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Síntese Unidade 03

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
 INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
 Departamento de Geografia
	Disciplina: GEOGRAFIA POLÍTICA 
	Aluno: João Lucas Anselmo Eleutério – 3º Período (TNB)
	Professor: Célio Augusto da Cunha Horta
Síntese do artigo “GEOPOLÍTICA DE UM RETORNO ANUNCIADO. HYBRIS NEOLIBERAL NA REGIÃO LATINO-AMERICANA E DIREITIZAÇÃO DO MUNDO”
SALGADO, J. G. G. Geopolítica de um retorno anunciado. Hybris neoliberal na região latino-americana e direitização do mundo In: Revista de estudos e pesquisas sobre as Américas. Vol14., n°1. 
Fala-se bastante sobre as similaridades existentes entre a situação atual do mundo e os anos que precederam a consolidação do fascismo em território europeu no século XX. Salienta-se que as economias dos períodos supracitados, estão assumindo semelhanças e que nossa época é também provida de um fascismo subterrâneo, que vez ou outra fica mais evidente quando: (i) os interesses do capitalismo complexo e corporativo se veem expostos a certo freio; (ii) a predominância do sistema capitalista está em disputa; (iii) aclaramento da inoperância de sua errática instrumentação e/ou seus raquíticos resultados. 
Sublinha-se que desde 11 de setembro de 1973 com o golpe militar chileno, que destituiu o governo democraticamente eleito de Salvador Allende, o neoliberalismo começou a ser executado. Portanto, é necessário afirmar que, atualmente, o programa supradito é ligado à reversão de conquistas sociais e ao retraimento das ações governamentais e está difundido no mundo inteiro de tal forma que o próprio fascismo não conseguiu nem mesmo no seu maior momento. 
Assim, nota-se a estreita relação entre o fascismo europeu e o neoliberalismo global, sendo então, necessário destacar as semelhanças entre os processos históricos de ambos, de modo a identificar que essas vão além de “afinidades eletivas”.
Por volta do século XXI o neoliberalismo se projetava como um domínio, sendo caracterizado como a “nova razão do mundo global”. Os dogmas neoliberais não são somente assumidos como axiomas da ordem econômica, mas também como o novo senso comum da sociedade, já que os valores sociais neoliberais circulavam pelas camadas ideológicas da sociedade mundo a fora, fazendo com que fossem internalizados como imprescindíveis para o ser social normal e comum, de modo que essa nova ideologia fosse encarada como o novo senso comum.
No entanto, a distribuição econômica neoliberal sustenta as posições sociais, onde um grupo explora e domina e o outro convive com a miséria. Em termos de níveis de acumulação e concentração de riquezas, da exploração ou entrega gratuita, do esforço laboral de populações, das conquistas e das ocupações territoriais, o neoliberalismo, assim como o fascismo, mostrou um arsenal de procedimentos com finalidades de expulsão e desapossessão de comunidades, povos ou países inteiros. 
O neoliberalismo não se furtou em se resguardar através de uma blindagem que impediria qualquer intenção de reverter essa engenharia social. Os neoliberais sempre tiveram claro que recorreriam ao principio da proteção que a abismalidade do princípio da legalidade lhes oferecia. Entretanto, manifestações de rebeldia e resistência eclodiram no final do século XX, objetivando expressar outras dinâmicas e não se curvar ante ao modo fixo da estrutura social do modo neoliberal. Nesse sentido, a América Latina surgiu como um campo de luta.
Uma das características do capitalismo é a impossibilidade de proporcionar medidas lógicas para a redução da pobreza, e tal fato suscitou exigências que culminou numa crise e fez surgir processos políticos com grande apelo popular. O MST e o PT com Lula da Silva no Brasil, Hugo Chávez na Venezuela, Rafael Correa no Equador e Evo Morales na Bolívia combinaram uma prática política que abraçou os campos de mobilização social objetivando combater inimigos complexos e tencionando um contexto “pós-neoliberal”. 
Contudo, a progressão dos acontecimentos na América Latina, marcada nos últimos anos por crises e tensões políticas e econômicas, obriga à uma interpretação cautelosa. Se por um lado há a tentativa de sair do palco de contradições que é o neoliberalismo, por outro, triunfaram tendências associadas aos interesses mais conservadores no próprio território latino-americano, já que as forças da direita não se furtam em instrumentalizar o seu programa. Dessa forma, o continente em questão, assim como alguns países do mundo, se viu mergulhado numa onda direitista.
Atualmente, o capitalismo produz e reproduz condições de desigualdade e de polarização social. O capitalismo global é orientado por uma perde de direitos sociais e precarização integral da existência, onde o que mais surpreende é o apoio que as classes dominantes tem das classes menos favorecidas e das classes médias, que por sinal também serão afetados por esses processos que exploram as camadas mais baixas da estrutura social.
É notório que a imposição da racionalidade neoliberal conduz a perpetuação do modo capitalista, sendo então, um campo de desigualdades e contradições que oprime o ser social das classes menos favorecidas, além de também querer extirpar de cada ser social a sua convivência com o político.
Sendo assim, é necessário que os seres sociais reflitam e se tornem atores sociais participativos, que articulem buscando contribuir para a reformulação social. Salienta-se que esta só obterá sucesso caso respeite a vontade coletiva.
Síntese do artigo “O GOVERNO LÓPEZ OBRADOR NO MÉXICO: ENTRE A CRISE E AS RELAÇÕES COM OS ESTADOS UNIDOS”
BARBOSA, F. Dos S.; FRANZONI, M. O governo López obrador no México: entre a crise e as relações com os Estados Unidos”. In: Revista de Estudos e Pesquisas sobre as Américas. Vol. 14, n°2, 2020.
Andrés Manuel López Obrador foi eleito presidente do México em 2 de dezembro de 2018. Tal fato representou uma mudança na histórica da política mexicana, já que rompeu com uma hegemonia secular de partidos de direita. AMLO, como é conhecido, foi eleito com 50,19% dos votos válidos pelo Movimento Regeneração Nacional (Morena). A eleição de López é considerada a primeira alternância política à esquerda há história do México, despertando expectativas de mudanças no país.
 Assim, objetivando entender todo o processo introduzido acima, é necessário ancorar-se nas seguintes questões: (i) contextualização dos principais partidos políticos, do comportamento político dos governos e os padrões autoritários ocorridos na sociedade mexicana durante o século XX; (ii) apresentação das quatros dimensões, (a estrutura econômica do México, a política de aumento dos salários no país, a migração e as remessas internacionais e a importação de alimentos e o campo mexicano) que aclaram a situação de crise em que AMLO foi eleito; e, (iii) análise da política externa e do desenvolvimento durante o primeiro ano de governo do López.
Ressalta-se que do século XX até o os primeiros anos do século XXI o México passou por alguns marcos políticos que vão da Revolução Institucionalizada à crise do PRIAN. 
O México adentrou o século XX em clima de revoluções. Houve em 1910 um levante contra a reeleição de Porfírio Diaz que estava no comando do país há mais trinta anos. Durante quase dez anos o país se viu mergulhado numa guerra civil que defrontou indivíduos de todas as classes sociais mexicanas e os Estados Unidos. Entretanto, tal revolução manteve a estrutura das classes sociais do país, mas por outro lado foi um divisor de águas na história do México. 
Não há um consenso sobre o fim da revolução, já que o poder mudou de mão diversas vezes entre a revolta e a Constituição de 1917. Nesse ínterim, as classes dominantes mostraram-se irredutíveis à mudança social e evitaram resolver a questão agrária. Gilly e Roux (1996) enfatizam que a revolução terminou empatada. Se por um lado alguns direitos políticos foram expropriados, já que a estrutura de classes e a desigualdade social se perpetuaram, pois, alguns limites à concorrência política foram impostos.Por outro lado, algumas demandas populares fundamentais foram integradas ao arcabouço institucional que se consolidou. 
Estabeleceu-se assim a dominação de um partido único mexicano, onde mandatos presidenciais foram renovados periodicamente por eleições. Após o assassinato de Álvaro Obregón em 1928, a alternância presidencial se consolidou, mas sem qualquer sinal de mudança, já que o partido estatal se firmou como espaço de resolução das disputas internas entre burgueses.
Sublinha-se que após o regime pós revolucionário o território mexicano que até então era governado por militares passou a ser presidido por civis. Em 1946 o Partido Revolucionário Institucional (PRI) foi criado e o país avançou constantemente em uma direção industrial. O PRI permaneceu no poder até o ano 2000 e foi responsável por alguns acordos como o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), criado em 1992, que consolidou o processo de liberalização comercial e financeira. O NAFTA foi considerado um marco no desenvolvimento econômico e da política externa do México, contudo, algumas medidas ocasionaram a desnacionalização da economia, que resultou em crises políticas e consequentemente sociais, além de ter institucionalizado uma relação de dependência histórica com os Estados Unidos, distanciando assim das premissas pós revolucionárias.
Nesse contexto, em 2000 o Partido de Ação Nacional (PAN) chegou ao poder chefiado por Vicente Fox (2000 – 2006) e posteriormente por Felipe Cálderon (2006-2012), porém, nas eleições de 2012 o PRI voltou à presidência com Enrique Peña Nieto (2012-2018). Sendo assim, nota-se que na prática houve uma alternância no marco dos conglomerados que governaram o país e que ficou conhecido como “PRIAN”.
Em 2018 houve o desgaste do PRIAN frente aos problemas nacionais como os escândalos de corrupção e violações dos direitos humanos no governo Peña Nieto e aos problemas relacionados as reformas neoliberais como a problemática reforma energética. Assim, a onda progressista inundou o México e AMLO foi eleito e se deparou com as crises presentes no território mexicano.
Ao contrário de outros países latinos a economia mexicana é alicerçada na indústria manufatureira e ainda houve a inclusão das “maquiladoras” seguindo determinação do NAFTA que objetivava reter a força de trabalho que emigrava para os EUA em busca de emprego. Contudo, as expectativas acerca das “maquiladoras” não vingaram. Dessa forma, nota-se que ao longo dos anos o México se tornou exportador de manufaturas do tipo industrialização de enclave, com escasso encadeamento a setores produtivos nacionais ou transferência tecnológica. Assim, houve o progressivo aumento do endividamento público. O quadro se mostra ainda pior ao constatar que as “maquiladoras” trouxeram consigo alguns problemas sociais ao país, como a superexploração do trabalho. 
Outro problema mexicano é a questão salarial, já que o custo da força de trabalho mexicana é baixo, o que acarreta vários problemas à população. De acordo com Cockroft (2014) quatro em cada dez mexicanos não conseguem garantir uma alimentação diária. Em 2015 a população mexicana girava em torno de 120 milhões, destes 53,4 milhões de mexicanos estavam em situação de pobreza e 9,4 milhões em pobreza extrema. Esse fato acarretou a migração de mexicanos aos Estados Unidos em busca de melhores condições de vida, sendo que muitos desses mexicanos emigram para o país vizinho e rico sem documentação. Durand (2007) afirma que a migração mexicana se tornou viciosa, já que os que se estabelecem nos EUA são atores centrais no sustento de suas famílias.
Outro vetor considerável na intensificação das migrações foram as mudanças no campo já que o NAFTA impulsionou a exportação de produtos não produzidos pelos EUA a preços competitivos e facilitou a importação de gêneros agrícolas que possuem subsídio estatal nos Estados Unidos. Essa política fez com que o México que até então era exportador de grão se tornasse importador. Assim, muitas pessoas desamparadas pelo Estado migraram para a cidade ou para o exterior. 
Foi nesse contexto desafiador que AMLO foi eleito. López durante a campanha declarou apoio ao NAFTA e mostrou sua intenção de se aproveitar dessa relação bilateral. O presidente ainda apresentou outras propostas como o aumento do salário mínimo tencionando amentar a qualidade de vida do mexicano e assim diminuir a migração para o país vizinho. AMLO ainda assinou um acordo para restringir a migração por centros americanos por sua fronteira norte. Apesar de algumas contradições e desafios postos, o governo de Lopez mostra em sua agenda a clara intenção de mesclar o crescimento econômico com programas sociais redistributivos.

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