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Colonização e Conflitos

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Pergunta 10,2/0,2
 Leia o trecho a seguir.
"Os índios do Sertão Oeste Mineiro – área considerada pelas autoridades no século
XVIII como sendo despovoada de elementos civilizados – foram em sua maioria,
encarados como inimigos e acusados de dificultarem o povoamento e desenvolvimento
da região. Daí, segundo os governantes, surgiu a necessidade de enviar expedições
para atacar suas aldeias, a fim de conseguir a pacificação e a consequente aceitação
dos ensinamentos religiosos e trabalhistas. Havia ainda, a possibilidade de extermínio
dos grupos com o objetivo de liberar a área para novos ocupantes".
AMANTINO, Márcia. A escravidão indígena em Minas Gerais nos séculos XVIII e XIX.
Varia história., Belo Horizonte , v. 22, n. 35, 2006.
A instituição legal invocada pelos colonizadores para realizar expedições de ataque a
indígenas como as descritas no texto acima, era conhecida por:
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 Diretório dos Índios.
 Correta:
 Guerra Justa.
 Resposta correta
 Fundação Nacional do Índio (FUNAI).
 Missões Jesuíticas.
 Catequização forçada.
 Comentários
 livro da disciplina, capítulo 6, páginas 91 e 92. Além de validação moral, a guerra justa
era também instituição legal, que legitimava os ataques a grupos indígenas.
 
 Pergunta 20/0,2
 O texto a seguir foi escrito pelo colono português Gabriel Soares de Sousa, que vivia
então na Bahia, no final do século XVI. Analise-o para desenvolver a questão:
"Ainda que os tupinambás se dividiram em bandos, e se inimizaram uns com outros,
todos falam uma língua que é quase geral pela costa do Brasil, e todos têm uns
costumes em seu modo de viver e gentilidades; os quais não adoram nenhuma coisa,
nem têm nenhum conhecimento da verdade, nem sabem mais que há morrer e viver; e
qualquer coisa que lhes digam, se lhes mete na cabeça, e são mais bárbaros que
quantas criaturas Deus criou".
SOUSA, Gabriel Soares. Tratado descritivo do Brasil em 1587. p. 302. Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me003015.pdf. Acesso em 22 fev.
2023.
Avalie as afirmativas a seguir identificando a relação entre elas:
I. A ausência de crenças religiosas entre os indígenas antes da chegada dos
portugueses tem relação com seu desenvolvimento histórico tardio, por conta do
isolamento geográfico.
II. Os colonizadores lançavam sobre as culturas indígenas as suas próprias concepções,
crenças e preconceitos, e isso deve ser considerado quando suas descrições são
tomadas enquanto documentos históricos.
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 Apenas a afirmativa I é verdadeira.
 Apenas a afirmativa II é verdadeira.
 Resposta correta
 Ambas as afirmativas são verdadeiras, mas a II não é justificativa da I.
 Nenhuma das afirmativas é verdadeira.
 Incorreta:
 Ambas as afirmativas são verdadeiras, sendo a II justificativa da I.
 Comentários
 Livro da disciplina, capítulo 5 (páginas 69 e 70; 77 e 78).
A afirmativa é I incorreta, pois os indígenas possuíam, sim, suas próprias crenças
religiosas, e está equivocado em afirmar que uma sociedade é mais adiantada ou
atrasada historicamente em relação a outras.
A afirmativa II é correta, pois as fontes coloniais sobre os indígenas devem ser
consideradas dentro de seu contexto de produção e, também, perceber os preconceitos
específicos com os quais descreviam as sociedades indígenas.
 
 Pergunta 30,2/0,2
 A história oral é considerada uma metodologia privilegiada no que diz respeito ao
conhecimento da história e da cultura de povos ágrafos. Sobre este método e sua
aplicação à história das sociedades indígenas, assinale a alternativa correta:
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 As estruturas sociais das comunidades indígenas não representam obstáculos à
metodologia da história oral, uma vez que essas comunidades apresentam um formato
de poder horizontal.
 A história oral não se preocupa com a relação estabelecida entre o entrevistador e
entrevistado, pois considera que ambos pertencem a uma mesma cultura.
 Correta:
 A história oral é um método de investigação que valoriza os testemunhos e as narrativas
dos agentes sociais por meio de entrevistas, as quais constituem-se como fontes de
pesquisa.
 Resposta correta
 A metodologia da história oral privilegia o ponto de vista eurocêntrico e, portanto, tem
sido um método desprezado pela Nova História Indígena.
 O emprego do método de história oral no que tange ao conhecimento dos povos
indígenas não apresenta limites, pois tanto indígenas como não indígenas falam
somente o português.
 Comentários
 Gabarito: A história oral é um método de pesquisa que valoriza os relatos dos indivíduos
por meio de entrevistas, utilizando-as como fonte de pesquisa. Ela se constitui como
uma profícua ferramenta para a história indígena, uma vez que a oralidade é uma das
principais vias de troca de valores sociais, políticos e culturais no interior dessas
sociedades. É por meio da fala que os conhecimentos tradicionais são transmitidos de
geração para geração. A metodologia da história oral – assim como qualquer outra
metodologia – possui limites e possibilidades e deve ser utilizado em associação com
outros métodos de pesquisa. No que se refere às dificuldades enfrentadas na aplicação
da história oral às sociedades indígenas, podemos citar: a hierarquização social
(proteção das figuras de liderança, a ausência do direito de fala das mulheres nas
comunidades com formato mais patriarcal, etc.); a diferença linguística entre
entrevistador e entrevista (muitas vezes o português não é dominado por todas as
pessoas das comunidades indígenas e o entrevistador tampouco conhece a língua do
entrevistado).
 
 Pergunta 40,2/0,2
 "No Brasil, o conceito de longa duração vem sendo aplicado para dar maior rigor teórico
às pesquisas que buscam entender o registro arqueológico como vestígios das
populações indígenas atuais. Nesse sentido, diversos trabalhos utilizam o referencial da
'arqueologia como história de longa duração' das populações indígenas, partindo dos
vestígios arqueológicos para escreverem uma história profunda dos grupos indígenas
atuais".
CORREA, Angelo Alves. Longue durée: história indígena e arqueologia. Cienc. Cult.
vol.65 n. 2 São Paulo Abril/Junho, 2013.
De acordo como texto acima a perspectiva da longa duração aplicada ao estudo da
história indígena é importante, sobretudo, para:
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 a explicação da arte e da cultura dos povos indígenas com base na análise dos mitos
contados de geração a geração.
 Correta:
 a compreensão de continuidades históricas entre o passado e o presente dos povos
indígenas atuais por meio de vestígios arqueológicos.
 Resposta correta
 a análise das particularidades de cada língua dos povos indígenas em relação à
gramática da língua portuguesa.
 a percepção das rupturas históricas entre o passado e o presente dos povos indígenas
atuais por meio do estudo de sua organização política.
 a pesquisa sobre o patrimônio histórico imaterial dos povos indígenas por meio de
entrevistas de história oral.
 Comentários
 Gabarito: Ângelo Alves Corrêa (2013) defende que o viés histórico da longa duração
formulado pelo historiador francês Fernand Braudel fornece elementos para o diálogo
entre história e arqueologia no estudo dos povos indígenas. Portanto, o autor propõe
que a arqueologia seja empregada como uma história de longa duração das populações
indígenas, ao partir dos vestígios e artefatos arqueológicos para escrever uma “história
profunda dos grupos indígenas atuais” (CORRÊIA, 2013, p. 26). Com a proposta que
leva em conta a perspectiva de temporalidade da longa duração, é possível abrir um
diálogo entre as duas disciplinas – história e arqueologia –, na medida em que há uma
ênfase na continuidade entre os povos indígenas do passado e os do presente.
 
 Pergunta 50,2/0,2
 A foto abaixo, datada de 1922, revela um aspecto da atuação do Serviço de Proteção ao
Índio, instituição criada em 1910 com o objetivo de estabelecer relações entre associedades indígenas e as não-indígenas, no Brasil.
Analise atentamente a imagem e, a seguir, faça o que se pede.
 
 Fonte: Brasiliana Fotográfica. Disponível em
<http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/20.500.12156.1/5560>
É correto afirmar sobre os objetivos do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), a partir das
informações presentes na fotografia:
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 Buscava a integração com a sociedade não-indígena pelo respeito e manutenção da
cultura indígena, que se pode observar pela indumentária das crianças.
 Tinha por objetivo angariar trabalhadores para serviços braçais nas cidades e regiões
metropolitanas, tendo as escolas um caráter técnico de formação de mão-de-obra.
 Buscava a aniquilação das populações indígenas via conflitos armados com o exército,
razão pela qual a bandeira do Brasil está presente na imagem.
 Correta:
 Visava à aculturação dos indígenas segundo os moldes da sociedade não-indígena, o
que pode ser notado, na fotografia, pelas roupas não tradicionais impostas às crianças.
 Resposta correta
 Administrado pela Igreja Católica, o SPI visava a cristianização das crianças, prática
simbolizada pelas roupas brancas com as quais se apresentaram para a fotografia.

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