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UNIVERSIDADE PAULISTA 
 INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO – ICSC 
 CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 APS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 DIAGNÓSTICO FINANCEIRO DA PETTENATI S.A. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2022 
 
 
 
 
 
 
IGOR CLEMENTE ROCHA - D6648H-2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 APS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 DIAGNÓSTICO FINANCEIRO DA PETTENATI S.A. 
 
 
APS - Atividades Práticas Supervisionadas – 
Trabalho apresentado como exigência para o 7ª e 
8º semestre do curso de Ciências Contábeis da 
Universidade Paulista – Unip. 
 
 
 
 
 
 
 
 SÃO PAULO 
 2022 
 
 
 
 
 
 
 SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 03 
1. ANÁLISE SETORIAL INDÚSTRIA TÊXTIL - CARACTERÍSITCAS ............... 04 
1.1. Tecnologias da Indústria Têxtil .................................................................................. 05 
1.2. Produção, Exportação, Importação de Têxteis .......................................................... 06 
1.3. Exportação Têxteis ..................................................................................................... 09 
1.4. Perspectivas e Tendências – Setor Têxtil ................................................................... 10 
2. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ............................................................................ 12 
2.1. Linhas de Negócio da Pettenati .................................................................................. 12 
2.2. Produtos da Pettenati S.A. .......................................................................................... 13 
2.3. Localização Pettenati S.A. ......................................................................................... 13 
2.4. Diretrizes Organizacionais ......................................................................................... 14 
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 15 
3.1. Decisões Financeiras .................................................................................................. 15 
3.2. Análise das Demonstrações Financeiras .................................................................... 16 
3.3. Conceito das Demonstrações Contábeis .................................................................... 17 
3.4. Relatórios Obrigatórios .............................................................................................. 20 
3.4.1. Balanço Patrimonial ........................................................................................... 20 
3.4.2. Demonstração do Resultado do Exercício .......................................................... 24 
3.4.3. Demonstração do Fluxo de Caixa ...................................................................... 25 
3.5. Análises das Demonstrações Contábeis .................................................................... 28 
4. ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL PETTENATI S.A. ................................ 30 
4.1. Aplicação dos Indicadores Financeiros Pettenati ....................................................... 34 
5. RELATÓRIO TÉCNICO – SITUAÇÃO FINANCEIRA PETTENATI ................. 35 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 38
3 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
De acordo com Crepaldi (2012), o cenário econômico sofre constantes mudanças, 
desafiando as empresas a adequar suas práticas de gestão à realidade do mercado. Tais 
mudanças ocorrem nos campos tecnológico, político, social, ambiental, econômico, financeiro, 
entre outros, o que exige das empresas meios confiáveis de obter informações adequadas e em 
tempo hábil para subsidiar os gestores no processo de tomada de decisão. 
Neste panorama onde a inflação, crédito escasso e juros mais elevados inibem os gastos 
dos consumidores e consequentemente retraem a indústria e o comércio, é importante que toda 
a empresa disponha de uma medida adequada para analisar seu desempenho econômico-
financeiro, para que se saiba como seus negócios estão sendo geridos pela administração. 
A análise econômico-financeira consiste em uma metodologia que nos permite analisar 
o desempenho das empresas a partir do estudo do Balanço Patrimonial e da Demonstração do 
Resultado do Exercício e a entender diversos índices e indicadores que vão permitir a análise 
da situação do capital da empresa. Essa avaliação surge da necessidade interna, sendo útil para 
a tomada de decisões relacionadas à gestão, ou da necessidade externa como investidores, 
governo e instituições financeiras. 
Neste contexto, realizou-se uma pesquisa do desempenho econômico-financeiro de 
empresas do município de Caxias do Sul/RS, de capital aberto, listadas na BM&FBOVESPA, 
sendo elas Fras-le S.A., Marcopolo S.A., Lupatech S/A, Pettenati S.A. Indústria Têxtil, Randon 
S.A Implementos e Participações e Rio Grande Energia S.A., com o intuito de verificar a 
situação destas no período de 2005 a 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
1. ANÁLISE SETORIAL INDÚSTRIA TEXTIL - CARACTERÍSTICAS 
A estrutura da cadeia produtiva e de distribuição têxtil e de confecção engloba desde a 
produção das fibras têxteis até o produto acabado e confeccionado, incluindo a distribuição e a 
comercialização. 
A indústria têxtil propriamente dita constitui uma etapa dessa cadeia, compreendendo a 
fiação (fios), a tecelagem e malharia (tecidos) e o beneficiamento (tinturaria, estamparia, 
lavanderia etc.). A indústria têxtil é suprida pelas matérias-primas têxteis, compostas de fibras 
naturais, onde se sobressaem o algodão e o linho, e de filamentos sintéticos (derivados do 
petróleo, tais como poliéster, polipropileno, náilon e acrílico) e artificiais (oriundos de 
orgânicos naturais, como raiom viscose e acetato originados da celulose). 
Uma etapa mais à frente constitui as atividades da indústria de confecção de artigos do 
vestuário e acessórios, que compreendem a fabricação de peças do vestuário, roupas 
profissionais e acessórios, tais como gravatas, chapéus, bonés, cintos e lenços. 
O processo produtivo da cadeia têxtil se inicia com a matéria-prima (fibras e filamentos) 
sendo transformada em fios nas fábricas de fiação, seguindo para a tecelagem plana ou para a 
malharia e, finalmente, para o acabamento. Cada uma dessas etapas possui características 
próprias, existindo descontinuidade entre elas. Assim, o resultado final de cada etapa constitui 
o insumo principal da seguinte. Cada um dos elos principais subdivide-se em várias operações 
conexas, mas igualmente independentes entre si. A independência das fases principais e das 
etapas inerentes a cada uma delas decorre do fato de que cada etapa elabora um produto 
intermediário, embora em condições pré-determinadas pelo sistema de produção. A Figura 1 
apresenta a configuração do fluxo produtivo na indústria têxtil. 
Figura 1 – Fluxo produtivo da Cadeia Têxtil e de Confecção: 
 
5 
 
 
 
A descontinuidade das operações possibilita flexibilidade na organização da produção 
e a existência de empresas com escalas de produção e níveis de atualização tecnológica 
diferentes. A tecnologia básica dos processos produtivos está incorporada aos equipamentos, 
não apresentando problemas de acesso. A evolução tecnológica ocorrida no processo produtivo 
da indústria têxtil provém dos avanços ocorridos na produção das matérias-primas, 
especialmente no desenvolvimento de novas fibras sintéticas, bem como nas máquinas e 
equipamentos utilizadosem todo o processo, o que caracteriza o setor têxtil como incorporador 
de tecnologia desenvolvida em outros setores. 
Uma característica marcante do setor têxtil é o alto grau de verticalização presente, 
especialmente nos elos de fiação e tecelagem, fiação e malharia e malharia e confecção, 
existindo também um pequeno número de empresas que possuem todos os elos da cadeia 
integrados verticalmente. Como exemplo de grandes empresas verticalizadas que atuam na 
região Nordeste pode-se citar a Vicunha e a Coteminas. 
1.1. TECNOLOGIAS DA INDÚSTRIA TEXTIL 
Em meio a tantas técnicas aplicadas com o intuito de manter-se competitivo no mercado, 
no setor têxtil, uma das mais importantes é a inovação. Nessa ótica, essa palavra tem seu 
conceito renovado quase instantaneamente, quando se analisa sobre a tecnologia voltada para 
indústria têxtil. Novos elementos que facilitam inovar surgem com o uso da computação e a 
criação de materiais sustentáveis mostram-se, a cada dia, mais presentes no mundo da moda, 
em objetos, nos esportes e nos uniformes, e tem-se todos esses elementos voltados para os 
equipamentos e tecidos no setor têxtil em geral. 
Nos tecidos, a evolução tecnológica proporciona funcionalidades relevantes que podem 
ser um diferencial crucial para o sucesso do negócio. Inovar é uma condição necessária para 
criar vantagem competitiva. Assim, a inovação é aplicada na forma em que a produção têxtil 
provoca mudanças, no tocante ao usufruto dos benefícios desses produtos, o que facilita o dia 
a dia das pessoas e melhora a capacidade produtiva das indústrias. 
Nesse sentido, observa-se, no setor têxtil, a introdução no processo industrial de robôs 
chamados de Sewbots, os quais auxiliam em todo o processo de confecção, na colocação das 
etiquetas, até mesmo no controle de produção e estoque, o que torna as empresas mais 
produtivas. Outra inovação já em uso no setor têxtil, e nesse caso voltada para economia e 
sustentabilidade, é a impressão 3D. Essa inovação, visa diminuir o desperdício dos tecidos no 
processo de confecção, como também é capaz de aperfeiçoar as técnicas de customização bem 
como um melhor aproveitamento do tempo investido na produção. Com essa tecnologia na 
6 
 
 
 
fabricação têxtil, é grande a diminuição no descarte de resíduos de materiais, bem como a 
redução de tempo para customização de uma peça, uma vez que é na criação que se aplicam os 
ajustes, e as implementações às modelagens, antes da confecção. 
1.2. PRODUÇÃO, EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES DE TÊXTEIS 
Os dados disponíveis da UNIDO - United Nations Industrial Development 
Organization, demonstram que a China lidera o ranking mundial de produção de têxteis, com 
valores superiores a US$ 421 bilhões, mais de 6 vezes o valor da Índia, segunda colocada, com 
mais de US$ 67 bilhões em 2018 (Tabela 1). 
O Brasil foi o 10º maior produtor mundial de têxteis, com produção de quase US$ 13 
bilhões (US$ 13,6 bilhões em 2017), o equivalente a 3% da produção da China. Ao lado disso, 
conforme dados do ITC – Internacional Trade Centre, observam-se que as exportações em 2020 
foram de US$ 3,8 bilhões (US$ 3,4 bilhões em 2019 e 20º no ranking mundial), ficando no 14º 
lugar no ranking (Tabela 2). O Brasil, além de ser um dos maiores produtores mundiais de 
têxteis, de 2017 a 2020, vem aumentando suas exportações e chegando a superávit comercial 
em 2020 (Tabela 3). Mesmo levando em conta as consequências da pandemia de Covid-19 em 
2020, que encolheu o comércio internacional, o desempenho da indústria têxtil do Brasil foi 
extraordinário, quando se compara com as exportações de tradicionais países pelo Mundo, que 
viram seu comércio de produtos têxteis cair. 
 Figura 1: Exportações de têxteis no Mundo – 2017 a 2020 (US$ bilhões) 
 
 
 
7 
 
 
 
 Figura 2 - Ranking, valores e participação percentual no Mundo, dos países de 
maiores exportações (FOB) de têxteis em 2018 e em 2020: 
 
Os dados do Ministério da Economia, mostra que o Brasil exportou mais US$ 3,8 
bilhões em 2020, confirmando o mesmo valor da figura 2 de 2020. De 2017 a 2019, o Brasil 
obteve sucessivos saldos negativos da balança comercial nas transações de têxteis entre países, 
mas em 2020, alcançou superávit comercial de US$ 1,14 bilhão. Isto deveu-se ao baixo nível 
de importações em 2020 devido à queda da propensão a importar do país devido à crise 
econômica e por outro lado, ao alto nível de exportações. 
O Nordeste e o Sul tiveram queda em suas exportações em 2020, indo na contramão das 
demais Regiões. Chama atenção a evolução das exportações de têxteis do Centro-Oeste, que 
progressivamente vem-se tornando o grande polo de têxteis do Brasil. Isto se deve à migração 
de indústrias de todo o Brasil, procurando a competitividade de produção aliada à localização 
da produção da matéria-prima natural, o algodão. 
 Figura 3 - Exportações (FOB), importações (FOB) e Saldo do Balanço Comercial 
de têxteis das Regiões do Brasil - 2017 a 2020 (US$ 1,00) 
 
8 
 
 
 
 
No Brasil, em 2020, os maiores Estados exportadores de têxteis foram Mato Grosso, 
Bahia e São Paulo, sendo que nos dois primeiros Estados ficam os cerrados, onde estão as 
grandes áreas produtoras de algodão (Figura 4). No Nordeste, em 2020, o Estado da Bahia foi 
o maior exportador, com vendas ao exterior em mais US$ 646 milhões, equivalente a quase 
17% das exportações do Brasil. Contudo, conforme dados de 2018, o Ceará foi o maior produtor 
de têxteis da Região (Figura 5). Isto se deve à sua vocação histórica desde quando foi forte 
produtor de algodão no passado, ao moderno parque industrial instalado no Estado, à mão de 
obra abundante e relativamente qualificada, à cobertura de incentivos fiscais e ao amparo do 
Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e do Fundo de Desenvolvimento 
Industrial (FDI), tão importantes para o desenvolvimento do Estado e da Região. 
 Figura 4 - Exportações (FOB), importações (FOB) e saldo do balanço comercial de 
têxteis dos Estados do Brasil, em ordem decrescente, das exportações de 2020 - 
2019 e 2020 (US$ 1,00) 
 
9 
 
 
 
Uma forma de mensuração do tamanho de mercado, o valor bruto da produção de têxteis 
do Brasil alcançou R$ 47,3 bilhões em 2018, de acordo com a Pesquisa Industrial Anual (IBGE, 
2018). Para o Nordeste, este valor superou R$ 8 bilhões, equivalente a 17% do total do Brasil, 
acima da participação percentual do PIB da Região relativamente ao Brasil. Ceará, o maior 
produtor da Região, Bahia, Paraíba e Pernambuco concentram 13,8% e 81,2% do valor da 
produção do Brasil e da Região, respectivamente. São Paulo e Santa Catarina são os maiores 
produtores de têxteis, com mais de 62% do que é produzido no Brasil (Figura 5). 
 Figura 5: Brasil e Estados – Valor bruto da produção industrial, em ordem 
decrescente – Fabricação de produtos têxteis – 2018 (R$ mil) 
 
1.3. EXPORTAÇÕES TÊXTEIS 
A pandemia tem acarretado diminuição no fluxo de comércio exterior de têxteis em todo 
o mundo, mas em 2021, já com a vacinação contra Covid-19 em andamento, as exportações do 
Brasil continuam em razoável progresso. A Tabela 8 mostra as exportações de têxteis do Brasil 
e Estados acumuladas de janeiro a julho/2021. Entre os quatro maiores exportadores, Mato 
Grosso é o maior do Brasil e já exportou o equivalente a 69% do total do ano 2020, mais que 
proporcional, quando se considera a metade do ano; Bahia, o maior exportador do Nordeste, 
alcançou 53% do exportado em 2020; e São Paulo, que obteve o mesmo percentual do Estado 
da Bahia. No acumulado de 2021, o Brasil exportou 63% do valor de 2020. Do exposto, conclui-
se que as exportações de têxteis têm tido trajetória de crescimento em 2021 acima do ocorrido 
em 2020. 
10 
 
 
 
 Figura 6 – Brasil e Estados - Exportações (FOB) de têxteis acumuladas de janeiroa julho/2021 (US$ 1,00): 
 
1.4. PERSPECTIVAS E TENDÊNCIAS – SETOR TEXTIL 
Devido à crise econômica causada pela pandemia, com lojas físicas fechadas ao público, 
apesar de alternativas, com comércio eletrônico, houve enorme queda pela demanda dos 
consumidores em 2020. Assim, com a expectativa de vacinação contra a Covid-19, da 
população acima de 12 anos até o final de 2021 e aumento projetado do PIB de 5%, o consumo 
e a produção de têxteis devem crescer mais que este percentual. As medidas que arrefeceram 
queda maior no consumo e na produção de têxteis em 2020, ainda preponderam em 2021, tais 
como as medidas governamentais do auxílio emergencial e o saque emergencial do FGTS, 
embora em menores volumes, os financiamentos bancários e a reabertura gradual da economia. 
O Governo decidiu abrir negociações em torno da prorrogação da desoneração de folha 
que atualmente engloba 17 atividades econômicas e que tem vigência até dezembro/2021, 
segundo o Jornal Valor Econômico. A agenda foi aberta após parlamentares de diversos 
partidos e representantes dos setores contemplados defenderem a aprovação de projeto para 
adiar o fim deste incentivo de geração de empregos, para 2026. O presidente da Associação 
Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) afirmou que cerca de 1.700 empresas do 
setor podem perder o benefício. 
Para 2021, o IEMI (2021) projetou aumento de 6,4% no volume de produção de têxteis, 
atingindo 2 milhões de toneladas, para o Brasil. Foi estimada produção de R$ 56,4 bilhões, isto 
é, aumento de 7,2% em valores nominais, em relação a 2020. No que concerne ao comércio 
11 
 
 
 
internacional, para a exportação, avanço de 33,5% foi previsto para o volume exportado e de 
25,1% em valores em dólar, em 2021. Projetaram-se aumento de 39,3% para o volume 
importado e alta de 50% em valores da moeda americana. Para 2021 estima-se acréscimo de 
12,5% para o volume no consumo interno, equivalente ao aumento de 13,5% em valores 
nominais (R$), em relação a 2020. 
De acordo com o presidente da Abit, Fernando Pimentel, houve aumento de 36% na 
produção têxtil entre janeiro e maio de 2021, comparado com o mesmo período de 2020. 
Pimentel destacou ainda o crescimento na produção de vestuário, assim como no comércio e 
especialmente nos empregos. “É uma alegria muito grande verificar que esse crescimento está 
se traduzindo em vagas de trabalho”, comemora. O executivo destacou ainda outros pontos 
importantes sobre o cenário atual e os impactos das mudanças no mundo a partir de 2020: a 
recuperação mais expressiva do setor têxtil, que em 2020 pode manter sua produção com itens 
de proteção, incluindo as máscaras, e o fato de que o setor ainda não retornou aos números 
anteriores à pandemia, mas a perspectiva é positiva para que volte a crescer ainda este ano. 
“A indústria conseguiu suprir parte dessa queda de demanda atendendo outros 
segmentos, principalmente médico-hospitalares. E mesmo na área de vestuário, também 
conseguiu fazer transformações, alterando sua linha para atender a parte de segurança pessoal”, 
comenta. Quando o assunto é vestuário, o segmento mostra recuperação em relação ao pior 
momento da pandemia, em abril de 2020, quando o comércio foi fechado. Na ocasião, houve 
uma queda de 81% na receita de vendas. Já no mesmo período de 2021, vemos um crescimento 
de 121%, mostrando novamente sinais de recuperação. 
Em 2021, a produção têxtil deve crescer 7,4%, alcançando dois milhões de toneladas 
produzidas. Já em relação à receita, espera-se 9,2% de aumento em relação a 2020, atingindo 
R$ 57,5 bilhões. “Temos um viés de alta, mas com cautela”, pondera Pimentel. 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
2. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA 
 
 A mais moderna tecelagem de malharia circular das Américas 
 
Há mais de 57 anos no mercado têxtil, sempre atuando com profissionalismo, 
comprometimento, ética e excelência de serviços e produtos. 
A empresa é reconhecida e querida por seus clientes, principalmente pela confiabilidade 
de seus produtos. A seriedade e a dedicação a todos os detalhes dos processos de 
desenvolvimento e fabricação resultam em produtos ícones em vendas e líderes de mercado. 
Versatilidade, velocidade e qualidade alinhadas a uma produção sustentável, tecnologia 
de ponta utilizada em todo o processo, constante evolução das técnicas de produção e pesquisa 
das últimas tendências de moda, tudo isso torna a Pettenati líder no setor têxtil. 
Os esforços de anos de trabalho, somados a custos internacionalmente competitivos, 
resultaram na mais moderna tecelagem de malharia circular da América Latina, que exporta, 
além de seus produtos, um conceito de trabalho. A paixão da Pettenati é criar produtos e 
soluções têxteis inovadoras para o sucesso dos clientes. 
Desde o início de suas atividades em 1964, a Pettenati S.A. Indústria Têxtil conquistou 
o mercado nacional e internacional, equiparando seus produtos aos dos fabricantes mais 
qualificados do mundo. A produção e a distribuição da Pettenati contam com o 
acompanhamento primoroso de mais de dois mil colaboradores, instalados em três unidades 
industriais. 
2.1. LINHAS DE NEGÓCIOS DA PETTENATI 
As linhas de produtos abrangem uma grande variedade de tipos de tecidos de malharia 
circular, tintos e estampados, produzidos com uma ampla variedade de fibras e combinações, 
como algodão, viscose, poliamida, poliéster, elastano, etc., que atendem os mais diversos 
segmentos do mercado de vestuário, como feminino, masculino, infantil, bebê, streetwear e 
surf, íntimo, profissional e esportivo. A fabricação dos tecidos é realizada em duas unidades 
fabris, sendo uma no Brasil (em Caxias do Sul – RS) e outra em El Salvador (América Central), 
através da Controlada Pettenati Centro América S/A, já as confecções são fabricadas na unidade 
matriz em Caxias do Sul – RS. 
 
13 
 
 
 
2.2. PRODUTOS DA PETTENATI S.A. 
Especializada em malharia circular, a Pettenati inova e surpreende oferecendo a maior 
linha de produtos de malha diferenciados para os mais exigentes mercados e clientes. A cada 
coleção são lançados mais de 200 novos produtos: tecidos lisos, estampados, jacquares com 
diferentes tipos de construção, acabamento e combinação de fios (algodão, viscose, poliéster e 
poliamida), apresentando ampla variedade de estampas para atender aos públicos feminino, 
masculino, infantil e bebê nos segmentos fashion, casual, esporte, active/fitness e linha íntima. 
No mercado esportivo, a Pettenati foi precursora do desenvolvimento dos Tecidos 
Inteligentes, com a aplicação de novas funcionalidades aos tecidos por meio da análise das 
diferentes modalidades esportivas. Para denominar esses produtos, foi criado o conceito 
(P.E.T.® Performance Engineering Technology – Tecnologia de Engenharia de Performance). 
Atualmente, os produtos P.E.T. Dry® e P.E.T. Thermo® estão presentes nas principais 
marcas esportivas do mundo. Criou ainda o conceito de ALTA COMPRESSÃO com tecidos 
de estrutura mais firme e compacta que protegem e firmam a musculatura. A coleção de 
estampas inovadora é o ponto chave do sucesso deste conceito, lançada constantemente elas 
trazem o universo fashion para a academia. 
Para o mercado masculino, revolucionou o apelo tátil dos produtos, com inovações nos 
acabamentos dos tecidos, como SandWash® e CeramicMicroWash®, marcas registradas que 
agregam prestígio às criações de moda dos clientes. Para o mercado infantil, foram criados 
produtos como Plush, Fleece, Soft Brush®, Microsoft, de qualidade e toque inconfundíveis, 
que são utilizados em todo o mundo e em todos os segmentos de mercado. 
Atualmente, a Pettenati oferece como resultado de uma produção sustentável, o maior 
programa de poliéster de reaproveitamento de garrafas PET das Américas e incorpora a cada 
estaçãonovos fios e conceitos. Uma cadeia produtiva autêntica de valores, propiciando a seus 
clientes a oportunidade de oferecer produtos de legítima qualidade. 
A Pettenati atende a aproximadamente 2 mil clientes, com venda e entrega 
quinzenalmente em todo o mercado nacional. A qualidade de seus produtos e serviços é 
reconhecida pelos consumidores finais, que procuram nos pontos de venda pelos tags da 
empresa. 
2.3. LOCALIZAÇÃO PETTENATI S.A. 
A sede matriz da empresa está localizada em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, onde 
concentra as atividades administrativas e comerciais, a criação, pesquisa e desenvolvimento de 
14 
 
 
 
novos produtos, e a unidade de confecção de peças prontas de alta performance para marcas 
internacionais. Na fábrica de tecido, o processo de produção é verticalizado. A Pettenati 
responsabiliza-se por todas as etapas do processo de produção tecelagem, tinturaria, estamparia 
e acabamento, o que garante qualidade, agilidade, menor custo do produto final e segurança de 
exclusividade para os clientes. 
2.4. DIRETRIZES ORGANIZACIONAIS 
 Missão: Proporcionar soluções têxteis inovadoras e sustentáveis para garantir o sucesso 
de nossos clientes. 
 Visão: Ser a melhor solução têxtil das Américas. Referência em cuidado ambiental. 
Reconhecida e desejada por seus profissionais, clientes e demais stakeholders. 
 Valores: 
 Amamos moda; 
 Buscamos qualidade em tudo o que fazemos; 
 O cliente é nosso maior compromisso; 
 Trabalhamos com energia e comprometimento; 
 Nos realizamos transformando e inovando; 
 Formamos pessoas de valor; 
 Juntos somos maiores e melhores; 
 Cuidamos porque amamos e respeitamos; 
 Valores Sociais: Criamos vínculos emocionais com nossa equipe, criando um legado 
para consolidar valores emocionais e sociais, cuidando do bem-estar e melhoria de vida. 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
3.1. DECISÕES FINANCEIRAS 
De acordo com Bruni (2014), dentro do enfoque de aspectos financeiros internos, ou 
seja, dentro da empresa, pode-se dizer que ela é tomadora de duas grandes decisões: aplicação 
de recursos (investimento) e captação de recursos (financiamento). O autor informa que essas 
duas decisões são contínuas e inevitáveis dentro de qualquer organização e definem a 
estabilidade financeira e atratividade econômica de uma empresa. Para uma posição de 
equilíbrio financeiro, torna-se essencial uma adequação entre a maturidade dos passivos e a 
capacidade de geração de caixa dos ativos. 
Bruni (2014) informa que essas decisões financeiras, tanto de investimento quanto de 
financiamento devem estabelecer a atratividade econômica da empresa promovendo sua 
continuidade e valorização. O retorno dos investimentos realizados deve, no mínimo, satisfazer 
as expectativas de remuneração dos proprietários de capital (credores e acionistas) de maneira 
e viabilizar economicamente a empresa. 
Almeida (2019) informa que quando uma empresa decide investir em determinado 
produto ou serviço, está esperando que seja rentável e que remunere os proprietários de forma 
satisfatória. E que compense o esforço de produzir ou vender aquele determinado bem. Sempre 
as decisões de investimento e financiamento andam juntas e devem estabelecer atratividade 
econômica para a empresa promovendo sua continuidade e valorização. O autor esclarece que 
o retorno dos investimentos realizados devem satisfazer, no mínimo, as expectativas de 
remuneração dos proprietários de capital (credores e acionistas) de maneira a viabilizar 
economicamente a empresa. 
Assaf Neto (2015) relata que após tomadas as decisões de financiamento e investimento 
de uma empresa, os executivos ou proprietários precisam aguardar para ver se darão certo 
conforme o planejado resultando no retorno esperado ou não. Essa chance de não dar certo é 
chamada de risco empresarial. As decisões financeiras segmentam o risco empresarial em duas 
grandes partes: risco operacional (econômico) e risco financeiro. 
O autor acima informa que o risco operacional é derivado da operação principal da 
empresa, ou seja, da natureza de sua atividade. Reflete a estabilidade dos negócios da empresa 
diante do comportamento da conjuntura econômica. 
O risco financeiro, segundo Assaf Neto (2015) é determinado pelo endividamento da 
empresa. Níveis elevados de dívidas da empresa em relação ao capital próprio investido pode 
comprometer a capacidade de pagamento em períodos de retração de atividade, abalando a 
16 
 
 
 
saúde financeira da empresa. 
Corroborando, Lins (2012) salienta que uma empresa pode não apresentar risco 
financeiro, quando ela não tem dívidas, mas sempre terá o risco operacional por ser intrínseco 
ao seu negócio. 
Almeida (2019) informa que as demonstrações financeiras de uma empresa são 
elaboradas para mostrar aos seus usuários (proprietários, gestores, investidores, credores, etc.), 
informações significativas sobre as atividades da empresa. Essas informações podem levar o 
avaliador da demonstração contábil, a verificar se os objetivos estão sendo alcançados. Existem 
objetivos básicos que são vistos em toda organização e são muito importantes para a sua 
sobrevivência. 
3.2. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS 
A análise das demonstrações financeiras é basicamente o estudo do desempenho 
econômico e financeiro de uma empresa em determinado período passado, para diagnosticar, 
quesitos de sua posição atual a fim de prever tendências futuras. 
Em outras palavras Iudícibus (2017) afirma que a análise das demonstrações financeiras 
visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição 
econômico financeira atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências 
futuras. Em outras palavras, pela análise de balanços extraem-se informações sobre a posição 
passada, presente e futura (projetada) de uma empresa. 
Iudícibus (2017) esclarece que este tipo de análise é um dos estudos mais importantes 
da administração financeira e desperta um enorme interesse tanto para os administradores 
internos como para analistas externos. 
Almeida (2019) informa que para o analista interno a análise dos relatórios contábeis 
visa uma avaliação do desempenho da empresa, como forma de identificar as consequências 
das diversas decisões financeiras que foram tomadas. O analista externo à empresa, vai 
examinar os relatórios financeiros de acordo com o seu objetivo. Um banco que vai emprestar 
uma quantia significativa de capital de giro para a empresa, por exemplo, vai examinar mais os 
aspectos de geração de fluxo de caixa e estrutura de capital. Já uma pessoa que deseja investir 
na empresa procurará observar aspectos de geração de valor e lucratividade. 
Lins (2012) relata que não existe uma maneira única para se realizar uma análise de 
demonstração financeira de uma empresa, a maneira que os indicadores são analisados é 
particular de quem faz a análise, sobressaindo-se, além do conhecimento técnico, a experiência 
da própria instituição pelo analista. Dois analistas podem chegar a conclusões diferentes sobre 
17 
 
 
 
uma empresa, mesmo tendo eles trabalhado com as mesmas informações e utilizando iguais 
técnicas de análise. 
3.3. CONCEITO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
Para Bruni (2014) a análise das demonstrações contábeis é uma técnica que nos auxilia 
a avaliar a situação econômico-financeira das organizações, pois fornece diversos tipos de 
informações financeiras aos tomadores de decisão. Essa técnica consiste na análise do resultado 
das atividades empresariais de uma empresa. Essas atividades estarão delineadas nas 
demonstrações financeiras de uma empresa. Como principais demonstrativos o autor cita: 
 
 
De acordo com Lins (2012) as demonstrações financeiras procuram medir o sucesso das 
atividades de uma empresa, proporcionando informações sobre: 
 A posição financeira (Balanço Patrimonial); Lucratividade (Demonstração do Resultado do Exercício); 
 Capacidade de geração de caixa (Demonstração do Fluxo de caixa). 
Quanto a nomenclatura, Assaf Neto (2015) informa que esse tipo de análise é chamada 
de Análise das demonstrações contábeis, Análise econômico-financeira, Análise de Balanços, 
Análise contábil ou Análise Financeira. O autor informa que como as demonstrações contábeis 
são relatórios que possuem uma grande quantidade de informações diferentes e detalhadas, a 
técnica conhecida por análise das demonstrações contábeis acaba por simplificar esse processo, 
utilizando, para isso, indicadores financeiros, os quais relacionam duas ou mais contas, a fim 
de facilitar a análise. 
Almeida (2019) afirma que a Análise das Demonstrações Contábeis é tão antiga quanto 
18 
 
 
 
a própria Contabilidade. Se nos reportarmos para o início provável da Contabilidade (mais ou 
menos 4000 a.C.), em sua forma primitiva, encontraremos os primeiros inventários de rebanhos 
(o homem que voltava sua atenção para a principal atividade econômica: o pastoreio) e a 
preocupação da variação de sua riqueza (variação do rebanho). O autor informa que a análise 
da variação da riqueza realizada entre a comparação de dois inventários, em momentos distintos 
leva-nos a um primeiro sintoma, acreditar de que essa análise é tão antiga quanto a própria 
Contabilidade. 
Segundo Bruni (2014) a análise das demonstrações contábeis, elaborada de forma mais 
sistematizada e organizada, originou-se e desenvolveu-se dentro do sistema bancário, até hoje 
é seu principal usuário. Cronologicamente, podemos determinar sua origem ao final do século 
XX, quando alguns banqueiros americanos passaram a solicitar dados financeiros às empresas 
que estavam pleiteando empréstimos. O autor afirma que a análise de demonstrações contábeis 
ganhou aceitação ampla quando, em 1895, o Conselho Executivo da Associação dos Bancos no 
Estado de New York resolveeu recomendar aos seus membros que solicitassem aos tomadores 
de empréstimos declarações escritas e assinadas de seus ativos e passivos. Esse mesmo 
Conselho, cinco anos depois, divulgou um formulário que incluía espaço para se colocar os 
dados do Balanço Patrimonial da organização que estava pleiteando o crédito junto à instituição 
financeira. 
A análise das demonstrações contábeis, segundo Assaf Neto (2015), visa relatar, com 
base nas informações fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as 
causas determinantes da evolução apresentada e as tendências futuras. 
Lins (2012) comenta que, por meio da análise, podemos extrair informações das 
demonstrações contábeis para a tomada de decisões. Tais demonstrações fornecem uma série 
de dados sobre a empresa. A análise das demonstrações contábeis visa transformar esses dados 
em informações. O processo de análise será mais eficiente à medida que as informações 
produzidas possuírem mais qualidade, ou seja, apresentarem confiabilidade, veracidade, 
exatidão etc. No processo de elaboração de uma análise das demonstrações contábeis, é muito 
importante que façamos a distinção entre dados e informações. 
Em relação a este tema, Almeida (2019) apresenta as seguintes definições: 
 Dados: são números ou descrição de objetos ou eventos que, isoladamente, não 
provocam nenhuma reação no leitor; 
 Informações: representam, para quem as recebe, uma comunicação que pode 
produzir reação ou decisão, frequentemente acompanhada de um efeito-surpresa. 
 
Para Iudícibus (2017), o primeiro passo para se elaborar a análise das demonstrações 
19 
 
 
 
contábeis é produzir informação por meio do processamento de dados. Posteriormente, os 
analistas avaliarão as informações obtidas, visando conhecer aspectos da situação econômico-
financeira da organização que está sendo analisada. 
O grau de excelência de uma análise das demonstrações contábeis, segundo Almeida 
(2019) é dado exatamente pela qualidade e extensão das informações financeiras que forem 
geradas pelo processamento dos dados contábeis. 
Este comentário também é apresentado por Iudícibus (2017), ao afirmar que a análise 
das demonstrações contábeis é a arte de saber extrair informações financeiras úteis dos dados 
contábeis, ressaltando que tais informações poderão variar de acordo com o objetivo econômico 
que o analista tiver em mente. Pelo fato de inexistir um método científico comprovado de 
relacionar as informações obtidas de forma que se obtenha uma mesma conclusão por diferentes 
analistas, o autor considera uma arte a análise das demonstrações contábeis. Na verdade, apesar 
da existência de cálculos formalizados e técnicas desenvolvidas para o processo de análise, as 
conclusões sobre a situação econômico-financeira da organização analisada são subjetivas, ou 
seja, podem variar de analista para analista. 
Em relação a este tema, Assaf Neto (2015) afirma que é impossível sugerirmos uma 
sequência metodológica ou um instrumental científico capazes de fornecer diagnósticos sempre 
precisos das organizações. A forma como são utilizados os indicadores de análise é particular 
de cada analista, levando em consideração, além do conhecimento técnico, a experiência e a 
própria intuição de quem faz a análise. 
Dessa forma, Lins (2012) informa que com o mesmo conjunto de informações, dois 
analistas podem chegar a conclusões um pouco ou totalmente diferentes. No entanto, 
provavelmente, dois analistas com um comprovado nível de experiência e com o mesmo nível 
de conhecimento do ramo de atividade da empresa chegarão a conclusões bem próximas, porém 
dificilmente essas conclusões serão idênticas. 
Para Bruni (2014) os analistas das demonstrações contábeis não são videntes nem 
adivinhos. Sua função é analisar dados concretos aplicando fórmulas de acordo com sua 
experiência contábil e, a partir disso, é capaz de avaliar o presente com base no passado e 
projetar o futuro, fundamentando-se sempre no desempenho dos últimos períodos analisados. 
Na concepção de Almeida (2019), o produto da Análise das Demonstrações Contábeis 
são relatórios escritos em linguagem corrente. Na medida do possível, recomenda-se o uso de 
gráficos como auxiliares para simplificar as conclusões mais complexas. Ao contrário das 
demonstrações contábeis, os relatórios de análise devem ser elaborados como se fossem 
dirigidos a leigos, ainda que não o sejam, isto é, sua linguagem deve ser inteligível por qualquer 
20 
 
 
 
mediano gerente de empresa, gerente de banco ou gerente de crédito. 
Assaf Neto (2015) informa que as demonstrações contábeis apresentam-se carregadas 
de termos técnicos e suas notas explicativas são feitas exclusivamente para técnicos, a tal ponto 
que permitem frequentemente manipulações e acobertamentos. Assim, a Análise das 
Demonstrações Contábeis deve assumir também o papel de tradução dos elementos contidos 
nas demonstrações contábeis. 
Iudícibus (2017), informa que os relatórios contábeis elaborados periodicamente pelas 
organizações são as principais fontes de dados para o processo de análise financeira. De acordo 
com o autor, tais relatórios podem ser classificados em obrigatórios e não obrigatórios. 
3.4. RELATÓRIOS OBRIGATÓRIOS 
São aqueles definidos pela legislação societária, sendo mais conhecidos como 
“demonstrações contábeis” ou “demonstrações financeiras”. Assaf Neto (2015) lembra que as 
demonstrações de cada exercício devem ser publicadas com a indicação dos valores 
correspondentes das demonstrações do exercício anterior. O autor informa que a atual Lei das 
Sociedades por Ações determina que ao final de cada exercício social (12 meses) toda 
organização deve apurar, com base nos fatos registrados pela contabilidade, as seguintes 
demonstrações contábeis: 
 Balanço Patrimonial; 
 Demonstração do Resultado do Exercício; 
 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido; 
 Demonstraçãodos Fluxos de Caixa; 
 Demonstração do Valor Adicionado (companhias abertas). 
No caso das organizações que têm suas ações negociadas em bolsas de valores 
(sociedades anônimas de capital aberto) e das instituições financeiras, devido ao fato de 
precisarem fornecer informações mais detalhadas ao mercado, as apurações e as publicações 
das demonstrações contábeis devem ser feitas a cada semestre. 
Para alcançar o objetivo proposto do trabalho, serão detalhados apenas três relatórios 
obrigatórios: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício e Demonstração 
do Fluxo de Caixa. 
3.4.1. BALANÇO PATRIMONIAL 
Segundo Iudícibus (2017) o Balanço Patrimonial representa todos os bens, direitos e 
obrigações que uma empresa possui. Os bens e direitos ficam do lado esquerdo do Balanço, 
21 
 
 
 
chamado de ativo e no lado direito ficam as obrigações e o Patrimônio Líquido chamado de 
Passivo. 
O conceito de balanço origina-se do equilíbrio destas três partes essenciais que são: 
ativo, passivo e patrimônio líquido, sendo a identidade contábil básica: De acordo com Assaf 
Neto (2015) no ativo relacionam-se todas as aplicações de recursos efetuadas pela empresa. 
Esses recursos poderão estar distribuídos em: 
 
Segundo Assaf Neto(2015), o passivo identifica as exigibilidades e as obrigações da 
empresa, ou seja, todas as obrigações a pagar, cujos valores estão investidos no ativo. As contas 
do passivo são divididas em passivo circulante e não circulante. No passivo circulante estão as 
obrigações que vencerão no curto prazo e no passivo não circulante as obrigações que vencerão 
no longo prazo. 
Segundo Iudícibus (2017), o patrimônio líquido é representado pela diferença entre o 
total do ativo e do passivo em determinado momento. Identifica os recursos próprios da 
empresa, sendo formado pelo capital investido pelos acionistas (sócios), mais os lucros gerados 
nos exercícios e que foram retidos na empresa (lucros não distribuídos). A legislação vigente 
prevê que o patrimônio líquido é constituído por Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes 
de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em tesouraria e prejuízos acumulados. 
Assaf Neto (2015) ilustra a estrutura básica do balanço patrimonial: 
 
22 
 
 
 
Assaf Neto (2015) detalha que o ativo é subdividido em dois subgrupos: circulante e 
não circulante. O autor informa que o Ativo Circulante: é um subgrupo do ativo, composto por 
todas as contas de liquidez imediata ou que se convertem em dinheiro em curto prazo, ou seja, 
nesse subgrupo devem ser registrados todos os direitos cujos vencimentos ocorrerão até o final 
do exercício seguinte ao encerramento do balanço. 
Assaf neto (2015) informa que as principais contas do ativo circulante de uma empresa 
são: 
 Disponível: Inclui as contas de maior grau de liquidez do ativo. É constituído 
pelas disponibilidades imediatas da organização, como dinheiro em caixa, 
cheques depositados e ainda não compensados e saldos de depósitos bancários 
movimentáveis a vista. Também fazem parte do disponível os títulos e as 
aplicações financeiras de liquidez imediata; 
 Aplicações Financeiras: Trata-se de títulos públicos, certificados de depósito 
bancário e fundos de investimento bancário. Eventualmente, ainda, podem ser 
registradas nessa conta as aplicações em ações, obras de arte, ouro etc., desde que 
tenham caráter transitório, ou seja, admite-se manter esses ativos até, no máximo, 
o final do exercício seguinte; 
 Realizável em Curto Prazo: Devem ser discriminadas nesse subgrupo as vendas 
a prazo a clientes e os C e cheques pré datados: a) que foram negociados em 
instituições financeiras por meio da operação de desconto de recebíveis; b) um 
percentual representativo de possíveis perdas com o não recebimento das vendas 
efetuadas a prazo, definido como Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa 
(PCLD); 
 Estoques: Representa o montante apurado nos diversos inventários da empresa. 
O critério legal para a avaliação das diversas contas do estoque no Balanço será 
o preço de aquisição (custo histórico) ou de produção; 
 Despesas Antecipadas: Trata-se de despesas pagas antecipadamente e ainda não 
incorridas (consumidas). Exemplo: passagens pagas e não utilizadas. 
Segundo Assaf Neto (2015), o Ativo Não Circulante é um subgrupo do ativo, composto 
por itens de baixa liquidez (lenta transformação em dinheiro) e também por aqueles que não se 
destinam à venda, revelando liquidez mínima. O ativo não circulante divide-se em quatro 
subgrupos: 
 Realizável em Longo Prazo: Devem ser discriminadas nesse subgrupo todas as 
contas que a empresa receberá no longo prazo (prazo superior a 1 ano), são 
exemplos: as vendas feitas a prazo a clientes que só irão ser recebidas no longo 
prazo e os demais valores a receber provenientes das demais transações efetuadas 
pela organização, que se converterão em dinheiro em longo prazo; 
 Investimentos: A principal característica desse subgrupo é que os vários direitos 
de suas contas não se destinam à manutenção da atividade da empresa ou à 
negociação, ou seja, são investimentos que a empresa fez mas que não fazem 
parte da sua operação principal. Exemplos: participação acionária em empresas 
coligadas ou controladas, terrenos, obras de arte e outros ativos com finalidades 
especulativas; 
23 
 
 
 
 Imobilizado: Compõem-se de todos os bens tangíveis e direitos que se destinam 
ao funcionamento normal de uma organização, ou seja, todos os bens que fazem 
parte da operação principal da empresa. Tipicamente, esses ativos são de longo 
prazo e sofrem deterioração física ou tecnológica ao longo do tempo. Para efeito 
de avaliação do imobilizado, deve ser subtraído um valor que corresponda à perda 
de seu valor em função de uso, tempo, desgaste, obsolescência. Tal valor é 
chamado de depreciação; Exemplo de imobilizado são: máquinas e equipamentos 
que fazem parte da operação principal da empresa, computadores, instalações, ar 
condicionado, veículos, etc. 
 Intangível: Compõe-se dos bens intangíveis de propriedade industrial ou 
comercial legalmente conferidos à organização, originando isto seu valor, e não 
da propriedade física dos mesmos. Exemplos: direitos autorais, patentes, marcas, 
fundo de comércio (ou goodwill) e gastos com desenvolvimento de novos 
produtos. 
Para Assaf Neto (2015) o passivo é dividido em exigível e não exigível. O passivo 
exigível é composto pelo passivo circulante e não circulante onde se encontram as contas que 
tem prazo para vencimento, ou seja, todas as obrigações que a empresa precisa pagar em um 
determinado dia. Já o passivo não exigível é representado pelo patrimônio líquido, que é o 
dinheiro que o sócio da empresa empregou para o seu funcionamento e sobrevivência. 
O autor informa que o passivo exigível é classificado, de acordo com o prazo do 
pagamento das dívidas, em dois subgrupos: circulante e não circulante. 
Assaf Neto (2015) informa que o Passivo Circulante é um subgrupo do passivo exigível, 
composto todas as obrigações que devem ser quitadas em curto prazo, ou seja, nesse subgrupo 
devem ser registradas todas as obrigações cujos vencimentos ocorrerão até o final do exercício 
seguinte ao encerramento do balanço. Dentre as contas que compõem o passivo circulante, o 
autor destaca: 
 Obrigações operacionais: fornecedores, ordenados e salários; 
 Obrigações sociais: INSS, FGTS e PIS; 
 Obrigações legais: IR, IPI e ICMS; 
 Dividendos a serem pagos aos acionistas; 
 Financiamentos e empréstimos de instituições financeiras. 
Para Assaf Neto (2015) o passivo Não Circulante é o subgrupo do passivo exigível, 
composto de todas as obrigações que devem ser quitadas em longo prazo, ou seja, nesse 
subgrupo devem ser registradas todas as obrigações cujos vencimentos ocorrerão após o final 
do exercício seguinte ao encerramento do balanço. Dentre as contas que compõem o passivo 
não circulante,o autor destaca: 
 Financiamento e empréstimos de instituições financeiras; 
 Debêntures a pagar; 
 Fornecedores de equipamentos de grande porte. 
 
24 
 
 
 
De acordo com Assaf Neto (2015), patrimônio líquido é representado pela diferença 
entre o total do ativo e do passivo exigível (passivo circulante + passivo não circulante). De 
forma mais simplificada, podemos dizer que o patrimônio líquido representa o volume de 
recursos financeiros investidos na organização por seus acionistas ou sócios. 
Dentre as contas que compõem o patrimônio líquido, o autor destaca: 
 Capital Social: Inclui os valores investidos pelos acionistas ou sócios da 
organização, ou aqueles gerados por ela mesma e que não foram distribuídos aos 
acionistas ou sócios, sendo utilizados para gerar um aumento no capital investido 
na organização. No caso de uma sociedade anônima, o capital social é dividido 
em ações. Quando as ações forem emitidas com valor nominal, somente esse 
valor é que comprará o capital social, ficando o eventual ágio (diferença entre o 
que os acionistas pagarem e o valor nominal da ação) registrado em reserva de 
capital (outra conta do grupo patrimônio líquido); 
 Reservas de Capital: Representam os valores aportados pelos proprietários 
(ágio), por terceiros (doações e subvenções), variações de valor de certos ativos 
(ajuste patrimonial) e lucros auferidos e não distribuídos (lucros retidos); 
 Reservas de Lucros: Indicam os lucros retidos da organização com finalidades 
específicas. Dependendo da finalidade específica, a conta reserva de lucros pode 
ser subdividida em inúmeras outras contas, tais como: reserva legal, reservas 
estatutárias, reservas para contingências, reservas para planos de investimentos e 
reservas de lucros a realizar; 
 Ajustes de Avaliação Patrimonial: Inclui as diversas contrapartidas de 
aumentos ou reduções de valor calculados de elementos do ativo e do passivo, 
determinados em razão da avaliação a preços de mercado; 
 Prejuízos Acumulados: A nova lei (Lei nº 11.638/07 e complementos) 
determinou que os balanços das sociedades anônimas de capital aberto não podem 
mais manter saldo positivo na conta de Lucros Acumulados. Todo resultado do 
exercício deve necessariamente ter destinação; os valores retidos devem ser 
registrados em reservas próprias. Esta conta somente pode apresentar saldo 
negativo nos balanços, na forma de Prejuízos Acumulados; 
 Ações em Tesouraria: Corresponde ao montante das ações de uma organização 
que foram adquiridas por ela mesma. Trata-se de uma conta redutora, ou seja, 
para se calcular o total do patrimônio líquido, deve-se somar o valor das outras 
contas e subtrair o valor discriminado na conta ações em tesouraria. 
3.4.2. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO = DRE 
A Demonstração do Resultado do Exercício, segundo Iudícibus (2017) visa fornecer, de 
maneira esquematizada, os resultados (lucro ou prejuízo) auferidos por uma organização em 
um determinado período de tempo (exercício social), os quais são transferidos para contas do 
patrimônio líquido. O resultado (lucro ou prejuízo) é decorrente de receitas, custos e despesas 
incorridos pela organização no período e apropriados de acordo com o regime de competência, 
ou seja, independentemente de que tenham sido esses valores pagos ou recebidos. 
Para Assaf Neto (2015) a DRE é uma demonstração contábil que nos possibilita 
25 
 
 
 
observar os aumentos e as reduções causados no Patrimônio Líquido pelas operações 
executadas por determinada organização. Normalmente, as receitas representam aumento do 
Ativo, e aumentando o Ativo, aumenta o Patrimônio Líquido. As despesas representam redução 
do Patrimônio Líquido, por meio de um entre dois caminhos possíveis: redução do Ativo ou 
aumento do Passivo Exigível. De forma simplificada, podemos dizer que a DRE é o resumo do 
movimento de certas entradas e saídas no Balanço Patrimonial, entre duas datas. 
De acordo com Iudícibus (2017), ao contrário do Balanço Patrimonial, que mostra a 
situação da organização em determinada data, a DRE mostra como foi formado o resultado em 
um determinado período, normalmente o ano. Portanto, a cada exercício social, existe a 
necessidade de apuração do resultado, de maneira a atender ao objetivo das organizações, que 
é gerar valor aos seus investidores. 
A DRE deve ser estruturada observando-se as disciplinas contidas no artigo 187 da Lei 
nº 6.404/1976. De acordo com Assaf Neto (2015), o citado dispositivo não fixa um modelo a 
ser utilizado pelas organizações, porém estabelece os dados mínimos que tal demonstração 
contábil deve conter: 
 
 A receita bruta de vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os 
impostos; 
 A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços 
vendidos e o lucro bruto; 
 As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as 
despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; 
 O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; 
 O resultado do exercício antes do imposto sobre a renda e a provisão para esse 
imposto; 
 As participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou 
fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem 
como despesas; 
 O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital 
social. 
Corroborando, Bruni (2014) informa que o resultado da empresa é formado pelas 
receitas, pelos custos e pelas despesas incorridos no período. As receitas correspondem aos 
ganhos que a organização obteve na realização de sua atividade que são: venda de mercadorias, 
produtos ou serviços, independentemente de os recebimentos ocorrerem à vista ou a prazo 
(lembre-se do regime de competência). 
Lins (2012) esclarece que os custos são os gastos de recursos ocasionados diretamente 
na geração das receitas. Por exemplo, na atividade comercial o custo corresponde ao valor de 
aquisição da mercadoria que se vende; na atividade industrial, o custo é relativo à fabricação 
do produto; na atividade de serviços o custo, indica o quanto foi gasto em mão de obra para a 
26 
 
 
 
prestação do serviço. Não pode ocorrer custo sem receita, pois o custo só existe para gerar a 
receita. Já as despesas também são gastos, mas elas não dependem diretamente da receita. 
3.4.3. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA = DFC 
De acordo com Assaf Neto (2015) a Demonstração do fluxo de caixa permite que se 
analise, principalmente, a capacidade financeira da empresa em honrar seus compromissos 
perante terceiros (empréstimos e financiamentos) e acionistas (dividendos), a geração de 
resultados de caixa futuros das operações atuais, e a posição de liquidez e solvência financeira. 
O autor informa que a demonstração dos fluxos de caixa é obrigatória para todas as companhias 
abertas e de acordo com a lei atual, a DFC deve evidenciar, no mínimo, três fluxos financeiros: 
 Das operações; 
 Dos investimentos; 
 Dos Financiamentos. 
Segundo Assaf Neto (2015), as atividades operacionais descrevem basicamente todas 
as entradas e saídas de caixa da empresa referentes às atividades da operação principal. São 
exemplos de entradas de caixa: recebimento de vendas realizadas a vista e de títulos 
representativos de venda a prazo, recebimento de receitas financeiras proveniente de aplicação 
no mercado financeiro, dividendos de participações acionárias em outras companhias, outros 
recebimentos como indenizações de seguros, sentenças judiciais favoráveis, etc. São exemplos 
de saídas de caixa: pagamentos a fornecedores por compras à vista e de títulos representativos 
de compras a prazo, pagamento de impostos, contribuições e taxas, pagamentos de encargos 
financeiros de empréstimos e financiamentos, etc. 
Assaf Neto (2015) informa que as atividades de investimento,são geralmente 
determinados por variações nos ativos não circulante, destinados a atividade operacional de 
produção e venda da empresa. São exemplos de entradas de caixa de atividade de investimento: 
recebimento pela venda de imobilizado (máquinas e equipamentos da empresa). São exemplos 
de saídas de caixa de atividade de investimento: compra à vista de máquinas e equipamentos 
responsáveis pelo funcionamento da empresa. 
Para Iudícibus (2017) as atividades de financiamento referem-se basicamente às 
operações com credores e investidores. São basicamente entradas de dinheiro por captação de 
empréstimos e financiamento e saídas de dinheiro para o pagamento dos mesmos. A legislação 
permite que a DFC possa ser elaborada utilizando-se dois métodos: o direto e o indireto. Por 
meio das Figuras abaixo, você pode observar modelos de estrutura para se elaborar a DFC, 
utilizando-se os dois tipos de métodos. 
27 
 
 
 
Segundo Assaf Neto (2015), o método indireto parte do lucro líquido do exercício para 
se conciliar com o caixa gerado pelas operações, enquanto o método direto destaca as 
movimentações financeiras explicitando as entradas e as saídas de recursos de cada componente 
da atividade operacional, como recebimento de vendas, pagamentos de juros e impostos etc. 
Tal autor ressalta que as companhias brasileiras são incentivadas a adotarem o método indireto. 
 
 
 
28 
 
 
 
 
 
 
3.5. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
De acordo com Lins (2012) o processo de análise começa quando termina o processo 
contábil. Portanto, o trabalho do analista começa quando termina o trabalho do contador, pois, 
os demonstrativos contábeis são a fonte de dados para a elaboração da análise. O autor informa 
que cada pessoa pode analisar uma demonstração e interpretá-la de uma forma diferente, porém 
é importante conhecer o método. 
Diante dessa necessidade, Assaf Neto (2015), apresenta um método que é composto de 
8 etapas: 
I. A Empresa e o Mercado: O analista deve conhecer mais detalhes da organização e do seu 
mercado de atuação, para avaliar melhor suas decisões financeiras (investimento e 
29 
 
 
 
financiamento). Ao ser interpretada dentro das características do setor de atividade da 
organização, a análise das demonstrações contábeis se torna bem mais consistente. Por 
exemplo, determinado nível de capital de giro pode ser elevado para determinado segmento e 
adequado para outro. Ao estudar o setor de atividade em que uma organização está inserida, é 
necessário avaliar o potencial atual e futuro do mercado consumidor, o tamanho e o nível da 
concorrência, os fornecedores, a política de preços adotada para o setor, a dependência 
tecnológica etc. 
II. Relatórios financeiros: Todas as demonstrações contábeis elaboradas pela 
organização, que servirão de base de informações para a análise econômico-
financeira, são englobadas neste item. É fundamental aqui avaliar os procedimentos 
contábeis padronizados para o setor, o plano de contas etc. 
III. Análise horizontal e vertical: O objetivo básico da aplicação dessas técnicas é 
a avaliação das demonstrações contábeis, pela evolução de seus valores com o passar 
do tempo, no caso da análise horizontal, e pela participação relativa de cada valor em 
relação ao total, no caso da análise vertical. 
IV. Análise da liquidez: Esse estudo objetiva conhecer a capacidade de pagamento 
da organização e também revela o equilíbrio financeiro e sua necessidade de 
investimento em capital de giro. 
V. Análise do endividamento: O objetivo dessa análise é avaliar a proporção de 
recursos próprios e de terceiros mantidos pela organização, a dependência apresentada 
por dívidas de curto prazo, a natureza de suas obrigações financeiras e seu risco 
financeiro. 
VI. Análise de rentabilidade e lucratividade: Apresenta uma avaliação do 
desempenho econômico da organização, avaliando o retorno sobre investimentos 
realizados e a lucratividade atingida pelas vendas. 
VII. Conclusões: Cada parte do esquema proposto de análise proporciona conclusões 
específicas. No entanto, essa parte final deve ser conclusiva, demonstrando de forma 
sucinta a real situação econômico-financeira da organização, bem como suas 
perspectivas de desempenho. 
VIII. Comparação com padrões: Após a finalização da análise das demonstrações 
contábeis de determinada organização, é possível, por meio dos indicadores 
calculados (liquidez, endividamento, rentabilidade e lucratividade), elabora-se um 
parecer sobre sua situação econômico-financeira. Porém, para que o parecer tenha 
uma fundamentação mais precisa e realista, é necessário que os indicadores obtidos 
sejam comparados com os indicadores de outras organizações, que possuam o mesmo 
porte e atuem no mesmo segmento de atividade da organização que está sendo 
analisada. 
Portanto, Iudícibus (2017) informa que para saber se a situação econômico-financeira 
de uma organização é realmente ótima, regular ou ruim, é necessário comparar os indicadores 
encontrados com os indicadores-padrão, também conhecidos por quocientes-padrão. O autor 
esclarece que os quocientes padrão são os quocientes alcançados com maior frequência por 
organizações que exercem o mesmo ramo de atividade e atuam em uma mesma região. 
 
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4. ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL PETTENATI S.A. 
 
 
 
 
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4.1. APLICAÇÃO DOS INDICADORES FINANCEIROS PETTENATI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5. RELATÓRIO TÉCNICO – SITUAÇÃO FINANCEIRA PETTENATI 
O ano de 2019 não foi muito diferente dos anos anteriores para a Pettenati. Olhando 
para os indicadores de uma maneira geral, é possível ver que houveram oscilações, porém, 
nenhum aumento significativo. Parece que a empresa não está conseguindo ser mais assertiva 
em suas projeções, uma vez que, não é possível enxergar melhora expressiva. A empresa não 
está com problemas sérios problemas de liquidez, porém, precisa melhorar suas politicas para 
poder evoluir com capital de giro, podendo ficar mais confortável monetariamente para o 
cumprimento de suas obrigações. 
Ao realizar a análise de liquidez corrente, a empresa obteve bom resultado em 2019, 
onde para cada 1,00 em dívidas no curto prazo, a empresa possui 1,36 para cobertura, restando 
0,36 de sobra após a quitação. Porém, a empresa obteve acumulo de estoque, o que deixou o 
saldo dessa conta alta e foi ela quem deixou o resultado da liquidez corrente satisfatório, já que 
quando foi feita a exclusão do estoque para o cálculo da liquidez seca, ficou perceptível que a 
empresa depende muito desse saldo, já que não possui liquidez rápida, para cobrir as suas 
dívidas de curto prazo. Para cada 1,00 de dívidas, em nenhum mês há cobertura suficiente, a 
empresa se mantém com margem negativa. 
Quando a liquidez geral foi calculada, deu para notar que a Pettenati ao longo dos anos 
de 2016, 2017, 2018 e 2019 não consegue quitar suas obrigações gerais no fechamento dos 
exercícios. Pois, para cada 1,00 de obrigações, a empresa se manteve na faixa de 0,90 centavos 
de saldo. 
Ao analisar a Liquidez imediata, já era de se esperar que em nenhum dos anos a empresa 
conseguiria quitar suas obrigações apenas com o que tem disponível em caixa, porém o 
resultado demonstra que a empresa realmente possui uma política de caixa frágil, o que é 
perigoso, pois, caso aconteça alguma crise ou problema econômico a empresa pode não 
conseguir arcar com suas obrigações, o que pode causar danos irreversíveis. 
Os indicadores justificam que a Pettenati, precisa rever seus investimentos estratégicos 
para 2020, buscando redução dos custos operacionais, revisão de todos os contratos e 
renegociação de prazos de pagamentos com o objetivo de dar maior equilíbrio financeiro. Os 
administradores disseram que a empresa vai se programar para fazer a redução dos custos e 
preservar seu caixapara atravessar esses tempos mais desafiadores. 
Quando foi feita a análise dos indicadores de estrutura de capital, na Composição do 
endividamento, o melhore resultado da empresa foi no ano de 2016, onde para cada 1,00 de 
obrigações de curto e longo prazo, a empresa tinha a pagar no curto prazo 0,61. Foi o melhor 
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resultado, porém, não deixou a empresa em uma posição satisfatória, pois, o saldo a pagar a 
curto prazo em relação as suas exigibilidades totais, era maior do que o longo prazo, o que 
demonstra que a empresa tem menos tempo para obter recursos que quitem seus compromissos 
a longo prazo, o que poderia melhorar a situação financeira da empresa e o risco incorrido. 
Sobre o grau de endividamento e participação do capital de terceiros, a Pettenati, está 
dependendo totalmente dos recursos de terceiros em todos os anos analisados, já que os saldos 
ultrapassam a base de 1,00 de dependência, tendo em 2016, 1,23, em 2017 1,07, 2018 o saldo 
de 1,03 em 2019 o saldo 1,01. Nas operações, a empresa também demonstra dependência dos 
recursos de terceiros em mais de 50%. 
Sobre a análise dos recursos utilizados, a empresa utiliza em média 50% de recursos de 
terceiros e 50% de recursos próprios. Nos anos analisados, a Pettenati manteve alocado em itens 
do imobilizado e intangível praticamente todo o seu capital próprio, o que não beneficia a 
empresa, pois, em momentos de emergência, haverá grande dificuldade de transformar os ativos 
permanentes em liquidez para auxílio na reestruturação. O mesmo pode ser dito sobre a 
imobilização de recursos não recorrentes, a empresa possui grande alocação de recursos no 
ativo permanente, financiados com capital próprio. 
É compreensível que os elementos do Ativo Permanente possuem normalmente uma 
vida útil muito engessada, logo, não é viável a sua aquisição com recursos próprios. Os 
investimentos no imobilizado preferencialmente deveriam ser feitos com recursos captados 
através de financiamentos de longo prazo, o que não ocorre na Pettenati. Esse é mais um item 
a ser repensado pelo Conselho de Planejamento da empresa. 
A empresa precisa rever a captação de recursos com a finalidade de proteger seu caixa, 
que não possui saldo significativo para suportar períodos turbulentos. Além disso a política de 
capital de giro também está deixando a desejar. 
 Sobre os índices de rentabilidade, a empresa não obteve bom desempenho nos anos 
analisados. Em destaque o ano de 2019 onde o volume de exportação, teve um aumento quando 
comparado ao mesmo período do exercício anterior. Os custos se mantiveram praticamente no 
mesmo valor em 2018 e 2019, houve um pequeno aumento no lucro, porém, o aumento com as 
despesas Comerciais e administrativas impediu que o valor de retorno de lucros fosse maior, 
deixando o retorno sobre o capital e as margens brutas e liquidas a baixo do esperado. Também 
houve aumento nas despesas financeiras, o que pode ser atribuído ao aumento da conta de 
empréstimos e financiamentos. 
As vendas reagiram positivamente em função dos ajustes realizados pela Companhia 
somados a recuperação do mercado interno. A rentabilidade do ativo cresceu, juntamente com 
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o retorno do capital próprio que apresentou pequena melhora, porém, conforme já mencionado, 
o aumento das despesas manteve as margens brutas e líquidas baixas, porém a empresa 
conseguiu encerrar o exercício de 2019 com um lucro líquido maior do que nos anos de 2016, 
2017 e 2018. 
Quanto aos índices de atividade, houve descontrole no ciclo financeiro, porém, a 
empresa já compreendeu a necessidade de investir em capital de giro, negociar melhor o prazo 
médio de pagamento de fornecedores, aplicar um programa de qualificação dos estoques, uma 
melhor manutenção da baixa inadimplência de clientes e controle proativo dos recebíveis. Estas 
ações serão fundamentais para uma melhora significativa para o próximo ano, para que 
consequentemente haja a preservação da saúde financeira da empresa. 
Ao final das análises ficou claro que a empresa estava sem um plano efetivo para retorno 
em 2017, 2018 e 2019. No final do exercício de 2019 a empresa conseguiu sobreviver, sem 
gerar prejuízos, o que deu fôlego e esperança para os administradores, que pretendem melhorar 
seus números em 2020, aproveitando a melhora prevista por especialistas, sobre o setor têxtil. 
A Pettenati irá aproveitar este momento para se reinventar, direcionando sua equipe de 
profissionais para focar em ações de melhoria buscando um desempenho superior, além da 
adequação de algumas linhas de produtos e o lançamento de novas linhas de tecidos. Estas ações 
estratégicas colocadas em prática, aliada a melhoria do cenário leva a empresa a acreditar que 
eles obterão resultados positivos para os próximos exercícios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Livro - Análise Das Demonstrações Contábeis Em IFRS 
e CPC - Facilitada E Sistematizada. 1ª ed. São Paulo: Atlas. 2019. 
ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-
financeiro. 11ª ed. 2a tiragem, São Paulo: Atlas, 2015. 
BRUNI, Adriano Leal. Análise Contábil e Financeira. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
JUNIOR, Biagio De Oliveira Mendes. Setor Têxtil – Produção, Comércio Internacional e 
Perspectivas Para Brasil, Nordeste, Ceará E Pernambuco em 2021. Caderno Setorial 
Etene. Disponível em: https://www.bnb.gov.br/s482-dspace/bitstream/123456789/954/1/ 
2021_CDS_185.pdf. Acesso em 15/10/2021. 
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2017. 
LINS, Luiz dos Santos & FILHO, José Francisco. Fundamentos e Análise das 
Demonstrações Contábeis: Uma abordagem interativa, 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
SEBRAE. O Setor de Vestuário espera momento positivo em 2021. Disponível em: 
https://respostas.sebrae.com.br/setor-de-vestuario-espera-momento-positivo-em-2021/. 
Acesso em 15/10/2021.

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