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209O Porto de Paranaguá no contexto da expansão do capitalismo História Comércio Exterior do Paraná no final do século XIX (Gráfico 3) 8000 10000 6000 4000 2000 0 1893 1894 1895 1896 1897 exportação importação O gráfico 3 expõe o comércio exterior do Paraná dos anos de 1893 ao de 1897. Observe que a li- nha de exportações em uma das poucas vezes no século XIX estava acima da linha de importações. n O comércio exterior paranaense no século XIX compreendia mer- cadorias enviadas para outras partes do império brasileiro e para ou- tros países. As exportações eram as mais importantes e correspon- diam a 85% da movimentação total no Porto de Paranaguá entre 1842 a 1861. Além do comércio com a região do Prata, o Porto de Paranaguá enviava mercadorias para outras províncias, sobretudo Rio de Janeiro, por meio da navegação de cabotagem. Este tipo de navegação era uma alternativa mais rápida e segura que as rotas continentais, e o Porto de Paranaguá fazia parte desta rota marítima. O período de euforia com relação ao mate provocou uma baixa na produção de alimentos, promovendo um aumento nas importa- ções destes produtos. Ao mesmo tempo, a economia paranaense pas- sou a integrar-se à economia do império brasileiro e a economia mun- dial. Portanto, a cultura ervamateira foi responsável pela integração, pela via marítima, da economia paranaense às rotas da economia bra- sileira e mundial. Para o professor Carlos Antunes dos Santos, Como Saint-Hilaire havia comentado em suas crônicas sobre Pa- ranaguá, era necessária a construção de uma estrada para facilitar o transporte de mercadorias de Curitiba até o litoral do Paraná. Em 1873 foi calçada a estrada da Graciosa e, em 1887, foi inaugurada a estrada de ferro Curitiba-Paranaguá, com 111 Km. Com isso, as exportações no Porto de Paranaguá tornaram-se mais dinâmicas e numerosas. Este de- senvolvimento nos transportes paranaenses estava associado a expan- são do capitalismo. “o mate era de vital importância para a Província, motivando três atividades distintas: a extrativa, a fabril e a comercial, além de alimentar quase toda a indústria de carretos existentes no Paraná. Assim, todos os seus embaraços repercutiam, em geral, na vida do paranaense.” (SANTOS, p. 47) Gráfico 3 210 Relações de trabalho Ensino Médio • A partir da seleção do texto 2 e do gráfico 2, elabore uma narrativa histórica sobre o movimento de mercadorias no Paraná do século XIX. Sua narrativa deve guiar-se pelo contexto histórico em que estão inseridos o texto 2 e o gráfico 2 e apontar algumas conclusões. No entanto você deve ao longo da narrativa evitar abordar os assuntos de forma genérica. As informações e análises apresen- tadas deverão articular os dois temas/fragmentos, um ao outro, assegurando a relação entre eles. ATIVIDADE A expansão do capitalismo No século XIX o mundo tornou-se capitalista, as depressões econô- micas não estavam mais ligadas apenas aos aspectos naturais, próprias das economias agrícolas, mas as crises passam a ter um novo compo- nente ligado à produção e ao consumo. No período de 1848 a 1875 é o momento de difusão do sistema fabril em outras partes da Europa, nos Estados Unidos e no Japão. Para estes países a tarefa de desen- volver o sistema de fábricas tornou-se relativamente mais simples em comparação ao processo que a Inglaterra havia empreendido um sé- culo antes. Esta “simplicidade” explica-se pela apropriação da tecno- logia inglesa pelos países que empreenderam a sua revolução indus- trial no século XIX. No entanto, esta difusão do sistema de fábricas provocou transfor- mações nas sociedades industrializadas e não industrializadas e nas re- lações entre estes países. A produção em larga escala exigia também um mercado consumidor compatível com esta produção, resultando na concorrência entre as potências industrializadas na corrida por es- tes mercados. Sendo assim, a difusão do sistema fabril promoveu a expansão do capitalismo para várias partes do mundo, o que ocasionou mudan- ças nos continentes africano, asiático e americano. Estes continentes, na engrenagem imperialista, seriam responsáveis pelo enriquecimen- to dos países industrializados, em detrimento do bem-estar das popu- lações locais e do desenvolvimento econômico. Neste mesmo período, a Europa assistiu a um grande crescimento demográfico que inquietava as autoridades, por isso a política de emi- gração foi estimulada por vários governos europeus. Portanto, no sé- culo XIX há uma grande movimentação de pessoas e de mercadorias pelo globo. Além disso, com a mundialização da economia era necessário o desenvolvimento dos meios de comunicação e de transporte para in- terligar as várias partes do planeta. Isso provocou a expansão simultâ- nea do comércio e dos investimentos internacionais. z
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