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Desenvolvimento Sustentável na Amazônia

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Desenvolvimento Sustentável na Amazônia: Desafios e Perspectivas Diante da
Instalação de uma Multinacional Farmacêutica
Por Bruna Peter Rosa
O caso da multinacional francesa Cross, referência no setor farmacológico,
destaca desafios no contexto do desenvolvimento sustentável na região Amazônica.
A instalação da fábrica, centro de distribuição, escritório administrativo e pesquisa e
desenvolvimento contribui para a geração de empregos para mais de duas mil
pessoas na região. No entanto, surgem questionamentos sobre os impactos
ambientais da exploração da matéria-prima local e as consequências para as
comunidades ribeirinhas. É imperativo compreender o papel das autoridades
públicas na busca por uma solução que concilie o desenvolvimento econômico com
a sustentabilidade.
A temática do potencial farmacêutico da biodiversidade da Amazônia é
recorrente nas esferas de poder e tomada de decisão no Brasil e em organizações
internacionais. A Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da
Amazônia (Cindra) da Câmara de Deputados pode desempenhar um papel vital ao
debater e propor soluções. Essa estrutura, em colaboração com o Governo Estadual
do Amazonas e instituições como o Fiocruz, poderia facilitar a discussão sobre o
caso da Cross e estabelecer diretrizes para futuras multinacionais interessadas na
região. (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2023)
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o Brasil abriga cerca de
20% da biodiversidade global, com dez mil espécies possuindo potencial medicinal.
A promoção da interação entre a empresa e as comunidades locais pode ser
benéfica, não apenas para o desenvolvimento de pesquisas pela empresa, mas
também para o fortalecimento do conhecimento ancestral das comunidades. A
criação de programas como workshops ou uma universidade corporativa pode
capacitar a população local, ao mesmo tempo em que estimula uma troca valiosa
sobre oportunidades de crescimento econômico na região. (CÂMARA DOS
DEPUTADOS, 2023)
Segundo dados do Siscomex, entre 2017 e 2019, 955 NCMs de produtos
foram exportados da região amazônica, mas apenas 64 são oriundos de
extrativismo florestal não madeireiro. Em termos de receita, isso significa que as
empresas da Amazônia mantiveram uma participação de apenas 0,17% na
“economia verde” mundial dos produtos compatíveis com a floresta naquele período.
Isso quer dizer que as empresas na Amazônia ainda podem crescer muito. A
instalação da multinacional deve ser encarada como um impulso para um "hub" que
poderá gerar novas empresas nacionais, em vez de ser percebida como uma
invasão estrangeira. Essa abordagem poderia contribuir significativamente para o
crescimento sustentável da região. (FGV, 2023)
No âmbito da soberania e segurança nacional, a apreensão quanto à
exploração de riquezas requer um equilíbrio com a compreensão de que os
interesses globais em preservar a floresta estão alinhados com o dever
constitucional do Brasil de cuidar do meio ambiente. Estudiosos enfatizam que as
preocupações mundiais não entram em conflito com os princípios fundamentais do
país, ressaltando a necessidade de uma administração equilibrada para assegurar
tanto o desenvolvimento econômico quanto a preservação ambiental. (USP, 2023)
Em síntese, o desafio de conciliar o desenvolvimento econômico e a
sustentabilidade na Amazônia exige uma abordagem integrada. A colaboração entre
autoridades, empresas, comunidades locais e instituições de pesquisa emerge
como um elemento essencial na concepção de soluções que estimulem o
crescimento econômico de maneira responsável, ao mesmo tempo que resguardam
o precioso ecossistema amazônico para as gerações vindouras. Essa sinergia entre
diferentes atores é fundamental para promover um modelo de desenvolvimento que
harmonize os interesses nacionais e globais, assegurando um equilíbrio sustentável
para a região.
Referências:
Câmara dos Deputados (2023). Especialistas reconhecem potencial
farmacêutico da biodiversidade da Amazônia. Disponível em:
https://www.camara.leg.br/noticias/622743-especialistas-reconhecem-potencial-farm
aceutico-da-biodiversidade-da-amazonia/. Acesso em: 5 de Dezembro de 2023.
FGV - Fundação Getúlio Vargas (2023). Desafio da Amazônia deve ser posto no
devido contexto social, econômico e político. Disponível em:
https://blogdoibre.fgv.br/posts/desafio-da-amazonia-deve-ser-posto-no-devido-conte
xto-social-economico-e-politico. Acesso em: 5 de Dezembro de 2023.
Jornal da Universidade de São Paulo (USP) (2023). Interesse do mundo pela
Amazônia não fere soberania nacional. Disponível em:
https://jornal.usp.br/atualidades/interesse-do-mundo-pela-amazonia-nao-fere-sobera
nia-nacional/ Acesso em: 5 de Dezembro de 2023.
https://www.camara.leg.br/noticias/622743-especialistas-reconhecem-potencial-farmaceutico-da-biodiversidade-da-amazonia/
https://www.camara.leg.br/noticias/622743-especialistas-reconhecem-potencial-farmaceutico-da-biodiversidade-da-amazonia/
https://blogdoibre.fgv.br/posts/desafio-da-amazonia-deve-ser-posto-no-devido-contexto-social-economico-e-politico
https://blogdoibre.fgv.br/posts/desafio-da-amazonia-deve-ser-posto-no-devido-contexto-social-economico-e-politico
https://jornal.usp.br/atualidades/interesse-do-mundo-pela-amazonia-nao-fere-soberania-nacional/
https://jornal.usp.br/atualidades/interesse-do-mundo-pela-amazonia-nao-fere-soberania-nacional/

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