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Constipação intestinal

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Constipação intestinal 
Distúrbio muito comum no paciente 
pediátrico 
Caracterizada por evacuações pouco 
frequentes, fezes duras e/ou grandes, 
defecação dolorosa e escape fecal 
➜ Muitas vezes acompanhada por dor 
abdominal 
Epidemiologia 
➜ Achado muito frequente em crianças 
➜ Cerca de 3% das consu l tas nos 
ambulatórios de pediatria geral 
 
➜ 25% das consultas em gastroenterologia 
pediátrica 
➜ Avaliação dos estudos feitos no brasil 
demonstrou uma variabilidade de 14,7% a 
38,8% → Questão de critério-diagnóstico 
Roma IV - Critérios diagnósticos para constipação funcional 
Para uma criança com idade entre 0 e 4 anos (durante 1 mês pelo menos). Pelo menos 2 critérios 
abaixo
Duas ou menos evacuações por semana
Retenção excessiva de fezes
Comportamento de retenção 
História de evacuações duras ou dolorosas
Massa fecal no reto
Criança com treinamento esfincteriano - critério adicional
Pelo menos um episódio de incontinência fecal por semana
Fezes volumosas que podem obstruir o vaso sanitário
Deve haver critérios insuficientes para o diagnóstico de síndrome do intestino irritável
Os sintomas não deve ser plenamente explicados por outra condição médica 
Para crianças de 4 anos até adolescentes (uma vez por semana por pelo menos um mês). Pelo 
menos 2 critérios abaixo
Duas ou menos evacuações no banheiro por semana 
Pelo menos um episódio de incontinência fecal por semana
História de comportamento de retenção ou retenção voluntária excessiva de fezes
História de evacuações duras ou dolorosas
História de fezes de grande diâmetro que podem obstruir o vaso sanitário
Grande massa fecal no reto
Deve haver critérios insuficientes para o diagnóstico de síndrome do intestino irritável
Os sintomas não deve ser plenamente explicados por outra condição médica
➜ Em geral não existe diferença entre os 
gêneros 
↳ Crianças maiores e adolescentes pode 
predominar no sexo feminino 
➜ Em muitos casos, tem início no primeiro 
ano de vida, ainda antes da fase de 
treinamento evacuatório e retirada das fraldas 
↳ Em 17% a 40% das crianças inicia no 
primeiro ano de vida devido à introdução da 
alimentação complementar 
➜ Em 95% das crianças com constipação, 
uma causa orgân ica NÃO pode ser 
identificada - Constipação Funcional 
➜ Causas orgânicas: 
↳ Distúrbio metabólico ou desordem 
endócrina 
↳ Anomalia anorretal 
↳ Doenças neuromusculares 
↳ Doença de Hirschsprung 
Observação 
➜ Pseudoconstipação 
↳ Ocorre em aproximadamente 5% dos 
lactentes com idade inferior a 6 meses em 
aleitamento natural predominante 
↳ É definida como a ocorrência de eliminação 
de fezes macias, porém com intervalos longos 
(até 7 dias), sem desconforto adicional 
↪ Demora muito tempo, mas quando faz é em 
grande quantidade e amolecido 
↳ Tal condição é fisiológica e não requer 
tratamento 
Fisiopatologia 
➜ A fisiopatologia da constipação funcional 
( C F ) a i n d a n ã o é c o m p l e t a m e n t e 
compreendidamas – MULTIFATORIAL 
↳ P o d e a s s o c i a ç ã o c o m f a t o r e s 
constitucionais/genéticos 
↳ Dieta pobre em fibras (e rica em alimentos 
constipantes) 
↳ Baixa ingesta de água 
↳ Fatores psicossociais 
↳ Distúrbios comportamentais (Transtornos 
do espectro autista e TDAH são associados a 
um maior risco de constipação na infância) 
➜ U m f a t o r e t i o l ó g i c o i m p o r t a n t e , 
especialmente em crianças pequenas, é 
comportamento de retenção 
↳ Ocorre frequentemente após uma 
experiência negativa 
↪ Fizeram um cocô, dolorido, grande e não 
querem passar por essa experiência 
novamente 
↳ Em crianças mais velhas → Devido ao 
estilo de vida muito ativo e ao sistema escolar 
no qual não têm o tempo para uma evacuação 
adequada 
➜ Retenção voluntária de fezes devido medo 
de evacuar (evacuação prévia dolorosa ou 
falta de tempo) 
↳ Forma um ciclo vicioso levando a 
impactação fecal seguida de: 
↪ Incontinência fecal 
↪ Perda de sensação de distensão retal 
↪ Perda da urgência normal de defecar 
➜ Sofrimento para a criança e sua família, 
com impacto significativo no convívio social 
Apresentação clínica 
➜ Critérios de Roma IV 
➜ A criança com constipação apresenta 
muitas vezes defecação dolorosa e/ou 
infrequente, incontinência fecal e dor 
abdominal 
➜ Medo de evacuar 
➜ Escape fecal Soilling 
↳ Perda involuntária de fezes moles que 
passam uma obstrução de massa fecal 
↳ Escape fecal soiling, também conhecido 
como incontinência fecal, é um problema 
médico em que uma pessoa perde o controle 
sobre a eliminação de fezes de forma 
involuntária. Isso significa que a pessoa não 
consegue controlar a passagem de fezes e 
experimenta vazamentos frequentes ou 
acidentais. 
↳ Muitas vezes ao haver muitas fezes. Como 
não há espaço para absorção, as novas fezes 
formadas, mais moles, acabam por entre 
escapando o que gera o gotejamento de fezes 
na roupa, o que gera muito constrangimento 
Diagnóstico 
➜ História clínica e um exame físico completo 
➜ Na maioria dos casos, investigações 
adicionais não são necessárias 
➜ História Clínica 
↳ Detalhes sobre o início e duração dos 
sintomas 
↳ Fatores precipitantes 
↳ Alterações na defecação, relacionada com 
mudança do tipo de alimentação 
↳ Recordatório alimentar 
↪ Alimentação ruim 
↪ Baixa ingestão de fibras 
↪ Baixa ingesta hídrica 
↳ Informações sobre sucesso ou fracasso no 
treinamento esfincteriano 
↳ Muitas vezes, o início de sintomas coincide 
com eventos da vida, tais como o divórcio de 
pais ou o nascimento de um irmão mais novo 
➜ História Clínica detalhada 
↳ Frequência da defecação 
↳ Número de episódios e tempo de 
incontinência fecal 
↳ Consistência das fezes – Escala de Bristol 
↳ Comportamento de retenção 
↳ Movimentos intestinais dolorosos 
↳ Sangramento durante a passagem das 
fezes 
↳ Interrogar sobre dor abdominal, história 
alimentar, mudanças no apetite, a presença de 
náusea e/ou vômitos 
➜ Sintomas de alarme sugestivos de uma 
causa orgânica incluem: 
↳ Eliminação de mecônio atrasada 
↳ História de sangue nas fezes, sem a 
presença de fissuras 
↳ Failure to thrive 
↳ Distensão abdominal grave 
➜ Complicações → Dor abdominal crônica 
recorrente, incontinência fecal, sangramento 
retal, enurese e infecção/retenção urinária 
➜ Sinais de alarme 
↳ Eliminação de mecônio > 24h de vida 
↳ Início no 1º mês de vida, em aleitamento 
materno 
↳ Distensão abdominal importante 
↳ História familiar de Hirshsprung 
↳ Fezes em fita 
↳ Vomitos biliosos 
↳ Insuficiência do crescimento 
↳ Fezes com muco e sangue, sem fissura 
anal 
↳ Atraso no desenvolvimento neurológico 
↳ Anormalidade anais / sacaria 
↳ Quaisquer sinais de outras causas 
orgânicas 
➜ Diagnóstico diferencial 
↳ Doenças digestivas 
↪ Aganglionose 
↪ Alergia alimentar 
↪ Ânus anteriorizado 
↪ Ânus ectópico anterior 
↪ Ânus imperfurado 
↪ Doença celíaca 
↪ Doença de Hirschsprung 
↪ Estenose anal 
↪ Fibrose cística 
↪ Má formação anorretal 
↪ Pseudo obstrução intestinal 
↳ Doenças extradigestivas 
↪ Doenças endócrinas e metabólicas 
➤ Diabetes milito e insipidus 
➤ Hipercalcemia - hipocalemia 
➤ Hipotireoidismo 
↪ Doenças neurológicas 
➤ Anormalidades da medula espinhal 
➤ Encefalopatia crônica 
↪ Uso de fármacos 
➤ Antiácidos 
➤ Anticolinérgiocs - anticonvulsivantes 
➤ Codeína 
➤ Sais de ferro 
➜ Exame físico 
↳ Fezes palpáveis em região de sigmoide ou 
difusamente 
↳ Ampola retal repleta de fezes ao toque retal 
Tratamento 
➜ Não farmacológico 
↳ Recomendações para manejo da 
constipação funcional: 
↪ Melhorar qualidade da alimentação: 
Alimentos ricos em fibras 
↪ Aumentar ingesta de água e líquidos 
↪ Atividade física normal 
↪ Treinamento de toalete – aproveitar reflexo 
gastrocólico 
↪ Tornar o ato evacuatório confortável 
↪ Apoio Psicológico: perder o trauma 
➜ Farmacológico 
↳ Desimpactação fecal retal seguido de 
terapia de manutenção 
↳ Desimpactação – casos graves: 
↪Clister glicerinado 10 a 30ml/Kg via retal 
(hospitalar) 
↪ Polietilenoglicol dose dobrada ou 
triplicada 
↳ Manutenção → NASPGHAN/ESPGHAN 
recomendam o uso do polietilenoglicol sem 
eletrólitos (PEG 4000): 0,2 – 0,8 g/kg) 
(manipulado) 
↳ Manutenção

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