Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
44 Lição 8 - Novo Acordo Ortográfico As mudanças trazidas pelo Novo Acordo Ortográfico visam à unificação da língua portuguesa. Entretanto, essa reforma não interfere na língua, visto que nem poderia, pois ela não é passível de alterações por decretos, leis e acordos. Portanto, o Novo Acordo apenas unifica a ortografia. Assim, a língua perma- nece a mesma, o que muda é apenas a maneira de grafar algumas palavras presentes nela. Entre os objetivos da mudança na ortografia, está a intenção de melhorar o intercâmbio entre os países nos quais a língua portuguesa é falada; reduzir os custos financeiros com a produção e tradução de livros; facilitar a troca bibliográfica e tecnológica; enfim, aproximar os países onde se fala a língua portuguesa. Para os brasileiros, as mudanças que ocorreram são poucas e atingem algu- mas regras de acentuação das palavras e de uso do hífen. Vejamos alguns exemplos: 1. Acentuação a) O TREMA deixa de ser usado: palavras como “lingüiça”, “cinqüenta” e “tranqüilo” passam a ser escritas como “linguiça”, “cinquenta” e “tranquilo”. b) Não se acentua mais com acento circunflexo as duplas OO e EE: palavras como “enjôo”, “vôo”, “lêem” e “crêem” passam a ser escritas como “enjoo”, “voo”, “leem” e “creem”. c) Os ditongos abertos ÉI e ÓI das palavras paroxítonas deixam de ser acentuados. Palavras como “idéia”, “platéia”, “paranóico” e “jibóia” passam a ser escritas como “ideia”, “plateia”, “paranoico” e “jiboia”. d) Quando precedidos de ditongo, nas palavras paroxítonas, o acento agudo no I e no U tônico deixam de existir. Palavras como “feiúra” e “baiúca” passam a ser escritas como “feiura” e “baiuca”. e) Não se acentua mais as formas verbais do U tônico precedido de G ou Q e seguido de E ou I. Palavras como “averigúe” e “apazigue” passam a ser escritas como “averigue” e “apazigue”. f) O acento agudo ou circunflexo usado para distinguir palavras paroxítonas que são homógrafas¹ deixa de existir. Portanto, deixam de se diferenciar pelo acento: 45 • para (verbo parar); • para (preposição); • pela (substantivo e flexão do verbo pelar); • pelas; • polo; • pelo (flexão de pelar); • pelo (substantivo); • pera (substantivo, fruta); • pera (substantivo arcaico, pedra, e pera, preposição arcaica). 2. Hífen O hífen é um sinal gráfico mal sistematizado na língua portuguesa e, por isso, o Novo Acordo tentou organizar seu uso com regras que tornam mais racio- nal e simples a sua utilização. Nas palavras formadas pelo processo de prefi- xação, só se usa o hífen quando: Palavras com a mesma grafia, mas com significados diferentes. • O segundo elemento começa com h (super-homem, sub-humano); • O prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com a mesma vogal (micro-ondas, auto-observação); • O prefixo é pré-, pró- ou pós- (pré-fabricado, pós-graduação, pró-reitor); • O prefixo é circum- ou pan- e o segundo elemento começa com vogal, h, m ou n (circum-mediterrâneo, pan-helenismo, pan-americano). Não há hífen quando: • O segundo elemento começa com s ou r. Assim, essas consoantes deverão ser duplicadas (antirrugas, antissemita, minissaia, microssistema); • O prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente (antiaéreo, hidroelétrica, autoescola, extraescolar). Saiba Mais Para mais detalhes sobre a utilização do hífen, consulte o artigo Uso do Hífen (Novo Acordo Ortográfico). 3. O Casos das Letras K, W e Y As letras K, W e Y agora estão incluídas em nosso alfabeto, que passa a ter 26 letras. O Acordo apenas estabeleceu a sequência delas na listagem alfabética. Logo, o k vem após o j, o w depois do v e o y após o x. 46 Saiba Mais Para mais detalhes sobre como ficou o alfabeto brasileiro após a Reforma Ortográfica, consulte o artigo “Alfabeto Brasileiro (Novo Acordo Ortográfico).” Dica de Leitura O site Ortografa também é uma ferramenta muito interessante para te ajudar na consulta de palavras a fim de verificar se houve alteração ou não, após o Acordo Ortográfico. 4. Letras Maiúsculas O uso obrigatório das letras maiúsculas foi simplificado. Portanto, elas se res- tringem: • A nomes próprios de pessoas, lugares, instituições e seres mitológicos; • A nomes de festas; • À designação dos pontos cardeais; • Às siglas; • Às letras iniciais de abreviaturas; • Aos títulos de periódicos (jornais). Agora é facultativo usar a inicial maiúscula em nomes que designam áreas do saber (português, Português), nos títulos (Doutor, doutor Silva; Santo, santo Antônio) e nas categorias de logradouros públicos (Rua, Rua do Sorriso), de templos (Igreja, igreja do Bonfim) e edifícios (Edifício, edifício Paulista).
Compartilhar