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UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO – ICSC CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS APS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DIAGNÓSTICO FINANCEIRO DA PETTENATI S.A. SÃO PAULO 2022 IGOR CLEMENTE ROCHA - D6648H-2 APS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS DIAGNÓSTICO FINANCEIRO DA PETTENATI S.A. APS - Atividades Práticas Supervisionadas – Trabalho apresentado como exigência para o 7ª e 8º semestre do curso de Ciências Contábeis da Universidade Paulista – Unip. SÃO PAULO 2022 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 03 1. ANÁLISE SETORIAL INDÚSTRIA TÊXTIL - CARACTERÍSITCAS ............... 04 1.1. Tecnologias da Indústria Têxtil .................................................................................. 05 1.2. Produção, Exportação, Importação de Têxteis .......................................................... 06 1.3. Exportação Têxteis ..................................................................................................... 09 1.4. Perspectivas e Tendências – Setor Têxtil ................................................................... 10 2. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA ............................................................................ 12 2.1. Linhas de Negócio da Pettenati .................................................................................. 12 2.2. Produtos da Pettenati S.A. .......................................................................................... 13 2.3. Localização Pettenati S.A. ......................................................................................... 13 2.4. Diretrizes Organizacionais ......................................................................................... 14 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 15 3.1. Decisões Financeiras .................................................................................................. 15 3.2. Análise das Demonstrações Financeiras .................................................................... 16 3.3. Conceito das Demonstrações Contábeis .................................................................... 17 3.4. Relatórios Obrigatórios .............................................................................................. 20 3.4.1. Balanço Patrimonial ........................................................................................... 20 3.4.2. Demonstração do Resultado do Exercício .......................................................... 24 3.4.3. Demonstração do Fluxo de Caixa ...................................................................... 25 3.5. Análises das Demonstrações Contábeis .................................................................... 28 4. ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL PETTENATI S.A. ................................ 30 4.1. Aplicação dos Indicadores Financeiros Pettenati ....................................................... 34 5. RELATÓRIO TÉCNICO – SITUAÇÃO FINANCEIRA PETTENATI ................. 35 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 38 3 INTRODUÇÃO De acordo com Crepaldi (2012), o cenário econômico sofre constantes mudanças, desafiando as empresas a adequar suas práticas de gestão à realidade do mercado. Tais mudanças ocorrem nos campos tecnológico, político, social, ambiental, econômico, financeiro, entre outros, o que exige das empresas meios confiáveis de obter informações adequadas e em tempo hábil para subsidiar os gestores no processo de tomada de decisão. Neste panorama onde a inflação, crédito escasso e juros mais elevados inibem os gastos dos consumidores e consequentemente retraem a indústria e o comércio, é importante que toda a empresa disponha de uma medida adequada para analisar seu desempenho econômico- financeiro, para que se saiba como seus negócios estão sendo geridos pela administração. A análise econômico-financeira consiste em uma metodologia que nos permite analisar o desempenho das empresas a partir do estudo do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício e a entender diversos índices e indicadores que vão permitir a análise da situação do capital da empresa. Essa avaliação surge da necessidade interna, sendo útil para a tomada de decisões relacionadas à gestão, ou da necessidade externa como investidores, governo e instituições financeiras. Neste contexto, realizou-se uma pesquisa do desempenho econômico-financeiro de empresas do município de Caxias do Sul/RS, de capital aberto, listadas na BM&FBOVESPA, sendo elas Fras-le S.A., Marcopolo S.A., Lupatech S/A, Pettenati S.A. Indústria Têxtil, Randon S.A Implementos e Participações e Rio Grande Energia S.A., com o intuito de verificar a situação destas no período de 2005 a 2014. 4 1. ANÁLISE SETORIAL INDÚSTRIA TEXTIL - CARACTERÍSTICAS A estrutura da cadeia produtiva e de distribuição têxtil e de confecção engloba desde a produção das fibras têxteis até o produto acabado e confeccionado, incluindo a distribuição e a comercialização. A indústria têxtil propriamente dita constitui uma etapa dessa cadeia, compreendendo a fiação (fios), a tecelagem e malharia (tecidos) e o beneficiamento (tinturaria, estamparia, lavanderia etc.). A indústria têxtil é suprida pelas matérias-primas têxteis, compostas de fibras naturais, onde se sobressaem o algodão e o linho, e de filamentos sintéticos (derivados do petróleo, tais como poliéster, polipropileno, náilon e acrílico) e artificiais (oriundos de orgânicos naturais, como raiom viscose e acetato originados da celulose). Uma etapa mais à frente constitui as atividades da indústria de confecção de artigos do vestuário e acessórios, que compreendem a fabricação de peças do vestuário, roupas profissionais e acessórios, tais como gravatas, chapéus, bonés, cintos e lenços. O processo produtivo da cadeia têxtil se inicia com a matéria-prima (fibras e filamentos) sendo transformada em fios nas fábricas de fiação, seguindo para a tecelagem plana ou para a malharia e, finalmente, para o acabamento. Cada uma dessas etapas possui características próprias, existindo descontinuidade entre elas. Assim, o resultado final de cada etapa constitui o insumo principal da seguinte. Cada um dos elos principais subdivide-se em várias operações conexas, mas igualmente independentes entre si. A independência das fases principais e das etapas inerentes a cada uma delas decorre do fato de que cada etapa elabora um produto intermediário, embora em condições pré-determinadas pelo sistema de produção. A Figura 1 apresenta a configuração do fluxo produtivo na indústria têxtil. Figura 1 – Fluxo produtivo da Cadeia Têxtil e de Confecção: 5 A descontinuidade das operações possibilita flexibilidade na organização da produção e a existência de empresas com escalas de produção e níveis de atualização tecnológica diferentes. A tecnologia básica dos processos produtivos está incorporada aos equipamentos, não apresentando problemas de acesso. A evolução tecnológica ocorrida no processo produtivo da indústria têxtil provém dos avanços ocorridos na produção das matérias-primas, especialmente no desenvolvimento de novas fibras sintéticas, bem como nas máquinas e equipamentos utilizadosem todo o processo, o que caracteriza o setor têxtil como incorporador de tecnologia desenvolvida em outros setores. Uma característica marcante do setor têxtil é o alto grau de verticalização presente, especialmente nos elos de fiação e tecelagem, fiação e malharia e malharia e confecção, existindo também um pequeno número de empresas que possuem todos os elos da cadeia integrados verticalmente. Como exemplo de grandes empresas verticalizadas que atuam na região Nordeste pode-se citar a Vicunha e a Coteminas. 1.1. TECNOLOGIAS DA INDÚSTRIA TEXTIL Em meio a tantas técnicas aplicadas com o intuito de manter-se competitivo no mercado, no setor têxtil, uma das mais importantes é a inovação. Nessa ótica, essa palavra tem seu conceito renovado quase instantaneamente, quando se analisa sobre a tecnologia voltada para indústria têxtil. Novos elementos que facilitam inovar surgem com o uso da computação e a criação de materiais sustentáveis mostram-se, a cada dia, mais presentes no mundo da moda, em objetos, nos esportes e nos uniformes, e tem-se todos esses elementos voltados para os equipamentos e tecidos no setor têxtil em geral. Nos tecidos, a evolução tecnológica proporciona funcionalidades relevantes que podem ser um diferencial crucial para o sucesso do negócio. Inovar é uma condição necessária para criar vantagem competitiva. Assim, a inovação é aplicada na forma em que a produção têxtil provoca mudanças, no tocante ao usufruto dos benefícios desses produtos, o que facilita o dia a dia das pessoas e melhora a capacidade produtiva das indústrias. Nesse sentido, observa-se, no setor têxtil, a introdução no processo industrial de robôs chamados de Sewbots, os quais auxiliam em todo o processo de confecção, na colocação das etiquetas, até mesmo no controle de produção e estoque, o que torna as empresas mais produtivas. Outra inovação já em uso no setor têxtil, e nesse caso voltada para economia e sustentabilidade, é a impressão 3D. Essa inovação, visa diminuir o desperdício dos tecidos no processo de confecção, como também é capaz de aperfeiçoar as técnicas de customização bem como um melhor aproveitamento do tempo investido na produção. Com essa tecnologia na 6 fabricação têxtil, é grande a diminuição no descarte de resíduos de materiais, bem como a redução de tempo para customização de uma peça, uma vez que é na criação que se aplicam os ajustes, e as implementações às modelagens, antes da confecção. 1.2. PRODUÇÃO, EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES DE TÊXTEIS Os dados disponíveis da UNIDO - United Nations Industrial Development Organization, demonstram que a China lidera o ranking mundial de produção de têxteis, com valores superiores a US$ 421 bilhões, mais de 6 vezes o valor da Índia, segunda colocada, com mais de US$ 67 bilhões em 2018 (Tabela 1). O Brasil foi o 10º maior produtor mundial de têxteis, com produção de quase US$ 13 bilhões (US$ 13,6 bilhões em 2017), o equivalente a 3% da produção da China. Ao lado disso, conforme dados do ITC – Internacional Trade Centre, observam-se que as exportações em 2020 foram de US$ 3,8 bilhões (US$ 3,4 bilhões em 2019 e 20º no ranking mundial), ficando no 14º lugar no ranking (Tabela 2). O Brasil, além de ser um dos maiores produtores mundiais de têxteis, de 2017 a 2020, vem aumentando suas exportações e chegando a superávit comercial em 2020 (Tabela 3). Mesmo levando em conta as consequências da pandemia de Covid-19 em 2020, que encolheu o comércio internacional, o desempenho da indústria têxtil do Brasil foi extraordinário, quando se compara com as exportações de tradicionais países pelo Mundo, que viram seu comércio de produtos têxteis cair. Figura 1: Exportações de têxteis no Mundo – 2017 a 2020 (US$ bilhões) 7 Figura 2 - Ranking, valores e participação percentual no Mundo, dos países de maiores exportações (FOB) de têxteis em 2018 e em 2020: Os dados do Ministério da Economia, mostra que o Brasil exportou mais US$ 3,8 bilhões em 2020, confirmando o mesmo valor da figura 2 de 2020. De 2017 a 2019, o Brasil obteve sucessivos saldos negativos da balança comercial nas transações de têxteis entre países, mas em 2020, alcançou superávit comercial de US$ 1,14 bilhão. Isto deveu-se ao baixo nível de importações em 2020 devido à queda da propensão a importar do país devido à crise econômica e por outro lado, ao alto nível de exportações. O Nordeste e o Sul tiveram queda em suas exportações em 2020, indo na contramão das demais Regiões. Chama atenção a evolução das exportações de têxteis do Centro-Oeste, que progressivamente vem-se tornando o grande polo de têxteis do Brasil. Isto se deve à migração de indústrias de todo o Brasil, procurando a competitividade de produção aliada à localização da produção da matéria-prima natural, o algodão. Figura 3 - Exportações (FOB), importações (FOB) e Saldo do Balanço Comercial de têxteis das Regiões do Brasil - 2017 a 2020 (US$ 1,00) 8 No Brasil, em 2020, os maiores Estados exportadores de têxteis foram Mato Grosso, Bahia e São Paulo, sendo que nos dois primeiros Estados ficam os cerrados, onde estão as grandes áreas produtoras de algodão (Figura 4). No Nordeste, em 2020, o Estado da Bahia foi o maior exportador, com vendas ao exterior em mais US$ 646 milhões, equivalente a quase 17% das exportações do Brasil. Contudo, conforme dados de 2018, o Ceará foi o maior produtor de têxteis da Região (Figura 5). Isto se deve à sua vocação histórica desde quando foi forte produtor de algodão no passado, ao moderno parque industrial instalado no Estado, à mão de obra abundante e relativamente qualificada, à cobertura de incentivos fiscais e ao amparo do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e do Fundo de Desenvolvimento Industrial (FDI), tão importantes para o desenvolvimento do Estado e da Região. Figura 4 - Exportações (FOB), importações (FOB) e saldo do balanço comercial de têxteis dos Estados do Brasil, em ordem decrescente, das exportações de 2020 - 2019 e 2020 (US$ 1,00) 9 Uma forma de mensuração do tamanho de mercado, o valor bruto da produção de têxteis do Brasil alcançou R$ 47,3 bilhões em 2018, de acordo com a Pesquisa Industrial Anual (IBGE, 2018). Para o Nordeste, este valor superou R$ 8 bilhões, equivalente a 17% do total do Brasil, acima da participação percentual do PIB da Região relativamente ao Brasil. Ceará, o maior produtor da Região, Bahia, Paraíba e Pernambuco concentram 13,8% e 81,2% do valor da produção do Brasil e da Região, respectivamente. São Paulo e Santa Catarina são os maiores produtores de têxteis, com mais de 62% do que é produzido no Brasil (Figura 5). Figura 5: Brasil e Estados – Valor bruto da produção industrial, em ordem decrescente – Fabricação de produtos têxteis – 2018 (R$ mil) 1.3. EXPORTAÇÕES TÊXTEIS A pandemia tem acarretado diminuição no fluxo de comércio exterior de têxteis em todo o mundo, mas em 2021, já com a vacinação contra Covid-19 em andamento, as exportações do Brasil continuam em razoável progresso. A Tabela 8 mostra as exportações de têxteis do Brasil e Estados acumuladas de janeiro a julho/2021. Entre os quatro maiores exportadores, Mato Grosso é o maior do Brasil e já exportou o equivalente a 69% do total do ano 2020, mais que proporcional, quando se considera a metade do ano; Bahia, o maior exportador do Nordeste, alcançou 53% do exportado em 2020; e São Paulo, que obteve o mesmo percentual do Estado da Bahia. No acumulado de 2021, o Brasil exportou 63% do valor de 2020. Do exposto, conclui- se que as exportações de têxteis têm tido trajetória de crescimento em 2021 acima do ocorrido em 2020. 10 Figura 6 – Brasil e Estados - Exportações (FOB) de têxteis acumuladas de janeiroa julho/2021 (US$ 1,00): 1.4. PERSPECTIVAS E TENDÊNCIAS – SETOR TEXTIL Devido à crise econômica causada pela pandemia, com lojas físicas fechadas ao público, apesar de alternativas, com comércio eletrônico, houve enorme queda pela demanda dos consumidores em 2020. Assim, com a expectativa de vacinação contra a Covid-19, da população acima de 12 anos até o final de 2021 e aumento projetado do PIB de 5%, o consumo e a produção de têxteis devem crescer mais que este percentual. As medidas que arrefeceram queda maior no consumo e na produção de têxteis em 2020, ainda preponderam em 2021, tais como as medidas governamentais do auxílio emergencial e o saque emergencial do FGTS, embora em menores volumes, os financiamentos bancários e a reabertura gradual da economia. O Governo decidiu abrir negociações em torno da prorrogação da desoneração de folha que atualmente engloba 17 atividades econômicas e que tem vigência até dezembro/2021, segundo o Jornal Valor Econômico. A agenda foi aberta após parlamentares de diversos partidos e representantes dos setores contemplados defenderem a aprovação de projeto para adiar o fim deste incentivo de geração de empregos, para 2026. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) afirmou que cerca de 1.700 empresas do setor podem perder o benefício. Para 2021, o IEMI (2021) projetou aumento de 6,4% no volume de produção de têxteis, atingindo 2 milhões de toneladas, para o Brasil. Foi estimada produção de R$ 56,4 bilhões, isto é, aumento de 7,2% em valores nominais, em relação a 2020. No que concerne ao comércio 11 internacional, para a exportação, avanço de 33,5% foi previsto para o volume exportado e de 25,1% em valores em dólar, em 2021. Projetaram-se aumento de 39,3% para o volume importado e alta de 50% em valores da moeda americana. Para 2021 estima-se acréscimo de 12,5% para o volume no consumo interno, equivalente ao aumento de 13,5% em valores nominais (R$), em relação a 2020. De acordo com o presidente da Abit, Fernando Pimentel, houve aumento de 36% na produção têxtil entre janeiro e maio de 2021, comparado com o mesmo período de 2020. Pimentel destacou ainda o crescimento na produção de vestuário, assim como no comércio e especialmente nos empregos. “É uma alegria muito grande verificar que esse crescimento está se traduzindo em vagas de trabalho”, comemora. O executivo destacou ainda outros pontos importantes sobre o cenário atual e os impactos das mudanças no mundo a partir de 2020: a recuperação mais expressiva do setor têxtil, que em 2020 pode manter sua produção com itens de proteção, incluindo as máscaras, e o fato de que o setor ainda não retornou aos números anteriores à pandemia, mas a perspectiva é positiva para que volte a crescer ainda este ano. “A indústria conseguiu suprir parte dessa queda de demanda atendendo outros segmentos, principalmente médico-hospitalares. E mesmo na área de vestuário, também conseguiu fazer transformações, alterando sua linha para atender a parte de segurança pessoal”, comenta. Quando o assunto é vestuário, o segmento mostra recuperação em relação ao pior momento da pandemia, em abril de 2020, quando o comércio foi fechado. Na ocasião, houve uma queda de 81% na receita de vendas. Já no mesmo período de 2021, vemos um crescimento de 121%, mostrando novamente sinais de recuperação. Em 2021, a produção têxtil deve crescer 7,4%, alcançando dois milhões de toneladas produzidas. Já em relação à receita, espera-se 9,2% de aumento em relação a 2020, atingindo R$ 57,5 bilhões. “Temos um viés de alta, mas com cautela”, pondera Pimentel. 12 2. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA A mais moderna tecelagem de malharia circular das Américas Há mais de 57 anos no mercado têxtil, sempre atuando com profissionalismo, comprometimento, ética e excelência de serviços e produtos. A empresa é reconhecida e querida por seus clientes, principalmente pela confiabilidade de seus produtos. A seriedade e a dedicação a todos os detalhes dos processos de desenvolvimento e fabricação resultam em produtos ícones em vendas e líderes de mercado. Versatilidade, velocidade e qualidade alinhadas a uma produção sustentável, tecnologia de ponta utilizada em todo o processo, constante evolução das técnicas de produção e pesquisa das últimas tendências de moda, tudo isso torna a Pettenati líder no setor têxtil. Os esforços de anos de trabalho, somados a custos internacionalmente competitivos, resultaram na mais moderna tecelagem de malharia circular da América Latina, que exporta, além de seus produtos, um conceito de trabalho. A paixão da Pettenati é criar produtos e soluções têxteis inovadoras para o sucesso dos clientes. Desde o início de suas atividades em 1964, a Pettenati S.A. Indústria Têxtil conquistou o mercado nacional e internacional, equiparando seus produtos aos dos fabricantes mais qualificados do mundo. A produção e a distribuição da Pettenati contam com o acompanhamento primoroso de mais de dois mil colaboradores, instalados em três unidades industriais. 2.1. LINHAS DE NEGÓCIOS DA PETTENATI As linhas de produtos abrangem uma grande variedade de tipos de tecidos de malharia circular, tintos e estampados, produzidos com uma ampla variedade de fibras e combinações, como algodão, viscose, poliamida, poliéster, elastano, etc., que atendem os mais diversos segmentos do mercado de vestuário, como feminino, masculino, infantil, bebê, streetwear e surf, íntimo, profissional e esportivo. A fabricação dos tecidos é realizada em duas unidades fabris, sendo uma no Brasil (em Caxias do Sul – RS) e outra em El Salvador (América Central), através da Controlada Pettenati Centro América S/A, já as confecções são fabricadas na unidade matriz em Caxias do Sul – RS. 13 2.2. PRODUTOS DA PETTENATI S.A. Especializada em malharia circular, a Pettenati inova e surpreende oferecendo a maior linha de produtos de malha diferenciados para os mais exigentes mercados e clientes. A cada coleção são lançados mais de 200 novos produtos: tecidos lisos, estampados, jacquares com diferentes tipos de construção, acabamento e combinação de fios (algodão, viscose, poliéster e poliamida), apresentando ampla variedade de estampas para atender aos públicos feminino, masculino, infantil e bebê nos segmentos fashion, casual, esporte, active/fitness e linha íntima. No mercado esportivo, a Pettenati foi precursora do desenvolvimento dos Tecidos Inteligentes, com a aplicação de novas funcionalidades aos tecidos por meio da análise das diferentes modalidades esportivas. Para denominar esses produtos, foi criado o conceito (P.E.T.® Performance Engineering Technology – Tecnologia de Engenharia de Performance). Atualmente, os produtos P.E.T. Dry® e P.E.T. Thermo® estão presentes nas principais marcas esportivas do mundo. Criou ainda o conceito de ALTA COMPRESSÃO com tecidos de estrutura mais firme e compacta que protegem e firmam a musculatura. A coleção de estampas inovadora é o ponto chave do sucesso deste conceito, lançada constantemente elas trazem o universo fashion para a academia. Para o mercado masculino, revolucionou o apelo tátil dos produtos, com inovações nos acabamentos dos tecidos, como SandWash® e CeramicMicroWash®, marcas registradas que agregam prestígio às criações de moda dos clientes. Para o mercado infantil, foram criados produtos como Plush, Fleece, Soft Brush®, Microsoft, de qualidade e toque inconfundíveis, que são utilizados em todo o mundo e em todos os segmentos de mercado. Atualmente, a Pettenati oferece como resultado de uma produção sustentável, o maior programa de poliéster de reaproveitamento de garrafas PET das Américas e incorpora a cada estaçãonovos fios e conceitos. Uma cadeia produtiva autêntica de valores, propiciando a seus clientes a oportunidade de oferecer produtos de legítima qualidade. A Pettenati atende a aproximadamente 2 mil clientes, com venda e entrega quinzenalmente em todo o mercado nacional. A qualidade de seus produtos e serviços é reconhecida pelos consumidores finais, que procuram nos pontos de venda pelos tags da empresa. 2.3. LOCALIZAÇÃO PETTENATI S.A. A sede matriz da empresa está localizada em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, onde concentra as atividades administrativas e comerciais, a criação, pesquisa e desenvolvimento de 14 novos produtos, e a unidade de confecção de peças prontas de alta performance para marcas internacionais. Na fábrica de tecido, o processo de produção é verticalizado. A Pettenati responsabiliza-se por todas as etapas do processo de produção tecelagem, tinturaria, estamparia e acabamento, o que garante qualidade, agilidade, menor custo do produto final e segurança de exclusividade para os clientes. 2.4. DIRETRIZES ORGANIZACIONAIS Missão: Proporcionar soluções têxteis inovadoras e sustentáveis para garantir o sucesso de nossos clientes. Visão: Ser a melhor solução têxtil das Américas. Referência em cuidado ambiental. Reconhecida e desejada por seus profissionais, clientes e demais stakeholders. Valores: Amamos moda; Buscamos qualidade em tudo o que fazemos; O cliente é nosso maior compromisso; Trabalhamos com energia e comprometimento; Nos realizamos transformando e inovando; Formamos pessoas de valor; Juntos somos maiores e melhores; Cuidamos porque amamos e respeitamos; Valores Sociais: Criamos vínculos emocionais com nossa equipe, criando um legado para consolidar valores emocionais e sociais, cuidando do bem-estar e melhoria de vida. 15 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3.1. DECISÕES FINANCEIRAS De acordo com Bruni (2014), dentro do enfoque de aspectos financeiros internos, ou seja, dentro da empresa, pode-se dizer que ela é tomadora de duas grandes decisões: aplicação de recursos (investimento) e captação de recursos (financiamento). O autor informa que essas duas decisões são contínuas e inevitáveis dentro de qualquer organização e definem a estabilidade financeira e atratividade econômica de uma empresa. Para uma posição de equilíbrio financeiro, torna-se essencial uma adequação entre a maturidade dos passivos e a capacidade de geração de caixa dos ativos. Bruni (2014) informa que essas decisões financeiras, tanto de investimento quanto de financiamento devem estabelecer a atratividade econômica da empresa promovendo sua continuidade e valorização. O retorno dos investimentos realizados deve, no mínimo, satisfazer as expectativas de remuneração dos proprietários de capital (credores e acionistas) de maneira e viabilizar economicamente a empresa. Almeida (2019) informa que quando uma empresa decide investir em determinado produto ou serviço, está esperando que seja rentável e que remunere os proprietários de forma satisfatória. E que compense o esforço de produzir ou vender aquele determinado bem. Sempre as decisões de investimento e financiamento andam juntas e devem estabelecer atratividade econômica para a empresa promovendo sua continuidade e valorização. O autor esclarece que o retorno dos investimentos realizados devem satisfazer, no mínimo, as expectativas de remuneração dos proprietários de capital (credores e acionistas) de maneira a viabilizar economicamente a empresa. Assaf Neto (2015) relata que após tomadas as decisões de financiamento e investimento de uma empresa, os executivos ou proprietários precisam aguardar para ver se darão certo conforme o planejado resultando no retorno esperado ou não. Essa chance de não dar certo é chamada de risco empresarial. As decisões financeiras segmentam o risco empresarial em duas grandes partes: risco operacional (econômico) e risco financeiro. O autor acima informa que o risco operacional é derivado da operação principal da empresa, ou seja, da natureza de sua atividade. Reflete a estabilidade dos negócios da empresa diante do comportamento da conjuntura econômica. O risco financeiro, segundo Assaf Neto (2015) é determinado pelo endividamento da empresa. Níveis elevados de dívidas da empresa em relação ao capital próprio investido pode comprometer a capacidade de pagamento em períodos de retração de atividade, abalando a 16 saúde financeira da empresa. Corroborando, Lins (2012) salienta que uma empresa pode não apresentar risco financeiro, quando ela não tem dívidas, mas sempre terá o risco operacional por ser intrínseco ao seu negócio. Almeida (2019) informa que as demonstrações financeiras de uma empresa são elaboradas para mostrar aos seus usuários (proprietários, gestores, investidores, credores, etc.), informações significativas sobre as atividades da empresa. Essas informações podem levar o avaliador da demonstração contábil, a verificar se os objetivos estão sendo alcançados. Existem objetivos básicos que são vistos em toda organização e são muito importantes para a sua sobrevivência. 3.2. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS A análise das demonstrações financeiras é basicamente o estudo do desempenho econômico e financeiro de uma empresa em determinado período passado, para diagnosticar, quesitos de sua posição atual a fim de prever tendências futuras. Em outras palavras Iudícibus (2017) afirma que a análise das demonstrações financeiras visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico financeira atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras. Em outras palavras, pela análise de balanços extraem-se informações sobre a posição passada, presente e futura (projetada) de uma empresa. Iudícibus (2017) esclarece que este tipo de análise é um dos estudos mais importantes da administração financeira e desperta um enorme interesse tanto para os administradores internos como para analistas externos. Almeida (2019) informa que para o analista interno a análise dos relatórios contábeis visa uma avaliação do desempenho da empresa, como forma de identificar as consequências das diversas decisões financeiras que foram tomadas. O analista externo à empresa, vai examinar os relatórios financeiros de acordo com o seu objetivo. Um banco que vai emprestar uma quantia significativa de capital de giro para a empresa, por exemplo, vai examinar mais os aspectos de geração de fluxo de caixa e estrutura de capital. Já uma pessoa que deseja investir na empresa procurará observar aspectos de geração de valor e lucratividade. Lins (2012) relata que não existe uma maneira única para se realizar uma análise de demonstração financeira de uma empresa, a maneira que os indicadores são analisados é particular de quem faz a análise, sobressaindo-se, além do conhecimento técnico, a experiência da própria instituição pelo analista. Dois analistas podem chegar a conclusões diferentes sobre 17 uma empresa, mesmo tendo eles trabalhado com as mesmas informações e utilizando iguais técnicas de análise. 3.3. CONCEITO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Para Bruni (2014) a análise das demonstrações contábeis é uma técnica que nos auxilia a avaliar a situação econômico-financeira das organizações, pois fornece diversos tipos de informações financeiras aos tomadores de decisão. Essa técnica consiste na análise do resultado das atividades empresariais de uma empresa. Essas atividades estarão delineadas nas demonstrações financeiras de uma empresa. Como principais demonstrativos o autor cita: De acordo com Lins (2012) as demonstrações financeiras procuram medir o sucesso das atividades de uma empresa, proporcionando informações sobre: A posição financeira (Balanço Patrimonial); Lucratividade (Demonstração do Resultado do Exercício); Capacidade de geração de caixa (Demonstração do Fluxo de caixa). Quanto a nomenclatura, Assaf Neto (2015) informa que esse tipo de análise é chamada de Análise das demonstrações contábeis, Análise econômico-financeira, Análise de Balanços, Análise contábil ou Análise Financeira. O autor informa que como as demonstrações contábeis são relatórios que possuem uma grande quantidade de informações diferentes e detalhadas, a técnica conhecida por análise das demonstrações contábeis acaba por simplificar esse processo, utilizando, para isso, indicadores financeiros, os quais relacionam duas ou mais contas, a fim de facilitar a análise. Almeida (2019) afirma que a Análise das Demonstrações Contábeis é tão antiga quanto 18 a própria Contabilidade. Se nos reportarmos para o início provável da Contabilidade (mais ou menos 4000 a.C.), em sua forma primitiva, encontraremos os primeiros inventários de rebanhos (o homem que voltava sua atenção para a principal atividade econômica: o pastoreio) e a preocupação da variação de sua riqueza (variação do rebanho). O autor informa que a análise da variação da riqueza realizada entre a comparação de dois inventários, em momentos distintos leva-nos a um primeiro sintoma, acreditar de que essa análise é tão antiga quanto a própria Contabilidade. Segundo Bruni (2014) a análise das demonstrações contábeis, elaborada de forma mais sistematizada e organizada, originou-se e desenvolveu-se dentro do sistema bancário, até hoje é seu principal usuário. Cronologicamente, podemos determinar sua origem ao final do século XX, quando alguns banqueiros americanos passaram a solicitar dados financeiros às empresas que estavam pleiteando empréstimos. O autor afirma que a análise de demonstrações contábeis ganhou aceitação ampla quando, em 1895, o Conselho Executivo da Associação dos Bancos no Estado de New York resolveeu recomendar aos seus membros que solicitassem aos tomadores de empréstimos declarações escritas e assinadas de seus ativos e passivos. Esse mesmo Conselho, cinco anos depois, divulgou um formulário que incluía espaço para se colocar os dados do Balanço Patrimonial da organização que estava pleiteando o crédito junto à instituição financeira. A análise das demonstrações contábeis, segundo Assaf Neto (2015), visa relatar, com base nas informações fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas determinantes da evolução apresentada e as tendências futuras. Lins (2012) comenta que, por meio da análise, podemos extrair informações das demonstrações contábeis para a tomada de decisões. Tais demonstrações fornecem uma série de dados sobre a empresa. A análise das demonstrações contábeis visa transformar esses dados em informações. O processo de análise será mais eficiente à medida que as informações produzidas possuírem mais qualidade, ou seja, apresentarem confiabilidade, veracidade, exatidão etc. No processo de elaboração de uma análise das demonstrações contábeis, é muito importante que façamos a distinção entre dados e informações. Em relação a este tema, Almeida (2019) apresenta as seguintes definições: Dados: são números ou descrição de objetos ou eventos que, isoladamente, não provocam nenhuma reação no leitor; Informações: representam, para quem as recebe, uma comunicação que pode produzir reação ou decisão, frequentemente acompanhada de um efeito-surpresa. Para Iudícibus (2017), o primeiro passo para se elaborar a análise das demonstrações 19 contábeis é produzir informação por meio do processamento de dados. Posteriormente, os analistas avaliarão as informações obtidas, visando conhecer aspectos da situação econômico- financeira da organização que está sendo analisada. O grau de excelência de uma análise das demonstrações contábeis, segundo Almeida (2019) é dado exatamente pela qualidade e extensão das informações financeiras que forem geradas pelo processamento dos dados contábeis. Este comentário também é apresentado por Iudícibus (2017), ao afirmar que a análise das demonstrações contábeis é a arte de saber extrair informações financeiras úteis dos dados contábeis, ressaltando que tais informações poderão variar de acordo com o objetivo econômico que o analista tiver em mente. Pelo fato de inexistir um método científico comprovado de relacionar as informações obtidas de forma que se obtenha uma mesma conclusão por diferentes analistas, o autor considera uma arte a análise das demonstrações contábeis. Na verdade, apesar da existência de cálculos formalizados e técnicas desenvolvidas para o processo de análise, as conclusões sobre a situação econômico-financeira da organização analisada são subjetivas, ou seja, podem variar de analista para analista. Em relação a este tema, Assaf Neto (2015) afirma que é impossível sugerirmos uma sequência metodológica ou um instrumental científico capazes de fornecer diagnósticos sempre precisos das organizações. A forma como são utilizados os indicadores de análise é particular de cada analista, levando em consideração, além do conhecimento técnico, a experiência e a própria intuição de quem faz a análise. Dessa forma, Lins (2012) informa que com o mesmo conjunto de informações, dois analistas podem chegar a conclusões um pouco ou totalmente diferentes. No entanto, provavelmente, dois analistas com um comprovado nível de experiência e com o mesmo nível de conhecimento do ramo de atividade da empresa chegarão a conclusões bem próximas, porém dificilmente essas conclusões serão idênticas. Para Bruni (2014) os analistas das demonstrações contábeis não são videntes nem adivinhos. Sua função é analisar dados concretos aplicando fórmulas de acordo com sua experiência contábil e, a partir disso, é capaz de avaliar o presente com base no passado e projetar o futuro, fundamentando-se sempre no desempenho dos últimos períodos analisados. Na concepção de Almeida (2019), o produto da Análise das Demonstrações Contábeis são relatórios escritos em linguagem corrente. Na medida do possível, recomenda-se o uso de gráficos como auxiliares para simplificar as conclusões mais complexas. Ao contrário das demonstrações contábeis, os relatórios de análise devem ser elaborados como se fossem dirigidos a leigos, ainda que não o sejam, isto é, sua linguagem deve ser inteligível por qualquer 20 mediano gerente de empresa, gerente de banco ou gerente de crédito. Assaf Neto (2015) informa que as demonstrações contábeis apresentam-se carregadas de termos técnicos e suas notas explicativas são feitas exclusivamente para técnicos, a tal ponto que permitem frequentemente manipulações e acobertamentos. Assim, a Análise das Demonstrações Contábeis deve assumir também o papel de tradução dos elementos contidos nas demonstrações contábeis. Iudícibus (2017), informa que os relatórios contábeis elaborados periodicamente pelas organizações são as principais fontes de dados para o processo de análise financeira. De acordo com o autor, tais relatórios podem ser classificados em obrigatórios e não obrigatórios. 3.4. RELATÓRIOS OBRIGATÓRIOS São aqueles definidos pela legislação societária, sendo mais conhecidos como “demonstrações contábeis” ou “demonstrações financeiras”. Assaf Neto (2015) lembra que as demonstrações de cada exercício devem ser publicadas com a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior. O autor informa que a atual Lei das Sociedades por Ações determina que ao final de cada exercício social (12 meses) toda organização deve apurar, com base nos fatos registrados pela contabilidade, as seguintes demonstrações contábeis: Balanço Patrimonial; Demonstração do Resultado do Exercício; Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; Demonstraçãodos Fluxos de Caixa; Demonstração do Valor Adicionado (companhias abertas). No caso das organizações que têm suas ações negociadas em bolsas de valores (sociedades anônimas de capital aberto) e das instituições financeiras, devido ao fato de precisarem fornecer informações mais detalhadas ao mercado, as apurações e as publicações das demonstrações contábeis devem ser feitas a cada semestre. Para alcançar o objetivo proposto do trabalho, serão detalhados apenas três relatórios obrigatórios: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício e Demonstração do Fluxo de Caixa. 3.4.1. BALANÇO PATRIMONIAL Segundo Iudícibus (2017) o Balanço Patrimonial representa todos os bens, direitos e obrigações que uma empresa possui. Os bens e direitos ficam do lado esquerdo do Balanço, 21 chamado de ativo e no lado direito ficam as obrigações e o Patrimônio Líquido chamado de Passivo. O conceito de balanço origina-se do equilíbrio destas três partes essenciais que são: ativo, passivo e patrimônio líquido, sendo a identidade contábil básica: De acordo com Assaf Neto (2015) no ativo relacionam-se todas as aplicações de recursos efetuadas pela empresa. Esses recursos poderão estar distribuídos em: Segundo Assaf Neto(2015), o passivo identifica as exigibilidades e as obrigações da empresa, ou seja, todas as obrigações a pagar, cujos valores estão investidos no ativo. As contas do passivo são divididas em passivo circulante e não circulante. No passivo circulante estão as obrigações que vencerão no curto prazo e no passivo não circulante as obrigações que vencerão no longo prazo. Segundo Iudícibus (2017), o patrimônio líquido é representado pela diferença entre o total do ativo e do passivo em determinado momento. Identifica os recursos próprios da empresa, sendo formado pelo capital investido pelos acionistas (sócios), mais os lucros gerados nos exercícios e que foram retidos na empresa (lucros não distribuídos). A legislação vigente prevê que o patrimônio líquido é constituído por Capital Social, Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em tesouraria e prejuízos acumulados. Assaf Neto (2015) ilustra a estrutura básica do balanço patrimonial: 22 Assaf Neto (2015) detalha que o ativo é subdividido em dois subgrupos: circulante e não circulante. O autor informa que o Ativo Circulante: é um subgrupo do ativo, composto por todas as contas de liquidez imediata ou que se convertem em dinheiro em curto prazo, ou seja, nesse subgrupo devem ser registrados todos os direitos cujos vencimentos ocorrerão até o final do exercício seguinte ao encerramento do balanço. Assaf neto (2015) informa que as principais contas do ativo circulante de uma empresa são: Disponível: Inclui as contas de maior grau de liquidez do ativo. É constituído pelas disponibilidades imediatas da organização, como dinheiro em caixa, cheques depositados e ainda não compensados e saldos de depósitos bancários movimentáveis a vista. Também fazem parte do disponível os títulos e as aplicações financeiras de liquidez imediata; Aplicações Financeiras: Trata-se de títulos públicos, certificados de depósito bancário e fundos de investimento bancário. Eventualmente, ainda, podem ser registradas nessa conta as aplicações em ações, obras de arte, ouro etc., desde que tenham caráter transitório, ou seja, admite-se manter esses ativos até, no máximo, o final do exercício seguinte; Realizável em Curto Prazo: Devem ser discriminadas nesse subgrupo as vendas a prazo a clientes e os C e cheques pré datados: a) que foram negociados em instituições financeiras por meio da operação de desconto de recebíveis; b) um percentual representativo de possíveis perdas com o não recebimento das vendas efetuadas a prazo, definido como Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa (PCLD); Estoques: Representa o montante apurado nos diversos inventários da empresa. O critério legal para a avaliação das diversas contas do estoque no Balanço será o preço de aquisição (custo histórico) ou de produção; Despesas Antecipadas: Trata-se de despesas pagas antecipadamente e ainda não incorridas (consumidas). Exemplo: passagens pagas e não utilizadas. Segundo Assaf Neto (2015), o Ativo Não Circulante é um subgrupo do ativo, composto por itens de baixa liquidez (lenta transformação em dinheiro) e também por aqueles que não se destinam à venda, revelando liquidez mínima. O ativo não circulante divide-se em quatro subgrupos: Realizável em Longo Prazo: Devem ser discriminadas nesse subgrupo todas as contas que a empresa receberá no longo prazo (prazo superior a 1 ano), são exemplos: as vendas feitas a prazo a clientes que só irão ser recebidas no longo prazo e os demais valores a receber provenientes das demais transações efetuadas pela organização, que se converterão em dinheiro em longo prazo; Investimentos: A principal característica desse subgrupo é que os vários direitos de suas contas não se destinam à manutenção da atividade da empresa ou à negociação, ou seja, são investimentos que a empresa fez mas que não fazem parte da sua operação principal. Exemplos: participação acionária em empresas coligadas ou controladas, terrenos, obras de arte e outros ativos com finalidades especulativas; 23 Imobilizado: Compõem-se de todos os bens tangíveis e direitos que se destinam ao funcionamento normal de uma organização, ou seja, todos os bens que fazem parte da operação principal da empresa. Tipicamente, esses ativos são de longo prazo e sofrem deterioração física ou tecnológica ao longo do tempo. Para efeito de avaliação do imobilizado, deve ser subtraído um valor que corresponda à perda de seu valor em função de uso, tempo, desgaste, obsolescência. Tal valor é chamado de depreciação; Exemplo de imobilizado são: máquinas e equipamentos que fazem parte da operação principal da empresa, computadores, instalações, ar condicionado, veículos, etc. Intangível: Compõe-se dos bens intangíveis de propriedade industrial ou comercial legalmente conferidos à organização, originando isto seu valor, e não da propriedade física dos mesmos. Exemplos: direitos autorais, patentes, marcas, fundo de comércio (ou goodwill) e gastos com desenvolvimento de novos produtos. Para Assaf Neto (2015) o passivo é dividido em exigível e não exigível. O passivo exigível é composto pelo passivo circulante e não circulante onde se encontram as contas que tem prazo para vencimento, ou seja, todas as obrigações que a empresa precisa pagar em um determinado dia. Já o passivo não exigível é representado pelo patrimônio líquido, que é o dinheiro que o sócio da empresa empregou para o seu funcionamento e sobrevivência. O autor informa que o passivo exigível é classificado, de acordo com o prazo do pagamento das dívidas, em dois subgrupos: circulante e não circulante. Assaf Neto (2015) informa que o Passivo Circulante é um subgrupo do passivo exigível, composto todas as obrigações que devem ser quitadas em curto prazo, ou seja, nesse subgrupo devem ser registradas todas as obrigações cujos vencimentos ocorrerão até o final do exercício seguinte ao encerramento do balanço. Dentre as contas que compõem o passivo circulante, o autor destaca: Obrigações operacionais: fornecedores, ordenados e salários; Obrigações sociais: INSS, FGTS e PIS; Obrigações legais: IR, IPI e ICMS; Dividendos a serem pagos aos acionistas; Financiamentos e empréstimos de instituições financeiras. Para Assaf Neto (2015) o passivo Não Circulante é o subgrupo do passivo exigível, composto de todas as obrigações que devem ser quitadas em longo prazo, ou seja, nesse subgrupo devem ser registradas todas as obrigações cujos vencimentos ocorrerão após o final do exercício seguinte ao encerramento do balanço. Dentre as contas que compõem o passivo não circulante,o autor destaca: Financiamento e empréstimos de instituições financeiras; Debêntures a pagar; Fornecedores de equipamentos de grande porte. 24 De acordo com Assaf Neto (2015), patrimônio líquido é representado pela diferença entre o total do ativo e do passivo exigível (passivo circulante + passivo não circulante). De forma mais simplificada, podemos dizer que o patrimônio líquido representa o volume de recursos financeiros investidos na organização por seus acionistas ou sócios. Dentre as contas que compõem o patrimônio líquido, o autor destaca: Capital Social: Inclui os valores investidos pelos acionistas ou sócios da organização, ou aqueles gerados por ela mesma e que não foram distribuídos aos acionistas ou sócios, sendo utilizados para gerar um aumento no capital investido na organização. No caso de uma sociedade anônima, o capital social é dividido em ações. Quando as ações forem emitidas com valor nominal, somente esse valor é que comprará o capital social, ficando o eventual ágio (diferença entre o que os acionistas pagarem e o valor nominal da ação) registrado em reserva de capital (outra conta do grupo patrimônio líquido); Reservas de Capital: Representam os valores aportados pelos proprietários (ágio), por terceiros (doações e subvenções), variações de valor de certos ativos (ajuste patrimonial) e lucros auferidos e não distribuídos (lucros retidos); Reservas de Lucros: Indicam os lucros retidos da organização com finalidades específicas. Dependendo da finalidade específica, a conta reserva de lucros pode ser subdividida em inúmeras outras contas, tais como: reserva legal, reservas estatutárias, reservas para contingências, reservas para planos de investimentos e reservas de lucros a realizar; Ajustes de Avaliação Patrimonial: Inclui as diversas contrapartidas de aumentos ou reduções de valor calculados de elementos do ativo e do passivo, determinados em razão da avaliação a preços de mercado; Prejuízos Acumulados: A nova lei (Lei nº 11.638/07 e complementos) determinou que os balanços das sociedades anônimas de capital aberto não podem mais manter saldo positivo na conta de Lucros Acumulados. Todo resultado do exercício deve necessariamente ter destinação; os valores retidos devem ser registrados em reservas próprias. Esta conta somente pode apresentar saldo negativo nos balanços, na forma de Prejuízos Acumulados; Ações em Tesouraria: Corresponde ao montante das ações de uma organização que foram adquiridas por ela mesma. Trata-se de uma conta redutora, ou seja, para se calcular o total do patrimônio líquido, deve-se somar o valor das outras contas e subtrair o valor discriminado na conta ações em tesouraria. 3.4.2. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO = DRE A Demonstração do Resultado do Exercício, segundo Iudícibus (2017) visa fornecer, de maneira esquematizada, os resultados (lucro ou prejuízo) auferidos por uma organização em um determinado período de tempo (exercício social), os quais são transferidos para contas do patrimônio líquido. O resultado (lucro ou prejuízo) é decorrente de receitas, custos e despesas incorridos pela organização no período e apropriados de acordo com o regime de competência, ou seja, independentemente de que tenham sido esses valores pagos ou recebidos. Para Assaf Neto (2015) a DRE é uma demonstração contábil que nos possibilita 25 observar os aumentos e as reduções causados no Patrimônio Líquido pelas operações executadas por determinada organização. Normalmente, as receitas representam aumento do Ativo, e aumentando o Ativo, aumenta o Patrimônio Líquido. As despesas representam redução do Patrimônio Líquido, por meio de um entre dois caminhos possíveis: redução do Ativo ou aumento do Passivo Exigível. De forma simplificada, podemos dizer que a DRE é o resumo do movimento de certas entradas e saídas no Balanço Patrimonial, entre duas datas. De acordo com Iudícibus (2017), ao contrário do Balanço Patrimonial, que mostra a situação da organização em determinada data, a DRE mostra como foi formado o resultado em um determinado período, normalmente o ano. Portanto, a cada exercício social, existe a necessidade de apuração do resultado, de maneira a atender ao objetivo das organizações, que é gerar valor aos seus investidores. A DRE deve ser estruturada observando-se as disciplinas contidas no artigo 187 da Lei nº 6.404/1976. De acordo com Assaf Neto (2015), o citado dispositivo não fixa um modelo a ser utilizado pelas organizações, porém estabelece os dados mínimos que tal demonstração contábil deve conter: A receita bruta de vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; O resultado do exercício antes do imposto sobre a renda e a provisão para esse imposto; As participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesas; O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. Corroborando, Bruni (2014) informa que o resultado da empresa é formado pelas receitas, pelos custos e pelas despesas incorridos no período. As receitas correspondem aos ganhos que a organização obteve na realização de sua atividade que são: venda de mercadorias, produtos ou serviços, independentemente de os recebimentos ocorrerem à vista ou a prazo (lembre-se do regime de competência). Lins (2012) esclarece que os custos são os gastos de recursos ocasionados diretamente na geração das receitas. Por exemplo, na atividade comercial o custo corresponde ao valor de aquisição da mercadoria que se vende; na atividade industrial, o custo é relativo à fabricação do produto; na atividade de serviços o custo, indica o quanto foi gasto em mão de obra para a 26 prestação do serviço. Não pode ocorrer custo sem receita, pois o custo só existe para gerar a receita. Já as despesas também são gastos, mas elas não dependem diretamente da receita. 3.4.3. DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA = DFC De acordo com Assaf Neto (2015) a Demonstração do fluxo de caixa permite que se analise, principalmente, a capacidade financeira da empresa em honrar seus compromissos perante terceiros (empréstimos e financiamentos) e acionistas (dividendos), a geração de resultados de caixa futuros das operações atuais, e a posição de liquidez e solvência financeira. O autor informa que a demonstração dos fluxos de caixa é obrigatória para todas as companhias abertas e de acordo com a lei atual, a DFC deve evidenciar, no mínimo, três fluxos financeiros: Das operações; Dos investimentos; Dos Financiamentos. Segundo Assaf Neto (2015), as atividades operacionais descrevem basicamente todas as entradas e saídas de caixa da empresa referentes às atividades da operação principal. São exemplos de entradas de caixa: recebimento de vendas realizadas a vista e de títulos representativos de venda a prazo, recebimento de receitas financeiras proveniente de aplicação no mercado financeiro, dividendos de participações acionárias em outras companhias, outros recebimentos como indenizações de seguros, sentenças judiciais favoráveis, etc. São exemplos de saídas de caixa: pagamentos a fornecedores por compras à vista e de títulos representativos de compras a prazo, pagamento de impostos, contribuições e taxas, pagamentos de encargos financeiros de empréstimos e financiamentos, etc. Assaf Neto (2015) informa que as atividades de investimento,são geralmente determinados por variações nos ativos não circulante, destinados a atividade operacional de produção e venda da empresa. São exemplos de entradas de caixa de atividade de investimento: recebimento pela venda de imobilizado (máquinas e equipamentos da empresa). São exemplos de saídas de caixa de atividade de investimento: compra à vista de máquinas e equipamentos responsáveis pelo funcionamento da empresa. Para Iudícibus (2017) as atividades de financiamento referem-se basicamente às operações com credores e investidores. São basicamente entradas de dinheiro por captação de empréstimos e financiamento e saídas de dinheiro para o pagamento dos mesmos. A legislação permite que a DFC possa ser elaborada utilizando-se dois métodos: o direto e o indireto. Por meio das Figuras abaixo, você pode observar modelos de estrutura para se elaborar a DFC, utilizando-se os dois tipos de métodos. 27 Segundo Assaf Neto (2015), o método indireto parte do lucro líquido do exercício para se conciliar com o caixa gerado pelas operações, enquanto o método direto destaca as movimentações financeiras explicitando as entradas e as saídas de recursos de cada componente da atividade operacional, como recebimento de vendas, pagamentos de juros e impostos etc. Tal autor ressalta que as companhias brasileiras são incentivadas a adotarem o método indireto. 28 3.5. ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS De acordo com Lins (2012) o processo de análise começa quando termina o processo contábil. Portanto, o trabalho do analista começa quando termina o trabalho do contador, pois, os demonstrativos contábeis são a fonte de dados para a elaboração da análise. O autor informa que cada pessoa pode analisar uma demonstração e interpretá-la de uma forma diferente, porém é importante conhecer o método. Diante dessa necessidade, Assaf Neto (2015), apresenta um método que é composto de 8 etapas: I. A Empresa e o Mercado: O analista deve conhecer mais detalhes da organização e do seu mercado de atuação, para avaliar melhor suas decisões financeiras (investimento e 29 financiamento). Ao ser interpretada dentro das características do setor de atividade da organização, a análise das demonstrações contábeis se torna bem mais consistente. Por exemplo, determinado nível de capital de giro pode ser elevado para determinado segmento e adequado para outro. Ao estudar o setor de atividade em que uma organização está inserida, é necessário avaliar o potencial atual e futuro do mercado consumidor, o tamanho e o nível da concorrência, os fornecedores, a política de preços adotada para o setor, a dependência tecnológica etc. II. Relatórios financeiros: Todas as demonstrações contábeis elaboradas pela organização, que servirão de base de informações para a análise econômico- financeira, são englobadas neste item. É fundamental aqui avaliar os procedimentos contábeis padronizados para o setor, o plano de contas etc. III. Análise horizontal e vertical: O objetivo básico da aplicação dessas técnicas é a avaliação das demonstrações contábeis, pela evolução de seus valores com o passar do tempo, no caso da análise horizontal, e pela participação relativa de cada valor em relação ao total, no caso da análise vertical. IV. Análise da liquidez: Esse estudo objetiva conhecer a capacidade de pagamento da organização e também revela o equilíbrio financeiro e sua necessidade de investimento em capital de giro. V. Análise do endividamento: O objetivo dessa análise é avaliar a proporção de recursos próprios e de terceiros mantidos pela organização, a dependência apresentada por dívidas de curto prazo, a natureza de suas obrigações financeiras e seu risco financeiro. VI. Análise de rentabilidade e lucratividade: Apresenta uma avaliação do desempenho econômico da organização, avaliando o retorno sobre investimentos realizados e a lucratividade atingida pelas vendas. VII. Conclusões: Cada parte do esquema proposto de análise proporciona conclusões específicas. No entanto, essa parte final deve ser conclusiva, demonstrando de forma sucinta a real situação econômico-financeira da organização, bem como suas perspectivas de desempenho. VIII. Comparação com padrões: Após a finalização da análise das demonstrações contábeis de determinada organização, é possível, por meio dos indicadores calculados (liquidez, endividamento, rentabilidade e lucratividade), elabora-se um parecer sobre sua situação econômico-financeira. Porém, para que o parecer tenha uma fundamentação mais precisa e realista, é necessário que os indicadores obtidos sejam comparados com os indicadores de outras organizações, que possuam o mesmo porte e atuem no mesmo segmento de atividade da organização que está sendo analisada. Portanto, Iudícibus (2017) informa que para saber se a situação econômico-financeira de uma organização é realmente ótima, regular ou ruim, é necessário comparar os indicadores encontrados com os indicadores-padrão, também conhecidos por quocientes-padrão. O autor esclarece que os quocientes padrão são os quocientes alcançados com maior frequência por organizações que exercem o mesmo ramo de atividade e atuam em uma mesma região. 30 4. ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL PETTENATI S.A. 31 32 33 34 4.1. APLICAÇÃO DOS INDICADORES FINANCEIROS PETTENATI 35 5. RELATÓRIO TÉCNICO – SITUAÇÃO FINANCEIRA PETTENATI O ano de 2019 não foi muito diferente dos anos anteriores para a Pettenati. Olhando para os indicadores de uma maneira geral, é possível ver que houveram oscilações, porém, nenhum aumento significativo. Parece que a empresa não está conseguindo ser mais assertiva em suas projeções, uma vez que, não é possível enxergar melhora expressiva. A empresa não está com problemas sérios problemas de liquidez, porém, precisa melhorar suas politicas para poder evoluir com capital de giro, podendo ficar mais confortável monetariamente para o cumprimento de suas obrigações. Ao realizar a análise de liquidez corrente, a empresa obteve bom resultado em 2019, onde para cada 1,00 em dívidas no curto prazo, a empresa possui 1,36 para cobertura, restando 0,36 de sobra após a quitação. Porém, a empresa obteve acumulo de estoque, o que deixou o saldo dessa conta alta e foi ela quem deixou o resultado da liquidez corrente satisfatório, já que quando foi feita a exclusão do estoque para o cálculo da liquidez seca, ficou perceptível que a empresa depende muito desse saldo, já que não possui liquidez rápida, para cobrir as suas dívidas de curto prazo. Para cada 1,00 de dívidas, em nenhum mês há cobertura suficiente, a empresa se mantém com margem negativa. Quando a liquidez geral foi calculada, deu para notar que a Pettenati ao longo dos anos de 2016, 2017, 2018 e 2019 não consegue quitar suas obrigações gerais no fechamento dos exercícios. Pois, para cada 1,00 de obrigações, a empresa se manteve na faixa de 0,90 centavos de saldo. Ao analisar a Liquidez imediata, já era de se esperar que em nenhum dos anos a empresa conseguiria quitar suas obrigações apenas com o que tem disponível em caixa, porém o resultado demonstra que a empresa realmente possui uma política de caixa frágil, o que é perigoso, pois, caso aconteça alguma crise ou problema econômico a empresa pode não conseguir arcar com suas obrigações, o que pode causar danos irreversíveis. Os indicadores justificam que a Pettenati, precisa rever seus investimentos estratégicos para 2020, buscando redução dos custos operacionais, revisão de todos os contratos e renegociação de prazos de pagamentos com o objetivo de dar maior equilíbrio financeiro. Os administradores disseram que a empresa vai se programar para fazer a redução dos custos e preservar seu caixapara atravessar esses tempos mais desafiadores. Quando foi feita a análise dos indicadores de estrutura de capital, na Composição do endividamento, o melhore resultado da empresa foi no ano de 2016, onde para cada 1,00 de obrigações de curto e longo prazo, a empresa tinha a pagar no curto prazo 0,61. Foi o melhor 36 resultado, porém, não deixou a empresa em uma posição satisfatória, pois, o saldo a pagar a curto prazo em relação as suas exigibilidades totais, era maior do que o longo prazo, o que demonstra que a empresa tem menos tempo para obter recursos que quitem seus compromissos a longo prazo, o que poderia melhorar a situação financeira da empresa e o risco incorrido. Sobre o grau de endividamento e participação do capital de terceiros, a Pettenati, está dependendo totalmente dos recursos de terceiros em todos os anos analisados, já que os saldos ultrapassam a base de 1,00 de dependência, tendo em 2016, 1,23, em 2017 1,07, 2018 o saldo de 1,03 em 2019 o saldo 1,01. Nas operações, a empresa também demonstra dependência dos recursos de terceiros em mais de 50%. Sobre a análise dos recursos utilizados, a empresa utiliza em média 50% de recursos de terceiros e 50% de recursos próprios. Nos anos analisados, a Pettenati manteve alocado em itens do imobilizado e intangível praticamente todo o seu capital próprio, o que não beneficia a empresa, pois, em momentos de emergência, haverá grande dificuldade de transformar os ativos permanentes em liquidez para auxílio na reestruturação. O mesmo pode ser dito sobre a imobilização de recursos não recorrentes, a empresa possui grande alocação de recursos no ativo permanente, financiados com capital próprio. É compreensível que os elementos do Ativo Permanente possuem normalmente uma vida útil muito engessada, logo, não é viável a sua aquisição com recursos próprios. Os investimentos no imobilizado preferencialmente deveriam ser feitos com recursos captados através de financiamentos de longo prazo, o que não ocorre na Pettenati. Esse é mais um item a ser repensado pelo Conselho de Planejamento da empresa. A empresa precisa rever a captação de recursos com a finalidade de proteger seu caixa, que não possui saldo significativo para suportar períodos turbulentos. Além disso a política de capital de giro também está deixando a desejar. Sobre os índices de rentabilidade, a empresa não obteve bom desempenho nos anos analisados. Em destaque o ano de 2019 onde o volume de exportação, teve um aumento quando comparado ao mesmo período do exercício anterior. Os custos se mantiveram praticamente no mesmo valor em 2018 e 2019, houve um pequeno aumento no lucro, porém, o aumento com as despesas Comerciais e administrativas impediu que o valor de retorno de lucros fosse maior, deixando o retorno sobre o capital e as margens brutas e liquidas a baixo do esperado. Também houve aumento nas despesas financeiras, o que pode ser atribuído ao aumento da conta de empréstimos e financiamentos. As vendas reagiram positivamente em função dos ajustes realizados pela Companhia somados a recuperação do mercado interno. A rentabilidade do ativo cresceu, juntamente com 37 o retorno do capital próprio que apresentou pequena melhora, porém, conforme já mencionado, o aumento das despesas manteve as margens brutas e líquidas baixas, porém a empresa conseguiu encerrar o exercício de 2019 com um lucro líquido maior do que nos anos de 2016, 2017 e 2018. Quanto aos índices de atividade, houve descontrole no ciclo financeiro, porém, a empresa já compreendeu a necessidade de investir em capital de giro, negociar melhor o prazo médio de pagamento de fornecedores, aplicar um programa de qualificação dos estoques, uma melhor manutenção da baixa inadimplência de clientes e controle proativo dos recebíveis. Estas ações serão fundamentais para uma melhora significativa para o próximo ano, para que consequentemente haja a preservação da saúde financeira da empresa. Ao final das análises ficou claro que a empresa estava sem um plano efetivo para retorno em 2017, 2018 e 2019. No final do exercício de 2019 a empresa conseguiu sobreviver, sem gerar prejuízos, o que deu fôlego e esperança para os administradores, que pretendem melhorar seus números em 2020, aproveitando a melhora prevista por especialistas, sobre o setor têxtil. A Pettenati irá aproveitar este momento para se reinventar, direcionando sua equipe de profissionais para focar em ações de melhoria buscando um desempenho superior, além da adequação de algumas linhas de produtos e o lançamento de novas linhas de tecidos. Estas ações estratégicas colocadas em prática, aliada a melhoria do cenário leva a empresa a acreditar que eles obterão resultados positivos para os próximos exercícios. 38 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Livro - Análise Das Demonstrações Contábeis Em IFRS e CPC - Facilitada E Sistematizada. 1ª ed. São Paulo: Atlas. 2019. ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico- financeiro. 11ª ed. 2a tiragem, São Paulo: Atlas, 2015. BRUNI, Adriano Leal. Análise Contábil e Financeira. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2014. JUNIOR, Biagio De Oliveira Mendes. Setor Têxtil – Produção, Comércio Internacional e Perspectivas Para Brasil, Nordeste, Ceará E Pernambuco em 2021. Caderno Setorial Etene. Disponível em: https://www.bnb.gov.br/s482-dspace/bitstream/123456789/954/1/ 2021_CDS_185.pdf. Acesso em 15/10/2021. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 11ª ed. São Paulo: Atlas, 2017. LINS, Luiz dos Santos & FILHO, José Francisco. Fundamentos e Análise das Demonstrações Contábeis: Uma abordagem interativa, 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2012. SEBRAE. O Setor de Vestuário espera momento positivo em 2021. Disponível em: https://respostas.sebrae.com.br/setor-de-vestuario-espera-momento-positivo-em-2021/. Acesso em 15/10/2021.