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Avaliação I - Medicina 2023 julho

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AVALIAÇÃO I
IMUNOLOGIA – CURSO DE MEDICINA
ATENÇÃO: A prova deve ser entregue respondida até as 19 horas do dia 29/07/23 (sábado), através do recurso
“tarefa” disponível no sistema “e-aula”, o mesmo por onde foi enviada. A mesma deve ser realizada em grupo
de até 3 (três) integrantes. Evitar prova individual, pois a caraterística formativa exige participação coletiva.
Somente uma (1) prova respondida deve ser enviada por uma única pessoa do grupo, e nela deve conter o nome
completo de todos os participantes. Caso seja enviada a mesma prova mais de uma vez, a correção ocorrerá
apenas na primeira recebida. A interpretação faz parte da prova, portanto após envio não haverá comunicação, o
tempo de prova é suficiente para buscar informações que contribuam com as respostas.
Uma ótima prova a todos, Prof. Albino
Todas as perguntas valem um (1) ponto
SITUAÇÃO 1 – o texto abaixo traz conhecimentos sobre VACINAS.
 A vacinação ainda é o único método seguro, confiável e eficaz de proteger as pessoas e os animais
contra as principais doenças infecciosas. Geralmente, a toxicidade relacionada com as vacinas é rara, leve e
transitória, e os efeitos colaterais hipotéticos não devem dominar nossas percepções. O problema do risco
associado à vacinação permanece, em grande parte, filosófico, já que as vantagens desse procedimento são bem
documentadas e extensas. É basicamente impossível proteger 100% de uma população aleatória de pessoas e
animais pela vacinação. O tamanho dessa porção não-reativa da população variará entre as vacinas, e sua
significância dependerá da natureza da doença. Essa resposta, por ser um processo biológico, nunca confere
proteção absoluta e nunca é igual para todos os membros de uma população vacinada. As doenças altamente
infecciosas, como por exemplo são a COVID-19 causada pelo coronavírus em humanos e a Febre Aftosa no gado,
contra as quais a imunidade de rebanho é insuficiente e nas quais há uma transmissão rápida e eficaz da
infecção, a presença de pessoas e animais não-protegidos poderia permitir a disseminação da doença,
interrompendo os programas de controle. Ao contrário, doenças que apresentam disseminação baixa, como
exemplo a RAIVA uma zoonose causada por um vírus, nesse caso uma proteção de 70% pode ser suficiente para
bloquear a transmissão da doença em uma população de forma eficaz. Por conveniência, tornou-se comum
utilizar mais de um antígeno em uma única vacina. A combinação de vacinas consiste na agregação de dois ou
mais microrganismos atenuados, inativados ou antígenos purificados combinados no processo de fabricação. A
combinação de vacinas visa prevenir várias doenças ou prevenir uma doença causada por vários sorotipos do
mesmo microrganismo em uma única injeção. Neste grupo podem ser consideradas a vacina tríplice bacteriana –
DTP (Difteria, Coqueluche e Tétano), vacina tríplice viral (Sarampo, Caxumba e Rubéola), vacina tetravalente DTP
+ Hib (Difteria, Coqueluche, Tétano e Haemophilus influenzae tipo b). A sugestão de que essas vacinas com
diversos antígenos podem sobrecarregar o sistema imunológico é infundada, e também não há nenhuma
evidência que confirme a argumentação de que o risco de efeitos adversos aumenta de forma desproporcional,
conforme mais componentes são incluídos nas vacinas. Embora tanto as vacinas vivas atenuadas quanto as
inativadas tenham demonstrado sucesso no controle de várias doenças infecciosas, é sempre necessário torná-
las mais eficazes, baratas e seguras. O uso de técnicas moleculares modernas pode levar a vacinas novas e
melhoradas. A clonagem genética pode ser utilizada na produção de grandes quantidades de antígeno
purificado. A primeira etapa deste processo é o isolamento da sequência de DNA que codifique um antígeno de
interesse. Este DNA, é inserido em uma bactéria ou levedura e o antígeno expresso. As vacinas contra a hepatite
B disponíveis no Brasil são produzidas por engenharia genética por meio da inserção do antígeno de superfície
do vírus B (AgHBs) em uma levedura. As vacinas não promovem infecção, pois não contêm o DNA viral. A
vacinação induz apenas à produção do anti-HBs. A levedura envolvida no processo, acaba sintetizando grandes
quantidades do antígeno de superfície do vírus da hepatite B. A hepatite B é uma das doenças infecciosas mais
comuns e está entre as principais causas de morte em todo o mundo, constituindo importante problema de
saúde pública. O vírus da hepatite B é transmitido por leite materno; verticalmente (mãe para o feto ao
nascimento); saliva; contaminação de materiais perfurocortantes; e contato de mucosas ou com sangue
contaminado, além da possibilidade de transmissão sexual. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) foi criado
em 1973, com o objetivo de promover o controle das principais doenças infectocontagiosas da época: sarampo,
poliomelite, tuberculose, tétano, difteria e coqueluche. A melhoria das coberturas vacinais, ao longo dos 40 anos
do PNI, tem contribuído para o declínio acelerado das doenças imunopreveníveis. Responda:
1. Forneça uma explicação com base imunológica a respeito da seguinte afirmação: “A ausência de proteção
pode atingir até mesmo indivíduos tratados com a dose adequada de uma vacina eficaz”. 
2. Forneça uma explicação com base imunológica a respeito da seguinte afirmação: “A existência de vários
antígenos compondo um único frasco de vacina (vacinas combinadas), não impede que ocorra uma resposta
imune adequada a cada um deles”. 
3. Forneça uma explicação com base imunológica a respeito da seguinte afirmação: “Quando se aplica uma
vacina ocorre uma apresentação do antígeno vacinal ao sistema imunológico”. 
SITUAÇÃO 2 – Caso Clínico – Deficiência do MHC de classe II (uma falha hereditária na regulação gênica)
 As moléculas de classe II do complexo de histocompatibilidade principal (MHC) estão envolvidas na
apresentação de antígenos para as células T CD4. Os antígenos peptídeos que elas apresentam são derivados de
patógenos extracelulares e proteínas capturadas para as vesículas intracelulares, ou de patógenos tais como
Mycobacterium, que persistem intracelularmente nas vesículas. As moléculas do MHC de classe II são expressas
constitutivamente nas células apresentadoras de antígenos, incluindo os linfócitos B, os macrófagos e as células
dendríticas. Pacientes com deficiência do MHC classe II são deficientes em células T CD4, ao contrário da
deficiência do MHC classe I, na qual o número de células T CD8 é muito baixo e os níveis de T CD4 são normais.
Eles também apresentam uma hipogamaglobulinemia, que pode ser moderada ou grave. Helen Burns era o
segundo filho de um casal, e se desenvolveu bem até os seis meses de idade, quando apresentou pneumonia
bilateral, acompanhada por tosse intensa e febre. Culturas do sangue e escarro foram negativas para bactérias,
mas o aspirado traqueal revelou a presença de grande quantidade do fungo Pneumocystis carinii. Como a sua
pneumonia foi causada por um agente oportunista, suspeitou-se de que Helen sofresse de imunodeficiência
combinada severa. Uma amostra de sangue foi colhida, quando se detectou que as células T de Helen não
respondiam a um estímulo antigênico específico, suas imunoglobulinas séricas foram mensuradas e detectou-se
que elas estavam bastante baixas. Os níveis de IgG eram de 96 mg/dl (normal: 600-1.400 mg/dl), os de IgA eram
6 mg/dl (normal: 60-380 mg/dl) e os de IgM 30 mg/dl (normal: 40-345 mg/dl). A contagem de leucócitos de
Helen revelou o número calculado de 2.000 linfócitos/µl é baixo para sua idade (normal: ˃ 3.000/µl). Entre os
linfócitos, 7% eram células B como determinado pelo anticorpo CD20 (normal: 10-12%) e 57% reagiram com
anticorpo para o marcador de células T CD3. Destas células T, 34% eram positivas para o CD8, e 20% eram
positivas para o CD4. Assim,com 388 células /µl , o número de células T CD8 estava dentro da variação normal,
mas o número de células T CD4 (228 células /µl ) estava muito baixo do normal (seria de se esperar que a sua
contagem de células T CD4 fosse duas vezes a sua contagem de células T CD8 ). Esses resultados descartaram o
diagnóstico de imunodeficiência combinada severa, e confirmaram deficiência do MHC classe II. A procura pela
causa desta falha foi posteriormente complicada pela descoberta de que a deficiência do MHC de classe II em
diferentes pacientes parece ter diferentes causas. A falta de moléculas do MHC classe II resulta de falhas em
fatores de transcrição necessários para regular sua expressão coordenada. 
“Raciocínio Imunológico” – utilize informações do caso acima e das explicações ocorridas em sala e responda:
4. Por que Helen possui baixos níveis de imunoglobulinas séricas?
5. Se um enxerto de pele fosse colocado no braço de Helen, você acha que ele seria rejeitado? Forneça uma
explicação para a resposta. 
6. Qual é o mais importante sinal conhecido da progressão da infecção pelo HIV?
SITUAÇÃO 3 – Segundo o artigo científico “O papel do timo no desenvolvimento do sistema imune” Responda:
7. Quando é estabelecido o repertório funcional de linfócitos T, que o indivíduo levará pelo resto da vida?
SITUAÇÃO 4 - Considerando o conteúdo das aulas desenvolva um “Raciocínio Imunológico” para o seguinte:
Um indivíduo infectado por uma cepa de estreptococo apenas desenvolve anticorpos contra a cepa do mesmo
tipo, podendo ter durante a vida mais de 40 infecções estreptocócicas, aparentes ou não. Por exemplo, uma
faringite estreptocócica, na maioria dos pacientes, leva a uma resposta de anticorpos aos produtos extracelulares
da bactéria Streptococcus pyogenes. 
8. Considerando o enunciado acima, forneça uma explicação que sustente o fato da imunidade não evitar novas
infecções.
 SITUAÇÃO 5 - “Raciocínio Imunológico” - com relação à defesa Adaptativa, julgue e explique o item
subsequente:
9. Suponha que um estudante de Medicina tenha contraído uma doença infecciosa pelo mesmo patógeno nos
meses de julho e dezembro do mesmo ano. Nesse caso, é correto afirmar que a quantidade de anticorpos
produzidos foi maior em julho do que em dezembro?
SITUAÇÃO 6 – Caso Clínico – Agamaglobulinemia ligada ao X (ausência de linfócitos B). 
 Uma das mais importantes funções do sistema imune adaptativo é a produção de anticorpo (Ac). Estima-se
que o ser humano possa produzir mais de um milhão de anticorpos de diferentes especificidades. Esta
característica marcante é realizada por meio de um complexo programa genético dos linfócitos B e seus
precursores na medula óssea. As células B maduras circulantes proliferam ao encontrar o antígeno e diferenciam-
se em células plasmáticas secretoras de Ac. Os anticorpos produzidos pelos linfócitos B, protegem ligando e
neutralizando toxinas, vírus e bactérias, evitando a adesão dos microrganismos à superfície de uma célula do
hospedeiro. O caso refere-se a um jovem estudante de medicina praticamente sem anticorpos. Sua história
familiar revelou que ele herdou esta incapacidade na síntese de Ac como uma anormalidade recessiva ligada ao
cromossomo X. Este problema hereditário de produzir Ac aumenta a possibilidade de infecções recorrentes. As
infecções devem-se, quase exclusivamente, a patógenos bacterianos extracelulares comuns: Haemophilus
influenzae, Streptococcus pneumoniae, Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus. Um estudo sobre
histórias de indivíduos com este tipo de anormalidade mostrou que eles não apresentavam problemas com
infecções produzidas por patógenos intracelulares, como as causadas por vírus comuns da infância. As bactérias
que são a principal causa de infecções na agamaglobulinemia ligada ao X são as chamadas piogênicas. O termo
“piogênicas” significa formadoras de pus, e o pus consiste, na sua maioria, de neutrófilos. A resposta normal a
infecções por bactérias piogênicas é a produção de Ac que recobrem a bactéria e fixam o complemento,
aumentando sua captura pelas células fagocíticas como os neutrófilos e macrófagos, que as destroem. Se os
indivíduos afetados não receberem terapia de reposição com gamaglobulinas, para prevenir as infecções, eles
eventualmente morrem de doenças crônicas do pulmão. O jovem estudante foi saudável nos seus primeiros 10
meses de vida. No ano seguinte, ele teve pneumonia, vários episódios de otite média e infecções de pele.
Responda considerando o caso acima: 
10. Forneça uma explicação para a seguinte afirmação: ‘’pacientes com este tipo de anormalidade imunológica
não apresentam problemas com patógenos intracelulares”.

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