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Direito Desportivo - Modulo 6

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Direito Desportivo
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Reinaldo Zychan de Moraes
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
• Introdução;
• Penalidades;
• Infrações em Espécie;
• Infrações Referentes à Organização, à 
Administração do Desporto e à Competição;
• Infrações Referentes à Justiça Desportiva;
• Infrações contra a Ética Desportiva;
• Infrações Relativas à Disputa das Partidas, 
Provas ou Equivalentes;
• Infrações Relativas à Arbitragem;
• Disposições Gerais, Transitórias e Finais;
• Infrações ao Código Brasileiro Antidopagem – CBAA.
• Estudar as infrações e penalidades previstas no Código Brasileiro de Justiça Desportiva e 
no Código Brasileiro Antidopagem.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Código Brasileiro 
de Justiça Desportiva
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Introdução
O Livro II do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) é dedicado às 
medidas disciplinares e versa sobre: a responsabilização pela atitude antidesportiva 
praticada por menores de 14 anos; o concurso de pessoas; a extinção da punibili-
dade; as penalidades e suas espécies e sobre a aplicação das penalidades.
Vale mencionar que o referido Livro é iniciado pelo art. 153, que assim estabe-
lece: “É punível toda infração disciplinar tipificada no Código”.
Assevere-se que ninguém será punido por fato que lei posterior deixe de con-
siderar infração disciplinar, cessando, em virtude dela, a execução e os efeitos da 
punição, cabendo destacar que se aplica ao fato não definitivamente julgado, a lei 
posterior que de outro modo favoreça o infrator. (art. 154)
Dessa forma, seguiu o CBJD a matriz principiológica do Código Penal, 
abraçando o princípio da irretroatividade da lei: a lei tem eficácia a partir de sua 
existência, sendo vedada, em regra, a sua aplicação de forma retroativa, de forma 
a atingir condutas anteriores ao início de sua vigência, salvo quando se tratar de 
retroatividade da lei mais benigna (princípio constitucionalmente assegurado como 
fundamental ao Estado Democrático de Direito, consagrado pelo art. 5º, XL da 
Constituição Federal de 1988). 
Constituição Federal
Art. 5º [...]
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
O CBJD aderiu à Teoria da Atividade segundo a qual, para a caracterização do 
tempo da infração, importa o instante da ação ou da omissão, sendo irrelevante o 
momento da ocorrência do resultado.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 155. Considera-se praticada a infração no momento da ação ou 
omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
Infração disciplinar para os efeitos do código é toda ação ou omissão antidespor-
tiva, típica e culpável (art. 156). A omissão será juridicamente relevante quando o 
omitente devia e podia agir para evitar o resultado, incumbindo o dever de agir 
a quem tiver, por ofício, a obrigação de velar pela disciplina ou coibir violências.
Estará a infração consumada quando nela reunirem-se todos os elementos de 
sua definição. Será tentada, quando iniciada a execução, esta não se consuma por 
circunstâncias alheias à vontade do agente (incisos I e II do art. 157).
Por outro lado, será dolosa a infração sempre que o agente quiser o resulta-
do da infração ou assumir o risco de produzi-la (dolo direto e dolo eventual), e 
culposa, quando o agente der causa ao resultado por imprudência, negligên-
cia ou imperícia (incisos III e IV do art. 157).
8
9
De acordo com o art. 162 do CBJD, os menores de 14 anos são considerados 
desportivamente irresponsáveis, ficando sujeitos, tão somente, a orientações de 
caráter pedagógico, devendo na reincidência de prática de ato antidesportivo ser 
responsabilizado o seu técnico ou representante legal na respectiva competição.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 162. Os menores de quatorze anos são considerados desportiva-
mente inimputáveis, ficando sujeitos à orientação de caráter pedagógico.
Parágrafo único. Nos casos de reincidência da prática de infrações 
disciplinares previstas neste Código por menores de quatorze anos, 
responderá o seu técnico ou representante legal na respectiva com-
petição, caso não tenham sido adotadas as medidas cabíveis para 
orientar e inibir novas infrações.
Dispõe o art. 163 do Código que quem, de qualquer modo, concorre para a 
infração, incide nas penas a esta cominadas, na medida de sua participação.
Por outro lado, segundo o art. 164, extingue-se a punibilidade, ou seja, não é 
mais possível a aplicação de qualquer sanção em razão da prática de transgressões 
do Código, nas seguintes hipóteses: pela morte da pessoa natural infratora; pela 
extinção da pessoa jurídica infratora; pela retroatividade da lei que não mais 
considera o fato como infração; pela prescrição e pela reabilitação.
O artigo 165-A do CBJD traz os prazos prescricionais das infrações, bem como 
a contagem dos prazos para o exercício da pretensão punitiva. Cabe esclarecer que 
a pretensão punitiva disciplinar da Procuradoria prescreve em sessenta dias, 
quando o Código não lhe haja fixado outro prazo (§ 2° do artigo 165-A).
Interrompe-se a prescrição pela instauração do inquérito e pelo recebimento da 
denúncia. A prescrição interrompida recomeça a correr do último ato do processo 
que a interrompeu. 
Os direitos relacionados às provas, torneios e campeonatos, salvo os vinculados 
a infrações disciplinares, estão sujeitos à decadência, caso não sejam exercidos du-
rante a respectiva fase da competição.
Penalidades
Dispõe o art. 170 que as infrações disciplinares previstas no CBJD correspon-
dem às penas de: 
• I – advertência;
• II – multa;
• III – suspensão por partida;
• IV – suspensão por prazo;
• V – perda de pontos;
9
UNIDADE Código Brasileiro de Justiça Desportiva
• VI – interdição de praça de desportos;
• VII – perda de mando de campo;
• VIII – indenização;
• IX – eliminação;
• X – perda de renda; 
• XI – exclusão de campeonato ou torneio.
Ressaltam os §§ 1º, 2º e 3º do artigo 170 do Código que:
• penas disciplinares não serão aplicadas a menores de 14 anos;
• penas pecuniárias não serão aplicadas a atletasnão profissionais, e
• penas de eliminação não serão aplicáveis a pessoas jurídicas.
A suspensão do atleta poderá ser por partida ou por prazo. 
Quando for por partida, deverá ser cumprida na mesma competição em que 
se verificou a infração (regra geral – artigo 171). No entanto, quando a suspensão 
não puder ser cumprida na mesma competição, campeonato ou torneio em que se 
verificou a infração, deverá ser cumprida na partida, prova ou equivalente subse-
quente de competição, campeonato ou torneio realizado pela mesma entidade de 
administração ou, desde que requerido pelo punido e a critério do Presidente do 
órgão judicante, na forma de medida de interesse social. 
Quando a suspensão resultar de infração praticada em partida amistosa, a sus-
pensão será cumprida em partida da mesma natureza.
Sendo a suspensão aplicada por prazo, estará o punido privado de participar 
de quaisquer competições na respectiva modalidade desportiva, de ter acesso a 
recintos reservados de praça de desportos, de praticar atos oficiais e de exercer 
qualquer cargo ou função e poderes de entidades de administração de desporto da 
modalidade e na Justiça Desportiva. 
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 172. A suspensão por prazo priva o punido de participar de 
quaisquer competições promovidas pelas entidades de administra-
ção na respectiva modalidade desportiva, de ter acesso a recintos 
reservados de praças de desportos durante a realização das parti-
das, provas ou equivalentes, de praticar atos oficiais referentes à 
respectiva modalidade desportiva e de exercer qualquer cargo ou 
função em poderes de entidades de administração do desporto da 
modalidade e na Justiça Desportiva.
[...]
Poderá o presidente do órgão judicante, a requerimento do punido, converter 
até metade da pena de suspensão por prazo em pena de execução de atividade de 
interesse público.
10
11
A pena de interdição de praça de desportes impede que se realize qualquer partida 
na respectiva modalidade, até que sejam cumpridas as exigências impostas na decisão. 
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 174. A interdição de praça de desportos impede que nela se reali-
ze qualquer partida da respectiva modalidade, até que sejam cumpri-
das as exigências impostas na decisão, a critério do órgão judicante.
Já a pena de perda de mando de campo obriga a entidade penalizada a disputar 
as suas partidas, provas ou equivalentes em local designado pela entidade promo-
tora da competição. É interessante destacar que a entidade de prática punida com 
a perda de mando de campo fica obrigada a disputar suas partidas, provas ou 
equivalentes, na mesma competição em que ocorreu a infração e, quando isso não 
for possível, a pena deverá ser cumprida em competição subsequente da mesma 
natureza, independentemente da forma de disputa.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 175. A entidade de prática punida com a perda de mando de 
campo fica obrigada a disputar suas partidas, provas ou equivalen-
tes, na mesma competição em que ocorreu a infração.
§ 1º Quando a perda de mando de campo não puder ser cumprida 
na mesma competição, deverá ser cumprida em competição subse-
quente da mesma natureza, independentemente da forma de disputa.
§ 2º A forma de cumprimento da pena de perda de mando de cam-
po, imposta pela Justiça Desportiva, é de competência e responsa-
bilidade exclusivas da entidade organizadora da competição, torneio 
ou equivalente, devendo constar, prévia e obrigatoriamente, no res-
pectivo regulamento.
Quanto às penas pecuniárias, estabelece o CBJD que, desde que requerido pelo 
punido, até metade da pena pecuniária imposta poderá ser cumprida por meio de 
medida de interesse social (art. 176-A, § 2º). 
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 176-A [...]
§ 2º A critério e na forma estabelecida pelo Presidente do Tribunal 
(STJD ou TJD) e desde que requerido pelo punido, até metade da 
pena pecuniária imposta poderá ser cumprida por meio de medida 
de interesse social, que, entre outros meios legítimos, poderá con-
sistir na prestação de serviços comunitários.
Convém mencionar que as entidades de prática desportiva são solidariamente 
responsáveis pelas penas pecuniárias impostas a quaisquer pessoas naturais que 
lhes sejam direta ou indiretamente vinculadas (§ 4º), sendo certo que tal solidarie-
dade não se afasta no caso de o infrator desligar-se da entidade e não se transmite 
à nova entidade, à qual o infrator venha a se vincular (§ 5°).
11
UNIDADE Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Dispõe o art. 178 do Código que o órgão judicante, na fixação das penalidades 
entre limites mínimos e máximos, levará em conta a gravidade da infração, a 
sua maior ou menor extensão, os meios empregados, os motivos determi-
nantes, os antecedentes desportivos do infrator e as circunstâncias agravan-
tes e atenuantes. 
Segundo o artigo 179 do Código, as circunstâncias que agravam a penalidade a 
ser aplicada são as seguintes:
• ter sido praticada com o concurso de outrem;
• ter sido praticada com o uso de instrumento ou objeto lesivo;
• ter o infrator, de qualquer modo, concorrido para a prática de infração mais grave;
• ter causado prejuízo patrimonial ou financeiro;
• ser o infrator membro ou auxiliar da justiça desportiva, membro ou represen-
tante da entidade de prática desportiva;
• ser o infrator reincidente.
Por outro lado, as circunstâncias previstas no artigo 180 do Código que atenuam 
a penalidade são as seguintes: 
• ser o infrator menor de dezoito anos, na data da infração; 
• não ter o infrator sofrido qualquer punição nos doze meses imediatamente 
anteriores à data do julgamento; 
• ter sido a infração cometida em desafronta à grave ofensa moral;
• ter o infrator confessado infração atribuída a outrem. 
O art. 182, por sua vez, estabelece que as penas serão diminuídas pela me-
tade quando for cometida por pessoa física praticante de desporto não profis-
sional ou por entidade partícipe de competição que congregue exclusivamente 
atletas não profissionais.
Infrações em Espécie
O Livro III do Código Brasileiro de Justiça Desportiva apresenta as infrações 
previstas nessa norma.
É importante reiterar que somente as infrações previstas no Código podem ser 
julgadas e receber sanção da Justiça Desportiva.
Vamos destacar as principais previsões de transgressões e suas sanções.
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13
Infrações Referentes à Organização, à 
Administração do Desporto e à Competição
Dispõe o Capítulo I do Livro III do CBJD acerca das infrações praticadas pelas 
entidades de administração do desporto, órgãos públicos do desporto e seus diri-
gentes pelas entidades de prática desportiva e seus dirigentes contra a administra-
ção desportiva, às competições e à Justiça Desportiva.
Pode-se citar como exemplo a pena de multa prevista no art. 205 à entidade de 
prática desportiva que der causa a não realização ou ao impedimento do “prossegui-
mento de partida, prova ou equivalente que estiver disputando por simulação de con-
tusão, por insuficiência numérica intencional de seus atletas ou por qualquer forma”. 
Neste caso, a pena de multa para tal infração poderá ser imputada no montan-
te de R$ 100,00 a R$ 100.000,00, alargando o âmbito da discricionariedade do 
julgador, e, viabilizando uma aplicação da pena condizente com os princípios da 
proporcionalidade e da razoabilidade.
Na redação do art. 213 do CBJD, por exemplo, a intenção do legislador foi 
responsabilizar objetivamente, com maior ou menor severidade, a depender da si-
tuação fática, as entidades de prática desportiva por atos inconvenientes praticados 
por seus torcedores.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 213. Deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir:
I - desordens em sua praça de desporto;
II - invasão do campo ou local da disputa do evento desportivo;
III - lançamento de objetos no campo ou local da disputa do even-
to desportivo.
PENA: multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem 
mil reais).
Quandoa desordem, invasão ou lançamento de objeto for de elevada gravidade 
ou causar prejuízo ao andamento do evento desportivo, a entidade de prática pode-
rá ser punida com a perda do mando de campo de uma a dez partidas, provas ou 
equivalentes, quando participante da competição oficial (§ 1º do art. 213). 
No entanto, caso a desordem, a invasão ou o lançamento de objeto sejam feitos 
pela torcida da entidade adversária, tanto a entidade mandante como a entidade 
adversária serão puníveis, mas somente quando comprovado que também contri-
buíram para o fato (§ 2º do art. 213).
13
UNIDADE Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Relevante é salientar o disposto no § 3º do aludido, o qual prevê que a compro-
vação da identificação e detenção dos autores da desordem, invasão ou lançamento 
de objetos, com a apresentação à autoridade policial competente e registro de bo-
letim de ocorrência contemporâneo ao evento, exime a entidade de responsabilida-
de, sendo também admissíveis outros meios de prova suficientes para demonstrar a 
inexistência de responsabilidade.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 213 [...]
§ 3º A comprovação da identificação e detenção dos autores da 
desordem, invasão ou lançamento de objetos, com apresentação à 
autoridade policial competente e registro de boletim de ocorrência 
contemporâneo ao evento, exime a entidade de responsabilidade, 
sendo também admissíveis outros meios de prova suficientes para 
demonstrar a inexistência de responsabilidade.
Outra infração que merece destaque deste capítulo se refere à inclusão pela equi-
pe de atleta que está em situação irregular para participar da disputa.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 214. Incluir na equipe, ou fazer constar da súmula ou docu-
mento equivalente, atleta em situação irregular para participar de 
partida, prova ou equivalente. 
PENA: perda do número máximo de pontos atribuídos a uma vitória 
no regulamento da competição, independentemente do resultado da 
partida, prova ou equivalente, e multa de R$ 100,00 (cem reais) a 
R$ 100.000,00 (cem mil reais).
[...]
Infrações Referentes à Justiça Desportiva
O Capítulo II do livro III do Código dispõe sobre as infrações referentes à Justiça 
Desportiva, sendo que nele podemos destacar, inicialmente, a transgressão do ar-
tigo 220-A, cuja redação é a seguinte:
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 220-A. Deixar de: 
I - colaborar com os órgãos da Justiça Desportiva e com as demais 
autoridades desportivas na apuração de irregularidades ou infra-
ções disciplinares;
II - comparecer, injustificadamente, ao órgão de Justiça Desportiva, 
quando regularmente intimado;
III - tomar providências para o comparecimento à entidade de adminis-
tração do desporto, ou a órgão judicante da Justiça Desportiva, de pes-
soas que lhe sejam vinculadas, quando convocadas por seu intermédio.
14
15
A importância deste artigo decorre da necessidade de imposição de um maior 
respeito aos tribunais desportivos cuja existência é prevista na Constituição Federal 
de 1988, a partir da possibilidade de aplicação de multas a diversas situações que 
embaraçam o seu funcionamento.
Vale destacar o § 1º do citado art. 220-A, que estabelece uma importante pre-
visão: a possibilidade de substituição da pena de multa pela advertência, caso a 
infração seja de pequena gravidade. Ressalta-se, assim, que, antes de tudo, o CBJD 
deve ter um caráter educativo, e não apenas retributivo.
Alguns outros aspectos valem ser observados: um deles é a disposição norma-
tiva prevista no art. 220, que pune com suspensão de trinta a noventa dias, e, na 
reincidência, com a gravíssima pena de eliminação àquelas autoridades desportivas 
que não comunicarem, ao competente órgão judicante, a ocorrência de falsidade 
documental, quando tiverem conhecimento do fato.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 220. Deixar a autoridade desportiva que tomou conhecimento 
de falsidade documental de comunicar a infração ao competente 
órgão judicante.
PENA: suspensão de trinta a noventa dias, e, na reincidência, eli-
minação.
As mesmas penas são aplicáveis àqueles que prestarem depoimento falso peran-
te a Justiça Desportiva.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 222. Prestar depoimento falso perante a Justiça Desportiva.
PENA: suspensão de noventa a trezentos e sessenta dias e, na rein-
cidência, eliminação.
Parágrafo único. A infração deixa de ser punível se o agente, antes do julgamen-
to, se retratar e declarar a verdade.
Outro destaque é o art. 229 do Código, que pune aquele que der, oferecer ou 
aceitar vantagem a testemunha, perito, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação 
falsa, negar ou calar a verdade de depoimento, perícia tradução ou interpretação.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 229. Dar ou oferecer vantagem a testemunha, perito, tradutor 
ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade 
em depoimento, perícia, tradução ou interpretação.
PENA: suspensão de trezentos e sessenta a setecentos e vinte dias e 
eliminação no caso de reincidência.
15
UNIDADE Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Punido também será aquele que pleitear, antes de esgotadas todas as instâncias 
da Justiça Desportiva, matéria referente à disciplina e competições perante o Poder 
Judiciário, ou beneficiar-se de medidas obtidas pelos mesmos meios por terceiro.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 231. Pleitear, antes de esgotadas todas as instâncias da Justiça 
Desportiva, matéria referente à disciplina e competições perante o 
Poder Judiciário, ou beneficiar-se de medidas obtidas pelos mesmos 
meios por terceiro.
PENA: exclusão do campeonato ou torneio que estiver disputando 
e multa de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Infrações contra a Ética Desportiva
O Capítulo V do Livro III, referente às “infrações contra a ética desportiva”.
Esse capítulo sofreu profundas modificações dadas pela Resolução CNE nº 29 
de 2009, sendo que delas precisamos destacar a inclusão de sete novos artigos 
(243-A a 243-G), tipificando condutas passíveis de serem praticadas por qualquer 
envolvido em atividades desportivas sujeitas à regulação pelo Código, sistematizan-
do antigas condutas outrora tipificadas em outros capítulos do estatuto.
O art. 243-A, que pune a conduta de atuar, de forma contrária à ética desporti-
va, com o fim de influenciar o resultado de partida, prova ou equivalente, punindo 
com maior severidade se o resultado pretendido for atingido.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 243-A. Atuar, de forma contrária à ética desportiva, com o fim 
de influenciar o resultado de partida, prova ou equivalente.
PENA: multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil 
reais), e suspensão de seis a doze partidas, provas ou equivalentes, 
se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou 
membro da comissão técnica, ou pelo prazo de cento e oitenta a 
trezentos e sessenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa 
natural submetida a este Código; no caso de reincidência, a pena 
será de eliminação. 
Parágrafo único. Se do procedimento atingir-se o resultado preten-
dido, o órgão judicante poderá anular a partida, prova ou equiva-
lente, e as penas serão de multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 
100.000,00 (cem mil reais), e suspensão de doze a vinte e quatro 
partidas, provas ou equivalentes, se praticada por atleta, mesmo 
se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, ou 
pelo prazo de trezentos e sessenta a setecentos e vinte dias, se pra-
ticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código; 
no caso de reincidência, a pena será de eliminação.
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17
Percebe-se que a conduta tipificada não tem como objetivo punir quem procede 
de forma atentatória à dignidade do desporto, com o fim de alterar resultado de 
competição, mas sim quem atua de forma contrária à ética desportiva, com o fim 
de influenciar o resultado de partida, prova ou equivalente. Assim,não é necessário 
o desejo de alterar o resultado, mas tão somente influenciar o mesmo.
Da mesma forma, são punidas as condutas “constranger alguém, mediante vio-
lência, grave ameaça ou por qualquer outro meio, a não fazer o que a lei permite ou 
a fazer o que ela não manda” (art. 243-B) e “ameaçar alguém, por palavra, escrito, 
gestos ou por qualquer outro meio, a causar-lhe mal injusto ou grave” (art. 243-C).
Igualmente punida será a conduta de incitar publicamente o ódio ou a violência.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 243-D. Incitar publicamente o ódio ou a violência.
PENA: multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil reais), 
e suspensão pelo prazo de trezentos e sessenta a setecentos e vinte dias.
Parágrafo único. Quando a manifestação for feita por meio da im-
prensa, rádio, televisão, Internet ou qualquer meio eletrônico, ou 
for praticada dentro ou nas proximidades da praça desportiva em 
que for realizada a partida, prova ou equivalente, o infrator poderá 
sofrer, além da suspensão pelo prazo de trezentos e sessenta a se-
tecentos e vinte dias, pena de multa entre R$ 50.000,00 (cinquenta 
mil reais) e R$ 100.000,00 (cem mil reais). 
A maior severidade da conduta descrita nesse artigo quando realizada “por meio 
da imprensa, rádio, televisão, Internet ou qualquer meio eletrônico, ou for praticada 
dentro ou nas proximidades da praça desportiva” decorre da maior alcance que 
essa manifestação ilícita pode alcançar, bem como seu maior poder de potenciali-
zar atos de violência.
O art. 243-F, também incluído pela Resolução CNE 29/09, generalizou a conduta 
ofensiva a alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto, outrora 
disposta de forma difusa, dependente da pessoa do réu (atleta ou outro participante do 
evento esportivo, com tipificações de condutas ofensivas em dispositivos legais diferentes).
Assim, a conduta “ofender alguém em sua honra, por fato relacionado direta-
mente ao desporto”.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 243-F. Ofender alguém em sua honra, por fato relacionado 
diretamente ao desporto.
PENA: multa, de R$ 100,00 (cem reais) a R$ 100.000,00 (cem mil 
reais), e suspensão de uma a seis partidas, provas ou equivalentes, 
se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou 
membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de quinze a 
noventa dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural sub-
metida a este Código. 
17
UNIDADE Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Nessa infração, a conduta de ofender os árbitros, mesmo antes ou depois da 
realização da partida ou evento esportivo.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 243-F. [...]
§ 1º Se a ação for praticada por atleta, mesmo se suplente, treina-
dor, médico ou membro da comissão técnica, contra árbitros, assisten-
tes ou demais membros de equipe de arbitragem, a pena mínima será de 
suspensão por quatro partidas.
§ 2º Para todos os efeitos, o árbitro e seus auxiliares são considera-
dos em função desde a escalação até o término do prazo fixado para a 
entrega dos documentos da competição na entidade.
Outro destaque que há de ser observado é o art. 243-G do CBJD que logrou 
êxito ao regular a questão relativa à prática de atos discriminatórios, dispondo ser 
punível com pena de suspensão e multa a “prática de ato discriminatório, desde-
nhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, 
sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 243-G. Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, 
relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, 
cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:
PENA: suspensão de cinco a dez partidas, se praticada por atle-
ta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comis-
são técnica, e suspensão pelo prazo de cento e vinte a trezentos e 
sessenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural sub-
metida a este Código, além de multa, de R$ 100,00 (cem reais) a 
R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Chama a atenção, na análise do citado artigo a redação do seu § 1º, que estabe-
lece que possibilidade da entidade de prática desportiva também ser apenada pela 
prática de ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, tipificado no caput, caso 
a infração seja praticada simultaneamente por “considerável número de pessoas” 
vinculadas à entidade, cabendo, portanto, ao intérprete, a partir da análise do caso 
concreto, realizar um juízo de ponderação acerca do potencial ofensivo da conduta, 
a fim de punir o clube com a perda do número de pontos atribuídos a uma vitória 
no regulamento da competição. 
Da mesma forma, o clube poderá ser multado pela prática de atos discrimina-
tórios praticados pelos seus torcedores, que, caso sejam identificados, ficarão proi-
bidos de ingressar na respectiva praça esportiva pelo prazo mínimo de 720 dias.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 243-G.
§ 1º Caso a infração prevista neste artigo seja praticada simulta-
neamente por considerável número de pessoas vinculadas a uma 
18
19
mesma entidade de prática desportiva, esta também será punida 
com a perda do número de pontos atribuídos a uma vitória no regu-
lamento da competição, independentemente do resultado da parti-
da, prova ou equivalente, e, na reincidência, com a perda do dobro 
do número de pontos atribuídos a uma vitória no regulamento da 
competição, independentemente do resultado da partida, prova ou 
equivalente; caso não haja atribuição de pontos pelo regulamento 
da competição, a entidade de prática desportiva será excluída da 
competição, torneio ou equivalente.
§ 2º A pena de multa prevista neste artigo poderá ser aplicada à 
entidade de prática desportiva cuja torcida praticar os atos discrimi-
natórios nele tipificados, e os torcedores identificados ficarão proi-
bidos de ingressar na respectiva praça esportiva pelo prazo mínimo 
de setecentos e vinte dias.
Considerando que esse tipo de conduta, apesar de ser extremamente séria, pode 
gerar uma extrema gravidade, estabelece o Código a possibilidade de aplicação, 
nesses casos, das sanções de perda dos pontos, perda do mando do campo e ex-
clusão do campeonato ou torneio, respectivamente previstas nos incisos V, VII e XI 
do art. 170.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 243-G [...]
§ 3º Quando a infração for considerada de extrema gravidade, o 
órgão judicante poderá aplicar as penas dos incisos V, VII e XI do 
art. 170.
Infrações Relativas à Disputa das 
Partidas, Provas ou Equivalentes
Nessas infrações, é importante destacar o disposto no artigo 249-A que estabelece 
a necessidade de que a interpretação das infrações nesse capítulo (Capítulo VI) deve 
observar as peculiaridades de cada modalidade desportiva submetida ao CBJD.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 249-A. A interpretação das infrações previstas neste Capítulo 
observará as peculiaridades de cada modalidade desportiva subme-
tida a este Código; sempre que este Capítulo oferecer exemplos 
de infrações, estes não serão exaustivos, e o pressuposto de sua 
aplicação será a compatibilidade com a dinâmica da respectiva mo-
dalidade desportiva.
Seguindo essa linha , estabelece o artigo 250 do Código a infração relativa à 
conduta de prática de ato desleal ou hostil durante a partida, prova ou equivalente, 
será apenada com suspensão de uma a três partidas, provas ou equivalentes, se 
19
UNIDADE Código Brasileiro de Justiça Desportiva
praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comis-
são técnica, e suspensão pelo prazo de quinze a sessenta dias, se praticada por 
qualquer outra pessoa natural submetida ao CBJD.
Para ficar mais clara a sua aplicação, o § 1º do artigo 250 estabelece uma rela-
ção exemplificativa de condutas consideradas atos de deslealdade ou de hostilidade.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
§ 1º Constituem exemplos da infração previstaneste artigo, sem 
prejuízo de outros:
I - impedir de qualquer forma, em contrariedade às regras de disputa 
do jogo, uma oportunidade clara de gol, pontuação ou equivalente;
II - empurrar acintosamente o companheiro ou adversário, fora da 
disputa da jogada. 
§ 2º É facultado ao órgão judicante substituir a pena de suspensão 
pela de advertência se a infração for de pequena gravidade.
Quanto ao art. 254 (prática de jogada violenta), vale destacar a previsão do 
§3º, estabelecendo que “na hipótese de o atingido permanecer impossibilitado de 
praticar a modalidade em consequência de jogada violenta grave, o infrator poderá 
continuar suspenso até que o atingido esteja apto a retornar ao treinamento, res-
peitado o prazo máximo de 180 dias”.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 254. Praticar jogada violenta:
PENA: suspensão de uma a seis partidas, provas ou equivalentes.
§ 1º Constituem exemplos da infração prevista neste artigo, sem 
prejuízo de outros:
I - qualquer ação cujo emprego da força seja incompatível com o 
padrão razoavelmente esperado para a respectiva modalidade;
II - a atuação temerária ou imprudente na disputa da jogada, ainda 
que sem a intenção de causar dano ao adversário.
§ 2º É facultado ao órgão judicante substituir a pena de suspensão 
pela de advertência se a infração for de pequena gravidade.
§ 3º Na hipótese de o atingido permanecer impossibilitado de pra-
ticar a modalidade em consequência de jogada violenta grave, o 
infrator poderá continuar suspenso até que o atingido esteja apto 
a retornar ao treinamento, respeitado o prazo máximo de cento e 
oitenta dias.
§ 4º A informação do retorno do atingido ao treinamento dar-se-
-á mediante comunicação ao órgão judicante (STJD ou TJD) pela 
entidade de prática desportiva à qual o atingido estiver vinculado.
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Situação mais grave é descrita no artigo 254-A, que trata dos casos de agressão 
física durante a partida.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 254-A. Praticar agressão física durante a partida, prova ou 
equivalente.
PENA: suspensão de quatro a doze partidas, provas ou equivalen-
tes, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico 
ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de trinta a 
cento e oitenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural 
submetida a este Código.
§ 1º Constituem exemplos da infração prevista neste artigo, sem 
prejuízo de outros:
I - desferir dolosamente soco, cotovelada, cabeçada ou golpes si-
milares em outrem, de forma contundente ou assumindo o risco de 
causar dano ou lesão ao atingido;
II - desferir chutes ou pontapés, desvinculados da disputa de jogo, 
de forma contundente ou assumindo o risco de causar dano ou le-
são ao atingido. 
§ 2º Se da agressão resultar lesão corporal grave, atestada por laudo 
médico, a pena será de suspensão de oito a vinte e quatro partidas.
§ 3º Se a ação for praticada contra árbitros, assistentes ou demais 
membros de equipe de arbitragem, a pena mínima será de suspen-
são por cento e oitenta dias. 
§ 4º Na hipótese de o agredido permanecer impossibilitado de prati-
car a modalidade em consequência da agressão, o agressor poderá 
continuar suspenso até que o agredido esteja apto a retornar ao 
treinamento, respeitado o prazo máximo de cento e oitenta dias.
Desse dispositivo, precisamos destacar dois pontos:
• A maior gravidade da prática de atos de agressão contra os árbitros;
• A forma como é aplicada a suspensão nos casos em que o agredido permane-
ce, em razão de suas consequências, inapto para retornar ao treinamento (§4º).
Outra infração que merece destaque é a prevista no artigo 254-B, que tipifica a 
conduta de “cuspir em outrem”, impondo a pena de suspensão de seis a doze parti-
das, provas ou equivalentes, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, 
médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de trinta a cento 
e oitenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este 
Código. A pena mínima será de suspensão por trezentos e sessenta dias, qualquer 
que seja o infrator, se a ação for praticada contra árbitros, assistentes ou demais 
membros de equipe de arbitragem.
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UNIDADE Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Também deve ser destacada a infração do art. 257 que tipifica a prática de rixa, 
conflito ou tumulto durante a partida, prova ou equivalente.
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Art. 257. Participar de rixa, conflito ou tumulto, durante a partida, 
prova ou equivalente.
Parágrafo único (Revogado pela Resolução CNE nº 29 de 2009).
PENA: suspensão de duas a dez partidas, provas ou equivalentes, 
se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou 
membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de quinze a 
cento e oitenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural 
submetida a este Código.
§ 1º No caso específico do futebol, a pena mínima será de seis par-
tidas, se praticada por atleta. 
§ 2º Não constitui infração a conduta destinada a evitar o confronto, 
a proteger outrem ou a separar os contendores.
§ 3º Quando não seja possível identificar todos os contendores, as 
entidades de prática desportiva cujos atletas, treinadores, membros 
de comissão técnica, dirigentes ou empregados tenham participado 
da rixa, conflito ou tumulto serão apenadas com multa de até R$ 
20.000,00 (vinte mil reais).
Infrações Relativas à Arbitragem
O Capítulo VII dispõe exclusivamente sobre as infrações praticadas especifica-
mente pelos árbitros.
A conduta “deixar de observar as regras da modalidade” é apenada com 
suspensão de quinze a cento e vinte dias e, na reincidência, suspensão de sessenta 
a duzentos e quarenta dias, cumuladas ou não com multa, de R$100,00 (cem reais) 
a R$ 1.000,00 (mil reais) (art. 259). 
Neste caso, a partida, prova ou equivalente poderá ser anulada se ocorrer, com-
provadamente, erro de direito relevante o suficiente para alterar seu resultado 
(§ 1º), sendo facultado ao órgão judicante substituir a pena de suspensão pela de 
advertência se a infração for de pequena gravidade (§ 2°).
Dessa forma, prevê o § 1º a possibilidade de anulação de partida, prova ou equi-
valente quando ocorrer, comprovadamente, erro de direito. 
Mas, afinal, o que é erro de direito? 
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Marcílio Krieger responde em sua obra Lei Pelé e Legislação Desportiva Bra-
sileira Anotada1 a essa pergunta, da seguinte forma:
Erro de direito – é aquele erro que corresponde a uma inobservância a 
uma regra do jogo. Exemplo: o árbitro autorizar uma partida, estando 
faltando um ou dois travessões dos gols. Como visto, o erro de direito 
é somente do árbitro. Ocorrendo erro de direito, a partida poderá ser 
anulada como um todo – jamais poderão ser anulados aqueles lances 
isolados. (KRIEGER, 1999. p. 236)
O erro de direito poderá ser comprovado por todos os meios legais ou mo-
ralmente legítimos, ainda que não especificados no CBJD (art. 56), inclusive por 
meios audiovisuais.
É de se ressaltar que a súmula e o relatório dos árbitros auxiliares e delegados 
de entidades de administração do desporto gozam de presunção apenas relativa 
veracidade, podendo ser afastada essa presunção por outras provas.
Já a conduta “omitir-se no dever de prevenir ou de coibir violência ou ani-
mosidade entre os atletas, no curso da competição” é apenada com suspensão 
de trinta a cento e oitenta dias e, na reincidência, suspensão de cento e oitenta a 
trezentos e sessenta dias, cumuladas ou não com multa, de R$ 100,00 (cem reais) 
a R$ 1.000,00 (mil reais). (art. 260)
Os árbitros são punidos severamente para que evitem a prática da violência 
nas competições esportivas, cada vez mais comuns no Brasil nos últimos anos, 
preservando-se, dessa forma, o espetáculo, tão maltratado por atletas e treinadores 
adeptos da prática do antijogo.
Diante das inúmeras críticas à redação original do artigo 266 e buscando, mais uma 
vez, consagrar a razoabilidade e proporcionalidade, o CNE, através da Resolução29/09, 
alterou a pena prevista no referido dispositivo, estabelecendo como sanção para a condu-
ta “deixar de relatar as ocorrências disciplinares da partida, prova ou equivalente, 
ou fazê-lo de modo a impossibilitar ou dificultar a punição de infratores, deturpar 
os fatos ocorridos ou fazer constar fatos que não tenha presenciado”, suspensão de 
trinta a trezentos e sessenta dias, cumulada ou não com multa, de R$ 100,00 (cem reais) 
a R$ 1.000,00 (mil reais)”, facultando, ainda, ao órgão julgador, a substituição da pena de 
multa pela de advertência, em caso de conduta de menor gravidade.
Disposições Gerais, Transitórias e Finais
Mais uma das novidades trazidas pela Resolução CNE 29/09 foi a inclusão de 
um livro complementar referente às disposições gerais, transitórias e finais. 
Importante destacar que restou estabelecido, para fins do CBJD, que os termos 
“partida”, “prova” ou “equivalentes” compreendem todo o período entre o ingresso 
e a saída dos limites da praça desportiva, por quaisquer dos participantes do evento 
(§3º do artigo 282).
1 KRIEGER, Marcílio. Lei Pelé e Legislação Desportiva Anotada. Rio de Janeiro: Forense, 1999. p. 236.
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UNIDADE Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Infrações ao Código Brasileiro 
Antidopagem – CBA
O Código Brasileiro Antidopagem – CBA, criado com base no Código Mun-
dial Antidopagem, estabelece uma sistemática bem específica para o controle da 
dopagem no esporte, abrangendo testes que podem ser realizados, antes, durante 
e após as competições, podendo alcançar, inclusive, os períodos de treinamento, 
os períodos em que não há treinamento e mesmo os atletas que estão cumprindo 
suspensão em razão de sanção imposta por esse Código.
Código Brasileiro de Antidopagem
Art. 46. Pode ser requerido por qualquer Organização Antidopa-
gem com jurisdição sob o Atleta, o fornecimento de uma Amostra, 
em qualquer hora e em qualquer lugar, exceto nos testes realizados 
em competição [...]
As punições decorrentes da prática de condutas estabelecidas no CBA podem 
ser aquelas aplicadas pelo Código Brasileiro de Justiça Desportiva, contudo, podem 
ser também estabelecidas as seguintes:
Lei Pelé
Art. 50-A.  Além das sanções previstas nos incisos I a XI do § 1o do 
art. 50, as violações às regras antidopagem podem, ainda, sujeitar 
o infrator às seguintes penalidades:  
I - nulidade de títulos, premiações, pontuações, recordes e resulta-
dos desportivos obtidos pelo infrator; e  
II - devolução de prêmios, troféus, medalhas e outras vantagens 
obtidas pelo infrator que sejam relacionadas à prática desportiva.
[...]
Além disso, se for aplicado ao atleta a punição de suspensão por prazo, a Justiça 
Desportiva Antidopagem deve realizar comunicação aos órgãos da administração pú-
blica pertinentes, para que eles busquem o ressarcimento de eventuais gastos e subsí-
dios, com recursos públicos, dispendidos com o atleta (§ 1º do artigo 50-A da Lei Pelé).
Responsabilidade do atleta
O artigo 9º do CBA estabelece importantes preceitos sobre a responsabilidade 
do atleta por condutas que se caracterizem como infração às suas normas.
Código Brasileiro Antidopagem
Art. 9º É Violação da Regra Antidopagem a presença de Substân-
cia Proibida, de seus Metabólitos ou de Marcadores na Amostra de 
um Atleta. 
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§ 1º É dever pessoal de cada Atleta assegurar que nenhuma Subs-
tância Proibida entrará em seu corpo. Os Atletas serão responsáveis 
por qualquer Substância Proibida, seus Metabólitos ou Marcadores 
encontrados em suas Amostras. Do mesmo modo, não é necessário 
que a intenção, culpa, negligência ou conhecimento do uso por par-
te do Atleta seja demonstrado para que se estabeleça esta Violação 
da Regra Antidopagem prevista neste artigo.
Devemos destacar desse dispositivo os seguintes elementos:
• O atleta é responsável por todas as substâncias ilícitas encontradas, em razão 
dos procedimentos de coleta de amostras, em seu corpo;
• Não somente o encontro das substâncias listadas podem estabelecer a presun-
ção de seu uso, pois metabólitos e marcadores também têm o mesmo efeito;
• A sua responsabilidade independe de culpa, intenção, negligência ou conheci-
mento de sua parte.
As substâncias e métodos proibidos são aqueles estabelecidos em listagem pu-
blicada, ao menos anualmente, pela Agência Mundial Antidopagem WADA-AMA.
Também se estabelece a violação das regras o uso ou a tentativa de uso de subs-
tância ou método proibido comprovado por qualquer meio de prova admitido, tais 
como confissão do Atleta, declarações de testemunhas, provas documentais, con-
clusões extraídas de perfis longitudinais, inclusive dados obtidos pelo Passaporte 
Biológico (art. 10 do CBA).
Código Brasileiro Antidopagem
Art. 10 [...]
§ 4º O sucesso ou fracasso no uso, ou na sua tentativa, não deverá 
ser questão fundamental. É suficiente que a Substância Proibida ou 
o Método Proibido tenha sido usada ou que tenha havido a tentativa 
de uso para que se cometa esta Violação da Regra Antidopagem.
O atleta não deve trabalhar, realizar treinamentos ou participar de competições 
com técnicos, treinadores, profissionais da saúde, e outros membros do pessoal de 
apoio que estão suspensos devido a uma Violação da Regra Antidopagem ou que 
condenados em processo penal, disciplinar ou profissional relacionado com dopa-
gem – § 6º do artigo 18 CBA.
Fuga, recusa ou falha para se submeter a coleta de amostra
A fuga do atleta para não se submeter à coleta de amostras, bem como a recusa 
ou falha em submeter a esse procedimento já se caracterizam como infração às 
regras antidopagem – art. 11 CBA.
25
UNIDADE Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Posse de substâncias proibidas
A posse pelo atleta ou por integrantes de sua equipe de apoio de substâncias 
ou métodos proibidos já se configura como transgressão às regras de antidopagem 
(art. 14 CBA).
Autorização de Uso Terapêutico - AUT
Um atleta que necessite, em razão de terapia a que está submetido, utilizar uma 
das substâncias ou métodos proibidos ficará isento de punições se previamente re-
alizar o pedido de Autorização de Uso Terapêutico – AUT – e esse for concedido.
Essa autorização é concedida:
• Pela WADA-AMA se o atleta for considerado de nível internacional;
• Para a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem – ABCD –, se não tiver 
esse nível.
Código Brasileiro de Antidopagem
Art. 33. A Presença, Uso ou tentativa de Uso, Posse, ou Adminis-
tração ou tentativa de Administração de uma Sustância ou Método 
Proibido não será considerada uma Violação da Regra Antidopagem, 
quando se apresentar em conformidade com uma AUT, concedida de 
acordo com o Padrão Internacional para AUT da WADA-AMA.
§ 1º O Atleta que não seja considerado Atleta de Nível Internacional 
deve solicitar uma AUT à ABCD.
[...]
Suspensão Preventiva
Identificado nos testes das amostras coletadas do atleta a presença substâncias 
proibidas, sem que haja a autorização de uso terapêutico, será imposta a suspensão 
preventiva ao atleta, até que seja definitivamente julgada.
Essa suspensão preventiva também deve ser imposta ao atleta nos casos de 
fuga, recusa ou falha para se submeter à coleta.
Principais infrações e punições
• Suspensão em razão da presença: uso ou tentativa de uso, ou posse de 
substância ou método proibido.
Código Brasileiro de Antidopagem
Art. 93. O período de Suspensão para uma primeira Violação por 
Presença, Uso ou Tentativa de Uso ou Posse, sujeito a potencial re-
dução por incidência de atenuantes nos termos da Seção X, deve ser:
26
27
I - de quatro anos quando:
a) a Violação da Regra Antidopagem não envolva Substância Espe-
cificada, exceto se o Atleta ou outra Pessoa prove que a Violação 
não foi intencional;
b) a Violação da Regra Antidopagem que envolva Substância Espe-
cificada e a ABCD ou o TJD-AD, conforme o caso, estabeleça que 
a Violação foi intencional.
II – nos casos em que não se aplique o previsto no inciso I deste 
artigo, o período de suspensão será de dois anos.
[...]
• Suspensãoem razão de fuga: recusa ou falha em se submeter à coleta de 
amostras ou por fraude ou tentativa de fraude de qualquer parte do processo 
de controle de dopagem.
Código Brasileiro de Antidopagem
Art. 95. O período de suspensão para as violações por fuga, recu-
sa ou falha em se submeter à coleta de amostras ou por fraude ou 
tentativa de fraude de qualquer parte do processo de controle de 
dopagem deve ser de quatro anos.
Parágrafo único. No caso de falha em se submeter à coleta de amos-
tras, o atleta pode provar que não foi intencional, nos termos do art. 
93, § 1º, nesse caso o período de suspensão será de dois anos.
• Suspensão por tráfico ou tentativa de tráfico de uma substância ou método 
proibido ou por administração ou tentativa de administração.
Código Brasileiro de Antidopagem
Art. 97. Por tráfico ou tentativa de tráfico de uma substância ou mé-
todo proibido ou por administração ou tentativa de administração o 
período de suspensão deve ser de no mínimo quatro anos e máximo 
de 30 anos, dependendo da gravidade da violação.
27
UNIDADE Código Brasileiro de Justiça Desportiva
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
https://goo.gl/zaRrL
Código Brasileiro de Justiça Desportiva
https://goo.gl/KjSmBy
Código Brasileiro Antidopagem
https://goo.gl/XqxNk1
Lei Nº 10.671, de 15 de Maio de 2003
https://goo.gl/VeACmf
Lei n.º 9.615/98 – Lei Pelé
https://goo.gl/jvPvAV
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Referências
K RIEGER, Marcílio. Lei Pelé e Legislação Desportiva Anotada. Rio de Janeiro: 
Forense, 1999.
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