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Economia Política Internacional

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INTRODUÇÃO
O campo da Economia Política surge por volta de 1615 com o objetivo de analisar e compreender o aspecto regulatório e político das relações econômicas. No campo das Relações Internacionais, o objeto de análise passa a ser o caráter político das relações econômicas no sistema internacional envolvendo diferentes atores.
Apesar de alguns teóricos defenderem a autorregulação dos mercados, atualmente eles são regidos por um conjunto de normas criadas e impostas pelo poder político.
A Economia Política Internacional deriva justamente das complexas relações entre as forças econômicas e as políticas. Segundo Polanyi (1957), o que se discute prioritariamente por essa corrente de pensamento, no âmbito internacional, são as relações de riqueza e pobreza, identificando quem ganha e quem perde com o sistema como está tendo como principais forças a busca pela riqueza (economia) e a busca pelo poder (política).
Fonte: nuvolanevicata | Shutterstock
PRINCIPAIS CONCEITOS
Os estudos da Economia Política Internacional (EPI) são responsáveis por romper com as tradições liberal e realista no sentido de ampliar o enfoque, afastando-se da constante dualidade em torno da cooperação e do conflito, ou entre a paz e a guerra.
Até os anos 1950 e 1960, o campo das RI tratava a economia e a política como temas desconexos e completamente diferentes.
Contra-ataque das Forças Armadas Revolucionárias Cubanas durante a invasão da Baía dos Porcos, 19 de abril de 1961. Fonte: Panoramio upload bot.
Durante o período de Guerra Fria, com ameaças recíprocas e a corrida armamentista; o tenso episódio da Baía dos Porcos (Cuba); a recém-terminada Segunda Guerra Mundial que dizimou dezenas de milhões de pessoas e; em um espaço de tempo mais distante, as lembranças da Primeira Guerra Mundial. Nesse contexto conflituoso e pessimista, as teorias do realismo e do liberalismo produziram parte de seus pensamentos a respeito do mundo durante o século XX.
Já estudamos que os temas de alta política incluíam a segurança e a paz enquanto os temas de baixa política discutiam as questões econômicas e os demais assuntos da arena política. Os teóricos pensavam desse modo, bem como os presidentes de países importantes, como General Charles de Gaulle (1890-1970), da França.
Fonte: Catalin Lazar | Shutterstock
Com uma abordagem diferente, a EPI concentra seus esforços na análise das relações de riqueza, pobreza e distribuição no sistema internacional, considerando não apenas os Estados, mas também outros atores como os mercados e as empresas transnacionais.
As principais teorias, que compõem e formam a EPI clássica, derivam de outros campos e, assim como vemos em diferentes teorias das Relações Internacionais, emprestam suas contribuições às análises da corrente. Entre as teorias clássicas da EPI, destacam-se:
Liberalismo
Realismo ou mercantilismo
Marxismo
Nos anos 1970, sucessivos eventos e crises econômicas evidenciaram a importante relação entre a política e a economia, demonstrando que a abordagem anterior talvez fosse equivocada ao dissociar as duas forças. Veja alguns desses eventos a seguir:
A crise econômica norte-americana causada pela Guerra do Vietnã.
O rompimento do presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon (1913-1994), com o princípio da conversibilidade do dólar junto ao ouro, sacramentado em Bretton Woods.
A Crise do Petróleo, conduzida no âmbito da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
Os processos de descolonização na África.
Assim, essa relação ganhou reconhecimento, visibilidade e passou a ser investigada no âmbito da economia política internacional (JACKSON; SORENSEN, 2007).
PRINCIPAIS CORRENTES DE PENSAMENTO
Algumas das teorias tradicionais das Relações Internacionais contribuem na construção do pensamento da EPI. As teorias tradicionais do liberalismo e realismo se somam a abordagens ainda novas, neste tema, como é o caso do marxismo. Vamos conhecê-las.
REALISMO
O pensamento realista da EPI é baseado na lógica mercantilista dos séculos XVI e XVII, em que a economia estava subordinada aos caprichos da política. Essa noção está associada à ideia de que a riqueza (economia) deva existir para servir à política, no sentido de permitir a construção de um Estado forte.
Resumindo
Almeida (2013) define o mercantilismo como um conjunto de práticas dos Estados absolutistas modernos que buscavam financiar seus gastos crescentes com suas burocracias e forças armadas. Este último elemento está associado à ideia apresentada de um Estado forte, capaz de garantir a sua defesa.
O mercantilismo pode ser compreendido como a expressão econômica do absolutismo monárquico, um dos pilares do velho regime.
Veja alguns exemplos a seguir:
Clique nas barras para ver as informações.
BRASIL
Lembre-se do período das Grandes Navegações, entre os séculos XV e XVII, quando o Brasil foi colonizado pela Coroa portuguesa. A lógica da colonização portuguesa, no Brasil, reproduzia a mentalidade mercantilista de acúmulo de capital para o fortalecimento do Estado, que, em alguns casos, era confundido com a própria figura do rei.
Derrubada do Pau Brasil, primórdios do período colonial, no século XVI, Andre Thevet (1515). Fonte: André Koehne.
Lembre-se do período das Grandes Navegações, entre os séculos XV e XVII, quando o Brasil foi colonizado pela Coroa portuguesa. A lógica da colonização portuguesa, no Brasil, reproduzia a mentalidade mercantilista de acúmulo de capital para o fortalecimento do Estado, que, em alguns casos, era confundido com a própria figura do rei.
Derrubada do Pau Brasil, primórdios do período colonial, no século XVI, Andre Thevet (1515). Fonte: André Koehne.
FRANÇA
Luís XIV, o Rei Sol, certa vez afirmou que ele era o próprio Estado.
Na França daquele tempo, a construção do Castelo de Versalhes ilustra a lógica da economia subordinada à política. A corte vivia reunida, afastada da gente comum, em uma vida repleta de luxos e ostentação no maior palácio da Europa, onde 700 quartos permaneciam à disposição da aristocracia francesa.
Esse descompasso figura como uma das razões que contribuíram para a Revolução Francesa, em 1789, tendo como um de seus objetivos colocar fim ao absolutismo monárquico do antigo regime.
Retrato de Luís XIV, o Rei Sol, Hydryphantidae (1701). Fonte: Abdicata.
O realismo entende a economia internacional como um campo de disputas, competições e relações de ganho absoluto, ou seja, para que um Estado ganhe, o outro deve perder (o jogo de soma zero).
Essa lógica evidencia a necessidade de maximizar os ganhos econômicos, pois quanto mais se permite que outros Estados ganhem e enriqueçam maior é a capacidade militar que adquirem e mais são as chances de uma invasão, o que coloca o sistema internacional em um ambiente constante de desconfiança e medo.
Segundo Gilpin (2001), a rivalidade econômica estatal acontece de duas maneiras:
Mercantilismo benigno
O Estado busca maximizar seus ganhos para se fortalecer e garantir sua segurança nacional sem causar excessivos prejuízos aos demais Estados.
Mercantilismo agressivo
Políticas expansionistas, aquisição e exploração de colônias são consideradas as principais práticas, buscando sempre o fortalecimento das capacidades militares e políticas, que reforçam as capacidades econômicas entendidas como complementares, mesmo com a clara primazia da política sobre a economia.
LIBERALISMO
A expressão do liberalismo, no âmbito da Economia Política Internacional, está, sobretudo, relacionada ao liberalismo econômico, que surge como uma resposta ao mercantilismo e às constantes interferências da política na economia.
Relembrando
Apesar de já tratado na parte sobre liberalismos, vamos recapitular algumas das principais premissas do liberalismo econômico, especialmente no que diz respeito ao contexto da EPI: as relações entre política e economia.
Para os liberais, a economia não deve ser colocada em segundo plano, pois acreditam que os mercados são capazes de promover a cooperação, o progresso humano e a prosperidade. Assim, suas análises têm como base:
O pressuposto daracionalidade dos indivíduos
A crença nos ganhos relativos e mútuos, permitindo que as duas partes saíssem ganhando em uma relação
O conceito de livre comércio é um elemento importante do pensamento liberal, em que os mecanismos dos mercados são capazes de gerar suas próprias regulações, em um processo de autorregulação, sem a necessidade de intervenção do Estado e de suas políticas. Nessa lógica, quanto mais autonomia possuem os mercados, maiores são as suas capacidades de produzir riqueza de maneira eficiente.
Autores clássicos do liberalismo oferecem interessantes reflexões a respeito do papel dos mercados nas relações internacionais, tais como:
Adam Smith
(1723-1790)
David Ricardo
(1772-1823)
De acordo com Jackson e Sorensen (2007), a Teoria das Vantagens Comparativas, de Ricardo, defende que a eliminação do protecionismo econômico presente no mercantilismo e a instituição do livre comércio no mundo permitem ganhos a todos os Estados, em maior ou menor grau, pois possibilita a especialização e, consequentemente, o aumento da produtividade e eficiência.
Em termos práticos, o que Ricardo sugere é que os países se especializem naquilo em que são bons e eficientes e parem de tentar produzir toda a gama de produtos que consomem.
Exemplo
Um país competitivo, na produção de tecido, mas que também necessite de trigo, carne e leite, deve especializar sua produção na indústria de tecidos, por ser mais eficiente e, com os lucros provenientes desse comércio, comprar o trigo, a carne e o leite de outros países que produzam esses itens com mais eficiência.
De forma geral, os liberais diferem por:
Não compreenderem o Estado como o ator central, conferindo protagonismo ao indivíduo, entendido como racional e que assume tanto o papel de quem consome como o de quem produz
Os mercados também são vistos como importantes arenas em que ocorrem as relações comerciais e permitem jogos de soma relativa em que todos se beneficiam
A racionalidade e o oportunismo individual levam à eficiência, e essa noção também pode ser exportada para o campo político, traduzida na crença de que o progresso da humanidade está relacionado à expansão dos mercados econômicos livres das excessivas interferências políticas estatais.
Apesar da defesa do livre comércio, o pensamento liberal evidencia, claramente, a complexa e interligada relação que existe entre a economia e a política. Por exemplo:
O discurso liberal defende a ideia de que os mercados agem de maneira mais eficiente quando livres das interferências que a política impõe, operando por si mesmos e evocando a lógica de autorregulação
O livre mercado ainda depende da força do Estado e de suas regulações para ser eficiente
Exemplo
A existência dos contratos que são amparados pela legislação e que, caso não cumpridos por uma das partes, pode ser litigado nas instâncias judiciais.
Esse tipo de dependência pode ser observada em diferentes aspectos e campos da vida econômica, mas nem sempre é lembrado, sendo até mesmo ignorado pelo discurso do livre mercado.
MARXISMO
Idealizado pelo alemão Karl Marx (1843-1881), o pensamento pode ser considerado como uma contraposição e uma clara crítica ao liberalismo, negando nas principais premissas liberais e concordando com os realistas em outros pontos. Veja a seguir:
Retrato de Karl Marx, John Jabez Edwin Mayall (cerca de 1870). Fonte: Bageense.
Marxismo X Liberais
Nega que a economia produz jogos de soma positivas em que todos se beneficiam, rejeitando a ideia de autorregulação dos mercados.
Marxismo X Realistas
Concorda ao defender a economia como produtora de jogos de soma zero, não aplicados aos Estados, mas às classes sociais, por perceber que a economia explora os indivíduos e as classes sociais, evidenciando a interligação entre a economia e a política.
Na lógica marxista, o lucro capitalista se baseia na exploração do trabalho em que uma classe (a burguesia) detém os meios de produção e a outra classe (o proletariado) a força de trabalho. Marx argumenta que a primeira classe obtém seus lucros por meio de uma desigual divisão dos lucros comerciais, na qual o proletariado é a parte explorada da relação.
Apesar de criticar, Marx entende o capitalismo como uma ferramenta de progresso por substituir os modos de produção feudais, ainda piores no sentido da exploração dos camponeses, e que confere liberdade ao trabalhador para vender sua mão de obra e buscar melhores salários.
Resumindo
De forma geral, no marxismo, as relações econômicas recebem a primazia e os atores principais são as classes sociais e não os Estados ou os indivíduos, mas o local onde eles se posicionam na estratificação social.
CONCLUSÃO
É importante recordar a interseccionalidade das teorias clássicas das relações internacionais com a Economia Política Internacional: o realismo e o liberalismo econômico como expressões da EPI. A base de toda a discussão é a relação entre a política e a economia, antes negada ou ignorada.
O marxismo traz uma abordagem diferente e inova na definição dos principais atores, mesclando elementos tanto do realismo como do liberalismo. É clara a diversidade de visões e as diferentes compreensões sobre as relações econômicas internacionais e seus atores.
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