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Tutoria 4 - Pediatria

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1 
 
Tutoria 4 
1. Entender como funciona o cartão de vacina e seus critérios (MS e Particular); 
& Descrever os principais riscos e possíveis efeitos colaterais da vacina; 
2. Abordar sobre a imunização e desenvolvimento imune da criança desde a 
gestação (via placentária); 
3. Diferenciar os tipos de imunização/vacina passiva e ativa (resposta 
imunológica); 
5. Discutir os impactos dos surtos de sarampo para a saúde de crianças e 
adultos. 
 ENTENDER COMO FUNCIONA O CARTÃO DE VACINA E SEUS 
CRITÉRIOS (MS E PARTICULAR) & DESCREVER OS PRINCIPAIS 
RISCOS E POSSÍVEIS EFEITOS COLATERAIS DA VACINA; 
Temos basicamente três calendários de vacinação no Brasil. O do 
Ministério da Saúde (SUS), o da Sociedade Brasileira de Pediatria e o da 
Sociedade Brasileira de Imunizações. 
 
 
 
 Vacina Meningocócica 
No SUS a proteção é contra o meningococo tipo C, na rede privada 
contra os tipos: A, C, W,Y e B. 
 Gripe (Influenza) 
Na rede pública a vacina influenza, que protege contra a gripe, só é 
oferecida até os 5 anos de idade. Em 2015 a vacina do SUS protegia 
contra 3 sorotipos de vírus, nade privada contra 4. 
 Paralisia Infantil (Poliomielite) 
Na rede privada só se usa a vacina com vírus morto (injetável); no SUS 
as três primeiras doses (a partir de 2016) são com vírus morto, as 
demais com vírus vivo (vacina oral – gotinha). 
 Pneumocócica 
No SUS protege contra 10 sorotipos, na rede privada protege contra 13. 
 
 
 
2 
 
 HPV 
O SUS não disponibiliza a vacina para meninos. A partir de 2016 o SUS 
só fará duas doses, na rede particular permanecer a indicação de três 
doses. 
 Rotavírus 
No SUS a proteção é contra um sorotipo, na rede privada de 5 sorotipos. 
 Hepatite A 
No SUS não há reforço e na rede particular sim. Estudos indicam que 
uma única dose desta vacina garante proteção até os 10 anos. A segunda 
dose irá garantir a imunidade contra a hepatite A também na vida 
adulta. 
 Catapora (Varicela) 
Na rede pública não há reforço, na rede particular sim. Parece que uma 
dose é o suficiente para prevenir a doença as formas graves da doença, 
mas pode não evitar que a infecção ocorra. 
 
 Haemophilus influenza tipo B 
É uma bactéria que pode causar várias doenças e ter complicações 
graves, como pneumonia, otite, inflamação na epiglote (epiglotite) e 
meningite. No SUS fazem 3 doses e na rede privada 4. Estudos indicam 
que três doses são suficientes. 
Embora o calendário vacinal do SUS seja muito bom, ainda são várias as 
diferenças entre os calendários de vacinação da rede pública e privada. 
 
Muitas pessoas ficam confusas quando perdem o cartão de vacinação, 
pois têm medo de tomar uma vacina que já tenha sido administrada no 
passado. Não há nenhum problema em repetir vacinas. Muitas delas, 
aliás, precisam ser reforçadas de tempos em tempos, como as vacinas 
para tétano, febre amarela e difteria, que perdem efeito após 10 anos. 
Se houver dúvida quanto a imunização prévia em relação a uma doença, 
o melhor é vacinar. Se o paciente já tiver tomado a vacina 
anteriormente, isso não fará mal. Pior é deixar o paciente não 
imunizado e exposto à infecção. 
 
3 
 
O único cuidado que se deve ter é não administrar a mesma vacina com 
intervalos de poucos dias, principalmente se for vacina com germes 
vivos, pois não há aumento da eficácia e o risco de efeitos colaterais fica 
muito elevado. 
Pacientes alérgicos aos componentes das vacinas 
Algumas pessoas têm alergia a alguns componentes das principais 
vacinas. É importante realçar que pequenas reações como dor, febre 
baixa e mal estar após as vacinas, não são consideradas graves e não 
contraindicam posteriores reforços vacinais. 
Casos especiais que devem ser consultados por alergologista antes das 
vacinações para se avaliar a gravidade da reação alérgica. São eles: 
Pessoas com alergia grave a ovo podem apresentar reações às seguintes 
vacinas: 
 Influenza 
 Febre amarela 
 MMR ou SRC (tríplice viral) – Sarampo, rubéola e caxumba 
Pessoas com alergia a gelatina podem apresentar reações às vacinas 
contra: 
 Influenza 
 Febre amarela 
 MMR ou SRC (tríplice viral) – Sarampo, rubéola e caxumba 
 Raiva 
 Varicela 
 DTP (tríplice bacteriana) – Difteria, tétano e coqueluche 
 
Não são contraindicações a vacinação 
 Doenças benignas com febre inferior a 38,5ºC, tais como diarreia e 
infecções respiratórias. 
 Doenças neurológicas não evolutivas, como a Síndrome de Down e 
a paralisia cerebral. 
 Doenças crônicas cardiovasculares, pulmonares, renais e hepáticas 
 Diabetes. 
 Dermatoses, eczemas ou infecções cutâneas localizadas. 
 Reações localizadas, ligeiras ou moderadas, após vacinação prévia 
 Terapêutica com antibióticos, corticosteroides (até 20 mg por dia) 
e esteroides tópicos. 
https://www.mdsaude.com/endocrinologia/diabetes/
https://www.mdsaude.com/endocrinologia/glicocorticoides/
 
4 
 
 Antecedentes familiares e pessoais de alergia à penicilina, rinite 
alérgica, febre dos fenos, asma e outras manifestações atópicas. 
 História familiar de complicações e reações graves pós-vacinais. 
 Antecedentes familiares de convulsões. 
 Períodos de convalescença das doenças. 
 Períodos de incubação de doenças infecciosas. 
 Gravidez da mãe ou de outros contatos. 
 Prematuridade e baixo peso ao nascer. 
 História de icterícia neonatal. 
 Aleitamento materno. 
 Gravidez (para as vacinas inativadas). 
É importante respeitar as doses e período de intervalo entre as vacinas. 
Em 2008, durante um surto de Febre Amarela em algumas regiões do 
Brasil, houve uma histeria coletiva, estimulada por uma cobertura 
sensacionalista da imprensa que levou a população a tomar vacinas de 
modo equivocado. Além de casos de pessoas que tomaram a vacina mais 
de uma vez, houve inclusive a morte por febre amarela vacinal de uma 
paciente que apresentava contraindicação formal a vacina (usava 
imunossupressores devido a um quadro de lúpus). 
 
* Calendário de Vacinação da SBP 2020 
* Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais 
* Imagens calendário MS e SBP 
 
 ABORDAR SOBRE A IMUNIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO IMUNE 
DA CRIANÇA DESDE A GESTAÇÃO (VIA PLACENTÁRIA). 
*Desenvolvimento do sistema imune e suas etapas 
1. Imunização do feto e recém-nascido 
O sistema imunológico do recém-nascido apresenta habilidade limitada 
em montar uma resposta efetiva do ponto de vista quantitativo e 
qualitativo contra patógenos invasivos, implicando mais 
suscetibilidade a infecções. Sabe-se que quanto menor o período 
gestacional, menos desenvolvido será o sistema imunológico ao 
nascimento, de forma que recém-nascidos prematuros extremos (<28 
semanas) apresentam risco 5-10 vezes mais alto de infecção que o 
recém-nascido a termo.1 
O neonato é altamente dependente da transferência materna passiva de 
anticorpos no início da vida fetal e neonatal. O desenvolvimento 
https://www.mdsaude.com/neurologia/epilepsia-crise-convulsiva/
https://www.mdsaude.com/pediatria/ictericia-neonatal/
 
5 
 
imunológico somente estará completo na infância tardia.1 O leite 
materno é um exemplo importante de transferência de imunidade 
passiva no período pós-natal. Ele possui funções antimicrobianas, anti-
inflamatórias e imunorreguladoras. Contém a IgA secretora, que 
coloniza o trato gastrintestinal e respiratório do neonato, células ativas 
(fagócitos, células natural killer e linfócitos), citocinas (IL-4, IL-6, IL-8, 
IL-10) além de lisozima, lactoferrina, peroxidase e lípides 
antimicrobianos.2 
Os progenitores linfoide e mieloide, que estão no saco vitelino desde a 
quarta semana de gestação, migram para o fígado, principal órgão 
hematopoiético durante esse período, no qual proliferam sofrendo 
somente discreta diferenciação. Posteriormente, são encontrados no 
baço, timo e medula óssea.1 A imunidade pode ser classificada em inata 
(inespecífica) ou adquirida (específica), que,por sua vez, é dividida em 
imunidade humoral e celular. As vacinas atuam estimulando a 
imunidade específica, que é exercida por meio de anticorpos 
(imunidade humoral) e de linfócitos com função efetora (imunidade 
celular). Os anticorpos podem ser séricos, atuando na corrente 
sanguínea ou secretórios, bloqueando e impedindo a penetração de 
microrganismos através das mucosas. A defesa contra invasões 
microbianas inclui o desenvolvimento rápido e antígeno independente 
da imunidade inata e o desenvolvimento mais lento e específico da 
imunidade adaptativa. 
A imunologia do feto e do recém-nascido 
- Imunidade inata 
A imunidade inata é a primeira linha de defesa na exposição a um agente 
infeccioso e é ativada independente do contato prévio com antígenos. 
Ela é composta de barreiras epiteliais (pele e mucosas), citocinas, 
proteínas do sistema complemento e das células circulantes (fagócitos 
e células natural killer)5 
A pele do recém-nascido é imatura e tem mais permeabilidade, 
possivelmente em consequência à produção inadequada de ácidos-
graxos livres e pH alcalino. A quebra da integridade da pele que ocorre 
nesse período em pacientes hospitalizados pode agir como facilitador 
da entrada de agentes patogênicos. A produção de IgA secretória está 
ausente nos primeiros dias de vida, levando a maior vulnerabilidade das 
mucosas dos tratos respiratório e gastrintestinal a invasões por 
microrganismos patogênicos.3,4 
As citocinas são proteínas de baixo peso molecular, secretadas em 
resposta a um antígeno, que modulam a intensidade e a duração da 
resposta imune e inflamatória. São produzidas pelos fagócitos 
 
6 
 
(macrófagos e neutrófilos), células natural killer (NK) e linfócitos 
T helper. As principais citocinas da imunidade inata são interferon α, β 
e γ, fator de necrose tumoral (TNF) e interleucinas (1, 6, 10, 12, 15, 18).4 
As proteínas do sistema complemento ativam-se em cascata e têm como 
função a opsonização de antígenos e a lise celular a partir de formação 
do complexo de ataque à membrana. Elas se encontram reduzidas nos 
recém-nascidos. Durante a gravidez, há pouca transferência materna de 
proteínas do complemento. Ao nascimento alcançam níveis próximos 
de 60-90% dos valores do adulto em recém-nascidos a termo e 47-70% 
em recém-nascidos pré-termo.4 Níveis semelhantes aos dos adultos 
somente são atingidos após um ano de idade.6 
A célula NK é um tipo de linfócito que destrói células infectadas por 
vírus, microrganismos intracelulares e células neoplásicas com base na 
produção do interferon γ (INF γ). As células NK dos recém-nascidos 
apresentam função reduzida com menos ação citotóxica contra vírus, 
embora sejam equivalentes em números às dos adultos.4 
As células mononucleares inflamatórias, especialmente mastócitos e 
macrófagos, são as sentinelas do sistema de defesa contra os patógenos 
que vencem a barreira epitelial. Elas produzem fator de necrose 
tumoral α (TNF α) que recruta células do sistema inato (neutrófilos, 
monócitos e células dendríticas) e modula a apresentação de antígenos 
aos linfócitos T.3,5 O recém-nascido apresenta função reduzida de 
monócitos e macrófagos, com prejuízo na fagocitose.5 
Os neutrófilos são as últimas células a aparecerem no feto e somente 
são produzidos em grande número após o nascimento. No recém-
nascido estão reduzidos em número e efetividade. Sua concentração 
aumenta dramaticamente entre 12 e 24 horas após o 
nascimento.1 Observa-se nos recém-nascidos prejuízo na quimiotaxia, 
rolamento, adesão e migração até o sítio de infecção e também redução 
de sua atividade oxidativa, que é o seu mecanismo de citotoxicidade.7 O 
recém-nascido está menos capacitado a elevar o número de neutrófilos 
circulantes em resposta a um estímulo. Dessa forma, acredita-se que a 
incapacidade em mobilizar o pool medular durante um estresse 
associa-se a quadros sépticos nessa idade. 
Outros mediadores inflamatórios importantes como fibronectina, 
fatores da coagulação e sistema cinina também se encontram reduzidos 
ao nascimento. Todos esses déficits são parcialmente responsáveis pela 
reduzida capacidade de opsonização, reduzida capacidade em lisar 
bactérias Gram-negativas e alguns vírus, pouca geração de processo 
inflamatório, assim como reduzida quimiotaxia de polimorfonucleares 
e monócitos. 
 
 
7 
 
- Imunidade adaptativa 
O déficit na imunidade inata acarreta redução da ativação do sistema 
adaptativo, já que esses dois componentes estão interligados. A 
resposta imune adaptativa divide-se em resposta mediada por células e 
resposta mediada por anticorpos. Os linfócitos são suas células efetoras. 
Imunidade celular 
Os precursores das células T são identificados no fígado fetal na sétima 
semana de gravidez, mas ainda não expressam CD3 em sua superfície. 
Migram para o timo, onde completam sua proliferação. Entre 18 e 24 
semanas, os linfócitos T já se encontram em número semelhante ao do 
adulto. É no timo que ocorre a formação do receptor de célula T, 
conferindo a essas células especificidade e capacidade de 
reconhecimento do que lhes é próprio (self)1 
Embora apresente número maior de células T na circulação ao 
nascimento que os adultos, a maioria são células imaturas e poucas são 
células de memória, fato explicado pela pequena exposição intraútero a 
antígenos.1,4 
A imunidade celular é exercida pelos linfócitos T com seus subtipos 
T helper (CD3+ e CD4+) e T citotóxicos (CD3+ e CD8+). Os linfócitos 
T helper apresentam ainda dois subtipos, conforme seu padrão de 
produção de citocinas: Th1, que modula a imunidade celular, e Th2, que 
estimula a imunidade humoral. 
Enquanto os linfócitos B podem reconhecer antígenos diretamente com 
seus anticorpos, os linfócitos T somente reconhecem antígenos que lhe 
são apresentados pelas células apresentadoras de antígenos por meio 
dos antígenos maiores de histocompatibilidade de classe I e II. 
As propriedades fundamentais da imunidade celular são a produção de 
citocinas e a atividade citotóxica. As citocinas mais importantes da 
imunidade adaptativa são IL-2, 4, 5, 10 e 13 e INF γ β e TGF β. 
A produção das citocinas está desviada para o perfil de resposta Th2 até 
um ano de idade. A produção de IL-12 que ativa linfócitos T CD4 para o 
perfil Th1 está atrasada no recém-nascido.6 O déficit na resposta Th1 
visto no neonato confere prejuízo na função de citotoxicidade.7 As 
citocinas criam um contexto imunoinflamatório que gera amplificação 
de resposta e recrutamento de células capazes de interferir em toda a 
resposta imune. Sendo assim, sua deficiência acarreta problemas em 
toda a imunidade. A menor produção de citocinas (IL-2, IL-4, IL-6 e IL-
10) em resposta a antígenos ocorre, em parte, devido à baixa exposição 
intraútero, mas também devido à função secretória e inibitória da 
placenta. 
 
8 
 
Imunidade humoral 
A imunidade humoral é exercida por linfócitos B, os quais, estimulados 
por antígenos, diferenciam-se em plasmócitos produtores de 
anticorpos. Eles são reconhecidos por apresentarem em sua superfície 
os marcadores CD19 e CD20. 
Os precursores dos linfócitos B estão no fígado com oito semanas, onde 
já iniciam sua diferenciação. Após o nascimento, a maturação das 
células B se verifica na medula óssea. A produção de imunoglobulinas 
fetais já se inicia desde a 10ª semana de gestação, atingindo pico com 
26 semanas. A partir de então, cai drasticamente até o nascimento. Isso 
ocorre devido à baixa exposição intrauterina a antígenos e aos altos 
níveis de imunoglobulinas maternas transferidas passivamente ao feto. 
Dessa forma, ao nascimento a criança apresenta baixos níveis de 
imunoglobulinas (IgM, IgA e IgE), sendo a grande maioria da IgG de 
origem materna. 
Após o nascimento, inicia-se a produção própria de imunoglobulinas em 
resposta a antígenos alimentares e ambientais. O período 
compreendido entre a queda dos anticorpos maternose a produção 
sustentada de anticorpos próprios é chamado hipogamaglobulinemia 
transitória ou fisiológica. Ocorre entre o terceiro e o quinto meses de 
vida, com resolução completa entre dois e cinco anos. 
Estudos em humanos e em animais têm mostrado que a efetividade dos 
anticorpos produzidos pelas células B nos recém-nascidos difere da 
observada em adultos. A resposta neonatal é atrasada, os anticorpos 
atingem menores picos séricos e têm curta duração. A produção 
reduzida de anticorpos pelas células B nesse momento deve-se 
parcialmente a: anticorpos maternos, imaturidade das células B e 
imaturidade das células T helper, seu estimulante. 
Para que ocorra o "switch" de classe, ou seja, que o linfócito B apresente 
outras classes de imunoglobulinas em sua superfície, é necessária a 
interação com linfócitos T CD4. Na interação entre o linfócito T CD4 
padrão Th2 e o linfócito B, ocorre produção de citocinas e, de acordo 
com o predomínio de algumas delas, o linfócito B produz uma ou outra 
classe de imunoglobulina. No recém-nascido essa interação está 
prejudicada. 
O desenvolvimento completo da microarquitetura do tecido linfoide 
acontece após o nascimento, de maneira que os centros germinativos se 
tornam aparentes por volta do quarto mês de vida. É provável que esse 
processo de desenvolvimento possa limitar a resposta de anticorpos no 
período neonatal. 
 
 
9 
 
Sistema imune do recém-nascido 
O sistema imune é essencial para a defesa e manutenção da integridade 
do organismo.(14) Sua principal função é proteger contra agentes 
infecciosos e parasitários. Atua, também, no controle do 
desenvolvimento de neoplasias malignas, no processo de tolerância 
imunológica e na homeostase de órgãos e tecidos. 
O sistema imune fetal e neonatal está associado à proteção contra 
infecções, impedimento da nocividade de células T helper 1 (Th1) pró 
inflamatórias, cujas repostas induzem reações aloimunes materno-
fetal. Além disso, realiza a mediação da transição entre o meio intra-
uterino estéril e o meio externo rico em antígenos.(13) Esta resposta 
imune geralmente é avaliada em termos de idade gestacional, tendo seu 
início a partir do segundo trimestre de desenvolvimento e maturação 
gradual a qual se completa na adolescência. 
O desenvolvimento do sistema imunológico na criança inclui o 
amadurecimento da resposta imune inata, a indução da resposta 
antígeno-específica e memória imunológica para patógenos, em 
paralelo ao desenvolvimento e à manutenção de tolerância aos 
antígenos próprios, à microbiota saprófita e aos antígenos alimentares. 
Frente ao estímulo antigênico, o sistema imune (inespecífico e 
específico) do recém-nascido e de crianças mostra diferenças 
quantitativas e funcionais em relação ao adulto.(15) Além disso, há 
diferenças também no que se refere a recém-nascidos a termo e pré-
termo. 
Destaca-se, ainda, que infecções e exposição a micro-organismos não 
patogênicos presentes no meio ambiente podem direcionar a 
maturação do sistema imune neonatal. Menor exposição a micro-
organismos patogênicos do meio ambiente e menor ocorrência de 
infecções no início da vida podem reduzir a atividade estimulatória T 
celular, aumentando o risco de desenvolver doenças alérgicas na vida 
adulta. 
Resposta imune inata 
Considerada primeira linha de defesa contra patógenos invasores, 
inclui mecanismos de defesa efetivos sem que haja necessidade de 
exposição direta a antígenos. Estes mecanismos incluem barreiras 
físicas, como é o caso da pele intacta e de membranas mucosas. 
Os principais componentes da resposta imune inata são as células 
epiteliais, o sistema do complemento, os fagócitos e as células Natural 
Killer (NK)(12,22) Os receptores Toll-like (TLR) também são 
 
10 
 
considerados fatores importantes desta resposta(5), a qual inclui, ainda, 
o muco presente nas vias aéreas. Este muco previne o recém-nascido da 
desidratação e de patógenos, sendo que sua secreção inicia-se na 13ª 
semana de gestação.(23) 
O sistema imune inato realiza ataque a antígenos de forma rápida, não 
sendo capaz de desenvolver memória imunológica.(24) Além disso, as 
células relacionadas a este sistema apresentam deficiência na resposta 
contra micro-organismos contendo lipopolissacarídeos (LPS), como é o 
caso de bactérias Gram negativas.(10) 
Apesar das causas da suscetibilidade aumentada dos recém-nascidos 
aos patógenos intracelulares tais como vírus, Toxoplasma gondii e 
Mycobacterium tuberculosis não serem completamente conhecidas, há 
evidências de envolvimento dos defeitos de função das células do 
sistema imunológico inato. Dentre elas, pode-se citar o envolvimento de 
monócitos e macrófagos, citocinas que aumentam a imunidade celular, 
células NK e produção de interferon-γ (INF-γ).(6,8,25) 
Infecções ocorridas durante o período perinatal podem impor 
alterações permanentes à resposta imune inata, podendo comprometer 
a capacidade do indivíduo em combater futuras infecções. 
 
 
Pele e mucosas 
Características da pele do recém-nascido são importantes para conferir 
proteção contra micro-organismos na fase inicial de transição do 
ambiente intrauterino para o meio externo, período no qual ocorre a 
colonização pela microbiota normal. 
A pele neonatal é frágil e pequenas lesões podem afetar sua integridade, 
tornando-se acessível à invasão por micro-organismos.(1,12,13) No caso 
de fetos e recém-nascidos pré-termo, a pele apresenta maior 
imaturidade quando comparada aos recém-nascidos a termo. Além 
disso, tem permeabilidade aumentada causada, em parte, pela 
produção de ácidos graxos livres e pelo pH alcalino. Desta forma, há 
risco aumentado de infecção devido à incapacidade da epiderme em 
realizar bloqueio adequado de micro-organismos. O completo 
desenvolvimento funcional da pele ocorre apenas 2 a 3 semanas após o 
parto. 
O verniz caseoso presente ao nascimento é secretado pelas glândulas 
sebáceas fetais e tem atividade microbicida e neutralizante de toxinas 
bacterianas. Esta atividade é devido a proteínas e peptídeos 
 
11 
 
antimicrobianos, os quais têm expressão aumentada no recém-nascido 
quando se compara às crianças maiores e aos adultos. 
A colonização do trato gastrintestinal ocorre imediatamente após o 
parto e atua no desenvolvimento de tolerância e homeostase 
imunológicas necessárias para as interações comensais com a 
microbiota saprófita. A tolerância aos antígenos alimentares é um 
processo ativo que se inicia na vida intrauterina e continua após o 
nascimento, especialmente nos dois primeiros anos de vida. A mucosa 
intestinal é caracterizada por um constante equilíbrio entre ativação e 
supressão da resposta imune. Estudos indicam que as células epiteliais 
desempenham um papel importante na resposta imune das mucosas, 
através da produção de citocinas, fatores de crescimento e proteínas de 
membrana que propiciam interação e ativação das células dendríticas. 
O sistema imune inato é a maneira imediata de defesa pulmonar. Com a 
respiração, a área superficial do pulmão do recém-nascido é exposta a 
partículas desconhecidas. As que apresentam diâmetro inferior a 5 µm 
podem acessar os alvéolos, onde há uma variedade de moléculas 
antimicrobianas pertencentes ao sistema imune. 
 
 
2. Sistema imune nas crianças 
Resposta imunitária humoral normal em crianças 
Os linfócitos pré-B são inicialmente detectadas no fígado fetal humano 
na oitava semana de gestação e na medula óssea a partir da 12a9. Após 
a 30a semana, essas células são encontradas exclusivamente na 
medula9. Células B expressando IgM de superfície podem ser 
detectadas já na 10a semana de gestação, e aquelas expressando outras 
imunoglobulinas são encontradas a partir da 15a semana por via 
 
12 
 
vertical, apresentam uma evolução clínica mais grave do que crianças 
infectadas por outras vias e adultos. A imaturidade fisiológica dos 
sistemas imunitários fetale neonatal, no momento da infecção, parece 
ter papel crucial na progressão da infecção pelo HIV-1 em crianças. 
Neste artigo, fazemos revisão da ontogenia do sistema imunológico 
humano, correlacionando-a com a imunopatogenia da síndrome de 
imunodeficiência adquirida (AIDS), em crianças infectadas por 
transmissão vertical, em suas diferentes fases. Os linfócitos B, no início 
da gestação, expressam somente IgM. A coexpressão IgM/IgD surge em 
fases mais tardias da gravidez. Os linfócitos sem expressão de IgD 
podem determinar a tolerização a antígenos aos quais o feto é exposto 
in utero10. Outra diferença básica entre os repertórios fetal e adultos 
de células B é a preponderância, nos primeiros, da expressão de CD511. 
Ao contrário das células B convencionais, as células B CD5+, também 
chamadas células B1, secretam anticorpos de diversidade limitada, 
dirigidos contra auto-antígenos, e são suscetíveis a tolerância a longo 
prazo. Tem sido sugerido que essas células estejam envolvidas na 
regulação e no desenvolvimento do sistema imune por meio de redes 
idiotípicas9. O repertório para reconhecimento antigênico específico, 
que é regido pela região variável da Ig de superfície dos linfócitos B, é 
limitado nos fetos e neonatos. No início da gestação, o número de 
diferentes segmentos genéticos geradores de regiões variáveis e da 
potencial diversidade das Igs encontra-se reduzido. O repertório de 
células B aumenta na segunda metade da gestação. Essas diferenças 
funcionais e repertoriais podem acarretar em incapacidade do feto e 
neonato em produzir anticorpos específicos contra determinados 
antígenos9. Existem alterações importantes nas concentrações séricas 
de imunoglobulinas (Igs) durante a vida intra-uterina e no período 
neonatal. O neonato a termo produz pequena quantidade de Igs, porém 
apresenta altas concentrações de IgG resultante do transporte ativo 
transplacentário12 que se inicia por volta do 3o mês de gestação. Ao 
nascimento, os níveis de IgG são mais elevados que os maternos, mas 
caem rapidamente devido ao catabolismo das Igs de origem materna e 
atraso no início da síntese das próprias12. Como conseqüência, durante 
os primeiros quatro meses de vida, as crianças apresentam uma 
hipogamaglobulinemia fisiológica que as predispõe a infecções 
bacterianas. Após esse período, os níveis elevam-se, atingem 60% dos 
adultos no 1o ano de vida e tornam-se comparáveis aos adultos por 
volta dos 7 anos de idade12. A IgM não atravessa a placenta, mas é 
detectável no sangue do cordão devido à produção intra-uterina12. 
Após uma semana do parto, a síntese de IgM acelera-se e esta torna-se 
a principal Ig do recém-nascido. Atinge 50% dos níveis adultos aos seis 
meses e 80% aos 12 meses de vida. IgA, IgD e IgE nem atravessam a 
barreira placentária, nem são sintetizados em quantidades 
 
13 
 
significativas pelo neonato. Suas concentrações no sangue do cordão 
são muito baixas e aumentam lentamente durante o 1o ano, atingindo, 
então, 10% a 25% dos níveis adultos. 
Resposta imunitária celular normal em crianças 
As células T, derivadas de precursores hematopoéticos, começam a 
colonizar o timo fetal a partir da 8a semana de gestação23, onde têm 
início os processos de diferenciação, com a expressão de antígenos de 
superfície (receptores de células T ou TCR, CD4 e CD8)24,25. Esses 
receptores conferem aos linfócitos a capacidade de reconhecimento 
antigênico específico26,27. Nos estágios iniciais do desenvolvimento 
intratímico, os timócitos expressam tanto moléculas CD4 quanto CD8 
em suas superfícies. Posteriormente, essas células sofrem uma seleção 
na qual aquelas que respondem fortemente a auto-antígenos são 
eliminadas (seleção negativa); já aquelas que respondem bem contra 
antígenos em associação ao complexo principal de 
histocompatibilidade (MHC) são mantidos (seleção positiva). Durante o 
processo de seleção positiva são mantidos os receptores TCR e CD3 em 
todos os linfócitos, CD4 naqueles que reconhecem antígenos ligados ao 
MHC de classe II, e CD8 naqueles que reconhecem antígenos ligados ao 
MHC de classe I28. É mediante esse processo de seleção que se 
determina a diversidade do repertório de células T. Por volta de 12 
semanas, observam-se todos os estágios evolutivos de maturação dos 
timócitos, e, na 20a semana, os subtipos celulares são representados em 
composição semelhante à observada no período neonatal29. Linfócitos 
T maduros são facilmente identificados no sangue do cordão a partir da 
20a semana30. Entretanto, a diversidade dos TCR nos fetos, 
principalmente nos dois primeiros trimestres de gestação, é menor em 
relação aos indivíduos maduros31. Isto acarreta uma limitação 
quantitativa no repertório dos linfócitos T e na natureza dos antígenos 
que possam vir a ser por eles reconhecidos. Os recém-nascidos a termo 
apresentam aumento na contagem de linfócitos CD4+, tanto em 
números absolutos quanto relativos, quando comparados aos adultos. 
A relação CD4/CD8 também é superior à dos adultos, chegando a 3:1 no 
período neonatal32. Entretanto, essas células são funcionalmente 
imaturas. Praticamente todos os linfócitos neonatais expressam a 
molécula CD38, um antígeno de superfície marcador de timócitos e 
inexistente em linfócitos maduros33. Ao contrário dos linfócitos 
adultos, dos quais 50% a 60% expressam o marcador de células de 
memória CD45RO, a quase totalidade dos linfócitos neonatais expressa 
CD45RA, um marcador de células não-primadas34. A resposta 
proliferativa ao estímulo com mitógenos e aloantígenos é semelhante à 
dos adultos a partir da 20a semana de gestação9. Entretanto, a resposta 
a antígenos de memória é reduzida no período neonatal35. Nos 
 
14 
 
neonatos, as funções regulatórias e citotóxicas dos linfócitos T também 
são deficitárias, quando comparadas com as dos adultos35-37. A 
cooperação entre linfócitos T CD4+ e linfócitos B para a síntese de 
imunoglobulinas encontra-se em cerca de 50% da produção dos 
adultos. Isto se deve, em parte, a uma diminuição na secreção de 
linfocinas, principalmente IL-4 e IFN-γ28,36. A redução na secreção 
destas duas citocinas parece estar relacionada com a menor quantidade 
de células de memória presentes nos neonatos, já que essa população 
celular produz, aproximadamente, dez vezes mais IFN-γ do que as 
células não-primadas, e é quase exclusivamente responsável pela 
secreção de IL-4. Outras citocinas, como IL-2, TNF-α ou linfotoxina, 
encontram-se em níveis comparáveis ou ligeiramente reduzidos em 
relação aos adultos38. Enquanto os linfócitos T CD8+ mediam a 
atividade citolítica, antígeno-específica, e restrita ao MHC, as células 
natural killer (NK) são responsáveis pela citotoxicidade inespecífica, 
não restrita ao MHC, e dirigida contra células infectadas ou células 
tumorais. Ambas participam do processo de citotoxicidade anticorpo-
dependente mediada por células (ADCC). A atividade citolítica das 
células NK é incrementada pela ação de IFN-γ e IL-239. Essas 
encontram-se reduzidas numerica e funcionalmente durante a vida 
fetal e ao nascimento40. Sua atividade citotóxica corresponde a 15% a 
60% daquela dos adultos, e sua capacidade de mediar ADCC é reduzida 
em aproximadamente 50%. A imaturidade do sistema NK neonatal 
normal ocorre na ligação com o antígeno, nos processos de lise, bem 
como no repovoamento que se encontram reduzidos. A regulação do 
sistema NK do neonato normal difere da do adulto por ser mais 
dependente de IL-2, e menos responsivo a IFN-γ41. O número de células 
NK aumenta significativamente nos primeiros meses de vida 40, 
sugerindo que este seja um mecanismo de defesa importante antes do 
desenvolvimento completo da resposta imune específica. Os 
polimorfonucleares neutrófilos (PMN) são as primeiras células a chegar 
a um sítio de infecção bacteriana e são as principais células envolvidas 
com a lise desses patógenos42. Em conjunto com osmacrófagos, 
promovem a primeira linha de defesa do organismo, fagocitando 
partículas estranhas e liberando fatores quimiotáticos que atraem 
outras células do sistema imunitário. Entretanto, em neonatos a cinética 
da fagocitose é mais lenta do que a dos adultos43. Esse é um dos 
motivos pelos quais os recém-nascidos são mais propensos a 
apresentar septicemias e outras infecções bacterianas graves do que 
crianças mais velhas. 
 
 
 
15 
 
 DIFERENCIAR OS TIPOS DE IMUNIZAÇÃO/VACINA PASSIVA E 
ATIVA (RESPOSTA IMUNOLÓGICA). 
A imunização ativa é aquela em que o próprio organismo da pessoa 
produz anticorpos e células imunes. Isso se dá quando ele entra em 
contato com alguma substância que lhe é estranha. 
Uma forma de se contrair uma imunização ativa é adquirindo uma 
doença infecciosa, bem como pela vacinação. Trata-se de uma proteção 
imunológica que se estende por anos, embora haja caso de durar toda a 
vida. 
Na imunização passiva, os anticorpos são transferidos à pessoa através 
de um outro ser humano, assim como por um animal. Sua imunização, 
entretanto, é mais breve, podendo durar apenas algumas semanas ou 
então meses. 
A imunização passiva pode ser natural ou artificial. A natural é obtida 
pela passagem de anticorpos do corpo da mãe para o do feto. Isso pode 
se dar tanto por meio da placenta, quanto do leite. Dá-se nos sessenta 
dias restantes da gestação e é a mais comum de todas. 
Quanto à artificial, há três maneiras principais de adquiri-la, ou seja, a 
imunoglobulina humana combinada ou hiperimune. Por fim, também o 
soro heterólogo. E é através da transfusão de sangue que se adquire 
essa imunidade passiva. 
Os mecanismos de imunidade podem ser de dois tipos: (1) 
resistência natural (inata, ou seja, geneticamente herdada – como 
por meio do leite materno ou placenta – e sua função protetora não 
é específica); (2) imunidade adquirida (induzida e específica). 
Porém, a imunidade pode ser naturalmente adquirida de 
duas formas: ativa e passiva. Na imunidade ativa, as células do 
indivíduo são ativadas pelos microrganismos, ocorrendo 
proliferação de clones específicos de linfócitos T e B, que são 
mantidos no organismo, durante anos, como células de memória. Na 
imunidade passiva, as células do indivíduo não são ativadas, mas os 
produtos da ativação dos LB, ou seja, os anticorpos são recebidos 
prontos. 
A aquisição da imunidade passiva ocorre apenas na fase 
inicial da vida, quando os anticorpos da classe IgG passam pela 
placenta e os da classe IgA, pelo leite materno. A criança tem apenas 
capacidade de, ativamente, produzir IgM (sendo que este não 
apresenta ainda capacidade de alterar seu isotipo). 
 
16 
 
Tendo em vista esses dois conceitos de imunidade ativa e 
passiva, podemos induzi-las de duas formas: 
 Ativa, pelo uso de vacinas, que são formas modificadas, 
menos virulentas, do agente causador da infecção, o que faz 
com que o nosso sistema imune, de maneira ativa, crie seu 
próprio mecanismo de defesa (como a produção de células 
de memória para uma futura resposta mais veloz e eficaz); 
 Passiva, pelo uso de soros ou imunoglobulinas, específicos ou 
não. 
 
Vacinas 
Por meio das vacinas, aplica-se o patógeno atenuado em um 
paciente sadio, o qual ativará seu sistema imunológico, passando a 
produzir células de memória que vão prevenir uma futura infecção 
desse patógeno. Baseia-se, portanto, em um mecanismo de 
prevenção. 
As vacinas (cujo nome advém de vaccinia, o agente 
infeccioso da varíola bovina, que, quando é injectado no organismo 
humano, proporciona imunidade à varíola no ser humano) são 
substâncias, como proteínas, toxinas, partes de bactérias ou vírus, 
ou mesmo vírus e bactérias inteiros, atenuados ou mortos, que ao 
serem introduzidas no organismo de um animal, suscitam uma 
reação do sistema imunológico semelhante à que ocorreria no caso 
de uma infecção por um determinado agente patogênico, 
desencadeando a produção de anticorpos que acabam por tornar o 
organismo imune ou, ao menos mais resitente, a esse agente (e às 
doenças por ele provocadas). 
São, geralmente, produzidas a partir de agentes patogênicos 
(vírus ou bactérias), ou ainda de toxinas, previamente 
enfraquecidos. Ao inserir no organismo esse tipo de substâncias, 
fazemos com que o corpo combata o agente levando à estimulação 
a síntese de anticorpos, que protegem o nosso organismo, além de 
desenvolver a chamada memória imunológica, tornando mais fácil 
o reconhecimento do agente patogênico em futuras infecções e 
aumentando a eficiência do sistema imune em combatê-lo. Quando 
o corpo é atacado por algum agente patogénico o organismo 
encontra-se protegido. 
 
Tipos de vacina 
As primeiras vacinas produzidas por Jenner e Pasteur foram 
provenientes de microrganismos vivos atenuados. Além dessas, há 
atualmente vacinas que utilizam microrganismos mortos ou 
inativados. Ambos os tipos apresenta vantagens e desvantagens. 
 
17 
 
 Vacinas com microrganismos atenuados: podem ser 
produzidas por meio de diversas técnicas. Este tipo de 
vacina é produzida com microrganismos de baixa 
virulência, indutores de reação cruzada (por meio de um 
vírus que apresenta determinantes antigênicos 
semelhantes ao vírus que se deseja prevenir, o que leva à 
ativação de clones de linfócitos T e B que propiciam uma 
reação cruzada). Ex: vacina contra febre tifoide; bem como 
podem ser produzidas com microrganismos virulentos 
atenuados em cultura (consiste na atenuação do agente 
infeccioso por passagens sucessivas em meios de cultura); 
Ex: BCG (vacina contra a tuberculose). Em resumo, podemos 
destacar duas técnicas distintas: 
o Método de Pasteur: o objetivo deste método seria 
atenuar em cultura para que haja a perda da 
patogenicidade e a ativação do sistema imune, no 
intuito de evitar a infecção. A técnica se baseia no tipo 
de agente a ser inoculado: (1) bactérias: passagens 
sucessivas do meio de cultura com o micro-organismo 
por um longo período; (2) vírus: manutenção em 
células não-humanas, fazendo com que ele perca a sua 
patogenicidade. 
o Método de Jenner (reação cruzada): uso de micro-
organismos de espécies diferentes (e 
preferencialmente, não patogênica) que 
compartilham determinantes antigênicos dos 
patogênicos, o que gera uma reação cruzada no 
organismo que, ao mesmo tempo que fabrica 
anticorpos para lutar contra um peptídeo não 
patogênico, produz meios de defesa contra peptídeos 
semelhantes, mas patogênicos. Ex de vacinas virais: 
sarampo, rubéola, caxumba, poliomielite, febre 
amarela. Ex de vacinas bacterianas: tuberculose. 
 
Vacinas produzidas com peptídeos sintéticos: por meio da 
identificação e isolamento dos determinantes antigênicos 
de um agente infeccioso, fazendo uso da tecnologia do DNA 
recombinante, tem-se propiciado que peptídeos sintéticos 
sejam produzidos em grande quantidade. Para que um 
peptídeo sintético seja produzido, o seu gene precisa ser 
clonado e inserido em células de inseto ou bactérias para 
que estas secretem grande quantidade desses antígenos. 
Esses peptídeos sintéticos são, em geral, compostos de 10 a 
20 aminoácidos e quando são inoculados, se não forem 
 
18 
 
degradados totalmente dentro das APCs, é muito pouco 
provável que um número suficiente de moléculas se acople 
diretamente a molécula do MHC-II. Para superar este 
problema, os peptídeos são associados a moléculas 
carreadoras proteicas (lipossomos) e administrados com 
adjuvantes (como citocinas), que aumentam a resposta 
inflamatória por estimular o sistema imune. 
 
 Vacinas de DNA recombinantes inserido em vetores de 
baixa virulência: os genes indutores da expressão de 
peptídeos antigênicos devem ser reconhecidos e clonados. 
Esses genes são então introduzidos em microrganismos de 
baixa virulência natural, como o BCG e o vírus da vacina. 
Esses microrganismos nos quais o gene é introduzido são 
chamadosde quiméricos, pois 
expressam determinantes 
antigênicos não normalmente 
presentes em sua estrutura. Os 
microrganismos quiméricos 
são inoculados e fagocitados, 
processados e apresentados 
pelas moléculas de MHC. 
Dessa forma, esse tipo de vacina reproduz vias naturais de 
infecção e propiciam que as respostas celulares (MHC-I 
apresentam aos LT citotóxicos) e humorais (MHC-II 
apresentam aos LT auxiliares). 
 
 Vacinas baseadas em toxoides (vacinas com antígenos 
purificados): as toxinas também podem ser inativadas 
tornando-se formas atóxicas (perde sua antigenicidade, 
mas ainda preserva sua imunogenicidade) denominadas 
toxoides ou anatoxinas, como no caso das vacinas 
antitetânica e antidiftérica. Faz-se uso das toxinas inativas 
de microrganismos patogênicos cujo mecanismo de 
patogenicidade se dá por essas toxinas. E esta forma como é 
elaborada, faz com que o organismo crie mecanismos 
 Microsganismos vivos atenuados: 
o Vantagens: são administrados por meio de 
uma única e forte dose (mas, dependendo do 
paciente, pode haver a necessidade de novas 
doses); ativam uma resposta imune tanto 
humoral quanto a celular. 
o Desvantagens: pode haver reações 
Inflamatórias locais e sistêmicas; pode haver 
mutação do micro-organismo e este se tornar 
mais virulento. 
o Ex: BCG; VORH; VOP; Febre amarela; Tríplice 
viral; Tetra viral. 
 Microsganismos Inativados 
o Vantagens: por desencadear uma fraca 
resposta imune humoral e celular, é 
praticamente ausente a incidências de 
reações inflamatórias. 
o Desvantagens: necessidade maior de 
repetição de doses. 
o Ex: Hepatite B; Pentavalente (DTP-HiB- 
Hepatite B); Pnm-10; MnC; VIP; Hepatite A; 
HPV. 
 
19 
 
imunes para atenuar estas toxinas. Ex: vacina contra difteria 
e tétano. 
 
 Vacinas de DNA: faz-se uso de plasmídeos contendo cDNA 
codificando proteínas importantes na indução à imunidade. 
Genes de citocinas e de moléculas co-estimuladoras podem 
ser associados ao DNA, aumentando a resposta imune. 
 
 Vacinas com microrganismos inativados: microrganismos 
podem ser inativados pelo calor, por agentes químicos 
(formaldeído, fenol) ou pela radiação. Mesmo com o 
microrganismo atenuado, seus determinantes antigênicos 
continuam capaz de desencadear uma resposta imune. Ex 
de vacinas virais: poliomielite, raiva, hepatite A, influenza. 
 
Fatores importantes na administração da vacina 
 
 Doses da vacina: dependendo de como a vacina foi 
produzida e de sua capacidade de produzir respostas 
imunes, a vacina pode ser administrada em uma única dose 
ou em doses reforçadas. Uma única dose de vacina é 
suficiente no caso de microrganismos vivos atenuados. Já no 
caso da administração de poliovíruos, caso ocorra infecção 
enteroviral intercorrente ou a administração de três tipos 
de vírus, devem ser repetidas as imunizações, pela redução 
na atividade da vacina. Em relação ao intervalo entre a 
primeira e as doses de reforço, este depende tanto de 
considerações teóricas quanto de observações clínicas. 
 
 Vias de administração: quando os antígenos presentes na 
vacina são vivos atenuados e a infecção natural ocorre pela 
mucosa, estes podem ser administrados pela via oral. As 
vacinas com vírus e bactérias que infectam as vias 
respiratórias podem ser administradas via intranasal ou 
por aerossol, estimulando o sistema imune das mucosas das 
vias aéreas. As vacinas com adjuvantes, como o hidróxido de 
alumínio, devem ser administradas por via intramuscular 
profunda (de preferência, na porção anterolateral da parte 
superior da coxa) e não pela via subcutânea, porque podem 
causar necrose tecidual. 
 
Adjuvantes: são formulações diversas que permitem a 
liberação lenta dos antígenos, o que propicia maior migração 
celular e resposta imune mais eficiente. Alguns tipos de 
 
20 
 
adjuvantes também apresentam a capacidade de ativar os 
macrófagos induzindo à produção de citocinas pró-
inflamatórias, o que aumenta a resposta imune. Entre os 
adjuvantes de depósito usa-se hidróxido de alumínio, fosfato 
de alumínio, sulfatos duplos de potássio e de alumínio 
(alúmen), fosfato de cálcio e tartaratos de alumínio e de 
potássio. O complexo formado entre a adjuvante+antígeno 
apresenta as seguintes funções: 
 Fazer com que o antígeno seja liberado de forma 
lenta e, quanto mais tempo o antígeno permanece 
exposto ao organismo, favorecendo uma efetiva 
resposta imune. 
 Ativa macrófagos; 
 Induz citocinas pró-inflamatórias 
 Resposta Imune mais eficiente 
 
 Estado de saúde do paciente: a ocorrência de efeitos 
adversos após a administração de vacinas é muito rara na 
maioria das pessoas com sistema imune saudável. Podem 
ocorrer problemas no caso de reações alérgicas a 
componentes antigênicos, os adjuvantes e conservantes, a 
proteínas da gema de ovo (sarampo, caxumba, influenza e 
febre amarela) ou aos antibióticos presentes nas vacinas. 
Como efeitos adversos mais comuns, relatam-se: 
 Reações alérgicas com componentes da vacina 
(conservantes, adjuvantes, antibióticos) 
 DPT: febre, irritabilidade, edema, dor local 
 SABIN: paralisia (quando o antígeno sofre mutação: 
forma avirulenta forma virulenta) 
 
Dificuldade da produçao de novas vacinas 
 Existência de reservatórios animais: o fato de um 
microrganismo apresentar como reservatório natural um 
animal, dificulta bastante a produção de vacinas; 
 Alta infectividade; 
 Complexos ciclos de vida do micro-organismo; 
 Variabilidade Antigênica: quanto maior o número de 
determinantes antigênicos, maior a dificuldade na produção. 
 Custo financeiro 
 
Soro 
O soro é uma forma de imunização passiva de efeito rápido, 
em que se administra diretamente o anticorpo ao paciente doente 
 
21 
 
no intuito de inativar o patógeno, obtendo como resultado a 
recuperação da infecção. Baseia-se, portanto, em um mecanismo de 
tratamento. 
A imunização passiva é usada em casos de 
imunodeficiências primárias de linfócitos B, e quando o paciente 
apresenta quadro de infecção por não ter sido vacinado. 
Esse tipo de imunização pode ser realizado com 
imunoglobulina humana normal (gamaglobulina normal ou 
comercial), com imunoglobulinas humanas específicas e com soros 
específicos. As imunoglobulinas podem ser administradas por via 
intramuscular ou endovenosa. 
 
Imunoglobulinas 
A imunoglobulina humana normal (IHN) é obtida de plasma de 
doadores de sangue em geral. A tecnologia empregada para a 
purificação das Ig propicia a precipitação de IgG, que consiste em 
85% das imunoglobulinas; as concentrações menores são de IgM 
(10%) e de IgA (5%). A via de escolha é intramuscular ou 
endovenosa e a concentração de imunoglobulinas depende da 
qualidade do doador. Os inconvenientes da administração são: dor 
no local, mal-estar, febre, reações anafiláticas. Esse tipo de 
imunoglobulina pode ser usado na profilaxia da hepatite A e B, 
rubéola, sarampo, varicela. 
As imunoglobulinas específicas são obtidas de plasma de 
doadores selecionados: pessoas submetidas recentemente à 
vacinação contra determinado microrganismo ou convalescentes 
da doença que se quer evitar. Faz uso da Técnica de Purificação e 
purificação Ig específica e escolha da via intramuscular ou 
endovenosa. Esse tipo de imunoglobulina é usado nos casos de 
Hepatite B, raiva, tétano, varicela. 
 
Soros específicos 
Os soros utilizados de forma terapêutica na espécie humana 
são produzidos, na maior parte das vezes, em cavalos e por isso são 
soros heterólogos. Esses soros, por apresentarem moléculas 
diferentes em relação às humanas, podem induzir à resposta imune 
e causar choque anafilático ou hipersensibilidade do complexo 
imune em casos de administrações consecutivas. 
A técnica utilizada é a transferência do soro (pool de 
anticorpos) para um animal de outra espécie (como de um cavalo 
para o homem), sendo tratados previamente com enzimas 
proteolíticas.22 
 
 Desvantagens: Choque Anafilático, Imunocomplexos 
(inflamação). 
 Uso: Antidiftérica, antirrábica, antitetânica. 
 
 
Resposta primária e secundária 
A resposta primária é a reação do organismo quando entra em contato 
pela primeira vez com uma substância considerada estranha. O 
resultado é a ativação inicial do sistema macrofágico, seguida de 
ativação do sistema linfocítico. Há participação de várias células, 
incluindo monócitos, macrófagos, linfócitos timo-dependentes (T) e 
bursa equivalentes (B), com formação de imunoglobulinas 
principalmente do isótipo M (IgM), resultando na formação de células 
de memória B e T (Figura 1.10). 
 
Na resposta secundária, por sua vez, o organismo já manteve contato 
prévio com a substância estranha. Há ativação seqüencial de sistema 
macrofágico e linfocítico. Uma grande diferença é que na resposta 
secundária o organismo já conta com a presença de linfócitos B e T 
memória. A reação dá-se de forma mais rápida e mais intensa tanto para 
a formação de novas imunoglobulinas com maior afinidade ao antígeno 
quanto para o aparecimento de novos linfócitos T. A imunoglobulina 
predominante na resposta secundária é a IgG, sendo o início dado pela 
IgM. Assim, um contato prévio com um microrganismo é importante 
para o desenvolvimento de uma melhor defesa imunológica pelo 
indivíduo (Figura 1.11). A aplicação prática de uma resposta 
imunológica secundária é o uso de vacinas: o organismo tem um contato 
inicial com agentes atenuados fornecidos pelas imunizações e, diante de 
um agente agressor in natura, terá uma melhor defesa pelas células de 
memória, fazendo com que na grande maioria dos casos não apareçam 
sintomas ou sinais clínicos ou estes sejam frustros. 
Resposta ativa e passiva 
A resposta ativa ocorre quando o organismo recebe substâncias 
estranhas ou antígenos que determinam uma reação imunológica. É o 
caso das vacinações ou das imunizações (Figura 1.12). Nas vacinas 
podem ser administrados toxóides, microrganismos mortos ou vivos 
atenuados. Toxóides são toxinas destoxificadas, ou seja, toxinas 
tratadas em que foi retirada a parte que causa danos ao organismo, 
permanecendo a porção capaz de determinar uma resposta 
imunológica. São exemplos o toxóide tetânico e o diftérico. A toxina 
tetânica tratada com formalina perde sua toxicidade, mantendo a 
 
23 
 
capacidade antigênica. A resposta imunológica a toxóides é alta, 
permanecendo células de memória por longos períodos de tempo. Das 
bactérias mortas, o exemplo é a Bordetella pertussis, contra a 
coqueluche. O nível de resposta imunológica a bactérias mortas é bem 
mais baixo e, portanto, a eficácia da vacina é menor. Atualmente tem 
sido dada preferência para vacinas acelulares, ou seja, sem a bactéria 
completa, apenas com componentes da bactéria, principalmente o 
toxóide pertussis; há melhor tolerância e maior imunogenicidade. A 
bactéria viva Mycobacterium tuberculosis pode ser atenuada, dando 
origem à vacina BCG (Bacilo de Calmete e Guérin). É útil em populações 
de locais onde a tuberculose é endêmica, prevenindo com alta eficácia a 
meningotuberculose em crianças. O enfraquecimento de vírus vivos, 
como o vírus da poliomielite da vacina Sabin, do sarampo e da rubéola, 
tornando-os atenuados leva à perda de grande parte da patogenicidade, 
permanecendo a capacidade de gerar uma resposta imunológica, 
geralmente com formação de células de memória de meia-vida longa 
(Figura 1.13). 
O vírus vivo atenuado da poliomielite da vacina Sabin é administrado 
por via oral e a defesa dá-se inicialmente na mucosa digestiva, 
permanecendo a eliminação fecal de alguns vírus não-destruídos, o que 
é útil em populações nas quais se está tentando erradicar a poliomielite, 
pois há disseminação fecal do vírus atenuado, imunizando outros 
indivíduos. Vírus vivos atenuados, assim como bactérias vivas 
atenuadas, podem ter risco de desenvolvimento da doença em 
pacientes imunocomprometidos. A vacina oral contra a poliomielite é 
constituída por três sorotipos de vírus vivos atenuados da poliomielite. 
Em pacientes com imunodeficiência do tipo celular, a baixa resposta 
imunológica contra o vírus pode causar doença, apesar da menor 
patogenicidade desse vírus. Em países que visam à erradicação da 
poliomielite, o risco desses pacientes com baixa defesa imunológica não 
é considerado durante campanhas de vacinação, ficando por conta do 
médico a contra-indicação de tais vacinas a pacientes com deficiência 
da imunidade celular e com ausência total de anticorpos. A vacina Salk 
é uma indicação para esses indivíduos por não apresentar risco de 
desenvolvimento da doença; é formada por três sorotipos de vírus 
mortos, obtidos a partir de culturas de células tratadas com formalina. 
O poder antigênico da Salk é bem menor do que o da Sabin, além de não 
promover imunidade intestinal. Ainda hoje existem cepas originais de 
Salk. Na resposta passiva são recebidos produtos da resposta 
imunológica provenientes de linfócitos B ou T (Figura 1.14). Anticorpos, 
como produtos da resposta passiva de células B do isótipo G, são 
recebidos durante a vida fetal por passagem transplacentária. São úteis 
em defesas contra microrganismos para os quais a mãe já tenha 
 
24 
 
desenvolvido uma resposta imunológica, como é o caso de a criança já 
possuir ao nascimento IgG antitetânica. A amamentação natural 
permite a passagem de IgA pelo leite. Já os leites industrializados com 
fórmulas semelhantes ao leite humano não contêm imunoglobulinas. 
Essa diferença é importante porque no início da vida a criança ainda não 
tem IgA para defesa, que se formará com o evoluir da idade. O colostro 
é o leite mais rico em IgA e durante toda a lactação há IgA no leite 
materno. A administração de anticorpos é muito útil nas doenças em 
que não houve tempo suficiente para o organismo combater os agentes 
agressores, com sinais e sintomas muito graves ou naquelas conhecidas 
por terem evolução rápida e grave. Assim, na doença tetânica ou 
diftérica já instalada são utilizadas antitoxinas antitetânicas ou 
antidiftéricas isoladas de indivíduos que apresentaram a doença. A 
gamaglobulina humana é a fração das proteínas plasmáticas separada 
por eletroforese e que contém uma grande quantidade de anticorpos. A 
gamaglobulina laboriatorialmente preparada e tratada é constituída 
por um pool de gamaglobulinas de diferentes indivíduos sadios. É útil 
para pacientes com deficiência de IgG, pois a quase totalidade de 
gamaglobulina humana é formada por IgG, sendo mínima a quantidade 
de outros isótipos da mesma. A gamaglobulina oriunda de populações 
em que há endemias de sarampo e de hepatite por vírus A pode ter 
indicação em casos especiais dessas doenças. A gamaglobulina 
hiperimune é proveniente de inoculações sucessivas de antígenos 
específicos em animais de laboratório, resultando na formação de 
anticorpos específicos que podem ser úteis em ocasiões em que é 
necessária uma rápida resposta imune. Pode causar problemas por 
serem anticorpos de outra espécie, como eqüina ou bovina, 
constituindo-se, portanto, em substâncias muito diferentes dos 
anticorpos humanos. O soro, por conter a fração gamaglobulina, pode 
ser utilizado em casos de necessidade da presença imediata de 
anticorpos e não sendo possível a administração de anticorpos 
específicos, aos quais sempre se deve dar preferência. Na resposta 
passiva os produtos recebidos podem ser provenientes de linfócitos e 
de monócitos (Figura 1.15). O primeiro a ser descrito foi o fator de 
transferência, obtido de um macerado de células mononucleares 
quando se pretendia transferir as substâncias sintetizadas por tais 
células. Atualmente, quase não é mais utilizado, preferindo-se 
substâncias mais específicas separadas, como o interferon α, que 
promove a defesa antiviral, sendo utilizado em determinados casos de 
hepatite pelo vírus C. A IL-3 pode serútil para aumentar a hematopoese 
pela medula óssea, em casos de aplasias e em algumas leucoses. O fator 
estimulador de crescimento de colônias de granulócitos pode ser útil 
em neutropenias. A IL-2 é o principal fator de crescimento e de 
 
25 
 
diferenciação de linfócitos T, sendo utilizada quando há necessidade de 
defesa por essas células. 
Resposta inata e adaptativa 
A resposta imunológica inata ou inespecífica é aquela pela qual o 
organismo responde sempre da mesma forma, qualquer que seja o 
agente agressor (Figura 1.16). O tipo ou qualidade de resposta não 
varia, podendo modificar apenas a quantidade. É a primeira defesa do 
organismo com atuação imediata contra qualquer agente. Não 
determina uma imunidade permanente, apesar de poder agir por vários 
dias. Os componentes da resposta inata são: barreira mecânica, 
fagócitos atuando por meio de quimiotaxia seguida por fagocitose, 
sistema complemento e células natural killer ou NK. Esses componentes 
já existem ao nascimento, não se modificando com o tempo. A via 
clássica do complemento apresenta todas as características de uma 
resposta inata, fazendo a ligação entre a resposta inata e a adaptativa. 
As células da resposta inata apresentam receptores para estruturas que 
se repetem em diferentes patógenos, não sendo necessária uma 
resposta tão discriminativa como para a resposta adaptativa. A resposta 
imunológica adaptativa, específica ou adquirida vai sendo desenvolvida 
com a idade, havendo necessidade do contato com o antígeno para sua 
aquisição. Assim, com o tempo essa resposta vai se modificando, 
tornando-se mais eficiente. Trata-se de uma reação específica para cada 
antígeno, variando quanto à qualidade e à intensidade (Figura 1.17). A 
resposta adaptativa combate substâncias de extrema variabilidade. 
Suas células apresentam receptores de alta diversidade e 
especificidade. A resposta adaptativa ocorre quando a inata é 
insuficiente para debelar o agente agressor. Há necessidade de maior 
tempo para seu início, principalmente frente aos primeiros contatos 
com as substâncias. A resposta adaptativa dá-se pela imunidade 
humoral e celular. Na defesa humoral, os principais responsáveis são 
proteínas plasmáticas, as imunoglobulinas, sintetizadas por linfócitos 
bursa equivalentes (B) diferenciados em plasmócitos. A resposta 
adaptativa celular ocorre por ação direta de células, os linfócitos timo-
dependentes (T). Os linfócitos são altamente específicos para cada 
patógeno, resultando em reações extremamente dirigidas contra as 
características de cada agente agressor, havendo, por isso, acentuada 
heterogeneidade nesse tipo de resposta. Na resposta adaptativa são 
formados linfócitos T e B memória que permitem um reconhecimento 
antigênico mais rápido e uma melhor defesa em contatos subseqüentes. 
O resultado é uma imunidade duradoura, protegendo o organismo 
contra infecções pelo mesmo agente. Pequenos linfócitos oriundos da 
célula progenitora linfóide da medula óssea dirigem-se ao timo ou 
permanecem na medula, dando origem a linfócitos T e B, 
 
26 
 
respectivamente. Essas células migram para os órgãos linfóides 
secundários: linfonodos, baço e tecido linfóide associado às mucosas 
(MALT), para que se efetue a resposta adaptativa. Os linfócitos T são 
responsáveis pela imunidade celular, enquanto os B produzem 
anticorpos, os quais constituem a imunidade humoral (Figura 1.18). A 
inflamação é resultante dos diferentes mecanismos da resposta 
imunológica na tentativa de manter a homeostasia do organismo e 
recuperar os tecidos lesados. É o resultado da ativação da resposta inata 
ou da inata em conjunto com a adaptativa. Nos próximos capítulos serão 
analisados os diferentes componentes da resposta imunológica inata e 
adaptativa. 
 
Tipos de resposta imune 
A. Resposta imune humoral 
As moléculas de reconhecimento são constituidas por anticorpos, 
globulinas glicoproteicas chamadas imunoglobulinas (Ig), secretadas 
no plasta e de inúmeros tecidos. A imunidade humoral, ao contrário da 
imunidade celular, pode ser transmitida pelo plasma ou soro. 
Na espécie humana são encontradas 05 tipos de imunoglobulinas. São 
por ordem de concentração decrescente no plasma a IgG, IgA, IgM, IgD 
e IgE (tabela I e II). Sua estrutura geral é representada por 04 cadeias 
polipeptídicas: duas cadeias chamada de pesada (H - heavy) identicas 
de 50.000 daltons e dua cadeias leves (L-ligth) idênticas de 25.000 
daltons ligadas entre elas por pontes de dissulfeto. 
As IgG, IgD, e IgE possuem uma base única, enquanto a IgM possui 05 e 
a IgA de 01-05 domínios. As cinco classes de imunoglobulinas são 
caracterizadas pelas propriedades antigências de suas cadeias pesadas 
que se chamam respectivamente g , a , m , d , e e . Alguns ainda se 
subdividem em sub-classes antigênicas distintas: 
O efeito das Ig podem ser benéficas (anticorpos protegendo contra 
inumeros microrganismos infecciosos, toxinas...) ou maléficas (alergias, 
anafilaxia...). Os anticorpos podem recobrir certas células ou aindas agir 
em conjunto com o sistema complemente permitindo a distruição da 
célula (citólise) 
B. Resposta Imune Celular 
Na resposta imune celular, as moléculas de reconhecimento ficam 
aderidas a membrana dos linfócitos T. Os linfócitos sensibilizados são 
efetores nos casos de: 
 
27 
 
 Hipersensibilidade do tipo tardia 
 Rejeição de transplantes (em parte) 
 Reação do transplante contra o receptor 
 Resistência por parte dos tumores 
 Imunidade contra inúmeros agentes bacterianos e virais 
(sobretudo intracelular) 
 Certas alergias medicamentosas 
 Certas doenças auto-imunes 
 Nos fenomenos de citotoxicidade e MLR 
Esse tipo de imunidade pode ser transferida a um animal não imunizado 
através de injeção de células sensibilizadas e não através do soro ou 
plasma. 
C. Desenvolvimento e Regulação da Resposta Imune 
Quando a resposta imune for do tipo humoral ou celular esta se 
desenvolve em tres etapas sucessivas: 
(a) Fase de reconhecimento ou indução: 
Nesta fase o antígeno é pego e carregado pelos macrofagos que o 
apresenta de uma maneira apropriada aos linfócitos que possuem 
receptores na superfície de sua membrana citoplasmática 
reconhecendo separadamente as estruturas moleculares chamadas 
determinantes antigênicos, caracterizando o antígeno. 
(b) Fase de proliferação clonal: 
Ocorre quando o antígeno reconhecido pelo linfócito especificamente 
desencadeia a multiplicação das células e a síntese de moléculas de 
reconhecimento, a produção de anticorpos pelos linfócitos B (em sua 
forma diferenciada, os plasmócitos) e de seus receptores específicos na 
superfície doe linfócitos T funcionalmente similares a porção variável 
das imunoglobulinas. 
(c) Fase efetora: 
Corresponde a reação dos anticorpos ou dos receptores dos linfócitos T 
com o antígeno neutralizado e sua eliminação. Nesta fase outras células 
da linhagem multipotente podem intervir (mastócitos, 
polimorfonucleares, basófilos), podendo ocorrer o fenômeno da alergia. 
Na medida que a resposta imune a um antígeno se desenvolve, diversos 
mecanismos reguladores são desencadeados em princípio como 
ativação, para evitar que esses mecanismos possam prejudicar o 
receptor. São essencialmente tres tipos: 
 
 
28 
 
(1) Degradação catabólica e eliminação do antígeno 
(2) Processo de retro-inibição sobre os anticorpos neosintetizados e 
produzidos em excesso 
(3) Intervenção dos linfócitos T supressores que produzem mediadores 
com o objetivo dos linfócitos T amplificando limitante ou predendo a 
intervenção desses linfócitos e o desnvolvimento da resposta imune. 
(4) A intervenção da rede idiotipo-antidiotipo. 
Na verdade os mecanismos da resposta imune são extremamente 
complexos. Os antígenos pertencem a classe de timo-dependentes e 
timo-independentes conforme a síntese dos anticorpos homólogos 
necessitando ou não a colaboraçãodos linfócitos T e B. As hipóteses 
mais recentes indicam que a cooperação da resposta humoral específica 
contra um antígeno está implicada na participação de dois tipos de 
linfócitos T helper (Th) 
(1) Dos linfócitos Th específicos a um antígeno com restrição alogênica 
(MHC) 
(2) Dos linfócitos Th anti-idiotípos e suas restrições (MHC) 
Conforme as hipóteses a ação dos genes Ir é expressa por seu primeiro 
tipo de célula Th. 
D. Tolerancia Imunológica 
A tolerância imunológica é definida como a incapacidade específica 
adquirida total ou parcialmente por um indivíduo a desenvolver uma 
resposta imune humoral normal ou a mediação celular a um antígeno 
ou a diversos epítopos de um certo antígeno contra o(s) qual(s) ele 
normalmentes se desenvolveria uma resposta em outras condições. É 
importante sublinhar que em um indivíduo dito tolerante sua 
capacidade de responder a outros antígenos administrados ao mesmo 
tempo que o primeiro podem não ser bloqueado seu potencial de 
resposta imune. Em outras palavras a tolerância imunologica é também 
específica a um antígeno. 
Ao lado da tolerância adquirida, descrita anteriormente, existe a 
tolerância natural que resultou da regra de Ehrlich onde o organismo 
não desenvolve reação imune contra seus próprios constituintes. Na 
realidade a distinção entre o "self" e ou "não self" não é sempre absoluta 
(fenômeno auto-imune). Desde 1902 P.Ehrlich atraiu a atenção com as 
possibilidades do organismo de auto-destruição por intermédio de seu 
próprio siteama imune. P.Ehrlich supos que um "horror autotóxico" 
deveria proteger o organismo contra certas eventualidades, e por essa 
razão a tolerância foi posta em evidência experimental meio século mais 
tarde. 
 
29 
 
E. Memória Imunológica 
A memória imunológica se caracteriza de um lado por uma reação 
imune mais intensa (síntese aumentada de imunoglobulinas Igs no 
plano humoral ) e mais rápida solicitação do sistema imune (reação 
secundária) por um antígeno que entrou no organismo em uma 
primeira vez (reação primária), e por outro lado por variações 
qualitativas de imunoglobulinas de reconhecimento, da mesma espécie 
de mamíferos (IgM -> IgG da mesma espécie). Esses parâmetros 
caracterizam a resposta amanistica??? . A merória imunológica se 
manifesta mais ao nível da resposta celular. O suporte citológicao da 
memória imunológica por seus dois tipos de resposta é constituida por 
suas sub-populações de linfócitos T e B especiamelnte chamados células 
memória. 
F. Aspectos evolutivos do sistema imune. 
O aparelho celular e as moléculas descritas anteriormente caracterizam 
o sistema imune que é encontrado nos vertebrados. 
Este sistema imune é aprimorado em um aparelho mais rudimentar 
(ausência de Ig e memória eficiente) que progressivamente diminui nos 
degraus filogênicos dos metazoários invertebrados que precedem o filo 
dos cordata. Segundo Cooper, a evolução do sitema imune é 
provavelmente dividiade em 03 etapas. A primeira etapa, o 
reconhecimento, é a essencia da imunidade. Os tipos unicelulares, todas 
as células do sitema unume dos animais pluricelulares, apresentam 
propriedades que permitem a distinção do "self" e do "não self". Quando 
o corpo estanho é reconhecido como "não self" , ele é fagocitado por 
uma célula do sistema imune, sendo ingerido e digerido por esta célula. 
Nesta é primeira etapa (reconhecimento/fagocitose) existe tanto nos 
grupos de animais mais simples como nos mais evoluidos. Nos 
vertebrados, a fagocitose é realizada por uma categoria especial de 
glóbulos brandos, os macrófagos e os neutrófilos polimorfonucleares. 
O degrau seguinte da evolução consiste na aquisição (mais 
reconhecimento e fagocitose) de respostas complexas permitindo a 
rejeição aos transplantes. Por observações da resposta, é possivel 
realizar transplantações de tecidos experimentalmente. Esta é somente 
uma parte da segunda etapa da história evolutiva do sistena imune, 
etapa geralmente conhecida como imunidade celular. 
A rejeição dos transplantes, que é observada desde o nível dos 
invertebrados, se realiza por destruição direta de uma célula-alvo ("não 
self") por contato de uma célula imune chamada efetora (capaz de 
realizar esta destruição). Esta destruição de células se chama 
citotoxicidade. Quando os transplantes são rejeitados, um numeroso 
 
30 
 
número de células do tecido do transplante são destruídos, sendo 
chamado neste caso de histotoxicidade. Nos vertebrados, são os 
linfócitos T que realizam a rejeição dos transplantes. 
A terceira etapa é a secreção de substâncias humorais capazes de 
neutralizar os antígenos. Ela aparece nos invertebrados mais evoluídos, 
anelídeos, moluscos, artropodes (por exemplo crustáceos e insetos), 
equinodermes (por exemplo ouriços) e pequenos animais marinhos 
0precursores dos vertebrados. Nos vertebrados temos a secreção de 
anticorpos na forma de imunoglobulinas produzidas pelos linfócitos B. 
Contrariamente a imunidade celular, os os laços evolutivos entre a 
resposta humoral dos vertebrados e dos invertebrados não são 
estáveis. 
 DISCUTIR OS IMPACTOS DOS SURTOS DE SARAMPO PARA A 
SAÚDE DE CRIANÇAS E ADULTOS. 
O sarampo é uma doença potencialmente grave que cursa com febre, 
coriza, conjuntivite e manchas vermelhas pelo corpo, que tem início na 
região retroauricular e dissemina-se para rosto, tronco e membros: 
chamada de distribuição craniocaudal. As clássicas lesões de Koplik, 
que são lesões de 2 a 3mm de diâmetro, discretamente elevadas, de cor 
branca com base eritematosa, localizadas na região interna da mucosa 
oral, na altura do segundo molar superior, estão presentes em alguns 
casos, antes do exantema e desaparecem em 48 horas. O sarampo tem a 
capacidade de deprimir a resposta imune para outros patógenos. Assim, 
a doença pode evoluir com complicações infecciosas bacterianas como 
a otite média e a pneumonia, especialmente em crianças menores de 
cinco anos, desnutridos e imunodeprimidos. O sarampo em crianças 
com de ciência de vitamina A associada a desnutrição tem evolução 
mais grave e pode causar cegueira. Uma outra complicação crônica rara 
(incidência de 4 a 11 casos por 100.000 pessoas) é a panencefalite 
esclerosante subaguda, doença d egenerativa que afeta crianças e 
adultos jovens causada pela infecção persistente do vírus no encéfalo 
com consequente resposta imunológica crônica. 
A infecção por sarampo durante a gravidez está associada ao aumento 
do risco de complicações, incluindo aborto, parto prematuro, doença 
neonatal, baixo peso ao nascer e morte materna. Embora, os estudos 
não são conclusivos quanto ao efeito teratogênico do vírus do sarampo. 
Importante, a gestante não pode ser vacinada, pois a vacina é feita de 
vírus vivo atenuado. Assim como os imunodeprimidos, a prevenção da 
infecção na grávida deve ser realizada a pro laxia pós-exposição com 
imunoglobulina endovenosa. 
 
	Pacientes alérgicos aos componentes das vacinas
	Pessoas com alergia grave a ovo podem apresentar reações às seguintes vacinas:
	Pessoas com alergia a gelatina podem apresentar reações às vacinas contra:
	Não são contraindicações a vacinação
	Tipos de vacina
	Dificuldade da produçao de novas vacinas
	Imunoglobulinas
	Soros específicos
	Tipos de resposta imune
	A. Resposta imune humoral
	B. Resposta Imune Celular
	C. Desenvolvimento e Regulação da Resposta Imune
	D. Tolerancia Imunológica
	E. Memória Imunológica
	F. Aspectos evolutivos do sistema imune.

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