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2424 R e s p o n s a b i l i d a d e s o c i a l empresarial e sustentabilidade: um estudo nas instituições financeiras do município de Laranjeiras do Sul – PR Lucas Peruzzo UFFS Ceyça Lia Palerosi Borges UFFS Anna Hoffmann Oliveira UFSCar 10.37885/200800987 Palavras-chave: Sustentabilidade, Instituições Financeiras, Schwartz e Carrol. RESUMO O objetivo deste estudo foi analisar as práticas voltadas a responsabilidade social em- presarial nas instituições financeiras do município de Laranjeiras do Sul que contribuem para a sustentabilidade. No quadro teórico são discutidos conceitos de responsabilidade social, sustentabilidade, filantropia e o modelo dos três domínios de Schwartz e Carrol. Metodologicamente foi utilizado a pesquisa documental para coleta de dados e a análise de conteúdo baseado no modelo dos três domínios de Schwartz e Carrol para análise e discussão dos dados. Os resultados mostraram que as instituições buscam cada vez mais se engajar com os compromissos da responsabilidade social, porém apesar de estarem evidenciando nos documentos institucionais ações voltadas a preocupação social, ainda não conseguiram um equilíbrio entre a responsabilidade social e o seu modelo de negócio. A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 367 INTRODUÇÃO Por volta de 6.000 a.C., período em que o homem começava a transformar a matéria prima para satisfazer suas necessidades, as técnicas de produção eram artesanais. Por exemplo, eles confeccionavam tecendo fibras de origem animal e vegetal, polindo pedras, fabricando objetos de cerâmica (COSTA, 2012). Para Huberman (1981) esse modo de pro- dução persistiu até a Idade Média, nesse período os artesãos ainda eram donos dos meios de produção, porém a partir dessa época eles o trabalho artesanal diminuiu e se inicia a predominância do trabalho manufatureiro, também conhecida pela divisão técnica do trabalho. É o início de uma nova relação no trabalho. Tal transformação possibilitou à sociedade ocidental a oportunidade de um enorme desenvolvimento econômico, tornando-se o estopim para a modernidade, segundo Polanyi (1944) é a partir desse momento que se estabelece uma nova ordem nas relações entre capital, natureza e trabalho. Para Menegasso (1998) essas transformações contribuíram para o surgimento da revolução industrial que se iniciou na Inglaterra, no século XVIII, trazendo consigo profundas consequências econômicas, políticas, sociais e culturais. Junto com essas mudanças começaram a surgir questionamentos sobre esse modelo de desenvolvimento, no qual estava interferindo negativamente na qualidade de vida da sociedade e na degradação ambiental. Esses questionamentos deram origem as primeiras conferências mundiais, sendo em 1972, em Estocolmo, a primeira conferência mundial que iniciou a discussão sobre a preocupação com a crise ambiental que se instalava no mun- do. A conferência de Estocolmo foi ponto de partida para o início das propostas de proteção internacional ao meio ambiente, sendo considerada um marco histórico, decisivo para o surgimento de políticas de gestão ambiental e o direcionando da atenção das nações para as questões ambientais (PASSOS, 2009). Anos mais tarde, em 1987 no relatório de Brundtland foi apresentado pela primeira vez uma definição para o conceito de desenvolvimento sustentável, no qual propõem um modelo de desenvolvimento que atenda às necessidades do presente, sem comprometer as necessidades das gerações futuras, um modelo no qual o aspecto econômico, social e am- biental teriam a mesma importância para o desenvolvimento da sociedade (BRUNDTLAND, 1991), sendo necessário um processo de transformação e equilíbrio, com o objetivo de alcançar a sustentabilidade. Nesse contexto Lozano (2012) observa que a sustentabilidade está baseada no crescimento econômico, no respeito social e na eficiência da utilização dos recursos naturais. Já no início da década de 90, foi realizada no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Cúpula da Terra, ou Rio-92, como é mais conhecida. Ela reuniu chefes de Estado e representantes oficiais de 179 países que A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar368 originou no documento intitulado Agenda 21, que tem como objetivo servir como um guia para a promoção de ações que estimulem a integração entre o crescimento econômico, a justiça social e a proteção ao meio ambiente. Sua principal estratégia é propor soluções e alternativas em favor do desenvolvimento sustentável e deve ser compreendida como ins- trumento que conjuga participação e transformação social. Neste novo modo de se conceber o desenvolvimento, com práticas responsáveis em relação ao meio ambiente e a sociedade, os consumidores também assumem o papel de fiscalizar e optar por organizações que prezam por estes princípios, impulsionando assim uma mudança de conduta nos modelos de gestão organizacional. Para orientar essa ade- quação, criou-se normas para que as organizações pudessem guiar suas ações voltadas a sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental, sendo elas: o modelo IBASE, NBR 16001 a ISO 26000 entre outros. Nas últimas décadas, pode-se observar segundo Muller et al (2008), um maior envol- vimento e conscientização das organizações, em especial, as organizações financeiras em seguir políticas e diretrizes no que tange à responsabilidade social corporativa e ao desen- volvimento sustentável. É nessa conjuntura que esta pesquisa objetivou analisar as práticas voltadas a responsabilidade social empresarial nas instituições financeiras do município de Laranjeiras do Sul que contribuem para a sustentabilidade. REFERENCIAL TEÓRICO Responsabilidade social empresarial A responsabilidade social e a ética estão presentes nas organizações desde o século XIX, mas foi a partir de 1919 que esses conceitos ganharam maior atenção com o caso Dodge versus Ford. Henry Ford defendia a distribuição de uma parte dos lucros, esses seriam revertidos para uma série de ações, como investimentos na produção e aumentos de salários. Nesse caso, o investimento em filantropia e na imagem da organização só poderiam ser feitos se beneficiassem o lucro dos acionistas. No cenário brasileiro, a disse- minação do conceito da responsabilidade social das organizações ainda é muito recente, as primeiras discussões foram na década de 1970, com o debate sobre o balanço social (MORCELLI E ÁVILA, 2016). Maximiano (2008) considera que existem duas correntes com argumentos muito fortes sobre a responsabilidade social: a doutrina da responsabilidade social e a do interesse do acionista. A primeira baseia-se na premissa de que as empresas são instituições sociais que existem com autorização da sociedade, utilizam os seus recursos e afetam a qualidade de vida, ou seja, uma visão paternalista do papel do empresário em relação aos empregados A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 369 e aos clientes. A doutrina do interesse do acionista propõe que as empresas tenham obri- gações com seus acionistas, cabendo ao governo encontrar a solução para os problemas sociais, muito defendida por Friedman. Historicamente a responsabilidade social vem evoluindo sob abordagens diferentes, na década de 60 Freidman com a abordagem dos acionistas mencionava que as instituições buscavam a maximização dos lucros sobre seus investimentos e que a responsabilidade social deveria ser garantida pelo governo através dos impostos gerados através de suas atividades. Para ele as organizações praticariam ações de responsabilidade social somente se contribuíssem para o alcance de suas metas de negócios. Nos anos 80 Freeman (1984) discorre sobre a abordagem dos Stakeholders, para ele as organizações além de se importarem com a viabilidade, devem se preocupar com uma série de interesses a serem analisados e atendidos mediante as expectativas dos que se relacionam com a empresa e podem afetar ou serem afetados pelasatividades e objetivos das organizações. A partir da década de 90 esses temas tornaram-se mais fortes principalmente pela apreciação social sobre o fato das instituições optarem por assumirem a responsabilidade de desenvolverem métodos de gestão comprovadamente sustentáveis, em vez de realizarem uma simples gestão ambiental técnica (JAMALI, 2006). Nessa evolução que Göbbels (2002) engendra a abordagem social, essa possui princí- pios mais alinhados aos propósitos de uma verdadeira responsabilidade social empresarial, admitindo que as instituições possuem responsabilidade sobre a sociedade como um todo, por serem parte integrante de toda a estrutura social. Por consequência dessa respon- sabilidade, elas operam por meio de um consentimento público no intuito de suprirem as necessidades da sociedade. Para Campos (2006) a responsabilidade social empresarial é o compromisso que uma organização deve ter com a sociedade através de atitudes que atinjam positivamente seus stakeholders, ou seja, fornecedores, investidores, governos, consumidores, colaborado- res, entre outros. Na contemporaneidade, a responsabilidade socioambiental ganha importância como instrumento de gestão para assegurar a concorrência entre as empresas. Atualmente essa responsabilidade se expandiu e incorporou outros fatores importantes como: a preservação do meio ambiente, a valorização do colaborador como parte integrante da empresa e, também, a preocupação em criar medidas que proporcionem qualidade de vida dentro da organização No sentido de orientar e controlar as decisões empresárias atreladas as práticas de gestão responsável socio ambientalmente, criou-se o Instituto Ethos, uma organização não governamental, que objetiva ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável. O Instituto Ethos, reconhece a responsabilidade social empresarial como forma A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar370 de conduzir os negócios, e possibilita que a empresa seja parceira e corresponsável pelo desenvolvimento social, na qual definem a responsabilidade social como: “Responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impul- sionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais” (INSTITUTO ETHOS, 2012). Porém, para que de fato as ações estabelecidas traga resultados positivos a sociedade, Bertoncello e Júnior (2007) explicam que a empresa socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio ambien- te) e incorporá-los ao planejamento e estratégia de suas atividades, buscando atender as demandas de todos, não apenas dos acionistas ou proprietários. Nesta perspectiva, as ins- tituições não deixariam de incluir o lucro como objetivo, porém, ao invés de priorizar lucros de curto prazo as organizações deveriam buscar lucros de longo prazo. Porém ainda se confunde a diferença entre responsabilidade socioambiental e filantropia. Segundo o Instituto Ethos “a filantropia trata basicamente de ação social externa da empresa, tendo como beneficiário principal a comunidade em suas diversas formas. A responsabilidade socioambiental, por sua vez, focaliza a cadeia de negócios da empresa e engloba preocupa- ções com um público maior (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio ambiente), cujas demandas e necessidades a empresa deve buscar entender e incorporar em seus negócios. Assim, a responsabilidade socioambiental trata diretamente dos negócios da empresa e como ela os conduz”. De acordo com Montana e Charnov (1999), o grau de envolvimento das instituições com as ações de responsabilidade social pode se dar em três níveis: (1) Abordagem da obri- gação social; (2) Abordagem da responsabilidade social; (3) Sensibilidade social. O primeiro nível supõe ser o objetivo principal de uma empresa o sucesso econômico e que, portanto a empresa deveria meramente satisfazer as responsabilidades sociais mínimas impostas pela legislação. Freidman (1970) reforça esse argumento dizendo que a responsabilidade social empresarial é gerar lucros dentro da lei. O segundo nível supõe não serem as metas da empresa meramente econômicas, mas também sociais e que a empresa deveria desti- nar recursos para a realização dessas metas. O último e terceiro supõe não ter a empresa apenas metas econômicas e sociais, mas que também precisa antecipar-se aos problemas sociais do futuro e agir agora para responder a esses problemas. Ashely (2002) , aponta sete vetores da responsabilidade social, os quais direcionam e dão sentido ao processo de gestão para fortalecer o valor social das instituições, sendo A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 371 eles: apoio ao desenvolvimento da continuidade no qual atua; preservação do meio am- biente; investimento no bem-estar dos funcionários e dependentes e em um ambiente de trabalho agradável; comunicações transparentes; retorno aos acionistas; sinergia com os parceiros; satisfação de clientes e consumidores. Contudo são necessários modelos que possam verificar essas ações de responsabilidade social empresarial dentro das instituições identificando o quanto elas estão empenhadas em realizar as ações ou em que âmbito elas mais realizam essas ações. O modelo dos três domínios da responsabilidade social Carrol foi o primeiro pesquisador que em 1979 construir um modelo que analisasse ou avaliasse o desempenho das instituições em nível social. O objetivo era engendrar um modelo para os gestores que servisse de guia para aplicar a responsabilidade social empresarial, demonstrando como um negócio pode interagir com a responsabilidade social. Com esse modelo servindo de base, em 1991 o próprio Carroll desenvolveu a pirâmide da responsa- bilidade social. Ainda não satisfeito com seus modelos em 2003 com ajuda de Swhwartz desenvolvem outro ainda mais completo, o modelo dos três domínios da responsabilidade social empresarial. O modelo de três domínios da responsabilidade social empresarial de Schwartz e Carroll (2003) apresenta a ideia de que todos os conjuntos deveriam ser realizados em harmonia, mas poderiam ser realizadas em separado também, com diferentes sobreposições entre si, demonstrando as diversas atuações possíveis das organizações diante das suas dimensões econômicas, legais e éticas. Figura 1.Modelo dos três domínios de Schwartz e Carroll (2003). Fonte: Schwartz e Carroll (2003). Adaptados pelos autores. A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar372 A categoria legal pode ser dividida em três tipos: passivo, restritivo e oportunista. O pri- meiro tipo demonstra que a instituição esta cumprindo com a lei acreditando que esta é a forma mais segura e correta, ou seja, faria tais práticas mesmo que tal legislação não existis- se. Já o restritivo ocorre quando a organização gostaria de praticar alguma ação, porém esta impedida de realiza-la pela força da lei. O terceiro tipo é o oportunista, podendo se manifestar de duas maneiras: quando as instituições buscam se aproveitar das brechas da lei, neste caso cumpre-se a lei mas deixa-se de lado seus valores ou quando a instituição opera em uma determinada jurisdição por causa de seus padrões legais menos rígidos. Um exemplo são corporações que decidem operar nos países em desenvolvimento por causa de leis am- bientais menos rigorosas, condições dos trabalhadores, etc (SCHWARTZ E CARROLL, 2003). O domínio ético do modelo refere-se às responsabilidades éticas dos negócios, tanto quanto as esperadas pela população em geral e as partes interessadas.Ele é composto por três padrões éticos gerais: (a) convencional; (b) consequencialista; e c) deontológico. Convencional : são aqueles padrões ou normas aceitos pela organização, pela indús- tria, pela profissão ou sociedade necessários para o bom funcionamento dos negócios. Consequencialista: O padrão consequencialista se concentra em fins ou consequências. Embora haja vários tipos de consequencialismo, a forma que é relevante para os propó- sitos do domínio ético sugere que “a coisa moralmente certa a fazer é promover o bem das pessoas” ( HOFFMAN, FREDERICK E SCHWARTZ ,2001). Deontológico: O padrão deontológico, ao contrário do foco nas consequências, é definido como incorporando as atividades que refletem uma consideração de um dever ou obrigação, ou seja, abrange os direitos morais e de justiça (DE GEORGE, 1999). A responsabilidade exclusivamente econômica é composta pelas atividades que pro- porcionam um benefício econômico direto ou indireto, seja ele ilegal, criminalmente ou civil- mente, ou legal, subordinado a obedecer à lei. Seu objetivo é a maximização dos lucros e do valor compartilhado entre seus acionistas. De fato, refere-se a qualquer atividade realizada para melhorar os lucros e criar valor para os acionistas ( SCHWARTZ E CARROLL,2003) O domínio econômico-ética representa as atividades das instituições fundamentadas da seguinte forma: “boas condutas éticas levam a bons negócios” (SCHWARTZ E CARROLL, 2003). Esses autores compreendem que este domínio se caracteriza pelas ações que pro- duzem o maior benefício para a sociedade, envolvendo todas as demais alternativas. Nesse caso, os determinantes que constituem esta dimensão estão relacionados as atividades baseadas em princípios deontológicos, visando bons negócios, como por exemplo, fazer caridade por razões éticas e econômicas. Para Schwartz e Carroll (2003) a dimensão econômico-legal está relacionada com aspectos que incluem evitar danos, antecipar-se à lei, acatar as restrições legais, cumprir obrigações sociais, respeitar as forças do mercado e não agir de maneira oportunista para A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 373 se beneficiar. Por outro lado, o componente legal-ético representa as atividades institucio- nais que não ocorrem em função de qualquer benefício econômico direto, mas pelo fato de serem também consideradas éticas; as atividades que são ao mesmo tempo legais e éticas frequentemente proporcionam benefícios econômicos indiretos. Por fim, a interseção entre as responsabilidades econômica, legal e ética, segundo os autores representa o segmento em que as empresas deveriam operar sempre que possível, ou então nas dimensões econômica e ética, contando que a empresa obedeça à lei pas- sivamente. Para Schwartz e Carroll (2003) as principais características desta abordagem incluem: obtenção do lucro dentro dos limites legais, atuar de maneira responsável, atender às expectativas, princípios e padrões éticos buscando o bem comum e ter a ética como força motriz da empresa. Para orientar como cada instituição deveria agir em relação a responsabilidade social existem algumas normas e instrumentos que servem de base para que elas planejem e executem suas políticas de gestão em relação ao assunto. Normas e instrumentos de responsabilidade social As instituições empenhadas no processo incorporar práticas de responsabilidade social, implementam e gerenciam ações e projetos que busquem o desenvolvimento social de forma contínua. Para Ponchirolli (2007), a implementação da responsabilidade social nas empresas ocorre em três etapas: a primeira é a interna, na qual as ações precisam ser analisadas e aceitas pelos gestores que deverão assumir como uma missão social da organização e levar até os demais colaboradores sensibilizando-os e motivando-os para serem parceiros neste compromisso. A segunda é a externa, nesta etapa ocorre também um levantamento interno para identificar práticas e onde a empresa poderia agir no ambiente externo. Com este le- vantamento, a empresa busca discutir junto a seus parceiros, fornecedores e a comunidade, quais ações seriam importantes. A última etapa segundo o autor é a institucionalização, ou seja, consolidar essas ações para que as mesmas se tornem parte da organização. As ações relacionadas a responsabilidade social podem ser formalizadas por meio dos seguintes documentos: código de ética, normas e ações de responsabilidade social, balanço social, programa de voluntariado envolvendo seus colaboradores, institutos e fun- dações e certificação social. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desenvolveu a norma NBR 16001 que estabelece requisitos mínimos para a criação e ope- ração de um sistema de gestão de responsabilidade social. Já no âmbito internacional, as certificações são realizadas pela Internacional Organization for Standardization (ISO), uma instituição de referência que coordena o processo de normalização internacional, e publicou em 2010 a ISO 26.000 cuja finalidade é orientar sobre princípios e práticas de A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar374 responsabilidade social. A empresa que atende a esta norma não é certificada, sob o ar- gumento que a abrangência da responsabilidade social é muito complexa e visa o desen- volvimento sustentável, assim, qualquer padrão para a certificação seria diminuto e flexível (BARBIERI E CAJAZEIRA, 2012). Segundo Morcelli e Ávila (2016) o objetivo da ISO 26000 é definir uma melhor prática de responsabilidade social, considerando as definições de responsabilidade social reconhecidas internacionalmente e já existentes, especialmente os princípios da declaração universal dos direitos humanos e as convenções da organização internacional do trabalho. A normalização apresenta vantagens diante da globalização, pois, segundo Gruninger e Oliveira (2002), possibilita estabelecer procedimentos uniformes, definições claras de conceitos, mecanismos de melhoria contínua, comparabilidade de práticas e de resulta- dos e também padrões de relacionamento globalmente aceitos com incentivo ao mercado para o jogo limpo. A NBR 16001, diferentemente da ISO 26000, está fundamentada na metodologia do PDCA (Planejar, Fazer, Verificar e Agir). Segundo Ursini e Sekiguchi (2005), os programas ou ações que possuem objetivos e metas deverão contemplar onze temas da Responsabilidade Social, sendo eles: boas práticas de governança; combate à pirataria, sonegação, fraude e corrupção; práticas desleais de concorrência; direitos da criança e do adolescente, incluindo o combate ao trabalho infantil; direitos do trabalhador, incluindo o de livre associação, de negociação, a remuneração justa e benefícios básicos, bem como o combate ao trabalho forçado; promoção da diversidade e combate à discriminação (por exemplo: cultural, de gê- nero, de raça/etnia, idade, pessoa com deficiência); compromisso com o desenvolvimento profissional; promoção da saúde e segurança; promoção de padrões sustentáveis de de- senvolvimento, produção, distribuição e consumo, contemplando fornecedores, prestadores de serviço, entre outros; proteção ao meio ambiente e aos direitos das gerações futuras; e ações sociais de interesse público. Contudo, mesmo que as instituições sejam comprometidas com a responsabilidade social, de acordo com Caetano e Eugénio (2015) uma vez reconhecida a responsabilidade social que as empresas devem assumir, torna-se necessário divulgar as informações, para que esteja disponível às partes interessadas. Sustentabilidade e responsabilidade social no setor financeiro Os bancos desempenham um papel fundamental na economia, e suas ações so- cialmente responsáveis podem atingir limites muito além de sua própria organização. Cruvinel (2008) afirma que o papel dos bancos para o desenvolvimento sustentável está presente além da oferta de produtos sustentáveis, tais como as operações de crédito e A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar375 investimentos. As políticas de responsabilidade social empresarial abrangem também a re- lação do banco com outros stakeholders como organizações não governamentais (Ong’s), governo, funcionários e fornecedores. Segundo Tosini (2005) as instituições financeiras estão sujeitas a três tipos de riscos ambientais. O risco direto envolve todos aqueles aos quais os bancos respondem diretamente como poluidores, sendo eles suas instalações, materiais de escritório, equipamentos, fonte de energia, etc. O risco indireto ocorre diante as relações que o banco estabelece como intermediador financeiro, via operações de crédito ou como detentor de ações ou títulos de dívida. O terceiro é o risco de reputação, onde as instituições são pressionadas a adotar política de financiamento e investimento ambientalmente correta, sob pena de terem sua reputação prejudicada diante da sociedade. A imagem dos bancos na sociedade é impor- tante para o sucesso conjunto de suas atividades, sendo a mesma considerada como parte de seu patrimônio. Para Tosini; Ventura e Cuoco (2008), os bancos têm a possibilidade de intervir na responsabilidade social de seus clientes através de sua gama de produtos e serviços atra- vés de condições mais rigorosas na concessão de crédito para obras que afetem o meio ambiente, além de preservar a natureza; também previnem a instituição de ter sua imagem relacionada a escândalos ambientais, gerando prejuízos. Essas ações afetam a socieda- de como um todo, alguns sob a forma de exigências na tomada de crédito e outros como beneficiários de tais empreendimentos socialmente responsáveis. Outros autores reforçam essas argumentações, como Vasconcelos (2011) aponta que o setor financeiro apresenta um baixo impacto ambiental, porém representa um papel crítico como indutor das ações de seus stakeholders, sobretudo clientes. Por exemplo, um banco pode negar financiamento ou empréstimo a uma organização cujas práticas causem danos ao meio ambiente. Schlischka et. al (2009) argumenta que as instituições financeiras têm adotado vários princípios, recomendações e diretrizes ambientais que contêm elementos importantes para formulação, definição e instrumentalização de suas políticas de crédito. Entre esses princí- pios e diretrizes encontram-se os Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial (indicadores que servem como ferramentas de aprendizado e de avaliação da gestão pe- las próprias empresas, em relação ás práticas de responsabilidade social), Princípios do Equador (conjunto de políticas e diretrizes com base nos padrões socioambientais do IFC – International Finance Corporation com a finalidade de garantir a sustentabilidade e o equilíbrio social e ambiental dos projetos auxiliando no gerenciamento de riscos), e o Protocolo Verde (com o objetivo de evitar que créditos e benefícios fiscais fossem utilizados em projetos que pudessem causar danos ao meio ambiente). Em meados dos anos 80 surge um modelo de relatório que objetiva a divulgação das ações sociais praticadas pelas instituições, evidenciando assim para todos os stakeholders A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar376 o envolvimento e o comprometimento para com a sociedade. O Balanço Social dos bancos, elaborado pela FEBRABAN começou a ser divulgado a partir de 1993 demonstrando o que este segmento contribui para o desenvolvimento do país, evidenciando a sua respon- sabilidade social. Devido às transformações nas relações entre consumidores e instituições, muitas insti- tuições já se conscientizaram que para alcançar um bom desempenho em seus negócios e se manter no mercado, a responsabilidade social não pode ser ignorada, sendo necessário integrá-la em sua estratégia empresarial. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Esta pesquisa caracteriza-se como aplicada pelo fato de buscar conhecimento prático através de uma realidade. Gerhardt e Silveira (2009) descrevem que a pesquisa aplicada objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas es- pecíficos, ela envolve verdades e interesses locais. Este estudo buscou compreender ás práticas voltadas a responsabilidade social empresarial nas instituições financeiras do mu- nicípio de Laranjeiras do Sul/PR. Para melhor responder o problema de pesquisa, optou-se pelo método qualitativo e exploratório a partir de uma abordagem descritiva, pois, pretendeu-se identificar e descrever as ações de responsabilidade social empresarial nas instituições financeiras do município de Laranjeiras do Sul reguladas pelo BACEN que contribuem para a sustentabilidade. De acordo Vieira e Zouain (2005) a pesquisa com predominância qualitativa atribui im- portância aos depoimentos dos atores sociais envolvidos, aos discursos e aos significados transmitidos por eles. Nesse sentido, esse tipo de pesquisa preza pela descrição detalhada dos fenômenos e dos elementos que o envolvem. Segundo Diehl e Tatim (2004), a abordagem descritiva possui como objetivo a com- preensão e a classificação de processos que se apresentam como sendo dinâmicos, que são vivenciados por grupos de indivíduos, possibilitando a descrição da complexidade de determinado problema e sua interação com variáveis inerentes a pesquisa. Nesta pesquisa a técnica de coleta de dados foi através do estudo de caso por possi- bilitar o conhecimento em profundidade de uma determinada situação que se supõem ser única em muitos aspectos, permitindo assim seus esclarecimentos. Para este estudo foram delimitadas as instituições financeiras reguladas pelo BACEN que atuam no município de Laranjeiras do Sul e estão presentes em todo território nacional. Sendo assim comtemplaram instituições financeiras públicas, privadas, de economia mista, e cooperativas totalizando quatro organizações, sendo elas: Itaú, Caixa Econômica Federal, Bradesco e Banco do Brasil. O instrumento de coleta de dados utilizado neste estudo foi a pesquisa documental nos balanços sociais, DRE, sites, e nos relatórios consolidados nas instituições financeiras A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 377 delimitada neste estudo, nos anos de 2016 e 2017. Os dados coletados nesses documentos foram sintetizados e analisados com base no modelo dos três domínios de responsabilidade social de Schwartz e Carroll (2003) utilizando como técnica a análise de conteúdo. O quadro 1 resume a forma de análise dos dados desta pesquisa, na qual cada insti- tuição recebeu uma avaliação nos domínios econômico, legal e ético. Se a instituição cum- priu plenamente todos os requisitos de cada domínio ela receberá uma avaliação positiva representada pela cor verde, caso ela não tenha cumprido plenamente algum critério de cada domínio ela recebe a cor amarela e ela deixou de cumprir plenamente mais que um critério ela recebe a cor vermelha. Quadro 1.Variáveis da responsabilidade social dentro de cada domínio do modelo de Schwartz e Carroll (2003). Domínio Variáveis Cumprir plenamente todas as varáveis Não cumprir plenamente uma das variáveis Não cumprir plenamente mais que uma variável. Econômica Lucro Líquido; ROE=Lucro Líquido/Patrimônio Líquido Legal Ambiental; Linhas de Crédito sustentável; Número de funcionários e agencias de atendimento. Ética Comunicação; Projetos e programas; Pactos; Gestão sustentável Fonte: Elaborado pelos autores. Ao final dessa análise os domínios foram organizados de acordo com o modelo de Schwartz e Carroll (2003). Se a instituição cumpriu plenamente todas as variáveis significa que ela está conseguindo incorporar todos os domínios dentro de seu modelo de negócio e divulgar esses resultados de maneira pública para a sociedade. O quadro 2 mostra a forma de avaliação das instituições baseadas no modelo de Schwartz e Carroll (2003). A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar378 Quadro: 2 Avaliação das instituições financeiras no modelo de Schwartz e Carroll (2003). Atende plenamente todos os domínios. Quando a instituiçãoconsegue cumprir com os temas de responsabilidade social e torna-la parte do seu cotidiano. Atende todos os domínios, porém existem possibilidades de melhoria no engajamento da responsabilidade social com a instituição. Atende todos os domínios, porém existem possibilidades de melhoria no engajamento da responsabilidade social com a instituição. Atende parcialmente, pois, não existe um equilíbrio entre os três domínios. Instituição que não se preocupa com os temas de responsabilidade social, ou seja, aquelas que buscam o lucro sob qualquer custo. Instituição insustentável. Fonte: Elaborado pelos autores Através desta metodologia foram avaliadas as ações de responsabilidade social das ins- tituições financeiras presentes no município de Laranjeiras do Sul que atuam em todo Brasil. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Identificação e caracterização das instituições financeiras reguladas pelo Bacen presentes no município de Laranjeiras do Sul que atuam em todos os estados do Brasil. As instituições reguladas pelo BACEN, estudadas neste estudo, sendo elas Banco do Brasil S.A., Itaú Unibanco S.A. e Banco Bradesco se caracterizam como segmento múltiplo, sendo somente a Caixa Econômica Federal que se enquadra no segmento próprio. Dentre as instituições em estudo, todas possuem apenas uma agência no município, com caixa eletrônico disponíveis para clientes e usuários. As agências possuem espaços agradáveis e confortáveis para o atendimento presencial. O Banco do Brasil é a instituição que mais possui caixas eletrônicos em Laranjeiras do Sul. Todas as instituições possuem rampas de acesso para pessoas com necessidades especiais e funcionários disponíveis para ajudar no autoatendimento em horários comerciais. Análise das instituições sob o modelo de Schwartz e Carroll. Dimensão econômica das instituições Os resultados dos bancos apresentaram variações positivas nos quesitos analisados, o lucro líquido dos bancos que possuem agências em Laranjeiras do Sul demonstrou resultados A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 379 positivos. A Caixa Econômica Federal apresentou um aumento de 202% no lucro líquido de 2017 em relação a 2016. O Banco do Brasil apresentou um aumento de 54% enquanto Itaú 12% e Bradesco 11%. Com o aumento do Lucro Líquido de 2016 para 2017 a rentabilidade do patrimônio líquido seguiu a mesma direção, em todas as instituições o ROE aumentou em 2017. A Caixa Econômica Federal apresentou a melhor variação do ROE, chegando a quase 100%, porém fica bem abaixo do ROE do Itaú e Bradesco. As análises mostraram que as instituições obtiveram lucro com um bom retorno so- bre o patrimônio líquido nos anos de 2016 e 2017, dessa forma foram bem avaliadas no domínio econômico. Dimensão legal das instituições financeiras I) Ambiental: Neste item foi avaliado se as instituições estão agindo de maneira passiva, restritiva ou oportunista. Na passiva será verificado se a instituição exige que os credores cumpram com a legislação ambiental para que possam receber o crédito solicitado. Na res- tritiva se a organização gostaria de praticar alguma ação, porém esta impedida de realiza-la pela força da lei. Na oportunista sera verificado se as instituições buscam se aproveitar das brechas da lei. a) Banco do Brasil O Sistema de Gestão Ambiental do Banco do Brasil consiste em um conjunto de ações adotadas para a implementação das diretrizes ambientais na empresa que especifica compe- tências, comportamento, procedimentos e exigências a fim de avaliar e controlar os impactos ambientais de suas atividades, devendo estar em conformidade com a legislação ambiental. Nos projetos do Banco do Brasil voltados para a reforma agrária, são incluídas cláusulas de comprometimento do devedor em conservar o meio ambiente, devendo cumprir critérios técnicos e legais de preservação ambiental. Para o financiamento de produtos oriundos do extrativismo, as normas internas são mais rigorosas. Para o crédito rural, o banco possui convênios com empresas de assistência técnica, que se comprometem a recomendar tec- nologias de produção adequadas, dotadas de práticas conservacionistas compatíveis com a proteção do solo e do meio ambiente. Em todos os itens analisados percebeu-se que a instituição toma os devidos cuidados em relação os quesitos ambientais, ou seja, o banco age de forma passiva que é a forma mais ética entre as três possíveis. b) Caixa Econômica Federal Setores como infraestrutura, saneamento e energia são avaliados e monitorados por equipe especializada, buscando a conformidade e o atendimento das normas e diretrizes A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar380 socioambientais estabelecidas pela Caixa. As avaliações passam pelos seguintes aspectos: Regularidade Socioambiental, Avaliação do Sistema de Gestão Socioambiental, Análise e Monitoramento Especializado, Saúde e Segurança do trabalhador. Esses são os principais aspectos que a Caixa analisa e acompanha a disponibilização de crédito em setores que acredita necessário, sendo assim a instituição também foi avaliada como passiva em relação ao quesito ambiental. c) Itaú Para o financiamento de projetos caso a operação se enquadre nos critérios de corte estabelecidos pelos Princípios do Equador será exigido o cumprimento dos Padrões de Desempenho da International Finance Corporation (IFC) e Diretrizes de Meio Ambiente do Banco Mundial, além da contratação de consultoria socioambiental, quando aplicável. Estas e outras orientações estão bem especificadas nos documentos públicos das políticas internas existentes. A análise socioambiental é um dos componentes do processo de ava- liação de crédito e é realizada considerando o ramo de atividade da empresa ou o projeto/ empreendimento financiado. No processo de concessão de crédito para pequenas e médias empresas, a área de Gestão de Risco Socioambiental realiza análise de conformidade para as empresas cujos setores são classificados com médio e alto impacto socioambiental. Durante a análise, pro- fissionais especializados verificam caso a caso a atuação da empresa e as boas práticas do setor quanto à adaptação às mudanças climáticas. Para os segmentos de grandes em- presas, a variável de risco socioambiental é considerada nos modelos de rating de crédito. O Itaú também apresentou características passivas no que se refere ao cumprimento das leis no quesito ambiental. d) Bradesco A instituição possui um instrumento de gestão socioambiental dos princípios e dire- trizes estabelecidas nos seguintes documentos: Código de Conduta Ética da Organização Bradesco; Código de Conduta Ética Setorial do Profissional de Compras, Política Corporativa de Sustentabilidade, Política de Compras, Política de Contratação e Gestão de Serviços Terceirizados, e Norma de Risco Socioambiental. Os fornecedores do Bradesco passam por uma análise em relação as suas práticas socio ambientais e mesmo quando todos os aspectos se encontram em conformidade, o monitoramento continua enquanto houver a relação contratual. Neste monitoramento são verificados todos os itens que envolvam a segurança do trabalho/ergonomia, a jornada e condições de trabalho, a gestão socioambiental e tratamento dos resíduos e os quesitos econômicos do fornecedor, ligado ao grau de dependência ao banco e risco reputacional. Com os resultados obtidos através dos relatórios do Bradesco, ele foi avaliado como passivo no que se refere a legislação ambiental. A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 381 II) Linhas de crédito Neste item foi analisado os tipos de linhas de crédito com viés social e sustentável. Quanto mais formas de fomentar setores através de programas socias e projetos sustentá- veis melhor será a avaliação das insituições. a) Banco do Brasil Em relação aos programas de crédito o BB a instituição possui uma série de produtos e serviços que estimulam a realização de negócios que apoiem diretamente o desenvol- vimento sustentáveldo país, dentre eles o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Microcrédito Produtivo Orientado (MPO) e BB Crédito Acessibilidade. O banco possui algumas formas de fornecimento de crédito que se encaixam nos itens de responsabilidade social, porém são poucos, desta forma foi avaliado como regular. b) Caixa Econômica Federal A Caixa Econômica Federal atua em projetos e ações nas seguintes áreas: Energias renováveis, Ecoeficiência empresarial (financiamento de máquinas e equipamentos que reduzam a geração de resíduos e emissões e aumentem a eficiência no uso de recursos), Fundos de Investimento Socioambientais (ações de captação e destinação de recursos financeiros para apoiar projetos e investimentos socioambientais), Microcrédito, inclusão bancária e linhas de crédito socioambientais (oportunidades para democratizar o acesso ao crédito) e Saneamento ambiental (projetos que incentivam a qualidade ambiental nos municípios brasileiros). Como principal banco na área de habitação, a Caixa se preocupa em implementar programas de acesso à moradia e de construção sustentável, tais como a Habitação de Interesse Social Além dos inúmeros programas sociais, esta instituição também visa o apoio ao desen- volvimento educacional e esportivo, objetivando a melhoria dos índices de escolaridade, a implantação de infraestrutura esportiva, entre outras ações. Destinado ao trabalhador, tem-se os seguintes Programas: Seguro-desemprego, Programa de Integração Social (PIS), Abono Salarial, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Em relação ao Crédito inclusivo a caixa oferece: Programa Minha Casa Minha Vida, Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), Microcrédito Produtivo Orientado (Programa Crescer). Observa-se que a Caixa possui uma diversidade grande de fornecimento de crédito em todos os setores, como consequência recebeu a melhor avaliação dentre todas as ins- tituições analisadas. c)Itaú O Itáu limita sua oferta de crédito baseada em valores monetários, ou seja a insitui- ção não apresenta formas de disponibilizar crédito através de projetos e programas que A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar382 contribuam para o desenvolvimento sustetável. Diante disso , esta instituição recebeu a mais baixa avaliação entre todos os bancos. d)Bradesco Para pessoa física, o Bradesco oferece financiamentos (imobiliário; consignado; pessoal; veículos), cartão de crédito, microcrédito, operações de câmbio e investimentos. Já para pes- soa jurídica tem-se capital de giro; repasses do BNDES; antecipações; câmbio; exportações; cartão de crédito; operações no exterior; crédito imobiliário; garantias, avais e financiamen- tos; Microcrédito Produtivo Orientado (MPO), linhas de conta garantida e cheque especial. Dentre seus serviços financeiros estão: cartões; conta corrente; pagamento e recebi- mento de contas; operação de crédito; asset anagement; consórcio; mercado de capitais; derivativos; afiliação ou domicílio de cartões. Além de produtos comuns dos bancos o Bradesco possui produtos com foco ambiental em quatro segmentos: segmento de crédito composto por Leasing Ambiental, CDC Kit Gás, CDC Aquecedor Solar, CDC Certificado Florestal, Capital de Giro Ambiental, Capital de Giro Florestal, CDC Energia Fotovoltaica; segmento de investimentos e conta com Fundos Bradesco FIC FIA Planeta Sustentável, Bradesco Prime FIC FIA Índice de Sustentabilidade Empresarial e Bradesco FIC FIA Governança Corporativa; segmento de capitalização; e o segmento de cartões afinidade. Apesar de possuir uma linha de produtos com foco ambiental o Bradesco foi avaliado como regular, pois, possui poucas linhas de crédito que se encaixam com os temas da res- ponsabilidade social. III)Número de funcionários e agências de atendimento Atualmente, com as novas formas de atendimento bancário, principalmente por aplicati- vos, pode ser um fator que contribuiu para uma redução no número de funcionários de quase todas as instituições, como foi observado nas instituições financeiras em estudo evidenciando que apenas o banco Itaú (5,8%) obteve um aumento no número de funcionários no período investigado, os demais diminuíram seu quadro de colaboradores, sendo o Bradesco que se destacou com o maior percentual de desligamentos dos funcionários (-9,2%). Em relação ao número de agências de atendimento, todos houveram diminuição, des- tacando o BB com 12,3% de agencias fechadas neste período. Dimensão ética das instituições financeiras I)Comunicação a) Banco do Brasil O Banco do Brasil apresentou um grande número de informações referentes a respon- sabilidade social através de diversos tipos de relatórios e documentos disponíveis em seu A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 383 site da internet www.bb.com.br. Esses relatórios contemplam temas como: esporte, cultura, sustentabilidade, ética e integridade, educação, fundação BB, voluntariado, ação infância e vida, informações econômicas e muitas outras. Devido a quantidade de informações, a facilidade de localização das mesmas, a clareza e a objetividade, considera-se que a comu- nicação da instituição é adequando para o setor que a mesma atua. b) Caixa Econômica Federal A Caixa emite diversos documentos, relatórios, informações e resultados disponíveis publicamente, todos esses dados estão disponíveis no site www.caixa.gov.br. Todos são bem elaborados e estão divididos em informações financeiras, governança corporativa, res- ponsabilidade socioambiental, administração de riscos e muitos outros temas. Ela também traz informações dos golpes mais comuns aplicados atualmente, com objetivo de proteger seus clientes de prejuízos. Assim a instituição apresenta um grau de comunicação eficiente visando aumentar a transparência de suas ações. c) Itaú O Itaú apresenta um excelente grau de comunicação através de seus relatórios dis- poníveis em seu site, as informações são claras e bem detalhadas abordando todos os aspectos e áreas da instituição. Além de diversos outros relatórios disponibilizados na in- ternet, o relatório anual consolidado da instituição é uma fonte riquíssima de comunicação para qualquer público interessado, pois, nele contém todos os dados da instituição. Entre todas as instituições analisadas o Itaú foi a que apresentou o conteúdo com maior riqueza de informações, destacandos-e pela preocupação em evidenciar de forma detalhada todas as diretrizes, pactos, políticas entre outras informações. Assim o banco possui um grau de comunicação elevado em relação as demais instituições. d) Bradesco O Bradesco apresentou informações dos mais relevantes assuntos através de docu- mentos e relatórios. O GRI é uma fonte de informação extremamente relevante, porém as informações são complementadas através de um leque de outras fontes como relatório inte- grado, relatórios de desempenho e outros, porém não tão evidentes de serem encontrados. Desta forma o grau de comunicação da instituição foi avaliado como bom. O resultado da pesquisa no quesito comunicação, mostra que as instituições estão preocupadas com a divulgação e a transparência de seus atos e dos impactos que suas atividades podem causar no meio ambiente, na economia e na sociedade. II)Projetos e programas a) Banco do Brasil No âmbito social a instituição faz parte do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, cujos objetivos buscam a promoção da diversidade e combate à discriminação entre seus A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar384 funcionários (por exemplo: cultural, de gênero, de raça/etnia, idade, pessoa com deficiência), boas práticas de governança e compromisso com o desenvolvimento profissional. Com o objetivo de proteção ambiental, o BB possui o Programa Água Brasil (conser- vação de recursos hídricos), Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) - atualmente o principal agente financeiro(reduzir as emissões de gases de efeito estufa oriundas das atividades agropecuárias), Racionalização de Consumo de Energia; de Recondicionamento de Cartuchos e Toner; de Racionalização do Consumo de Água; de Racionalização de Impressão; de Coleta Seletiva; Agências Ecoeficientes, de Certificação ISO 14001 e Inventário e gestão das suas emissões de gases de efeito estufa. Esses programas podem ser consi- derados como promotores da responsabilidade social pois, buscam a promoção de padrões sustentáveis de desenvolvimento, produção, distribuição e consumo, contemplando forne- cedores, prestadores de serviço, entre outros e a proteção ao meio ambiente e aos direitos das gerações futuras. Desta forma a avaliação do Banco do Brasil em relação aos projetos é otimista, pois, a instituição possui diversos programas que se enquadram nos quesitos da respon- sabilidade social. b) Caixa Econômica Federal A instituição possui diversos programas e projetos que incentivam o desenvolvimento sustentável sendo eles: Programa de Integridade Caixa (efetiva boas práticas de gestão), Programa Melhores Práticas Caixa ( incentivo aos melhores projetos sustentáveis), Projeto “FinBRAZEEC” (financiamento de projetos inovadores de eficiência energética), Projeto “Fundo Socioambiental Caixa” ( investimento em ações relacionadas as princípios da res- ponsabilidade socioambiental adotados pela Caixa) , entre outros. Os programas e projetos evidenciados nesta pesquisa demonstram que a caixa busca integrar no seu dia a dia ações que contribuem para o desenvolvimento sustentável através da responsabilidade social. c) Itaú Um dos programas do Itaú é o “Programa Ecomudança” visa fomentar iniciativas que ajudam a reduzir os impactos das mudanças no clima apoiando projetos inovadores, de impacto positivo e transformador nas modalidades: energia renovável, manejo de resíduos, florestas e agricultura sustentável. A instituição também possui o “Fundo Itaú Excelência Social”, esse fundo foi engendrado em 2004, e aplica seus recursos em ações de empre- sas socialmente responsáveis. Com o objetivo de contribuir para melhoria da qualidade da educação no Brasil. O Itaú não apresentou um leque amplo de programas e projetos que podem ser con- siderados ações de responsabilidade social, desta forma foi avaliado como regular sua atuação nesta área. A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 385 d) Bradesco O banco oferece muitos projetos voltados a inovação tais como Projeto Inteligência Artificial, Projeto Next e o projeto InovaBra, ambos os projetos promovem a inovação e o empreendedorismo associados a tecnologia. Além desses projetos, o banco ainda possui outros projetos sociais e tecnológicos. O Bradesco evidenciou a realização de muitos projetos e desta forma, foi avaliado como bom o seu desempenho nessa variável. III) Pactos voluntários Em relação a adesão aos pactos voluntários, verificou-se que o Itaú é a instituição que mais possui adesões voluntárias (24), seguido do Banco do Brasil (20), Bradesco (9) e com menor quantidade de adesões foi a Caixa Econômica Federal (8). Essas adesões voluntárias são importantes na responsabilidade social, pois suas informações, contribuem na elaboração das políticas e dos programas institucionais, tendo como consequência um maior engajamento com a responsabilidade social. IV) Gestão sustentável a) Banco do Brasil O Banco do Brasil possui “Diretrizes de sustentabilidade para o crédito”, na qual estão contidas as práticas adotadas pelo banco para mitigar o risco socioambiental, e reduzir os impactos de seus financiamentos e investimentos contribuindo para o desenvolvimento sus- tentável. Nas diretrizes o banco estabelece concessão de crédito para os seguintes setores: agricultura irrigada, energia elétrica, agronegócio, petróleo e gás, mineração, transportes, construção civil, papel e celulose. A gestão do banco está alinhada a Agenda 21, demonstrando sua parceria com o desenvolvimento sustentável dentro de uma agenda global. O Banco do Brasil mostrou-se atuante e exemplar neste quesito, principalmente pela institucionalização da agenda 21 em seu modelo de negócio. b) Caixa Econômica Federal A política de responsabilidade socioambiental da Caixa busca integrar as dimensões sociais e ambientais na sua estratégia de negócios, essa política é composta por sete princípios, (Ética, Conformidade e Combate à Corrupção; Gestão Participativa; Promoção do Desenvolvimento Sustentável; Inclusão Social; Proteção e Conservação Ambiental; Transparência e Eficiência Ambiental) e seis diretrizes (Governança; Relacionamento e Engajamento com Partes Interessadas; Gestão de Riscos Socioambientais; Promoção do Desenvolvimento Sustentável; Gestão de Práticas Administrativas e da Cadeia de Fortalecimento e Divulgação e Reporte de Informações). A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar386 A caixa apresentou poucas informações importantes sobre gestão, contudo as ações apresentadas são muito relevantes, o que torna a avaliação positiva. c) Itaú Para compreender o impacto de questões ambientais, sociais e de governança corporati- va nos portifólios de investimentos, em 2008 o banco aderiu aos Princípios para Investimentos Responsáveis, das Nações Unidas, objetivando obter informações relevante na área so- cioambinetal para a tomada de decisão. Além disso o Itáu assume seu compromisso com a redução de gases de efeito estufa, atrelado ao documento “Nossos compromissos com as mudanças climáticas”. Ainda, alinhado a agenda dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) o Itaú considera suas ações relacionadas ao negócio, empregador e responsabilidade social. Na sua gestão, a instituição definiu novos compromissos de longo prazo, buscando uma operação cada vez mais sustentável. As metas contemplam o consumo de água, energia, emissões, resíduos e viagens a negócios. O Itaú demonstrou significativas ações voltadas a gestão sustentável, porém a grande maioria se referem aos impactos ambientais que a própria instituição promove. d) Bradesco O Plano Diretor de Ecoeficiência do Bradesco tem como objetivo promover a redu- ção de consumo de água, energia, uso de papel para impressão e redução de Gases de Efeito Estufa (GEE). O Bradesco contribui com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) através dos seus negócios e investimentos sociais. A adoção de compromissos voluntários e a parti- cipação ativa em fóruns empresariais reforça o posicionamento em prol do cumprimento da Agenda 2030. A instituição ainda possui muitos produtos com foco ambiental além dessas ações de gestão. O Bradesco encontra-se no mesmo rumo do Itaú onde sua principal preocupação é com os impactos causados diretamente pela sua atividade no mercado. Análise das práticas de responsabilidade social sob a ótica do modelo dos três domínios de Schwartz e Carrol No quadro 3, apresentado abaixo, será apresentado a análise das práticas de respon- sabilidade social sob a ótica do o modelo dos três domínios de Schwartz e Carrol. A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 387 Quadro 3.Resultado da análise das instituições pesquisadas. Instituição Financeira Avaliação modelo de Schwartz e Carrol Banco do Brasil Caixa Econômica Federal Itaú Bradesco Fonte: Elaborado pelos autores. O Banco do Brasil apresentou equilíbrio entre as três dimensões estudadas. Entretanto a análise que avaliou a variação do número de funcionários como também das agências de atendimento apresentou o pior resultado entre as instituições estudadas, fazendo com que a dimensão legal não atendesse na íntegra todos os critérios analisados. Apesar da representação das dimensões ser muito semelhante a do Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal foi a instituição que apresentou o maior equilíbrio entre os três domínios, porém diante da necessidade de melhoria na variável relacionada a adesão aos pactos voluntários, adimensão ética não foi atendido na sua totalidade. A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar388 O Banco Itaú, apesar de obter bons resultados em algumas variáveis, outras, porém ficou muito aquém do ideal, evidenciando a necessidade de um maior engajamento princi- palmente nas variáveis que correspondem a dimensão ética, que diz respeito a importância da comunicação acessível e transparente com os clientes, oferecer projetos e programas com cunho social e ambiental e adesão aos pactos voluntários voltados ao desenvolvi- mento sustentável. Entre todas as instituições avaliadas, o Bradesco foi o banco que apresentou o maior desequilíbrio entre as três dimensões, principalmente no que trata a dimensão ética e legal. Esta instituição só atende na totalidade a dimensão econômica, o que pode sinalizar uma necessidade de envolvimento nas ações voltadas a sustentabilidade. As quatro instituições analisadas nesta pesquisa demonstraram que a dimensão ética, relacionada aos critérios relacionados a comunicação, projetos e programas e a adesão aos pactos voluntários, precisa ainda de ações mais efetivas para alcançar o equilíbrio proposto na avaliação da responsabilidade socioambiental proposto por Schwartz e Carrol. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do importante papel que as instituições financeiras possuem para se alcançar um desenvolvimento sustentável, este estudo teve como objetivo analisar as práticas vol- tadas a responsabilidade social empresarial nas instituições financeiras do município de Laranjeiras do Sul que contribuem para a sustentabilidade sob a ótica do modelo dos três domínios de Schwartz e Carrol. Dentre os três domínios propostos no modelo de Schwartz e Carrol, a dimensão ética foi a que apresentou nas quatro instituições pesquisadas, a necessidade de adequações ou ainda ações que atendam os critérios avaliados, sendo eles: comunicação, projetos e programas, adesão aos pactos voluntários e gestão sustentável. A dimensão legal, que diz respeito aos critérios voltados a legislação ambiental, linhas de crédito e número de fun- cionários e agências bancárias também demonstrou a importância de ações significavas voltadas a responsabilidade socio ambiental. A única dimensão que atendeu a todos os cri- térios avaliados de forma positiva nas instituições pesquisadas, foi a dimensão econômica. Diante da análise dos dados, pode-se considerar que apesar das instituições finan- ceiras estudadas nesta pesquisa realizarem ações que contribuam para o desenvolvimento sustentável, a dimensão ainda que é priorizada corresponde aos aspectos econômicos, demonstrando que ainda há desafios para que de fato se alcance a sustentabilidade nas práticas organizacionais. A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 389 REFERÊNCIAS 1. ASHELY, P. A. Ética e Responsabilidade Social nos Negócios. São Paulo, Saraiva, 2002. 2. BARBIERI, J.C.; CAZAZEIRA, J.E.R. Responsabilidade social empresarial e empresas sustentáveis: da teoria à prática. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2012. 3. BERTONCELLO, S. L. T.; JÚNIOR J. C. A importância da Responsabilidade Social Corpo- rativa como fator de diferenciação. FACOM - nº 17 - 1º semestre de 2007. 4. BRUNDTLAND, G. H. Nosso futuro comum: comissão mundial sobre meio ambiente e de- senvolvimento. 2.ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1991. 5. 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