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Manual_UTI_NEO_HCPA_2018

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HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE 
SERVIÇO DE NEONATOLOGIA 
MANUAL DE ROTINAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10ª Edição 
2018 
 
 
 
MANUAL DE ROTINAS  
Organizadores 
 
1ª Edição:  Carolina Frank Schlindwein  
2ª Edição:  Luciana Teixeira Fonseca e Luciana Alonzo Heidemann 
3ª Edição : Cláudia Ferri e Angela Dal Ross  
4ª Edição:  Cristiane Rigodanzo e Gabriela Freitas  
5ª Edição:  Luciana Sehn e Camila Maccari 
6ª Edição:  Filipe Dari Krüger e Luiza Brusius Renck  
7° Edição:  Fabiana Menezes, Laura Dornelles e Marjore Koslowski  
8º Edição : Geanine Gobo, Letícia Coppola e Luise Poitevin 
9° Edição: Bárbara Gracia, Carolina Comparin, Fabiola Olmi, Fernanda Storniolo, Laura                     
Rieck, Liana Andres 
10º Edição : Caroline Westphal, Gabriela Trindade, Flavia Enk, Ingrid Baumgarten, Mariana                     
Sehbe, Andiara Limberger, Fernanda Tannhauser, Gabriela Nunes, Felipe Maya, Valeska                   
Debastiani 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este manual é dedicado aos nossos pequenos pacientes, que nos inspiram a buscar a 
excelência no cuidado todos os dias 
 
 
 
   
SERVIÇO DE NEONATOLOGIA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE                                                                                     1 
 
 
MANUAL DE ROTINAS  
SUMÁRIO 
 
ATENDIMENTO INICIAL AO RECÉM­NASCIDO 
ATENDIMENTO AO RECÉM NASCIDO EM SALA DE PARTO  5 
REANIMAÇÃO NEONATAL  7 
Divisão de tarefas no atendimento em sala de parto de segunda a sexta, das 8 às 18h  9 
REANIMAÇÃO DE RECÉM­NASCIDO ≥ 34 SEMANAS  10 
REANIMAÇÃO DE RECÉM­NASCIDO PREMATURO ≤ 24 SEMANAS  11 
CÁLCULO DE IDADE GESTACIONAL  14 
Método de Capurro – RN com mais de 1500g de peso de nascimento  14 
Método de New Ballard – RN com menos de 1500g de peso de nascimento  15 
Idade gestacional final  16 
ADEQUAÇÃO DO PESO X IDADE GESTACIONAL  16 
CURVA DE FENTON ­ MENINAS  17 
CURVA DE FENTON ­ MENINOS  18 
PRESCRIÇÃO DO RN SADIO NO BERÇÁRIO  19 
ROTINAS DE ALOJAMENTO CONJUNTO  20 
INTERNAÇÕES NA NEONATOLOGIA  22 
VOLUME DE MANUTENÇÃO  23 
PERDAS INSENSÍVEIS  23 
TEMPERATURA DA INCUBADORA  24 
TRATAMENTO DA HIPOGLICEMIA  25 
TRATAMENTO ENDOVENOSO DA HIPOGLICEMIA  25 
TRATAMENTO DA ICTERÍCIA NEONATAL – RN ≥ 35SEMANAS  27 
NOMOGRAMA DE BHUTANI  27 
INDICAÇÃO DE FOTOTERAPIA  27 
INDICAÇÃO DE EXSANGÜINEOTRANSFUSÃO  28 
TRATAMENTO DA ICTERÍCIA NEONATAL – RN < 35 SEMANAS  29 
EXSANGUINEOTRANSFUSÃO  30 
Indicações de Imunoglobulina  32 
DROGAS DE INFUSÃO CONTÍNUA  33 
TESTE DO CORAÇÃOZINHO  34 
ATENÇÃO INTEGRAL AO PREMATURO 
MANUSEIO MÍNIMO DO RN PREMATURO  35 
APNÉIA DA PREMATURIDADE  38 
OBJETIVOS DA ALIMENTAÇÃO DO PMT  39 
ROTINAS EM RNS PREMATUROS (<1500g e/ou <32sem)  39 
ROTINA DE VACINAS PARA PREMATUROS  40 
Palivizumab:  40 
INDICAÇÃO COLOSTROTERAPIA  41 
FISIOTERAPIA MOTORA PARA OSTEOPENIA DA PREMATURIDADE  42 
NA ALTA DOS PREMATUROS <1500g NÃO ESQUECER  43 
 
SERVIÇO DE NEONATOLOGIA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE                                                                                     2 
 
 
MANUAL DE ROTINAS  
RENAL/HIDROELETROLÍTICO 
DISTÚRBIOS ELETROLÍTICOS  44 
Correção da acidose metabólica  46 
FUNÇÃO RENAL  47 
MANEJO DE HIDRONEFROSE NEONATAL  48 
NUTRIÇÃO 
NUTRIÇÃO PARENTERAL (NP) NO RECÉM­NASCIDO  49 
9. MONITORIZAÇÃO  59 
NUTRIÇÃO PARENTERAL PADRÃO  6 2 
NEUROLÓGICO 
HIPOTERMIA TERAPÊUTICA  63 
Fluxograma de reaquecimento  69 
TRATAMENTO DE CRISES CONVULSIVAS  70 
ANALGESIA NA UTI NEONATAL  71 
Procedimentos  75 
INFECCIOSO 
TRIAGEM PARA SEPSE NEONATAL  76 
INDICAÇÃO DE ANTIBIOTICOTERAPIA NA SEPSE NEONATAL PRECOCE  78 
PROTOCOLO DO MANEJO DA SEPSE NEONATAL  79 
DOSES DE ANTIBIÓTICOS  81 
USO DE FILGRASTIMA  83 
CRITÉRIOS PARA TRATAMENTO ANTIFÚNGICO  84 
DOSES DE ANTIFÚNGICOS  85 
VENTILATÓRIO 
CONCENTRAÇÃO DE O2 NA CAMPÂNULA  86 
CÂNULA NASAL DE ALTO FLUXO  87 
INDICAÇÕES DE SURFACTANTE E CPAP NASAL PRECOCE  88 
ADMINISTRAÇÃO DE SURFACTANTE PELA TÉCNICA MINIMAMENTE INVASIVA (MIST)  88 
VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO­INVASIVA (VMNI)  90 
VENTILAÇÃO DE ALTA FREQUÊNCIA  91 
ASSISTÊNCIA VENTILATÓRIA AJUSTADA NEURALMENTE (NAVA)  92 
OXIGENAÇÃO POR MEMBRANA EXTRACORPÓREA (ECMO) NEONATAL  95 
CHECKLIST PARA CANULAÇÃO DE PACIENTES EM ECMO  96 
CHECKLIST PARA MUDANÇAS DE CIRCUITO  97 
CHECKLIST PARA DECANULAÇÃO DE PACIENTES EM ECMO  97 
DISPLASIA BRONCOPULMONAR  99 
CARDIOVASCULAR 
MANEJO DA HIPERTENSÃO PULMONAR PERSISTENTE DO RECÉM­NASCIDO  100 
CHOQUE SÉPTICO  104 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DO PCA  105 
MANEJO DA HIPOTENSÃO DO PREMATURO < 29 SEMANAS NAS PRIMEIRAS 72 HORAS DE VIDA  106 
VALORES SUGERIDOS DE PAM PARA DIAGNÓSTICO DE HIPOTENSÃO DO RN  107 
SERVIÇO DE NEONATOLOGIA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE                                                                                     3 
 
 
MANUAL DE ROTINAS  
CRITÉRIOS DE TRANSFUSÃO DE HEMOCOMPONENTES  108 
ENDÓCRINO 
HORMÔNIOS TIREOIDEANOS ­ VALORES DE REFERÊNCIA  109 
ASSISTÊNCIA AO PACIENTE COM ANOMALIA DA DIFERENCIAÇÃO SEXUAL  110 
INFECÇÕES CONGÊNITAS/EXPOSIÇÃO PRÉ­NATAL 
EXPOSIÇÃO AO HIV  112 
PROTOCOLO PARA A ORIENTAÇÃO DE ALTA DE RNS EXPOSTOS  113 
TOXOPLASMOSE CONGÊNITA  115 
USO DE IMUNOGLOBULINA PARA TÉTANO  117 
SÍFILIS CONGÊNITA  118 
MANEJO DO RECÉM­NASCIDO DE MÃE USUÁRIA DE CRACK, COCAÍNA OU MACONHA  120 
Escala Neonatal de Abstinência  121 
PROCEDIMENTOS 
CATETERISMO UMBILICAL  123 
Arterial (CAU)  123 
Venoso (CVU)  127 
Referências anatômicas  129 
ROTINA DE PASSAGEM DE PICC  130 
CIRURGIA PEDIÁTRICA 
ENTEROCOLITE NECROSANTE  135 
HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA  138 
CUIDADOS COM O PACIENTE CIRÚRGICO NEONATAL  139 
GENÉTICA 
ERROS INATOS DO METABOLISMO  141 
INVESTIGAÇÃO DE ANOMALIAS DA ORELHA EXTERNA  142 
INVESTIGAÇÃO DE FOSSETA SACRAL  143 
 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
ATENDIMENTO AO RECÉM NASCIDO EM SALA DE PARTO 
 
1) Revisar material de reanimação da sala de parto a cada atendimento: 
Cheklist  no POP de sala de parto no GEO e impresso na parede do CO 
 
2) Revisar carteirinha de pré­natal da gestante: 
Não usar apenas a cópia do “Acompanhar Gestações”, pois pode estar desatualizado ou                         
incompleto. Sempre conferir quais exames a obstetrícia solicitou para a mãe nesta internação                         
e, caso esteja faltando algum, comunicar o residente da GO para que sejam solicitados.                           
Conferir também as consultas no CO (atual e prévias) 
­ Indispensáveis: VDRL e anti­HIV ou TR HIV na admissão, HBsAG dos últimos 3 meses,                             
sorologia para toxoplasmose dos últimos 30 dias se mãe IgM e IgG NR. 
 
3) Presença do contratado: 
Solicitar a presença do contratado se: líquido amniótico meconial, prematuridade, condição                     
fetal não tranquilizadora, patologia já descrita no pré­natal, urgência obstétrica (prolapso de                       
cordão, descolamento de placenta, por exemplo), se algo não ocorrer como o esperado durante                           
o parto (período expulsivo prolongado, distócia, RN com vitalidade ruim) ou se quaisquer                         
dúvidas quando ao exame físico. 
 
4) Evolução: 
Lembrar que as notas de atendimento em sala de parto e primeiro exame físico do RN além de                                   
serem documentos oficiais e parte do prontuário do RN, servem como guia para a avaliação do                               
RN no alojamento conjunto, portanto é importante o preenchimento dos dados, evolução dos                         
acontecimentos em sala de parto e condutas tomadas, incluindo solicitação de exames.                       
Patologias prévias maternas, medicamentos usados durante a gestação, intercorrências do                   
pré­natal devem ser descritas. Confirmar com a obstetrícia estasinformações. RN com Apgar                         
menor ou igual a 7 no 5º minuto de vida devem ter registro da gasometria arterial de cordão e                                     
devem ser discutidos com os contratados quanto a observação ou liberação para mãe e                           
alojamento conjunto. 
 
5) Solicitação de exames em sala de parto: 
● Tipagem sanguínea e prova de coombs direta em sangue de cordão:  
○ Mãe sem tipagem sanguínea 
○ Mãe tipo O 
○ Mãe Rh negativo 
■ Confirmar com a enfermagem se foi coletado com sucesso o sangue de                       
cordão. Caso contrário, solicitar coleta sérica de urgência.  
○ Nos demais casos, não são necessárias coletas séricas quando não se tenha                       
amostra de sangue de cordão.  
○ Em todas as coletas de sangue de cordão, é preciso checar o resultado.  
○ Se incompatibilidade ABO ou RH, aferir bilirrubina transcutânea ou realizar                   
avaliação clínica de icterícia nas primeiras 12h de vida. 
● Triagem para sepse 
○ Vide  página 79 
● Raio­x: em caso de suspeita de fratura de clavícula ou de cefalohematoma, sempre                         
solicitar com urgência (RX RN crânio tem prioridade no laudo). Na dúvida, discutir com                           
contratado. 
● Consultorias: solicitar na sala de parto para não retardar a alta do AC. 
 
6) Prescrição de HGT: 
Prescrever (conforme indicado no sistema na opção “Cuidados” da prescrição) em casos de: 
● Mãe diabética (com ou sem tratamento); 
● Mãe usuária de beta­2 agonista durante a gestação; 
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MANUAL DE ROTINAS  
● RN GIG 
● RN PIG 
● Prematuridade (< 37 semanas) 
Nestes casos, é possível já deixar prescrito 15­20mL de fórmula láctea de primeiro semestre                           
por copinho apenas se HGT entre 30 e 40 na primeira aferição. 
 
7) Prescrição de nitrato de prata colírio (Credê): 
Prescrever apenas para RNs de bolsa rota, independente da via de parto. Não prescrever se                             
cesariana com bolsa rota no ato. 
 
8) Prescrição de AZT e Nevirapina: 
Consultar sempre o POP “Manejo do RN exposto ao HIV ou filhos de mãe HIV+”. Lembrando                               
que o RN deve receber a primeira dose das drogas idealmente antes do final da primeira hora                                 
de vida. Aspirar VAS apenas se muito necessário, realizar aspirado e lavado gástrico na sala                             
de parto e banho com água corrente imediatamente após o nascimento. Prescrever leite por                           
mamadeira, solicitar consultoria para psicologia e serviço social. 
 
9) Sorologia para CMV: 
Quando nascimento prematuro menor de 30 semanas, solicitar IgM e IgG CMV para mãe, ou                             
verificar status da situação materna, pois este exame é necessário para liberar colostroterapia. 
 
10) Assinatura definitiva do prontuário: 
Lembrar o doutorando de plantão sobre o preenchimento das medidas do RN e do teste do                               
coraçãozinho e a realização do teste do olhinho. Ao final do plantão, realizar a assinatura                             
definitiva do primeiro exame físico do RN. A não assinatura implica em problemas na                           
prescrição dos RNs na chegada ao AC. 
 
11) Evolução e passagem de plantão: 
Evoluir intercorrências do RN em CO ou no leito de observação na Neonatologia e as                             
condições de alta do RN. Caso sejam solicitados exames/consultorias/reavaliações, estes                   
devem ser vistos assim que liberados e ter os resultados evoluídos. Se os resultados não                             
tenham sido liberados até o final do plantão, estas informações devem ser passadas ao                           
próximo plantão.  
ATENÇÃO:  Se o RN está no CO por quaisquer motivos há mais de 18 horas, este deve ser                                   
reavaliado pelo residente da pediatria que está no CO, bem como evoluído e prescrito. 
 
12) Campo estéril em cesariana: 
Nestes casos, manter os campos de atendimento ao RN com a menor manipulação possível.                           
Ou seja, não abrir previamente o campo. Manter dobrados sobre o berço aquecido e abrir                             
somente no momento de buscar o RN. Esta seria uma medida para evitar a contaminação dos                               
obstetras que, inevitavelmente, tocam nos campos do RN. 
 
13) Atenção para NR­32: 
No CO, não é permitido uso de nenhum adorno, cabelos soltos,  crocs abertos ou roupas                             
embaixo das roupas de bloco. É necessário uso de sapatos fechados inclusive no calcanhar. 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
REANIMAÇÃO NEONATAL 
 
Os objetivos são: 
● Tornar a reanimação mais fácil e rápida; 
● Evitar danos permanentes (cerebral e em outros órgãos); 
● Manter o recém nascido em condições ótimas; 
● Diminuir perda de calor; 
● Manter vias aéreas desobstruídas; 
● Avaliar vitalidade. 
 
Materiais da sala de parto: 
● Fonte de calor radiante e incubadora de transporte. 
● Fontes de O 2 , ar e vácuo 
● Material para aspiração – sondas e  ayre . 
● Material para ventilação – máscaras tamanhos 00 e 01, ventilador manual com 
pressão positiva ( Baby puff ), e balão para ventilação com manômetro. 
● Material para intubação ­ laringoscópio com lâminas 00, 0 e 1. Tubos 
endotraqueais 2,5, 3,0, 3,5 e 4,0. Pinça de McGill. Pilhas de reserva. Cânula de 
Guedel. 
 
Medicações e orientação de diluição: 
● Adrenalina: 
○ Diluição: concentração 1/10.000 (0,1 mg/mL) em ambas vias de administração.  
○ Preparo: 1 ml de adrenalina + 9 ml SF0,9%. Passar para seringa de 1 ml. 
○ Dose: 
■ IV (via preferencial): 0,1 ml a 0,3 ml/kg da diluição ou 0,01 a 0,03 mg/kg. 
■ Traqueal: apenas uma dose de 0,5ml a 1 ml/kg da diluição ou 0,05 a 
0,1 mg/kg.  
○ Enquanto está sendo obtido acesso venoso, pode ser considerada a via 
traqueal para a administração de adrenalina, mas a segurança e a eficácia 
não são bem definidas. 
● Soro Fisiológico:  Dose: 10 ml/kg IV  
 
Material de proteção:  avental, máscara, gorro, luvas e óculos. Para nascimentos com 
peso estimado menor que 1,500 gramas usar avental e luvas estéreis. 
● Saco plástico; 
● Touca para recém nascido; 
● Clamp  de cordão e fita umbilical; 
● Material para cateterização de vasos umbilicais; 
● Estetoscópio; 
● Oxímetro de pulso e fita para fixação; 
● Balança. 
 
 
 
 
 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
Atendimento em sala de parto: 
Para o atendimento de recém­nascidos  sem risco identificado  antes do nascimento usaremos 
o seguinte esquema 1 de organização:   
 
 
 
ATENÇÃO : A prioridade é a permanência do recém­nascido estável com sua mãe. 
 
Para  casos de risco identificados antes do nascimento, aplicar  checklist no preparo para o                           
atendimento. Realizar  briefing e  debriefing para melhora na comunicação e, consequente,                     
resultados  aprendizado. Nestes casos, usar o esquema 2 de organização de sala de parto: 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MANUAL DE ROTINAS  
Divisão de tarefas no atendimento em sala de parto de segunda a sexta, das 8 às 18h 
 
Condições do 
RN  Médico 1  Médico 2  Médico 3  Supervisão  OBS 
A termo, sem 
patologias 
graves descritas 
R1 ped  R3 ped    Contratado*   
Prematuro > 32 
e < 37  R3 ped  R1 ped    ContratadoMaiores de 32 
semanas com 
patologia grave 
descrita no pré 
natal ou 
urgências 
obstétricas 
R3 ped**  R1 ped  R Neo  Contratado   
R Neo  R3 ped  R Neo  Contratado  R1 ped assiste em sala 
Prematuro < 32 
e/ou PN ≤ 
1500g 
R Neo  R3 ped  R Neo  Contratado  R1 ped assiste em sala 
* contratado presente nos casos indicados pelas normas do serviço de Neonatologia 
** nas manhãs de segundas, quintas e sextas­feiras 
 
As diretrizes para atendimento são baseadas nas recomendações da American Heart                     
Association e Sociedade Brasileira de Pediatria para atendimento de recém­nascidos a termo e                         
prematuros, adaptadas ao contexto local  
● Para recém­nascidos não comprometidos (com freqüência cardíaca e respiratória                 
adequadas e boa vitalidade), clampear o cordão pelo menos após 1 minuto de vida e até                               
3 minutos. 
● Iniciar a reanimação usando ar ambiente (21% de O2) nos recém­nascidos a termo e                           
com 21 a 30% de O2 em recém­nascidos menores de 34 semanas. 
● Usar oxímetro de pulso no membro superior direito (pré ductal) para guiar a necessidade                           
de oxigenioterapia. 
● Bebês com menos de 1,500 gramas devem ser cobertos com saco plástico e touca. O                             
atendimento (ventilação, punção, oximetria de pulso e clampeamento de cordão) deve                     
ser feito por pequenas aberturas feitas pelas pessoas envolvidas no procedimento.  
● Hipotermia terapêutica deve ser oferecida para recém­nascidos  maiores de 35 semanas                     
de gestação e  maiores de 1800 gramas, com encefalopatia hipóxico­isquêmica,                   
conforme protocolo específico.  
Para os casos de prematuridade extrema consultar protocolo específico com as orientações de                         
reanimação e cuidados paliativos em sala de parto.   
Descontinuidade da Reanimação: 
Em um recém nascido sem freqüência cardíaca detectável, é apropriado considerar                     
encerramento da reanimação após 10 minutos de manobras sem detecção de batimentos. A                         
decisão de manter reanimação deve levar em conta considerações como a etiologia da parada                           
cardíaca, dados da gestação, a presença de complicações, a possibilidade de hipotermia                       
terapêutica e o sentimento dos pais previamente expressados sobre a possibilidade de                       
morbimortalidade. 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
REANIMAÇÃO DE RECÉM­NASCIDO ≥ 34 SEMANAS 
 
 
   
SERVIÇO DE NEONATOLOGIA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE                                                                                     10 
 
 
MANUAL DE ROTINAS  
REANIMAÇÃO DE RECÉM­NASCIDO PREMATURO ≤ 24 SEMANAS 
 
 
 
 
   
SERVIÇO DE NEONATOLOGIA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE                                                                                     11 
 
 
MANUAL DE ROTINAS  
Este protocolo destina­se ao atendimento de gestações no limite da viabilidade (entre 20 e                           
24 semanas de gestação) com sinais, iminentes ou não de nascimento neste período, e seus                             
recém­nascidos. 
Todos os planos de atendimento devem ser acordados entre a  Equipe de Perinatologia                         
(obstetras e neonatologistas), discutidos com os pais e registrados em prontuário, mesmo que                         
não seja um nascimento iminente. Sempre registrar também o grau de compreensão dos pais                           
sobre as informações oferecidas garantindo que a comunicação foi efetiva. 
As observações numeradas de 1 a 3 ao longo do fluxograma, e explicadas abaixo                           
deste, são apresentadas em ordem de soberania, que deve ser respeitada conforme o                         
Direito à Autonomia do Paciente. 
Importante salientar que o aconselhamento, e discussão do caso com os pais, deve                         
continuar mesmo após o nascimento. Fornecer aos pais, se solicitados, dados locais ou                         
externos sobre riscos e sobrevida. Esclarecer que intervenções obstétricas ou neonatais devem                       
ser indicadas julgando risco versus benefício. Chamar suporte psicológico na internação                     
materna em centro obstétrico. Em casos de indisponibilidade do  Serviço de Psicologia , pode                         
ser chamado o  Grupo de Cuidados Paliativos , que funciona com sobreaviso. 
Na discussão de  Cuidado Paliativo , esclarecer aos pais as diferenças entre este, e o                           
“não cuidado”. A compreensão dos cuidados paliativos, e o suporte centralizado na família, são                           
aspectos importantes na atenção à saúde. Identificar que os desejos familiares podem receber                         
influências religiosas e culturais. Importante também enfatizar que nenhuma das decisões é                       
irrevogável, principalmente se ocorrerem modificações clínicas. 
A divisão entre as populações de recém­nascidos periviáveis é um ponto de corte                         
arbitrário que não reflete obrigatoriamente a maturação e crescimento contínuos de um feto. E,                           
por similaridade, a resposta de prematuro ao nascimento não pode ser predita antes deste. (6)                             
Sendo assim, os pacientes limítrofes devem ser avaliados com a possibilidade de terem                         
características que tendam à população mais próxima. Os dados disponíveis da história                       
materna que variam a maturidade fetal podem ajudar na avaliação de cada caso. 
Devemos promover meios que auxiliem as famílias a lidar com o luto, entre elas, oferecer                             
suporte psicológico, espiritual, social conforme suas necessidades. Entre as medidas para o                       
melhor manejo do luto está permitir que o recém­nascido, morto ou em cuidados paliativos,                           
permaneça com sua família em ambiente privado e com o suporte indicado. 
 
Este protocolo foi submetido, e aceito, pelas Câmaras Técnicas de Ginecologia e 
Obstetrícia e Pediatria do CREMERS. 
 
 
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MANUAL DE ROTINAS  
Lembrar de: 
● Enviar placenta para exame anatomopatológico em todos os nascimentos deste grupo, 
como ocorre em nascimentos maiores de 24 semanas. 
● Sempre oferecer exame de necropsia do concepto para os pais, lembrando que este                         
precisa, não apenas da autorização verbal destes, como também, a assinatura dos                       
documentos de solicitação. 
● Emitir a  DNV  sempre que nascido vivo, mesmo que por poucos minutos. 
● Emitir a  DO  nas seguintes situações: 
1. Quando a criança nascer viva e morrer logo após o nascimento,                     
independentemente da duração da gestação, do peso do recém­ nascido e do tempo que tenha                             
permanecido vivo. 
2. No óbito fetal, se a gestação tiver duração igual ou superior a 20 semanas, ou o                               
feto com peso igual ou superior a 500 gramas, ou estatura igual ou superior a 25 centímetros.                                 
Em caso de morte fetal, os médicos que prestaram assistência à mãe ficam obrigados a                             
fornecer a DO. 
 
Nota:  A legislação atualmente existente permite que, na prática, a emissão da DO seja 
facultativa para os casos em que a família queira realizar o sepultamento do produto de 
concepção. 
 
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CÁLCULO DE IDADE GESTACIONAL 
Método de Capurro – RN com mais de 1500g de peso de nascimento 
● Textura da pele 
○ 0: Muito fina 
○ 5: Fina e lisa 
○ 10: Algo mais grossa e discreta descamação superficial 
○ 15: Grossa com sulcos superficiais, descamação em mãos e pés 
○ 20: Grossa, apergaminhada com sulcos profundos 
 
● Forma da orelha 
○ 0: Chata, disforme, pavilhão não encurvado 
○ 8: Pavilhão facilmente encurvado no bordo 
○ 16:  Pavilhão parcialmente encurvado em toda parte superior 
○ 24:  Pavilhão totalmente encurvado 
 
● Glândula mamária 
○ 0: Não palpável 
○ 5: Palpável menor que 5mm 
○ 10: Entre 5 a 10 mm 
○ 15: Maior do que 10mm 
 
● Pregas plantares 
○ 0: Sem pregas 
○ 5: Marcas mal definidas na parte anterior da planta 
○ 10: Marcas bem definidas na metade anterior e sulcos no terço anterior 
○ 15: Sulcos na metade anterior da planta 
○ 20: Sulcos mais da metade anterior da planta 
 
● Formação do mamilo 
○ 1: Apenas visível, sem aréola 
○ 5: Mamilo bem definido, aréola lisa e diâm<7,5mm 
○ 10: Mamilo bem definido, aréola pontilhada, bordo elevado, diâmetro < 7,5mm 
○ 15: Mamilo bem definido, aréola pontilhada, bordo elevado, diâmetro > 7,5mm 
 
 
Cálculo : (Escore + 204) ∕ 7 =  _ sem +  _ dias 
 
   
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Método de New Ballard – RN com menos de 1500g de peso de nascimento 
 
Classificação da 
Maturidade 
 
 
Escore 
 
Semanas 
 
­10 
 
20 
 
­5 
 
22 
 
0 
 
24 
 
5 
 
26 
 
10 
 
28 
 
15 
 
30 
 
20 
 
32 
 
25 
 
34 
 
30 
 
36 
 
35 
 
38 
 
40 
 
40 
 
45 
 
42 
 
50 
 
44 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
Idade gestacional final 
● Considera­se 
○ Idade gestacional  obstétrica  se a mãe tiver eco precoce (até 12 semanas) e 
se a diferença em relação ao Capurro for  ≤   2 sem. 
○ Capurro ou Ballard  se a mãe não tiver eco precoce ou a se diferença em 
relação à IGO for  ≥   2 sem. 
 
Idade gestacional corrigida (IGc) 
IGc = Idade gestacional ao nascimento + idade cronológica 
 
ADEQUAÇÃO DO PESO X IDADE GESTACIONAL 
 
 
Recém­nascidos pequenos para idade gestacional (peso inferior a p10): 
● Determinar se PIG simétrico ou assimétrico 
○ Utilizando a curva de Fenton: 
■ Simétrico: perímetro cefálico, estatura e peso < p10 
■ Assimétrico: perímetro cefálico > p10, estatura e peso < p10 
○ Utilizando o índice ponderal: 
■ Peso ao nascimento (gramas)³  x 100 
Comprimento (centímetros) 
■ > 2,4 = PIG simétrico 
■ < 2,4 = PIG assimétrico 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
CURVA DE FENTON ­ MENINAS 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
CURVA DE FENTON ­ MENINOS 
 
 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
PRESCRIÇÃO DO RN SADIO NO BERÇÁRIO 
 
● Dieta: 
○ Leite materno (à vontade se FR  ≤   60 mpm) / Seio materno livre demanda 
 
● Cuidados: 
○ Controle de sinais vitais, 6/6h 
○ Balanço hídrico total, 1x/dia 
○ Comunicar se febre  ≥   37,8°C, contínuo 
○ Peso à noite, 1x/dia 
○ Álcool a 70%, aplicar no coto umbilical, 4x/dia 
 
● Medicamentos: 
○ Vacina anti­hepatite B para neonatos 20mcg/mL: Administrar 0,5 mL, IM, 1x, dose 
única. 
○ Vitamina K IM ou SC, 10mg/mL: Administrar 1 mg, IM, 1x, dose única. 
○ Nitrato de prata 1% solução oftalmológica: Administrar 1 gt, VC, 1x (1 gt 
em cada olho), dose única. 
 
➔   Se RN PMT ou PIG: HGT com 1, 2, 4, 8, 12, 24, 48 e 72 h de vida. 
➔   Se RN GIG ou filho de mãe diabética ou uso de salbutamol: HGT 
com 1, 2, 4, 8, 12 e 24 h de vida. 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
ROTINAS DE ALOJAMENTO CONJUNTO 
● Conferir se mãe tem algum fator de risco para infecção (vide protocolo de sepse ­ página                               
79). Se sim, solicitar HMG, HMC e PCR para o RN. 
● Se mãe TS O ou Rh negativo, conferir tipagem sanguínea do RN. 
● Conferir se mãe possui alguma contra­indicação ao aleitamento materno (ex.:                   
drogadição ou uso de alguma medicação específica). 
● Mães drogaditas ou HIV(+) devem ser acompanhadas pelo Serviço Social e,                     
dependendo do caso, pela Psicologia Gineco­Obstétrica. 
● Conferir sorologias maternas. Se não houver sorologias de 3° trimestre, estas devem ter                         
sido solicitadas pela equipe obstétrica. 
● Se mãe com infecção aguda por toxoplasmose, solicitar sorologias para o RN,                       
juntamente com ecografia cerebral e avaliação oftalmológica. 
● Se RN com algum fator de risco para hipoglicemia, conferir se está prescrita a rotina de                               
HGTs. 
● Se mãe primípara ou com qualquer dificuldade para amamentar, solicitar consultoria                     
para a equipe da amamentação. No item de consultoria da prescrição, a sigla é EMT. 
● Conferir se foi realizado Teste do Olhinho pelo doutorando durante o 1° exame físico do                             
RN. Se este não foi realizado ou se foi duvidoso, repetir no AC. Se continuar duvidoso,                               
solicitar consultoria para oftalmologia. 
● Também nesta folha, conferir se houve o achado de alguma alteração no 1° exame físico                             
que deva ser tomada alguma conduta  (pé torto, dismorfias, criptorquidia, hipospádia,                     
etc) . 
● Se RN não realizou Teste da Orelhinha até o momento da alta, orientar retorno entre                             
segunda e sexta­feira das 7h às 9:30h no 11 sul para a realização do teste. 
● Os bebês que falharam no Teste da Orelhinha são orientados a retornar para reteste em                             
data já pré­marcada pela equipe de Fonoaudiologia. 
● Para os RNs ictéricos: a dosar bilirrubinas transcutânea (Bilicheck), costuma ser cerca 
de 4 pontos abaixo da sérica. A curva de Bhutani está afixada na parede acima dos 
computadore 
 
● As altas devem ser dadas até as 10h da manhã, quando o RN estiver em condições e                                 
fechar 48h até as 20h do mesmo dia. Qualquer intercorrência deve ser discutida com os                             
professores no round. 
 
● Preenchimento da carteira do RN: 
○ Completar as páginas 38 e 39. 
○ Tipo de gestação, número de consultas de pré­natal, resultado das sorologias                     
maternas no pré­natal e durante a internação (HIV e VDRL). 
○ Tipo de parto (se for cesárea, justificar), local do nascimento e quem atendeu o 
RN. 
○ Dados gerais do nascimento: tipagem sanguínea da mãe e do RN (se houver),                         
data e peso da alta, resultado do Teste do Olhinho, Ortolani, Teste da Orelhinha,                           
tipo de alimentação na alta. 
 
● Preenchimento do Sumário de Alta: 
○ Completar os itens de sorologias maternas, tempo de bolsa rota e aspecto do                         
líquido amniótico, tipo de parto, capurro, tipagem sanguínea do RN (se houver) e                         
peso de alta. Colocar também o resultado do Teste do Olhinho e da Orelhinha.                           
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MANUAL DE ROTINAS  
Orientar os doutorandos a colocação de um próximo parágrafo incluindo a                     
descrição de quaisquer intercorrências que tenham ocorrido durante a internação,                   
resultados de exames, presença de icterícia no momento da alta com resultado                       
de bilicheck, etc. 
○ É importante orientar verbalmente as mães com alta em relação à amamentação                       
exclusiva, higiene do coto umbilical e revisão no posto de saúde em 7 dias (ou                             
antes, se alguma necessidade específica). 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
INTERNAÇÕES NA NEONATOLOGIA 
 
Todas as internações na Neonatologia são de responsabilidade do residente de plantão. 
A internação deve ser realizada na  ANAMNESE , e deve incluir: 
● Antecedentes obstétricos 
○ Informações sobre pré­natal da mãe, exames realizados, comorbidades               
maternas, uso de medicações, intercorrências ocorridas na gestação 
● Dados de nascimento do RN  
○ Tipo de parto, tempo de bolsa rota, aspecto do líquido, condições do                       
nascimento, necessidade de manobras de reanimação, peso, Apgar, horário                 
de nascimento 
○ IG pediátrica (Capurro / Ballard) e adequação do peso 
○ Exame físico completo e sinais vitais no momento da admissão 
● Se RN proveniente de outro hospital, descrever sumariamente intercorrências no                   
hospital de origem 
● Se RN proveniente do alojamento conjunto, revisar sua evolução antes da                     
internação 
● Concluir com hipóteses diagnósticas e conduta 
● Preencher o “EXAME FÍSICO DO RECÉM­NASCIDO” com medidas               
antropométricas e sinais vitais no sistema caso o mesmo não tenha sido realizado                         
pelo doutorando. O exame deve ser assinado assim que todas as informações                       
forem preenchidas.  
● Discutir com contrato e/ou residentes da neonatologia TODAS as internações para                     
definir condutas e exames adicionais a serem solicitados. 
● Todos os RNs que internam devem ter seu nome, leito, data e motivo de internação                             
escritos no quadro que está presente no quarto dos residentes para serem                       
divididos entre as equipes na manhã seguinte.  
 
 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
VOLUME DE MANUTENÇÃO 
 
● RN a termo 
 
1 dia de vida  2 dias de vida  3 dias de vida  4 dias de vida 
RHD (mL/Kg/dia)  70  80  100  120 ­ 150 
 
 
● RN prematuro 
 
RHD (mL/Kg/dia)  0–2  dias de vida 
3  
dias de vida 
15–20  
dias de vida 
750 – 1000g  105  140  140 
1001 – 1250g  100  130  140 
1251 – 1500g  90  120  130 
1501 – 1750g  80  110  130 
1751 – 2000g  80  110  130 
 
PERDAS INSENSÍVEIS 
 
RN em incubadora (em ml/kg/dia): 
 
Idade/PN  500­750g  750­1000g  1000­1250g  1250­1500g  1500­1750g  1750­2000g 
0­7 dias  100  65  55  40  20  15 
7­14 dias  80  60  50  40  30  20 
 
ATENÇÃO! 
Fatores que influenciam a perda hídrica: 
● Aumentam 
○ Fototerapia: até 40% 
○ Uso de aquecedor radiante: até 50% 
○ Febre 
● Diminuem 
○ Uso de gases umidificados nos respiradores 
○ Umidificação nas incubadoras 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
TEMPERATURA DA INCUBADORA 
 
TEMPERATURAS DE AMBIENTE TÉRMICO NEUTRO 
Idade  Peso  Temperatura inicial (°C)  Variação de temperatura 
 
0­6 horas 
< 1200g  35  34­35,4 
1200­1500g  34,1  33,9­34,4 
1501­2500g  33,4  32,8­33,8 
>2500g  32,9  32­33,8 
 
6­12h 
<1200g  35  34­35,4 
1200­1500g  34  33,5­34,4 
1501­2500  33,1  32,2­33,8 
>2500  32,8  31,4­33,8 
 
12­24h 
< 1200g  34  34­35,4 
1200­1500g  33,8  33,3­34,3 
1501­2500g  32,8  31,8­33,8 
>2500g  32,4  31­33,7 
 
24­36h 
< 1200g  34  34­35 
1200­1500g  33,6  33,1­34,2 
1501­2500g  32,6  31,6­33,6 
>2500g  32,1  30,7­33,5 
 
36­48h 
< 1200g  34  34­35 
1200­1500g  33,5  33­34,1 
1501­2500g  32,5  31,4­33,5 
>2500g  31,9  30,5­33,3 
 
48­72h 
< 1200g  34  34­35 
1200­1500g  33,5  33­34 
1501­2500g  32,3  31,2­33,4 
>2500g  31,7  30,1­33,2 
 
72­96h 
< 1200g  34  34­35 
1200­1500g  33,5  33­34 
1501­2500g  32,2  31,1­33,2 
>2500g  31,3  29,8­32,8 
4­12 dias  <1500  33,5  33­34 
1501­2500g  32,1  31­33,2 
4­5 dias   
>2500g 
31  29,5­32,6 
5­6 dias  30,9  29,4­32,3 
6­8 dias  30,6  29­32,2 
8­10 dias  30,3  29­31,8 
10­12 dias  30,1  29­31,4 
 
12­14 dias 
<1500g  33,5  32,6­34 
1501­2500g  32,1  31­33,2 
>2500g  29,8  29­30,8 
2­3 semanas  <1500g  33,1  32,2­34 
1501­2500g  31,7  30,5­33 
3­4 semanas  <1500g  32,6  31,6­33,6 
1501­2500g  31,4  30­32,7 
4­5 semanas  <1500g  32  31,2­33 
1501­2500g  30,9  29,5­32,2 
5­6 semanas  <1500g  31,4  30,6­32,3 
1501­2500g  30,4  29­31,8 
 
 
   
SERVIÇO DE NEONATOLOGIA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE                                                                                     24 
 
 
MANUAL DE ROTINAS  
TRATAMENTO DA HIPOGLICEMIA 
 
RN SINTOMÁTICO COM HGT < 40mg∕dl = internar 
1. Infusão endovenosa em “push” de 200mg/kg de glicose (2ml/kg de soro glicosado a 10%) 
em um minuto. 
2. Instalação de soro glicosado com TIG de 8 mg/kg/min 
3. Diminuição da infusão de glicose lentamente controlada por HGT a cada 2h (reduzir 1 
mg/kg/min por vez), conforme esquema a seguir: 
HGT > 50: diminuir TIG 
HGT entre 40­50: manter TIG 
HGT < 40: repetir push e aumentar TIG 
RN ASSINTOMÁTICO E DE RISCO : 
(PIG, GIG, Filhos de mães diabéticas, prematuros tardios 34sem ­ 36sem + 6d) 
Nascimento até 4 horas de vida  De 4 a 24 horas de vida 
Oferecer seio materno após o nascimento 
Hgt na 1ª hora de vida 
RN sendo alimentado a cada 2­3h 
Hgt antes de cada alimentação 
 
HGT < 40mg/dl  HGT < 40mg/dl 
Alimentar com FL e novo HGT em 30 min  Alimentar com FL e novo HGT em 30 min 
HGT < 30mg/dl  HGT 30­40mg/dl  HGT < 40mg/dl  HGT 40­45mg/dl 
Internação  Realimentar com FL  Internação  Realimentar com FL 
+  Novo Hgt em 30  +  Novo Hgt em 30 min 
push glicose IV 200mg/kg  min  push glicose IV 200mg/kg de 
de glicose  glicose 
+  + 
infusão contínua com TIG 8  HGT 30­40mg∕dl  infusão contínua com TIG 8  HGT 40­45mg/dl 
Internação  Internação 
+  + 
push glicose IV  push glicose IV 
200mg/kg de  200mg/kg de glicose 
glicose  + 
+  infusão contínua 
infusão contínua  com TIG 8 
com TIG 8 
 
 
 
   
SERVIÇO DE NEONATOLOGIA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE                                                                                     25 
 
 
MANUAL DE ROTINAS  
TRATAMENTO ENDOVENOSO DA HIPOGLICEMIA 
 
● Infusão endovenosa em “push” de 200mg/kg de glicose (2ml/kg de soro glicosado a 
10%) em um minuto. 
● Instalação de soro glicosado com TIG de 8 mg/kg/min. 
 
● Diminuição da infusão de glicose lentamente controlada por HGT a cada 1 ou 2h (reduzir 
1 mg/kg/min por vez). 
 
● HGT > 50: diminuir TIG 
● HGT entre 40­50: manter TIG 
● HGT < 40: repetir push e aumentar TIG 
 
● TIG fisiológica: 4­5mg/kg/min 
 
Cálculo da TIG: 
TIG:  RH x [soro]  144 
GRAMAS GLICOSE =  peso (kg) x TIG x horas (24) x min (60) 
1000 
 
VT = RHT x peso 
Gotejo = VT / horas de VP 
 
Se VT = GG x 10 SG10% = ml 
 
Se VT > GG x 10 
SG5% = (VT – GGx10) x 2 SG10% = VT – SG5% 
 
Se VT < GG x 10 
SG50% = (GGx10 – VT) / 4 SG10% = VT ­ SG50% 
 
Para conferir: 
SG 5%  ÷   20 = GG 
SG 10%  ÷   10 = GG 
SG 50%  ÷   2 = GG 
 
Cálculo rápido: 5 x peso = gotejo (mL/h) de SG 10% para uma TIG de 8. Se utilizar o                                     
cálculo rápido verificar se a redução do gotejo está sendo possível p/ evitar excesso devolume. 
 
ATENÇÃO! 
● Concentração máxima de glicose: 
○ Veia periférica: 12,5% 
○ Veia central: 20 a 25% 
 
 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
TRATAMENTO DA ICTERÍCIA NEONATAL – RN ≥ 35SEMANAS 
 
NOMOGRAMA DE BHUTANI 
  
O nomograma de Bhutani classifica o risco de nível sérico de bilirrubina acima do p95 para a                                 
idade. Deve ser usado somente em RNs saudáveis ≥36 semanas IG e peso de nascimento                             
≥2.000g ou ≥35 semanas e peso de nascimento ≥ 2.500g. 
 
INDICAÇÃO DE FOTOTERAPIA 
 
 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
INDICAÇÃO DE EXSANGÜINEOTRANSFUSÃO 
 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
TRATAMENTO DA ICTERÍCIA NEONATAL – RN < 35 SEMANAS 
 
  IG (semanas) 1 
Iniciar Fototerapia  Percentis 10 e 90 para peso segundo IG 
Bilirrubina Total (mg/dL)  Peso estimado para IG 
Alto Risco 2  Baixo 
Risco 
      p10 (g)        p90 (g) 
< 28  5  6  675  1450 
28 0/7 – 29 6/7  6  8  850  1600 
30 0/7 – 31 6/7  8  10  1050  2050 
32 0/7 – 33 6/7  10  12  1400  2550 
34 0/7 – 34 6/7  12  14  1800  2800 
 
IG (semanas) 1 
Indicar 
Exsanguineotranfusão 
Percentis 10 e 90 para 
peso segundo IG 
Bilirrubina Total (mg/dL) 3  Peso Estimado para IG 
Alto Risco 2  Baixo Risco  p10 (g)  p90 (g) 
< 28  11  14  <675  <1450 
28 0/7 – 29 6/7  12  14  850  1600 
30 0/7 – 31 6/7  13  16  1050  2050 
32 0/7 – 33 6/7  15  18  1400  2550 
34 0/7 – 34 6/7  17  19  1800  2800 
 
1 Utilizar idade gestacional corrigida 
2 Alto Risco : albumina< 2,5g/dl; doença hemolítica; níveis de bilirrubina rapidamente ascendentes; instabilidade clínica                         
(pH<7,15; diagnóstico de sepse nas últimas 24h; apneia+bradicardia necessitando VPP ou intubação nas últimas 24h;                             
hipotensão com uso de vasopressores nas últimas 24h; ventilação mecânica). 
3 Níveis atingidos em vigência de fototerapia intensiva; na presença de sinais de encefalopatia bilirrubínica, indicar                               
exsanguineotransfusão imediata. 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
EXSANGUINEOTRANSFUSÃO 
 
Indicações: 
● Correção de anemia e melhorar função cardíaca em RN hidrópico com doença 
hemolítica 
● Falha da fototerapia em prevenir aumento em BT 
● Parar hemólise e produção de BT removendo anticorpos 
● RN com sensibilização Rh sem fototerapia.  
● Em doença hemolítica, exsanguineotransfusão  imediata  é indicada se: 
○ BT de sangue de cordão >4,5mg/dl  E  Hb cordão <11g/dl 
○ Aumento de BT >1mg/dL/h, apesar de fototerapia 
○ Hb entre 11­13g/dl e aumento do nível de BT>0,5mg/dl/h apesar de 
fototerapia 
○ BT > 20mg/dl ou com taxa de aumento que provavelmente chegará a 20mg/dl. 
● Progressão de anemia apesar do controle adequado BT com outros métodos. 
 
Preparo: 
● Sangue fresco (<7 dias); irradiado e reconstituído ­ CHAD + plasma fresco. Discutir                         
com banco de sangue reconstituição do sangue. Manter hematócrito em torno de                       
45­50% 
● Realizar troca de 2 volemias (2 volemias = 160ml/kg). 
● Em caso de incompatibilidade Rh conhecida, solicitar: 
○ Sangue  de  cordão:  Ht, Hb, BT, Tipagem sanguínea e prova direta de 
coombs 
○ Mãe : pedir para obstetrícia solicitar tipagem sanguínea materna e prova de 
compatibilidade transfusional antes do nascimento. 
● Exames do RN 
○ Pré­procedimento : BT, TS,CD, Ht/hb 
○ Pós­procedimento : BT, Ht/Hb, eletrólitos 
○ 4h após : BT 
Atenção! 
● Iniciar fototerapia antes do procedimento e manter após. 
● Em acesso periférico, manter soro de manutenção com gluconato de cálcio. (Ministério 
Saúde recomenda: TIG 4­6, gluconato de cálcio 10% 2ml/kg/dia) 
 
Técnica: 
● Volume de troca 
 
PESO  VOLUME DE TROCA 
<1500g  5ml 
1500­2000g  10ml 
2500­3500g  15ml 
>3500g  20ml 
○ Influencia pouco na eficácia da remoção de bilirrubinas, mas alíquotas                   
menores e uma velocidade mais lenta causam menos estresse no sistema                     
cardiovascular. 
 
● Cateterização umbilical venosa com técnica estéril 
○ Atenção: não realizar exsanguíneotransfusão em cateter umbilical arterial.               
Se indicação, artéria umbilical pode ser cateterizada para monitorização e                   
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MANUAL DE ROTINAS  
coleta de exames. 
● Monitorizações 
○ Monitorização cardíaca + oximetria contínuas 
○ Monitorizar PAM. 
○ HGT 1 e 2h após exsanguíneotransfusão 
 
Técnica (puxa­empurra): 
1. O procedimento deverá ser realizado sob técnica asséptica. 
2. O sangue deve ser aquecido a 37°C em aparelho específico (ver com banco 
de sangue). 
3. Encaixar 2 dânulas de 3 vias em sequência no cateter venoso. Na primeira                         
(proximal ao paciente), acoplar o equipo do sangue e, na segunda (distal ao                         
paciente), o equipo que sairá para o descarte (realizar descarte em sistema                       
fechado). Na outra saída da segunda dânula, encaixar a seringa. Na bolsa de                         
sangue deverá ser acoplado bureta com filtro para microbolhas. 
4. Abrir as duas vias para bebê + seringa 
5. Aspirar sangue do RN para a seringa, usando inicialmente 2 alíquotas, a fim 
de manter BH negativo. Posteriormente, cada troca será de 1 alíquota. 
6. Abrir a via entre a seringa e o descarte (fechando para a criança) e desprezar 
o sangue. 
7. Fechar a via para o descarte e abrir a via entre a seringa e o sangue novo. 
Aspirar sangue novo da bolsa. 
8. Fechar a via para a bolsa de sangue, abrindo novamente a via entre a seringa 
e o bebê. Infundir sangue no RN lentamente. 
9. Repetir estes passos até que todo volume programado seja trocado. 
 
 
Complicações 
● Alterações eletrolíticas: hipocalcemia, hipomagnesemia, hipoglicemia, hipercalemia 
● Alterações equilíbrio ácido­básico (alcalose ou acidose metabólicas) 
● Sangramento, hemólise 
● Alterações cardiovasculares: Insuficiência cardíaca; trombos, arritmias, 
vasoespasmo, infarto. 
● Infecções 
● Sd enxerto X hospedeiro (prevenida com uso de sangue irradiado) 
● Hipo/hipertermia 
● Enterocolite 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
Indicações de Imunoglobulina 
 
Nas doenças hemolíticas imunes, com aumento da BT apesar da fototerapia intensiva ou a BT                             
se aproximar de 2 a 3 mg/dL do nível de indicação de exsanguineotransfusão, pode­se                           
administrar Ig  standard  endovenosa 0,5­1,0g/kg em duas horas e repetir após 12h, se                         
necessário. 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
DROGAS DE INFUSÃO CONTÍNUA 
 
 
Adrenalina  1000 mcg/mL  mcg/kg/min 
Dobutamina  12500 mcg/mL  mcg/kg/min 
Dopamina  5000 mcg/mL  mcg/kg/min 
Cetamina  50000 mcg/mL  mcg/kg/min 
Fentanil  50 mcg/mL  mcg/kg/h 
Furosemida  10 mg/mL  mg/kg/h 
Midazolam  5 mg/mL  mg/kg/h 
Milrinone  1000 mcg/mL  mcg/kg/min 
Morfina  10000 mcg/mL  mcg /kg/h 
Salbutamol  500 mcg/mL  mcg/kg/min 
Octreotide  50 mcg/mL  mcg/kg/h 
Prostaglandina  500mcg/mL  mcg/kg/min 
Noradrenalina  1000 mcg/mL  mcg/kg/min 
Insulina Regular  100 UI/ml  UI/kg/h 
 
 
 
Dose (mg/mcg) x Peso (kg) x t (min/h)  = Volume (em ml) 
 concentração da medicação   
 
Exemplo de cálculo de dopamina 7,5 mcg/kg/min para um RN de 3 kg:  
7,5 x 3 (peso) x 24 (h) x 60 (min)  = 6,48 ou 6,5 mL 
                         5000 (concentração) 
 
Podemos preparar para 24h no gotejo de 1 mL/h se adicionarmos SG5% num volume 
para completar 24 (24­6,5=17,5mL de SG5%). 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
TESTE DO CORAÇÃOZINHO 
 
O teste da oximetria : Realizar a aferição da oximetria de pulso, em todo recém­nascido                           
aparentemente saudável com idade gestacional > 34 semanas, antes da alta da Unidade                         
Neonatal.  
 
Local de aferição: membro superior  direito  e em um dos membros inferiores Para a                           
adequada aferição, é necessário que o recém­nascido esteja com as extremidades                     
aquecidas e o monitor evidencie uma onda de traçado homogêneo. 
 
Momento da aferição:  Entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar. 
 
Resultado normal:  Saturação periférica maior ou igual a 95% em ambas as medidas                         
(membro superior direito e membro inferior) e diferença menor que 3% entre as medidas                           
do membro superior direito e membro inferior. 
 
Resultado anormal:  Caso qualquer medida da SpO2 seja menor que 95% ou houver                         
uma diferença igual ou maior que 3% entre as medidas do membro superior direito e                             
membro inferior, uma nova aferição deverá ser realizada após 1 hora. Caso o resultado                           
se conforme, um ecocardiograma deverá ser realizado dentro das 24 horas seguintes. 
 
Limitações:  Este teste apresenta sensibilidade de 75% e especificidade de 99%. Sendo                       
assim, algumas cardiopatias críticas podem não ser detectadas através dele,                   
principalmente aquelas do tipo coartação de aorta. A realização deste teste não descarta                         
a necessidade de realização de exame físico minucioso e detalhado em todo                       
recém­nascido, antes da alta hospitalar. 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
MANUSEIO MÍNIMO DO RN PREMATURO 
 
Objetivos:  Minimizar o estresse e a instabilidade fisiológica decorrentes do manuseio                     
excessivo de RN prematuros extremos. Minimizar alterações no fluxo sanguíneo cerebral,                     
reduzindo as taxas de hemorragia intracraniana e suas consequências negativas ao                     
desenvolvimento neuropsicomotor e neurocomportamental do prematuro extremo. 
 
Indicação:  RN prematuros com idade gestacional ≤32 semanas ou peso ≤1500g. 
 
Realização:  O protocolo será iniciado tão logo o RN chegue à UTI Neonatal e deverá                             
seguir durante as primeiras 72h de vida. 
 
NO CENTRO OBSTÉTRICO (CO) 
● A enfermeira da sala da UTI Neonatal onde o RN será recebido subirá para acompanhar                             
o atendimento em sala de parto; 
● Manter sala de parto com temperatura de 25ºC; 
● Colocar RN em saco plástico estéril + touca; 
● Atender RN em berço aquecido; 
● Pesar RN em sala de parto; 
● Na documentação do RN encaminhada à Neonatologia deverá constar o indicativo da                       
temperatura da sala de parto e temperatura axilar do RN logo após o nascimento; 
● Incubadora de transporte com campos estéreis será encaminhada ao CO logo que a                         
mãe seja encaminhada à sala de parto/cesárea. 
 
NA NEONATOLOGIA 
Admissão do RN: 
● Receber RN em incubadora Giraffe pré­aquecida, ajustada para a "zona de conforto",                       
conforme idade gestacional estimada, umidificada a 90% e com campos estéreis; 
○ Obs.: Caso não tenha incubadora pré­aquecida, ligar incubadora e manter RN no                       
saco plástico até que sua temperatura esteja adequada. Se não for possível,                       
retirar o plástico e secar o RN com compressa estéril; 
● Colocar o diafragma do estetoscópio dentro da incubadora para mantê­lo aquecido;                     
Colocar um manguito nº 1 e uma fita métrica dentro da incubadora; 
● Após colocar o RN na incubadora, não abrir incubadora para módulo berço aquecido                         
a menos que necessite de manobras de reanimação 
● Para realizar procedimentos como punção e sondagem gástrica, fazê­lo através da                     
portinhola ou abrindo a porta lateral, ligando o botão de cortina de aquecimento; 
● Manusear o RN com luvas estéreis e manter campos estéreis por 24h; Se RN não for                               
pesado na sala de parto, pesá­lo na incubadora Giraffe; 
● Colocar sensor de temperatura de pele e ligar módulo de servo/controle da incubadora; 
● Colocar sensor de saturômetro, protegendo a pele com curativo transparente. 
● Realizar medidas antropométricas (PC, PT, CA e Comp.) com 2 profissionais,                     
movimentando o RN em bloco, sem elevar membros inferiores e cabeça; 
○ OBS.: o Enfermeiro responsável pelo paciente deverá estar presente durante este                     
procedimento; 
● Verificar sinais vitais com estetoscópio e termômetro axilar na primeira verificação, do                       
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MANUAL DE ROTINAS  
turno e, após, acompanhar pelo monitor. 
● Proteger a pele peri­umbilical com curativo transparente, colocando a abertura para                     
baixo; 
● Passar cateter arterial e venoso; 
● Colocar RN em decúbito dorsal, mantendo a linha média (não girar cabeça para os                           
lados); 
● Manter cabeceira elevada a 30º; 
● Colocar fralda aberta sem elevar os membros inferiores (lateralizar RN para as trocas); 
● O ninho deverá ser colocado de forma que a cabeça fique dentro do ninho e as pernas                                 
do paciente não fiquem elevadas (será tentado fechamento do ninho na lateral). 
 
Manuseio 
● Realizar manuseio a cada 6h, na presença do enfermeiro: 
● Realizar rodízio do sensor de saturação (mantendo o membro com curativo                     
transparente) de 6h/6h; 
● Trocar fralda com o RN lateralizado, sem elevar membros inferiores; 
● Aplicar pomada de barreira no períneo (óxido de zinco ou bepantol); 
● Verificar sinais vitais ­ FC com estetoscópio, FR, temperatura com termômetro axilar,                       
PAM com manguito (diafragma do estetoscópio, termômetro e manguito devem                   
permanecer dentro da incubadora); 
● Lavar PICC; 
● Se RN em CPAP: 
○ Avaliar pele e condições das narinas; 
○ Proteger com hidrocolóide conforme máscara (colocar nas partes em que a                     
máscara fica aderida ao nariz) e pronga (colocar ao redor das narinas –                         
observando para não obstruir a entrada de ar); 
○ Instilar SF nas narinas, sem retirar a pronga 
● OBS.: demais sinais vitais do turno serão controlados pelo monitor; manusear o RN                         
delicadamente e com mãos higienizadas e aquecidas; em caso de raio x, o enfermeiro e                             
o técnico da Neonatologia é quem devem manusear o RN. 
 
Ambiência 
● Manter incubadora coberta durante todo o dia ­ campo azul + cueiro; 
● Diminuir luminosidade da sala; 
● Reduzir todos os ruídos na sala; 
● Abrir e fechar as portinholas da incubadora com cuidado e não tamborilar ou colocar 
● objetos sobre a mesma de forma descuidada; 
● Não colocaras pastas em cima da incubadora. 
 
Cuidados de rotina 
● Pesar o RN ao nascimento, com 48h e 96h e após a cada 24h; 
● Realizar banho somente após as primeiras 96h, se RN em condições clínicas e se                           
necessário; 
● Realizar troca da cama somente após as primeiras 96h a menos que muito                         
molhada; 
● Manter o RN confortável em ninho no leito; 
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MANUAL DE ROTINAS  
● Agrupar e ser breve na realização de procedimentos, observando sinais de                     
estresse e dor; 
● Utilizar o mínimo de adesivos sobre a pele; 
● Colocar curativo transparente ou hidrocoloide para proteger a pele nos locais                     
necessários; 
● Realizar procedimentos estressantes sempre em dupla, para que um dos                   
profissionais possa promover o conforto do RN; 
● Realizar aspiração de vias aéreas e tubo endotraqueal somente quando houver                     
indicação clínica. 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
APNÉIA DA PREMATURIDADE 
 
Diagnóstico: 
Parada dos movimentos respiratórios por mais de 20 segundos ou que se 
acompanhe de bradicardia e/ou cianose. 
 
Afastar: 
● Hipoxemia de qualquer natureza 
● Persistência do canal arterial 
● Distúrbios metabólicos 
● Anemia 
● Septicemia 
● Doenças do Sistema Nervoso Central 
● Uso de drogas que possam deprimir o sistema nervoso central 
● Instabilidade térmica 
● Refluxo gastro­esofágico com presença de apnéia coincidente com acidez 
esofágica (pHmetria) 
Tratamento: 
● Tratamento farmacológico: 
o Cafeína Citrato EV: Ataque: 20mg/kg 
Manutenção: 5 a 10mg/kg/dose 24/24 horas. 
o Cafeína Anidra VS: Ataque: 10mg/kg 
Manutenção: 2,5 a 5mg/kg/dose 24/24 ho ras. 
● Cafeína: em pacientes com peso <1250 g se inicia nas primeiras 24h 
o Teofilina (na ausência de cafeína): dose de ataque de 5 mg/kg, IV, e 
dose de manutenção de 1,5 mg/kg/dose, de 6/6 ou 8/8h, IV. 
Nível sérico adequado: entre 7 e 13 mcg/mL. 
 
 
● Tratamento ventilatório: 
o CPAP nasal: nos casos em que o tratamento com teofilina∕cafeína for ineficaz 
o Ventilação mecânica: resposta insatisfatória ao uso de CPAP nasal 
 
 
 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
OBJETIVOS DA ALIMENTAÇÃO DO PMT 
 
Proteínas: ± 3,5 g/kg/dia 
Calorias: ± 120 cal/kg/dia 
Os valores acima são encontrados em ±150mL/kg/dia de fórmula láctea para PMT. 
 
100 mL de fórmula para PMT contém 80 cal e 2,3g de proteína. 
100 mL de fórmula para 1º semestre contém 67 cal e 1,7g de proteína 
100 mL de LM contém 70 cal e 1,2g de proteína. 
 
ROTINAS EM RNS PREMATUROS (<1500g e/ou <32sem) 
 
Alimentação : LM ou fórmula láctea para prematuro. Enriquecer o LM com fortificante a partir de,                             
no mínimo, 100ml/kg/dia de dieta. 
 
Vitaminas : Vitamina ACD a partir de 7 dias de vida ou quando possibilidade de via oral (0,6 ml                                   
ou 12 gts/dia por via oral). 
 
Sulfato ferroso : Iniciar com 14 dias de vida ou quando dieta enteral plena. 
 
Sulfato de zinc o 10mg/ml:  iniciar quando atinge 36 sem de IG corrigida 
● 0,07 ml para cada 100ml de fórmula para prematuro 
● 0,18ml para cada 100ml de fórmula para primeiro semestre 
● Manter até 6 meses de idade  
 
Exames de rotina : 
● Semanais: hematócrito, hemoglobina, medida do comprimento e do perímetro cefálico. 
● Quinzenais: fósforo, fosfatase alcalina, cálcio, sódio 
● Reticulócitos:em recém­nascidos em fase de crescimento quando
houver possibilidade de indicação de transfusão de concentrado de hemácias 
 
Exames especiais : 
● Ecografia cerebral: nas primeiras 72 horas de vida e semanalmente até 6 semanas de                           
vida. 
● Ressonância nuclear magnética de encéfalo: deve ser realizada na proximidade da alta                       
hospitalar. 
● Revisão oftalmológica: entre 4 e 6 semanas de vida – não é necessário solicitar                           
avaliação no AGH. 
● Avaliação da audição com equipe de fonoaudiologia com otoemissão acústica (OEA)/                     
BERA próximo à alta. 
● Fornecer aos pais papéis para solicitação via judicial de Palivizumabe quando bebê com                         
peso 1700­1800g. 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
ROTINA DE VACINAS PARA PREMATUROS 
 
Vacina hepatite B: 
● RN com PN< 1500 gramas: 
○ Se mãe HBSAG Positivo: Imunoglobulina para Hep B ao nascer + vacina ao 
nascimento, 1m, 2m, 6 meses de idade (total de 4 doses). 
○ Se mãe HBSAG Negativo: Não vacina ao nascer, espera atingir 2kg, vacina 
1m após este dia, 2m, 6 meses da primeira dose (total 4 doses). 
● RN com PN 1501­2000 gramas: 
○ Se mãe HBSAG Positivo: Imunoglobulina para Hep B ao nascer + vacina ao 
nascimento, 1m, 2m, 6 meses de idade (total de 4 doses). 
○ Se mãe HBSAG Negativo: vacina ao nascer, 1m, 2m, 6meses (4 doses). 
*Obs: imunoglobulina hep B: dose = 0,5ml, IM, em seringa separada e em local de aplicação 
diferente da vacina. 
 
Vacina DTP acelular, Hib e SALK: 
Vacinar todos recém­nascidos com 2 meses de vida e >1500g. 
 
Pneumococo: 
Para todo prematuro ao completar 2 meses e >1500g. 
 
Meningococo: 
Para todo prematuro ao completar 3 meses e >1500g. 
 
Vacina BCG: 
Encaminhar na alta hospitalar para vacinar no Posto de Saúde de referência. 
 
Palivizumab: 
● Indicações: 
○ Prematuros com IG menor ou igual a 28 semanas 
○ Displasia broncopulmonar proveniente de prematuridade 
○ Cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica moderada/severa 
● Pode ser aplicada a partir de de 7 dias de vida desde que paciente esteja estável 
hemodinamicamente (sem uso de droga vasoativa, sem uso de antibiótico para 
tratamento de infecção grave, sem parâmetros altos de VM) 
● Deve ser aplicada de 30 em 30 dias.  
● A sazonalidade do VSR no RS é nos meses de abril à agosto 
○ Primeira dose: 15 dias antes do período da sazonalidade ­ segunda quinzena de 
março 
○ Após segunda quinzena de agosto não está mais disponível para aplicação. 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
INDICAÇÃO COLOSTROTERAPIA 
 
A colostroterapia é a terapia oral com colostro materno cru, que tem como objetivo proporcionar                             
ao RN prematuro proteção imunológica precoce. 
A colostroterapia deve ser iniciada logo após o nascimento, assim que o colostro materno                           
estiver disponível, por um período de 5 dias e até no máximo 7 dias após o nascimento. 
O volume a ser oferecido é de 0,2ml em cada horário envasado em seringa de 1 ml. 
A cada 3 horas será realizada colostroterapia independente do início da dieta. 
 
● Médico: 
○ Identifica o RN para colostroterapia e prescreve na primeira prescrição médica. 
○ Avalia o RN clinicamente quanto à aceitação e continuidade da terapia 
juntamente com o nutricionista. 
● Nutricionista: 
○ A partir da prescrição médica de colostroterapia, cadastra a prescrição dietética. 
○ A equipe assistente envolvida no atendimento do RN, comunica e 
orienta a mãe, encaminhando a mesma ao banco de leite humano. 
● Técnico em Nutrição e Dietética do Banco de Leite: 
○ Imprime o mapa de dietas e as etiquetas 
○ Orienta a mãe a técnica de ordenha manual e mecânica no Banco de Leite. 
○ Envasa o colostro materno em seringa na sala de Processamento do Banco de 
Leite 
○ Identifica a seringa colando a etiquetacom o nome do RN, número do                         
prontuário, leito, volume de colostro e horários no saco de papel que irá                         
acondicionar a mesma, fechar e manter em refrigeração por até 8 horas. 
● Atendente de Alimentação: 
○ Distribui a seringa com colostro, conforme o horário padrão de 3/3 horas:                       
2h, 5h, 8h, 11h, 14h, 17h, 20h e 23h, acondicionando na caixa isotérmica da                           
enfermaria e comunicando o técnico de enfermagem. 
● Técnico de Enfermagem: 
○ Administra o colostro materno imediatamente na cavidade oral, introduzindo 
0,1 ml de colostro na lateral direita da boca do RN, direcionando para a 
orofaringe 
○ A seguir, repetir na lateral esquerda. 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
FISIOTERAPIA MOTORA PARA OSTEOPENIA DA PREMATURIDADE 
 
A Osteopenia da prematuridade é uma desordem óssea metabólica caracterizada por                     
desmineralização ou reabsorção óssea. Devido ao fato da maior mineralização óssea corporal                       
fetal acontecer durante o último trimestre de gestação, os Recém­ Nascidos Prematuros                       
(RNPT) perdem grande parte da aquisição de minerais como cálcio, fósforo e magnésio. Após                           
o nascimento é difícil atender às necessidades minerais do prematuro, além de agravantes                         
como doenças pulmonares crônicas, terapias medicamentosas com corticóides e diuréticos,                   
nutrição parenteral, inatividade e manuseio restrito destes bebês, aumentam as chances do                       
aparecimento da osteopenia. 
O protocolo foi baseado nos estudos de Moyer­Mileur et al, 1995, e será aplicado nos                             
RNPT a partir de duas semanas de vida, com idade gestacional igual ou inferior a 35 semanas,                                 
estáveis hemodinamicamente. Aqueles com suporte ventilatório (VMI ou VNI), receberão                   
atendimento com adaptação do protocolo em conformidade ao quadro. 
Os RNPT receberão diariamente a intervenção de um fisioterapeuta, 5 vezes por                       
semana, com tempo estimado em 15 minutos ao dia, com no mínimo 30 minutos de intervalo                               
após a alimentação, até alta hospitalar. Serão realizados movimentos de flexão e extensão                         
passivos, com compressões articulares suaves, 10 repetições de cada movimento nos punhos,                       
cotovelos, ombros, tornozelos, joelhos e quadris, nos decúbitos laterais direito e esquerdo. 
A sequência será feita lentamente e no sentido céfalo­caudal (com uma média de seis                           
movimentos em um minuto) e na sequência: braço direito, braço esquerdo, perna direita, perna                           
esquerda e finalizando com movimentos simultâneos em ambas as pernas. Após estes, o                         
fisioterapeuta realizará dez movimentos com suas mãos sobre o tórax do bebê, acompanhando                         
os movimentos respiratórios. A fisioterapia respeitará princípios de organização, a fim de                       
provocar o mínimo possível de estresse ao paciente. 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
NA ALTA DOS PREMATUROS <1500g NÃO ESQUECER 
● Retorno para o ambulatório de neonatologia (pegar data com os R3) ­ ambulatório                         
“PEN”: 
● Teste do pezinho: solicitar no si stema, preencher o cartão (pegar com o secretário) e                           
avisar o coletador. Coletar entre o 3º e o 5º dia de vida, de preferência antes de ter                                   
recebido transfusão de CHAD. Registrar na nota de alta 
● Verificar a vacinação (hepatite B para todos; Salk, tetravalente, pneumo nos > 2m); 
● Verificar se foram realizados a otoemissão acústica/ BERA (zona 19/fono) e o exame                         
oftalmológico (zona 17); não dar alta sem essas avaliações e registrar na carteirinha de                           
vacinas e na nota de alta. 
● Agendar retorno com oftalmo (RPI) nas quintas pela manhã. 
 
● Medir comprimento, perímetro cefálico, braquial e torácico e anotar junto com o peso na                           
alta no sumário de alta; 
● Verificar se foi avaliado pela Neuropediatria 
○ Se foi ­ marcar retorno ambulatorial; 
● Verificar se realizou ECO cerebral e RNM de crânio antes da alta! 
○ Anotar resultado no sumário; 
● Solicitar orientações com nutricionistas pelo ramal 8254; 
● Exames laboratoriais pré­alta: 
○ Hematócrito, hemoglobina, ferritina, capacidade ferropéxica, transferrina, cálcio,             
fósforo, FA, TSH, T4 livre. 
● Prescrever Palivizumabe  
○ 15mg/kg IM para receber pré­alta nos meses de  março à agosto; 
○ Fornecer encaminhamento para aquisição judi cial de Palivizumabe nos demais                 
meses; 
● Fornecer receitas de: 
○ Vitamina A+D: Aderogil gotas 4 gotas ∕ Adtil 2 gotas ∕ Vitadesam 10 gotas 
○ Protovit (com vit C) 12 gotas ∕ Tri­vi­sol (com vit C) 12 gts. 
○ Vitamina C – 2 gotas 1x/dia (Cewin 200mg/ml) 
○ Ferro (3mg de ferro elementar/kg/dia) em gotas 1x/dia; Sulfato ferroso 25mg/ml: 1                       
gota = 1,25mg de ferro elementar; Ultrafer, Neutrofer: 1 gota = 2,5mg de ferro                           
elementar; Myrafer: 1 gota = 5mg de ferro elementar. 
○ NAN 1, Aptamil 1, Nestogeno 1, Milupa 1 (diluição 1 medida do pó para cada                             
30ml de água fervida) 
○ Sulfato de Zinco 10mg/ml – 0,18ml/100ml de fórmula ingerida 
○ Se osteopenia da prematuridade: cálcio e fosfato em refeições diferentes – não                       
misturar. 
■ Gluconato de Cálcio 10% ­ 9ml/kg/dia divididos em 6 refeições 
■ Fórmula de fosfato (3ml/kg/dia dividido em 2 refeições, no AGH o nome é                         
Solução de Fosfatos):  
○ Fosfato monopotássico 800mg 
○ Fosfato dissódico 200mg 
○ Água destilada 25ml 
■ Se mãe com pouco leite: Sulpirida 50mg ­ tomar 1cp/dia – receituário                       
especial 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
DISTÚRBIOS ELETROLÍTICOS 
 
● NaCl 20%  →   1ml = 3,4mEq 
● KCl 10%  →   1ml = 1,34mEq 
● MgSO4 50%  →   1ml = 4mEq 
● Gluc Ca 10%  →   1ml = 0,45mEq 
● KCl xarope 6%  →   1ml = 0,8mEq 
● Bicarbonato 8,4%  →   1ml = 1mEq Bica + 1mEq Na 
 
Hipocalcemia precoce (primeiras 72 horas de vida): 
● Definição :  nível de cálcio sérico total menor que 7 ou cálcio ionizado menor que 4 
mg/dL. 
● Tratamento: 
○ RN assintomático : Gluc. de cálcio 10% (9mg de cálcio elemento/mL) 
■ IV: 6mL/kg/dia (3mEq/kg/dia) 
■ ↓   (24 horas) 3mL/kg/dia 
(1,5mEq/kg/dia) 
■ ↓   (24 horas) 1,5mL/kg/dia 
(0,75mEq/kg/dia) 
■ ↓   (24 horas) 
■ Suspensão 
○ Sintomático : “push” de 1 a 2mL/kg de gluconato de cálcio a 10%, IV, em 5 
minutos. Após seguir o tratamento = ao assintomático. 
 
*Obs: Fórmula para correção do Cálcio sérico na hipoalbuminemia: 
Ca real = 0,8 x (4 – Albumina sérica) + CaT sérico 
 
Distúrbios do potássio: 
● Hipocalemia = K sérico < 2,5 
○ Correção: infundir 0,4 mEq/kg/h em 4 a 6 horas. 
○ Aumentar a manutenção, 
○ Concentração máxima:  
■ Acesso central : 150­200mEq/L 
■ Acesso periférico : 80­100 mEq/L 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
 
● Hipercalemia: 
○ Verificar se é real (pode ser fictícia por hemólise da amostra); 
○ Suspender K da VP ou NPT, se estiver recebendo; 
○ Se K > 5,5 ou repercussão clínica: 
 
 
 
 
Distúrbiosdo sódio: 
● Fórmula para correção da hiponatremia: 
 
o Corrigir em aproximadamente 12h / corrigir em 6 horas se <120 ou 
convulsões. 
o Corrigir no máximo 0,5 mEq/L/h (12 mEq/L por dia) 
o Somar a correção ao sódio de manutenção 
o Dosar controle ao término da correção 
o Mudança do sódio sérico =  Na infundido – Na sérico 
0,6 x peso +1 
 
o Concentrações: 
NaCl 20% ­­­­­­ 3,4 mEq/ml de Na  
NaCl 3% ­­­­­­ 0,513 mEq/ml de Na  
NaCl 0,9% ­­­­ 0,154 mEq/ml de Na 
 
Cálculo prático do NaCl 3%:  NaCl 20% ­­­­­­­­­ 15 mL 
  Água destilada ­­­­­ 85 mL 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
 
Correção da acidose metabólica 
● Sempre que possível tratar a causa subjacente 
● Só usar bicarbonato se o paciente estiver bem ventilado (não usar se acidose 
respiratória) 
 
● Correção utilizando bicarbonato sérico: 
o Déficit de bicarbonato (ml) = 0,4 x peso x [Bica desejado (15) ­ Bica atual] 
o Metade do volume em 1h e restante em 6h 
o Diluir 1:1 com água destilada 
 
● Correção utilizando excesso de bases: 
o Déficit de bicarbonato (ml) = (excesso de bases) x peso x 0,3 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
FUNÇÃO RENAL 
 
● Taxa de Filtração Glomerular (TFG):  
 
● TGF(ml/min/1,73m 2 ) =  K* x comprimento (cm) 
Creatinina sérica 
 
* K = 0,33 para prematuros e 0,45 para RN a termo. 
 
● Fração de Excreção de Sódio (EFNa): EFNa = 100 x  (Na U  x Cr P ) 
                                                           (Na P  x Cr U ) 
Na P : sódio plasmático; Na U : sódio urinário; Cr P : creatinina plasmática; Cr U : creatinina urinária. 
 
 
Valores urinários e renais normais em recém­nascidos (RNs) 
  RN < 34sem 
RN a termo 
ao 
nascimento 
RN a termo com 
2 semanas 
RN a termo com 8 
semanas 
TFG  13 a 58  15 a 60  63 a 80  ­ 
Bicarbonato  14 a 18  21  21,5  ­ 
Densidade 
urinária  1.002 a 1.015  1.002 a 1.020  1.002 a 1.025  1.002 a 1.030 
pH  5 a 8  4,5 a 8  4,5 a 8  4,5 a 8 
Proteínas  neg a ++  neg a +  neg  neg 
Glicose  neg a ++  neg  neg  neg 
Sangue  neg  neg  neg  neg 
Leucócitos  neg  neg  neg  neg 
 
 
Indicadores de insuficiência renal no RN oligúrico 
Índices  Insuficiência pré­renal  Insuficiência renal intrínseca 
Sódio urinário  10 a 50  30 a 90 
Creatinina urinária/ 
plasmática 
29,2 ± 1,6  9,7 ± 3,6 
EFNa  0,9 ± 0,6  4,3 ± 2,2 
 
 
Níveis séricos normais de creatinina em RN (média ± DP) 
Idade (dias)  < 28sem  28 a 32 sem  32 a 37 sem  > 37sem 
3  1,05 ± 0,27  0,88 ± 0,25  0,78 ± 0,22  0,75 ± 0,2 
7  0,95 ± 0,36  0,94 ± 0,37  0,77 ± 0,48  0,56 ± 0,4 
14  0,81 ± 0,26  0,78 ± 0,36  0,62 ± 0,4  0,43 ± 0,25 
28  0,66 ± 0,28  0,59 ± 0,38  0,4 ± 0,28  0,34 ± 0,2 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
MANEJO DE HIDRONEFROSE NEONATAL 
 
Classificação da hidronefrose de acordo com o diâmetro anteroposterior da pelve renal 
(DPR): 
● Leve: > 5mm 
● Moderada: > 10mm 
● Severa: > 15mm 
 
● Pacientes com suspeita pré­natal de hidronefrose: 
○ Unilateral (DPR ≤ 15mm): 
■ Cefalexina profilática (10mg/kg/dia) quando DPR ≥ 10mm 
■ Ecografia de vias urinárias com 1 a 4 semanas em nível ambulatorial 
● Normal: repetir ecografia em 1 anos 
● Hidronefrose leve: nova ecografia em 3 meses, 1 ano e entre 3 
a 5 anos 
● Hidronefrose moderada/severa: 
○ Ecografia sugestiva de obstrução urinária: cintilografia 
renal com DTPA com 1 mês de vida 
○ Ecografia sugestiva de VUP ou programação da 
cirurgia: uretrocistografia miccional 
○ Unilateral (DPR  ≥ 15mm) OU bilateral OU rim único: 
■ Cefalexina profilática (10mg/kg/dia) 
■ Ecografia de vias urinárias em até 48 horas de vida 
● Hidronefrose leve: repetir ecografia em nível ambulatorial em 3 
meses, com plano de suspensão da profilaxia 
● Hidronefrose moderada a severa 
○ Cintilografia renal com DTPA com 1 mês de vida em 
nível ambulatorial 
○ Uretrocistografia miccional imediatamente quando 
suspeita de VUP ou programação para cirurgia 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
NUTRIÇÃO PARENTERAL (NP) NO RECÉM­NASCIDO 
 
 
 
   
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MANUAL DE ROTINAS  
Indicações: 
 
Indicações absolutas 
­ Prematuros <30 semanas IG ou <1250g 
­ Falência intestinal: intestino curto, pseudo­obstrução 
­ Enterocolite necrosante (ECN) 
­ Cirurgia gastrointestinal (GI) 
­ Defeitos congênitos do TGI: gastrosquise, atresia intestinal 
Indicações relativas 
­ PMT ≥ 30 sem ou ≥ 1250 g aos quais não é esperado atingir 
adequada alimentação enteral (≥100 ml/kg/dia) em 3 a 5 dias 
­ RN a termo (T): malformações do aparelho digestivo, ECN, 
insuficiência respiratória grave 
 
A NP no RNPT extremo deve iniciar no primeiro dia de vida, idealmente nas primeiras 6 horas, 
após confirmação da localização do acesso vascular. 
 
Recomendação: 
Iniciar NP: 
● RN < 1250g: primeiras horas de vida, com AA, glicose e cálcio 
● Entre 1250 e 1500g: início em no máximo 48h 
● RN >1500g: não devem permanecer >72h sem terapia nutricional efetiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MANUAL DE ROTINAS  
1. VOLUME HÍDRICO 
Recomendação: 
1. Iniciar: 80 a 100 ml/Kg/d. 
2. Progredir conforme o balanço hídrico. 
3. Objetivo: Ao término da 1ª semana de vida atingir 150­160ml/kg/dia. 
 
Monitorar: 
1. Ingestão 
2. Débitos 
3. Eletrólitos séricos 
4. Medidas de peso corporal: evitar queda de peso >10% e alterações importantes do Na 
plasmático. 
 
2. NECESSIDADE CALÓRICA 
Calorias recomendadas e ganho de peso para RNPT (Ziegler, 2011) 
Peso corporal (g)  500­700  700­800  900­1200  1200­1500  1500­1800  1800­2200 
Ganho de peso fetal¹  21  20  19  18  16  14 
Necessidade calórica 
parenteral ² 
89  109  101  108  109  111 
Necessidade calórica 
enteral² 
105  118  119  127  128  131 
¹ necessária para obter ganho de peso (g/Kg/dia) 
² necessária para obter ganho de peso (Kcal/Kg/dia) 
 
As fontes de energia e distribuição calórica recomendadas na alimentação parenteral são: 
● Proteínas: 15 a 20% (1g = 4kcal) 
● Lipídios: 30 a 40 % (1g = 9 a 11kcal) 
● Carboidratos: 50 a 55% (1g = 3,4Kcal) 
A meta parenteral para que ocorra a agregação proteica é de cerca de 100 a 110 Kcal/Kg/dia. 
 
Recomendação: 
1. Progredir a terapia nutricional parenteral até atingir 80­100 Kcal/Kg/dia até o final da 1ª 
semana. 
2. Evoluir até atingir a meta calórica para a idade e crescimento adequado, conforme 
tabela. 
 
3. GLICOSE 
Recomendação: 
● Iniciar com uma taxa de infusão de glicose (TIG) de 4 a 6mg/kg/minuto 
● Progredir 1 a 2 mg/Kg/min por dia  
○ Meta: atingir 8 a 10 mg/kg/minuto. 
● Nos RN com NP prolongada ou nos cirúrgicos, pode­se atingir uma TIG de até 12 
mg/kg/minuto. 
 
Monitorar: 
1. Hipoglicemia: caracterizada por glicemia < 40 mg/dl. 
2. Hiperglicemia: caracterizada por glicemia > 145mg/dl.  
a. Recomenda­se a redução gradual da TIG em torno de 2mg/kg/min até chegar a 4                           
mg/kg/min.  
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MANUAL DE ROTINAS  
b. O uso rotineiro de insulina não foi recomendado pela Sociedade Brasileira de NP                         
e NE, mas quando glicemia

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