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Material Didático: Análise e Elaboração

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ANÁLISE, ELABORAÇÃO E 
ADAPTAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO 
 
 
 
SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3 
1 Diferenciação: didática, metodologia e método .......................................... 4 
1.1 As atribuições dos recursos e materiais pedagógicos .......................... 7 
1.2 Parâmetros para seleção, emprego e criação de recursos e materiais 
didáticos na educação básica .................................................................................. 9 
1.3 Resumindo ......................................................................................... 10 
2 Concepções epistemológicas do material didático ................................... 11 
2.1 O emprego dos materiais didáticos na educação básica ...................... 14 
2.2 Resumindo ......................................................................................... 18 
3 Material didático, definição e atribuição .................................................... 18 
3.1 O livro didático como ferramenta pedagógica .................................... 22 
3.2 Parâmetros de avaliação: elementos das diretrizes governamentais 
para a alocação do livro didático ........................................................................... 23 
3.3 Resumindo ......................................................................................... 25 
4 Desenvolvimento de materiais didáticos alinhados ao planejamento ....... 26 
4.1 A relação entre o processo de ensino-aprendizagem e os materiais 
didáticos 28 
4.2 Resumindo ......................................................................................... 36 
5 Legislação relevante para a elaboração e avaliação de materiais didáticos
 36 
5.1 Consequências da inobservância das regulamentações legais na 
qualificação dos materiais ...................................................................................... 40 
5.2 Promovendo a construção de um ambiente de aprendizagem 
democrático ........................................................................................................... 43 
5.3 Resumindo ......................................................................................... 45 
6 Adequação dos recursos e materiais didáticos aos conteúdos da 
aprendizagem ............................................................................................................ 46 
 
 
 
6.1 A seleção de recursos e materiais de ensino com base nas 
características dos conteúdos ............................................................................... 50 
6.2 Resumindo ......................................................................................... 53 
7 a estruturação dos materiais didáticos ...................................................... 54 
7.1 Promovendo a escrita dialógica na produção do material didático ..... 59 
7.2 Resumindo ......................................................................................... 61 
8 Entendendo o material didático na Educação a Distância: definição e 
elementos constituintes ............................................................................................. 62 
8.1 Diretrizes Orientadoras para o Material Didático ................................ 65 
8.2 Sujeito da aprendizagem: identificando os alunos da educação a 
distância 68 
8.3 Resumindo ............................................................................................ 70 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
Prezado aluno, 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – 
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se 
ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida 
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz 
alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a 
mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser 
direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo 
hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso 
da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base 
e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar 
o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 DIFERENCIAÇÃO: DIDÁTICA, METODOLOGIA E MÉTODO 
Este tópico concentra-se no conceito e na diferenciação dos termos didática, 
metodologia e método que deve estar no cerne da profissão docente de maneira clara 
e precisa. O entendimento desse conceito contribui para a seleção de práticas 
docentes específicas, capazes de auxiliar o desenvolvimento cognitivo dos 
estudantes. Consoante a isso, Zoppo (2020), afirma que didática é um conceito 
fundamental, na prática, educacional, destacando-se como uma prática social e 
dinâmica. É importante compreender que a educação não ocorre de forma estática e 
única, mas sim por meio de um constante movimento de saberes, conceitos, métodos 
e orientações que são reinterpretados ao longo do tempo. Nesse contexto, é relevante 
esclarecer alguns termos amplamente utilizados no campo educacional, que 
continuam em evolução. 
A palavra “didática” teve seu primeiro registro no mundo grego e originalmente 
significava facilitar o ensino e a aprendizagem dos modos de conduta. A partir desse 
ponto, seu uso se expandiu e a didática passou a ser aplicada tanto na transmissão 
de conteúdos morais quanto cognitivos. Portanto, atualmente, a didática abrange 
ambos os aspectos (LUCKESI, 2014). 
A didática refere-se à maneira pela qual o professor utiliza metodologias e 
estratégias para conduzir diferentes etapas do processo de ensino. E desempenha 
um papel fundamental no desenvolvimento de uma aula, possibilitando um diálogo 
crítico entre todos os elementos envolvidos no processo pedagógico, incluindo o 
professor, os alunos, a disciplina, o conteúdo, o contexto e as estratégias 
metodológicas. É por meio da aplicação adequada da didática que se promoverá uma 
aprendizagem significativa e eficaz, estimulando a participação ativa dos alunos e 
favorecendo a compreensão e assimilação dos conteúdos abordados. 
Corretamente observado, nenhuma prática pedagógica é neutra, ao estar 
intrinsecamente relacionada a concepções filosóficas de educação que influenciam 
como o ensino é conduzido em uma determinada instituição educacional. Zoppo 
(2020), define o conceito de didática como a mediação realizada pelo professor, que 
transforma a teoria pedagógica em prática pedagógica. Nesse sentido, a didática 
desempenha um papel fundamental ao traduzir os princípios teóricos em ações 
 
 
 
concretas de ensino, considerando as características dos alunos, os objetivos 
educacionais e o contexto em que ocorre o processo de ensino-aprendizagem. 
Através dessa mediação, a didática possibilita a aplicação efetiva das teorias 
pedagógicas no cotidiano escolar, promovendo uma educação mais significativa e 
enriquecedora. 
A didática vai além do ensino de técnicas e estratégias para o desenvolvimento 
da aprendizagem; ela desempenha um papel mais relevante: o de fomentar uma ação-
reflexão crítica por parte do professor na condução da prática educativa. Ela 
estabelece uma conexão entre as opções filosóficas e políticas da educação, 
considerando a complexidade técnica, humana e política envolvida. Não se limita 
apenas à transmissão de conhecimentos e habilidades, mas engajará o professor em 
uma abordagem reflexiva, onde suas escolhas pedagógicas sãoconscientemente 
fundamentadas e direcionadas pelos princípios filosóficos e políticos subjacentes à 
educação. 
Além disso, a didática reconhece a natureza multidimensional da prática 
educativa, envolvendo aspectos técnicos, humanos e políticos, e incentiva uma 
análise crítica dessas dimensões para promover uma educação mais abrangente e 
impactante (ZOPPO, 2020). 
Em se tratando a método, consoante a referida autora, o termo tem origem no 
latim, derivado da palavra “methodus”, que significa o caminho ou a via para alcançar 
algo. Dessa forma, o método é o processo utilizado para alcançar um objetivo 
específico ou obter um conhecimento desejado. 
Os métodos de ensino consistem nas estratégias planejadas e implementadas 
pelo professor, de modo a organizar e estruturar as atividades visando promover a 
aprendizagem em relação a um conteúdo específico. Dentro desse contexto, existem 
diferentes classificações dos métodos de ensino consoante o que Libâneo (1994) 
citado por Zoppo (2020) apresenta, incluindo o método de exposição pelo professor, 
método de trabalho independente, método de elaboração conjunta ou conversação, 
método de trabalho em grupo e método de atividades especiais. Cada um desses 
métodos tem características e abordagens distintas, adequados para diferentes 
contextos e objetivos educacionais. 
Método de exposição: envolve o professor transmitindo informações como 
atividade principal. Esse método é valioso quando utilizado para motivar e estimular 
 
 
 
os estudantes a aprender, mediante relatos, curiosidades ou experiências que 
despertem seu interesse. 
Método de autonomia na aprendizagem: tem como propósito apresentar 
cenários de aprendizagem direcionados e orientados pelo professor de maneira 
indireta, seja por intermédio da leitura de um texto, seja por uma atividade de estudo 
direcionada ou pela elaboração de um esboço cartográfico. 
Método de colaboração mútua ou diálogo: neste método, o propósito é 
incentivar os alunos a manifestarem suas perspectivas, compartilhando experiências, 
debatendo e permitindo que se expressem, resultando na construção de novos 
conhecimentos. 
Método de colaboração em equipe: enfatiza a cooperação no 
desenvolvimento de uma atividade específica. As equipes são normalmente formadas 
por três a cinco alunos, de preferência com competências e aptidões diversas, de 
modo a promover a assistência mútua entre os membros da equipe. 
Método de práticas diferenciadas: apresentará práticas diferenciadas, como 
encontros de estudantes, excursões a museus, instituições de caridade, indústrias, 
mercados, universidades, usinas de energia, entre outras. De forma que essas 
práticas complementem os demais métodos de ensino e também ampliar o 
conhecimento dos alunos. 
Em uma única aula é possível abranger diversos métodos, no entanto, a 
seleção do método dependerá da finalidade que o professor alcançará nessa atividade 
educacional. 
No que tange a metodologia é a exploração de múltiplos caminhos refere-se ao 
ensino que os professores observam, planejam e vivenciam em sala de aula, ou seja, 
orienta o ensino-aprendizagem de acordo com determinados objetivos ou metas 
educacionais. Com base na definição anterior, entende-se que a metodologia refere-
se a pensar sobre o método. Em outras palavras, seu papel é orientar o professor a 
escolher as melhores estratégias em função dos métodos utilizados. 
Um professor deve ser um bom estrategista e saber claramente o que planeja 
alcançar com o processo de ensino. Assim, pode-se concluir que as estratégias de 
ensino podem auxiliar os alunos na aquisição de novos conhecimentos e são 
necessárias para a aprendizagem (ZOPPO, 2020). 
 
 
 
 
1.1 As atribuições dos recursos e materiais pedagógicos 
Para Zoppo (2020), os recursos e materiais didáticos desempenham um papel 
fundamental nos procedimentos de ensino e aprendizagem, quando forem 
empregados adequadamente e com a participação ativa dos alunos durante as aulas. 
Nesse contexto, é responsabilidade do professor monitorar atentamente as reações 
dos estudantes, a fim de determinar se há um envolvimento genuíno de toda a turma 
nas atividades propostas e se o material selecionado atende às necessidades 
individuais de cada aluno. 
Entende-se que o material didático desempenha um papel auxiliar essencial 
nos processos de ensino e aprendizagem, e uma variedade de materiais é aprimorada 
e redesenhada para melhor atender aos interesses tanto do professor quanto do 
aluno. 
Existem alguns materiais didáticos levados para a sala de aula pelo professor, 
mas que não foram originalmente desenvolvidos com finalidade pedagógica 
específica. Um exemplo disso é o ábaco, que foi criado e projetado para auxiliar as 
pessoas nos cálculos. Atualmente, esse recurso é utilizado na sala de aula como um 
material didático para auxiliar os alunos a compreender o sistema de numeração e as 
operações fundamentais. Em contrapartida, podemos mencionar o material dourado, 
que foi criado e desenvolvido com propósitos pedagógicos. Sua invenção surgiu 
devido às dificuldades enfrentadas por estudantes com necessidades especiais em 
relação às relações numéricas abstratas. 
A educadora e médica Maria Montessori, ao perceber que seus alunos 
aprendiam mais através da ação do que apenas do pensamento abstrato, 
desenvolveu o material dourado para disponibilizá-lo para uso de todos. Ela constatou 
que as crianças aprendem por meio de experiências concretas, dispensando a 
necessidade de repetir várias listas de exercícios, o que se torna um trabalho 
exaustivo e desprovido de significado. 
De acordo com Montessori (1965), quando as crianças interagem com o 
material, elas se dedicam a uma atividade concentrada e séria, que aparenta emergir 
do âmago de sua consciência. É possível afirmar, de fato, que as crianças se situam 
em circunstâncias propícias para alcançar a mais alta realização de que sua mente é 
capaz. 
 
 
 
Outrossim, Zoppo (2020), esclarece que assim como a utilização dos 
tradicionais quadro-negro, giz e apagador quanto o aproveitamento de outras 
tecnologias, como computadores, televisões e softwares, os materiais didáticos 
desempenham um papel significativo na prática docente em sala de aula e devem 
estar alinhados ao plano de ensino. Contudo, o sucesso de sua eficácia não se limita 
apenas às características do recurso, mas também à maneira como o professor o 
emprega. É incontestável que alguns recursos didáticos podem contribuir para os 
alunos refletirem e se apropriarem dos conteúdos abordados em uma aula, porém é 
responsabilidade do educador fazer uso oportuno e criativo dos inúmeros materiais 
disponíveis. 
Lopes (2019) leciona que, embora os recursos didáticos apresentem vantagens 
evidentes, nem todos os educadores os exploram e utilizam adequadamente. A 
maioria dos professores tende a adotar abordagens de ensino tradicionais, como 
aulas expositivas, em que prevalece a transmissão dos conteúdos e das ideias pelo 
docente, demonstrando certa relutância em buscar inovações, muitas vezes 
impulsionados pelo receio ou pela comodidade. Os conteúdos transmitidos aos alunos 
por meio de aulas expositivas não interativas podem ser mais facilmente esquecidos, 
uma vez que esse método de aprendizagem se mostra menos eficiente, podendo 
comprometer o potencial de aquisição de conhecimento. 
O professor eficaz é aquele que demonstra flexibilidade em relação ao seu 
estilo e prática pedagógica, adaptando-se conforme as necessidades de 
aprendizagem de seus alunos. Os recursos didáticos desempenham um papel crucial 
ao auxiliar e facilitar o desenvolvimento de diversas atividades em sala de aula. É 
imprescindível que o docente esteja familiarizado com os recursos disponíveis e 
consiga selecionar e utilizar o material adequadamente, considerando o conteúdo a 
ser abordado, o perfil do público-alvo e os objetivos educacionais a seremalcançados. 
Quanto maior for a disponibilidade de acesso a uma ampla gama de materiais 
diversificados, maiores serão as oportunidades de encontrar aqueles mais adequados 
às necessidades educacionais. Nesse sentido, os educadores assumem a 
responsabilidade de selecionar, adaptar e até mesmo criar novas alternativas, 
valendo-se de diferentes recursos, como textos, experiências práticas, vídeos e 
revistas de divulgação científica, entre outros. 
 
 
 
1.2 Parâmetros para seleção, emprego e criação de recursos e materiais 
didáticos na educação básica 
Para explorar os parâmetros que norteiam a seleção, o uso e a elaboração de 
recursos e materiais didáticos na educação básica, é fundamental realizar uma análise 
aprofundada do desenvolvimento cognitivo. Para Zoppo (2020), consoante a Piaget 
(1971) e Vygotsky (2007), respectivamente, o progresso cognitivo humano é baseado 
em um sistema biológico e ocorre em fases determinadas pela idade. No entanto, 
durante esse processo de desenvolvimento, é crucial que o indivíduo desempenhe um 
papel ativo, agindo como um explorador do mundo. Ao interagir com o ambiente 
externo e com outros indivíduos, eles ampliam seus conhecimentos. 
As interações sociais desempenham um papel primordial na construção do 
conhecimento, uma vez que são por meio delas que ocorre o desenvolvimento. A 
linguagem e a manipulação de ferramentas são elementos essenciais que facilitam a 
mediação dessas interações com outros indivíduos e até mesmo com o ambiente 
natural, contribuindo, assim, para o progresso da cognição humana. 
 Ao selecionar recursos didáticos, o professor pode embasar sua escolha nos 
estágios de desenvolvimento da inteligência humana propostos por Piaget, conforme 
a epistemologia genética: 
1. Estágio sensório-motor — crianças de 0 a 2 anos; 
2. Estágio pré-operatório — crianças de 2 a 7 anos; 
3. Estágio operacional concreto — de 7 a 11 anos; 
4. Estágio operacional formal — de 11 anos até a fase adulta. 
O estágio sensório-motor, caracterizado por crianças de até cerca de 2 anos, 
é um período em que a descoberta do mundo ocorre principalmente por meio dos 
sentidos e da manipulação. Nessa etapa, é recomendável utilizar materiais didáticos 
adequados, como objetos com diversas características, como tamanho, forma, 
textura, cor e consistência; brinquedos com tampas e elementos atrativos; brinquedos 
de encaixe; livros com imagens grandes, entre outros exemplos. 
O estágio pré-operatório é identificado como uma fase em que as crianças 
apresentam um desenvolvimento significativo da imaginação e memória, além de 
demonstrarem curiosidade por tudo ao seu redor. Para essa etapa, existem diversos 
exemplos de materiais didáticos adequados, tais como blocos pedagógicos, jogos de 
 
 
 
encaixe, quebra-cabeças, materiais recicláveis, uma variedade de livros de literatura, 
música, filmes, entre outros recursos. 
O estágio das operações concretas é reconhecido como uma fase que traz 
consigo importantes mudanças cognitivas. Nesse período, as crianças começam a 
resolver problemas mentalmente, apresentam maior habilidade com números e 
conseguem distinguir a fantasia da realidade. Para essa etapa, existem diversos 
exemplos de materiais didáticos adequados, como bola de futebol, bola de 
basquetebol, bolinha de gude, jogos de montar, jogos com regras estabelecidas, jogos 
de construção, jogos de perguntas e respostas, quebra-cabeças com níveis de 
dificuldade mais complexos, materiais para contagem (como tampinhas e botões), 
diferentes conjuntos de miniaturas para agrupamentos, filmes variados, livros literários 
e didáticos, mapas, obras de arte e material dourado, entre outros recursos. 
O estágio das operações formais é o período em que os estudantes 
conseguem atribuir significado a termos abstratos, ou seja, conseguem resolver 
situações sem depender de material manipulável. Além disso, conseguem lidar com 
situações hipotéticas, criando outras possibilidades e estratégias para a resolução de 
problemas. Exemplos de materiais didáticos adequados para essa fase incluem jogos 
com regras estabelecidas, jogos de tabuleiro, softwares educacionais, dicionários, 
jornais, panfletos, mapas, entre outros recursos. 
Em suma, Zoppo (2020), reconhece que os estágios de desenvolvimento 
cognitivo nem sempre ocorrem na idade esperada. No entanto, utilizar esses estágios 
como referência para a seleção de materiais didáticos pode ser uma das opções 
disponíveis. A seleção dos recursos e materiais didáticos deve ser realizada com base 
em um planejamento cuidadoso dos processos de ensino, considerando as diversas 
situações que podem surgir ao abordar os conteúdos e os objetivos desejados. Além 
disso, é importante considerar a motivação esperada por parte dos alunos e saber 
utilizar o material adequadamente. 
1.3 Resumindo 
Nesta aula aprendemos, que diante das reflexões e ao considerar as 
discussões realizadas, constata-se que durante o planejamento de uma aula, o 
professor é responsável por tomar decisões que abrangem desde a seleção dos 
 
 
 
métodos de ensino até a definição da metodologia e a escolha dos recursos a serem 
utilizados em sala. Essas escolhas desempenham um papel crucial no momento da 
elaboração da aula, ao procurarem facilitar, mediar e estimular a aprendizagem dos 
estudantes. Todo esse processo de preparação e condução da aula está inserido no 
âmbito da didática do professor. 
Na diferenciação entre didática, metodologia e método, aprendemos que a 
didática abrange como o professor emprega metodologias e estratégias para guiar as 
diversas etapas do processo de ensino, desempenhando um papel crucial no 
progresso de uma aula. Ela permite estabelecer um diálogo crítico entre todos os 
elementos presentes no contexto pedagógico, como o professor, os alunos, a 
disciplina, o conteúdo, o contexto e as estratégias metodológicas. 
Já o método é o processo utilizado para alcançar um objetivo específico ou 
obter um conhecimento desejado. 
Quanto a metodologia, refere-se a pensar sobre o método. Em outras palavras, 
seu papel é orientar o professor a escolher as melhores estratégias em função dos 
métodos utilizados. 
Portanto, a fim de investigar os princípios que orientam a escolha, o uso e a 
criação de recursos e materiais didáticos para educação básica, é essencial realizar 
uma análise detalhada do desenvolvimento cognitivo. 
 
 
2 CONCEPÇÕES EPISTEMOLÓGICAS DO MATERIAL DIDÁTICO 
O uso de recursos, como modelos e materiais didáticos, para ilustrar aulas não 
é algo novo. Desde a Didática Magna de Comenius, publicada em 1657, já se 
enfatizava a significância da utilização de diversos recursos materiais para promover 
uma aprendizagem mais efetiva. Educadores renomados, como Pestalozzi e Froebel 
nos séculos XVII e XIX, também defendiam a utilização de uma abordagem ampla e 
interativa com discentes, acreditando que isso resultaria em uma "educação ativa". 
Nesse sentido, Justino (2013), apresenta que a pedagogia ativa ganhou força no 
Brasil doravante ao movimento da Escola Nova, estabelecido com o manifesto de 
1932, sendo pioneiro nesse movimento John Dewey. 
 
 
 
Essa abordagem pedagógica valorizava a autoinstrução do aluno, permitindo 
que ele se tornasse autor de suas próprias experiências mediante atividades e 
métodos ativos e criativos. Em outras palavras, essa pedagogia tinha como foco 
central o interesse do aluno. 
Espera-se que, nas atividades de aprendizado, haja uma integração entre os 
propósitos educacionais e os interesses pessoais do estudante. Educadores 
renomados, como Maria Montessori e Ovide Decroly, foram inspirados pelas ideias de 
Dewey e criaram diversos jogos e materiais com o propósito de aprimorar o ensino. 
Desde então, foram desenvolvidos numerosos recursos didáticos com essa finalidade. 
Dentro do contexto da Escola Nova, além de John Dewey, reconhecido como 
seu pioneiro, existemoutros educadores escolanovistas que desenvolveram métodos 
relevantes para o processo de ensino-aprendizagem. A seguir, a luz dos pensamentos 
de Justino (2013), estudaremos os principais escolanovistas e suas contribuições 
nesse campo. 
Kilpatrick (1871-1965), foi discípulo de Dewey, desempenhou um papel 
significativo na disseminação dos princípios da Escola Nova. Um dos métodos 
desenvolvidos por ele foi o método de projetos, que se baseia na realização de 
atividades intencionais em que os alunos participam ativamente em um ambiente 
natural, integrando e globalizando o processo de ensino. Por exemplo, a construção 
de uma casinha de coelhos pode envolver diversos ensinamentos, como geometria, 
desenho, cálculo e história natural. 
Os projetos são divididos em quatro etapas: estabelecer o objetivo final, 
preparar o plano, executá-lo e avaliá-lo. Eles podem se enquadrar em diferentes 
categorias, como projetos de produção, nos quais os alunos criam algo; projetos de 
consumo, nos quais eles exploram e analisam algo existente; projetos de resolução 
de problemas, nos quais buscam soluções para desafios específicos; e projetos de 
aperfeiçoamento de técnicas, nos quais procuram melhorar habilidades ou 
conhecimentos prévios. 
Decroly (1871-1931), desempenhou um papel importante como precursor dos 
métodos ativos, que se baseiam na ideia de permitir que os alunos conduzam seu 
próprio processo de aprendizagem e, assim, aprendam a aprender. Ele desenvolveu 
o método dos Centros de Interesse, que abordam temas como a família, o universo, 
 
 
 
o mundo animal e vegetal, entre outros. Esses centros de interesse são projetados 
para promover a observação, a associação e a expressão dos alunos. 
Diferentemente dos projetos, o método dos Centros de Interesse não pretende 
a construção de algo físico ou a conclusão de um projeto específico. Em vez disso, 
ele se concentra na exploração e no aprofundamento dos temas de interesse, 
incentivando os alunos a observar, fazer conexões e se expressar de diferentes 
maneiras. O foco está na participação ativa dos alunos e no desenvolvimento de 
habilidades cognitivas e sociais através da imersão em assuntos relevantes e 
significativos. 
Maria Montessori (1870-1952), foi uma das pioneiras na criação e 
implementação de métodos ativos na educação. O método Montessoriano possui um 
enfoque principal nas atividades motoras e sensoriais, especialmente na educação 
pré-escolar, e também é aplicado durante a segunda infância. 
Esse método valoriza o trabalho individual das crianças, embora também tenha 
um caráter social, pois incentiva a colaboração entre os alunos para criar um ambiente 
escolar positivo. O material utilizado no método Montessoriano é cuidadosamente 
projetado para estimular tanto o desenvolvimento sensorial quanto intelectual das 
crianças. O objetivo é proporcionar experiências enriquecedoras que promovam o 
aprendizado por meio da exploração, da experimentação e do envolvimento ativo dos 
alunos. 
Claparéde (1873-1940), utilizou o termo "educação funcional" para descrever a 
abordagem educacional que busca desenvolver os processos mentais, não apenas 
por si, mas em relação à sua utilidade para a ação presente ou futura, ou seja, para a 
vida na totalidade. A educação funcional busca atender às necessidades e interesses 
da criança, tornando-se um processo interno e não imposto externamente. 
Essa abordagem enfatiza a magnitude da atividade vital para o ser humano, 
sendo ao mesmo tempo, individualizada e social, promovendo a interação e 
socialização entre os alunos. O objetivo é proporcionar uma educação que seja 
significativa, relevante e que esteja em sintonia com as dificuldades e interesses da 
criança, permitindo assim o desenvolvimento pleno de suas capacidades mentais e 
sociais. 
Piaget (1896-1980), renomado teórico da epistemologia, dedicou-se a explicar 
a evolução da inteligência humana. Seu foco principal foi o estudo da natureza do 
 
 
 
desenvolvimento intelectual em crianças. Ele advogou pelo uso do método da 
observação, por intermédio da pedagogia experimental, para compreender como a 
criança organiza mentalmente a realidade; enfatizou a importância de estimular o 
pensamento da criança, colocando-a em situações que a desafiem intelectualmente, 
e também defendeu que os professores devem respeitar as diferentes etapas do 
desenvolvimento da criança, adaptando suas abordagens apoiando as habilidades e 
necessidades individuais de cada estudante. 
Ao reconhecer e trabalhar com as particularidades do processo de 
desenvolvimento cognitivo da criança, é possível promover uma educação mais eficaz 
e adequada ao seu estágio de crescimento. 
Cousinet (1881-1973), foi responsável pelo desenvolvimento do método de 
trabalho em equipe, o qual consiste em diversas etapas: 
a) Acumulação de informações por intermédio de pesquisas; 
b) Exposição e elaboração das informações; 
c) Correção dos erros; 
d) Cópia individual dos resultados; 
e) Realização de desenhos individuais; 
f) Seleção do desenho mais significativo para ser arquivado na sala; 
g) Leitura do trabalho em grupo; 
h) Elaboração de uma ficha resumo. 
Ele era defensor da liberdade no ensino e do trabalho coletivo, acreditando que 
o trabalho em grupo possui valor pedagógico ao desenvolver virtudes sociais, tais 
como cooperação, auxílio mútuo, espírito de sacrifício, camaradagem e lealdade. 
Além disso, ele acreditava que essa abordagem fortalece o senso de grupo e 
colaboração entre os alunos. 
2.1 O emprego dos materiais didáticos na educação básica 
É fundamental que o professor saiba como utilizar de forma efetiva um material 
didático em sala de aula, para que esse recurso exerça seu papel como mediador da 
aprendizagem. Nesta perspectiva, Zoppo (2020), esclarece sobre a importância em 
compreender que o material didático nunca deve ultrapassar a categoria de meio, ou 
seja, auxiliar de ensino, sendo uma alternativa metodológica tanto para o professor 
 
 
 
quanto para o aluno. É essencial compreender que o material didático por si só não 
garante um bom ensino nem uma aprendizagem significativa, e ele não substitui a 
presença do professor. 
Todo material utilizado na sala de aula deve ser cuidadosamente selecionado 
e avaliado, pois, independentemente de quão estimulante possa parecer, o aspecto 
mais importante é a experiência significativa que o material proporcionará aos 
estudantes na compreensão dos conteúdos. O professor desempenha um papel 
fundamental ao guiar e contextualizar o uso do material didático, garantindo que ele 
seja integrado de maneira adequada ao processo de ensino-aprendizagem, 
enriquecendo a experiência educacional dos alunos. Corroborando, Justino (2013, p. 
108 e 109): 
No contexto educacional, o material didático é a ligação entre a teoria 
(palavra) e a prática (realidade). Quando a aprendizagem não pode ocorrer a 
partir das experiências de vida, isto é, a partir do meio onde o aluno está 
inserido, o uso do material didático pode possibilitar esse aprendizado, 
representando, da melhor forma possível, saudações que favoreçam a 
compreensão do aluno. O material didático pode tornar concreto o que é 
estudado por meio de palavras, compapel importante no trabalho docente de 
todas as disciplinas. É preciso lembrar que o material didático por si só não 
contempla o que é necessário para uma boa aula. É preciso que o professor, 
além do conhecimento que adquiriu e adquire constantemente, saiba utilizá-
lo de forma criativa para tornar suas aulas dinâmicas e interessantes. 
Nesse sentido, a referida autora reafirma que a incorporação dos materiais 
didáticos nas escolas ocorreu gradualmente, influenciada por diversos educadores 
como Rousseau (1712-1758), Pestalozzi (1746-1827), Herbart (1776-1841), Froebel 
(1782-1852), Decroly (1871-1932) e Montessori (1879-1952). Esses educadores 
desempenharam um papel importante ao estabeleceras bases teórico-metodológicas 
para a utilização desses recursos no processo educacional. Eles compreenderam a 
importância fundamental de aprender a aprender e, portanto, sentiram a necessidade 
de criar modelos de ensino que atendessem às demandas educacionais reais, 
levando em consideração o avanço científico e tecnológico. 
Durante muito tempo, educadores e demais envolvidos com a educação 
dedicaram-se a criar, desenvolver e aprimorar materiais didáticos pedagógicos, 
visando facilitar a aprendizagem e promover a melhoria da qualidade do processo 
educativo. O interesse em explorar e utilizar esses recursos visava oferecer suporte e 
enriquecer a experiência educacional, buscando estratégias mais eficientes para 
engajar os alunos e tornar o ensino mais eficaz. 
 
 
 
Ao produzir recursos e materiais didáticos para educação básica, Zoppo (2020), 
esclarece que o trabalho realizado pelo professor em sala de aula é estruturado de 
maneira organizada, intencional e sistemática, para promover a formação integral do 
aluno. Nesse sentido, é responsabilidade do professor planejar cuidadosamente as 
atividades de ensino, levando em consideração as necessidades individuais de cada 
estudante, além de selecionar os recursos adequados e definir as formas de 
avaliação. 
Ao selecionar os materiais, é preciso considerar os elementos que fazem 
parte do processo educacional: os sujeitos envolvidos (professor e aluno), 
os objetivos visados (as metas de ensino e aprendizagem a serem 
atingidas) e a situação de aplicação (tempo, espaço, equipamentos, tipos 
de materiais) (JUSTINO, 2013, p. 112, grifos do autor). 
Antes de entrar em sala de aula, o professor deve ter previamente selecionado 
ou produzido um material didático que seja capaz de auxiliar no processo de mediação 
entre o estudante e os objetos de conhecimento. Esse material tem o propósito de 
facilitar a compreensão, a aprendizagem e a interação do aluno com os conteúdos 
abordados, sendo uma ferramenta essencial para promover um ensino eficaz. O 
professor desempenha um papel crucial ao escolher e utilizar esses recursos, 
garantindo que sejam adequados ao contexto educacional e capazes de promover 
uma experiência de aprendizagem significativa para os estudantes. 
Cabe ressaltar que o recurso pedagógico em si não abrange o conjunto de 
elementos indispensáveis a uma aula de qualidade. É imprescindível que o docente, 
além de possuir e aprimorar constantemente seu conhecimento, seja capaz de 
empregá-lo de maneira inventiva, a fim de conferir dinamismo e atratividade às suas 
aulas. 
A finalidade do material didático em sala de aula é propiciar o aprendizado ao 
aluno, oferecendo a ele um ensino de qualidade, em que associe o 
conhecimento já adquirido aos novos. Para tanto, o professor deve atender 
aos critérios de qualidade na escolha dos materiais a serem utilizados, tendo 
em mente a importância deles à bem como sua influência na aprendizagem 
(JUSTINO, 2013, p. 112). 
Deste modo, consoante a Nérici (1971) citado por Zoppo (2020) as atribuições 
do material didático são as seguintes: 
 
 
 
1. Aproximar o discente da realidade do conteúdo a ser ensinado, 
proporcionando-lhe uma compreensão mais precisa dos eventos ou 
fenômenos investigados; 
2. Estimular o interesse pela aula; 
3. Favorecer a percepção e a compreensão dos eventos e conceitos; 
4. Concretizar e exemplificar o que está sendo verbalmente apresentado; 
5. Minimizar os esforços necessários para conduzir os alunos à compreensão 
dos eventos e conceitos; 
6. Contribuir para a consolidação da aprendizagem por meio de uma 
impressão mais vívida e sugestiva que o material pode suscitar; 
7. Proporcionar oportunidades para a expressão de habilidades e o 
desenvolvimento de competências específicas por parte dos alunos, seja 
através da manipulação de dispositivos ou da sua própria construção. 
Outrossim, conforme Justino (2013), os recursos pedagógicos apresentam 
diversas características que podem ser combinadas para apoiar a elaboração de um 
planejamento de atividades que estimulem a motivação, despertando o interesse e a 
participação dos estudantes. 
Quando viável, é recomendável que o professor ofereça oportunidades aos 
alunos para que eles próprios confeccionem os materiais a serem utilizados. Dessa 
maneira, será possível despertar o interesse e a curiosidade em relação ao tema a 
ser abordado em sala de aula, além de proporcionar satisfação através da realização 
da atividade. 
Podemos conceber qualquer recurso utilizado no processo educativo como 
material didático, uma vez que seu propósito é facilitar a aprendizagem. Existem 
diversos tipos de materiais empregados para facilitar a compreensão dos alunos, 
variando desde os mais especializados até os menos especializados. Por exemplo, 
jornais e revistas podem ser excelentes recursos tanto para os estudantes quanto para 
os professores, quando utilizados para pesquisa de notícias e assuntos relacionados 
à sociedade, entre outros temas que ofereçam informações relevantes sobre a 
atualidade. 
No entanto, quando seu uso não é direcionado para ser um recurso didático, 
esses materiais tornam-se menos especializados em comparação, por exemplo, com 
 
 
 
vídeos preparados pelas Secretarias de Educação, que servem como auxílio no 
trabalho com temas transversais. 
Dessa maneira, os recursos pedagógicos são ferramentas utilizadas pelos 
profissionais envolvidos no processo educativo - educadores e investigadores - com 
o propósito de realizar a prática pedagógica, com o intuito de promover a construção 
do saber por meio da interpretação e utilização das tecnologias educacionais 
presentes nesse contexto (JUSTINO, 2013). 
2.2 Resumindo 
Nesta aula aprendemos, que a utilização de meios, tais como exemplares e 
recursos pedagógicos, para ilustrar as aulas não constitui uma prática recente, vindo 
desde a obra Didática Magna de Comenius, veiculada em 1657. Embora não exista 
uma fórmula pronta para o emprego de cada recurso, é crucial ressaltar que a atenção 
cuidadosa por parte do professor está diretamente relacionada à efetividade do 
material. 
Todo recurso utilizado no ambiente de sala de aula deve ser criteriosamente 
escolhido e avaliado pelo educador, haja vista que, independentemente do quão 
estimulante possa parecer, o recurso pedagógico em questão jamais deve 
transcender a classificação de instrumento complementar de ensino, configurando-se 
como uma opção metodológica tanto para o docente quanto para o discente. É 
imperativo compreender que o recurso pedagógico, por si só, não assegura uma 
instrução de qualidade nem uma aprendizagem de relevância, e ele não substitui a 
presença ativa do professor. 
Além dos recursos pedagógicos prontos para serem utilizados em sala, é viável 
também a criação de outros materiais por meio de parcerias entre estudantes e 
professores, seja utilizando materiais recicláveis ou até mesmo na forma digital, como 
jogos, vídeos, slides, entre outros. 
 
3 MATERIAL DIDÁTICO, DEFINIÇÃO E ATRIBUIÇÃO 
As ferramentas de ensino devem obedecer ao princípio de atender às 
exigências do aprendizado, com efetividade e desempenho, e não com o propósito de 
 
 
 
diminuir o esforço do educador. Do ponto de vista de Justino (2013), a efetividade do 
processo de ensino-aprendizagem está associada à qualidade e quantidade dos 
conhecimentos construídos e compartilhados, por meio da interação com indivíduos e 
o ambiente, de forma autônoma e com o auxílio do professor. A maneira e as 
estratégias pelas quais o educador utiliza os recursos pedagógicos o auxiliarão a 
alcançar os objetivos estabelecidos por ele, relacionados ao tópico em questão. 
Portanto, é necessário adquirir conhecimento sobre os diferentes tipos de recursos 
pedagógicos disponíveis para auxiliar no desenvolvimento do processo educativo. 
No passado, o material didático tinha como função principal ilustraras aulas e 
era apresentado aos alunos para reforçar o conteúdo explicado pelo professor. 
Atualmente, a finalidade dos materiais vai além de ilustrar, eles auxiliam os alunos no 
trabalho a ser desenvolvido, incentivando-os a investigar, descobrir e construir 
conhecimento. Dessa maneira, tornam o processo de ensino-aprendizagem mais 
dinâmico, proporcionando oportunidades para enriquecer as experiências dos alunos 
e aproximá-los da realidade. 
Com o contínuo avanço das tecnologias, muitos materiais foram aprimorados e 
modernizados. Portanto, é crucial que as escolas incorporem essas tecnologias, pois 
elas desempenham um papel importante na melhoria da qualidade do ensino, em 
conjunto com as inovações na prática pedagógica. No entanto, é importante destacar 
que não basta apenas utilizar a tecnologia, é necessário também inovar em termos de 
prática pedagógica. 
Do mesmo modo, segundo Bandeira (2017), a informatização das sociedades 
é resultado dos esforços científicos, tecnológicos e políticos, fruto de um rápido 
avanço decorrente da colaboração entre governos e organizações: desde a origem e 
desenvolvimento da internet, no período entre os anos de 1960 e 1980, até a 
consolidação dos usos da rede e a proliferação de dispositivos de comunicação, como 
os telefones celulares, na década de 1990, e o surgimento das redes sociais e 
diversas outras ferramentas digitais, como blogs e repositórios digitais, que se 
popularizaram por volta dos anos 2000. 
Dessa forma, dentre as várias transformações ocorridas nesse intervalo, que 
culminaram na caracterização da chamada sociedade da informação, destaca-se a 
implementação de um conjunto de tecnologias que contribuíram para a expansão do 
trabalho colaborativo on-line. 
 
 
 
Nesse contexto, muitas pessoas já possuíam os recursos materiais e cognitivos 
para acessar a internet, e uma ampla gama de serviços foi viabilizada pelo uso das 
redes eletrônicas, tais como transações bancárias e comunicação por e-mail ou chat 
entre entidades públicas e cidadãos. 
As tecnologias de informação e comunicação (TIC) desempenham um papel 
crucial na redução das barreiras de tempo e espaço na sociedade, facilitando a 
circulação de textos, imagens, áudios e vídeos por meio das redes de informação. 
Nesse sentido, a educação desempenha um papel fundamental, pois é necessário 
aprender a produzir, distribuir e compartilhar informações para expandir 
significativamente o conhecimento. 
Nesta perspectiva, Karling (1991) introduz uma nova taxonomia em que as 
tecnologias ganham destaque em relação ao paradigma anterior. Conforme 
mencionado por esse autor, os recursos instrucionais podem ser categorizados em: 
1. Recursos perceptivos: Esses recursos pretendem apoiar o processo de 
educação e aprendizagem, uma vez que a visualização do material 
desperta a atenção do estudante para o conteúdo em questão. São 
elementos que exibem ícones, os quais, por meio da percepção visual, 
fornecem a exposição da mensagem pretendida. Entre os recursos 
perceptivos estão o álbum seriado, cartazes, diafilmes, diagramas, 
espécimes e exposições. 
2. Recursos acústicos: Esses recursos visam promover a aprendizagem por 
meio da audição. Incluem elementos sonoros, como gravações de áudio, 
podcasts, palestras gravadas, entrevistas em formato de áudio e narrativas 
auditivas. 
3. Recursos audiovisuais: Esses recursos combinam elementos visuais e 
acústicos para enriquecer a experiência de aprendizagem. Abrangem 
materiais como vídeos educacionais, animações, documentários, 
apresentações multimídia e aulas em vídeo. 
4. Recursos multimodais: Essa categoria engloba materiais que utilizam 
múltiplos recursos, como texto, imagens, áudio e vídeo, de forma integrada. 
Proporcionam uma abordagem ampla e diversificada para a aprendizagem, 
podendo incluir recursos como livros interativos, aplicativos educacionais, 
jogos educativos e ambientes virtuais de aprendizagem. 
 
 
 
O quadro a seguir apresenta um resumo dos recursos mais utilizados na 
educação básica, consoante a Justino (2013): 
Quadro 1 – Recursos pedagógicos mais utilizados 
 
 
 
Recursos visuais 
Quadro de giz, flanelógrafo, imantógrafo, 
cartazes, mapas, flip-chart (bloco de 
papel), álbum seriado, dispositivos, 
diafilmes, retroprojetor (transparências), 
fotografias, mural didático, objetos, 
holografia. 
Recursos auditivos Rádio, discos, fita magnética, CD, DVD. 
Recursos audiovisuais 
tradicionais 
 
Dispositivos com som, diafilmes com som, 
cinema sonoro, televisão, videocassete, 
aparelho DVD. 
Recursos audiovisuais 
integrados ao 
computador 
CD-ROM, bases de dados, pacotes 
estatísticos, softwares, projetor de 
multimídia. 
Recursos audiovisuais 
baseados na internet 
Bases de dados, e-mail, áudio e 
videoconferências. 
Fonte: Justino (2013, p. 116) 
Essa classificação, proposta por Karling (1991), ressalta a importância das 
tecnologias como ferramentas de apoio ao processo educativo, oferecendo uma 
variedade de recursos para aprimorar a experiência de ensino e aprendizagem. 
Segundo Bandeira (2017), é importante ressaltar que muitas das decisões 
tomadas pelas editoras nesse ramo específico também são influenciadas pelas 
exigências do mercado e do público-alvo. Por exemplo, produzir materiais didáticos 
consoante os critérios de avaliação dos programas governamentais de distribuição 
para o ensino médio. 
Consequentemente, uma definição de material didático é amplamente 
difundida e influenciada pelos documentos das políticas públicas para a leitura no 
Brasil, ações estabelecidas a partir da década de 1990, especialmente pelo Ministério 
da Educação (MEC), visando implementar programas para o livro escolar. 
 
 
 
Entre os programas implementados pelo MEC na educação básica, destacam-
se as políticas educacionais nas áreas de alfabetização, leitura e capacitação dos 
profissionais da educação. Essas ações abrangem a aprendizagem dos alunos, visam 
valorizar os educadores e têm como meta melhorar a infraestrutura física e 
pedagógica das escolas, sendo a maioria delas executadas como apoio aos órgãos 
estaduais e municipais. 
Um aspecto importante das políticas educacionais do MEC são os programas 
direcionados à alfabetização. Em 2007, por exemplo, pesquisadores envolvidos na 
produção de uma série sobre alfabetização para o Ministério levantaram diversas 
questões com base nas perguntas feitas por professores da educação básica sobre o 
uso do livro didático em suas práticas de ensino. 
As várias edições do PNLD desempenharam um papel fundamental na 
ampliação do uso do livro didático nas escolas, além de contribuírem para a 
atualização das concepções relacionadas ao ensino da língua portuguesa e da 
alfabetização. 
3.1 O livro didático como ferramenta pedagógica 
O livro didático é um dos meios empregados com maior regularidade nas 
instituições educacionais do Brasil. Outrossim, Zoppo (2020), afirma que isso ocorre 
em virtude de diversos elementos, tais como a sua acessibilidade facilitada, capaz de 
contribuir para a estruturação do material didático e para o arranjo da sessão de 
ensino, frequentemente poupando o tempo do educador na criação de tarefas. 
Ademais, é importante ressaltar que o livro didático constitui uma fonte de pesquisa 
variada acerca dos temas a serem abordados. 
E ainda, a referida autora discorre que no território brasileiro, o livro didático 
emergiu aproximadamente no século XIX, período em que o acesso à educação 
deixou de ser exclusividade da elite. Nessa conjuntura, esse instrumento educativo 
congregava todos os conhecimentos que deveriam ser transmitidos aos discentes. À 
medida que o ensino foi desmembrado em matérias distintas ao longo desse mesmo 
século, o livro começou a ser concebido por docentes especializados, assumindo, 
nesse momento, o papel primordial de estruturar e orientar as aulas. 
 
 
 
A partir do ano de1938, mediante a promulgação do Decreto-lei 1.006, o 
manual pedagógico adquiriu a condição de recurso educativo, adotando uma 
perspectiva político-ideológica. Os docentes selecionavam os livros de uma lista 
previamente estabelecida pelo Estado, conforme as regulamentações dispostas no 
artigo 208, inciso VII, da Constituição Federal do Brasil de 1937. Nesse dispositivo, 
estabeleceu-se a responsabilidade estatal com a educação por meio de programas 
complementares e de material didático escolar. 
No que diz respeito ao papel desempenhado pelo manual pedagógico, 
conforme argumentado por Zoppo (2020), frente às contínuas mudanças tecnológicas 
que a sociedade tem enfrentado, o livro didático mantém sua relevância no ambiente 
escolar, pois os conhecimentos contidos nele estão de certa maneira organizados e 
isso pode auxiliar o docente na estruturação das atividades de ensino-aprendizagem. 
Contudo, o educador não deve restringir sua prática pedagógica à utilização exclusiva 
do livro didático: é imperativo diversificar os recursos didáticos empregados para 
enriquecer as aulas. 
Na atualidade, é possível observar nos livros didáticos como uma ampliação 
dos materiais anexados ao próprio livro, como adendos para produção de diversos 
materiais e indicações de fontes em plataformas digitais, como objetos de 
aprendizagem, sítios, produções cinematográficas, vídeos, entre outras sugestões. O 
educador não deve limitar sua prática pedagógica ao uso do livro didático: é essencial 
diversificar os materiais didáticos empregados para enriquecer as aulas. 
3.2 Parâmetros de avaliação: elementos das diretrizes governamentais para a 
alocação do livro didático 
A preocupação constante de todo educador é: como escolher o material 
didático apropriado para cada contexto de ensino-aprendizagem no trabalho 
pedagógico? Quais são as opções disponíveis de materiais didáticos e como utilizá-
los na sala de aula? 
Bandeira (2017), retrata que o processo de seleção e avaliação do material 
didático é uma tarefa demorada e complexa, envolvendo professores, gestores e, por 
vezes, até mesmo alunos e a comunidade escolar. 
No Brasil, o Ministério da Educação (MEC) é o órgão responsável por 
estabelecer critérios de avaliação para os livros didáticos. A maioria dos guias de 
 
 
 
avaliação concentra-se em duas etapas: a primeira aborda aspectos relacionados à 
sua materialidade (suporte, design e layout), enquanto a segunda está relacionada à 
garantia dos indicadores de qualidade estabelecidos para o conteúdo. 
Durante um longo período, entre as décadas de 1960 e 1970, o livro didático 
era concebido como um modelo vinculado aos manuais escolares, cujo objetivo 
principal era apresentar o desenvolvimento do conteúdo curricular, em detrimento de 
uma abordagem mais sintética que pudesse apoiar o processo de ensino e 
aprendizagem. 
Em relação a essa perspectiva, Zoppo (2020, p. 56) afirma que: 
O Programa Nacional do livro didático (PNLD) é um programa cujo objetivo é 
destinar obras didáticas e literárias de forma gratuita às escolas públicas e 
instituições filantrópicas que tenham o apoio do governo, visando contribuir 
com a prática pedagógica do professor. Com mais de 80 anos, esse programa 
vem sendo aperfeiçoado ao longo do tempo. A primeira iniciativa do projeto 
ocorreu em 1937 com a criação da Instituto Nacional do Livro, mas foi em 
1985 que o governo federal criou o Programa Nacional do Livro Didático 
(PNLD) por meio do decreto 91.542, de 19 de agosto de 1985, para distribuir 
livros escolares a todos os alunos matriculados nas escolas públicas de 
ensino fundamental do país. 
Atualmente, o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) é executado pelo 
governo em etapas sucessivas, abrangendo os quatro níveis da educação básica: 
educação infantil, anos iniciais do ensino fundamental, anos finais do ensino 
fundamental e ensino médio. O Ministério da Educação (MEC) é responsável pela 
seleção inicial, elaboração do guia PNLD, aquisição e distribuição dos materiais. 
As obras são distribuídas para todas as escolas públicas cadastradas no censo 
escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP). A entrega é realizada 
pelos Correios mediante um contrato estabelecido com o Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação (FNDE), onde a empresa contratada recolhe 
diretamente o material das editoras e efetua a entrega nas escolas. 
Os livros submetidos ao PNLD passam por uma avaliação técnica e pedagógica 
coordenada pelo MEC. Após essa avaliação, os livros são aprovados e incluídos na 
lista disponibilizada no guia do PNLD, para que a escolha dos livros seja feita por 
todos os segmentos da escola. É possível considerar que esse programa 
governamental desempenha um papel importante no processo de ensino em todas as 
escolas brasileiras (ZOPPO, 2020). 
 
 
 
Deste modo, para Luz (2016), o livro didático como material pedagógico 
desempenha um papel valioso no acesso à cultura e no desenvolvimento da 
educação. Em muitos lares brasileiros, ele assume a posição de primeiro livro, 
estabelecendo as bases para o hábito da leitura e o processo de aprendizagem. Ao 
longo de dois séculos, desde os primeiros manuais didáticos produzidos no Brasil, os 
livros passaram por inúmeras transformações, para acompanhar as novas dinâmicas 
presentes nas salas de aula e contribuir para uma aprendizagem significativa. 
Esses avanços refletem o compromisso da indústria editorial em incorporar 
novas tecnologias, avanços metodológicos, recursos visuais, diretrizes 
governamentais e atender à demanda dos educadores por materiais de qualidade que 
promovam valores de cidadania. 
3.3 Resumindo 
Nesta aula, tivemos a oportunidade de refletir sobre a importância das 
ferramentas de ensino em atender às necessidades de aprendizagem com eficácia e 
desempenho, em vez de apenas buscar facilitar o trabalho do educador. Ao contrário 
do passado, quando sua função principal era ilustrar as aulas e reforçar o conteúdo 
apresentado aos alunos, os materiais educacionais têm passado por constantes 
melhorias e modernizações com o avanço das tecnologias. No entanto, é importante 
ressaltar que não basta simplesmente utilizar a tecnologia, é necessário também 
inovar em termos de práticas pedagógicas. 
Durante a aula, foram apresentados os critérios utilizados para avaliar a 
qualidade do livro didático, considerado, pela maioria dos especialistas, como o 
recurso educacional mais aceito, democrático e abrangente. 
Além de fornecer uma breve contextualização sobre a utilização do livro 
didático no Brasil, foram mencionados alguns critérios a serem considerados na 
seleção do material. Também foi abordado o conceito do Programa Nacional do Livro 
Didático (PNLD) e seu objetivo dentro do contexto do governo federal. 
Em conclusão, é importante ressaltar que o livro didático é apenas um dos 
recursos disponíveis para os professores, devendo ser utilizado em conjunto com 
outras ferramentas trazidas para a sala de aula. Exatamente por isso, tem sido 
considerado um fio condutor na educação. 
 
 
 
 
 
4 DESENVOLVIMENTO DE MATERIAIS DIDÁTICOS ALINHADOS AO 
PLANEJAMENTO 
O planejamento de ensino é um documento que contém os objetivos gerais e 
específicos, os conteúdos a serem abordados, a metodologia de desenvolvimento e 
os recursos utilizados. Podendo estabelecer metas a serem alcançadas em curto, 
médio ou longo prazo. Nesta perspectiva, Zoppo (2020), afirma, que uma preparação 
adequada para as aulas é essencial, pois improvisos e atividades descontextualizadas 
não são recomendados. Portanto, para a elaboração dos planos de aula é 
imprescindível, por permitir aos professores organizarem objetivos significativos, 
metodologia e avaliação coerentes. 
É de extrema importância ter uma clareza abrangente do que será realizado 
durante a aula. Um plano de aula detalhado deve ser elaborado, incluindo o tema a 
serabordado, os objetivos a serem alcançados, o material a ser utilizado ou 
disponibilizado aos alunos, além das atividades a serem realizadas. Distribuir 
adequadamente o tempo para cada etapa do processo de ensino e aprendizagem 
promove um desenvolvimento mais efetivo das atividades em geral. 
Nesse sentido, é evidente que a aula começa antes mesmo do professor entrar 
na sala, pois sua preparação é resultado do diagnóstico da realidade na qual irá atuar. 
Portanto, o ato de planejar uma aula é uma das responsabilidades mais importantes 
do professor, sua preparação é uma das atividades essenciais no trabalho 
educacional. 
Nada substitui a relevância da preparação adequada da aula em si. Essa tarefa 
está intrinsecamente ligada à competência teórica do professor e aos compromissos 
com a democratização do ensino. Ao planejá-la, o professor estabelece objetivos 
claros, define os conhecimentos que serão abordados e cria desafios que incentivam 
os alunos a aprender. 
Dessa forma, fica evidente que o planejamento requer reflexão, pesquisa e 
cuidado, uma vez, que deve prever uma ampla variedade de recursos e estratégias 
para atender às diferentes demandas que surgirão ao longo do processo de ensino-
aprendizagem. O plano de aula não pode ser considerado uma atividade aleatória, 
 
 
 
por estabelecer métodos, recursos e objetivos a serem alcançados em um dia de aula. 
Evidente a esta colocação, Justino (2013, p. 82) esclarece: 
O sujeito pode ser considerado em atividade quando o objetivo da ação é o 
motivo de sua atividade. Diferenciando as atividades teóricas das práticas, é 
o objeto, o motivo, que sempre responde à necessidade criada pelo sujeito, 
direcionando-o para a realização da atividade. 
Para promover uma prática docente eficaz, um plano de aula deve ser 
elaborado seguindo uma estrutura organizada, na qual todas as ações sejam 
intencionalmente pedagógicas. 
É a partir dos objetivos que os conteúdos de um componente curricular são 
estabelecidos. Se almejo que meus alunos sejam participativos e críticos, não posso 
considerar os objetivos apenas como um fim em si; o componente curricular deve ser 
utilizado como um meio para alcançar projetos mais amplos. Os objetivos 
educacionais são essenciais para o trabalho docente, exigindo que o professor os 
expresse ativamente, tanto no planejamento escolar quanto no desenvolvimento das 
aulas. 
Os conteúdos e os objetivos devem estar interligados, pois os conteúdos são 
os recursos utilizados para atingir um objetivo maior. Com objetivos e conteúdo 
definidos, o professor seleciona os procedimentos didáticos a serem utilizados para 
alcançar esses objetivos, ou seja, define a metodologia de ensino. Esses 
procedimentos compreendem atividades, métodos, técnicas e modalidades de ensino 
escolhidos com o propósito de facilitar a aprendizagem. São diversas formas de 
organizar as condições externas mais adequadas para promover a aprendizagem. 
A avaliação é a estratégia que o professor utiliza em sala de aula para avaliar 
a assimilação pelos alunos de um determinado conteúdo. A avaliação deve estar 
relacionada aos objetivos da aula. Por meio dela, o professor pode refletir sobre suas 
práticas, o desempenho dos estudantes e, assim, rever algo que não tenha ficado 
claro para eles (ZOPPO, 2020). 
Nesta perspectiva, Justino (2013), define que durante a prática pedagógica, o 
professor tem a oportunidade de observar e avaliar a eficácia de seus métodos e 
abordagens de ensino, buscando soluções práticas por meio da pesquisa para os 
problemas identificados. 
Além de elaborar e planejar as atividades, e ter um domínio do conteúdo a ser 
trabalhado, o professor também precisa selecionar e determinar quais materiais ou 
 
 
 
recursos didáticos serão utilizados. Nesse processo, é importante considerar critérios 
que permitam utilizar e avaliar como esses materiais didáticos podem contribuir para 
a ocorrência de uma aprendizagem significativa. 
4.1 A relação entre o processo de ensino-aprendizagem e os materiais didáticos 
Os materiais didáticos desempenham um papel importante como ferramentas 
e recursos de apoio para a prática docente. Justino (2013), retrata que, para sua 
elaboração e utilização, é crucial considerar a busca por uma aprendizagem 
significativa, pois isso promove a conexão com as questões do cotidiano do aprendiz. 
É interessante que o aluno participe ativamente da construção dos materiais 
utilizados, a fim de facilitar esse processo de aprendizagem. Existem diversas opções 
de materiais a serem utilizados em sala de aula, desde aqueles feitos com materiais 
reciclados até o quadro negro, televisão e os recursos mais modernos que envolvem 
novas tecnologias. 
A seguir, serão apresentados alguns materiais didáticos necessários e 
essenciais para o processo de ensino-aprendizagem. 
• Sucatas 
Sucatas são materiais considerados inúteis que podem ser reciclados, 
reaproveitados e transformados em objetos com diversas finalidades, como 
artesanato, decoração, recreação, educação, entre outros. 
Na escola, o uso de sucatas como material didático oferece benefícios 
significativos. Quando os alunos participam da criação desses materiais, sentem-se 
motivados e estimulados criativamente, despertando o interesse nas atividades 
propostas. 
Ao utilizar sucatas na confecção de materiais, o professor proporciona aos 
alunos o desenvolvimento de estruturas cognitivas essenciais para a autonomia e a 
construção do conhecimento. Quando as sucatas são utilizadas para criar novos 
sentidos e significados, elas possibilitam aplicar ações pedagógicas que estimulam a 
criatividade na confecção de materiais diferenciados, motivando e facilitando a 
aprendizagem. 
 
 
 
Quando transformadas em materiais pedagógicos, se tornam recursos 
motivadores e enriquecedores do processo educativo. O objetivo da construção 
desses materiais é proporcionar aos alunos a oportunidade de estimular e desenvolver 
sua percepção visual e tátil, coordenação motora e habilidades de linguagem oral. 
Existem diversos exemplos de sucatas que podem ser utilizados na criação de 
materiais educativos, como garrafas PET, tampas plásticas, caixas de leite, papelão, 
revistas, jornais e outros materiais recicláveis. Essas sucatas são excelentes para a 
confecção de materiais didáticos, atendendo a dois aspectos importantes. Em primeiro 
lugar, possuem baixo custo, tornando viável o seu uso nas escolas. Em segundo lugar, 
contribuem para o desenvolvimento da consciência ecológica dos alunos, atendendo 
a uma necessidade da sociedade atual (JUSTINO, 2013). 
• Massinha ou massa de modelar 
No ambiente escolar, as crianças têm grande afinidade com a massinha de 
modelar. Quando participam da preparação dessa massinha, a atividade se torna 
animada e divertida, permitindo que aprendam como ela é feita. A massinha de 
modelar é um material de fácil manuseio e possibilita a criação de uma variedade de 
objetos, como bonecos, animais, frutas, legumes, entre outros. É importante ressaltar 
que a massinha utilizada deve ser adequada para crianças, considerando sua 
segurança e faixa etária (JUSTINO, 2013). 
• Quadro de giz ou quadro branco 
No passado, especificamente até o século XIX, o quadro de giz era amplamente 
utilizado pelos professores, uma vez que os alunos tinham acesso limitado aos livros. 
Nesse contexto, o professor escrevia no quadro um resumo do conteúdo para os 
alunos poderem estudar. Atualmente, embora muitos professores ainda utilizem o 
quadro para essa finalidade, outros o utilizam apenas para demonstrar exercícios e 
fazer explicações. 
O quadro de giz é empregado pelos professores principalmente quando o 
assunto abordado é de difícil apresentação e representação por meio de outros 
materiais. Sempre que possível, é recomendável que os alunos também utilizem o 
quadro como ferramenta de aprendizado. É importante que o quadro seja divididoadequadamente em duas ou três partes, dependendo de seu tamanho. No entanto, 
 
 
 
deve-se evitar a transcrição de longos textos. Ao escrever, o professor deve evitar 
ficar de costas para a classe, a fim de não ocultar o que está sendo escrito. 
Atualmente, algumas escolas adotam o uso do quadro branco magnético, feito 
com um laminado de fórmica branca brilhante. Ele possui um suporte para canetas 
especiais desse tipo de quadro e um apagador. Além das anotações feitas com a 
caneta, é possível fixar ímãs nele. O quadro branco magnético pode ser instalado na 
sala de aula tanto na posição vertical quanto na horizontal. 
O quadro de giz é um instrumento utilizado pelos professores para auxiliar na 
exposição de conteúdo e ilustrar a aula, oferecendo algumas vantagens, tais como: 
a) Boa visibilidade do que é escrito no quadro; 
b) Disponibilidade fácil do material, já que todos os estabelecimentos de ensino 
possuem quadros de giz; 
c) Possibilidade de complementar outros recursos didáticos; 
d) Uso constante tanto por parte dos professores quanto dos alunos (JUSTINO, 
2013). 
• Quadro expositor 
É um recurso versátil que serve para expor diferentes elementos. Pode ser 
confeccionado em materiais como papelão, cartolina ou madeira. Na escola, ele pode 
ser utilizado de diversas maneiras, como, por exemplo: 
• Disponibilizar os livros de leitura para os alunos terem fácil acesso a eles. 
• Utilizar como um quadro de chamada, onde os alunos colocam crachás com 
seus nomes. 
• Expor os trabalhos realizados em sala de aula. 
Como podemos perceber, há diversas possibilidades de uso para esse recurso, 
sendo necessário apenas ter criatividade. É um material que pode ser aproveitado em 
todas as disciplinas (JUSTINO, 2013). 
• Cartazes 
São recursos visuais, com o propósito de transmitir mensagens amplamente, 
buscando alcançar o maior número possível de pessoas. Eles são considerados 
meios de comunicação em massa e podem abordar temas religiosos, políticos, 
comerciais, campanhas educativas, utilidade pública, campanhas de vacinação, 
 
 
 
recomendações, sugestões, entre outros. A composição dos cartazes pode incluir 
ações ou sequências de ações, utilizando fotografias, desenhos, recortes de jornais e 
revistas, entre outros elementos. 
Na escola, especialmente na sala de aula, os cartazes são utilizados visando 
motivar e fornecer informações aos estudantes. É importante que os cartazes 
abordem apenas um tema e que o texto seja conciso e objetivo. Um cuidado relevante 
na elaboração dos cartazes, além do tamanho do texto, é o tamanho da fonte utilizada. 
Quando o texto é longo e apresenta letras desproporcionais, o cartaz pode se tornar 
visualmente cansativo, desencorajando as pessoas a lerem o seu conteúdo 
(JUSTINO, 2013). 
• Mural 
O mural didático é um recurso muito interessante utilizado para expor textos e 
ilustrações na sala de aula. Sua finalidade é despertar o interesse dos alunos, 
introduzir novos conteúdos, complementar as aulas e também servir como uma forma 
de avaliação dos temas estudados. 
Diferente do cartaz, o mural didático requer explicações e comparações, sendo 
mantido na sala de aula para auxiliar na compreensão e aprendizagem dos alunos 
sobre o conteúdo abordado. Esse material pode ser fixo ou móvel, sendo retangular e 
tendo sua base feita de isopor, cortiça, madeira, papelão, forrada com feltro, flanela, 
plástico, entre outros materiais. Geralmente, possui 1 metro de largura e o 
comprimento varia consoante o tamanho da sala, podendo ocupar uma parede inteira 
ou não. 
Ao utilizar o mural didático, o professor deve considerar alguns detalhes que 
influenciam sua utilização na sala de aula: 
• A mensagem transmitida precisa ser clara e simples; 
• O título deve ser conciso e chamativo, apenas para chamar a atenção; 
• Na ilustração da mensagem, podem ser utilizados objetos, fotografias, 
ilustrações, tabelas, gráficos, entre outros recursos visuais; 
• No texto, devem ser apresentados detalhes e explicações mais aprofundados. 
Esse tipo de mural desperta a atenção e o interesse dos estudantes, 
transmitindo informações e conhecimentos, além de motivar e estimular o trabalho em 
 
 
 
grupo. Também auxilia os estudantes na formação de opiniões, proporcionando 
diversas vantagens para o processo de ensino-aprendizagem (JUSTINO, 2013). 
• Varal 
Uma opção bastante interessante para ser utilizada em sala de aula é o varal 
didático. Essa ferramenta consiste em fixar fios em um quadro de giz, parede ou 
qualquer outra superfície adequada. Esses fios têm a finalidade de sustentar trabalhos 
feitos em cartolina, papel sulfite ou outros materiais similares. Os trabalhos são 
pendurados no varal seguindo uma ordem lógica conforme o desenvolvimento da 
aula. A confecção do varal é bastante simples: basta fixar os fios e preparar os 
materiais, como cartolinas, papel sulfite, papel cartaz, entre outros, com conteúdo 
relacionado ao tema de estudo. As folhas podem ser presas no varal mediante 
dobraduras, ganchos ou grampinhos de roupa, sendo a dobradura a opção mais 
prática (NÉRICI, 1971). 
• Imagens 
As imagens, como gravuras, fotografias, pinturas e ilustrações, são exemplos 
de linguagem visual. A arte dos ícones é considerada uma das formas de mídia mais 
antigas do mundo. 
As imagens impressas são recursos visuais amplamente utilizados no ambiente 
escolar. Além de enriquecerem as aulas expositivas, elas proporcionam uma maior 
proximidade do aluno com a realidade dos acontecimentos e fatos estudados. Isso 
estimula a curiosidade do aluno, facilita a assimilação do conteúdo e auxilia no 
desenvolvimento de sua criatividade. Esses materiais são simples, acessíveis, com 
um custo baixo. 
Dependendo do contexto da atividade realizada em sala de aula, as imagens 
podem se tornar objetos de pesquisa pelos alunos e servir como apoio para o trabalho 
do professor. Elas podem ser utilizadas para diversos propósitos, como motivação, 
exercícios de observação, exercícios orais, exercícios de interpretação, exercícios de 
apreciação e ilustração (NÉRICI, 1971). 
Ao utilizar imagens impressas, o professor deve observar algumas diretrizes. É 
importante selecionar imagens alinhadas com as ideias predominantes, evitando, 
detalhes excessivos. É recomendado utilizar um número limitado de imagens de cada 
 
 
 
vez, seguindo uma ordem específica, para evitar dispersão durante a apresentação. 
Durante a exploração das imagens, o professor deve orientar os alunos a observar os 
detalhes e descrevê-los, promovendo a interpretação deles (JUSTINO, 2013). 
A ilustração é um recurso valioso que permite transformar pensamentos e 
discursos em materiais visuais. O desenho pedagógico é especialmente útil para criar 
ilustrações que auxiliam no desenvolvimento das aulas. Para utilizar esse recurso, 
pode-se fazer uso de um quadro de giz ou cartazes, ambos adequados para transmitir 
a mensagem aos alunos de forma mais eficiente (NÉRICI, 1971). 
As imagens usadas como materiais didáticos devem ter um tamanho 
apropriado para que todos os alunos da sala possam visualizá-las adequadamente. 
• História em quadrinhos 
As histórias em quadrinhos fazem parte da produção cultural, assim como 
pinturas, esculturas, poemas e cinema. 
As histórias em quadrinhos são amplamente utilizadas no processo de 
alfabetização, por proporcionarem uma leitura agradável, e os desenhos despertam a 
atenção e o interesse dos aprendizes. As imagens presentes nas histórias em 
quadrinhos estimulam o interesse dos alunos, possibilitando uma alfabetização visual. 
Além de serem consideradas um meio de comunicação e uma forma de literatura, as 
histórias em quadrinhos oferecem várias vantagens quando utilizadas na educação 
(JUSTINO, 2013). 
• Retroprojetor 
É um dispositivo utilizado para projetar imagens ampliadas de textos, desenhos 
e outros elementos em uma tela ou parede. Essas imagenssão impressas em lâminas 
de plástico transparentes, conhecidas como transparências. 
O professor pode aproveitar as transparências para ilustrar suas aulas, iniciar 
uma disciplina, realizar revisões e verificar conteúdos previamente abordados. Esse 
material é de grande auxílio tanto para o processo de ensino quanto para a 
aprendizagem, ao conseguir despertar o interesse e a concentração dos alunos. 
O retroprojetor é um recurso didático amplamente utilizado em salas de aula, 
auditórios e salas de conferência. Sua utilização apresenta várias vantagens: as 
transparências são leves e fáceis de transportar, substituem o quadro negro de forma 
 
 
 
eficiente, são de fácil manuseio e permitem que a pessoa que utiliza o retroprojetor 
mantenha o contato visual com a plateia. No entanto, atualmente, seu uso diminuiu 
porque os projetores modernos permitem a conexão direta com computadores e 
dispositivos de vídeo (JUSTINO, 2013). 
• Datashow 
O datashow é um dispositivo conectado ao computador e permite a projeção 
de conteúdos de diversas mídias, como som e vídeo. É um recurso amplamente 
utilizado para apresentações em sala de aula, palestras e exposições de trabalhos 
variados (JUSTINO, 2013). 
• Computador e o acesso à internet 
A presença do computador e da internet torna as aulas interessantes e 
estimulantes, tanto para o ensino quanto para a aprendizagem. O professor pode 
utilizá-los de maneira a proporcionar aos alunos a construção do conhecimento de 
forma agradável e instigante. A utilização do computador permite ao professor ilustrar 
a aula através da visualização de conteúdo, como textos, slides, filmes, vídeos, 
notícias, entre outros recursos. 
Na atualidade, as tecnologias estão presentes em diversas atividades 
humanas. Na área da educação, as novas tecnologias oferecem diferentes 
ferramentas que podem auxiliar. O surgimento do computador pessoal e o uso de 
recursos como TV, rádio e DVD resultaram no rápido desenvolvimento dessas 
ferramentas educacionais e, consequentemente, no uso frequente de representações 
audiovisuais no contexto escolar. 
A integração das novas tecnologias, como informática e computador, com os 
recursos didáticos cogita facilitar o processo educacional. Isso levou ao surgimento 
de uma nova tecnologia conhecida como multimídia, que utiliza diferentes meios para 
transmitir informações e conteúdos educacionais. Os multimeios, ou multimídias, 
possibilitam uma abordagem mais abrangente e interativa no ambiente educacional 
(JUSTINO, 2013). 
• Multimídias 
 
 
 
A utilização dos multimeios no contexto educacional integra diversas 
tecnologias, como DVD, datashow, notebook, home theater, pendrive, MP3 player, 
MP4 player, celulares e outros dispositivos eletrônicos menores, em benefício da 
aprendizagem. Ao utilizar os multimeios como material didático, os professores devem 
fazê-lo adequadamente, considerando as necessidades de aprendizagem dos alunos, 
a fim de obter resultados significativos na produção do conhecimento. 
Quando utilizados corretamente, os multimeios promovem o desenvolvimento 
da criatividade dos alunos, facilitando a compreensão do conteúdo apresentado no 
ambiente escolar e permitindo uma maior interação entre professor e aluno. No 
entanto, é necessário que o professor não apenas saiba manusear essas ferramentas, 
mas também as aproveite adequadamente em sala de aula para estimular a 
aprendizagem dos alunos. 
A introdução do computador na área educacional possibilitou o uso de textos, 
imagens e sons em sala de aula, proporcionando o acesso a materiais interativos. Ele 
pode ser considerado um recurso dinâmico de mediação entre o professor e o aluno. 
A utilização dos multimeios e multimídias na educação nos proporciona a 
oportunidade de conhecer e utilizar as linguagens presentes nos diversos meios de 
comunicação. Isso leva os alunos a se envolverem em um processo interativo, 
reflexivo e socializador, preparando-os para a sociedade contemporânea. 
Além dos materiais didáticos mencionados anteriormente, existem ainda uma 
variedade de recursos disponíveis, tais como filmes, vídeos, gravador, folders, jornais, 
revistas, mapas, museus, rádio, slides, televisão, livros didáticos e paradidáticos, CDs, 
DVDs, entre outros. 
A escolha dos materiais didáticos a serem utilizados desempenha um papel 
crucial. Como o professor é o autor de sua prática e um profissional reflexivo, é 
importante que ele tenha o cuidado de identificar e selecionar recursos que possam 
motivar e estimular os alunos, contribuindo para o desenvolvimento da reflexão sobre 
os conteúdos abordados. É fundamental lembrar que os materiais didáticos precisam 
ser adequados aos objetivos de aprendizagem. E que o professor faça um 
planejamento adequado, estabelecendo os objetivos a serem alcançados e como os 
materiais didáticos poderão auxiliar nesse processo. Dessa forma, as atividades 
educativas se tornarão eficazes para o aprendizado. 
 
 
 
4.2 Resumindo 
Nesta aula, foi evidente a importância do planejamento na prática, docente. Não 
é concebível uma instituição educacional sem um plano educacional estruturado e um 
plano de ensino bem organizado para orientar o professor na elaboração do plano de 
aula. O planejamento é essencial em todas as ações humanas e indispensável, na 
prática de ensino, ao ser por meio dele que se verifica se os objetivos educacionais 
foram alcançados, permitindo a revisão de estratégias caso os resultados não sejam 
satisfatórios. 
Um bom planejamento, no contexto educacional como o plano de aula, 
possibilita a seleção adequada dos materiais didáticos e como eles podem contribuir 
para o processo de ensino e aprendizagem. 
Discutimos também a utilização do material didático, sua classificação e 
importância. No entanto, é importante ressaltar que o material didático por si só não é 
suficiente para garantir uma boa aula. O professor, além de possuir conhecimento 
sólido e estar em constante aprendizado, precisa utilizá-lo de maneira criativa, a fim 
de tornar suas aulas dinâmicas e interessantes. É a combinação do material didático 
adequado com a habilidade pedagógica do professor que promove uma experiência 
de aprendizagem enriquecedora para os alunos. 
 
 
 
 
 
5 LEGISLAÇÃO RELEVANTE PARA A ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO DE 
MATERIAIS DIDÁTICOS 
A criação de materiais didáticos envolve uma sequência de atividades cujo 
objetivo é estabelecer mecanismos eficazes de aprendizagem. Inicialmente, é 
realizado um processo de análise das necessidades dos alunos, seguido pela 
definição de objetivos e desenvolvimento dos materiais a serem implementados e 
avaliados. 
 
 
 
Nesse sentido, Castro et al. (2021), estabelece que é essencial buscar a 
integração entre os diferentes formatos de materiais didáticos, como impressos, 
digitais e audiovisuais, de forma que eles se complementem. É importante considerar 
também as potencialidades e limitações de cada linguagem utilizada, visando a troca 
de conhecimento, socialização e interação conforme as diferentes abordagens 
pedagógicas. 
Considerando a diversidade dos alunos em termos de condições físicas, 
intelectuais, emocionais, origens socioeconômicas, crenças, etnias, gêneros e 
contextos socioculturais, é fundamental que a escola seja acolhedora e inclusiva, 
oferecendo materiais didáticos adequados que abranjam as diversas áreas do 
conhecimento. 
Para atender a essas necessidades, é recomendável desenvolver materiais 
que englobem as diversas demandas, ampliando assim a oferta de recursos didático-
pedagógicos. Nesse processo, é significativo utilizar e combinar diferentes meios de 
tecnologia da informação e comunicação (TIC). No entanto, é imprescindível que a 
produção desses materiais esteja conforme as orientações estabelecidas pela 
legislação educacional, a fim de garantir o desenvolvimento adequado dos processos 
educacionais. 
Visando aprimorar

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