Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CASO CLÍNICO 1 ◦ BGDS, sexo masculino, 4 anos ◦ QP: Febre ◦ HMA: Mãe informa febre iniciada hoje – 38°C, há aproximadamente 2 horas, além de fraqueza e palidez. Tem diagnóstico de Leucemia Linfoblástica Aguda e recebeu quimioterapia venosa há 8 dias. Foi orientado por médico assistente a comparecer ao Pronto Atendimento. Diurese e evacuações sem alterações. Nega dor abdominal, sangramentos. Sem queixas álgicas. Nega prostração. Alimentando- se bem. Em uso de bactrim profilático. Nega uso de outras medicações. CASO CLÍNICO 1 Exame físico: ◦ BEG, orientado, alerta, hipocorado ++/4+, hidratado, acianótico, anictérico, sem edemas, sem linfonodomegalias, febril (TAx 38,4°C). ◦ ACV: RCR2T, sem sopros. TEC 2 seg. Pulsos periféricos cheios, rítmicos, simétricos. FC 122 bpm PA 95 x 60 mmHg ◦ AR: MVF, sem RA. Expansibilidade simétrica. Sem esforço. SpO2 96% aa FR 26 irpm ◦ AD: Abdomen plano, sem megalias, indolor à palpação, RHA+. ◦ Oroscopia sem alterações. Otoscopia sem alterações. ◦ Pele sem lesões. Períneo sem alterações. ◦ Cateter totalmente implantável em subclávia esquerda em bom aspecto. CONDUTAS??? CASO CLÍNICO 1 Solicitados exames laboratoriais – a seguir: ◦ Hemoglobina 6,7 g/dl / Hematócrito 19 ◦ Leucócitos totais 1540 – Seg 60% (924) Linf 34% Mon 2% Eos 4% ◦ Plaquetas 68.000 ◦ Proteína C Reativa: 32 ◦ EAS – pH 6/ Nitrito negativo/ Leucócito esterase negativo/ piócitos por campo 3/ flora bacteriana moderada ◦ Gram de gota: ausência de bactérias coráveis CONDUTAS??? CASO CLÍNICO 2 ◦ MAAS, 1 ano e 2 meses, sexo feminino ◦ QP: Febre persistente ◦ HMA: Mãe informa que paciente apresenta febre (38 – 39°C) há aproximadamente 48h, além de prostração, vômitos e inapetência. Nega alterações urinárias. Evacuações presentes, pastosas. Nega tosse, coriza. Aceitando apenas leite materno. Nega otalgia, odinofagia. Procurou atendimento em hospital em cidade de origem (Sete Lagoas), com resultados de exames alterados (a seguir), e preferiu procurar atendimento neste serviço. Recebeu apenas dipirona, sem uso de outras medicações. CASO CLÍNICO 2 Exames apresentados: ◦ Hb 8,9 Ht 27 VCM 81 HCM 27 RDW 14% ◦ Leucócitos 1560 (Neut 9% = 140/ Linf 78%/ Mon 5%/ Eos 7%/ Bas 1%) ◦ Plaquetas 256000 ◦ PCR 256 ◦ EAS sem alterações ◦ Gram de gota negativo ◦ RX de tórax sem alterações CASO CLÍNICO 2 Exame físico: ◦ REG, chorosa, hipocorada ++/4+, hidratada no limiar, acianótica, anictérica, sem edemas, linfonodos cervicais palpáveis – submandibulares, 0,5 cm, móveis, afebril. ◦ ACV: RCR2T, sem sopros. TEC 2 seg. Pulsos periféricos cheios, rítmicos, simétricos. FC 118 bpm PA 80 x 55 mmHg ◦ AR: MVF, sem RA. Expansibilidade simétrica. Sem esforço. SpO2 97% aa FR 28 irpm ◦ AD: Abdomen plano, sem megalias, indolor à palpação. ◦ Oroscopia sem alterações. Otoscopia sem alterações. ◦ Pele sem lesões. Períneo sem alterações. ◦ AN: ECG 15, alerta, sem rigidez de nuca. CONDUTAS??? NEUTROPENIA FEBRIL CONCEITO Neutropenia • CONTAGEM DE NEUTRÓFILOS < 500 CÉLS/MM3. •CONTAGEM DE NEUTRÓFILOS ENTRE 500 – 1000 COM PREVISÃO DE QUEDA EM 48H. Febre • ÚNICA MEDIDA DE TEMP ORAL MAIOR OU IGUAL A 38,3°C. • TEMP ORAL MAIOR OU IGUAL A 38°C POR UMA HORA OU MAIS. • TEMP ORAL MAIOR OU IGUAL A 38°C EM DUAS ELEVAÇÕES EM PERÍODO DE 12H. NEUTROPENIA FEBRIL CONCEITO Neutropenia • CONTAGEM DE NEUTRÓFILOS < 500 CÉLS/MM3. •CONTAGEM DE NEUTRÓFILOS ENTRE 500 – 1000 COM PREVISÃO DE QUEDA EM 48H. Febre • UMA AFERIÇÃO DE TEMP AXILAR MAIOR OU IGUAL A 38°C. • TEMPERATURA MAIOR OU IGUAL A 37,8°C SUSTENTADA POR MAIS DE 1 HORA. NEUTROPENIA FEBRIL ◦ A neutropenia e/ ou imunossupressão podem ser induzidas por medicamentos, pelas doenças autoimunes, doenças que afetam a medula óssea e o sistema linfático. ◦ Todo paciente imunossuprimido e/ou neutropênico entra no protocolo de neutropenia febril em vigência de febre??? NEUTROPENIA FEBRIL ◦ Complicação mais comum em pacientes recebendo quimioterapia→ aproximadamente 1/3 dos pacientes com neutropenia pós quimioterapia terão febre; ◦ A febre costuma ser o único sinal de infecção em paciente neutropênico; ◦ 80% não tem a causa identificada. ◦ SEMPRE considerar outros sinais infecciosos em pacientes neutropênicos: hipotermia, hipotensão, apatia, confusão; ◦ Letalidade de até 30%!!!! ◦ EMERGÊNCIA ONCOLÓGICA!!!!!! NEUTROPENIA FEBRIL NEUTROPENIA FEBRIL CLASSIFICAÇÃO DE RISCO: B A IX O R IS C O • Tumores sólidos • Ausência de comorbidades • Doença residual neoplásica em remissão • Condições clínicas estáveis • Pacientes internados durante o risco da febre • Pacientes com neutropenia de duração inferior a 7 dias. NEUTROPENIA FEBRIL CLASSIFICAÇÃO DE RISCO: A LT O R IS C O • Leucemias, Linfomas não Hodgkin, primeiros 30 dias do TMO • Neutrófilos < 100 cels/mm3 • Síndrome da resposta inflamatória sistêmica • Disfunção orgânica • Instabilidade hemodinâmica • Infecção relacionada ao catéter venoso central • Neutropenia > 7 dias • Infecções documentadas – pneumonia, celulite, mucosite grau III ou IV NEUTROPENIA FEBRIL AVALIAÇÃO História clínica: última quimioterapia, últimos esquemas antimicrobianos usados, colonizações, alergias, queixas. Exame físico minucioso!! REAVALIAÇÃO REAVALIAÇÃO REAVALIAÇÃO AVALIAÇÃO Hemograma, função renal, hepática, íons, glicemia, PCR. Hemoculturas no início da NF de todos os lúmens dos cateteres venosos centrais. Hemoculturas periféricas concomitantemente com culturas de cateteres venosos centrais. EAS e cultura de urina. Radiografia de tórax (CXR) somente em pacientes com sinais ou sintomas respiratórios. PERFIL BACTERIANO TRATAMENTO TRATAMENTO Paciente admitido com febre ou história de febre Paciente em nadir de quimioterapia (7-14 dias após??) Coleta de exames Início de antibioticoterapia empírica SEM RESULTADO DE EXAMES!!!! Estratificação de risco do paciente História de colonização bacteriana Disfunção renal ou hepática Alergias a medicamentos Disponibilidade e custo de medicamentos Epidemiologia e padrões de resistência locais Sintomatologia TRATAMENTO TRATAMENTO ◦ Primeira opção: Cefepime IV 50 mg/kg de 8/8h. ◦ Para pacientes alérgicos a cefalosporinas, com uso recente de Cefepime, foco abdominal, colonização conhecida por micro-organismo resistente a Cefepime e sensível a estas drogas: ◦ Piperacilina + Tazobactam 100 mg/kg IV 8/8h, e m infusão de 3 h. ◦ Meropenem 50 mg/kg IV 8/8h em infusão de, no mínimo, 3h. TRATAMENTO TRATAMENTO DURAÇÃO DO TRATAMENTO ◦ Todos os pacientes: Pacientes com hemoculturas negativas em 48h, afebris há pelo menos 24h, com evidência de recuperação medular podem ter antibioticoterapia suspensa. ◦ Para pacientes de baixo risco: Considerar descontinuação de antibioticoterapia com 72h em pacientes que têm hemoculturas negativas, afebris há pelo menos 24h, sem evidência de recuperação medular, desde que tenham acompanhamento adequado (baixo nível de evidência). TRATAMENTO E em caso de febre persistente? TRATAMENTO Inicio de antifúngico: Anfoterecina B ou caspofungina (recomendação forte) Mais de 96 horas febril e em uso de ATB de amplo espectro LMA, LLA, Leucemia aguda recidivante, após TMO, neutropenia prolongada e após altas doses de corticoides Pacientes com alto risco de doença invasiva fúngica . TRATAMENTO TRATAMENTO ◦ RASTREIO DE FOCO FÚNGICO ◦ TC de tórax ◦ Imagem abdominal – TC de abdômen ou Ultrassonografia de abdômen ◦ TC de seios da face – Sem uso rotineiro ◦ Galactomanana* ◦ Fundoscopia* TRATAMENTO REFERÊNCIAS 1. Lehrnbecher T, Robinson P, Fisher B, Alexander S, Ammann RA, Beauchemin M, Carlesse F, Groll AH, Haeusler GM, Santolaya M, Steinbach WJ, Castagnola E, Davis BL, Dupuis LL, Gaur AH, Tissing WJE, Zaoutis T, Phillips R, Sung L. Guideline for the Management of Fever and Neutropenia in Children With Cancer and Hematopoietic Stem-Cell TransplantationRecipients: 2017 Update. J Clin Oncol. 2017 Jun 20;35(18):2082-2094. doi: 10.1200/JCO.2016.71.7017. Epub 2017 May 1. PMID: 28459614. 2. Mohammed, H.B., Yismaw, M.B., Fentie, A.M. et al. Febrile neutropenia management in pediatric cancer patients at Ethiopian Tertiary Care Teaching Hospital. BMC Res Notes 12, 528 (2019). 3. Anoop P, Patil CN. Management of Febrile Neutropenia in Children: Current Approach and Challenges. Pediatric Infectious Disease, volume 2. 4. Llamas RMH, Acosta MEH, Silva JD. Management of febrile neutropenia in pediatric cancer patients. J Pediatr Neonatal Care. 2019;9(1):22?26. 5. Davis K, Wilson S. Febrile neutropenia in paediatric oncology. Paediatr Child Health (Oxford). 2020;30(3):93-97. doi:10.1016/j.paed.2019.12.002 REFERÊNCIAS 6. Uptodate, 2021. Magagement of febrile neutropenia in children. 7. Barton, Chris & Waugh, Lucy & Nielsen, Maryke & Paulus, Stephane. (2015). FEBRILE neutropenia in children treated for malignancy. Journal of Infection. 71. 10.1016/j.jinf.2015.04.026. 8. Miriam L. Gonzalez, Paula Aristizabal, Adriana Loera-Reyna, Dara Torres, Mario Ornelas- Sánchez, Laura Nuño-Vázquez, Marco Aguilera, Alicia Sánchez, Mitzy Romano, Rebeca Rivera-Gómez, George Relyea, Paola Friedrich, and Miguela A. Caniza. The Golden Hour: Sustainability and Clinical Outcomes of Adequate Time to Antibiotic Administration in Children with Cancer and Febrile Neutropenia in Northwestern Mexico. JCO Global Oncology 2021 :7, 659-670 O B R I G A D A ! “ Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.” OBRIGADA!!!
Compartilhar