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TIC'S 8 - BALÃO INTRAUTERINO

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FAHESP - Faculdade de Ciências Humanas, Exatas e da Saúde do Piauí.
IESVAP - Instituto de Educação Superior do Vale do Parnaíba LTDA.
 Curso: Medicina/ Turma X/ VIII período
Disciplina/Módulo: TIC’S INTEGRADA
NOME DA ALUNA: MARIA CLARA LUSTOSA VERAS
NOME DA ATIVIDADE: BALÃO INTRAUTERINO
Trabalho/Atividade apresentada à disciplina/módulo de TIC’S Integrada, ministrada pela Professora: GABRIELLE ROLIM, como requisito para obtenção de nota. 
PARNAÍBA
04/042024
INTRODUÇÃO
Hemorragia pós-parto (HPP) é definida como a perda sanguínea cumulativa de 1.000 mL ou mais de sangue, acompanhada de sinais ou sintomas de hipovolemia, dentro de 24 horas após o nascimento. Atualmente, é a principal causa de morte materna no mundo, com cerca de 140.000 mortes anuais e frequência de uma morte a cada quatro minutos. Essas mortes, na maior parte, são consideradas evitáveis e ocorrem em países de baixa e média rendas (DALMEDICO et al.,2022; OLIVEIRA et al.,2023).
Esta condição representa uma das intercorrências mais comuns enfrentadas na prática clínica obstétrica, notadamente em sua forma mais grave (sangramento > 1500 ml), sendo responsável por cerca de 30% das mortes maternas, o que exige reconhecimento e manejo imediatos para evitar morbimortalidade significativas (DALMEDICO et al.,2022; OLIVEIRA et al.,2023).
A prevalência desta complicação é desproporcionalmente maior em ambientes com poucos recursos, nos quais a capacidade cirúrgica obstétrica, o transporte de emergência e o fornecimento de hemocomponentes são limitados (DALMEDICO et al.,2022; OLIVEIRA et al.,2023).
Além do óbito, eventos adversos graves resultantes do sangramento pós-parto incluem choque hipovolêmico, síndrome do desconforto respiratório agudo, coagulação intravascular disseminada, coagulopatia dilucional secundária à ressuscitação volêmica e infertilidade devido à necessidade de histerectomia periparto de emergência (DALMEDICO et al.,2022; OLIVEIRA et al.,2023).
Diante disso, a primeira linha de tratamento da hemorragia pós-parto envolve a utilização de agentes farmacológicos uterotônicos (ocitocina, ergometrina e misoprostol) e/ ou fármacos que atuam na coagulação sanguínea (ácido tranexâmico). Cabe salientar que 10 a 20% das pacientes não respondem a essas intervenções (um subgrupo denominado hemorragia pós-parto refratária), onde a maior parte da morbidade e mortalidade relacionadas à hemorragia pós-parto está concentrada (DALMEDICO et al.,2022; OLIVEIRA et al.,2023).
Mediante a refratariedade aos tratamentos convencionais, medidas de compressão arterial intrauterina se fazem necessárias. As intervenções de segunda linha incluem a massagem uterina bimanual, o uso de tamponamento intrauterino com balão ou gaze e suturas de compressão uterina. Se essas terapias não interromperem o sangramento, as pacientes poderão sofrer embolização radiológica da artéria uterina, desvascularização pélvica ou histerectomia (DALMEDICO et al.,2022; OLIVEIRA et al.,2023).
Neste contexto, o tamponamento por balão intrauterino consiste em uma intervenção não cirúrgica (tratamento conservador), menos invasiva e de fácil aplicação, que proporciona o controle efetivo do quadro hemorrágico (taxa de sucesso superior a 85% nos casos refratários ao tratamento convencional), evitando o choque hemorrágico e a adoção de técnicas cirúrgicas mais complexas, frequentemente agravantes das condições clínicas como histerectomia e ligadura bilateral das artérias ilíacas internas (DALMEDICO et al.,2022; OLIVEIRA et al.,2023).
As características dos dispositivos de tamponamento uterino consistem em baixo custo operacional, fácil inserção no colo uterino ou na incisão cirúrgica por meio da histerotomia, baixa taxa de deslocamento, treinamento mínimo, conformabilidade adequada à área hemorrágica e possibilidade de monitorar a perda de sangue por meio do lúmen de drenagem (DALMEDICO et al.,2022; OLIVEIRA et al.,2023).
Estimativa da perda volêmica no pós-parto existem diversas metodologias. Todas com pontos positivos e negativos. O critério de escolha no seu serviço dependerá da sua realidade e treinamento:
· Estimativa visual: estimar quanto uma gaze/compressa encharcada pode significar de perda sanguínea. Essa é uma técnica boa, mas tende a subestimar os grandes sangramentos, independente da experiência profissional;
· Pesagem de compressas sujas de sangue: pesa-se o material utilizado durante o parto, como campo cirúrgico, compressas etc. É importante lembrar que 1 ml de sangue equivale à aproximadamente 1grama de peso. Esse é um método mais objetivo que a estimativa visual, mas exige que a equipe esteja bem treinada;
· Dispositivos coletores: podem ser colocados no pós-parto imediato e identificam a quantidade de sangue está sendo perdido. Ainda é uma técnica pouco utilizada no Brasil, apesar de não ser uma tecnologia cara;
· Métodos clínicos: realizado através da detecção dos dados vitais. Eles são importantes metodologias de estimativa da perda volêmica, mas vale lembrar que as grávidas vão apresentar alterações de dados vitais somente quando já ocorreu uma grande perda sanguínea. Esse marcador é um pouco mais tardio, mas ainda assim extremamente útil para a equipe. Dentro desse grupo, tem-se uma tabela de dados vitais (Classificação de Baskett). Também se pode utilizar o Índice de Choque.  Para obter o valor do Índice de Choque basta dividir a frequência cardíaca materna (FC) pela pressão arterial sistólica (PAS). Se o resultado for igual ou maior que 0, 9 (ou ≥1) indica risco de possível transfusão sanguínea. Transformando isso de uma forma mais prática, toda vez em que se observar uma frequência cardíaca maior que uma pressão sistólica em uma paciente com quadro de hemorragia, provavelmente estamos diante de um quadro importante de hemorragia, que pode necessitar de transfusão. É necessário ser extremamente agressivo no tratamento desta paciente.
OBS: Mais importante que a metodologia utilizada para estimar a perda sanguínea, é iniciar o tratamento da paciente imediatamente após a suspeita de hemorragia. Não se deve aguardar os sinais clássicos de choque hipovolêmico para iniciar o tratamento. Esperar por sinais de instabilidade hemodinâmica para iniciar o tratamento da hemorragia pós-parto é uma questão que traz grandes consequências. Quando ocorre alteração hemodinâmica, a grávida já perdeu 1,5 ou quase 2 litros de sangue, e, portanto, pode ser tardio agir somente nesse momento.
Qual o papel do tamponamento uterino no controle do sangramento uterino pós-parto? 
O principal papel do tamponamento uterino no controle do sangramento uterino pós-parto é reduzir a perda sanguínea secundária à atonia uterina prevenindo com isso o choque hipovolêmico. Nesse contexto, tem se introduzido o termo “hora de ouro em obstetrícia”, o qual se refere a uma estratégia de controle do sítio hemorrágico dentro da primeira hora a partir do seu diagnóstico. Vale ressaltar que sangramentos maciços exigem um controle ainda mais precoce, no intuito de evitar complicações maternas graves. Por meio da abordagem precoce, agressiva, eficiente, organizada e sem atrasos, é possível evitar a tríade letal do choque hemorrágico (hipotermia, acidose e coagulopatia). Para isso, é essencial que a hora de ouro esteja vinculada à presença de um sistema de alerta e resposta para a hemorragia pós-parto.
Quais as modalidades de tamponamento?
CONDUTA – Hemorragias de modo geral 
· Uso de drogas uterotônicas:
Ocitocina, metilergometrina e misoprostol.
· Massagem uterina bimanual (manobra de Hamilton);
· Compressão da aorta abdominal;
· Reparo de lacerações:
- Revisão do canal de parto;
- Posição ginecológica sob anestesia;
- Rafia: Categute simples 0, 2-0; sutura contínua ou pontos separados.
- Tampão vaginal.
· Curagem/ curetagem uterina;
· TAMPONAMENTO UTERINO (falha na terapia farmacológica na atonia uterina);
- Excluir lacerações;
- Monitorizar taxa de hemoglobina e débito urinário + avaliação do fundo uterino;
- 12 - 24 horas;
- Antibioticoterapia de amplo espectro;
- TIPOS:Tamponamento com gazes/ compressas;
Sonda de Foley;
Balões: Sengstaken-Blakemore ou Bakri; Rusch;
Balões artesanais
· Traje antichoque não pneumático:
· Embolização arterial:
Embolização percutânea: cateter angiográfico; angiografia diagnóstica; agente embolizante (gelfoam);
· Laparotomia:
- Incisão mediana infraumbilical;
- Permite injeção intramiometrial (cornos uterinos) de Ocitocina ou Metilergometrina;
- Ligadura de artérias uterinas;
- Sutura de B-Lynch (fio categute cromado 0 ou Vicryl 0);
- Ligadura das artérias ilíacas internas;
- Histerectomia
REFERÊNCIAS:
ALVES, Álvaro Luiz Lage et al. Hemorragia pós-parto: prevenção, diagnóstico e manejo não cirúrgico. Femina, p. 671-679, 2020.
DALMEDICO, Michel Marcos et al. Tamponamento por balão intrauterino no tratamento da hemorragia pós-parto. Fisioterapia em Movimento, v. 35, p. e35617, 2022.
HENRIQUE, Melissa Calçavara; ALVES, Álvaro Luiz Lage; LOPES, Andrezza Vilaça Belo. Balões de tamponamento intrauterino na hemorragia pós-parto Atualizações. Femina, p. 711-717, 2022.
OLIVEIRA, Nikhole et al. HEMORRAGIA PÓS-PARTO: ATUALIZAÇÕES SOBRE O MANEJO TERAPÊUTICO E SUA PREVENÇÃO. RECIMA21-Revista Científica Multidisciplinar-ISSN 2675-6218, v. 4, n. 3, p. e432877-e432877, 2023.
https://www.febrasgo.org.br/images/pec/CNE_pdfs/FPS---N5---Novembro-2020---portugues.pdf
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