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SUPORTE NUTRICIONAL A terapia nutricional é o conjunto de procedimentos destinados à manutenção ou recuperação do estado nutricional do cliente, por meio da utilização da nutrição enteral ou nutrição parenteral. Devido a necessidade de se normatizar a atuação de profissionais na terapia nutricional, o Ministério da Saúde publicou portarias e resoluções. ● Avaliação nutricional: deverá ser logo após a indicação médica, e repetida a cada dez dias, no máximo; ● Prescrição: determina os nutrientes ou a composição de nutrientes mais adequada às necessidades específicas do paciente; ● Acompanhamento: verificar a evolução não só do estado nutricional, como também intercorrências, realizando os ajustes necessários; Orientação: esclarecer sobre o tipo de alimentação recebida, ao paciente ou familiares; ● Seleção e preparo: responsável pela supervisão da preparação da nutrição enteral; Suporte Nutricional Enteral A nutrição enteral consiste na administração de alimentos liquidificados ou de nutrientes através de soluções nutritivas com fórmulas quimicamente definidas, por infusão direta no estômago ou intestino delgado, através de sondas, tendo por objetivo restaurar ou manter o estado nutricional de pacientes desnutridos. O suporte nutricional enteral apresenta algumas vantagens quando comparado à nutrição parenteral: ● A nutrição enteral aproxima-se mais da alimentação natural, sendo, portanto, mais fisiológica; ● Pode receber nutrientes complexos, tais como proteínas integrais e fibras; ● A presença dos nutrientes no trato digestivo estimula o trofismo intestinal, aumentando a proteção contra a translocação bacteriana; ● Tem administração mais simples e menor custo. Indicações A nutrição enteral é indicada, todas as vezes que o paciente: não pode comer, não deve, não consegue ou o faz de maneira insuficiente. ● Indicação quando a ingestão oral for < que 50% de suas necessidades, ou seja, quando apresentar um risco para a desnutrição OU quando houver risco nutricional. ● Trato digestivo estiver total ou parcialmente funcional QUANDO INDICAR NO ADULTO? ● Lesões SNC; ● Caquexia; ● Tratamento com Radio ou Quimio; ● Trauma; ● Queimadura de grande porte; ● Lesão de face ou mandíbula; ● Fístula digestiva; QUANDO INDICAR A CRIANÇA? ● Anorexia e perda de peso; ● Desnutrição; ● Doenças neurológicas; ● Anomalias congênitas ( fissura de palato, atresia de esôfago, fístulas na traqueia e esôfago; contra indicação A nutrição enteral é contra indicada quando não houver a possibilidade de administrar os vários tipos de dieta ou suas vias de administração. Casos típicos são: ● Obstrução intestinal aguda – ausência de trânsito intestinal; ● Hemorragia digestiva com volumosa perda de sangue – requer intervenção, pode ocasionar melena ou enterorragia. ● Vômitos – dificultam a manutenção da sonda, avaliar individualmente; ● Diarreias intratáveis; Seleção de via de acesso 1° - estimar o tempo pelo qual o suporte enteral será necessário. Apesar de haver divergências, o período de quatro semanas pode diferenciar a nutrição enteral de curto ou longo prazo. Após determinar o tempo de utilização: É recomendado que a nutrição enteral de curto prazo seja realizada por meio de sonda nasais (gástrica, duodenal ou jejunal). E recomenda-se que a nutrição enteral de longo prazo deva ser oferecida por meio de uma ostomia (gástrica ou jejunal) - A gastrostomia é indicada, assim as sondas nasoenterais, quando o paciente apresenta riscos de aspiração durante a deglutição. Já a jejunostomia é indicada, assim como as sondas nasoenterais pós-pilóricas, quando o paciente está impossibilitado de utilizar o estômago para receber a nutrição, pois a sonda nasoenteral por períodos prolongados pode levar a complicações tardias. Determinar a localização da extremidade distal da sonda, que deverá ser posicionada no estômago ou no intestino delgado. A escolha da localização, dentro do possível, deve obedecer à sequência fisiológica normal, ou seja, quanto mais alta for a via, melhor para o paciente do ponto de vista fisiológico, bioquímico, hormonal e imunológico. Deste modo o estômago é o principal local para a administração da nutrição enteral. Estômago ● A presença de ácido e enzimas é responsável pela hidrólise das proteínas; ● A função reguladora do estômago na liberação progressiva desses nutrientes é primordial para a assimilação dos alimentos no trato intestinal. ● O estômago permite manter as funções secretoras e hormonais do trato digestivo. ● Maior tolerância a dietas hiperosmolares. ● Permite progressão mais rápida por aceitar maiores volumes de dieta por vez. ● Apesar das vantagens, a sonda em posição gástrica apresenta desvantagens: ● Maior risco de saída acidental da sonda por tosse ou vômitos. ● Maior risco de refluxo e aspiração pulmonar, principalmente em pacientes com dificuldades neuromotoras de deglutição. Duodeno A via duodenal é sugerida em pacientes que apresentam comprometimento neuromuscular, alterações agudas ou crônicas da motilidade gástrica, risco de broncoaspiração devido a hérnias hiatais, refluxo gastroesofagiano e pacientes em coma. Jejuno Considera-se o jejuno uma via de nutrição bastante restrita e somente indicada para os pacientes com fístulas duodenais, pancreatite aguda e no pós operatório imediato de cirurgias abdominais. Limita o tipo de fórmula que poderá ser utilizada. Técnica de colocação das ostomias ● Técnica convencional: Paciente sob anestesia geral. Incisão, abertura da mucosa gástrica e posterior fechamento com suturas. ● Técnica laparoscópica Paciente sob anestesia geral. ● Por endoscopia Pacientes sob anestesia local. Administração da nutrição enteral As dietas podem ser administradas sob a forma de refeições (intermitentes) ou em infusão contínua. ● Inicio pequenos volumes, para que ocorra uma adaptação progressiva do trato gastrintestinal . Infusão contínua Pode ser feita por meio de bomba de infusão ou gotejamento gravitacional. É recomendado que a administração se inicie com no máximo 45 ml/h, quando a sonda estiver localizada no estômago e 05 a 25 ml/h, quando a sonda estiver localizada no duodeno ou jejuno. A progressão deve ser realizada com o aumento na velocidade da infusão de 05 a 45 ml/h a cada 24 horas, conforme quadro clínico do paciente. Infusão intermitente A administração pode ser feita em bolo (por meio de seringa) ou por queda gravitacional controlado por pinças. A infusão da dieta deve ser lenta, e é mais tolerada quando a dieta é infundida no estômago. A dieta deve ser infundida sob a forma de refeições e o volume total diário deve ser fracionado em 5 a 8 refeições conforme rotina do hospital ou da família. O volume inicial deve ser de 50 a 100ml e deve ser aumentado em 50 a 100ml/dose a cada 24 horas, conforme a tolerância do paciente. Pode ser utilizada com maior facilidade em pacientes domiciliares. Escolha da dieta A escolha da dieta exige o conhecimento da composição da dieta, dos mecanismos fisiopatológicos, evolução e complicações da doença, e principalmente das necessidades individualizadas de cada paciente. Além disso, devem ser consideradas as várias características das dietas, incluindo:digestibilidade,facilidade de absorção, quantidade de resíduos,presença ou não de lactose, osmolaridade e ser nutricionalmente completa. FIBRAS A adição das fibras nas dietas enterais teve inicialmente um importante papel na regulação da função intestinal. Vários são os tipos de fibras utilizados na preparação das fórmulas enterais, tentando, talvez, aproveitar os efeitos fisiológicos diferenciados proporcionadospelas fibras insolúveis e solúveis. PROTEÍNA ● Oferta de aminoácidos essenciais ( 40%). ● Variam quanto o formam – proteína intacta ou hidrolisada. ● Controle da osmolaridade (qto < a partícula > a osmolaridade). ● Funções especiais. DIETAS ARTESANAIS – FONTES DOS NUTRIENTES ● As fontes variam de acordo com os ingredientes empregados. ● A água é em geral o meio de diluição e adequação da viscosidade da preparação. Dietas com fórmulas definidas São dietas industrializadas e permitem uma especificação, com precisão. Para a escolha da dieta adequada devemos considerar alguns pontos: • Diagnóstico do paciente; • Tempo de utilização do suporte nutricional. Os hospitais em sua maioria possuem algumas dietas para uso diário. Os casos especiais devem ser analisados individualmente TIPOS DE FÓRMULAS ● Fórmulas especiais são fórmulas disponíveis para o uso em pacientes com condições clínicas especiais. ● Fórmulas incompletas são consideradas suplementos alimentares. ● Fórmulas modulares não são nutricionalmente completas contém apenas um nutriente Cada fórmula tem um objetivo específico e sua escolha deve levar em consideração o estado clínico do paciente. Nutrição Parenteral A nutrição parenteral visa fornecer todos os elementos necessários à demanda nutricional de pacientes com necessidade normal ou aumentada, cuja via digestiva não pode ser utilizada ou é ineficaz. Pode ser total, isto é, quando o paciente é nutrido exclusivamente por esta via, ou complementar, quando está associada à utilização concomitante da via digestiva. ● A nutrição parenteral fica restrita aos pacientes que não podem utilizar a via digestiva ou não toleram a nutrição enteral em quantidades suficientes. ● A nutrição parenteral total deve ser iniciada quando sua duração é prevista por pelo menos sete dias, e seu término deve ocorrer quando houver restauração da função gastrintestinal. ● A formulação da NPT é um procedimento que deve ser adaptado às necessidades individuais de cada paciente. Assim, a solução da NPT deverá sofrer alterações em sua composição na medida da variação das condições do paciente. ● A prescrição inicial baseia-se na determinação das necessidades calórico- proteica do paciente. Componentes das soluções As soluções de nutrição parenteral total devem conter todos os nutrientes indispensáveis à manutenção da vida tanto do ponto de vista qualitativo quanto quantitativo. Glicose A glicose, sem dúvida, é a fonte calórica de escolha é a mais largamente utilizada. Reúne as seguintes características: ● É uma substância fisiológica que ocupa uma posição importante no metabolismo energético do organismo; ● A sua presença é essencial no metabolismo de alguns tecidos tais como o cérebro; ● É a fonte calórica de manuseio mais seguro; ● É o substrato de menor custo e de maior disponibilidade comercial. A sua principal desvantagem prende-se, basicamente, à dependência da insulina para sua metabolização. Lipídeos Os lipídios podem ser administrados com dois objetivos principais. ● Para fornecer ácidos graxos essenciais; ● Como parte da oferta calórica. Sua utilização é obrigatória nos programas de nutrição parenteral total por longo prazo. Vantagens da utilização dos lipídios nas soluções: ● Alta concentração energética; ● Independência da insulina para a metabolização; ● Menor produção de CO2 Proteínas A proteína está habitualmente disponível na forma de aminoácidos. Atualmente encontramos diferentes soluções de aminoácidos, as quais diferem entre si quanto ao número e a concentração dos vários aminoácidos, para utilização em diferentes situações clínicas. A nutrição parenteral pode ser calculada, para cada paciente conforme as estimativas de suas necessidades. No entanto do ponto de vista prático, a criação de uma solução padrão que possa ser utilizada, pelo menos, nos pacientes que não apresentam grandes distúrbios metabólicos simplificada maneira significativa, as prescrições da nutrição parenteral, facilitando todo o procedimento. PREPARO O preparo das soluções parenterais é de responsabilidade do farmacêutico, que começa com a seleção de produtos e componentes que entrarão no preparo das soluções de nutrientes. Ele deve também assegurar que haja um ambiente apropriado para o preparo e armazenamento das soluções e dos componentes. Devemos lembrar que a nutrição parenteral não é um método substitutivo das outras medidas terapêuticas que devem ser utilizadas no tratamento da doença básica ou complicações associadas. Deve ser interrompida tão logo seja possível a realimentação adequada do doente pela via digestiva.
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