, 2020.
http://www.visaemdebate.incqs.fiocruz.br/ Vigil. sanit. debate 2021;9(4):74-85 | 82
Bárta RL et al. Qualidade da água para consumo humano
aumentar a eficiência da ação do cloro36,37. Também deve ser 
observada a distância mínima requerida entre fontes de cap-
tação provenientes de lençol freático e fossas rudimentares, 
monitoramento da qualidade da água distribuída no meio rural, 
ações intersetoriais com universidades, poder público e popula-
ção rural para prover o tratamento e maior controle no sistema 
de distribuição41. 
Quanto ao desinfetante, a legislação10 prevê que toda água forne-
cida coletivamente deverá passar por processo de desinfecção ou 
cloração, com a obrigatoriedade da manutenção de, no mínimo, 
0,2 mg/L de cloro residual livre no sistema de distribuição. Todos 
os estudos que mostraram alterações no padrão microbiológico 
apresentaram problemas relacionados à desinfecção, que tornam 
a água imprópria para consumo humano22,24,27,32,34,36,37,38,41. Outro 
fator importante se refere à alteração da turbidez, em função de 
que níveis acima do VMP32,41 atuam como abrigo para organismos 
patogênicos, protegendo-os da ação do agente desinfetante47. 
Quanto às demais substâncias químicas, as pesquisas analisa-
das evidenciaram presença de cobre, cádmio, cromo, manga-
nês, chumbo34 e N-Nitrato35,37,41 acima dos VMP pela legislação10. 
Esta recomenda que os responsáveis pelo controle de qualidade 
da água de SAA ou SAC, supridas por manancial superficial ou 
subterrânea, coletem amostras semestrais da água bruta, para 
tais substâncias, inclusive agrotóxicos, desinfetantes e produtos 
secundários da desinfecção, com a finalidade de avaliar risco à 
saúde humana, seguido da adoção de medidas imediatas diante 
de alterações nas concentrações apresentadas10. Falhas nesse 
controle semestral foram expressas nos resultados de duas pes-
quisas que analisaram essas substâncias nos sistemas de abaste-
cimentos públicos34,41 e dois estudos que as avaliaram em SAC35,37.
A qualidade da água destinada ao consumo humano e as con-
sequências da falta de potabilidade estão diretamente relacio-
nadas às ações de monitoramento e vigilância da qualidade da 
água31,40,41,44. Dessa forma, Guerra e Silva46, no estado do Rio de 
Janeiro, identificaram o percentual de cumprimento do plano de 
amostragem municipal para as análises de cloro residual livre, 
turbidez, coliformes totais e E. coli, durante o ano de 2014. Os 
pesquisadores afirmaram que ocorreu evolução gradativa das 
análises, com 96% de cumprimento do plano de amostragem, 
aumento da presença de coliformes ao longo dos anos, o que 
pode indicar problemas operacionais no tratamento ou manu-
tenção e conservação do sistema de distribuição. Os autores 
complementam, ao afirmarem que barreiras geográficas e fra-
gilidades econômicas municipais refletem na atuação de alguns 
municípios na vigilância da qualidade da água, entre elas: difi-
culdades de realizar análises, adquirir equipamentos, rotativi-
dade dos servidores municipais responsáveis por este trabalho e 
operacionais relacionadas ao espaço físico adequado, computa-
dor, internet e veículo.
A partir da análise dos artigos selecionados, constata-se que há 
algumas inconformidades nos parâmetros de qualidade e pota-
bilidade da água distribuída no Brasil com a legislação vigente. 
A análise igualmente favoreceu o conhecimento acerca da impor-
tância do controle e da vigilância da água destinada ao consumo 
humano, porém, chamou atenção a lacuna de investigações que 
abordem essas ações. Ademais, constatou-se as dificuldades 
de execução e estruturação do VIGIAGUA nos diversos estados 
e municípios brasileiros, como referido por Guerra e Silva46 em 
estudo realizado no Rio de Janeiro (2018) e Palmeira et al.41, que 
avaliaram os resultados do plano de amostragem do VIGIAGUA de 
38 cidades do Centro-Oeste de São Paulo.
CONCLUSÕES
Esse estudo de revisão possibilitou aprofundar conhecimentos 
a respeito da qualidade da água fornecida coletivamente, nas 
formas de abastecimento nacional. Elucidou as consequências 
sociais da falta de acesso à água potável, dificuldades que persis-
tem no controle dos parâmetros básicos, fluoretação, turbidez, 
E. coli, coliformes e cloro residual livre; controles semestrais, 
que incluem análise de substâncias químicas, nas diferentes 
formas de captação: manancial subterrâneo e superficial; e na 
maior incidência de precipitação pluviométrica.
Tabela 4. Síntese das especificações da Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017, para água para o consumo humano. Ijuí (RS), 
Brasil, 2019.
Parâmetro Valor máximo permitido (VMP)
Coliformes totais Ausência em 100 mL (na saída do tratamento)
Escherichia coli Ausência em 100 mL
Substâncias químicas inorgânicas Fluoreto – 1,5 mg/L; Chumbo – 0,01 mg/L; Cromo – 0,05 mg/L; Cobre – 2 mg/L; Cádmio – 0,005 
mg/L; Nitrato – 10 mg/L; Nitrito – 1 mg/L
Substâncias químicas orgânicas Cloreto de vinila – 2 µg/L
Desinfetantes e produtos secundários Cloro residual livre - 5 mg/L
Padrão organoléptico
Cloreto – 250 mg/L; Dureza – 500 mg/L; Ferro – 0,3 mg/L; Gosto e odor – intensidade 6; Amônia 
– 1,5 mg/L; Ferro – 0,3 mg/L; Manganês – 0,1 mg/L; Sódio – 200 mg/L; Sólidos totais dissolvidos – 
1.000 mg/L; Sulfato – 250 mg/L
pH 6 – 9
Cor 15 uH (unidade Hazen)
Turbidez 1,0 uT (unidades de turbidez) em 95% das amostras (desinfecção para águas subterrâneas)
Fonte: Elaborada pelos autores, 2020.
http://www.visaemdebate.incqs.fiocruz.br/ Vigil. sanit. debate 2021;9(4):74-85 | 83
Bárta RL et al. Qualidade da água para consumo humano
Ressalta-se a importância das ações do VIGIAGUA aliada às 
dificuldades operacionais e estruturais do desenvolvimento 
deste Programa pelos municípios. Avalia-se que ações inter-
setoriais são necessárias e requerem união de esforços dire-
cionados, desde a promoção do tratamento adequado das for-
mas de abastecimento até a educação permanente em saúde, 
por meio de abordagens que visem a importância do consumo 
de água tratada e limpeza dos reservatórios domiciliares 
para a manutenção da saúde e prevenção de danos muitas 
vezes irreparáveis.
Em síntese, encontraram-se poucos estudos sobre a vigilância da 
qualidade da água destinadaao consumo humano, o que requer 
o desenvolvimento de mais pesquisas nessa área que abordem 
a atuação dos programas de vigilância nos diversos estados e 
municípios brasileiros.
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Contribuição dos Autores
Bárta RL – Concepção, planejamento (desenho do estudo), aquisição, análise, interpretação dos dados e redação do trabalho. Silva JAG 
– Concepção, planejamento (desenho do estudo), análise, interpretação dos dados e redação do trabalho. Daronco CR, Pretto C – Con-
cepção, aquisição, análise, interpretação dos dados e redação do trabalho. Stumm EMF, Colet CF – Concepção, planejamento (desenho 
do estudo), interpretação dos dados e redação do trabalho. Todos os autores aprovaram a versão final do trabalho.
Conflito de Interesse
Os autores informam não haver qualquer potencial conflito de interesse com pares e instituições, políticos ou financeiros deste estudo.
Licença CC BY-NC atribuição não comercial. Com essa licença é permitido acessar, baixar (download), copiar, imprimir, 
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