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CONSTRAGIMENTO EM COBRANÇA

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Aval Administração de Cobrança e Cadastro Ltda 
Grupo Aval Toledo e Pisa assessoria da BV Financeira
Obrigação de fazer cumulada com pedido de indenização por danos morais Autor que alega ter sofrido constrangimentos pela cobrança de dívidas
Fazer o devedor passar vergonha é crime
http://www.endividado.com.br/noticia_ler-11343,fazer-devedor-passar-vergonha-e-crime.html
O credor tem todo o direito de protestar o título não pago, cadastrar o nome do devedor em órgãos de restrição ao crédito, como SPC, SERASA, etc, além, é claro, de ajuizar ação judicial para cobrar o valor devido. Também é direito do credor de cobrar a dívida através de cartas, telefonemas e até cobradores. 
Todavia, este direito de cobrança do credor vai até o limite do direito do devedor de não se sentir importunado desproporcionalmente ou constrangido. Ligações a toda a hora, em qualquer lugar, com ameaças e linguajar deselegante são um abuso ao direito do devedor. O credor também não pode ameaçar, coagir ou constranger o consumidor na cobrança de uma dívida.
Este tipo de atitude é considerado crime pelo Código de Defesa do Consumidor: 
"Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça." 
"Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer: 
Pena Detenção de três meses a um ano e multa."
É comum os credores contratarem empresas de cobrança para ficarem “infernizando” a vida do devedor, sem piedade, pois esta “técnica” é muito mais eficaz e barata do que entrar com processo na justiça cobrando a dívida. Estas empresas de cobrança fazem ligações telefônicas várias vezes por dia, seja para o telefone residencial, celular, de vizinhos, de amigos, do trabalho.  
Eles não têm o mínimo de respeito. Para eles não interessa a hora ou o dia. As ligações são feitas até na hora do almoço, na parte da noite ou nos fins de semana, perturbando o momento de descanso ou lazer do consumidor.
O consumidor não deve aceitar este tipo de abuso. 
Primeiramente, deve fazer uma ocorrência policial, informando os fatos ocorridos, e os autores dos fatos, no caso a empresa de cobrança e o credor. 
O Código de Defesa do Consumidor prevê a responsabilidade de ambos, do credor e da empresa de cobrança, pelos danos causados ao consumidor. Mesmo assim, é importante fazer a ocorrência em nome das duas empresas. 
Depois, com a ocorrência em mãos, deve procurar uma associação de defesa de consumidores ou um advogado de sua confiança para entrar com uma ação na justiça, na qual deverá ser informados os fatos ocorridos, sendo feito o pedido para que o juiz fixe uma multa diária acaso o credor ou a empresa de cobrança contratada por ele continue efetuando este tipo de cobranças abusivas e causando-lhe constrangimentos , bem como deve fazer o pedido de indenização pelos danos morais e materiais causados, se for o caso.
Nos casos de ligações para parentes, vizinhos, amigos e trabalho, é importante levar testemunhas que tenham atendido tais ligações para testemunharem sobre os fatos ocorridos e como a cobrança foi feita. 
Nos casos de cobrança através de cobradores contratados que ao efetuarem a cobrança causaram constrangimento ao devedor, fazendo a cobrança através de “recados” deixados para vizinhos, amigos, parentes ou colegas de trabalho, no estilo “Avisa o fulano que estive aqui para cobrar aquele valor que ele deve pro beltrano” ou “Fala para aquele caloteiro do teu vizinho que se ele não pagar a dívida com o fulano...”, ou que fazem a cobrança de forma pública, na frente de outras pessoas, usando de coação, de ameaças, de palavras humilhantes ou de baixo calão, no intuito de fazer o devedor passar vexame, é importante ter testemunhas dos fatos ocorridos, para poder prova-los na frente do juiz.
Há casos em que o devedor acaba tendo problemas no trabalho e até mesmo perdendo o emprego por causa de cobranças indevidas. Nestes casos, é importante ter provas das ligações (faturas que poderão ser pedidas no processo para a companhia telefônica e testemunhas que atenderam os telefonemas), 
Cobrança vexatória. Dano moral e crime
http://blogs.estadao.com.br/advogado-de-defesa/cobranca-vexatoria-dano-moral-e-crime/
Faz pouco tempo um consumidor ganhou R$ 7 mil por danos morais num processo movido no Juizado Especial Cível Central. Motivo: ele devia R$ 63, mas cansou o ouvido e a paciência de tantas ligações que recebeu da Embratel cobrando a dívida. E parece que os cobradores não tinham outra coisa para fazer, porque se revezavam para infernizar o devedor, com telefonemas repetidos fora do horário comercial e por diversos dias.
Mas este consumidor foi previdente: gravou as ligações e levou para o juiz ouvir. Na primeira instância do Juizado o valor da condenação moral foi maior: R$ 12 mil. Mas a Embratel recorreu e a segunda instância (Colégio Recursal) reduziu o valor para R$ 7 mil. Cá entre nós, ficou de bom tamanho para o consumidor e serviu como efeito inibidor para ver se a empresa se emenda e orienta melhor seus cobradores.
Cobrar por telefone pode. Mas a indústria da cobrança não treina seus soldados. Ela os deixa no campo de batalha armados para produzir resultados: receber a dívida, não importa o valor ou quantos telefonemas tenham de fazer, seja qual for o horário da ligação ou a forma como tratam do assunto.
Pode haver cobrança por telefone, mas em horário comercial e falando sobre o assunto com o próprio devedor. Se a tia, a sogra ou a empregada atenderem a ligação, nada de soltar o verbo sobre o débito. Mais: ao falar com o próprio devedor, o cobrador deve se identificar e abordar o assunto sem grosseria ou ameaças. Se, gentilmente, o cobrador informar ao devedor que, caso não pague a dívida, o nome será enviado para o SPC ou haverá a cobrança na Justiça, a ameaça dessas providências somente pode ser feita uma vez. Sim. Porque é um tipo de alerta que está previsto em lei. O cobrador somente está mencionando um procedimento legal.
Mas anote: mesmo sendo procedimento previsto em lei, a repetição da ameaça de processo e negativação do nome do devedor passa a soar como pressão constrangedora ao devedor, e, se este gravar as conversas e levar ao Juizado, a empresa pode se dar mal. Mais: a depender do tom e da forma da abordagem feita ao devedor, perturbando-o em casa, e principalmente no local de trabalho, o caso passa a ser assunto de polícia.
Explico. O artigo 71 do Código de Defesa do Consumidor (CDC) diz que é crime utilizar de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, fazer afirmações falsas para amedrontar o consumidor ou perturbá-lo em seu local de trabalho, descanso ou lazer. A pena é de 3 meses de detenção.
Ou seja, além do direito a dano moral, se o cobrador for além da simples cobrança e perturbar o consumidor no trabalho ou nas horas de folga, o caso deve ser levado à polícia para ser registrado como crime.
INDENIZATÓRIA. DANO MORAL. CONSTRANGIMENTO NA COBRANÇADE DÍVIDA. 1. A empresa de cobrança, contratada pelo fornecedor da relação de consumo, estabelece com o consumidor relações jurídicas da mesma natureza, e inclusive com terceiros a quem seus atos danosos venham a atingir. A alegação de inaplicabilidade das disposições do CDC beiram a litigância de má-fé. 2. Devedor confesso, que trouxe a lume sua frágil condição de saúde, a sofrer cobranças reiteradas pela empresa de cobrança, expondo-lhe a extrema aflição e constrangimento. 3. Ainda que, nos referidos telefonemas, não tenha sido declinada ou especificada a situação do consumidor, os reiterados recados em nome de uma financeira, evidentemente, expuseram a precariedade da condição econômica do cidadão. 4. Hipótese caracterizadora do dano moral, cuja indenização foi até parcimoniosa ante a agressiva forma de ação da empresa cobradora, que nãose detém nem mesmo ante os princípios que protegem a intimidade e a inviolabilidade da casa do cidadão. Afinal, a todo credor assiste o direito à busca do crédito (por via judicial especialmente), mas jamais à custa da dignidade da pessoa humana. 5. Autoria suficientemente demonstrada, quer em face da terceirização da cobrança assumida pela ré na localidade, quer diante das providências verificatórias adotadas pelo próprio juízo, em consonância com o princípio da livre determinação e apreciação das provas esposado no art. 5º da Lei nº 9.099 /95
TJ-SP - Apelação APL 00003599220118260315 SP 0000359-92.2011.8.26.0315 (TJ-SP)
Data de publicação: 22/05/2013
Ementa: RESPONSABILIDADE CIVIL. Constrangimento na cobrança de dívida. Desnecessária exposição de cliente, consumidora. Inteligência do artigo 42 , da Lei nº 8.078 /90. Dever reparatório. Dano moral. Desprovimento de recursos (agravo retido e apelação, interpostos pela ré; recurso adesivo da autora)
Indenização por danos morais e materiais -Constrangimento na cobrança de dívidas - Vedação constante no art. 42 , caput, do CDC - Dano moral evidenciado - Quantum indenizatório reduzido - Danos materiais - Pretensão de ressarcimento dos honorários advocatícios contratuais - Não cabimento - Sentença reformada. - É lícito ao credor cobrar seu crédito, desde que o faça sem abuso, podendo utilizar-se dos meios legais amparados pelo sistema jurídico à sua disposição. Ligações insistentes para o local de trabalho do devedor,expondo sua situação de inadimplência aos colegas de trabalho, configura prática constrangedora, que expõe a vida pessoal do consumidor, causando-lhe humilhação e constrangimento perante terceiros, sendo portanto, prática proibida pela lei.
Ação de indenização por danos morais. cobrança de dívida REALIZADA DE MANEIRA CONSTRAGEDORA AO CONSUMIDOR. VIOLAÇÃO AO DISPOSTO NO ART. 42 DO Código de Defesa do Consumidor. dano moral CONFIGURADO. DEVER DE INDENIZAR. PEDIDO DE MAJORAÇÃO do valor fixado na sentença.
Superada a questão da ilicitude da conduta da empresa apelada, que submeteu o autor a vexame e constrangimento na cobrança da dívida por ele contraída na aquisição de produto, ensejando o dever de indenizá-lo por tal ato, deve ser mantido o valor arbitrado na sentença a título de danos morais, cuja importância, fixada em quantia equivalente a cinco salários-mínimos na data da sentença, se mostra justa e suficiente para reparar o prejuízo moral experimentado no caso concreto. Sentença mantida.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO   JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL – RJ
INGRID, vem, com todo respeito e acatamento, perante V. Exa., propor
AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANO MORAL
Pelo rito da lei 9.099/95, em face de SOC COMP IMP .... S.A. (COMPRA FÁCIL.COM), pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 33.068.883/0002-01, com endereço comercial na Avenida Brasil, nº ...., Campo Grande, Rio de Janeiro – RJ, no CEP 00000, pelos fatos e fundamentos adiante articulados.
1. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
A Autora se encontra desempregada, na situação de estudante, conforme se destaca da Carteira Profissional em anexo.
Portanto a demandante é merecedora do beneplácito da justiça gratuita, eis que se adequa aos requisitos estabelecidos pela lei 1060/50, a qual garante aos necessitados economicamente a gratuidade de justiça, sob pena de violação ao princípio da inafastabilidade estabelecido no art. 5º, XXXV, CR.
2. DA LEGITIMIDADE ATIVA
Na nota fiscal emitida pela parte ré, consta como comprador o Sr. Edgard Suzano da Silva, esposo da Autora.
Entretanto este figura na relação jurídica meramente como meio para a compra, eis que a Autora somente possui cartão de crédito fornecido para estudantes, que não possui disponibilidade relevante.
Cabe ressaltar que este procedimento é recorrente no âmbito das relações consumeristas, o que se verifica dos acórdãos que seguem.
0000789-10.2008.8.19.0003 (2009.001.47569)  – APELACAODES. SERGIO LUCIO CRUZ - Julgamento: 26/08/2009 - DECIMA QUINTA CAMARA CIVELFURTO DE OBJETO NAS DEPENDENCIAS DE ESCOLA PUBLICANOTA FISCAL EM NOME DE TERCEIROTRANSMISSAO PELA TRADICAOCARACTERIZACAO DA POSSELEGITIMIDADE ATIVAAÇÃO INDENIZATÓRIA.FURTO DE CELULAR NAS DEPENDENCIAS DA ESCOLA.SENTENÇA QUE JULGOU EXTINTO O PROCESSO, POR ILEGITIMIDADE ATIVA. IRRELEVANTE PARA A DEMANDA QUE A NOTA FISCAL NÃO ESTIVESSE EM NOME DO APELANTE.A PROPRIEDADE DOS BENS MÓVEIS É ADQUIRIDA PELA SIMPLES TRADIÇÃO E, ACHANDO-SE O CELULAR NA POSSE DO AUTOR, ORA APELANTE, A PRESUNÇÃO É DE QUE A ELE PERTENÇA.DECISÃO MONOCRÁTICA DANDO PROVIMENTO AO RECURSO
Portanto é imperioso que se reconheça a legitimidade ativa da Autora, eis que esta foi a verdadeira lesada pelo descumprimento do contrato, conforme se demonstra a seguir.
3. DOS FATOS
No dia primeiro do mês de maio de 2012, a Autora efetuou a compra, por meio do sítio eletrônico da ré, de um aparelho de telefone celular Sansung E1195 Vermelho, no valor de R$ 99,00 (noventa e nove reais), para presentear sua genitora, já que se aproximava a data comemorativa referente ao dia das mães, conforme email de confirmação que segue em anexo. Deste mesmo documento se verifica também que foi pago o valor de R$ 4,99 (quatro reais e noventa e nove centavos), referente ao frete.
O prazo disponibilizado pela ré para entrega foi de 5 dias úteis (entrega prevista com prazo máximo para o dia 08/05/2012, até às 18 horas), conforme se destaca do documento anexo.
Ocorre que o produto não foi entregue dentro do prazo acordado, o que levou a Autora a efetuar uma reclamação junto ao atendimento ao consumidor no dia 12 de maio de 2012.
Considerando o motivo da compra, presentear sua mãe, e que a resposta à reclamação não se deu num prazo razoável, a Autora resolveu entrar em contato com a ré via telefone no dia 14 de maio de 2012, por volta das 17h30min. Atendida pela Sra. Vivian, esta informou que o pedido de compra seria entregue em cinco dias.
No dia 19 de maio de 2012, a Autora recebeu um email da ré respondendo à reclamação daquela, no que ficou consignado que o impasse seria resolvido dentro de cinco dias úteis, conforme documento anexo.
Ocorre que, após diversos contatos com a ré, em prazo consideravelmente superior ao acordado para entrega do produto, esta se comprometeu em resolver o problema, oferecendo o estorno do valor pago.
A Autora, com esperança de ainda conseguir presentear sua mão, propôs a entrega de outro aparelho equivalente, porém ressaltou que antes queria ver os modelos disponíveis.
A ré, então, sem apresentar os modelos disponíveis, enviou um aparelho de telefone igual ao adquirido pela Autora, porém de cor diversa.
4. DOS FUNDAMENTOS
4.1. DA RELAÇÃO DE CONSUMO
É notório que a relação contratual em destaque configura uma relação consumerista, conforme art. 2º e art. 3º, todos do Código de Defesa do Consumidor.
Portanto é imprescindível a aplicação de normas que procuram restabelecer o equilíbrio contratual, ora deturpado pela ré, conforme se destacam art. 1º, art. 4º, I, dentre outros, do CDC.
Inicialmente, importante destacar a responsabilidade da parte ré pela falta na prestação do serviço, que é objetiva, nos termos do art. 12, caput, CDC.
Outro aspecto de suma relevância é a inversão do ônus da prova, que confere à parte ré o ônus de afastar sua responsabilidade, conforme art. 6º, VIII, CDC.
4.2. DO INADIMPLEMENTO CONTRATUAL
A empresa ré disponibilizou no seu sítio eletrônico a oferta do produto, restando sua obrigação pela publicidade, conforme art. 30, CDC.
Portanto, com a efetivação da compra, ficou configurado, independente da espécie de contrato firmado entre as partes, o princípio da obrigatoriedade, o qual é o mais importante efeito decorrente de uma relação contratual, que deve ser observado por ambas as partes, conforme se destaca do art. 481, CC.
Entretanto a empresa ré não efetuou a entrega do produto no prazo acordado, o que configura o inadimplemento daquela, conforme art. 389, CC.
Importante salientar que a Autora cumpriu com a sua obrigação, efetuando opagamento integral do valor do produto, o que lhe confere o direito de exigir o implemento da obrigação da ré, conforme se depreende, a contrario sensu, do art. 476, CC.
É indubitável que o descumprimento da ré configura fato do serviço, pois a entrega com demasiado atraso acarretou dano extrapatrimonial à Autora, conforme passa a demonstrar.
DO DANO MORAL
Sabe-se que o dia das mães é de suma importância para os brasileiros. Nesta data comemorativa, aproveita-se para reconhecer a importância desta figura na educação e formação de caráter do indivíduo presenteando-a.
A maior prova deste costume é o impacto que as vendas, neste período do ano, ocasiona na economia, conforme se destaca da reportagem exibida no site do GLOBO no dia 14 de maio de 2012 (http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2012/05/dia-das-maes-movimenta-r-68-mi-no-varejo-em-porto-alegre-diz-cdl.html ).
A Autora efetuou a compra do produto para presentear sua mãe, que reside em cidade diversa, conforme cópia de passagem em anexo.
Entretanto a falta da parte ré no tratamento com a Autora obrigou esta a chegar à residência de sua genitora “de mãos abanando”, o que, indubitavelmente, acarretou-lhe uma desproporcional frustração, decorrente da excessiva expectativa gerada, configurando o dano moral in re ipsa, conforme inteligência do art. 5º, V, CF.
Segundo lição do Professor Sergio Cavalieri, deve reputar como dano moral a dor, o vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, indefira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem estar. (Programa de responsabilidade civil, p.78)
Não é outro o entendimento pacífico no Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que assim entende.
0001779-02.2011.8.19.0001  – APELACAODES. MARIA REGINA NOVA ALVES - Julgamento: 08/05/2012 - QUINTA CAMARA CIVEL AGRAVO LEGAL NA APELAÇÃO CÍVEL. DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGOU PROVIMENTO AO RECURSO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS. RITO ORDINÁRIO. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO AUTORAL. APELAÇÃO INTERPOSTA PELA ré. DIREITO DO CONSUMIDOR. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUIÇÃO - EXTRA SUPERMERCADO-. DESCUMPRIMENTO DO PRAZO PARA A ENTREGA DA MERCADORIA ADQUIRIDA PELO APELADO, VIA TELEVENDAS, JUNTO A APELANTE EM PERÍODO PRÓXIMO AO NATAL. PRODUTO ENTREGUE COM 01 MÊS DE ATRASO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DA FORNECEDORA DE PRODUTO. DANO MORAL IN RE IPSA. DEVER DE INDENIZAR QUE SE IMPÕE. INDENIZAÇÃO ARBITRADA DE FORMA RAZOÁVEL E PROPORCIONAL ÀS ESPECIFICIDADES DO CASO CONCRETO. FUNDAMENTOS INABALADOS. RECURSO CONHECIDO. PROVIMENTO NEGADO.
Ademais, verifica-se, no caso em tela, que a Autora, até a presente, foi obrigada a despender tempo útil, pois está se preparando para prestar concurso público, para solucionar o impasse, eis que a parte ré, até a presente se manteve inerte ao problema, o que também acarreta àquela grande transtorno passível de reparação, a títilo de dano moral, conforme irretorquíveis Acórdãos do Colendo Tribunal deste Estado que segue.
0392212-76.2011.8.19.0001  – APELACAO DES. MARCELO LIMA BUHATEM - Julgamento: 01/06/2012 - QUARTA CAMARA CIVELDIREITO DO CONSUMIDOR - APELAÇÃO CÍVEL RESCISÃO CONTRATUAL C/C INDENIZATÓRIA - COMPRA DE PRODUTO NÃO ENTREGUE - FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO - DANO MORAL IN RE IPSA - NECESSIDADE DE RECORRER AO JUDICIÁRIO - PERDA DO TEMPO ÚTIL DO CONSUMIDOR - VERBA COMPENSATÓRIA QUE SE MAJORA RAZOABILIDADE-PROPORCIONALIDADE - SENTENÇA QUE SE REFORMA EM PARTE. 1. Trata-se de demanda de rescisão contratual cumulada com indenizatória, movida por consumidora em face de fornecedor.2. Relação de consumo. Responsabilidade objetiva.3. Compra de uma máquina de lavar, com prazo de entrega de sete dias, que não foi entregue, prolongando-se a desídia mesmo após o lapso de dois meses e o ajuizamento da presente demanda.4. Sentença que julgou procedentes os pedidos para condenar o réu a restituir à autora a quantia de R$ 1.499,00, paga pela aquisição do produto não entregue, além de pagar à autora a importância de R$ 2.000,00, pelos danos morais sofridos, condenando a ré, ainda, ao pagamento das custas e honorários fixados em 10% sobre a condenação.5. Falha na prestação do serviço da parte ré. Produto quitado e não entregue.6. Dano moral in re ipsa. Necessidade de recorrer ao Judiciário. Perda do tempo útil do consumidor. 7. Relativamente à verba a ser fixada, o valor deve se mostrar razoável e proporcional às angústias e danos morais sofridos pelo demandante, levando-se em conta o caráter punitivo-pedagógico da compensação, bem como a extensão do dano, e sem permitir que a mesma gere um enriquecimento indevido. 8. Majora-se o quantum fixado pelo magistrado a quo (R$ 2.000,00) para o montante de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), que se mostra mais adequado aos critérios mencionados, associados à média arbitrada por esta Corte para hipóteses semelhantes.9. Honorários de sucumbência corretamente fixados, considerando-se que a causa não apresenta maior complexidade. DOU PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DA AUTORA E NEGO SEGUIMENTO AO RECURSO DA ré, NA FORMA DO ART. 557, § 1º-A E CAPUT, DO CPC.
0080343-92.2011.8.19.0001  – APELACAO DES. CUSTODIO TOSTES - Julgamento: 03/05/2012 - PRIMEIRA CAMARA CIVELDIREITO DO CONSUMIDOR. COMPRA DE BEM MÓVEL, AR REFRIGERADO ELETROLUX 7500 BTU'S, REALIZADA EM 12.01.2011. AVISO DE PREPARAÇÃO PARA ENTREGA DO PRODUTO, EM 14.01.2011, COM PRAZO DE 10 DIAS. EM 15.02.2011, O PEDIDO FOI CANCELADO SOB ALEGAÇÃO DE FALHA SISTÊMICA. PAGAMENTO AUTORIZADO PELO CARTÃO DE CRÉDITO DESDE 14.01.2011. ESTORNO QUE OCORREU EM MARÇO DE 2011, OCUPANDO O LIMITE DISPONÍVEL NO REFERIDO CARTÃO E IMPOSSIBILITANDO NOVA COMPRA. PRAZO QUE EXTRAPOLA O LIMITE DO BOM SENSO E ROMPE COM O PRINCÍPIO DA CONFIANÇA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO FORNECEDOR QUE SE DÁ IN RE IPSA. DANOS MORAIS ARBITRADOS EM R$ 2.000,00.PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO.
Não podemos nos olvidar do aspecto punitivo-pedagógico do dano moral, decorrente da doutrina Norte Americana do punitive damage, inteligentemente introduzido na Jurisprudência Nacional, que deve pautar as condenações a fim de desestimular os fornecedores de produtos a reincidir na prática censurada, sob pena de odiosa impunidade. É o que se verifica adiante.
0012967-91.2008.8.19.0002  – APELACAO DES. LUIZ FERNANDO DE CARVALHO - Julgamento: 23/11/2011 - TERCEIRA CAMARA CIVELCIVIL, CONSUMIDOR E PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. EXCEDIMENTO DE PRAZO NA ENTREGA DE VEÍCULO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. APELO DAS réS, COM PRELIMINARES DE CARÊNCIA DE AÇÃO E INÉPCIA DA INICIAL. RELAÇÃO JURÍDICA INCONTROVERSA. POSSIBILIDADE DE FORMULAÇÃO DE PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS EM VALOR GENÉRICO. REJEIÇÃO DAS OBJEÇÕES, VEICULADAS POR AGRAVOS RETIDOS. O VENDEDOR E O FABRICANTE TÊM O DEVER DE INFORMAR DE FORMA CLARA SOBRE O PRAZO DE ENTREGA DO PRODUTO. ATRASO INDEVIDO E INOBSERVÂNCIA DO DEVER DE INFORMAÇÃO QUE CONFIGURAM O DANO MORAL, PELA DESÍDIA NO TRATAMENTO COM O CLIENTE. PERDA DE TEMPO DESNECESSÁRIA PARA RESOLVER O PROBLEMA. DANO MORAL ARBITRADO EM VALOR RAZOÁVEL, DE ACORDO COM OS CRITÉRIOS PREVENTIVO, PUNITIVO E COMPENSATÓRIO. JUROS DE MORA QUE DEVEM SER CONTADOS DA DATA DA CITAÇÃO, POR SE TRATAR DE RELAÇÃO CONTRATUAL. DESPROVIMENTO DOS APELOS DAS réS, IMPRIMINDO-SE PEQUENA MODIFICAÇÃO DE OFÍCIO QUANTO AO TERMO INICIAL DOS ENCARGOS DA MORA.
A empresa ré, sem dúvidas, tentará afastar sua responsabilidade, a título de dano moral, agarrando-se ao único fundamento de que sua falta configura mero descumprimento contratual, nos termos da súmula 75, TJRJ, entretanto, com espeque nos diversos acórdãos colacionados, resta patente que a aplicação do argumento deve se dar de forma casuística.
5. DO PEDIDO
A Autora, diante de todo o exposto, pautada na Jurisprudência Pátria, bem como com espeque em doutrina do mais alto gabarito, requer:
A concessão do benefício da Gratuidade de Justiça, diante da inteligência do art. 2º,Lei 1060/50, visto que se encontra desempregada, na situação de estudante;
A citação do réu para querendo apresentar defesa nos termos legais, sob pena de aplicação dos efeitos da revelia;
A procedência do pedido Autoral, para que a parte ré
Seja obrigada a restituir a quantia paga pela Autora, no valor de R$ 103,99 (cento e três reais e noventa e nove centavos), devidamente atualizado e corrigido, nos termos do art. 35, III, CDC;
Seja condenada, a título de dano moral, no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), eis que o fatídico acontecimento acarretou-lhe profunda consternação.
6. DAS PROVAS
Requer também a produção de todos os meios de prova admitidos em direito, bem como os moralmente legítimos, principalmente a documental, nos termos do art. 332, CPC.
7. DO VALOR DA CAUSA
De acordo com o que estabelece o art. 259, II e III, CPC, Dá-se à causa o valor de R$ 5.103,99 (cinco mil, cento e três reais e noventa e nove centavos).
Nestes Termos, Pede Deferimento.
Rio de Janeiro, ....................2012.
	                                             OAB/RJ

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