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Controle Interno na Administração

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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ 
ESCOLA DE GOVERNANÇA PÚBLICA DO ESTADO DO PARÁ 
 
 
 
 
 
 
 
DENISE DANTAS MUNIZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTROLES INTERNOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM – PA 
2024 
 
SUMÁRIO 
 
1. O Controle Interno na Administração Pública .................................................. 3 
1.1. Conceitos centrais ........................................................................................ 3 
2. A importância do Controle Interno .................................................................... 5 
3. Princípios administrativos e normas ético-profissionais aplicáveis aos 
servidores públicos do Controle Interno ............................................................... 7 
4. Finalidades do Controle Interno ....................................................................... 8 
5. Formas e Instrumentos de Controle Interno ..................................................... 10 
5.1 Formas e tipos de Controle Interno ................................................................ 10 
5.2. Instrumento de Controle: Gerenciamento de Riscos ..................................... 10 
5.3. Instrumento de Controle: Auditoria Interna ................................................... 15 
5.4. Instrumento de Controle: COSO-ICIF ........................................................... 16 
6. Implementação do Controle Interno ................................................................. 19 
7. Objetos sujeitos à atuação do Controle Interno ................................................ 21 
8. Controle Interno x Formação de Equipe ........................................................... 23 
Referências Bibliográficas ................................................................................... 24 
 
 
3 
 
Curso: Controles Internos na Administração Pública 
Ministrante: Profa. Dra. Denise Dantas Muniz 
1. O CONTROLE INTERNO NA ADMINISTRAÇÃO 
 
1.1. Conceitos Centrais 
 
Existem três elementos que devem ser observados antes de tratarmos 
inicialmente sobre os controles internos, que são: controle, objetivo e risco. 
Ao designar controle, de forma geral, é uma ação tomada com o propósito de 
certificar que algo esteja sendo cumprido com o que foi planejado. Quanto ao objetivo, 
este é o que se deseja alcançar como definido no planejamento. E o risco é um evento 
qualquer que dificulte ou impeça o alcance de um determinado objetivo. Neste sentido, 
cabe apontar que um controle só possui significado e relevância quando é 
devidamente concebido para confirmar os meios de garantia do cumprimento de um 
objetivo previamente definido, havendo sentido em sua existência somente quando 
da presença de riscos que possam ser obstáculos para o alcance do objetivo. 
 
 
 
Neste ínterim, o controle interno (também denominado como controles internos, 
sistema ou estrutura de controles internos) se refere ao processo composto por regras 
de estrutura organizacional e por conjuntos de políticas e procedimentos adotados por 
uma organização para a vigilância, fiscalização e verificação. Deste modo, é possível 
prever, observar, dirigir ou governar eventos que possam ter impacto na consecução 
dos seus objetivos. 
Cabe destaque para delimitar o controle interno, em outras palavras, como 
sendo “aquele realizado pela própria organização, por meio de uma unidade que 
integra a sua estrutura administrativa, com a atribuição de vigilância, orientação e 
correção da atuação das demais unidades vinculadas” (Paula, 20--, p. 4). Assim, um 
Sistema de Controle Interno eficaz proporciona garantia razoável à realização dos 
objetivos da entidade, através da manutenção dos riscos em nível aceitável. 
Neste sentido, a Escola Nacional de Administração Pública – ENAP (2020, p. 
5) denota que a presença de um controle interno que seja eficaz, quando atuante em 
conjunto com uma supervisão de gestão de riscos com alto nível de maturidade, 
permite para a entidade definir objetivos estratégicos considerando os riscos desde a 
fase inicial do planejamento, minimizando a sujeição da entidade aos riscos 
associados. 
 
 
 
Neste contexto, vale apontar a definição de controle interno feita pelo 
Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission – COSO (IIA, 
2013, p. 12), que se transcreve: 
 
“Controle interno é um processo conduzido pela estrutura de governança, 
administração e outros profissionais da entidade, e desenvolvido para 
proporcionar segurança razoável com respeito à realização dos objetivos 
relacionados a operações, divulgação e conformidade”. 
“É, portanto, um processo organizacional de responsabilidade da própria 
gestão, adotado com o intuito de assegurar uma razoável margem de garantia 
de que os objetivos da organização sejam atingidos” (TCU, 2009, p. 4) 
Uma entidade que adota uma postura ativa consegue explorar de forma 
mais eficiente a relação entre o risco e o retorno compatível com o apetite 
ao risco, que é definido pela estrutura de governança. 
4 
 
Curso: Controles Internos na Administração Pública 
Ministrante: Profa. Dra. Denise Dantas Muniz 
 
Na Administração Pública, Calixto e Velásquez (2006, p. 65) definem o Controle 
Interno como sendo aquele que “o Poder Público exerce sobre seus próprios 
exercícios, objetivando assegurar a execução desses dentro dos princípios básicos 
da administração pública definidos pelo art. 37 da Constituição Federal”. 
Neste sentido, faz-se relevante apontar uma breve evolução histórica do 
Controle Interno na Administração Pública, uma vez que se torna perceptível a 
necessidade da implementação de melhorias contínuas para conferir grau mais 
elevado de segurança, conforme a seguir: 
 Lei Federal nº 4.320/64, que implementou as expressões “Controle Interno” 
e “Controle Externo”, dispondo sobre o controle interno no âmbito da 
administração (Arts. 75 a 81); 
 Decreto-Lei nº 200/67, que prevê a atuação do controle das atividades da 
Administração Federal em todos os níveis e em todos os órgãos para fins 
de fiscalização na utilização dos recursos e execução de programas; 
 Constituição Federal de 1988, no qual é criado o Sistema de Controle 
Interno e cuja manutenção deve ser feita, de forma integrada, por cada 
Poder da Federação (Arts. 70 a 74); 
 Lei Estadual do Pará nº 6.176/98, que institui o Sistema de Controle Interno 
e cria a Auditoria-Geral do Estado no âmbito do Poder Executivo e dá outras 
providências (Arts. 3º e 4º); 
 Lei Complementar nº 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal, 
implicando na obrigatoriedade de participação do controle interno nos 
relatórios de gestão fiscal; 
 Resolução do Conselho Federal de Contabilidade – CFC – nº 1.135/08, 
definindo o conceito de Controle Interno em seu sentido mais amplo e 
direcionado para a atividade governamental; 
 Diretrizes para Controle Interno no Setor Público, lançado em 2010 pelo 
Conselho Nacional dos órgãos de Controle Interno dos Estados Brasileiros 
e do Distrito Federal – CONACI, referente a atuação dos controles internos 
nos âmbitos municipal, distrital e estadual; 
 Acórdão TCU nº 1.171/2017 – Plenário, que estabelece a Unidade de 
Controle Interno como parte da gestão e do Sistema de Controle Interno da 
própria entidade, cujo papel é de assessoramento dos gestores. 
 
5 
 
Curso: Controles Internos na Administração Pública 
Ministrante: Profa. Dra. Denise Dantas Muniz 
 
 
Desse modo, ao considerar os limites desenhados para o conceito de controle 
interno, o referencial faz recomendação contrária à implementação de um Sistema de 
Controle Interno antes que os objetivos da entidade tenham sido estabelecidos e 
fixados para a organização. Percebe-se, então, que é difícil identificar riscos, 
estabelecer respostas e controles para processos ou atividades para as quais não se 
sabe se contribuem para os objetivos, inclusive os organizacionais. 
 
 
2. A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE INTERNO 
 
A partir de determinado porte,as entidades são gerenciadas de forma 
segmentada, no qual existe um gestor responsável por cada divisão, departamento 
ou setor e que tais responsáveis devem prestar contas periódicas do desempenho da 
área que gerencia, dentro da alçada de gerenciamento. 
Convém, de forma assertiva, fazer apontamento sobre o Controle Interno, pois 
este não se confunde com o processo de gestão, mesmo que o controle seja de 
responsabilidade da administração, uma vez que nem toda atividade de gestão está 
contida no controle interno. Neste sentido, cabe apontar que um dos pontos de maior 
relevância quanto a importância do controle interno está associado à redução do risco 
de falhas quanto ao cumprimento dos objetivos e metas de uma atividade e promover 
a eficiência operacional da entidade. 
Reconhecidamente, a função de controle interno como instrumento de controle 
administrativo se torna fundamental à medida que o exercício adequado sobre cada 
uma das funções assume importância para que se atinjam os resultados mais 
favoráveis com a aplicação otimizada dos recursos planejados, reduzindo a 
possibilidade de desperdícios. 
Neste contexto, um sistema de contabilidade associado à um Sistema de 
Controle Interno ineficiente implica na emissão de informações não confiáveis 
contidas nos relatórios, podendo levar a conclusões errôneas e prejudiciais para a 
tomada de decisões pelos gestores da empresa e por seus usuários externos, sendo 
frequentes os erros involuntários e desperdícios de recursos. 
Deste modo, a importância do Sistema de Controle Interno pode ser resumida 
nos seguintes fatores: 
a) Tamanho e complexidade da entidade: quanto maior a entidade, mais 
complexa é a organização estrutural. Para controlar as operações 
É necessário que se faça observação aos seguintes elementos que caracterizam 
o controle interno, conforme listagem a seguir: 
 Conduzido para atingir objetivos em uma ou mais categorias – 
operacional, divulgação e conformidade; 
 Um processo que consiste em tarefas e atividades contínuas, isto é, um 
meio que respalda o fim esperado; 
 Realizado por pessoas; 
 Capaz de proporcionar segurança razoável, mas não absoluta, para a 
estrutura de governança e a alta administração de uma entidade; 
 Adaptável à estrutura da entidade, sendo flexível na aplicação para toda 
a entidade ou para uma subsidiária, divisão, unidade operacional ou 
processo de negócio da Administração Pública, quando houver. 
6 
 
Curso: Controles Internos na Administração Pública 
Ministrante: Profa. Dra. Denise Dantas Muniz 
eficientemente, a gestão necessita de relatórios e análises concisos, que 
reflitam a situação em cada momento das atividades da entidade; 
b) Responsabilidades: a responsabilidade pela salvaguarda dos ativos da 
companhia e pela prevenção ou descoberta de erros ou fraudes é da 
administração. Neste ínterim, a manutenção de um Sistema de Controle 
Interno adequado é indispensável para a execução correta desta 
responsabilidade; 
c) Caráter preventivo: um Sistema de Controle Interno que funciona 
adequadamente constitui a melhor proteção, para a entidade, contra as 
fraquezas humanas. As rotinas de verificação e revisão são características 
de um bom controle interno, reduzindo a possibilidade de erros ou tentativas 
fraudulentas permanecerem ocultos por tempo prolongado, oferecendo à 
gestão maior confiança sobre as informações e demais dados gerados pelo 
sistema; 
 
 
 
Em referência aos objetivos operacionais, estes são estabelecidos pela gestão 
para o cumprimento de sua missão e respectivo avanço em direção à visão 
previamente estabelecida pela estrutura de governança da entidade. Estão 
normalmente relacionados às perspectivas de eficiência e eficácia, englobando a 
melhoria do desempenho financeiro, inovação, qualidade, satisfação das partes 
relacionadas internas e externas, produtividade, incluindo a proteção e preservação 
dos ativos da organização e a adequada comunicação de perdas. 
Sobre os objetivos de divulgação, convém relacionar à preparação de 
comunicação para uso interno ou externo, independentemente do tipo de informação, 
seja financeira ou não financeira. Estes possuem fundamental importância na 
mobilização e alinhamento de esforços e insumos organizacionais, tomadas de 
decisão, além do alinhamento de expectativas dos servidores tanto para as partes 
internas quanto para as partes externas (cidadãos, fornecedores, governo, órgãos 
supervisores). 
 
 
 
 
 
Exemplos de divulgação interna são os planos operacionais e as métricas de 
avaliação, enquanto as demonstrações contábeis e financeiras exemplificam 
comunicações para públicos externos. 
No que se refere aos objetivos de conformidade, nota-se que deve ser feita a 
separação entre o atendimento às leis e regulamentos do cumprimento de políticas e 
procedimentos internos, devendo a entidade atender as legislações associadas a 
recursos humanos, meio ambiente, tributos, de forma a traduzir as expectativas de 
Neste caso, o controle interno pode ser entendido como a última etapa do 
processo sequencial administrativo, em razão de se comparar a realidade com 
o previsto; identificar os desvios; analisar as causas dos desvios; e implantar 
medidas corretivas. 
Para a entidade na qual está lotado, como você observa o alinhamento das 
expectativas para as partes internas e para as partes externas? 
7 
 
Curso: Controles Internos na Administração Pública 
Ministrante: Profa. Dra. Denise Dantas Muniz 
condutas esperadas pelo Estado, o que implica na não discricionariedade da 
organização e ao risco de sanções pelo não atingimento. 
 
 
3. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS E NORMAS ÉTICO-PROFISSIONAIS 
APLICÁVEIS AOS SERVIDORES PÚBLICOS DO CONTROLE INTERNO 
 
Considerando a relevância e a responsabilidade que se adquire ao assumir 
cargo voltado para a área de Controle Interno, é necessário que o servidor público 
esteja integrado com os princípios basilares do controle interno na administração 
pública. Para tanto, vale observar a Lei Federal nº 10.180/2001; a Lei Estadual nº 
6.176/1998 e alterações, que descrevem os Sistemas de Controle Interno aplicados 
em nível federal e estadual, respectivamente; e a Lei Federal nº 13.019/2014, que 
contempla o livre acesso dos agentes do controle interno a processos, documentos e 
informações relacionadas a termos de colaboração ou de fomento entre a 
Administração Pública e as organizações da sociedade civil. Neste ínterim, os 
princípios gerais e as normas ético-profissionais que norteiam o controle interno estão 
implícitos, por exemplo, na Instrução Normativa Conjunta do Ministério do 
Planejamento, Orçamento e Gestão e da Controladoria-Geral da União – INC 
MP/CGU – nº 01/2016 e na Instrução Normativa da Secretaria Federal de Controle 
Interno da Controladoria-Geral da União – IN SFC/CGU – nº 03/2017, são: 
 Segregação de funções: as atividades de aprovação, execução e controle 
devem ser realizadas de forma separada, isto é, cada um realiza uma única 
atividade específica por vez e de forma independente das demais áreas; 
 Independência técnica-funcional: a área de Controle Interno deve ter um 
corpo técnico próprio, isto é, que não esteja atuando em outras áreas da 
entidade de forma concomitante; 
 Relação custo-benefício: o custo de um controle não deve exceder os 
benefícios gerados, de maneira que o Controle Interno deve ser, em análise 
financeira, lucrativo para a entidade; 
 Qualificação adequada: o corpo técnico vinculado ao Controle Interno 
deve estar em processo de melhoria contínua através de capacitações e 
qualificações dos servidores com rodízio de funções; 
 Aderência às diretrizes e normas: toda análise de fatos e atos da gestão 
que venha a ser realizada deverá estar embasada em fiel cumprimento das 
normas, leis e diretrizes da entidade; 
 Definição de responsabilidades e autoridade: as obrigações e as 
responsabilidades de cada servidor da área de Controle Interno deverão ser 
fixadas e limitadas deforma precisa, clara, concisa e objetiva; 
 Formalização das instruções: os procedimentos e instruções a serem 
adotados pelo Controle Interno devem ser disciplinados e formalizados 
mediante instrumentos normativos claros, eficazes e objetivos; 
 Controle sobre as transações: o Controle Interno tem por função realizar 
acompanhamento prévio, concomitante e subsequente dos atos e fatos*; 
8 
 
Curso: Controles Internos na Administração Pública 
Ministrante: Profa. Dra. Denise Dantas Muniz 
 Legalidade: A ação do controle interno deve estar sujeita ao estabelecido 
em Lei, normas e regulamentos vigentes, não podendo desta se desviar, 
sob pena de invalidação do ato praticado; 
 Impessoalidade: O controle interno deve visar a neutralidade do servidor 
público em relação aos seus atos, requerendo a ausência de marcas 
pessoais e particulares do servidor que esteja no exercício da atividade. 
Cabe ressaltar que o mérito da ação cabe ao Poder Público e que se deve 
primar pelos princípios da Supremacia do Interesse Público¹ e da 
Indisponibilidade do Interesse Público²; 
 
 
 
 Moralidade: O controle interno busca estabelecer, além do cumprimento da 
legalidade, a execução das atividades com ética e honestidade; 
 Publicidade: Princípio constitucional que implica na ação do Poder Público 
de forma transparente, isto é, que as ações executadas devem ser de 
conhecimento público e que a sociedade tenha acesso a todas as 
informações permitidas por Lei; 
 Eficiência e eficácia: O controle interno busca avaliar a eficiência e a 
eficácia das ações governamentais, verificando se os recursos são 
utilizados de maneira adequada e se os objetivos são alcançados de forma 
satisfatória; 
 Prevenção: O controle interno possui abordagem preventiva, no qual busca 
identificar potenciais problemas e riscos antes que se concretizem, evitando 
danos à gestão pública; 
 Integralidade: O controle interno deve abranger todas as atividades e áreas 
da gestão pública, de forma a garantir uma avaliação completa e 
abrangente dos processos administrativos; 
 
 
4. FINALIDADES DO CONTROLE INTERNO 
 
Conforme é observado na Constituição Federal de 1988, o artigo 74 delimita 
com clareza a finalidade do Sistema de Controle Interno, in verbis: 
 
“Art. 74. Os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma 
integrada, Sistema de Controle Interno com a finalidade de: 
I – avaliar o cumprimento de metas previstas no plano plurianual, a execução 
de programas de governo e dos orçamentos da União; 
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e 
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial, nos órgãos e 
entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos 
públicos por entidades de direito privado 
¹Supremacia do Interesse Público: consagração de que os interesses coletivos 
devem prevalecer sobre o interesse do administrador ou da Administração 
Pública. 
²Indisponibilidade do Interesse Público: o interesse público não se encontra à 
disposição do administrador ou de terceiros para ser manipulado conforme 
demanda particular. 
9 
 
Curso: Controles Internos na Administração Pública 
Ministrante: Profa. Dra. Denise Dantas Muniz 
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem 
como dos direitos e haveres da União; 
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional; 
§1º os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de 
qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de 
Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária”. (grifo nosso) 
 
 
 
Convém o destaque em relação ao Sistema de Controle Interno sua 
aplicabilidade quanto à Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, mais especificamente 
no artigo 59, como se transcreve: 
 
“Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com auxílio dos Tribunais de 
Contas, e o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério 
Público, fiscalizarão o cumprimento das normas desta Lei Complementar, 
com ênfase no que se refere a: [...]” (grifo nosso) 
 
Neste sentido, os principais objetivos do Sistema de Controle Interno englobam: 
a) Verificar e assegurar os cumprimentos às políticas e normas da entidade, 
incluindo o código de ética nas relações profissionais e comerciais; 
b) Obter informações adequadas, confiáveis, de qualidade e em tempo hábil, 
e que sejam realmente úteis para as tomadas de decisão pela gestão; 
c) Comprovar a veracidade de informes e relatórios contábeis, financeiros e 
operacionais; 
d) Proteger os ativos da entidade, compreendendo bens e direitos; 
e) Prevenir erros e fraudes, otimizando o processo de descoberta quando da 
ocorrência, determinando a extensão e a atribuição das corretas 
responsabilidades; 
f) Servir como ferramenta de localização de erros e desperdícios, promovendo 
ao mesmo tempo a uniformidade e a correção; 
g) Registrar adequadamente as diversas operações, de modo a assegurar a 
eficiente utilização dos recursos da entidade; 
h) Estimular a eficiência do pessoal, mediante a vigilância exercida por meio 
dos relatórios; 
i) Assegurar a legitimidade dos passivos da entidade, com o adequado 
registro e controle das provisões, perdas reais e previstas; 
j) Assegurar o processamento correto das transações da entidade, bem como 
a efetiva autorização de todos os gastos incorridos no período; 
k) Permitir a observância e estrito cumprimento da legislação em vigor. 
 
A Lei Estadual nº 6.176/98 e alterações traz em seu artigo 3º e caput do art. 4º as 
principais atribuições do Sistema de Controle Interno, consigne ao estabelecido 
na Constituição Federal. 
Vale ressaltar que a Lei Estadual trata com maior detalhamento sobre o 
funcionamento do Sistema de Controle Interno, como os procedimentos a serem 
tomados mediante a identificação de irregularidades. 
10 
 
Curso: Controles Internos na Administração Pública 
Ministrante: Profa. Dra. Denise Dantas Muniz 
5. FORMAS E INSTRUMENTOS DE CONTROLE INTERNO 
 
5.1. Formas e tipos de controle interno 
 
Quanto às formas de atuação do controle interno nas entidades, faz-se 
plausível identificar a natureza da atividade do controle, quais sejam: Formal, 
Substantiva, Preventiva, Detectiva e Corretiva. 
Quanto à natureza formal, as atividades de Controle Interno devem ser 
projetadas para assegurar a observância à legislação e às normas disciplinares em 
uma entidade, enquanto a natureza substantiva é projetada para garantir a eficiência 
e eficácia na aplicação dos recursos, em termos quantitativos e qualitativos (TCM-BA, 
20--, p. 6). 
Em relação à natureza preventiva, as atividades de Controle Interno atuam 
como uma forma de prevenir a ocorrência de problemas antes da execução do 
processo, no qual irá exercer um papel de guia para a execução do processo ou na 
definição das atribuições e responsabilidades inerentes. No tocante à natureza 
detectiva, esta provê ao Controle Interno detectar algum problema dentro do processo 
em execução, permitindo assim medidas de correção tempestivas. Já a natureza 
corretiva tem por base a detecção de erros, desperdícios ou irregularidades após a 
execução do processo, possuindo um caráter intempestivo quanto a exequibilidade, 
tornando a atividade de controle interno tecnicamente mais custosa. 
 
 
 
Neste ínterim, a atividade de controle interno, para ser prática e sustentável, 
deve ser apropriada ao tamanho da entidade e ao porte dos processos, sendo objetiva 
no que se pretende controlar e simples em sua aplicação. O sistema deve ser 
econômico, levando sempre em conta a relação custo-benefício. 
 
5.2. Instrumento de controle: Gerenciamento de Riscos 
 
Ao comentar sobre instrumentos de controle interno, cabe apontar alguns 
critérios referentes ao gerenciamento de riscos associados às entidades que possuem 
controles internos de gestão. 
Os riscos, incertezas e expectativas, quando bem gerenciados, oferecem 
oportunidades e promovemganhos de desempenho, promovendo o aumento da 
reputação e melhorando as relações organizacionais dentro da entidade. Deste modo, 
o gerenciamento de riscos deve ser feito mediante entendimento e comprometimento 
com os objetivos estratégicos da entidade, possuindo como parâmetro a identificação, 
quantificação, seleção, decisão, informação, comunicação, acompanhamento e 
aperfeiçoamento (IIA, 2023, p. 39) 
Neste sentido, uma das ferramentas mais simples para uso do Controle Interno 
na entidade é a matriz de risco, que permite realizar uma análise situacional mediante 
a mensuração dos impactos e probabilidades, identificando os fatores de risco e 
Cabe pontuar que, das cinco formas de natureza do controle interno, a preventiva 
é a que apresenta o menor custo de execução, uma vez que as ações propostas 
estão em fase de ideação e planejamento, momento no qual um projeto possui 
custos operacionais reduzidos. 
Já a corretiva é a mais onerosa em razão da necessidade de resolução do 
problema ocorrer sem o preparo prévio e exigir mudanças no processo que 
envidou recursos financeiros, materiais, humanos e de tempo. 
11 
 
Curso: Controles Internos na Administração Pública 
Ministrante: Profa. Dra. Denise Dantas Muniz 
oportunidades de melhoria, assim como os aumentos de eficiência e eficácia e o nível 
de aderência ao risco, conforme figura 1 seguinte. 
 
 
Figura 1. Estrutura simplificada de uma matriz de riscos. Fonte: Qualidade Online, 2024. 
 
 
 
Neste sentido, a matriz de riscos provê base para se observar: 
 Nível de adequação dos controles aos riscos; 
 Documentação de políticas e procedimentos; 
 Informações de terceiros; 
 Dados comuns de ativos tangíveis; 
 Trabalhos de auditorias interna e externa; 
 Comunicação de deficiências dos controles e desvios de procedimentos; 
 
Quanto às etapas referentes ao processo do gerenciamento de riscos, convém 
destacar a figura 2, no qual é visualizado o ciclo de execução do gerenciamento de 
riscos. 
 
 
Figura 2. Ciclo de execução do gerenciamento de riscos dos processos. 
Em uma matriz de riscos, deve se verificar sempre o grau de significância do 
risco (impacto), levando em conta a avaliação prévia, assim como a probabilidade 
de ocorrência (frequência) deve ser apontada, considerando o grau de incidência 
da exposição nos testes apontados. 
12 
 
Curso: Controles Internos na Administração Pública 
Ministrante: Profa. Dra. Denise Dantas Muniz 
 
No tocante à análise do ambiente e dos objetivos, trata-se do levantamento e 
registro dos aspectos externos e internos essenciais ao alcance dos objetivos da 
entidade. Neste ponto, deve haver uma clara compreensão do ambiente em que a 
entidade está inserida, uma vez que a identificação dos fatores que influenciam a 
capacidade da entidade em atingir os resultados se torna fato relevante. 
Faz-se conivente apontar que a análise do ambiente consigna a colheita de 
informações para a identificação dos eventos de risco, onde o ambiente interno 
contempla a verificação de elementos pertinentes à integridade, valores éticos, 
competências de pessoal, estrutura de governança, políticas e práticas desenvolvidas 
na gestão de pessoas. Já a fixação de objetivos busca verificar, em todos os níveis 
da entidade, se os objetivos foram fixados e comunicados e se há um alinhamento à 
missão e visão da entidade. Neste ínterim, vale ressaltar a necessidade de registrar o 
objetivo geral do processo, as leis e regulamentos e os sistemas a serem utilizados 
em sua execução. Deste modo, as informações coletadas definirão a realização das 
demais etapas de gerenciamento de riscos, controles internos da gestão e integridade. 
 
 
 
 
Quanto à identificação dos riscos, esta etapa envolve o reconhecimento, 
descrição e registro dos eventos de riscos, caracterizando as prováveis causas e 
possíveis consequências, caso o evento ocorra. Assim, nesta etapa se desenvolve 
uma lista de eventos de riscos que podem comprometer negativamente os resultados 
e o alcance dos objetivos, afetando o valor do serviço entregue à sociedade. 
Deste modo, é relevante que sejam inclusas as informações da primeira fase, 
consultando-se acórdãos ou recomendações dos órgãos de controle, como o Tribunal 
de Contas do Estado – TCE, Auditoria-Geral do Estado – AGE, Controladoria-Geral 
do Estado – CGE, assim como processos judiciais ou reclamações na Ouvidoria. 
Neste sentido, uma vez definidos os riscos, as possíveis causas e consequências 
devem ser elencadas. Convém apontar que os riscos identificados podem ser 
classificados da seguinte forma: 
 Orçamentário: eventos que podem comprometer a capacidade da entidade 
de contar com os recursos orçamentários necessários à realização de suas 
atividades ou eventos que comprometam a própria execução orçamentária; 
Uma ferramenta a ser utilizada nesta etapa do gerenciamento de riscos é a matriz 
SWOT, que provê a identificação das forças e fraquezas (ambiente interno) e das 
ameaças e oportunidades (ambiente externo) à entidade. 
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 Reputação: eventos que podem comprometer a confiança da sociedade em 
relação à capacidade da entidade em cumprir sua missão institucional; 
 Fiscal: eventos que podem afetar negativamente o equilíbrio das contas 
públicas; 
 Conformidade: eventos que podem afetar o cumprimento de leis e 
regulamentos aplicáveis; 
 Social: eventos que podem comprometer o valor público esperado ou 
percebido pela sociedade em relação ao resultado da prestação de serviços 
públicos da instituição; 
 Integridade: eventos relacionados a corrupção, fraudes, irregularidades 
e/ou desvios éticos e de conduta, comprometendo valores preconizados 
pela entidade; 
 
A terceira etapa, correspondente a avaliação dos riscos, visa promover o 
entendimento do nível do risco e de sua natureza, especialmente quanto à estimativas 
da probabilidade de ocorrência e do impacto destes eventos nos objetivos e processos 
da entidade. Cabe, neste momento, como medida de controle, realizar uma avaliação 
do risco inerente para análise dos sistemas de controles existentes e do risco residual, 
conforme esquematizado na figura 3. 
 
 
Figura 3. Ciclo de execução da avaliação de riscos. 
 
A avaliação do risco inerente, enquanto atividade intrínseca do controle interno, 
deve ser feita quanto à probabilidade embasada em avaliação qualitativa ou 
quantitativa, mediante o uso de conhecimentos técnicos e experiências vivenciadas 
pelos participantes no processo a ser avaliado, além dos dados estatísticos coletados. 
Cabe estabelecer fatores de divergência de opinião entre especialistas, incertezas, 
disponibilidade, qualidade, quantidade e a contínua pertinência das informações, de 
maneira a realizar com diversos graus de detalhamento, conforme a finalidade da 
análise, das informações, dos recursos e dados disponíveis. 
Como 1ª fase complementar desta etapa, a avaliação dos controles existentes 
implica em mensurar os riscos inerentes, identificando e avaliando os controles que 
respondam aos eventos de riscos identificados. Neste sentido, orienta-se que o 
processo de gerenciamento de riscos observe os controles sob a ótica do custo-
benefício, otimizando a alocação de recursos e ampliando o alcance do valor público 
gerado, desde que o custo do controle não supere o benefício gerado. 
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Já a 2ª fase complementar desta etapa, a avaliação do risco residual é feita 
após a avaliação dos controles existentes, indicando-se pesos para a probabilidade e 
para o impacto e a interpretação dos resultados obtidos na matriz de apetite ao risco, 
que são: 
 “R” menor ou igual a 4 = ACEITÁVEL PEQUENO: Possível conviver com o 
risco, mantendo práticas e controles existentes; 
 “R” entre 5 e 10 = ACEITÁVEL MODERADO: Possível promover ações que 
atenuemas causas e/ou consequências ou aceitar o risco; 
 “R” entre 12 e 16 = INACEITÁVEL: É necessária a elaboração de plano de 
ação para evitar ou eliminar as causas e/ou consequências; 
 “R” acima de 20 = ABSOLUTAMENTE INACEITÁVEL: Necessária 
elaboração de plano de ação para evitar ou eliminar as causas, bem como 
considerar a mobilização imediata de recursos, materiais e pessoal 
capacitado, com vistas ao treinamento desse risco; 
 
Em relação à etapa da resposta aos riscos, cabe verificar a estratégia a ser 
adotada para responder ao evento de risco, que depende do nível de exposição aos 
riscos previamente estabelecido em confronto com a avaliação que se faz do risco. 
Nesta seara, é possível optar por quatro tipos de resposta ao risco, quais sejam: 
 Evitar: não iniciar ou descontinuar a atividade que origina o risco; 
 Aceitar: deixar a atividade como está, não adotando qualquer medida; 
 Reduzir: desenvolver ações para mitigar o risco, ou seja, remover suas 
fontes ou reduzir a probabilidade e/ou o impacto do risco; 
 Compartilhar: distribuir parte do risco para outros atores; 
 
Havendo a decisão de implementar um plano de controle em entidade da 
Administração Pública, se faz necessário um conjunto de ações para adequar os 
níveis de riscos, identificando se: 
a) Preventivo, corretivo ou compensatório; 
b) Melhoria de controle existente ou adoção de novo controle; 
c) Área responsável pela implementação; 
d) Cargo do servidor responsável; 
e) Existências de áreas intervenientes no auxílio do controle; 
f) Metodologia de implementação; 
g) Cronograma. 
 
Como última etapa do ciclo, o monitoramento e a comunicação é uma etapa 
contínua em que as instâncias envolvidas com o gerenciamento de riscos interagem, 
abrangendo a coleta e disseminação de informações e iniciativas, assegurando em 
cada decisão a compreensão de todos os agentes envolvidos sobre riscos, de forma 
que o fluxo de comunicações deve permitir a divulgação tempestiva e adequada das 
informações às partes interessadas por intermédio dos recursos tecnológicos 
disponíveis na entidade. 
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Tais informações podem ser sintetizadas em painéis ou indicadores de 
monitoramento que, se concebido adequadamente, o monitoramento pode iniciar as 
atividades de compensação, visando adequar a operação dos processos de trabalho 
aos resultados esperados, operacionalizando o monitoramento tanto em atividades 
operacionais relacionadas à detecção de eventos indesejados quanto em atividades 
gerenciais relacionadas aos resultados esperados da entidade. 
 
5.3. Instrumento de controle: Auditoria Interna 
 
A Auditoria Interna faz parte do Sistema de Controle Interno, conforme se 
observa no inciso III, art. 2º da IN MP/CGU nº 01/2016, como se descreve: 
 
“III – auditoria interna: atividade independente e objetiva [...]. Ela auxilia a 
organização a realizar seus objetivos, a partir da aplicação de uma 
abordagem sistemática e disciplinada para avaliar e melhorar a eficácia dos 
processos de gerenciamento de riscos, de controles internos, de integridade 
e de governança [...]” 
 
Cabe a observação do anexo da IN SFC/CGU nº 03/2017, item 26, que 
estabelece o vínculo da Auditoria Interna ao Sistema de Controle Interno, in verbis: 
 
“26. As auditorias internas singulares (Audin) dos órgãos e entidades da 
Administração Pública Federal Direta e Indireta atuam como órgãos auxiliares 
ao SCI” 
 
E na Lei Estadual do Pará nº 6.176/1998, art. 5º, inciso VIII, in verbis: 
 
“Art. 5º São funções básicas da Auditoria-Geral do Estado, órgão central do 
Sistema de Controle Interno do Poder Executivo: [...] 
VIII – analisar a eficiência dos controles contábeis, orçamentários, 
financeiros, patrimoniais, operacionais, de pessoal e demais sistemas 
administrativos dos órgãos e entidades auditadas, fazendo, inclusive, o 
monitoramento do registro das conformidades diárias, realizado pelos 
Agentes Públicos de Controle, sob orientação permanente do órgão central 
do Sistema de Controle Interno” 
 
Quanto aos tipos de auditoria interna, podem ser realizadas: 
i. Auditoria Contábil: compreende o exame dos registros contábeis e 
financeiros da entidade e que estejam lançados em sistema de gestão e 
administração ou equivalente; 
ii. Auditoria de Tecnologia da Informação – TI: processo pelo qual se busca 
assegurar que os recursos, processos e práticas de ti atendam aos 
critérios de qualidade e de segurança exigidos pela gestão; 
iii. Auditoria de Gestão: averigua a probidade na aplicação dos dinheiros 
públicos e a guarda ou administração de valores e outros bens confiados 
à entidade; 
iv. Auditoria da Conformidade: analisa-se os aspectos da economicidade, 
eficiência e eficácia, tendo como foco a utilização dos recursos, controles 
internos, o cumprimento das metas previstas e a obediência aos 
normativos legais aplicáveis aos aspectos citados; 
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v. Auditoria Operacional: examina a legalidade e a legitimidade dos atos 
de gestão quanto aos aspectos contábil, financeiro, orçamentário e 
patrimonial, avaliando as normas internas e controles internos; 
vi. Auditoria Especial: compreende o exame de fatos ou situações 
consideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária; 
 
5.4. Instrumento de controle: COSO-ICIF 
 
Neste tópico, um dos instrumentos mais relevantes e de maior aplicabilidade 
para execução das atividades de controle interno é o COSO-ICIF: Controle Interno – 
Estrutura Integrada. O COSO argumenta que “para alcançar um controle interno 
eficaz, todos os cinco componentes e os 17 princípios devem estar presentes e 
operando em conjunto” (ENAP, 2020, p. 6). O COSO-ICIF é estruturado em cinco 
componentes, quais sejam: ambiente de controle, avaliação de risco, atividades de 
controle, informação e comunicação, monitoramento) e em 17 princípios que 
representam os conceitos fundamentais relacionados aos componentes aplicáveis 
aos objetivos e seus respectivos desdobramentos. 
 
 
Figura 4. Estrutura do cubo do COSO-ICIF 2013. Fonte: IIA, 2023, p. 49. 
 
Quanto à estrutura do COSO-ICIF, conforme figura 4, é salutar mencionar o 
seu formato de cubo, contemplando o referencial, que abrange os objetivos da 
entidade em operacional, divulgação e conformidade, como descritos no tópico 2. 
Quanto ao componente ambiente de controle, este sedimenta a base para 
implementação do controle interno de uma organização, criando a disciplina que 
fundamenta a avaliação dos riscos relacionados à realização dos objetivos da 
entidade, a execução das atividades de controle, o uso dos sistemas de informação e 
a comunicação e a condução das atividades de monitoramento. 
Possui cinco princípios associados, que são: 
 Comprometimento com integridade e valores éticos; 
 Responsabilidades de supervisão; 
 Estrutura, autoridade e responsabilidades; 
 Compromisso com a competência; 
 Prestação de contas. 
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Em relação ao componente avaliação de riscos, este é tratado como um 
processo de identificação e de análise dos eventos que podem advir do contexto 
interno ou externo da entidade, no qual a partir da valoração dos riscos, é possível a 
análise sob o nível de tolerância ao risco definida para a entidade. Desta forma, os 
primeiros riscos podem ser identificados e associados, no qual a entidade poderá 
definir o nível de risco que pode aceitar quanto a tolerância em exceder tal nível, 
considerando a ocorrência de casos fortuitos. 
Possui quatro princípios associados, que são: 
 A entidade especifica os objetivos com clareza suficiente, a fim de permitir 
a identificação e a avaliação dos riscos associados aos objetivos; 
 A entidade identifica os riscos relacionados à realização de seus objetivospor toda a organização e analisa os riscos como uma base para determinar 
a forma como devem ser gerenciados; 
 A entidade considera o potencial para fraude na avaliação dos riscos à 
realização dos objetivos; 
 A entidade identifica e avalia as mudanças que poderiam afetar, de forma 
significativa, o sistema de controle interno; 
 
No que concerne ao componente atividades de controle, estas são aplicadas 
para diminuir a probabilidade de ocorrência de riscos quanto a amplitude das 
consequências, caso o risco ocorra, correspondendo à execução prática das 
respostas planejadas aos riscos associados por uma entidade. As principais 
características das atividades de controle incluem: 
a) Possuir um propósito específico, necessariamente relacionando um ou mais 
riscos; 
b) Servir para prevenir ou detectar a ocorrência de um evento; 
c) Serem atividades manuais ou automáticas; 
d) Serem desempenhadas em todos os níveis da entidade; 
e) Serem aplicadas em vários estágios dentro dos processos corporativos e no 
ambiente tecnológico; 
f) Devem ser desenvolvidas especificamente para cada ambiente, 
considerando suas complexidades e peculiaridades; 
 
Neste ínterim, destaca-se que as atividades de controle englobam as 
autorizações e aprovações, verificações, controles físicos, reconciliações e 
supervisão, dentre outros. Possui três princípios associados, que são: 
 A entidade seleciona e desenvolve atividades de controle que contribuem 
para a redução, a níveis aceitáveis, dos riscos à realização dos objetivos; 
 A entidade seleciona e desenvolve atividades gerais de controle sobre a 
tecnologia para apoiar a realização dos objetivos; 
 A entidade estabelece atividades de controle por meio de políticas que 
estabelecem o que é esperado e os procedimentos que colocam em 
práticas essas políticas; 
 
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Em relação ao componente informação e comunicação, este fornece 
contribuições importantes para os demais componentes da atividade de controle 
interno, uma vez que as análises são construídas e as decisões são tomadas 
mediante a disponibilidade da informação. O sistema de informação compreende os 
dados, processos, pessoas e tecnologias utilizados para a organização obter 
informações relevantes, úteis, tempestivas e com qualidade. Neste contexto, quanto 
maior a quantidade de dados disponíveis, maior a necessidade de técnicas 
computacionais concernentes ao volume analisado e respectiva produção das 
informações. 
Consigne ao ponto, a comunicação é um processo de extrema relevância ao 
disseminar as informações e alinhar os componentes da entidade. No setor público, a 
comunicação ganha maior relevância em função das questões relacionadas ao 
interesse público e à transparência das decisões exigem razoável garantia de que 
todos os componentes do controle interno estejam em funcionamento. 
Possui três princípios associados, que são: 
 A entidade obtém ou gera e utiliza informações significativas e de qualidade 
para apoiar o funcionamento do controle interno; 
 A entidade transmite internamente as informações necessárias para apoiar 
o funcionamento do controle interno, inclusive os objetivos e as 
responsabilidades pelo controle; 
 A entidade se comunica com os públicos externos sobre assuntos que 
afetam o funcionamento do controle interno. 
 
Sobre o componente atividades de monitoramento, este é descrito como o 
conjunto de atividades articuladas para o acompanhamento de uma determinada 
atividade, no intuito de auxiliar a tomada de decisões relacionadas ao gerenciamento 
de riscos e ao aprimoramento dos trabalhos. O monitoramento envolve a avaliação do 
processo e a operação dos controles internos de maneira oportuna e periódica, bem 
como a adoção de medidas corretivas, quando necessário. Cabe ressaltar a 
versatilidade do monitoramento, que pode ser realizado de forma periódica, mediante 
o seguimento do fluxo normal de operacionalização das atividades e dos controles 
internos; ou de forma excepcional, através de auditorias independentes, contratadas 
a depender de situações específicas ou de obrigações legais. 
Neste sentido, as informações sobre o andamento das atividades também 
podem ser utilizadas como controle para ampliar a transparência das ações 
administrativas, cujo processo de monitoramento na administração pública ganha 
singularidade: as obrigações legais e a necessidade de transparência na aplicação 
dos recursos públicos reforçam a necessidade de investimento na divulgação e na 
publicidade dos trabalhos realizados. 
Possui dois princípios associados, que são: 
 A entidade seleciona, desenvolve e realiza avaliações contínuas e/ou 
independentes para se certificar da presença e do funcionamento dos 
componentes do controle interno; 
 A entidade avalia e comunica deficiências no controle interno em tempo 
hábil aos responsáveis por tomar ações corretivas, inclusive a estrutura 
de governança e alta administração, conforme aplicável. 
 
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Figura 5. Tela do Portal da Transparência. Fonte: Pará, 2024. 
 
 
Figura 6. Tela do Painel de Obras. Fonte: Brasil, 2024. 
 
 
6. IMPLEMENTAÇÃO DO CONTROLE INTERNO 
 
A implementação de um sistema de controles, ou até mesmo a revisão e o 
aprimoramento de um sistema já existente, é uma atividade complexa e que irá 
requerer a observância de algumas diretrizes básicas. Deste modo, a implementação 
requer compreender que: 
a) Um controle é criado para tornar o processo mais seguro e não mais lento; 
Em nível federal, duas formas de monitoramento realizáveis pela sociedade estão 
disponíveis no Portal da Transparência do Estado do Pará e no Painel de Obras 
do Governo Federal, conforme figuras 5 e 6 seguintes, respectivamente. 
Neste ponto, o monitoramento se torna uma atividade associada e garantida pela 
Lei Federal nº 12.527/2011 e o acesso à informação da Administração Pública é 
disponibilizada conforme a Lei delimita. 
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b) A confiança não é um controle em si, mas resultado da eficiência do 
controle; 
c) Um bom controle não é certeza de que haverá êxito, mas um mau controle 
é garantia de fracasso; 
d) É necessário balancear gestão e controle; 
e) O controle interno é responsabilidade de todos; 
f) Se o controle não estiver documentado, ele simplesmente não existe. 
 
Neste sentido, cabe descrever que, ao estruturar um Sistema de Controle 
Interno, por exemplo, em um município, o órgão máximo do Sistema de Controle 
Interno é, na concepção moderna do termo, a Controladoria. Deste modo, a função 
controle na Administração Pública se localizará no nível máximo da gestão da 
entidade, assessorando o gestor máximo e emitindo recomendações aos demais 
escalões da estrutura governamental. 
Para tanto, o Sistema de Controle Interno deve ter a sua independência 
funcional provida em suficiência para que possa desempenhar as atribuições de 
controle em todos os órgãos da administração pública, devendo o sistema ser criado 
mediante lei de iniciativa do poder executivo, obtendo a possibilidade de emitir 
instruções normativas de observância obrigatória com o fito de estabelecer a 
padronização e esclarecer dúvidas referentes a procedimentos atinentes à sua 
função. 
 
 
Figura 7. Planejamento estratégico de uma controladoria para implantação de sistema de controle 
interno. Fonte: De Castro, Carvalho, 2015, p. 15. 
 
 Como cada entidade possui uma realidade específica e distinta, esta deverá 
implementar seu próprio sistema de controle interno, conforme esquema observado 
na figura 7 acima, de maneira que contemple as seguintes diretrizes: 
i. Cada entidade deve desenvolver seu próprio sistema de controles, pois a 
conjuntura distingue os órgãos dentro da Administração Pública,mesmo 
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que compartilhem uma série de recursos financeiros, materiais, humanos e 
de infraestrutura, devendo o sistema incorporar as peculiaridades de cada 
setor/departamento/autarquia; 
ii. Por melhor que seja, nenhum sistema de controles poderá compensar ou 
neutralizar as fragilidades dos gestores da entidade, uma vez que há uma 
necessidade intrínseca na delegação de atribuições e capacidade de 
decisão face a limitação do poder de supervisão direta que o gestor pode 
realizar sobre a entidade como um todo, mesmo que o gestor detenha 
conhecimentos múltiplos e transversais sobre a área de atuação; 
iii. A complexidade dos sistemas de controles internos não representa garantia 
de eficiência e eficácia, uma vez que se demandará mais tempo e maior 
nível de especialização dos servidores que irão executar a atividade, 
tornando-a mais onerosa e, não obstante, aumentar as probabilidades de 
que erros possam ser cometidos; 
iv. Devem ser fixados prazos realistas e exequíveis no processo de 
implantação do sistema de controles em função da estrutura da entidade, 
especialmente quando a entidade possui alto grau de complexidade nos 
processos adotados e recurso humano exíguo, de forma que os prazos 
sejam inicialmente longos para conferir viabilidade na implementação; 
v. É decisiva a participação das pessoas na implantação ou aprimoramento 
dos controles internos e na futura manutenção e operacionalização 
sistêmica; 
vi. Sistemas complexos e impraticáveis são inúteis se não contemplarem a 
realidade da entidade, devendo considerar sempre as limitações que toda 
entidade possui na realização de suas atividades, uma vez que os recursos 
disponíveis são finitos; 
vii. No processo de implantação ou reformulação, devem ser consideradas 
também as perspectivas futuras da entidade, pois o custo de alteração do 
sistema de controle interno após a sua implementação é elevado, devendo 
ser considerado não somente a situação presente, mas as projeções de 
situações futuras exequíveis e dentro de uma perspectiva cabível à 
conjuntura da entidade. 
 
 
7. OBJETOS SUJEITOS À ATUAÇÃO DO CONTROLE INTERNO 
 
Conforme é possível observar na Lei nº 10.180/2001, prevê-se que o Sistema 
de Controle Interno visa a avaliação da ação governamental e da gestão dos 
administradores públicos, por intermédio da fiscalização contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial, apoiando o controle externo no exercício de 
sua missão institucional. Neste ínterim, os objetos sujeitos à atuação do controle 
interno se distribuem nas seguintes áreas, conforme figura 8. 
 
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Figura 8. Atuação do Sistema de Controle Interno. Fonte: autoria própria, 2024. 
 
Quanto aos controles de gestão, estes elencam as recomendações e 
determinações exaradas à administração e verifica se as mesmas estão sendo 
atendidas pelos responsáveis. 
Em relação aos controles da gestão de recursos humanos, estes verificam o 
correto controle de frequência, pagamento, contratação por tempo determinado, 
recolhimento de obrigações fiscais, previdenciárias e tributárias, elaboração e 
atualização de Plano de Cargos e Salários, entre outros. 
No tocante aos controles da gestão orçamentária, estes verificam a correta 
classificação das receitas e despesas correntes e de capital, verificando também a 
execução das despesas e se as mesmas se coadunam com a classificação dos 
respectivos elementos de despesa, considerando a legislação adjacente como o 
Plano Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, a Lei Orçamentária 
Anual – LOA, a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, normativos internos e 
regulamentações. 
Sobre os controles da gestão financeira, estes verificam o montante de caixa, 
realizando a conciliação bancária, gerenciando o pagamento a fornecedores, 
efetuando a retenção e o recolhimento de tributos e contribuições previdenciárias, 
aplicação de recursos financeiros em fundos previdenciários, verificação da 
regularidade fiscal do fornecedor, entre outros. 
Concernente aos controles da gestão do suprimento de bens e serviços, estes 
verificam o correto procedimento licitatório, as causas de dispensa e inexigibilidade 
de licitação, a aquisição de bens em conformidade com o que foi contratado e a 
regularidade de convênios e contratos de repasse. 
Quanto aos controles da gestão patrimonial, estes objetivam confirmar a 
existência de bens, o levantamento do inventário físico de bens móveis e imóveis, 
induzindo ao registro patrimonial de todos os bens da Administração Pública, 
realizando eventual apuração de extravio e ausência de bens. 
Relativo aos controles da gestão operacional, estes verificam os resultados 
operacionais, os índices de desempenho e o cumprimento das metas assumidas pela 
Administração Pública. 
Faz-se importante citar que devem ser elaborados controles para áreas 
específicas a serem observadas pelo Sistema de Controle Interno, quais sejam: 
Educação, Saúde, Regime Próprio de Previdência Social – RPPS, Assistência Social, 
Jurídico, Serviços Gerais, Tecnologia da Informação e Gestão do Poder Legislativo. 
 
 
 
 
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8. CONTROLE INTERNO X FORMAÇÃO DA EQUIPE 
 
De acordo com a INC MP/CGU nº 01, de 10 de maio de 2016, que determina 
em seu art. 3º a implementação, manutenção, monitoramento e revisão dos controles 
internos de gestão. É importante destacar que o inciso XVI, art. 2º da instrução 
supracitada destaca que o Sistema de Controle Interno não se confunde com os 
controles internos de gestão, pois estes últimos são de responsabilidade de cada 
órgão e entidade do Poder Executivo. 
Destaca-se que no art. 6º, os órgãos e entidades do Poder Executivo podem 
estabelecer instâncias de segunda linha para supervisão e monitoramento dos 
controles internos, como comitês, diretorias ou assessorias específicas para tratar de 
riscos, controles internos, integridade e compliance. 
Quanto aos princípios que devem contemplar os servidores que atuarão na 
área de Controles Internos, cabe trazer o parágrafo único, art. 12, in verbis: 
 
“Art. 12. [...] 
§ único. Cabe aos demais funcionários e servidores a responsabilidade pela 
operacionalização dos controles internos da gestão e pela identificação e 
comunicação de deficiências às instâncias superiores” 
 
É cabível, neste ínterim, trazer à luz os princípios que norteiam os aspectos 
profissionais e éticos que são solicitados dos funcionários e servidores atuantes na 
área de controles internos da mesma forma que se observa no anexo da IN SFC/CGU 
nº 03, de 09 de junho de 2017, com particularidade para a Seção II – Requisitos Éticos, 
no qual deverão contemplar elementos como: 
 Integridade e Comportamento: servir ao interesse público e honrar a 
confiança pública, executando os trabalhos com honestidade, diligência e 
responsabilidade (Art. 40). 
 Autonomia técnica e objetividade: a atividade deve ser realizada livre de 
interferências na determinação de escopo, execução de procedimentos, 
julgamento profissional e divulgação de resultados (Art. 47); atuação de 
forma imparcial e isenta, evitando situações de conflito de interesses ou 
quaisquer outras que afetem sua objetividade, de fato ou na aparência (Art. 
50). 
 Sigilo profissional: deve se manter sigilo e agir com cuidado em relação a 
dados e informações obtidos em decorrência do exercício de suas funções, 
mesmo que as informações não estejam diretamente relacionadas ao 
escopo (Art. 56). 
 Proficiência e Zelo profissional: em conjunto, devem reunir qualificação e 
conhecimentos técnicos necessários para o trabalho (Art. 61); devem zelar 
pelo aperfeiçoamento de seus conhecimentos, habilidades e outras 
competências, por meio do desenvolvimento profissionalcontínuo (Art. 63). 
 
Quanto à formação da equipe, estes devem ser compostos de pessoas que 
possuam conduta comprovadamente ilibada e cujos conhecimentos sejam 
multidisciplinares para atender as demandas dos setores em que atuam, uma vez que 
estes setores atuam de forma integrada nas entidades, atendendo as premissas 
referentes ao cargo de agente de controle interno. 
 
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ESTADO DO PARÁ. Lei Estadual nº 6.176, de 29 de dezembro de 1998. Institui o sistema de 
controle interno, cria a Auditoria-Geral do Estado no âmbito do poder executivo e dá outras 
providências. Belém-PA: Diário Oficial do Estado, 2006. 
IIA – Instituto dos Auditores Internos; PwC – PricewaterhouseCoopers. Controle interno – estrutura 
integrada: sumário executivo. Tradução livre do original em inglês. São Paulo: IIA Brasil, 2013. 20 
p. 
______. AUDI 1 EOP – ênfase em órgãos públicos. São Paulo: IIA Brasil, 2023. 104 p. 
PAULA, Petrônio Pires de. Estrutura e funcionamento do controle interno – módulo 2. 
Apresentação. 20--, 55 p. 
QUALIDADE ONLINE. Uma matriz de riscos para saúde e segurança ocupacional. Disponível em 
https://qualidadeonline.wordpress.com/2011/01/21/uma-matriz-de-riscos-para-a-saude-e-seguranca-
ocupacional/ Acesso em 01 abr 2024. 
TCM-BA – Tribunal de Contas dos Municípios do Estado da Bahia. A importância do controle 
interno no âmbito municipal. Apresentação. 20--, 22 p. 
A formação de uma equipe que atue no controle interno da entidade exige que 
os servidores possuam conhecimentos múltiplos e complementares, de forma 
que o nível de atuação seja amplo, mas com assertividade específica. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del0200.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm
https://qualidadeonline.wordpress.com/2011/01/21/uma-matriz-de-riscos-para-a-saude-e-seguranca-ocupacional/
https://qualidadeonline.wordpress.com/2011/01/21/uma-matriz-de-riscos-para-a-saude-e-seguranca-ocupacional/
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Curso: Controles Internos na Administração Pública 
Ministrante: Profa. Dra. Denise Dantas Muniz 
TCU – Tribunal de Contas da União. Critérios gerais de controle interno na administração 
pública: um estudo dos modelos e das normas disciplinadoras em diversos países. Brasília-DF: 
Diretoria de Métodos de Procedimentos de Controle, 2009. 68 p.

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