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Caderno Semiologia - Cardiovascular

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APARELHO CARDIOVASCULAR 
 CICLO CARDÍACO: conjunto da sequência temporal diástole-sístole do ponto de vista elétrico, mecânico e 
hemodinâmica. 
 Sístole: 
 
1) Contração isovolumétrica: 
- Período entre o início da diástole ventricular e a abertura das valas semilunares. 
- O volume ventricular é constante. 
- O aumento da pressão intraventricular fecha as valvas AV =1° bulha. 
- O ventrículo esquerdo despolariza mais rápido do que o ventrículo direito= pico R do complexo QRS 
 
2) Ejeção ventricular: 
- Abertura das valvas semilunares quando a pressão do VE> 80mmHg e do VD> 8 mmHg, permitindo 
o esvaziamento ventricular 
- Vai do pico de onda R até o final da onda T 
- É dividida em: 
* Ejeção rápida: 2/3 iniciais da ejeção, a pressão do VE > pressão da Aorta 
* Ejeção lenta: pode também ser chamada de protodiástole, a ejeção ventricular é reduzida, sendo a 
pressão do VE < pressão da Aorta. A energia cinética do estiramento das paredes arteriais mantém o 
movimento do sangue e permite o restante do esvaziamento do ventrículo. É a fase da onda T = 
repolarização dos ventrículos 
 
 Diástole: 
 
1) Relaxamento isovolumétrico: 
- Queda acentuada da pressão intraventricular com movimento retrógrado do sangue nas grandes 
artérias promovendo o fechamento das valvas semilunares = 2° bulha e abertura das valvas AV 
 
2) Enchimento rápido: 
- 2/3 da diástole – fluxo rápido de sangue dos átrios para os ventrículos abrindo as valvas AV 
- Há aumento da pressão atrial, da pressão ventricular e do volume ventricular 
- É quando pode ocorrer a 3° bulha: o sangue chega fazendo barulho no ventrículo (som de galope) 
 
3) Enchimento lento: 
- Fase de enchimento ventricular lento pelo retorno do sangue da periferia para o VD e dos 
pulmões para o VE. 
- Incremento gradual das pressões e do volume 
- Final da onda T ao pico da onda P 
 
4) Sístole atrial: 
- 1/3 final da diástole na qual os átrios se contraem promovendo enchimento ventricular adicional (30%) 
- Pico da onda P ao pico da onda R = repolarização atrial 
- É quando pode ocorrer a 4° bulha: som audível antes da 1°a bulha 
 
 
 PULSO VENOSO 
 A relação da continuidade anatômica entre o AD – VCS – VJI compondo um sistema tubular não valvado, permite 
que a pressão do AD seja transmitida dessa coluna líquida e percebida na região cervical. Deve ser avaliado pela 
veia jugular direita 
 
 
 ESTIMATIVA DA PRESSÃO VENOSA JUGULAR (PRESSÃO VENOSA CENTRAL - PVC): 
- PVC reflete a média da pressão na VCS ou no AD, O que equivale à pressão diastólica final do VD 
- VALOR NORMAL: 2 a 10mmHg, linha axilar média como referência 
- 1 mmHg equivale a 1,36 cmH2O 
 
 ONDAS DO PULSO VENOSO 
- Oscilações de pequena amplitude na VJI 
- Podem ser compostas por duas elevações e duas descidas por ciclo cardíaco 
- Sofrem interferência da respiração e da posição 
- Em condições normais o descenso X' pode ser identificado e coincide com o pulso arterial. 
- Cuidado para não confundir com o pulso carotídeo 
 
 
 
 
 
1. ONDA A: 
Contração atrial 
Distensão venosa devido à contração do AD 
PAD 4-6mmHg 
PAE 7-8mmHg 
Ocorre antes da 1ª bulha (B1) 
Precede o pulso carotídeo 
 
1. DESCENSO X: 
Diástole atrial 
Relaxamento do AD 
Ocorre antes da sístole ventricular 
 
2. ONDA C: 
Contração isovolumétrica do VD 
Protusão do assoalho atrial 
Aumento da pressão no AD 
Fechamento da valva tricúspide 
Atenção ao pulso carotídeo – coincidente 
 
3. DESCENSO X’: 
Esvaziamento do VD 
Colapso sistólico do pulso venoso 
Descida do AD 
Redução da pressão do AD 
Ocorre entre B1 e B2 
 
 
 
5. ONDA V: 
 Enchimento venoso passivo do AD – retorno venoso 
Valva tricúspide fechada 
Próximo de B2 
 
6. DESCENSO Y: 
Retração após a onda V 
Abertura da valva tricúspide 
Ocorre logo após B2 
 
7. ONDA H: 
Retorno venoso 
Valva tricúspide aberta 
Enchimento de VD 
 
ECTOSCOPIA GERAL: 
 Cianose central: curtos-circuitos (shunt, comunicação) intra e extracardíacos, distúrbios de perfusão, difusão e 
ventilação pulmonar. 
 Cianose periférica: vasoconstrição, baixo débito cardíaco 
 Anemia: doença crônica, endocardite infecciosa 
 Icterícia: hepatomegalia congestiva, infarto pulmonar (acomete muito o lado direito do coração e, 
consequentemente, acomete o fígado também por dificuldade do retorno venoso). Pode ter um acometimento 
cardíaco tão grave que gera hepatomegalia. 
 Pele bronzeada: hemocromatose (aumento da ferritina) 
 Fácies típicas: hipo ou hipertireoidismo, Cushingoide, acromegalia renal >> podem ter levado ao problema 
cardiovascular 
 Oftalmologia, ptose: distrofia muscular >> podem ter levado ao problema cardiovascular 
 Petéquias e exantemas: febre reumática, endocardite, vasculite >> podem ter levado ao problema cardiovascular 
- Exantemas: manchas eritematosas cutâneas disseminadas que desaparecem à digitopressão 
- Petéquias: reflexo de lesão vascular e não desaparecem à digitopressão. 
 Alteração do padrão respiratório 
 Pulsação no pescoço: arterial ou venosa 
 Edema: periférico (geralmente simétrico) ou anasarca 
 Baqueteamento digital: comum em cardiopatia congênita cianótica 
 Sintomas, xantelasma, arco corneano: dislipidemias 
 Rash malar: sinal incomum de estenose mitral 
 Escleras azuis: osteogênese imperfeita – dilatação aorta e Prolapso da Valva Mitral 
 Sinais na endocardite infecciosa: 
 Lesões de Janeway - indolores 
 Hemorragias subungueais 
 Nódulo de Osler- dolorosos 
 
 
 
 
 
 
RASH MALAR 
 
ESCLERAS AZUIS 
 
XANTOMAS 
 
XANTELASMA 
 
ARCO CORNEANO 
 
LESÕES DE JANEWAY
 
HEMORRAGIAS SUBUNGUEAIS 
 
NÓDULOS DE OSLER 
 
INSPEÇÃO DO TÓRAX 
 Padrão respiratório 
 Cicatriz cirúrgica 
 Deformidades 
 Abaulamentos 
 Circulação colateral: observa-se veias parecendo varizes no tórax 
 Impulsões: ictus cordis, na região da fúrcula, na região cervical 
 
PALPAÇÃO 
 Impulso cardíaco apical: ictus cordis 
 Ocorre durante a contração isovolumétrica do VE 
 Localizado no 4° ou 5° EI esquerdo na linha hemiclavicular 
 Extensão de 2 a 2,5 cm 
 Amplitude pequena 
 Duração de 1/3 da sístole. 
 O desvio do Íctus para a esquerda e para baixo é sinal de insuficiência cardíaca 
 Região Paraesternais esquerda 
 Região Paraesternais direita 
 Epigastro 
 Frêmitos: é a vibração do folheto valvar 
 Usar face palmar, região do metacarpo 
 Sopros de intensidade IV ou mais 
 Localizar o foco 
 Momento do ciclo cardíaco: sistólicos, diastólicos ou contínuos 
 Pulsos arteriais: 
 Estado da parede arterial: tortuosidade ou rigidez 
 Frequência (batimentos por minutos – bpm)  
 Ritmo: sequência das pulsações - rítmico ou arrítmico 
 Simetria: simétrico ou assimétrico comparando os lados 
 Amplitude ou magnitude: normal, aumentado ou reduzido 
 Tensão ou dureza 
 Volume: cheio ou fino 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Normal: 60 a 100 bpm 
Taquisfigmia: >100 bpm 
Bradisfigmia: < 60 bpm 
Déficit de pulso: FC > frequência 
do pulso (ex: Fibrilação atrial) 
 Formato 
Tipo Características Exemplo Diagrama 
Normal - - 
 
Alternante 
- Alterna intensidade 
- Mais perceptível no 
pulso radial 
- Sensibilização pela 
posição sentado ou em 
pé 
- ICC 
 
Paradoxal 
- Pulso de Kussmaul 
- Diminui intensidade 
ou desaparece com a 
inspiração 
- Acometimento do lado 
direito do coração 
- Tamponamento 
cardíaco 
- Pericardite 
- Asma acentuada 
- DPOC 
Parvus tardus 
- Pulso anacrótico 
- Amplitude diminuída e 
retardo da elevação do 
pulso 
- Estenose aórtica 
 
Bisferiens 
“Em martelo d'água” 
- Pulso de Corrigan 
- Pulso amplo, com dois 
componentes 
perceptíveis durante a 
sístole 
- Pulso fica mais cheio 
pela ejeção de volume 
maior 
- Insuficiência Aórtica 
 
Bífido 
- Pico e Domo 
- Pulso amplo com dois 
componentes sistólicos 
- Pico: ejeção rápida 
-Domo: ejeção lenta 
após período de 
obstrução dinâmica 
- Cardiomiopatia 
hipertrófica 
 
Dicrótico 
- Raro 
- Maior intervalo entre 
os picos 
- Baixo débito cardíaco 
- Tamponamento 
cardíaco 
- ICC 
 
 
AUSCULTA CARDÍACA 
 Caracterização do ritmo cardíaco: regular ou irregular 
 Frequência cardíaca: regular (medir por 15 ou 30 segundos) ou arritmia (medir por 1 minuto) 
 Bulha (1° e 2°): intensidade e desdobramentos 
B1: Vibrações intensas e de alta frequência, tensão e desaceleração abrupta das valvas atrioventriculares (mitral e 
tricúspide) durante o fechamento. Coincide com o pulso arterial. 
B2: Vibrações intensas, tensão e desaceleração abrupta do sangue e do movimento das valvas semilunares (aórtica 
e pulmonar) durante o fechamento, nessa ordem. 
 
 
 
 
A2 no foco aórtico 
B2 no foco pulmonar 
INTENSIDADE DAS BULHAS (B1/B2) 
Mecanismo Hiperfonese Hipofonese 
Anatomia torácica 
Espessura do tórax diminuída 
(B1/B2) 
Obesidade 
Enfisema pulmonar 
Tamponamento cardíaco 
(B1/B2) 
Velocidade de redução da pressão 
ventricular 
Estados hiperdinâmicos (B1/B2) 
Baixo débito cardíaco (B1/B2) 
Bloqueio de Ramo E (B1) 
Pressão arterial sistêmica e 
pulmonar 
HAS (A2) 
Hipertensão pulmonar (B2) 
 
Amplitude da excursão dos 
folhetos 
Estenose mitral 
mixoma atrial (B1) 
P-R curto (B1) 
P-R longo (B1) 
Insuficiência Aórtica grave (B1) 
Relação espacial grandes vasos / 
parede torácica 
Dilatação da aorta (A2) ou 
pulmonar (P2) 
Transp. grandes artérias (A2) 
Fallot (A2) 
 
Rigidez dos folhetos 
Valva mitral com degeneração 
mixomatosa 
Estenose Mitral calcificada (B1) 
Estenose aórtica ou pulmonar (B2) 
Desdobramento da 2ª bulha cardíaca 
 
 
 
 
 Ruídos adicionais: 
 
B3: 
- Som transitório de baixa frequência. 
- Deve-se utilizar a campânula do estetoscópio para a sua ausculta. 
- Melhor em posição de decúbito lateral E com a campânula no ictus para VE e na borda esternal D ou região 
xifoide para VD. 
- Ocorre na fase de enchimento ventricular rápido 
- Pode originar-se de ambos os ventrículos. 
- Limitação do movimento de expansão longitudinal da parede ventricular. 
- É um forte marcador de disfunção sistólica do VE 
- Ritmo de galope 
- Normal em crianças e adultos jovens. 
 
B4: 
- Som transitório de baixa frequência. 
- Deve-se utilizar a campânula do estetoscópio para a sua ausculta. 
- Melhor em posição de decúbito lateral E com a campânula no ictus para VE e na borda esternal D ou região 
xifoide para VD. 
- Ocorre na fase de contração atrial – pré-sistólico 
- Ocorre por vibrações da parede ventricular secundárias à expansão volumétrica dessa cavidade. 
- Marcador de redução da complacência ventricular. 
 
Marcapasso: 
- Manifesta-se logo após o estímulo elétrico. 
- É um ruído pré-sistólico 
- Alta frequência e timbre estalante. 
- Causa provável: contração dos músculos da parede torácica secundária ao estímulo do MP. 
 
 
Ejeção ou Clicks de ejeção: 
- Protodiastólico 
- Alta frequência e transitório 
- Lembra um estalido de curta duração. 
- Ocorre após B1, sendo mais audível nos focos da base. 
- Deve-se diferenciar do desdobramento de B1 
- Ocorre na fase de ejeção. 
- Causas prováveis: vibrações dos folhetos das valvas semilunares ou distensão súbita das artérias durante a 
ejeção ventricular 
 
Ruídos mesotelessistólicos 
- Alta frequência e curta duração 
- Timbre de estalido 
- Meso ou telessistólico 
- Causa mais frequente: Prolapso de Valva Mitral (PVM) 
- Surgimento mais precoce com manobras que reduzem o enchimento ventricular E, como inspiração, posição 
ortostática, manobra de Valsalva 
 
Estalidos de abertura das valvas atrioventriculares 
- Alta frequência 
- Timbre de Estalido 
- Protodiastólico 
- Audível com o diafragma 
- Mais audível na Borda Esternal E, mas pode ser percebido na região apical e focos da base 
- Diagnóstico diferencial com a B2 
 
Atrito Pericárdico 
- Sons rudes e ásperos 
- Sistólico e diastólico 
- Relacionado ao contato das camadas visceral e parietal do pericárdio 
- Borda Esternal E no 4º EIC 
- Transitório 
- Acentuado pela inspiração, maior pressão do estetoscópio e pela inclinação do tórax para a frente 
- Decúbito lateral E diminui a intensidade 
 
 Sopros: Devem ser auscultados todos os focos cardíacos no precórdio, além de fúrcula esternal, região cervical e 
região epigástrica pela possível presença de sopros. Os sopros devem ser caracterizados de acordo com: 
 
- Fases do ciclo cardíaco: 
 Entre B1 e B2 
 Entre B2 e B3 
 Contínuos 
 
- Duração: 
 Proto 
 Meso 
 Tele 
 Holo 
 
 
 
 
- Tipo: 
 De Ejeção: tentativa de o sangue vencer uma pressão. É um som mais agudo. 
 De Regurgitação: É um som mais “aspirativo” 
 
- Localização: cada sopro estará mais audível no foco respectivo ao local acometido. Ex: Estenose ou insuficiência 
da valva mitral - Foco mitral; Estenose ou insuficiência da valva pulmonar- Foco pulmonar. Alguns sopros, como 
os da aorta, podem ficar audíveis em todos os focos, devido às irradiações, mas será mais intenso no foco aórtico. 
 
- Intensidade 
 GI/6 – pouco intenso, difícil identificar 
 GII/6 – pequena intensidade, mas identificável 
 GIII/6 – marcante, mas não muito intenso 
 GIV/6 – sopro intenso, associado a frêmito 
 GV/6 – muito intenso, associado a frêmito 
 GVI/6 – muito intenso, audível sem estetoscópio, associado a frêmito 
 
- Tonalidade (Frequência): Grave ou agudo 
 
- Localização e Irradiação: irradia-se para outras regiões além do foco cardíaco principal 
 Focos clássicos de ausculta 
 Mesocárdio 
 Bordas Esternais A e D 
 Região subxifóide 
 Região axilar 
 Subclavicular 
 Fúrcula e base do pescoço 
 Dorso 
 
- Timbre: 
 Rude 
 Áspero 
 Suave 
 Musical 
 Aspirativo 
 Em ruflar 
 
SOPROS 
 
- Configuração: 
 Crescente 
 Decrescente 
 Crescente-decrescente 
 Plateau 
 
- Relação com a respiração: 
ocorre principalmente na 
inspiração e com os sopros das 
câmaras cardíacas direitas 
 
GD DE DOR TORÁCICA 
 Associada ao Sistema digestivo: 
 Pancreatite: 
- Localização: região superior do abdome e pode irradiar para a região infraescapular. 
- Características: queimação, súbita e pode durar vários dias 
- Fatores desencadeantes/agravantes: após ingestão de alimentos, principalmente gordurosos. Tosse, 
movimentos bruscos e respiração profunda 
- Fatores atenuantes: analgésicos e sentar-se inclinado para frente 
- Manifestações associadas: náuseas, vômitos, febre, sudorese e taquicardia 
 Refluxo gastroesofágico: 
- Características: dor torácica intensa que pode ser confundida com IAM ou angina, queimação, súbita e pode 
durar alguns dias. 
- Causas: alterações no esfíncter esofágico inferior que deveria impedir o retorno de alimentos. A inervação do 
esôfago e do coração tem a mesma origem, derivado do N. vago e NN. Esplâncnicos dos 6 nervos torácicos 
superiores e, por isso, dores esofagianas e cardíacas são similares. Estímulos de quimio e mecanorreceptores na 
parede do esôfago, espasmos esofagianos pela irritação dos plexos neurais ao redor. 
- Fatores atenuantes: drogas que elevam o pH gástrico (antiácidos, bloqueadores de prótons) ou antirrefluxo. 
- Localização: retroesternal 
- Intensidade: moderada a muito intensa 
-Manifestações associadas: Tosse seca, azia. 
 
 Associada ao Sistema respiratório: 
 Derrame pleural: associada à inspiração nas bases do tórax, em pontada, lancinante, melhora com repouso em 
decúbito ipsilateral e na pausa respiratória. Pode ser referida no andar superior do abdome, na região lombar 
(quando há acometimento das porções inferiores da pleura) ou no ombro (quando há acometimento da porção 
central). Geralmente acompanhada de tosse e dispneia. 
 Pneumotórax: Diferencia-se do derrame pleural pela percussão, que é timpânico ao invés de maciço. A dor é 
pleural súbita, com sensação deapreensão retroesternal e dispneia. O hemitórax é abaulado e há desvio da 
traqueia contralateralmente. 
 Tuberculose: dor torácica nem sempre está presente na forma pulmonar e, quando ocorre, é moderada e 
contínua. Quando há acometimento pleural, segue a dor semelhante à pleurite. Quando há dor torácica, é 
acompanhada de febre baixa, sudorese noturna, escarro com sangue, astenia, anorexia e emagrecimento. 
 Tromboembolismo: dor torácica ventilatório-dependente quando são êmbolos pequenos e distais. Dor pleurítica 
ocorre quando não é tromboembolismo maciço, pois, neste último, há morte súbita. 
 Pneumonia: dor torácica ventilatório-dependente de início recente, acompanhado de febre, tosse produtiva ou 
não, piora com a tosse. Frêmito tóracovocal aumentado. 
 Neoplasia pulmonar: dor torácica ocorre quando há mestástase pleural, provocando dor pleurítica. Quando há 
acometimento mediastinal, a dor é surda (contínua, imprecisa e de difícil detecção) 
 Hipertensão pulmonar: dor torácica acompanhada de dispneia, síncope e fadiga, desencadeada por exercício e 
melhora com repouso, simulando dor de origem cardíaca. 
 
 Psicogênicas: Correspondem a todas as dores ressentidas e expressadas pelos pacientes que não podem ser explicadas 
por nenhuma lesão ou disfunção orgânica. Difere da angina do peito, pois está, em geral, localizada na região apical e 
consiste em dor contínua. É frequentemente acompanhada ou intercalada por períodos de exarcebação e que adquire 
caráter agudo em pontadas na região inframamária que duram alguns segundos. Está associada ao estado emocional 
e fadiga, não tem relação com esforços, pode ser acompanhada de hipoestesia precordial, palpitações, 
hiperventilação. Tontura, fraqueza, astenia, dispneia suspirosa, crise de pânico ou outros sinais de depressão. A dor 
não é aliviada completamente com medicações analgésicas, mas com frequência é atenuada com repouso, 
tranquilizantes, ansiolíticos e placebo. Acomete preferencialmente mulheres, jovens com quadro de depressão e 
ansiedade. 
 
 
 
 Outros, sem causa cardíaca: 
 Herpes zoster: a intensidade da dor é variável, geralmente na qualidade de queimação, distribuída na área 
correspondente a um ou mais dermátomos. É possível aparecer erupções vesiculares na área atingida. O 
quadro pode durar dias a semanas se não for precocemente diagnosticada e tratada. É frequente a persistência 
da dor mesmo após desaparecimento das lesões cutâneas (neurite pós-herpética). Caracteriza-se por ser 
muito sensível ao toque, aliviada com uso de analgésicos, corticoides e antiinflamatórios. 
 Osteocondrite / Fratura de costela: dor musculoesquelética, normalmente persistente (dura dias ou mais), é 
agravada pelo movimento e/ou respiração. Pode não demonstrar causa aparente ou resultar de tosse ou 
sobrecarga. Há sensibilidade em um ponto do tórax. 
 
 Associada ao Sistema Cardiovascular: 
 Angina Estável 
- Típica: desconforto ou dor retroesternal desencadeada por exercício ou estresse. Aliviada com repouso 
ou nitroglicerina. É uma dor constritiva ou em queimação com duração de 2 a 15 minutos. Sinal de Levine 
= forma que o paciente aponta com o punho fechado no centro do peito. Exame físico geralmente é 
normal, pois são detectados sintomas e não sinais. 
- Atípica: dor em pontada e fisgada. Equivalentes anginosos: dor só no braço ou mandíbula + 
dispneia/fadiga + dispepsia. Exame físico geralmente é normal, pois são detectados sintomas e não sinais. 
Diagnóstico: 
1) Sintomas e fatores de risco 
2) ECG basal com alterações específicas 
3) Avaliação complementar com testes não invasivos (ergométrico, por exemplo) 
Classificação: 
Classe I: Angina aos grandes esforços sem limitação 
Classe II: Angina aos médios esforços 
Classe III: Angina aos pequenos esforços 
Classe IV: angina ao repouso. 
 
 Angina Instável: dor mais prolongada (até 20 min), na maioria das vezes se inicia em repouso. 
Equivalentes anginosos: irradia para braço, região epigástrica, dorso, região cervical e mandíbula. Ocorre 
quando há formação de um trombo suboclusivo em uma das coronárias, porém ainda sem necrose do 
miocárdio. Marcadores de necrose do miocárdio não se elevam. O ECG pode revelar infra desnivelamento 
de ST e inversão da onda T ou onda T apiculada. 
 
 IAM: Angina típica de início súbito, intensa com duração maior que 30 minutos. Não resolve com repouso 
ou nitratos. Já há alterações histológicas de necrose. 
 
 Dissecção aórtica: ruptura da camada íntima que leva a um hematoma que disseca a parede aórtica, 
criando uma falsa luz que acumula sangue. Há dor muito intensa na região anterior do tórax, com 
irradiação para o pescoço, dorso e abdome. A qualidade da dor é em forma de ruptura e dilacerante.

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