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125As Cidades na História História Na Europa, a partir do século XII, as relações sociais presentes nas cidades medievais reforçaram o sentimento cristão. A inquietude com a salvação da alma contribuiu para as construções de catedrais. Para tanto, os burgueses ricos contribuíram com doações em dinheiro, os mercadores e as corporações de ofício com a oferta de vitrais e materiais de construção, como foi o caso da construção da catedral de Chartres (1145). Foi intenso o movimento urbano e suburbano do clero católico, a religião católica influenciou a vida das pessoas nas cidades e no campo. Desta forma, a importância da moral religiosa católica, expressava-se na arquitetura das grandes catedrais do século XII, com o estilo românico, apontando mudanças para o estilo gótico. Cidades e catedrais: românica e gótica Na catedral de Pisa, na Itália, manifestou-se a arquitetura românica. Em 1063, iniciou-se a construção do prédio da catedral, a planta era em formato de cruz, com uma cúpula no encontro dos braços, a frente era em forma de frontão, características dos templos gregos. O edifício mais conhecido do conjunto foi o campanário. Trata-se da famosa Torre de Pisa, inclinada porque o terreno cedeu. A construção da Torre de Pisa foi iniciada no ano de 1174. O elemento que mais chamava atenção foi a superposição de delgadas colunas de mármore, que formavam sucessivas arcadas ao redor de todos os andares do edifício, conforme você pode observar no documento 5. A arte românica predominou até o início do século XII, quando mudanças como a expansão do comércio contribuíram para uma revolução da arquitetura. Essa nova arquitetura foi chamada de gótica. Esse estilo seguiu a verticalidade românica, que, devido à religiosidade, refletia o desejo de ascensão espiritual. A catedral de Notre-Dame de Paris, na França, é a que melhor expressa o estilo gótico. Teve sua construção iniciada no ano de 1160. Foram empregados novos recursos técnicos para esta construção, feita com arcos ogivais, abóbada e verticalidade. Nas aberturas laterais, foram colocadas janelas com lindos vitrais. Seu comprimento é de 150,20 metros e suas principais abóbadas estão a 32,50 metros do chão, conforme você pode verificar no documento 6. Mas como caracterizar especificamente os estilos de arquitetura românica e gótica das catedrais? Documento 7 A característica mais importante da arquitetura gótica é a abóbada de nervuras; ela difere muito da abóbada de arestas da arquitetura românica, porque deixa visíveis os arcos que formam sua estrutura. Catedral de Pisa com seu campanário (1063-1272) - PROENÇA, 2003, p. 60. n Documento 5 Catedral de Notre-Dame de Paris (iniciada em 1160). PROENÇA, 2003, p. 66. n Documento 6 126 Relações culturais Ensino Médio Após observar os documentos 5 e 6, leia o documento 7. Depois organize um quadro comparativo das diferenças nos estilos arquitetônicos das catedrais românica e gótica. ATIVIDADE Você pode saber mais sobre as cidades medievais discutindo os textos que a historiografia nos apresenta. Texto 8 Em Limoges, existia no século XIII, a Claustre (o mercado dos trigos), mercados de peixes, de legumes, e dois mercados de carne. Uma rua era destinada aos cambistas, a rue des taules [ruas das mesas]. Havia uma feira em 30 de junho em Saint-Martial, coincidindo com uma peregrinação às relíquias do santos, e outra em Saint-Géraud, em 13 de outubro. Em Bourges, havia três feiras propriamente ditas na praça do Mercado Velho: no Natal, no dia de Santo Ambrósio (18 de outubro, mas também a 29 de junho, o dia dos santos Pedro e Paulo) e no de Santo Ursino, esta confirmada por Luís VII [1120-1180] em 1157. A estas se acrescentavam várias pequenas feiras que eram antes mercados: a feira de Saint-Martin, a feira de Saint-Oustrille, feira dos carneiros gordos em maio, a feira das Cinzas ou ‘feira magra’ ou ‘feira das ameixas secas’ na Quarta- feira de Cinzas e três feiras dos aros e da aduela, Saint-Laurent (no cemitério de Saint-Bonnet), Saint- Barthélemy e Saint-Ladre. (Adaptado de LE GOFF, 1992, p. 69.) Texto 9 Florença é indiscutivelmente a cidade italiana onde os ofícios se destacam mais vivamente e onde os seus diversos papéis são mais evidentes. Os diversos ofícios, ou “artes”, desenvolveram-se e criaram a sua força de maneira progressiva. O primeiro passo importante foi dado em 1267, quando os sete ofícios mais ricos se constituem como força econômica e também política de primeira ordem. A Arte di Calimala (composta por grandes mercadores de tecidos), a de Seta (grandes negociantes de seda), a da Lana (fabricantes de lanifícios), a arte dos peleiros, a arte dos merceeiros, negociantes de miudezas e remédios, a arte do câmbio e a dos juizes e notórios – as sete “artes maiores” - formam o popolo grosso; estas sete “artes” dominam, de início sozinhas e depois na companhia das outras artes que quase sempre se mantiveram como suas subordinadas, a grande cidade de Lis. (FOURQUIN, 1991, p. 265.) O que permitiu a construção desse novo tipo de abóbada foi o arco ogival, diferente do arco pleno do estilo românico. A conseqüência imediata do emprego dos arcos ogivais foi a possibilidade de construir igrejas mais altas. Além disso, o alto acentua a impressão de altura e verticalidade. Outro recurso arquitetônico usado no estilo gótico foram os pilares, chamados tecnicamente de suportes de apoio, dispostos em espaços bem regulares. A conseqüência estética mais importante desse ponto de apoio da construção foi a substituição das sólidas paredes com janelas estreitas, de estilo românico, pela combinação de pequenas áreas de paredes com grandes áreas preenchidas por vidros coloridos e trabalhados. (PROENÇA, 2003, p. 64.)
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