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SAÚDE MENTAL – C5 Lília Mendes EXAME FÍSICO E ENTREVISTA PSIQUIATRICA Características do entrevistador: o Capacidade de observação o Postura empática o Respeito o Tranquilidade o Livre de pré-julgamentos A habilidade do entrevistador se revela pelas perguntas que faz, por aquelas que evita formular e pela decisão de quando e como falar ou apenas calar. A possibilidade de um entrevistador mais ativo ou mais calado depende do paciente, contexto institucional e personalidade do entrevistador. EVITAR o Postura rígida o Atitude excessivamente fria o Reações exageradamente emotiva e calorosa o Comentários valorativos ou julgamento o Reação emocional intensa de pena o Responder com hostilidade e agressão o Entrevistas prolixas o Fazer muitas anotações durante a entrevista Embora a atividade inicial do entrevistador seja de escuta, ele deve lançar mão da observação participativa. Nas fases iniciais o entrevistador deve lembrar que o usuário pode utilizar mecanismos de defesa para evitar falar de si e do seu sofrimento, nesses casos o profissional deve focar de forma gentil e lembrar ao usuário que aquele encontro tem a finalidade identificar aspectos da vida ele e as melhores formas de ajuda-lo. Lidar com o silêncio do usuário: o Evitar perguntas fechadas o Evitar perguntas longas e complexas o Preferir: como foi isso: explica melhor. Me conta um pouco mais sobre isso. Ao invés de por que? Qual a causa? A duração e o numero de entrevistas dependem da complexidade do caso, habilidade do entrevistador e do contexto institucional. Pode ser apresentado com um roteiro: Início – descrição geral Em seguida – funções psíquicas. Aspectos importantes: consciência, orientação, pensamento, sensopercepção, humor, afeto, atenção, memória, vontade. O funcionamento das funções ocorre de forma integrada, nem sempre alterações psíquicas isoladas representam condições patológicas. não realizar achismo, se não entendeu perguntar exatamente se você entendeu o correto, direcionar a pergunta, até entender corretamente. ASPECTOS IMPORTANTES NO EXAME PSÍQUICO E ENTREVISTA 1. Consciência 2. Orientação 3. Pensamento 4. Sensopercepção 5. Humor 6. Afeto 7. Atenção 8. Memoria 9. Vontade Se 1 der ruim, implicará de alguma maneira nas outras, mas nem sempre uma alteração indica uma doença, transtorno, sofrimento mental. Consciência: capacidade que o indivíduo tem de captar e interagir com o ambiente. SAÚDE MENTAL – C5 Lília Mendes Para observar sonolência: observar fáceis, atitudes, desporto ou sonolente, observar se há dificuldade de integrar coerentemente os estímulos ambientais; escala de coma de Glasgow. ATENÇÃO Direção da consciência, seja um ambiente, sensação, percepção, desejo, objeto, esta diretamente relacionada ao nível de consciência e nem sempre depende da vontade. Atenção ativa ou intencional – tenacidade de maneira ativa (capacidade do indivíduo fixar sua atenção sobre determinada área ou objeto) Atenção passiva ou espontânea – vigilância (qualidade da atenção que permite ao individuo mudar seu foco de um objeto para outro, acontece naturalmente devido estímulos independentes). Distração – não é necessariamente patológico, pode acontecer pela hipertenacidade ou hipovigilância – se isso se repetir o tempo todo e que atrapalhe em seu cotidiano, vira patológico e aí vira distraibilidade. Orientação – capacidade da pessoa situar-se adequadamente ao tempo, espaço e a si mesma. Sensopercepção – Tomada de consciência pelo indivíduo de estímulos sensoriais de origem química e física que produzem alterações nos órgãos receptores – órgãos dos sentidos. Como alucinação (não tem nada ali, mas para pessoa tem) e ilusão (pressupõe um objeto real presente); hiperestesia (percepções aumentadas); hipoestesia (sensibilidade aos estímulos diminuída); anestesia (perda da sensibilidade aos estímulos). Pensamento – Capacidade de organizar as ideias de forma e o conteúdo seja harmônico. - Curso do pensamento: modo como o pensamento flui, velocidade, ritmo ao longo do tempo (como se fosse a água do rio). - Forma do pensamento: estrutura básica que é preenchida pelo conteúdo e interesses individuais (como se fosse a margem do rio). - Conteúdo do pensamento: como se fosse os peixes, sujeira do rio. Alteração do curso: o Aceleração o Lentidão o Bloqueio Alterações da forma: o Fuga de ideias o Descarrilhamento o Tangencialidade (não se aprofunda) o Neologismo (cria palavra nova o Perseveração (não muda de assunto) o Concretude: impossibilidade de abstrair e subjetivar ideias, não consegue entender metaforas Alteração do conteúdo: o Pobreza de conteúdo – repetições vazias, poucas informações (todo mundo com retardo mental tem, mas nem todos com pobreza de pensamento tem retardo mental). o Ideia delirante delírio (sensação de estar sendo perseguido, pessoa acha que é um ator famoso) o Ideia deliróide – sensação de que algo que aconteceu está acontecendo novamente (tipo SAÚDE MENTAL – C5 Lília Mendes um assalto, que toda que vejo um carro preto, lembro). o Delírio – algo completamente fora da realidade. Memória – Capacidade de registrar, manter e evocar as experiências e os fatos já ocorrido (imediata, recente, fixação, evocação) – a memória perpassa o estresse. o Hipermnésia – como se fosse um HD externo, guarda tudo na memória o Amnésia – perda da memória, seja da capacidade de fixar ou a da capacidade de manter e evocar. - Amnésia lacunar – intervalo de tempo determinado - Amnésia seletiva – apaga alguma informação de capacidade sem estar relacionado a algum fato ruim - Amnésia maciça – perda de tecido cerebral (precisa reconstruir o banco de memória). Déjà-vu: situação de alteração de pensamento, situação nunca vivenciada. Afeto – Manifestação de ligação cm o meio, como reagimos a tudo que nos cerca, pensando no verbo de afetar, alteração da afetividade. o Labilidade emocional – oscilação rápida o Embotamento – dificuldade de sentir emoções o Incontinência afetiva – não consegue conter suas reações e a resposta é desproporcional ao estímulo o Humor – como agente se sente, condição mais constante do afeto. Vontade – Envolve intenção; deliberação; decisão e execução acerca de um propósito para transformá-la em uma ação. o Apragmatismo – incapaz de realizar condutas volitivas elementares (quer tomar banho, mas não consegue transformar desejo em ação). o Pragmatismo – capacidade de transformar ideias em ações e/ou comportamentos (consegue ter a intenção, deliberação e ativar ação). Os impulsos patológicos são atos que predominam as ações psicomotoras automáticas, sem reflexão, poderação ou decisão do tipo instantâneo. Alterações da vontade – o Abulia – incapacidade para realizar um ato voluntário o Hipobulia – diminuição do impulso volitivo o Hiperbulia – aumento do impulso volitivo
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