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Novo Acordo Ortográfico

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Lição 8 - Novo Acordo Ortográfico
As mudanças trazidas pelo Novo Acordo Ortográfico visam à unificação da 
língua portuguesa. Entretanto, essa reforma não interfere na língua, visto que 
nem poderia, pois ela não é passível de alterações por decretos, leis e acordos. 
Portanto, o Novo Acordo apenas unifica a ortografia. Assim, a língua perma- 
nece a mesma, o que muda é apenas a maneira de grafar algumas palavras 
presentes nela.
Entre os objetivos da mudança na ortografia, está a intenção de melhorar o 
intercâmbio entre os países nos quais a língua portuguesa é falada; reduzir 
os custos financeiros com a produção e tradução de livros; facilitar a troca 
bibliográfica e tecnológica; enfim, aproximar os países onde se fala a língua 
portuguesa.
Para os brasileiros, as mudanças que ocorreram são poucas e atingem algu-
mas regras de acentuação das palavras e de uso do hífen.
Vejamos alguns exemplos:
1. Acentuação
a) O TREMA deixa de ser usado: palavras como “lingüiça”, “cinqüenta” e 
“tranqüilo” passam a ser escritas como “linguiça”, “cinquenta” e “tranquilo”.
b) Não se acentua mais com acento circunflexo as duplas OO e EE: palavras 
como “enjôo”, “vôo”, “lêem” e “crêem” passam a ser escritas como “enjoo”, 
“voo”, “leem” e “creem”.
c) Os ditongos abertos ÉI e ÓI das palavras paroxítonas deixam de ser 
acentuados. Palavras como “idéia”, “platéia”, “paranóico” e “jibóia” passam a 
ser escritas como “ideia”, “plateia”, “paranoico” e “jiboia”.
d) Quando precedidos de ditongo, nas palavras paroxítonas, o acento agudo 
no I e no U tônico deixam de existir. Palavras como “feiúra” e “baiúca” 
passam a ser escritas como “feiura” e “baiuca”.
e) Não se acentua mais as formas verbais do U tônico precedido de G ou Q 
e seguido de E ou I. Palavras como “averigúe” e “apazigue” passam a ser 
escritas como “averigue” e “apazigue”.
f) O acento agudo ou circunflexo usado para distinguir palavras paroxítonas 
que são homógrafas¹ deixa de existir. Portanto, deixam de se diferenciar 
pelo acento:
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• para (verbo parar);
• para (preposição);
• pela (substantivo e flexão do verbo pelar);
• pelas;
• polo;
• pelo (flexão de pelar);
• pelo (substantivo);
• pera (substantivo, fruta);
• pera (substantivo arcaico, pedra, e pera, preposição arcaica).
2. Hífen
O hífen é um sinal gráfico mal sistematizado na língua portuguesa e, por isso, 
o Novo Acordo tentou organizar seu uso com regras que tornam mais racio-
nal e simples a sua utilização. Nas palavras formadas pelo processo de prefi-
xação, só se usa o hífen quando:
Palavras com a mesma grafia, mas com significados diferentes.
• O segundo elemento começa com h (super-homem, sub-humano);
• O prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com a mesma 
vogal (micro-ondas, auto-observação);
• O prefixo é pré-, pró- ou pós- (pré-fabricado, pós-graduação, pró-reitor);
• O prefixo é circum- ou pan- e o segundo elemento começa com vogal, h, m 
ou n (circum-mediterrâneo, pan-helenismo, pan-americano).
Não há hífen quando:
• O segundo elemento começa com s ou r. Assim, essas consoantes deverão 
ser duplicadas (antirrugas, antissemita, minissaia, microssistema);
• O prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal 
diferente (antiaéreo, hidroelétrica, autoescola, extraescolar).
Saiba Mais
Para mais detalhes sobre a utilização do hífen, consulte o artigo Uso do Hífen (Novo 
Acordo Ortográfico).
3. O Casos das Letras K, W e Y
As letras K, W e Y agora estão incluídas em nosso alfabeto, que passa a ter 26 
letras. O Acordo apenas estabeleceu a sequência delas na listagem alfabética. 
Logo, o k vem após o j, o w depois do v e o y após o x.
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Saiba Mais
Para mais detalhes sobre como ficou o alfabeto brasileiro após a Reforma Ortográfica, 
consulte o artigo “Alfabeto Brasileiro (Novo Acordo Ortográfico).”
Dica de Leitura
O site Ortografa também é uma ferramenta muito interessante para te ajudar na consulta 
de palavras a fim de verificar se houve alteração ou não, após o Acordo Ortográfico.
4. Letras Maiúsculas
O uso obrigatório das letras maiúsculas foi simplificado. Portanto, elas se res- 
tringem:
• A nomes próprios de pessoas, lugares, instituições e seres mitológicos;
• A nomes de festas;
• À designação dos pontos cardeais;
• Às siglas;
• Às letras iniciais de abreviaturas;
• Aos títulos de periódicos (jornais).
Agora é facultativo usar a inicial maiúscula em nomes que designam áreas 
do saber (português, Português), nos títulos (Doutor, doutor Silva; Santo, santo 
Antônio) e nas categorias de logradouros públicos (Rua, Rua do Sorriso), de 
templos (Igreja, igreja do Bonfim) e edifícios (Edifício, edifício Paulista).

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