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INTERPRETAÇÃO E AVALIAÇÃO DE EXAMES HOSPITALARES UNIDADE II EXAMES LABORATORIAIS Atualização Neisiana Barbieri Zapellini Elaboração Andrea Sayuri Silveira Dias Terada Cláudio Rodrigues Rezende Costa Lázara Joyce Oliveira Martins Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração SUMÁRIO UNIDADE II EXAMES LABORATORIAIS ..................................................................................................................................................................5 CAPÍTULO 1 EXAMES HEMATOLÓGICOS....................................................................................................................................................... 6 CAPÍTULO 2 EXAME DE URINA ....................................................................................................................................................................... 27 REFERÊNCIAS ...............................................................................................................................................33 4 5 UNIDADE IIEXAMES LABORATORIAIS A solicitação de exames laboratoriais deverá seguir a ideia de que não são obrigatórios a todos os pacientes, sendo preciso reconhecer a real necessidade do exame, a condição do estado físico do paciente internado e o procedimento que será realizado. Além disso, em um ambiente hospitalar, é importante o diálogo com médicos e enfermeiros para que haja a solicitação do exame mais indicado, não comprometendo o estado geral do indivíduo nem prejudicando o andamento do atendimento médico. A odontologia hospitalar tem como pré-requisito o entendimento sobre o quadro geral de saúde do paciente internado e, portanto, é essencial que o cirurgião-dentista saiba como solicitar e interpretar tais exames. É fundamental a interpretação dos exames laboratoriais de maneira segura, sem apenas verificar os valores de referência de normalidade, julgando alterado ou não. 6 CAPÍTULO 1 EXAMES HEMATOLÓGICOS Os exames laboratoriais mais comuns são o de amostras obtidas por meio de sangue venoso, ou seja, exames hematológicos. Entre eles, destacam-se o hemograma completo, os testes de distúrbios sanguíneos (coagulograma) e análise de perfil bioquímico do soro. Esses exames podem ser utilizados para diagnóstico, prognóstico, controle, orientação terapêutica, proservação, pré e pós-operatórios. Os resultados desses exames normalmente são obtidos por meio de cálculos dos componentes celulares encontrados no sangue, variando conforme especificidade do paciente (idade, sexo, raça etc.). Esses valores obtidos são determinados por equipamentos especialmente desenvolvidos para avaliar os diferentes componentes celulares em um curto período. A contagem no hemograma pode ser realizada de forma relativa ou absoluta (em contagem numérica). Para a interpretação do exame, considera-se o valor absoluto como o correto. Hemograma completo O hemograma completo é um dos testes mais comuns e solicitados como exame laboratorial de rotina, tanto em clínicas médicas e odontológicas quanto em ambientes hospitalares. Esse exame é uma ferramenta importante para a avaliação de diversas situações devido à grande quantidade de informações fornecidas e consiste em uma avaliação qualitativa e quantitativa dos componentes figurados do sangue. Dessa forma, o hemograma completo é importante para a investigação clínica: das disfunções eritrocitárias, por meio do eritrograma; das disfunções leucocitárias, por meio do leucograma; e dos distúrbios hemorrágicos, por meio da contagem de plaquetas (Figura 1). Figura 1. Esquema das principais avaliações constituintes do exame de hemograma completo: eritrograma, leucograma e contagem de plaquetas. HEMOGRAMA COMPLETO ERITROGRAMA LEUCOGRAMA CONTAGEM DE PLAQUETAS Avalia as disfunções eritrocitárias Avalia as disfunções leucocitárias Avalia os distúrbios hemorrágicos Fonte: elaborado pelo autor. 7 EXAMES LABORATORIAIS | UNIDADE II De maneira geral, uma série de doenças pode se manifestar nas células sanguíneas, alterando modificações no conteúdo, modificações em massa e até afetando o volume das células. Assim, o valor diagnóstico do hemograma está diretamente relacionado aos sinais e sintomas, uma vez que os achados não são específicos para determinada patologia. Dessa forma, o hemograma completo está indicado para a avaliação de suspeitas de doenças relacionadas às alterações hematopoiéticas e também ao diagnóstico de alterações celulares do sangue, como as anemias, agranulocitoses e neutropenias. As indicações para esse exame são para avaliar as discrasias sanguíneas, as doenças renais e avaliação de pacientes quimioterápicos, bem como para procedimentos com grande perda de sangue. É importante se atentar para a necessidade da avaliação desse exame quando o paciente necessitar de sedação ou anestesia geral para o atendimento odontológico. Eritrograma O eritrograma é o exame que quantificará os componentes celulares da série eritrocitária do sangue, ou seja, a série vermelha. Esse exame é subdividido em diferentes determinações: 1. contagem de eritrócitos; 2. dosagem de hemoglobina; 3. hematócrito; 4. volume corpuscular médio; 5. hemoglobina corpuscular média; 6. dimensão de amplitude da hemácia. É importante lembrar que os eritrócitos, também chamados de hemácias, são responsáveis pelo transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos e pela remoção do dióxido de carbono. Os seres vivos necessitam de oxigênio para realizar o metabolismo celular e precisam eliminar o gás carbônico resultante desse processo. Esse processo chamamos de respiração. Eles apresentam forma discoide, com relevo bicôncavo, são células anucleadas e flexíveis e seu período de vida é de 120 dias quando são fagocitados no baço e no fígado. Além de essas células constituírem a maior porção dos elementos do sangue, são essenciais para a manutenção do controle do pH sanguíneo. 8 UNIDADE II | EXAMES LABORATORIAIS Figura 2. Eritrócitos (hemácias, ou, ainda, glóbulos vermelhos). Fonte: https://www.infoescola.com/exames-medicos/eritrograma/. Contagem de eritrócitos A contagem de eritrócitos é também conhecida como contagem de hemácias ou hematometria. Esse procedimento avalia quantitativamente o número de eritrócitos em um microlitro (milímetro cúbico) de sangue total e é representado por milhões/mL. Normalmente, apresentam maior quantidade em homens, e a taxa elevada trata-se da poliglobulia e pode sugerir os quadros de disfunção cardíaca (devido ao aumento da viscosidade do sangue), policitemia e síndrome de Cushing (doença relacionada com o aumento de cortisol no sangue – Figura 3). O paciente pode relatar quadro clínico de cefaleia, sensação de vertigem, região do baço dolorida e pele e mucosas avermelhadas. A taxa reduzida desses elementos infere o quadro de anemia, que pode estar associado à deficiência de produção de hemácias ou ao aumento da destruição de hemácias. O paciente anêmico apresenta debilidade generalizada, fraqueza e sonolência, e a pele e mucosas ficam esbranquiçadas. Esses pacientes requerem cuidados odontológicos especiais em relação às perdas sanguíneas, como em cirurgias ou tratamentos periodontais. A saber, os valores médios encontrados são: » 4,5 a 6 milhões para homens; » 4 a 5,5 milhões para mulheres; » 3,9 a 5,6 milhões para gestantes; » 4,5 a 4,7 milhões para crianças; » 4,0 a 4,7 milhões para crianças de até 1 ano; » 4,0 a 5,6 milhões para recém-nascidos. 9 EXAMES LABORATORIAIS | UNIDADE II Figura 3. Aspecto de mulher com quadro de Síndrome de Cushing. Nota: face em formato arredondado (face de “lua cheia”). Um dos sinais dessa síndrome é o aumento de eritrócitos no sangue (policitemia). Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Síndrome_de_Cushing. Dosagem de hemoglobina – Hgb A hemoglobina é uma molécula de proteína carregada pela hemácia, que é responsável pelo transporte de oxigênio no sangue.Ela representa cerca de 95% do peso seco de uma hemácia e é um indicador da capacidade de oxigenação dos tecidos. O limiar para a realização de um procedimento cirúrgico odontológico é de 10 g / 100 mL, que está associado à condição do paciente e à perda de sangue prevista. A quantificação da dosagem de hemoglobina é representada em gramas por 100 mL de sangue. A saber, os valores médios encontrados são: » 13,5 a 18 g / 100 mL para homens; » 12 a 16 g / 100 mL para mulheres; » 11,5 a 14,8 g / 100 mL para crianças; » 11,0 a 13,0 g / 100 mL para crianças de até 1 ano; » 13,5 a 19,6 g / 100 mL para recém-nascidos. A diminuição de hemoglobina no sangue pode gerar sinais e sintomas como: fraqueza, palidez em mucosas da boca e pele, palpitações cardíacas e unhas quebradiças. É o melhor dado do hemograma para observar se um paciente está anêmico. O ferro presente no interior da hemoglobina permite o transporte de oxigênio. Sendo assim, a avaliação direta da quantidade de hemoglobina fornecerá a informação mais fidedigna para a determinação da presença de anemia. 10 UNIDADE II | EXAMES LABORATORIAIS Hematócrito O hematócrito é a parte do eritrograma que calcula a porcentagem de massa de eritrócito em relação ao volume do sangue. Também pode ser determinado nos resultados do eritrograma como volume globular médio, que é a relação entre a porção sólida e a líquida do sangue. O exame normalmente é realizando retirando-se 100 mL de sangue em um tubo a vácuo contendo anticoagulante. Em seguida, o tubo é levado a uma centrífuga para a separação de três fases distintas da amostra. Logo, são observadas as hemácias em relação à coluna total da amostra centrifugada dentro do tubo. Portanto, o valor expresso no resultado do exame será em porcentagem, ou seja, hemácias/100 mL de sangue. Ao realizar a centrifugação, a amostra sanguínea se dividirá em plasma, leucócitos e hemácias, com valores aproximados de 54%, 1% e 45%, respectivamente. Sempre que houver suspeita de alteração na quantidade relativa desses componentes, é ideal solicitar o exame para a investigação dessas condições. Ele também representa o exame indicador de perda sanguínea ou anemia. Sendo os resultados expressos em porcentagem, os valores de referência são: » 40 a 54% para homens; » 37 a 47% para mulheres; » 37 a 44% para crianças; » 36 a 44% para crianças de até 1 ano; » 34 a 62% para recém-nascidos. Quantidades elevadas de hematócrito no sangue podem indicar: desidratação grave, baixos níveis de oxigênio no sangue e eritrocitose. A quantidade inferior aos padrões pode ser indicativa de: anemia, sangramento, excesso de hidratação, desnutrição, falta de vitamina B12, falta de ácido fólico ou ferro e leucemia. Volume corpuscular médio (VCM) Avalia o tamanho dos eritrócitos. Para a determinação do volume corpuscular médio (VCM), é dividido o valor do hematócrito pela contagem de eritrócitos. Dessa forma, será obtida uma média de volume de cada eritrócito sobre o hematócrito, que é diretamente relacionada à quantidade de hemoglobina que existe no interior da hemácia. 11 EXAMES LABORATORIAIS | UNIDADE II A saber, os valores considerados normais são: » fL (1 fentolitro = 10-15 litro): › 80,0 a 94,0 fL para crianças e adultos; › 77,0 a 95,0 fL para crianças de até 1 ano; › 77,0 a 101,0 para recém-nascidos. A anisocitose é a alteração do diâmetro médio da hemácia. Quando o número de hemácia com diâmetro superior ao normal for elevado, trata-se de macrocitose, uma alteração sistêmica causada por alcoolismo e cirrose, que poderá ser avaliada por meio do VCM. Em adultos, valores acima de 94 fL já podem ser considerados como uma macrocitose. As hemácias também se encontram macrocíticas nos casos de anemias por carência de ácido fólico e vitamina B12. Se o diâmetro de quantidade significativa de hemácias estiver reduzido, os valores abaixo de 80 fL são considerados como microcitose causada por deficiência crônica de ferro. Hemoglobina corpuscular média (HMC) Esse exame representa a quantidade em valores absolutos (em peso) de hemoglobina contida em cada eritrócito. Sendo assim, o resultado é obtido pela divisão do nível sanguíneo de hemoglobina pela contagem de eritrócitos. Para diferenciar anemia megablástica de anemia ferropriva, podemos avaliar os resultados do exame de hemoglobina corpuscular média (HCM), que avalia o peso da hemoglobina dentro da hemácia. Na primeira, o indivíduo apresenta valores acima de 32 pg, enquanto o paciente com a segunda alteração apresenta um valor diminuído de 27 pg. Assim, a faixa de normalidade é: » pg (1 picograma = 10-12 gramas): › 27,0 a 32,0 pg para crianças e adultos; › 30,0 a 33,0 pg para crianças de até 1 ano; › 28,0 a 33,0 pg para recém-nascidos. 12 UNIDADE II | EXAMES LABORATORIAIS Dimensão de amplitude da hemácia (RDW) O Red Cell Distribution Width é o índice que revela anisocitose, que nada mais é que a presença de hemácias de tamanhos variados na amostra examinada. Esse índice será alterado quando o percentual for maior do que 15%. Nesse caso, significa que existem muitas hemácias de tamanhos diferentes, o que pode indicar hemácias com problemas de morfologia. Leucograma O leucograma é um exame que avalia a série branca, ou as células leucocitárias do sangue, de forma quantitativa e morfológica. Os leucócitos usam o sangue como transporte; são células produzidas na medula óssea e atuam em tecidos e linfonodos, considerados as células de defesa do organismo. Podemos subdividir esse exame em duas determinações: 1. contagem de leucócitos; 2. fórmula leucocitária. Contagem de leucócitos A contagem de leucócito é também conhecida como leucometria. É definida pela contagem global de leucócitos por mm3 de sangue. Essas células são de grande variabilidade entre indivíduos, raças, etnias, tipo de doença instalada etc. Os limites de referência são, em média, de 4.500 a 10.000 leucócitos por mm3. Seu aumento denomina-se leucocitose, e a diminuição, leucopenia. Essas alterações podem ocorrer em um, alguns ou todos os tipos de glóbulos brancos, sendo imprescindível saber qual ou quais leucócitos estão aumentados ou diminuídos para caracterizar as alterações. Geralmente, as leucocitoses são consideradas reacionais, ou seja, refletem reação orgânica a alguma agressão e, com frequência, indicam uma infecção, e a leucopenia pode sugerir, entre outras etiologias, uma depressão da medula óssea. Fórmula leucocitária A fórmula leucocitária, por sua vez, é a contagem diferencial dos leucócitos, ou seja, a estimativa dos diferentes tipos de leucócitos sendo analisados isoladamente, fornecendo informações mais específicas sobre o sistema imune do paciente. No leucograma, na contagem diferencial de leucócitos, são apresentados os cinco tipos de células, representados pelos granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e pelos agranulócitos (linfócitos e monócitos). A frequência de cada um dos tipos de leucócitos 13 EXAMES LABORATORIAIS | UNIDADE II é muito variável. Os neutrófilos representam 60% da amostra; 30% são linfócitos; 6% monócitos; 3% eosinófilos; e 1%, basófilos. Seus valores de referência podem aparecer no resultado do exame como uma fórmula absoluta ou relativa. As alterações em um tipo celular das células de defesa levam a alterações na produção de diferentes leucócitos. Isso ocorre porque cada leucócito é mais requisitado para reagir a determinado estímulo externo, e, como todas as células da série branca originam-se a partir da mesma célula primordial, a produção elevada de um tipo celular pode levar a uma diminuição na produção de outro tipo. Por exemplo: um aumento no número de linfócitos devido a uma infecção viral pode levar a uma diminuição no número de neutrófilos e monócitos. Os neutrófilos, eosinófilos e basófilos apresentam enzimas digestivas em seus interiores. Os neutrófilos digerem paredes de tecidos, grandes bactérias e fungos. Quando há uma infecçãobacteriana, a sua concentração sanguínea se eleva. Portanto, quando há um aumento do número de leucócitos totais, causado basicamente pela elevação dos neutrófilos, tem-se, provavelmente, um quadro de infecção bacteriana. Os neutrófilos jovens possuem formatos segmentados ou bastões. A presença de um percentual maior de células jovens é um indício de um processo infeccioso em curso. Os eosinófilos digerem parasitas e possuem elevada citotoxicidade e poder destrutivo. Também são responsáveis pelo mecanismo da alergia. O aumento de eosinófilos ocorre em pessoas alérgicas, asmáticas ou em casos de infecção intestinal por parasitas. Eosinofilia é o termo usado quando há aumento do número de eosinófilos, e eosinopenia consiste na redução do número destes. Os basófilos atuam nos casos de alergia ou inflamação prolongada (crônica). Os monócitos são células fagocitárias que agem a partir de comandos imunológicos e são ativados tanto em processos virais quanto bacterianos. Os linfócitos possuem circulação dupla (sangue e sistema linfático). Trata-se de uma célula capaz de desdiferenciar-se e dividir-se novamente, fornecendo a característica de memória imunológica, responsável pela produção de anticorpos. Também são as principais linhas de defesa contra infecções por vírus e contra o surgimento de tumores. Linfocitose é o aumento do número de linfócitos, e linfopenia é a redução do número destes. Pacientes com contagem baixa de neutrófilos (neutropenia) ou com contagem baixa de linfócitos (linfopenia) devem sempre passar por avaliações médicas mais detalhadas antes de procedimentos cirúrgicos odontológicos, pois esses pacientes se apresentam debilitados e com baixa resistência. Outras doenças importantes que afetam a condição sistêmica, como a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) e leucemias, podem apresentar uma quantidade de linfócitos insuficientes e mesmo assim não apresentar sintomas clínicos relevantes. 14 UNIDADE II | EXAMES LABORATORIAIS Processos inflamatórios também podem ocorrer na ausência de leucocitose, o que pode necessitar de especial atenção do cirurgião-dentista. Os neutrófilos aumentam em número durante uma infecção e, se uma contagem de leucócitos é exigida para se determinar o quanto uma infecção está afetando a saúde geral do paciente, um diferencial de leucócitos pode ser exigido, e não apenas a contagem global da série branca deve ser levada em consideração. Portanto, os valores de referência para a fórmula leucocitária absoluta e relativa são estão dispostos na Tabela 1. Tabela 1. Valores de referência de normalidade para leucócitos. Absoluta (/mL) Relativa (%) Neutrófilos segmentados 1600 a 7000 40 a 70 Neutrófilos bastonados 40 a 400 1 a 4 Linfócitos 1000 a 4500 18 a 48 Monócitos 200 a 1000 3 a 10 Eosinófilos 100 a 600 1 a 6 Basófilos 0 a 200 0 a 3 Plasmócitos Raros Raros Fonte: Magini et al., 2016. Figura 4. Desenho ilustrativo das características físicas dos leucócitos. Fonte: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/leucocitos.htm. Quadro 1. Resumo das funções dos leucócitos. Tipo Funções Neutrófilos Realizam fagocitose, normalmente contra infecções bacterianas. Suas formas mais comuns encontradas no sangue periférico são de segmentados e bastonetes. Linfócitos Estão relacionados a fenômenos imunológicos e reações antivirais. Monócitos Também conhecidos como histócitos, são macrófagos responsáveis pela limpeza da região infeccionada. Participam na formação de anticorpos e na remissão de processos inflamatórios. Eosinófilos Estão principalmente relacionados às reações alérgicas. Basófilos Sua função não é completamente compreendida. Estão relacionados às reações alérgicas com liberação de histamina. Fonte: Magini et al., 2016. 15 EXAMES LABORATORIAIS | UNIDADE II Lesões de herpes simples em região de palato duro e palato mole são manifestações orais comuns em pacientes imunossuprimidos, como aqueles expostos ao vírus HIV em fase de manifestação da AIDS. Nessa fase, a quantidade de leucócitos apresenta-se alterada significativamente. Figura 5. Manifestação intraoral de herpes simples. Fonte: http://www.myhealth.gov.my/en/oral-manifestation-hiv-aids/. Figura 6. Desvio à esquerda de leucócitos. Fonte: https://diagnosticobucal.com.br/hemograma-serie-branca/. Quando o leucograma indica presença acentuada de glóbulos brancos imaturos na corrente sanguínea, como bastonetes e metamielócitos (presentes habitualmente na medula óssea), é sugestivo de infecções ou diferentes tipos de leucemias. A identificação dessas células imaturas no sangue recebe o nome de desvio à esquerda. Coagulograma É muito comum serem feitos procedimentos cirúrgicos e, assim, é importante que os parâmetros de hemostasia estejam dentro dos níveis normais. A hemostasia é o conjunto de reações do organismo que agem inibindo ou diminuindo hemorragias. Esse conjunto de fenômenos ocorre no tecido sanguíneo e envolve seus elementos e o plasma, com o 16 UNIDADE II | EXAMES LABORATORIAIS propósito de formar uma barreira que retenha a perda de sangue quando ocorre uma lesão vascular. Quando um vaso sanguíneo é lesado, ocorre uma vasoconstrição acentuada. As plaquetas aderem à superfície danificada e se agregam para formar um tampão hemostático temporário, que é a primeira fase da coagulação ou hemostasia primária. Depois, ocorre a segunda fase da coagulação ou hemostasia secundária, que acontece por duas vias separadas: a via intrínseca e a via extrínseca, que fazem parte da cascata da coagulação (Figura 7). A correta apreciação dos níveis de hemostasia requer a observação de três itens: anamnese, observação do exame físico e acompanhamento dos resultados dos exames laboratoriais. Estima-se que 90% das complicações hemorrágicas podem ser antecipadas ou identificadas consoante uma criteriosa avaliação do histórico clínico do paciente. Todavia, podem-se obter dados muito relevantes de uma possível anomalia ou quadro disfuncional desse fenômeno por meio da leitura das contagens de plaquetas e do coagulograma. O coagulograma do paciente com manifestações hemorrágicas detecta alterações tanto da hemostasia primária quanto da cascata de coagulação, hemostasia secundária, tendo resultados sobre a avaliação laboratorial da hemostasia por meio de diferentes testes. Por meio do coagulograma, é possível avaliar qualitativamente e quantitativamente as plaquetas, ou seja, a qualidade e o poder de coagulação do paciente. Compreende-se como coagulograma uma variedade de testes, mas devemos nos ater a cinco elementos durante a avaliação clínica. São eles: » tempo de sangramento (TS); » tempo de coagulação (TC); » tempo de protrombina (TP); » tempo de tromboplastina (TTPa); » razão normatizada internacional (INR); 17 EXAMES LABORATORIAIS | UNIDADE II Figura 7. Cascata de coagulação. Fonte: Magini et al., 2016. Tempo de sangramento (TS) Esse teste visa calcular o tempo para que a hemorragia cesse. Isso ocorre a partir da formação de um trombo pelo fenômeno de hemostasia, ou seja, fornece a verificação da suficiência do número de plaquetas e da função plaquetária. Para essa verificação, faz-se no dedo ou no lóbulo da orelha do paciente um pequeno corte ou uma punção (perfuração) até 4 mm. Para esse teste, o tempo de referência é de 1 a 6 minutos. Dentro desse intervalo, os valores são considerados normais. E, assim, medem-se as atividades capilares e as funções plaquetárias do sangue, permitindo a avaliação do mecanismo de hemostasia espontânea nos pequenos vasos. Tempo de coagulação (TC) Esse teste visa determinar quanto tempo é necessário para a formação de um coágulo (massa sólida formada de redes de fibrinas: glóbulos sanguíneos, plaquetas e plasma). É um teste de baixa sensibilidade e de reprodutibilidade muito variável. É substituído pelo tempo de tromboplastina parcial ativado, que fornece um resultado fidedigno das alterações de via intrínseca. É um teste que pode ser realizado tambémno dedo ou no lóbulo da orelha do paciente, a fim de provocar o sangramento. Esse sangue é então levado a uma lâmina ou tubo capilar para que se observem as formações de coágulos. O tempo de referência é de 4 18 UNIDADE II | EXAMES LABORATORIAIS a 10 minutos. Dentro desse intervalo, os valores são considerados normais. E, assim, medem-se as funções globais de coagulação. Tempo de protrombina (TP) Esse teste visa determinar quanto tempo é necessário para a transformação da protrombina para trombina. Esse fenômeno é uma representação dos mecanismos extrínsecos da coagulação ou do fator tecidual. Essas são etapas que ocorrem fora do vaso. O tempo de protrombina tem como referência de 10 a 15 segundos. Dentro desse intervalo, os valores são considerados normais. Um TP normal indica níveis normais de fator VII e dos fatores comuns às vias intrínsecas e extrínsecas (V, X, protrombina e fibrinogênio). O tempo de protrombina pode ser alterado caso haja uma deficiência de vitamina K e/ou em casos de problemas graves no fígado. Esse é responsável pela síntese dos fatores coagulantes II, VII e X (elementos da coagulação fora do vaso). O tempo de protrombina é um teste utilizado para observar terapias com anticoagulantes, na triagem para detecção de problemas na coagulação do paciente ou hepatopatias. Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) O tempo de tromboplastina parcial ativa (TTPa) é um exame que tem como objetivo avaliar os elementos da via intrínseca da coagulação ou via de ativação por contato, que ocorre no interior dos vasos sanguíneos. A variação de tempo considerada normal vai de 25 a 40 segundos. Um prolongamento de 5 a 40 segundos acima do limite normal pode estar associado a anormalidades hemorrágicas leves. O prolongamento maior pode estar associado a um sangramento significativo. Esse exame também é muito utilizado pelos médicos hematologistas para verificar a eficiência dos anticoagulantes à base de heparina utilizados no tratamento de pacientes, assim como verificar a eficiência de ácido acetilsalicílico. Também se pode sugerir como alterações nesse exame: a hemofilia, a síndrome de hipoprotrombinemia e a deficiência hereditária do fator XI. Razão normatizada internacional (RNI) A Organização Mundial de Saúde (OMS) desenvolveu um método padronizado para avaliar os pacientes que estão sob tratamento com medicamentos anticoagulantes. Por isso, com a variabilidade de resultados de exames laboratoriais sobre o tema, foi criada a razão normatizada internacional, também conhecida como INR, do inglês International Normalized Ratio, ou seja, esse exame nada mais é do que o TP corrigido a padrões mundiais 19 EXAMES LABORATORIAIS | UNIDADE II O RNI ou INR é calculado dividindo o tempo de protrombina encontrado na amostra do paciente pelo resultado do tempo de protrombina de um pool de plasmas normais, elevados ao índice de sensibilidade internacional (ISI). INR = (TP paciente / TP normal)ISI Exemplo: TP paciente = 23,4 s TP normal = 14,8 s ISI = 1,12 INR = (23,4 / 14,8)1,12 = 1,981,12 = 2,15 A alteração do TP com o uso de anticoagulantes orais é obtida em média 3 a 5 dias após o início da administração. Durante esse período, a avaliação do TP deve ser feita diariamente, até que alcance o valor terapêutico preconizado como ideal para a condição clínica de que se está tratando. Além disso, a avaliação deverá manter a frequência diária, até que se comprove a estabilidade dos valores obtidos. O acompanhamento do paciente pelos valores do INR só deve ser feito em pacientes com resultados já estabelecidos. O resultado ideal do exame deve ser de 1,0. A recomendação é de que os pacientes que serão submetidos a procedimentos odontológicos invasivos possuam valor do INR igual ou inferior a 2,5, com raras exceções para pacientes portadores de válvulas cardíacas protéticas, que devem apresentar valor inferior a 3,5. Pacientes com mais de 4,0 não podem ser submetidos a tratamentos odontológicos invasivos até que seja feita uma investigação mais aprofundada junto a um hematologista. Tabela 2. Principais valores referenciais do coagulograma. Exames Valores TS – tempo de sangramento 1 a 6 minutos TC – tempo de coagulação 4 a 10 minutos TP – Tempo de protrombina ativada 10 a 15 segundos TTPa – Tempo de protrombina parcialmente ativada 25 a 40 segundos Razão normatizada internacional (RNI) RNI normal – 0,9 a 1,0 RNI menor que 2,0 – Baixo risco RNI entre 2,0 e 3,0 – Médio risco RNI maior 3,0 - Alto risco Fonte: Boraks, 2011. 20 UNIDADE II | EXAMES LABORATORIAIS Número de plaquetas Também chamadas de trombócitos, as plaquetas são o componente mais rico do sangue. São consideradas fragmentos celulares dos megacariócitos produzidos na medula óssea. Possuem formato discoide, anucleadas, e sua composição química é de proteínas e lipídeos. O ciclo de vida é bastante curto, variando de 7 até 10 dias na corrente sanguínea. As plaquetas desempenham funções hemostáticas. A contagem normal de plaquetas varia de 150000 a 450000 mm³. Índices inferiores a 150 mil plaquetas por ml indicam plaquetopenia ou trombocitopenia. Índices superiores a 400 mil plaquetas por ml indicam plaquetose ou trombocitose. Pacientes que apresentam plaquetas com número menor que o valor de referência (trombocitopenia) têm possibilidade de hemorragia perioperatória e pós-operatória. Plaquetas muito elevadas (trombocitose) podem favorecer o desenvolvimento de trombose. As principais causas que levam o indivíduo a desenvolver trombocitopenia são: dengue, leucemias, AIDS, alguns tipos de anemia, abuso de bebidas alcoólicas. Os pacientes podem apresentar sangramento superficial na pele e nas mucosas, petéquias, equimoses e hematomas generalizados. Figura 8. Paciente pediátrico em fase aguda de leucemia com manifestação de petéquias em mucosa labial inferior. Fonte: Quasso et al., 2005. No caso de trombositose, as principais causas são: anemias e leucemias. Em casos mais graves, o paciente pode apresentar vômito e formigamento nas extremidades. 21 EXAMES LABORATORIAIS | UNIDADE II Figura 9. Manutenção de coágulos em região de alvéolos após exodontias. Nota: pacientes com nível normal de plaquetas possuem menor risco de hemorragias durante procedimentos cirúrgicos. Fonte: https://medodedentista.com.br/2015/01/como-limpar-o-local-da-extracao-de-um-dente.html. Tabela 3. Hemograma completo. HEMOGRAMA Material: Sangue total com EDTA (coletado e 02/08/2019) Método: Automação – Micros 60/ABX ERITROGRAMA Eritrócitos Hemoglobina.................... 5,2 milhões /mm³ 4,5 a 5,9 milhões/mm³ Hematócrito..................... 12 g% 12,0 a 17,5 g% VCM................................. 46 % 40 a 52 % HCM................................. 88,46 U³ 80 a 100 U³ CHCM.............................. 23,08 26 a 34 pg Observações:................... 31 a 36 % LEUCOGRAMA Leucócitos........................ 8.700 /mm³ 4.500 a 11.000 /mm³ Neutrófilos......................... 67 % Metamielócitos.................. 0 % 0 /mm³ 0 a 1 % até 100 /mm³ Bastonetes......................... 0 % 0 /mm³ 0 a 4% até 400 /mm³ Segmentados.................... 67 % 5.829 /mm³ 36 a 66% 2000 a 7500 /mm³ Eosinófilos......................... 3 % 261 /mm³ 0 a 4 % 100 a 400 /mm³ Basófilos............................. 0 % 0 /mm³ 0 a 1 % até 100 /mm³ Linfócitos............................ 28 % 2.436 /mm³ 900 a 4400 /mm³ Monócitos........................... 2 % 174 /mm³ 2 a 8% 200 a 800 /mm³ Plaquetas........................... 280.000 /mm³ 150.000 a 400.000 /uL Fonte: https://www.quantocusta.org/quanto-custa-um-hemograma-completo/. 22 UNIDADE II | EXAMES LABORATORIAIS Prova do laço ou fragilidade capilar A prova do laço ou teste do torniquete (também conhecido como teste de fragilidade capilar) determina a fragilidade dos vasos capilares. O teste é um método de diagnóstico clínico para determinar o risco de hemorragia. No teste, é observada a formação de petéquias múltiplasno antebraço após a aplicação de um torniquete no braço. Desenha-se um quadrado com 2,5 cm (em todos os lados do quadrado) no antebraço do paciente com caneta esferográfica, e conta-se o número de petéquias formadas dentro dele. A prova do laço é conhecida principalmente para ajudar no diagnóstico de dengue. No entanto, como testa a fragilidade dos vasos, também pode ser usada quando se desconfiam de outras doenças que podem causar hemorragias, como: escarlatina, trombocitopenia, hemofilia, doenças no fígado e anemia. A prova será positiva se houver 20 ou mais petéquias em adultos e dez ou mais em crianças. Cabe atenção para o surgimento de possíveis petéquias em todo o antebraço, dorso das mãos e nos dedos. Trata-se de um exame pouco específico e deve ser feito apenas para auxiliar no diagnóstico. Figura 10. Prova do laço positiva. Fonte: https://www.tuasaude.com/prova-do-laco/. Perfil bioquímico do soro A escolha do procedimento odontológico e dos medicamentos que serão administrados para um paciente internado podem sofrer alterações a partir do resultado dos exames de perfil bioquímico. Os exames de perfil bioquímico do soro sanguíneo compreendem um conjunto de mais de 20 testes, que revelarão dados importantes para a avaliação médica do candidato ao tratamento odontológico dentro de um ambiente hospitalar. 23 EXAMES LABORATORIAIS | UNIDADE II A parte bioquímica do sangue é considerada complexa, uma vez que, numa mesma doença, pode haver envolvimento de mais de um elemento. Entre diversos testes, podemos citar como exemplos: a glicose sérica, o cálcio sérico, o potássio no soro, o sódio no soro, o fósforo inorgânico, a fosfatase alcalina, a creatinina, a bilirrubina, a hemoglobina, o cálcio sérico, a hemoglobina glicosilada (ou hemoglobina glicada), entre outros. O conhecimento sobre esses exames é de fundamental importância para o cirurgião-dentista que está inserido no atendimento hospitalar. Glicose As taxas de glicose no sangue se mantêm devido ao mecanismo de regulação hormonal, sendo os principais integrantes a insulina, o glucagon, a adrenalina e o cortisol. As taxas no exame de glicemia podem apresentar-se aumentadas (hiperglicemia) ou diminuídas (hipoglicemia). É necessário conhecer o histórico do paciente em relação a diabetes, sedentarismo e obesidade. O clínico deve suspeitar de diabetes e solicitar a taxa de glicemia, que deverá ficar abaixo de 126 mg/dl. O diabético é considerado paciente especial, e o cirurgião-dentista deve conhecer as possíveis alterações causadas pela doença no tratamento odontológico (sangramento, problemas na cicatrização e predisposição às infecções). Ureia A ureia é a principal forma de excreção do nitrogênio proveniente da quebra de proteínas. A sua dosagem é uma das formas de avaliação da função renal. Creatinina A creatinina é eliminada do plasma pela filtração no rim. Na insuficiência renal, aumentam- se a ureia e, posteriormente, a creatinina. Os valores nesse exame ficam alterados quando aproximadamente 50% da função renal estiver comprometida. Dosagens de proteínas plasmáticas – total e frações Representadas principalmente por albuminas e globulinas, sua concentração representa a pressão parcial exercida pelas proteínas no interior do vaso sanguíneo, bem como participa da regulação hídrica e do volume de sangue. 24 UNIDADE II | EXAMES LABORATORIAIS A deficiência de proteínas pode manifestar-se com edema generalizado, relacionar-se com insuficiência hepática, desnutrição proteica, neoplasias, febre reumática, processos inflamatórios, tuberculose e hepatites. Bilirrubinas As bilirrubinas são pigmentos decorrentes do catabolismo da hemoglobina. Proteína C-reativa Proteína plasmática que se altera durante a fase aguda de processo inflamatório. Cálcio e fósforo O metabolismo dos dois íons é alvo de alterações endócrino-metabólicas. Diversos fatores, de natureza endócrina, renal, gastrointestinal e metabólica, podem contribuir para a homeostase do cálcio e fósforo no organismo. Sódio O sódio é fundamental no controle hidroeletrolítico do organismo. Todo o equilíbrio hídrico do organismo e a excreção de cloretos e potássio dependem do sódio. A concentração pode ser influenciada em pessoas desidratadas, que usam medicamentos diuréticos ou pela ação de hormônios. Potássio O íon potássio também é fundamental para o controle hidroeletrolítico. Em cirurgias de extensas, infecções generalizadas e em diabéticos não controlados, sua concentração pode sofrer alterações. Fosfatase alcalina Enzima que pode indicar doenças hepáticas e ósseas. Amilase Enzima presente em grande quantidade no pâncreas. Pode estar aumentada nos casos de pancreatite aguda. A hiperamilassemia salivar pode ser observada nos casos de parotidite epidêmica e parotidite bacteriana. 25 EXAMES LABORATORIAIS | UNIDADE II O que estamos estudando aqui tem como objetivo despertar a sua atenção para essa importância desse assunto, visto que é necessário avaliar cada paciente em sua real situação e entender os efeitos sistêmicos sob o resultado de exames e, assim, poder solicitar e também definir tratamentos, juntamente com a equipe interdisciplinar, para os pacientes hospitalizados com necessidade de acompanhamentos odontológicos. Reações sorológicas O exame sorológico serve para buscar reações específicas de determinada doença. Atualmente, existem diversos exames, apesar de não ser rotina a solicitação destes no consultório odontológico. A maior parte é usada em especialidades, tais como estomatologia, cirurgia e traumatologia. No quadro a seguir, você pode consultar a relação de exemplos de doenças que podem ser diagnosticadas por reações sorológicas. Quadro 2. Relação entre patologias que podem ser diagnosticadas e exames sorológicos. Patologia Exames Sorológicos Sífilis » VDRL (Veneral Disease Research Laboratories) » Teste de Nelson » Teste de Meyer –TPI » FTA – ABS (Fluorescence Treponema Pallidum Absorption Test) » TPHA (Treponema Pallidum Haemoglutination Assay) » Elisa (Enzyme – Linked Immuno Sorbent Assay) Febre amarela » Reação de inibição de hemaglutinação » Reação de fixação de complemento » Reação de neutralização Parotidite epidêmica » Reação de fixação de complemento » Amilase salivar Mononucleose infecciosa » Microscopia com imunofluorescência indireta ou ensaio imunoeniático » Reação de Paul Bunnel Leishmaniose » Teste de Montenegro » Teste de imunofluorescência indireta Doença de Chagas » Hemaglutinação » Imunofluorescência » Teste de Machado Guerreiro Toxoplasmose » Reação de imunofluorescência indireta com pesquisa para anticorpo tipo IgG ou IgM » Reação de fixação de complemento » Reação de inibição de hemaglutinação Paracoccidioidomicose » Reação sorológica pela técnica de imunodifusão dupla, em geral de ágar » Reação de fixação de complemento Histoplasmose » Reação de fixação de complemento 26 UNIDADE II | EXAMES LABORATORIAIS Rubéola » Demonstração de anticorpos de neutralização » Reação de inibição de hemaglutinação » Elisa » Reação de fixação de complemento Sarampo » Teste sorológico de inibição de hemaglutinina » Titulagem de anticorpos neutraliantes » Reação de fixação de complemento Varicela » Testes sorológicos como ensaio imunoabsorvente ligado à enzima (Elisa) » Reação de fixação de complemento » Testes para a imunoglobulina M (IgM) antivaricocela-zoster (VZ) Fonte: Boraks, 2011. 27 CAPÍTULO 2 EXAME DE URINA A urina é um líquido de cor amarelada transparente resultante da filtração do sangue pelos rins. É formada pelo resultado da água ingerida e das substâncias tóxicas resultantes do metabolismo humano. O líquido formado por essas substâncias é então armazenado na bexiga e, quando atinge uma quantidade determinada, a urina é então excretada para o exterior através da uretra. Como uma importante função essencial ao funcionamento do organismo, a urina excreta e elimina toxinas naturalmente produzidaspelo organismo, assim como regula os líquidos e o equilíbrio entre bases e ácidos. A quantidade normal de volume de urina eliminado pelo corpo humano produzida por um indivíduo adulto é de 1 a 1,5 litros. Porém, essa quantidade varia muito, dependendo da dieta líquida diária da pessoa. A composição da urina varia em torno das seguintes proporções: » 95% de água; » 3,7% de resíduos orgânicos; » 1,3% de resíduos inorgânicos. A análise qualitativa e quantitativa desses compostos pode nos fornecer importantes informações quanto aos processos fisiopatológicos renais, e o exame de urina é considerado o mais importante para essa avaliação. Além disso, esse teste também pode nos dar resultados comparativos para avaliar outros órgão e sistemas envolvidos numa doença. O exame de urina é um teste realizado na urina, ou seja, o produto da filtração glomerular ocorrida nos rins que tem por função excretar as substâncias indesejadas ao organismo. Um exame de urina é usado para detectar e gerenciar uma ampla gama de distúrbios, como infecções do trato urinário, doenças renais e diabetes. O encaminhamento do material coletado deverá ser devidamente identificado e entregue ao laboratório de análises, de preferência imediatamente após a coleta ou, pelo menos, dentro do prazo de 2 horas. Há ocasiões em que o próprio paciente terá condições de colher sua urina. Dessa forma, deverá ser orientado de forma simples e objetiva pelo cirurgião-dentista, quando este souber como proceder, ou então será preciso receber as orientações da equipe de enfermagem responsável pelos exames. 28 UNIDADE II | EXAMES LABORATORIAIS Uma das grandes discussões é tentar padronizar uma nomenclatura adequada para o exame de urina. Chamado por muitos de exame de urina de rotina, recebe também as seguintes denominações: » urina tipo 1; » urina tipo I simples; » sumário da urina; » urina simples; » análise físico-química da urina e sedimento; » EAS (elementos anormais e sedimentoscopia); » EQU (exame químico da urina); » ECU (exame comum da urina); » urina parcial; » PEAS (pesquisa de elementos anormais e sedimento); » uroanálise; » uranálise; » urinálise. Um exame de urina envolve a verificação da aparência, da concentração e do conteúdo da urina. Resultados anormais da urina podem indicar alguma doença. Por exemplo, uma infecção do trato urinário pode fazer com que a urina apareça turva em vez de clara. Níveis aumentados de proteína na urina podem ser um sinal de doença renal. Resultados incomuns da urinálise geralmente exigem testes mais específicos. O exame de urina incluirá caracteres físicos como: » volume; » aspecto; » cheiro; » cor; » densidade; » reação (pH). 29 EXAMES LABORATORIAIS | UNIDADE II E também incluirá aspectos químicos, entre os quais: » proteínas; » açúcares; » corpos cetônicos; » bilirrubina; » urobilinogênio; » ureia; » creatinina; » ácido úrico. Na prática hospitalar, esses parâmetros acima são considerados como um exame de urina tipo I simples, que não inclui a análise microscópica do sedimento. Já o exame de sedimento unitário quantitativo é o mais utilizado em ambiente hospitalar, sendo mais específico para a análise dos elementos não dissolvidos na urina. A análise microscópica do sedimento urinário é importante para a avaliação da evolução de doenças renais, urológicas, hipertensivas, entre outras. Esse exame inclui a análise dos seguintes elementos: » hemácias: comumente, a urina não deve conter glóbulos vermelhos. Nos casos em que ocorre, o ideal é não ultrapassar o valor de um ou dois por campo microscópico. Quando a quantidade se mantém superior, é sempre um quadro patológico e constitui as hematúrias (sangue na urina) microscópica ou macroscópica. Nesse caso, a taxa de hemácias é igual ou superior a 1 ml de sangue por litro de urina, tornando-se, então, visível. As hematúrias podem ser transitórias e benignas, mas também podem indicar lesões inflamatórias, infecciosas ou traumáticas dos rins ou das vias urinárias. A morfologia dos eritrócitos é útil para ajudar a localizar a origem da lesão, seja uma doença nos rins ou em qualquer outro lugar no sistema ou nas vias urinárias; » leucócitos: podem estar presentes em pequena quantidade na urina normal. Porém, em quantidade elevada, é denominada piúria. Os neutrófilos são o tipo mais comum, mas também podem ser observados eosinófilos e linfócitos. Quantidades aumentadas indicam a presença de lesões inflamatórias, infecciosas ou traumáticas em qualquer nível do trato urinário. Também pode ser um indicativo de contaminação da amostra. Por isso, deve-se sempre excluir contaminação por via genital. É preciso 30 UNIDADE II | EXAMES LABORATORIAIS observar qual tipo de célula branca está aumentada para buscar a causa sistêmica ou local correspondente; » células epiteliais: é comum achar algumas células epiteliais. Podem ser de três tipos distintos: células escamosas, transacionais e dos túbulos renais. A maioria não tem significado clínico, representando uma descamação de células do revestimento epitelial do trato urinário. O achado de células com atipias nucleares ou morfológicas pode indicar a presença de processos neoplásicos. A presença de fragmentos epiteliais e de células de origem tubular pode estar ligada a processos de necrose tubular aguda e a lesões isquêmicas renais; » cilindros: são elementos exclusivamente renais compostos por proteínas e moldados principalmente nos túbulos distais dos rins. Por essa razão, todas as partículas que estiverem contidas em seu interior são provenientes dos rins. Indivíduos saudáveis, principalmente após exercícios extenuantes, febre ou uso de diuréticos, podem apresentar pequena quantidade de cilindros, geralmente hialinos. Os cilindros são formados pela coagulação de proteínas que se moldam ao atingir os túbulos renais. Isso se dá em torno de um núcleo mucoproteico formado por uma globulina secretada pelas células tubulares. Esses moldes tubulares ou cilindros podem se apresentar de várias maneiras. São hialinos quando constituídos só por proteínas, mostrando-se homogêneos e transparentes. Podem se apresentar com aspecto hemático, leucocitário, epitelial ou misto se contiverem na sua constituição esses elementos. Tais elementos incluídos no cilindro indicam que a localização do processo patológico que lhe deu origem está no parênquima renal, daí advindo o seu valor diagnóstico. Nas doenças renais, apresentam-se em grandes quantidades e em diferentes formas, de acordo com o local da sua formação. Os cilindros podem estar presentes em diferentes doenças, como: hemáticos (doença renal intrínseca), leucocitários (pielonefrites), de células epiteliais (lesões nos túbulos renais), granulosos (doença renal glomerular ou tubular e algumas situações fisiológicas) e céreos (insuficiência renal, rejeição a transplantes, doenças renais agudas e estase do fluxo urinário); » muco: sua presença é normal na urina, em que se apresenta com aspecto filamentoso ou fusiforme. Quando ocorre em quantidade aumentada, indica a ocorrência de processos inflamatórios e irritativos das vias urinárias; » cristais: os cristais são formados a partir da precipitação de sais presentes na urina por diversos fatores, como o pH e a concentração. São um achado frequente na análise do sedimento urinário normal. Há cristais cuja presença na urina pode estar associada a algumas doenças metabólicas ou infecciosas, sendo considerados cristais patológicos. Um mesmo cristal, na dependência da quantidade, da forma de apresentação e das condições do meio ambiente urinário, pode ter diferentes significados clínicos. 31 EXAMES LABORATORIAIS | UNIDADE II Alguns cristais representam um sinal de distúrbios físico-químicos na urina ou têm significado clínico específico, como os de cistina, leucina, tirosina e fosfato amoníaco magnesiano. Podem também ser observados cristais de origem medicamentosa e decomponentes de contrastes urológicos. A cistina está ligada ao defeito metabólico cistinúria, além de responder por cerca de 1% dos cálculos urinários. Como a tirosina e a leucina são resultado de catabolismo proteico, seu aparecimento na urina sob a forma de cristais pode indicar necrose ou degeneração tecidual importante. Os cristais de fosfato amoníaco magnesiano estão relacionados a infecções por bactérias produtoras de urease; » bactérias: a suspeita de infecção urinária pode acontecer se bactérias estiverem presentes em amostras recentemente obtidas por coleta de jato médio, particularmente se numerosos leucócitos estiverem também presentes. Normalmente, a urina não possui bactérias, mas, se a amostra não for colhida nas condições adequadas, pode ocorrer contaminação. Especialmente em mulheres, bactérias e leucócitos na urina podem ser resultados de contaminação com secreções vaginais. Em infecções do trato urinário com envolvimento dos rins, além de leucócitos e bactérias, podem ser observados cilindros leucocitários e mesmo cilindros contendo bactérias; Figura 11. Bactérias e pus em uma amostra de urina vista ao microscópio. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bacteriúria#/media/Ficheiro:Bacteriuria_pyuria_4.jpg. » parasitas: o Trichomonas vaginalis é o parasita encontrado com maior frequência em amostras de urina. Por ser um protozoário flagelado, é facilmente identificado pela sua movimentação rápida e irregular pela lâmina. Porém, quando não se move, é muito difícil de distingui-lo de um leucócito. O achado na urina geralmente indica contaminação por secreções genitais, sendo uma frequente causa de vaginites e uretrites. Alguns outros parasitas também podem ser encontrados, normalmente resultado de uma contaminação fecal. 32 UNIDADE II | EXAMES LABORATORIAIS Abaixo, alguns achados que podemos avaliar com a utilização do exame de urina: » acidez (pH): o nível de pH indica a quantidade de ácido na urina. Níveis anormais de pH podem indicar um distúrbio renal ou do trato urinário; » concentração: uma medida de concentração ou gravidade específica mostra como as partículas concentradas estão na sua urina. Uma concentração maior que a normal geralmente é resultado da não ingestão diária de líquidos em volume suficiente; » proteína: baixos níveis de proteína na urina são normais. Pequenos aumentos de proteína na urina geralmente não são motivo de preocupação, mas quantidades maiores podem indicar um problema renal; » açúcar: normalmente, a quantidade de açúcar (glicose) na urina é muito baixa para ser detectada. Qualquer detecção de açúcar nesse teste geralmente requer testes de acompanhamento para diabetes; » cetonas: tal como acontece com o açúcar, qualquer quantidade de cetonas detectada na urina pode ser um sinal de diabetes e requer testes de acompanhamento; » bilirrubina: a bilirrubina é um produto da degradação dos glóbulos vermelhos. Normalmente, a bilirrubina é transportada no sangue e passa para o fígado, no qual é removida e se torna parte da bile. A bilirrubina na urina pode indicar danos ao fígado ou doença; » evidência de infecção: se nitritos ou leucócitos esterase – um produto de glóbulos brancos – são detectados na urina, pode ser um sinal de uma infecção do trato urinário; » sangue: o sangue na urina requer testes adicionais – pode ser sinal de dano renal, infecção, cálculos renais ou na bexiga, câncer de rim ou de bexiga, além distúrbios sanguíneos. 33 REFERÊNCIAS AMARAL, C. O. F. et al. Bases para interpretação de exames laboratoriais na prática odontológica. Journal of Health Sciences, v. 16, n. 3, 2015. AQUINO, F. N. M. H. Ultrassonografia em odontologia: uma revisão de literatura. 2014. 30 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 2014. ARAÚJO, F. A. C. et al. Tratamento cirúrgico de sialólito em glândula submandibular – relato de caso. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-Fac., v. 11, n. 4, pp. 13-18, 2011. BARROS, R. M. G.; CAMPOS, K. S. 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UNIDADE II Exames Laboratoriais Capítulo 1 Exames hematológicos Capítulo 2 Exame de urina Referências
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