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19Gravitação Universal Física Na Idade Média, período compreendido entre o século V (ano 476 – Fim do Império Romano) e o século XV (ano 1453 – Queda de Constantinopla), a organização econômica era o feudalismo. A Igreja, também um feudo, tinha grande poder. Deus era o centro do pensa- mento medieval, por isso o estudo dos fenômenos físicos passava, na- turalmente, por Ele. Aos poucos, o homem medieval buscou novas formas de entender o mundo em que vivia e o domínio cristão sobre o conhecimento co- meçou a diminuir. Muitos fatores contribuíram para que isso aconte- cesse, dentre os quais podemos citar: as cruzadas, que ocorreram du- rante os séculos XI, XII e XIII, contribuindo para colocar jovens do oriente em contato com jovens do ocidente; a expansão dos moinhos e o desenvolvimento do comércio. 1. Pesquise em livros de História e História da Ciência, revistas científicas e até mesmo na Internet, so- bre o Feudalismo. Quais eram as características da sociedade feudal? Qual o papel dos senhores feudais? E o dos servos? 2. Durante a Idade Média, o modo de pensar e a maneira de conhecer o mundo estavam ligados, prin- cipalmente, à fé. Santo Agostinho (354-430), um filósofo cristão, dizia: Credo et Intelligam (“Para co- nhecer é preciso antes crer”). São Tomaz de Aquino (1225-1274), também cristão, procurava con- ciliar a filosofia grega com a filosofia cristã. Como a Igreja explicava os fenômenos físicos? 3. Busque novamente na História: a influência do domínio árabe na Península Ibérica, ocorrida entre o fi- nal do século VIII e o início do século XIV, contribuiu com novas formas de pensar e conhecer o mun- do: a) Como era a cultura intelectual e a técnica desses povos? b) Qual o papel das universidades cria- das por eles na irradiação do conhecimento? c) Que contribuição trouxe o estabelecimento das rotas comerciais para que ocorresse a transferência do conhecimento grego do Oriente para o Ocidente? PESQUISA A partir do século XV, dá-se o processo de estruturação de uma nova ordem econômica e social, resultado do desenvolvimento do comércio. A nobreza ainda detinha grande ascensão social junto à aristocracia, por- que ainda era grande proprietária rural. Já a nova classe que surgia com o comércio, a burguesia, apesar de próspera, não gozava do mesmo prestí- gio social. Podemos dizer que a ascensão do comércio constitui-se no iní- cio do que seria a sociedade capitalista, tal qual a conhecemos hoje. A navegação, os descobrimentos de novos continentes, as trocas de mercadorias, a criação de bancos, a circulação de bens e dinheiro geraram o surgimento de uma nova classe social: a burgue- sia, que se opõe, naturalmente, ao poder dos príncipes e reis medievais, bem como aos dos cardeais da Igreja. É o renascimento (...) (Adaptado de PONCZEK. In: ROCHA, 2002, p. 31). 20 Movimento Ensino Médio O Renascimento provoca modificações no pensamento europeu em todos os campos, inclusive no científico. É assim que, no século XVI, Copérnico (1473-1543), a partir dos estudos sobre o modelo de Aristarco de Samos (310-230 a.C.) e por considerar o modelo de Ptolomeu muito difícil, propôs um novo modelo. No seu Universo, o Sol ocupava o centro, pois pensou que por ser o único astro com luz própria do sistema, seria o único que teria condições de iluminar todos os demais corpos celestes. Imaginou que todos os planetas moviam-se em torno do Sol, o que facilitava a determinação de suas órbitas. Renascimento ou Renascença significa renovação da vida ou vida nova. O termo é consagrado pa- ra designar um período de história, mas não deixa de ser inexato, porque entre a Idade Média e a Ida- de Moderna não houve solução de continuidade, nem propriamente volta aos estudos greco-romanos, mas apenas evolução no pensamento humano, devido à revolução comercial, aos descobrimentos e às descobertas. Em todos os setores da atividade intelectual, havia precedentes medievais: de fato, Aristóteles fora, na Idade Média, um guia do pensamento cristão. Os eruditos helenistas bizantinos, exilados depois da queda de Constantinopla, também contribuí- ram à difusão dos estudos clássicos, na Itália principalmente, onde foram acolhidos e para onde trouxe- ram manuscritos e bibliotecas. De fato, a Antiguidade estava mais “viva” no Oriente do que no Ocidente; o Renascimento foi uma aceleração na evolução do pensamento humano. Coube ao cônego polonês Nicolau Copérnico refutar a teoria geocêntrica de Ptolomeu e estabelecer sobre observações e cálculos a teoria heliocêntrica que revelava ser o sol o centro de um sistema do qual a Terra é apenas um satélite. O famoso livro de Copérnico, De Revolutionibus Orbium Coelestium, foi de- dicado ao Papa. Mas a Igreja declarou a teoria heliocêntrica herética, por estar em desacordo com as suas doutrinas, proibindo a sua divulgação em 1616; só no século XIX veio a ser revogada esta sen- tença. (Adaptado de: CARVALHO, 1996, 61-93) Copérnico destronou a Terra do centro do Universo, colo- cou-a como mais um dos planetas. Ordenou os planetas em relação ao Sol a partir de suas distâncias em rela- ção a ele. Dessa forma, a Terra já não ocupava uma posição de destaque, sendo somente a terceira des- sa ordenação. Determinando estas distâncias, Copérnico utili- zou-as para explicar as diferenças entre os perío- dos de revolução dos planetas, que é o tempo que o astro leva para circundar o Sol, e concluiu que quanto mais longe do Sol, maior o tempo para com- pletar sua revolução. Assim, Júpiter completa uma revolução em doze anos, pois está mais afastada do Sol, Marte em dois anos, a Terra em um ano e Mercúrio, por ser o mais próximo do Sol, completa em três meses. Marte Sol Terra Modelo do Sistema de Copérnico. www.if.usp.br
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