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17A Embriologia ao longo da história
Na segunda metade do século XVII, surge a Teoria do Ovismo, 
ou do Sistema de Ovos, em que o ovo era o elemento reprodutor e 
a participação do macho ocorria através da emissão de um vapor 
do esperma, chamado de aura seminalis. 
 • Harvey (1651): estudou o desenvolvimento do ovo de galinha 
e a formação inicial do feto dos mamíferos. Sacrificava fêmeas 
após o acasalamento e dissecava o aparelho reprodutor para a 
observação do feto. 
 • Sténon (1638-1686): demonstrou que os ovos dos mamíferos 
provinham do ovário, chamado de testículo-fêmea, e se desen-
volviam no útero. 
 • De Graaf (1641-1673): descreveu os folículos ovarianos em 
mamíferos. Estabeleceu a relação entre ovário–útero com os 
primeiros estádios do desenvolvimento do embrião.
Apesar das descobertas acima citadas, somando-se à observação 
de espermatozoides em vários grupos de vertebrados e invertebrados 
realizada por Hamm em 1677, ainda prevalecia no meio científico, 
até o século XVII, a ideia de que existia uma miniatura de embrião 
no gameta masculino, que era a base da Teoria da Pré-formação. 
Admitia-se que a miniatura do feto aumentava após a penetração 
do espermatozoide no gameta feminino. Os autores atribuíam ao 
espermatozoide o papel determinante na formação do feto, ou seja, 
o feto estaria pré-formado dentro do espermatozoide. A concepção 
dessa ideia foi defendida principalmente por Leeuwenhoeck (1677) 
e Hartsoeker (1694) através da representação do Homunculus 
(Figura 1.1).
Spallanzani (1729-1799) fez investigações a respeito do 
processo de fecundação em rãs e precisou que neste grupo 
ocorria a fecundação externa e que os ovos retirados do ovário não 
se desenvolviam espontaneamente. Seu experimento consistia em 
recolher, no momento do acasalamento das rãs, o que denominava 
de semente-macho, depositando-a sobre ovos virgens. Este pode 
ser considerado como um dos estudos primordiais de inseminação 
artificial (1777). Apesar de sua grande contribuição à Embriologia, 
Figura 1.1- Representação 
do homúnculo. Esperma-
tozoide contendo uma 
miniatura de ser humano no 
seu interior (Adaptado de: 
MOORE, 1984).
18 Embriologia Humana
Spallanzani não compreendeu a importância das suas experiências, 
pois tinha ideias preconcebidas, era ovista e pré-formista. 
A partir do século XVIII, iniciam-se os estudos científicos sobre 
o desenvolvimento anormal dos embriões. Foram feitos estudos 
com embriões para que estes apresentassem anomalias, dando as-
sim início ao que hoje se conhece como Teratologia, que significa 
o estudo de monstros (teratos = “monstro”, logos = “estudo”). 
Wolff (1733-1794) estudou o desenvolvimento de galinha ao 
microscópio e mostrou que os órgãos não são pré-formados, mas 
sim que se formam pouco a pouco ao longo do tempo. É neste 
século que nasce a ideia da transformação lenta e gradual no de-
senvolvimento das espécies e no decurso das épocas geológicas 
(Evolução). No século XIX, o aperfeiçoamento das técnicas, parti-
cularmente de microscopia, contribuiu para o estabelecimento da 
Teoria da Evolução, da Teoria Celular e das Leis de Mendel. 
Von Baer (1792-1876) dissecou ovários de cadela e identificou 
os folículos ovarianos. Mostrou que o ovo em desenvolvimento 
se divide em camadas de tecido, as quais darão origem aos órgãos 
do embrião. Identificou no embrião de vertebrados a corda dorsal.
Em 1817, Pander estudou os folículos germinais, posteriormen-
te denominados folhetos embrionários por Remak (1845), em 
virtude de sua posição externa (ectoderma), mediana (mesoder-
ma) ou interna (endoderma) no embrião.
Hertwig (1875) descreveu as seguintes fases do processo de 
fecundação: penetração de um único espermatozoide no game-
ta feminino; formação da membrana vitelina; individualização do 
núcleo espermático que se aproxima do núcleo-fêmea e com ele se 
funde; segmentação do ovo.
Os estudos acima apresentados são em sua grande maioria des-
critivos, correspondendo, portanto, à Embriologia Descritiva, for-
ma de análise que ainda não desapareceu totalmente. Porém, desde a 
segunda metade do século XIX, têm sido realizados estudos em que 
os pesquisadores buscam decifrar os mecanismos responsáveis pela 
formação do embrião. Têm início, então, as experiências com o mi-
croambiente do ovo, observando-se os efeitos de diferentes agentes 
externos sobre o desenvolvimento, a Embriologia Experimental.

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