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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/319966480 Controle do tripes da cebola Article · January 1995 CITATIONS 8 READS 1,175 2 authors, including: Paulo Antônio de Souza Gonçalves Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina - Epagri 149 PUBLICATIONS 306 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Paulo Antônio de Souza Gonçalves on 21 September 2017. 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O reconhecimento da praga no cam- po a olho nu é dificultado, pois os insetos tanto na fase jovem como adulta são pequenos (em torno de 1mm de comprimento) e alojam-se na parte interna das folhas na região da bainha (1). Uma das principais carac- terísticas para diferenciar as ninfas (fase jovem, Figura 1) dos adultos é que estas apresentam coloração mais clara (inicialmente esbranquiçada) e a medida que se alimentam da seiva da planta tendem a cor amarelo- esverdeada. Os adultos são de colora- ção mais escura (amarela e amarronzada) (Figura 2). A população des- sa praga é composta basicamente por fê- meas, que podem re- produzir-se sem a presença do macho. Esse fenômeno é de- nominado parteno- gênese (2 e 3). Os ovos são colocados nas par- tes mais tenras do tecido foliar. Após quatro dias eclodem as ninfas, que podem durar de cinco a dez dias. Antes de trans- formarem-se em adultos as ninfas pas- sam ao estágio de pupa por um período de 24 horas, que pode ocorrer no solo ou na planta. As fêmeas adultas podem viver em torno de 20 dias e põem de 20 a 100 ovos. O período de de- senvolvimento do F oto: P edro B off da maturação, �estalo�, também é prejudicado quando o ataque da pra- ga é severo, o que favo- rece a penetração de água das chuvas e/ou ir- rigação até ao bulbo, causando assim futuras perdas por apodreci- mento durante a arma- zenagem (7). Além dos prejuízos citados anteriormente tem sido observado que o ataque de tripes pode predispor as plantas à entrada de doenças, como a mancha-púrpu- ra, Alternaria sp. (8) Controle Os agricultores da região do Alto Vale do Itajaí têm utilizado para o controle da praga inseticidas fosforados (principalmente parathion metílico) e piretróides (principalmen- te delta-methrina). Recentemente tem sido observado o aumento do uso dos piretróides (lambdacyhalothrin e cypermethrina). O número de pulve- rizações algumas vezes é exagerado e realizado em época inadequada, o que pode gerar problemas ambientais e econômicos, tais como: onerar o custo de produção, devido ao gasto excessi- vo com mão-de-obra e inseticidas; fa- vorecer surgimento de resistência da praga; provocar destruição de inimi- gos naturais; causar prejuízos a saúde do aplicador; aumentar o nível de resí-duos de inseticidas no produto final e meio ambiente. Para que o controle do tripes da cebola seja feito de maneira racional é necessário levar em consideração as seguintes recomendações e observa- ções: � Para as cultivares plantadas na Figura 1 - Ninfas de tripes da cebola tripes pode variar de acordo com a temperatura (1 e 4). Danos Os danos causados pelo tripes são devi- dos ao suga-mento da seiva da planta, o que ocasiona man- chas principalmen- te na parte interna das folhas. Inicial- mente as manchas são es-branquiçadas e evoluem a pratea- das. Com o aumen- to da intensidade do ataque são observa- dos retorcimento, ama-relecimento e seca das folhas (Fi- guras 3 e 4), e em conse-qüência ocor- re a redução do ta- manho e peso dos bulbos, gerando se- veras perdas na pro- dutividade (1, 5 e 6). O tombamento das plantas por ocasião N Agrop. catarinense, v.8, n.2, jun. 1995 45 CebolaCebolaCebolaCebolaCebola Figura 3 - Lavoura atacada por tripes da cebola. Observar o retorcimento e seca de ponteiros F ot o: Ir in eu L or in i Figura 4 - Planta atacada por tripes da cebola, apresentando enrolamento das folhas e seca dos ponteiros F oto: Irin eu L orin i região do Alto Vale do Itajaí a princi- pal época de ocorrência dessa praga são os períodos quentes e secos obser- vados durante os meses de outubro e novembro, principalmente, a partir da segunda quinzena de outubro (9). Nesses meses, portanto, deve-se ter maiores cuidados no controle da pra- ga. � Em Santa Catarina não tem sido observada resistência ao tripes para as cultivares EMPASC 351 Sel. Criou- la, Baia Periforme, EMPASC 352 Bola Precoce, Jubileu, Norte 14. As culti- vares precoces como a Baia Periforme e a EMPASC 352 Bola Precoce (plan- tio em julho) sofrem menores perdas na produtividade em relação aos plan- tios tardios (a partir de setembro). No período de maior incidência da praga (outubro e novembro), encontram-se em pleno desenvolvimento vegetativo com o bulbo praticamente já em for- mação, enquanto que as cultivares tardias, como a Norte 14, encontram- se no início do desenvolvimento (9). Convém ressaltar, que o inseto tem preferência por plantas mais jovens. � A eficiência dos inseticidas no controle do tripes é dificultada em plantios tardios, pois coincidem com altas temperaturas e períodos mais secos, favorecendo altas infestações da praga no início do desenvolvimento das plantas (9). A produtividade nos plantios tardios pode ser reduzida em mais de50%, caso o tripes não seja controlado de forma adequada. � Os inseticidas que se mostraram eficientes no controle do tripes em experimentos realizados pela EPAGRI foram: deltamethrina 7,50g i.a./ha (Decis 25 CE 300ml/ha) e fenithrothion 750,0g i.a./ha (Sumithion - 1,5 litro/ ha), já registrados no Ministério da Agricultura para a cultura da cebola, além de lambdacyhalothrin 5,0g i.a./ ha (Karate 50 CE - 100ml/ha) e cypermethrina 25,0g i.a./ha (Arrivo 200 CE - 125ml/ha), ainda não re- gistrados para a cultura (10 e 11). Os processos de registros desses dois úl- timos inseticidas já estão em anda- mento. Para um bom desempenho desses inseticidas recomenda-se o uso de bico tipo leque 80.03, para facilitar a penetração da calda até a região interna da bainha onde as ninfas do tripes ficam alojadas. Futuros trabalhos de pesquisa se- rão desenvolvidos a fim de se determi- nar a necessidade de ajustes das dosa- gens desses princípios ativos de acor- do com a variação populacional do tripes, pois a monocultura da cebola favorece a ocorrência de altas infestações da praga, além da possibi- lidade do surgimento de resistência. Para se evitar esse processo reco- menda-se a utilização alternada de princípios ativos de grupos químicos diferentes, intercalando-se fosforados e piretróides. � O número de aplicações de inse- ticidas em nível de pesquisa tem sido em torno de quatro a seis, realizadas durante os meses de outubro e no- vembro, com intervalo de aplicação entre sete a catorze dias. Não é possí- vel generalizar o número de aplica- ções através de calendário predeter- minado, pois deve--se levar em consi- deração a presença da praga. Para obtenção de bulbos de boa qualidade, o uso de inseticidas deve ser conside- rado como mais uma prática na con- dução da lavoura, juntamente com o manejo adequado do solo, das doenças e plantas daninhas. � Em levantamento realizado em Ituporanga, SC, tem sido constatada a presença de insetos benéficos, que se alimentam das ninfas do tripes da cebola, como a larva da mosca Toxomerus taenia (Diptera - Syrphidae) (12) (Figura 5), e também de joaninhas (Coleoptera - Coccinellidae). Portanto o uso de in- seticidas deve ser cuidadoso para que se preservem os inimigos naturais, que auxiliam o agricultor no controle da praga (3). � Para obter orientações sobre o manejo de agrotóxicos na lavoura de cebola e realizar o controle das pragas de maneira mais racional e econômi- ca, recomenda-se ao agricultor procu- rar engenheiro agrônomo da EPAGRI do seu município. 46 Agrop. catarinense, v.8, n.2, jun. 1995 CebolaCebolaCebolaCebolaCebola F ot o: P au lo A .S . G on ça lv es Literatura citada 01. GALLO, D.; NAKANO, O.; NETO, S.S.; CARVALHO, R.P.L.; BATISTA, G.C.; BERTI FILHO, E.; PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; ALVES, S.B.; VENDRAMIN, J.D. Manual de entomologia agrícola. São Paulo: CERES, 1988. 649p. 02. BUTANI, D.K.; VERMA, S. Insect pests of vegetables and their control: onion & garlic. Pesticides, Bombay, v.10, n.11, p.33-35, 1976. 03. COSTA, A.A.; MEDEIROS, P.Z. O piolho da cebola. Agronomia, Itaguaí, RJ, v.8, n.4, p.359-364, 1949. 04. COSTA, A.A.; MEDEIROS, P.Z. O piolho da cebola. Agronomia , Itaguaí, RJ, v.9, n.1, p.77-86, 1950. 05. MENEZES SOBRINHO, J.A. Pragas do alho. Informe Agropecuário, Belo Hori- zonte, v.4, n.48. p.41-44, 1978. 06. VANNETTI, F. Pragas da cebola e do alho. In: MINAS GERAIS. Universidade Ru- ral. Cultura da Cebola. Viçosa: 1960. p.1-2. (Hortaliças, 3). 07. LORINI, I.; DEZORDI, J. Flutuação populacional de Thrips tabaci Lindeman, 1888 (Thysanoptera - Thripidae) na cultura da cebola. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil . Jabuticabal, v.19, n.2, p.361-365, 1990. Figura 5 - Larvas da mosca predadora de tripes da cebola 08. EMPASC/EMATER-SC/ACARESC. Sis- tema de produção para cebola ; Santa Catarina (2 a revisão). Florianópolis: 1991. 51p. (EMPASC/ACARESC. Sis- temas de Produção, 16). 09. LORINI, I.; TORRES, L.; GUIMARÃES, D.R. Flutuação populacional de tripes na cultura da cebola. Florianópolis: EMPASC. 1986. 4p. (EMPASC. Pesqui- sa em Andamento, 62). 10. GUIMARÃES, D.R.; GONÇALVES, P.A. de S. Avaliação comparativa de inseti- cidas no controle de tripes, Thrips tabaci, Lindeman, 1888, em cultivares de cebo- la. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 14., 1993, Piracicaba, SP. Resumos. Piracicaba: Sociedade Entomológica do Brasil/FEALQ, 1993. p.471. 11. SILVEIRA, E.R.; GUIMARÃES, D.R. Con- trole químico do tripes Thrips tabaci Lind. em cebola. In: CONGRESSO NA- CIONAL DE ENTOMOLOGIA, 9., 1984, Londrina, PR. Resumos. Londri- na: SEB, 84. p.271. 12. BUTIGNOL, C.A. Toxomerus taenia (Diptera, Syrphidae) predador de tripes em alho e cebola. In: SIMPÓSIO DE CONTROLE BIOLÓGICO, 4., 1994, Gramado, RS. Anais: Sessão de Pôsteres. Pelotas: EMBRAPA-CPACT, 1994. p.235. Paulo Antonio de Souza Gonçalves, Eng. agr., M.Sc. Cart. Prof. no 34.327-2, CREA-SC, EPAGRI, Estação Experimental de Ituporanga, C.P. 98, Fone (0478) 33-1409, Fax (0478) 33-1364, 88400-000, Ituporanga, SC; Djalma Rogério Guimarães, Eng. agr., M.Sc. Cart. Prof. no 1.144-D, CREA-SC, EPAGRI, C.P. 502, Fone (048) 234-0066, Fax (048) 234-1024, 88034-901, Florianópolis, SC. View publication stats https://www.researchgate.net/publication/319966480
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