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Morte Encefalica e Doacao de Orgaos

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Morte Encefálica e Doação de Órgãos 
Definição de ME: 
A morte encefálica é um processo de lesão irreversível, incompatível com a 
vida, o paciente deverá estar em observação hospitalar há pelo menos 6h, 
exceto em situações em que o quadro seja decorrente de anoxia cerebral, 
como em afogamentos e pós-reanimação cardiopulmonar, nas quais esse 
período deverá ser de 24h. 
Causas de ME Conhecida: 
A causa do coma deve ser conhecida e compatível com o quadro, 
reconhecida através de história clínica e de alteração no exame de imagem. 
Nos pacientes instáveis do ponto de vista hemodinâmico, em que não seja 
possível realizar o exame de neuroimagem, o protocolo de morte encefálica 
não poderá ser realizado. 
Pacientes internados em UTI, em ventilação mecânica, com diagnóstico de: 
o AVC hemorrágico ou isquêmico o TCE 
• São todas as formas de trauma sobre o crânio, incluindo os ferimentos por 
arma de fogo 
o Outras situações que possam determinar HIC: Infecções do sistema 
nervoso central; Tumores do sistema nervoso central; encefalopatia 
hipóxico/anóxica após PCR 
A f a s ta r F at o r e s d e 
Confusão: 
Condições que podem abolir reflexos do tronco cerebral e devem ser 
excluídas para diagnóstico de ME 
1. Distúrbios metabólicos 
2. Temperatura corporal (hipotermia grave) 
3. Drogas sedativas, hipnóticas, analgésicas e bloqueadores musculares 
4. Hemodinâmica (hipotensão grave) 
Em pacientes usando fármacos depressores do sistema nervoso central, 
deve-se aguardar o intervalo mínimo de 4-5 meias-vidas após a interrupção 
de sua infusão para o início do protocolo. Em pacientes com hipotermia, 
aguarda-se a elevação da temperatura esofagiana, retal ou vesical para 
acima de 35°C. A temperatura axilar pode ser usada como parâmetro, 
obedecendo aos mesmos valores. 
Para início do protocolo, satisfeitas as condições anteriores, o paciente 
ainda deve apresentar 3 pontos na Escala de Coma de Glasgow, SaO2 
maior que 94% e temperatura corporal maior que 35ºC. 
1º E 2º Teste Clínico de ME: 
Realizam-se dois exames clínicos a um intervalo mínimo de uma hora se o 
paciente for maior de 2 anos de idade (de 7 dias a 2 meses incompletos – 
24 horas; de 2 meses a 24 meses incompletos – 12 horas), por dois médicos 
habilitados diferentes e que não possuam vínculo com nenhuma equipe de 
transplante. 
O exame neurológico deve pesquisar a pontuação na Escala de Coma de 
Glasgow (que deverá ser de 3 pontos) e confirmar a ausência de reflexos de 
tronco nos níveis mesencefálico, pontino e bulbar (coma arreativo e 
aperceptivo). 
Os reflexos testados, suas aferências, eferências e níveis de integração no 
tronco estão descritos a seguir: 
1 – Oculomotor: 
o Usa-se uma lanterna e verifica o reflexo direto e bi-consensual; 
o Além do III nervo, testa-se o N. Edinger Whestinfall também e N. pré 
tectal. 
2 – Reflexo Córneo-Palpebral: 
o Com uma gaze ou algodão, você passa no olho do paciente, avaliando se 
ele tem o reflexo de piscar ou não. 
3 – Óculo-cefálico: 
o Quando viramos a cabeça do paciente, esperamos que ele fique focado 
sempre no mesmo ponto; 
o Se o paciente tem lesão local, ele não vai seguir. 
4 – Vestíbulo-calórico: 
o Utiliza um soro gelado e infunde na orelha do paciente, e o reflexo 
natural é que ele vire os olhos em direção ao local da infusão. 
o Se lesão, o olho não se move. 
o Sempre que quiser fazer o teste é necessário examinar o duto auditivo 
com otoscopia simples, para avaliar possível lesão timpânica e etc. 
5 – Tosse: 
o Geralmente esses pacientes estão intubados, em ventilação mecânica; 
o Portanto, você pode colocar um pouco de soro no tubo para ver se o 
paciente evoca o reflexo da tosse. 
O exame clínico deve demonstrar de forma inequívoca a presença de coma 
não perceptivo, e a ausência, de atividade supraespinhal manifestada pela 
ausência dos reflexos fotomotor, corneopalpebral, oculocefálico, 
vestíbulocalórico e de tosse. 
Teste de Apnéia: 
Deverá ser realizado apenas 1 vez por um dos médicos responsáveis pelo 
exame clínico e deverá comprovar ausência de movimentos respiratórios na 
presença de hipercapnia (PaCO2 superior a 55 mmHg). 
TÉCNICA: 
1. Ventilação com FiO2 de 100% por, no mínimo, 10 minutos para 
atingir PaO2 igual ou maior que 200 mmHg e PaCO2 entre 35 e 45 
mmHg; 
2. Instalar oxímetro digital e colher gaso arterial inicial (idealmente por 
cateterismo arterial); 
3. Desconectar ventilação mecânica; 
4. Estabelecer fluxo contínuo de O2 por um cateter intratraqueal ao 
nível da carina (6L/min), ou tubo T (12L/min) ou CPAP (até 12 L/
min + até 10 cm H2O); 
5. Observar a presença de qualquer movimento respiratório por oito a 
dez minutos. Prever elevação da PaCO2 de 3 mmHg/min em adultos 
e de 5 mmHg/min em crianças para estimar o tempo de desconexão 
necessário; 
6. Colher gaso arterial final; 
7. Reconectar ventilação mecânica. 
AVISE A CIHDOTT/OPO: 
Avise a Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para 
Transplante e a Organização de Procura de Órgãos da jurisdição de sua 
instituição assim que concluir o primeiro teste. 
Em seguida, notifique a CET e siga suas instruções. 
EXAMES COMPLEMENTARES: 
Os exames complementares podem ser eletroencefalograma (EEG), 
Doppler transcraniano, arteriografia cerebral e SPECT cerebral. 
C O M U N I C A Ç Ã O A O S 
FAMILIARES: 
Quanto à suspeita de morte encefálica, os familiares devem ser sempre 
comunicados e atualizados a cada etapa do processo pela equipe médica 
que atende o paciente. Uma comunicação de confiança e constante com a 
família é crucial. Lembrar que o diálogo sobre a possível doação deve ser 
abordado pela equipe da Organização de Procura de Órgão (OPO) somente 
após a confirmação da ME e não pela equipe médica que realizou o 
atendimento. 
Os familiares do paciente ou seu responsável legal deverão ser 
adequadamente esclarecidos, de forma clara e inequívoca, sobre a situação 
crítica do paciente, o significado da ME, o modo de determiná-la e também 
sobre os resultados de cada uma das etapas de sua determinação. Esse 
esclarecimento é de responsabilidade da equipe médica assistente do 
paciente ou, na sua impossibilidade, da equipe de determinação da ME. 
Será admitida a presença de médico de confiança da família do paciente 
para acompanhar os procedimentos de Determinação de ME, desde que a 
demora no comparecimento desse profissional não inviabilize o 
diagnóstico. Os contatos com o médico escolhido serão de responsabilidade 
dos familiares ou do responsável legal. O profissional indicado deverá 
comparecer nos horários estabelecidos pela equipe de determinação da ME. 
A decisão quanto à doação de órgãos somente deverá ser solicitada aos 
familiares ou responsáveis legais do paciente após o diagnóstico da ME e a 
comunicação da situação a eles. 
Fluxograma ME: 
 
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS: 
Exames Para Validação do Potencial 
Doador: 
História clínica detalhada 
Avaliação de antecedentes mórbidos e revisão do prontuário 
Exame físico minucioso 
Exames complementares 
IMAGEM 
Contra-Indicação a Doação: 
1. Infecciosas: 
o HIV; 
o HTLVIeII; 
o hepatite aguda; 
o tuberculose em atividade; o malária 
o infecções virais agudas graves o sepse não controlada 
• Não se considera como contraindicação o potencial doador que se 
apresentar séptico, mas com estabilidade hemodinâmica e/ou redução 
progressiva de vasopressores. Todos resultados de culturais devem ser 
revisados e informados a CNCDO. 
2. Neoplásicas: 
• Neoplasias malignas em atividade, exceto: carcinoma in situ de pele; 
carcinoma in situ de colo uterino; alguns tumores primários do SNC 
Manutenção do Potencial Doador: 
A morte encefálica traz consigo respostas fisiopatológicas potencialmente 
danosas aos órgão que poderão ser doados. Requer esforços com a 
finalidade de obter estabilidade hemodinâmica e função orgânica 
otimizada. 
1. temperatura corporal 
2. hemodinâmica 
3. ventilação 
4. endócrino/metabólico 
5. hemocomponentes: quando transfundir? 
o hemácias 
• se Hb < 7 g/dl para estáveis ou, 
• se HB < 10para instáveis 
o plaquetas 
• se < 100k com sangramento ou 
• se <50k no pré operatório 
o plasma 
• se RNI 1,5x o valor de referência 
o crioprecipitado 
• se fibrinogênio <100 6. infecções 
Equipe de Captação de órgãos: 
O processo doação-transplante é complexo e envolve dezenas de 
profissionais, podendo durar de 12 horas a mais de 72 horas, tendo a 
sociedade como fornecedora de órgãos e tecidos no início, e como 
beneficiada pelos transplantes no final. Os principais personagens 
envolvidos nesse processo são: 
o médicos atuando em áreas críticas – intensivistas, neurologistas e 
clínicos; 
o profissionais das coordenações hospitalares de transplante e das 
Organizações de Procura de Órgãos (OPOs); 
o integrantes das equipes de remoção e das equipes de transplantes; 
o membros das centrais estaduais e da central nacional de transplante. 
REFERÊncias Bibliográficas: 
• Martins,Herlon Saraiva / Santos,Rômulo Augusto Dos / Neto,Rodrigo 
Antonio Brandão / Arnaud,Frederico - Medicina de Emergência – 
SérieRevisão Rápida – 6a Edição, Editora Manole, 2023. – Capítulo 1. 
• SanarFlix - Apostila Neurologia - Coma 
• Resumos da Med 
• MedCoffee 2023 - Diagnóstico de Morte Encefálico 
• Estratégia Med 2024 - Coma

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