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INTERPRETAÇÃO E AVALIAÇÃO DE EXAMES HOSPITALARES UNIDADE IV EXAMES ANATOMOPATOLÓGICOS Atualização Neisiana Barbieri Zapellini Elaboração Andrea Sayuri Silveira Dias Terada Cláudio Rodrigues Rezende Costa Lázara Joyce Oliveira Martins Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração SUMÁRIO UNIDADE IV EXAMES ANATOMOPATOLÓGICOS................................................................................................................................................5 CAPÍTULO 1 BIÓPSIA ............................................................................................................................................................................................. 5 CAPÍTULO 2 DEMAIS EXAMES E ANÁLISES ............................................................................................................................................... 12 CAPÍTULO 3 PREENCHIMENTO DE FICHA PARA AVALIAÇÃO ANATOMOPATOLÓGICA .......................................................... 18 REFERÊNCIAS ...............................................................................................................................................20 4 5 UNIDADE IVEXAMES ANATOMOPATOLÓGICOS CAPÍTULO 1 BIÓPSIA O conceito de biópsia é a remoção de um fragmento de tecido ou coleta de células em determinada região do corpo para avaliação microscópica. Diferentes patologias podem apresentar características clínicas e sintomatologia semelhantes, porém o tratamento é completamente diferente. O tratamento será efetivo se o profissional da saúde souber a verdadeira causa que gerou determinada doença ou lesão. A biópsia não só permite diagnosticar uma patologia, mas, quando se trata de câncer, indica o grau de diferenciação, tipo histológico, a infiltração, o comprometimento das estruturas próximas e a margem de segurança, facilitando o tratamento adequado. Existem diferentes formas de se avaliar o tecido oral do paciente: remoção completa da lesão, remoção parcial, coleta de células superficiais, ou até mesmo analisando o líquido presente no interior de um cisto intraósseo, por exemplo. A análise microscópica fornecerá informações na alteração morfológica e metabolismo das células e presença de microrganismos causadores de infecções, tais como fungos, vírus, colônias de bactérias e protozoários. As indicações de biópsias, em princípio, são para: lesões em forma de úlceras persistentes, nódulos de crescimento rápido, manchas enegrecidas, placas brancas e manchas avermelhadas suspeitas de eritroplasia. Não existem fatos que contraindiquem a realização da biópsia. No entanto, alterações sistêmicas podem dificultar o procedimento, tais como: diabetes, problemas cardíacos e hipertensão, ou seja, as contraindicações deixam de prevalecer em pacientes controlados. 6 UNIDADE IV | EXAMES ANATOMOPATOLÓGICOS Biópsia incisional Esse tipo de procedimento é muito utilizado na Odontologia, sendo sua principal característica a remoção parcial da lesão. A biópsia incisional é indicada para lesões extensas, em que há chances de prejuízo funcional e estético na remoção completa, e, principalmente, em casos com suspeita de lesões cancerizáveis, como queilite actínica, eritroplasias e leucoplasias extensas. Na suspeita de tumores malignos, como o carcinoma espinocelular e carcinoma basocelular, é primordial a biópsia incisional para que o oncologista responsável pelo tratamento não perca o referencial de localização da lesão. As regiões mais comuns no surgimento de lesões cancerizáveis e câncer são: borda lateral de língua, assoalho da boca e lábio inferior. Em regiões de difícil acesso, como palato mole, nasofaringe e orofaringe, também é comum o desenvolvimento do carcinoma espinocelular. A técnica para coleta de material avaliado em biópsias incisionais pode ser realizada com lâmina de bisturi (principalmente lâminas do tipo 15 e 15C), em que se realiza incisão em formato elíptico para facilitar coaptação de bordas e sutura, com profundidade de 3 mm, em média, para captação de tecido epitelial e superfície de tecido conjuntivo no formato de cunha ou casco de navio. É importante salientar que a região eleita para coleta deve conter tecido sadio e alterado para comparação das células e camadas teciduais. Regiões de crosta e necrose devem ser evitadas. Figura 39. Esquema ilustrativo de biópsia incisional. Fonte: http://picdeer.com/odontologiadiaria. Figura 40. Caso de queilite actínica em lábio inferior, indicação para biópsia incisional. Fonte: http://www.forumsaude24.com/queilite-actinica-tratamento-e-causas/. https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwiDvKucpefjAhUaIrkGHRwYD-wQjRx6BAgBEAU&url=http://www.forumsaude24.com/queilite-actinica-tratamento-e-causas/&psig=AOvVaw1Sj7Rm7odqdQAuitC-v3IG&ust=1564941945337939 7 EXAMES ANATOMOPATOLÓGICOS | UNIDADE IV Quando a lesão se apresenta de difícil acesso, podem-se utilizar instrumentais que facilitam a coleta do material. O saca-bocado e o punch (veja figuras 41, 42 e 43) são modelos de instrumentais adaptados para capturar fragmentos de tecido em regiões de acesso limitado, como regiões do palato mole, por exemplo. Figura 41. Diferentes diâmetros de punch para coleta de material biológico. Fonte: histopat.blogspot.com/2012/08/biopsia-con-sacabocadospunchtrocar.html. Figura 42. Esquema ilustrativo de coleta de material utilizando punch. Fonte: histopat.blogspot.com/2012/08/biopsia-con-sacabocadospunchtrocar.html. Figura 43. Modelo de saca-bocado para coleta de material intraoral. Fonte: https://bbm-instruments.de/es/pinzas-saca-bocados-para-biopsia/7852-tischler-uterus-biopsiezange-220-cm.html. 8 UNIDADE IV | EXAMES ANATOMOPATOLÓGICOS Biópsia excisional Lesões não cancerizáveis, ou lesões em que o tratamento consiste na remoção completa, exigirão o que chamamos de biópsia excisional. Cistos periapicais, mucoceles, leucoplasias de pequeno diâmetro, mácula, tatuagem por amálgama são exemplos de lesões cujo tratamento consiste na biópsia excisional. A técnica é semelhante aos procedimentos realizados na biópsia incisional. A diferença consiste apenas na remoção completa da lesão e enucleação, como mostrado na Figura 44. Figura 44. Esquema ilustrativo para biópsia excisional. BIÓPSIA EXCISIONAL Fonte: http://histopat.blogspot.com/2012/08/biopsia-incisional.html. Figura 45. Mucocele, caso indicativo para biópsia excisional. Fonte: https://www.studiodentaire.com/en/conditions/mucocele.php. Em pacientes portadores de lesões suspeitas de melanoma e hemangioma em lesões de pequena dimensão, procede-se à remoção total, com margem e segurança. Dessa forma, não é contraindicada a realização do procedimento de remoção total. 9 EXAMES ANATOMOPATOLÓGICOS | UNIDADE IV Técnica para realização de biópsias Apesar de simples, deve-se considerar que se trata de um ato cirúrgico. Sendo assim, além dos cuidados referentes à técnica, instrumental e biossegurança, observam-se os passos a seguir no intuito de obter material representativo e em boas condições para o processamento. Proceder à antissepsia do local e evitar produtos que contenham corantes e à base de álcool, que poderão introduzir coloração ou desidratar o tecido examinado. Manter a assepsia e utilizar procedimentos para preservar o campo operatório estéril e as barreiras mecânicas a fim de evitar a introdução de contaminação no local a ser trabalhado. A anestesia, sempre que possível, deve ser aplicada distante da lesão, com vistas a evitar alterações morfofuncionais e vasculares na área que será examinada. Como verificado, lesões pequenas devem ser removidas totalmente; quanto a lesões extensas, remove-se um ou mais fragmentos de diferentes partes representativas da lesão. Na região oral, um exemplo de tumor benigno com necessidade de biópsia excisional são os lipomas (composto de células de gordura), que possuem como principais características: serembem definidos, moles à apalpação, indolores, podem estar envolvidos por cápsula fibrosa ou não, com coloração rósea em regiões profundas ou amarelados em regiões superficiais da mucosa. Os lipomas desenvolvem-se preferencialmente em pacientes com idade superior à quarta década de vida. As chances de recidiva local são baixas. Uma característica importante do lipoma é: como sua principal composição são células adiposas, o material coletado possui baixa densidade; portanto, “flutua” no líquido de conservação utilizado para realização de avaliação anatomopatológica. O caso clínico a seguir apresenta um paciente submetido à excisão completa de lipoma: Figura 46. Paciente com 68 anos, gênero masculino, com tumefação em região de mucosa jugal, lado direito. Fonte: Marques et al., 2014. 10 UNIDADE IV | EXAMES ANATOMOPATOLÓGICOS Figura 47. Lesão removida totalmente. Fonte: Marques et al., 2014. Figura 48. Mucosa jugal do paciente após excisão cirúrgica. Fonte: Marques et al., 2014. Em casos de hiperplasia fibrosa inflamatória (HFI), a biópsia excisional associada à remoção da causa de inflamação local também é o tratamento da lesão. As imagens em sequência são exemplos de caso de tratamento de HFI na região de palato duro. Figura 49. HFI em região de palato duro. Fonte: Barros; Campos; Cabral, 2014. 11 EXAMES ANATOMOPATOLÓGICOS | UNIDADE IV Figura 50. Palato duro após remoção completa da HFI. Fonte: Barros; Campos; Cabral, 2014. 12 CAPÍTULO 2 DEMAIS EXAMES E ANÁLISES Diascopia Em lesões arroxeadas ou avermelhadas, indicativas de lesões vasculares, não devem ser realizadas biópsias incisionais, correndo sérios riscos de hemorragia local. O exame complementar que fornecerá o diagnóstico diferencial para lesões vasculares recebe a denominação de diascopia ou vitropressão. Esse exame, considerado não invasivo, consiste na compressão local utilizando-se uma lâmina de vidro. Na ocorrência de isquemia local, finaliza-se o diagnóstico de uma variação de lesão vascular, necessitando de acompanhamento da evolução ou involução fisiológica da lesão ou necessidade de tratamentos específicos, como esclerose intravascular. Veja na Figura 51 a ilustração do exame de diascopia. Figura 51. Na primeira foto, registro de lesão vascular em mucosa labial inferior. Na segunda foto, ilustração do exame diascopia, gerando isquemia local. Fonte: Rao et al, 2012. Punção aspirativa por agulha fina Casos em que não é possível a coleta de um fragmento da lesão para análise histopatológica e em que se necessita avaliar o conteúdo interno de um cisto (intraósseo ou subcutâneo), ou em diferentes glândulas, podemos lançar uso de outra técnica: punção aspirativa por agulha fina (PAAF). Coletando células para análise, colhe-se material de locais de difícil acesso ou próximo de regiões anatômicas que poderiam ser lesadas por outro método. A PAAF é indicada para regiões palpáveis e profundas. É o tipo de biópsia mais comum para a região de cabeça e pescoço, como biópsia em glândulas salivares maiores, glândula tireoide e cadeias diversas de linfonodos. O principal objetivo dessa técnica é diferenciar tecido neoplásico do não neoplásico. 13 EXAMES ANATOMOPATOLÓGICOS | UNIDADE IV Descrição da técnica: utiliza-se agulha de calibre variando de 18 a 27 gauges, conforme região de eleição, seringa de 10 ou 20 mililitros, com capacidade de formação de vácuo no interior. A agulha é introduzida na lesão (utilização ou não de anestesia local), realizam-se movimentos de vai e vem com pequenas vibrações na seringa. Com isso, na presença do vácuo, estimula-se a introdução de pequenos fragmentos de tecido contendo células para análise. Posteriormente, o material recolhido é fixado em lâmina para avaliação. O procedimento pode ser guiado por aparelhos de ultrassonografia. Figura 52. Esquema ilustrativo de punção aspirativa por agulha fina. Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-3-Puncao-aspirativa-realizada-no-periodo-trans-cirurgico_fig3_282394527. Citologia esfoliativa A citologia esfoliativa é uma técnica de coleta de material não invasiva. Possui função de detectar e avaliar as características celulares da superfície de mucosa normal ou patológica. Como não requer incisões e não tem características invasivas ou traumáticas, dispensa instrumental especializado e não produz sequelas pós-operatórias. O exame fundamenta-se na renovação constante das células epiteliais e na sua esfoliação. Na cavidade oral, as células epiteliais descamadas fisiologicamente são recolhidas por meio do uso de espátulas de madeira ou metal e do uso de dispositivos descartáveis denominados Cytobrushs. O material é fixado em lâmina de vidro com o auxílio de álcool na concentração de 95%. Por meio da citologia esfoliativa, o profissional poderá avaliar a presença de células displásicas, confirmando ou não o desenvolvimento superficial de células cancerígenas. Esse exame é de grande utilidade no estudo de lesões ulceradas e placas brancas hiperqueratóticas. Por se tratar de um exame superficial, o diagnóstico positivo para câncer não descarta a necessidade de coleta de fragmento local, por meio de biópsias incisionais ou excisionais. A citologia permite escolher o local mais representativo para realização das biópsias. https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=2ahUKEwiLj76DqOfjAhU2GbkGHVTkAPMQjRx6BAgBEAU&url=https://www.researchgate.net/figure/Figura-3-Puncao-aspirativa-realizada-no-periodo-trans-cirurgico_fig3_282394527&psig=AOvVaw0KGLxdKsGBOtVBdxyBh1yb&ust=1564942682174177 14 UNIDADE IV | EXAMES ANATOMOPATOLÓGICOS O procedimento não necessita de uso de anestésicos locais, é de rápida coleta e confortável para o paciente. Contudo, as citologias esfoliativas são responsáveis por 20% dos exames com resultados “falso-positivos”, necessitando sempre de exames complementares. Veja no Quadro 3 a classificação do esfregaço: Quadro 3. Classificação* de citologia esfoliativa. Classe 0: material insuficiente ou inadequado para execução de exame. Classe I: células normais. Classe II: células atípicas, mas sem evidências de malignidade. Exemplo: processo inflamatório. Classe III: resultado não conclusivo. Células sugestivas de malignidade. Classe IV: células fortemente sugestivas de malignidade. Classe V: resultado positivo e conclusivo de células com malignidade. *Classificação do esfregaço apresentada por Papanicolaou e Traut e modificado por Folson e colaboradores. Fonte: www.portaleducacao.com.br/onteúdo/artigos/odontologia/citologia-esfoliativa/33276. Figura 53. Foto ilustrativa de citologia esfoliativa. Fonte: http://www.medicalexpo.fr/prod/cdx-diagnostics/product-84835-545677.html. As indicações para realização da citologia esfoliativa são: » nos diagnósticos de lesões ulceradas que persistem na mucosa bucal, inalteradas, ou que não apresentam sinais de melhora espontânea ou com tratamento; » no diagnóstico de lesões que seriam submetidas à biópsia, a qual pode, dependendo do resultado, ser postergada caso haja algum impedimento temporário para sua realização; » em lesões extensas e múltiplas, para selecionar o local mais adequado à biópsia; http://www.portaleducacao https://www.google.pt/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjw9JL6rOfjAhUUILkGHQoQBjkQjRx6BAgBEAU&url=/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&ved=&url=http://www.medicalexpo.fr/prod/cdx-diagnostics/product-84835-545677.html&psig=AOvVaw1QhOcQaXuNhobcfNS0QMzz&ust=1564943874985434&psig=AOvVaw1QhOcQaXuNhobcfNS0QMzz&ust=1564943874985434 http://www 15 EXAMES ANATOMOPATOLÓGICOS | UNIDADE IV » no controle de áreas submetidas à radioterapia; » no controle de evolução de certas doenças; » no controle de lesões cancerizáveis; » em áreas onde o teste do azul de toluidina foi positivo; » em lesões aparentemente inócuas. Embora a principal indicação seja o diagnóstico de câncer, as mudanças morfofuncionais, estruturaise tintoriais das células, assim como alterações quantitativas e qualitativas dos microrganismos encontrados, podem indicar elucidações diagnósticas, como nos casos de: leucoplasias; pênfigo vulgar; herpes; blastomicosesul-americana (paracoccidioidomicose); sífilis; candidíase e lesões císticas. Descrição da técnica: após escolher a área, deve-se limpar e secar a lâmina de vidro com uma gaze; desliza-se a espátula ou escova sobre a área examinada. O material, assim que colhido, deve ser depositado de maneira uniforme na lâmina. Avaliação histopatológica Após remoção do fragmento de tecido, a fase de avaliação histopatológica é essencial para o diagnóstico da doença. A forma mais comum de armazenamento do tecido é o depósito em frasco contendo solução de formol na concentração de 10%. Depois de fixada a peça em lâmina de vidro, esta passa pelo processo de coloração utilizando diferentes produtos, sendo o mais comum a hematoxilina e eosina (HE). As estruturas celulares variam conforme pH do azul intenso até coloração rosa clara, podendo passar pelos tons de arroxeados e vermelhos. Observe o Quadro 4 a seguir. Quadro 4. Classificação de avaliação histopatológica. Núcleos: azul Citoplasma: vários tons de rosa Fibras musculares: rosa intenso / vermelho Eritrócitos: laranja / vermelho Fibrina: rosa intenso Fonte: https://pathologika.com/histoquimica/hematoxilina-eosina/. Quando houver alteração no metabolismo ou no funcionamento das células, a coloração se apresentará alterada, bem como a presença de colônias de bactérias e outros microrganismos também será evidenciada pela coloração, e, com isso, há a possibilidade de concluir o diagnóstico. 16 UNIDADE IV | EXAMES ANATOMOPATOLÓGICOS Figura 54. Lâmina histológica de mucosa oral. Fonte: http://mol.icb.usp.br/index.php/13-1-7-mucosa-oral/. Antibiograma Esse exame é utilizado principalmente para a identificação de fungos e bactérias (antibiogramas mais específicos podem ser realizados para a identificação de protozoários e algumas famílias de vírus) presentes em fluidos, saliva e urina. Na cavidade oral, os antibiogramas são realizados com a coleta de secreção purulenta local ou saliva. O material coletado é então depositado em refratário estéril (placa de Petri) contendo meio de cultura. Após deposição, as placas são armazenadas em estufas (simulando temperatura corporal) ou em temperatura ambiente. Após a proliferação das colônias de microrganismos no meio de cultura, são testados diferentes antimicrobianos mediante circunferências de papel toalha embebidas de medicação. As colônias afetadas pela medicação formam um halo ao redor do papel toalha em diferentes níveis, que então determina a tipagem das colônias causadoras da infecção e, em sequência, o tratamento mais eficiente (Figura 55). Figura 55. Modelo de antibiograma em placa de Petri testando diferentes antibióticos. Fonte: https://www.foodlog.nl/artikel/kort/dalend-antibioticagebruik-europese-landbouw-nog-altijd-schokkend. 17 EXAMES ANATOMOPATOLÓGICOS | UNIDADE IV Figura 56. Candidíase pseudomembranosa grave: indicação para realização de antibiograma. Fonte: https://grupoenfermeriaunpa.blogspot.com/2012/05/candida-candida-albicas-caracteristicas.html. Os antimicrobianos possuem funções específicas para diferentes colônias de microrganismos. Se utilizarmos o antibiótico para colônias de bactérias que não são afetadas por ele, geraremos um processo de resistência àquele medicamento no paciente, além de não interromper o processo infeccioso que o paciente enfrenta. https://3.bp.blogspot.com/-ExfA9iyaex8/T7zoUdXtzfI/AAAAAAAAAYM/vfzo7lV3DSA/s1600/Imagen4.jpg 18 CAPÍTULO 3 PREENCHIMENTO DE FICHA PARA AVALIAÇÃO ANATOMOPATOLÓGICA O diagnóstico final de uma alteração bucal depende de uma tríade avaliativa: anamnese, exame físico e exames complementares. Como estamos expondo os diferentes exames complementares para diagnóstico, precisamos explanar as informações essenciais da peça e do histórico da lesão para que o patologista seja coerente no resultado histopatológico. Observe: 1. idade, sexo, raça, profissão; 2. uso de medicações; 3. uso e frequência de álcool, tabaco e demais drogas; 4. histórico de alergias; 5. tempo de permanência da lesão, sintomatologia; 6. características clínicas da lesão (lesão fundamental): a. forma: mancha; placa; úlcera; pápula; nódulo; vesícula; bolha; tumefação; b. base: séssil; pedunculada; c. dimensão: diâmetro; volume; d. coloração: branca; rósea; marrom; roxa; vermelha; e. consistência: rígida; resiliente; f. posicionamento: fixo; móvel; g. lesão removível à raspagem: sim; não. 19 EXAMES ANATOMOPATOLÓGICOS | UNIDADE IV Figura 57. Lesões fundamentais. Fonte: https://pt.slideshare.net/anacborges16/06-lesoes-fundamentais-parte-1. 20 REFERÊNCIAS AMARAL, C. O. F. et al. Bases para interpretação de exames laboratoriais na prática odontológica. Journal of Health Sciences, v. 16, n. 3, 2015. AQUINO, F. N. M. H. Ultrassonografia em odontologia: uma revisão de literatura. 2014. 30 f. 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UNIDADE IV Exames Anatomopatológicos Capítulo 1 Biópsia Capítulo 2 Demais exames e análises Capítulo 3 Preenchimento de ficha para avaliação anatomopatológica Referências
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