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Responsabilidade Social e Sustentabilidade

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2424
R e s p o n s a b i l i d a d e s o c i a l 
empresarial e sustentabilidade: 
um estudo nas instituições 
financeiras do município de 
Laranjeiras do Sul – PR
Lucas Peruzzo
UFFS
Ceyça Lia Palerosi Borges
UFFS
Anna Hoffmann Oliveira
UFSCar
10.37885/200800987
Palavras-chave: Sustentabilidade, Instituições Financeiras, Schwartz e Carrol.
RESUMO
O objetivo deste estudo foi analisar as práticas voltadas a responsabilidade social em-
presarial nas instituições financeiras do município de Laranjeiras do Sul que contribuem 
para a sustentabilidade. No quadro teórico são discutidos conceitos de responsabilidade 
social, sustentabilidade, filantropia e o modelo dos três domínios de Schwartz e Carrol. 
Metodologicamente foi utilizado a pesquisa documental para coleta de dados e a análise 
de conteúdo baseado no modelo dos três domínios de Schwartz e Carrol para análise e 
discussão dos dados. Os resultados mostraram que as instituições buscam cada vez mais 
se engajar com os compromissos da responsabilidade social, porém apesar de estarem 
evidenciando nos documentos institucionais ações voltadas a preocupação social, ainda 
não conseguiram um equilíbrio entre a responsabilidade social e o seu modelo de negócio.
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 367
INTRODUÇÃO
Por volta de 6.000 a.C., período em que o homem começava a transformar a matéria 
prima para satisfazer suas necessidades, as técnicas de produção eram artesanais. Por 
exemplo, eles confeccionavam tecendo fibras de origem animal e vegetal, polindo pedras, 
fabricando objetos de cerâmica (COSTA, 2012). Para Huberman (1981) esse modo de pro-
dução persistiu até a Idade Média, nesse período os artesãos ainda eram donos dos meios 
de produção, porém a partir dessa época eles o trabalho artesanal diminuiu e se inicia a 
predominância do trabalho manufatureiro, também conhecida pela divisão técnica do trabalho.
É o início de uma nova relação no trabalho. Tal transformação possibilitou à sociedade 
ocidental a oportunidade de um enorme desenvolvimento econômico, tornando-se o estopim 
para a modernidade, segundo Polanyi (1944) é a partir desse momento que se estabelece 
uma nova ordem nas relações entre capital, natureza e trabalho. Para Menegasso (1998) 
essas transformações contribuíram para o surgimento da revolução industrial que se iniciou 
na Inglaterra, no século XVIII, trazendo consigo profundas consequências econômicas, 
políticas, sociais e culturais.
Junto com essas mudanças começaram a surgir questionamentos sobre esse modelo 
de desenvolvimento, no qual estava interferindo negativamente na qualidade de vida da 
sociedade e na degradação ambiental. Esses questionamentos deram origem as primeiras 
conferências mundiais, sendo em 1972, em Estocolmo, a primeira conferência mundial que 
iniciou a discussão sobre a preocupação com a crise ambiental que se instalava no mun-
do. A conferência de Estocolmo foi ponto de partida para o início das propostas de proteção 
internacional ao meio ambiente, sendo considerada um marco histórico, decisivo para o 
surgimento de políticas de gestão ambiental e o direcionando da atenção das nações para 
as questões ambientais (PASSOS, 2009).
Anos mais tarde, em 1987 no relatório de Brundtland foi apresentado pela primeira 
vez uma definição para o conceito de desenvolvimento sustentável, no qual propõem um 
modelo de desenvolvimento que atenda às necessidades do presente, sem comprometer as 
necessidades das gerações futuras, um modelo no qual o aspecto econômico, social e am-
biental teriam a mesma importância para o desenvolvimento da sociedade (BRUNDTLAND, 
1991), sendo necessário um processo de transformação e equilíbrio, com o objetivo de 
alcançar a sustentabilidade. Nesse contexto Lozano (2012) observa que a sustentabilidade 
está baseada no crescimento econômico, no respeito social e na eficiência da utilização dos 
recursos naturais.
Já no início da década de 90, foi realizada no Rio de Janeiro a Conferência das Nações 
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Cúpula da Terra, ou Rio-92, como é 
mais conhecida. Ela reuniu chefes de Estado e representantes oficiais de 179 países que 
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar368
originou no documento intitulado Agenda 21, que tem como objetivo servir como um guia 
para a promoção de ações que estimulem a integração entre o crescimento econômico, a 
justiça social e a proteção ao meio ambiente. Sua principal estratégia é propor soluções e 
alternativas em favor do desenvolvimento sustentável e deve ser compreendida como ins-
trumento que conjuga participação e transformação social.
Neste novo modo de se conceber o desenvolvimento, com práticas responsáveis em 
relação ao meio ambiente e a sociedade, os consumidores também assumem o papel de 
fiscalizar e optar por organizações que prezam por estes princípios, impulsionando assim 
uma mudança de conduta nos modelos de gestão organizacional. Para orientar essa ade-
quação, criou-se normas para que as organizações pudessem guiar suas ações voltadas a 
sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental, sendo elas: o modelo IBASE, NBR 
16001 a ISO 26000 entre outros.
Nas últimas décadas, pode-se observar segundo Muller et al (2008), um maior envol-
vimento e conscientização das organizações, em especial, as organizações financeiras em 
seguir políticas e diretrizes no que tange à responsabilidade social corporativa e ao desen-
volvimento sustentável. É nessa conjuntura que esta pesquisa objetivou analisar as práticas 
voltadas a responsabilidade social empresarial nas instituições financeiras do município de 
Laranjeiras do Sul que contribuem para a sustentabilidade.
REFERENCIAL TEÓRICO
Responsabilidade social empresarial
A responsabilidade social e a ética estão presentes nas organizações desde o século 
XIX, mas foi a partir de 1919 que esses conceitos ganharam maior atenção com o caso 
Dodge versus Ford. Henry Ford defendia a distribuição de uma parte dos lucros, esses 
seriam revertidos para uma série de ações, como investimentos na produção e aumentos 
de salários. Nesse caso, o investimento em filantropia e na imagem da organização só 
poderiam ser feitos se beneficiassem o lucro dos acionistas. No cenário brasileiro, a disse-
minação do conceito da responsabilidade social das organizações ainda é muito recente, 
as primeiras discussões foram na década de 1970, com o debate sobre o balanço social 
(MORCELLI E ÁVILA, 2016).
Maximiano (2008) considera que existem duas correntes com argumentos muito fortes 
sobre a responsabilidade social: a doutrina da responsabilidade social e a do interesse do 
acionista. A primeira baseia-se na premissa de que as empresas são instituições sociais que 
existem com autorização da sociedade, utilizam os seus recursos e afetam a qualidade de 
vida, ou seja, uma visão paternalista do papel do empresário em relação aos empregados 
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 369
e aos clientes. A doutrina do interesse do acionista propõe que as empresas tenham obri-
gações com seus acionistas, cabendo ao governo encontrar a solução para os problemas 
sociais, muito defendida por Friedman.
Historicamente a responsabilidade social vem evoluindo sob abordagens diferentes, na 
década de 60 Freidman com a abordagem dos acionistas mencionava que as instituições 
buscavam a maximização dos lucros sobre seus investimentos e que a responsabilidade 
social deveria ser garantida pelo governo através dos impostos gerados através de suas 
atividades. Para ele as organizações praticariam ações de responsabilidade social somente 
se contribuíssem para o alcance de suas metas de negócios.
Nos anos 80 Freeman (1984) discorre sobre a abordagem dos Stakeholders, para ele 
as organizações além de se importarem com a viabilidade, devem se preocupar com uma 
série de interesses a serem analisados e atendidos mediante as expectativas dos que se 
relacionam com a empresa e podem afetar ou serem afetados pelasatividades e objetivos 
das organizações.
A partir da década de 90 esses temas tornaram-se mais fortes principalmente pela 
apreciação social sobre o fato das instituições optarem por assumirem a responsabilidade de 
desenvolverem métodos de gestão comprovadamente sustentáveis, em vez de realizarem 
uma simples gestão ambiental técnica (JAMALI, 2006).
Nessa evolução que Göbbels (2002) engendra a abordagem social, essa possui princí-
pios mais alinhados aos propósitos de uma verdadeira responsabilidade social empresarial, 
admitindo que as instituições possuem responsabilidade sobre a sociedade como um todo, 
por serem parte integrante de toda a estrutura social. Por consequência dessa respon-
sabilidade, elas operam por meio de um consentimento público no intuito de suprirem as 
necessidades da sociedade.
Para Campos (2006) a responsabilidade social empresarial é o compromisso que uma 
organização deve ter com a sociedade através de atitudes que atinjam positivamente seus 
stakeholders, ou seja, fornecedores, investidores, governos, consumidores, colaborado-
res, entre outros.
Na contemporaneidade, a responsabilidade socioambiental ganha importância como 
instrumento de gestão para assegurar a concorrência entre as empresas. Atualmente essa 
responsabilidade se expandiu e incorporou outros fatores importantes como: a preservação do 
meio ambiente, a valorização do colaborador como parte integrante da empresa e, também, 
a preocupação em criar medidas que proporcionem qualidade de vida dentro da organização
No sentido de orientar e controlar as decisões empresárias atreladas as práticas de 
gestão responsável socio ambientalmente, criou-se o Instituto Ethos, uma organização não 
governamental, que objetiva ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente 
responsável. O Instituto Ethos, reconhece a responsabilidade social empresarial como forma 
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar370
de conduzir os negócios, e possibilita que a empresa seja parceira e corresponsável pelo 
desenvolvimento social, na qual definem a responsabilidade social como:
“Responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se define pela 
relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais 
ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impul-
sionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos 
ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e 
promovendo a redução das desigualdades sociais” (INSTITUTO ETHOS, 2012).
Porém, para que de fato as ações estabelecidas traga resultados positivos a sociedade, 
Bertoncello e Júnior (2007) explicam que a empresa socialmente responsável é aquela que 
possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, 
prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio ambien-
te) e incorporá-los ao planejamento e estratégia de suas atividades, buscando atender as 
demandas de todos, não apenas dos acionistas ou proprietários. Nesta perspectiva, as ins-
tituições não deixariam de incluir o lucro como objetivo, porém, ao invés de priorizar lucros 
de curto prazo as organizações deveriam buscar lucros de longo prazo.
Porém ainda se confunde a diferença entre responsabilidade socioambiental e filantropia. 
Segundo o Instituto Ethos “a filantropia trata basicamente de ação social externa da empresa, 
tendo como beneficiário principal a comunidade em suas diversas formas. A responsabilidade 
socioambiental, por sua vez, focaliza a cadeia de negócios da empresa e engloba preocupa-
ções com um público maior (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, 
consumidores, comunidade, governo e meio ambiente), cujas demandas e necessidades a 
empresa deve buscar entender e incorporar em seus negócios. Assim, a responsabilidade 
socioambiental trata diretamente dos negócios da empresa e como ela os conduz”.
De acordo com Montana e Charnov (1999), o grau de envolvimento das instituições 
com as ações de responsabilidade social pode se dar em três níveis: (1) Abordagem da obri-
gação social; (2) Abordagem da responsabilidade social; (3) Sensibilidade social. O primeiro 
nível supõe ser o objetivo principal de uma empresa o sucesso econômico e que, portanto 
a empresa deveria meramente satisfazer as responsabilidades sociais mínimas impostas 
pela legislação. Freidman (1970) reforça esse argumento dizendo que a responsabilidade 
social empresarial é gerar lucros dentro da lei. O segundo nível supõe não serem as metas 
da empresa meramente econômicas, mas também sociais e que a empresa deveria desti-
nar recursos para a realização dessas metas. O último e terceiro supõe não ter a empresa 
apenas metas econômicas e sociais, mas que também precisa antecipar-se aos problemas 
sociais do futuro e agir agora para responder a esses problemas.
Ashely (2002) , aponta sete vetores da responsabilidade social, os quais direcionam 
e dão sentido ao processo de gestão para fortalecer o valor social das instituições, sendo 
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 371
eles: apoio ao desenvolvimento da continuidade no qual atua; preservação do meio am-
biente; investimento no bem-estar dos funcionários e dependentes e em um ambiente de 
trabalho agradável; comunicações transparentes; retorno aos acionistas; sinergia com os 
parceiros; satisfação de clientes e consumidores. Contudo são necessários modelos que 
possam verificar essas ações de responsabilidade social empresarial dentro das instituições 
identificando o quanto elas estão empenhadas em realizar as ações ou em que âmbito elas 
mais realizam essas ações.
O modelo dos três domínios da responsabilidade social
Carrol foi o primeiro pesquisador que em 1979 construir um modelo que analisasse ou 
avaliasse o desempenho das instituições em nível social. O objetivo era engendrar um modelo 
para os gestores que servisse de guia para aplicar a responsabilidade social empresarial, 
demonstrando como um negócio pode interagir com a responsabilidade social. Com esse 
modelo servindo de base, em 1991 o próprio Carroll desenvolveu a pirâmide da responsa-
bilidade social. Ainda não satisfeito com seus modelos em 2003 com ajuda de Swhwartz 
desenvolvem outro ainda mais completo, o modelo dos três domínios da responsabilidade 
social empresarial.
O modelo de três domínios da responsabilidade social empresarial de Schwartz e Carroll 
(2003) apresenta a ideia de que todos os conjuntos deveriam ser realizados em harmonia, 
mas poderiam ser realizadas em separado também, com diferentes sobreposições entre si, 
demonstrando as diversas atuações possíveis das organizações diante das suas dimensões 
econômicas, legais e éticas.
Figura 1.Modelo dos três domínios de Schwartz e Carroll (2003).
Fonte: Schwartz e Carroll (2003). Adaptados pelos autores.
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar372
A categoria legal pode ser dividida em três tipos: passivo, restritivo e oportunista. O pri-
meiro tipo demonstra que a instituição esta cumprindo com a lei acreditando que esta é a 
forma mais segura e correta, ou seja, faria tais práticas mesmo que tal legislação não existis-
se. Já o restritivo ocorre quando a organização gostaria de praticar alguma ação, porém esta 
impedida de realiza-la pela força da lei. O terceiro tipo é o oportunista, podendo se manifestar 
de duas maneiras: quando as instituições buscam se aproveitar das brechas da lei, neste 
caso cumpre-se a lei mas deixa-se de lado seus valores ou quando a instituição opera em 
uma determinada jurisdição por causa de seus padrões legais menos rígidos. Um exemplo 
são corporações que decidem operar nos países em desenvolvimento por causa de leis am-
bientais menos rigorosas, condições dos trabalhadores, etc (SCHWARTZ E CARROLL, 2003).
O domínio ético do modelo refere-se às responsabilidades éticas dos negócios, tanto 
quanto as esperadas pela população em geral e as partes interessadas.Ele é composto 
por três padrões éticos gerais: (a) convencional; (b) consequencialista; e c) deontológico. 
Convencional : são aqueles padrões ou normas aceitos pela organização, pela indús-
tria, pela profissão ou sociedade necessários para o bom funcionamento dos negócios. 
Consequencialista: O padrão consequencialista se concentra em fins ou consequências. 
Embora haja vários tipos de consequencialismo, a forma que é relevante para os propó-
sitos do domínio ético sugere que “a coisa moralmente certa a fazer é promover o bem 
das pessoas” ( HOFFMAN, FREDERICK E SCHWARTZ ,2001). Deontológico: O padrão 
deontológico, ao contrário do foco nas consequências, é definido como incorporando as 
atividades que refletem uma consideração de um dever ou obrigação, ou seja, abrange os 
direitos morais e de justiça (DE GEORGE, 1999).
A responsabilidade exclusivamente econômica é composta pelas atividades que pro-
porcionam um benefício econômico direto ou indireto, seja ele ilegal, criminalmente ou civil-
mente, ou legal, subordinado a obedecer à lei. Seu objetivo é a maximização dos lucros e do 
valor compartilhado entre seus acionistas. De fato, refere-se a qualquer atividade realizada 
para melhorar os lucros e criar valor para os acionistas ( SCHWARTZ E CARROLL,2003)
O domínio econômico-ética representa as atividades das instituições fundamentadas da 
seguinte forma: “boas condutas éticas levam a bons negócios” (SCHWARTZ E CARROLL, 
2003). Esses autores compreendem que este domínio se caracteriza pelas ações que pro-
duzem o maior benefício para a sociedade, envolvendo todas as demais alternativas. Nesse 
caso, os determinantes que constituem esta dimensão estão relacionados as atividades 
baseadas em princípios deontológicos, visando bons negócios, como por exemplo, fazer 
caridade por razões éticas e econômicas.
Para Schwartz e Carroll (2003) a dimensão econômico-legal está relacionada com 
aspectos que incluem evitar danos, antecipar-se à lei, acatar as restrições legais, cumprir 
obrigações sociais, respeitar as forças do mercado e não agir de maneira oportunista para 
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 373
se beneficiar. Por outro lado, o componente legal-ético representa as atividades institucio-
nais que não ocorrem em função de qualquer benefício econômico direto, mas pelo fato de 
serem também consideradas éticas; as atividades que são ao mesmo tempo legais e éticas 
frequentemente proporcionam benefícios econômicos indiretos.
Por fim, a interseção entre as responsabilidades econômica, legal e ética, segundo os 
autores representa o segmento em que as empresas deveriam operar sempre que possível, 
ou então nas dimensões econômica e ética, contando que a empresa obedeça à lei pas-
sivamente. Para Schwartz e Carroll (2003) as principais características desta abordagem 
incluem: obtenção do lucro dentro dos limites legais, atuar de maneira responsável, atender 
às expectativas, princípios e padrões éticos buscando o bem comum e ter a ética como força 
motriz da empresa.
Para orientar como cada instituição deveria agir em relação a responsabilidade social 
existem algumas normas e instrumentos que servem de base para que elas planejem e 
executem suas políticas de gestão em relação ao assunto.
Normas e instrumentos de responsabilidade social
As instituições empenhadas no processo incorporar práticas de responsabilidade social, 
implementam e gerenciam ações e projetos que busquem o desenvolvimento social de forma 
contínua. Para Ponchirolli (2007), a implementação da responsabilidade social nas empresas 
ocorre em três etapas: a primeira é a interna, na qual as ações precisam ser analisadas e 
aceitas pelos gestores que deverão assumir como uma missão social da organização e levar 
até os demais colaboradores sensibilizando-os e motivando-os para serem parceiros neste 
compromisso. A segunda é a externa, nesta etapa ocorre também um levantamento interno 
para identificar práticas e onde a empresa poderia agir no ambiente externo. Com este le-
vantamento, a empresa busca discutir junto a seus parceiros, fornecedores e a comunidade, 
quais ações seriam importantes. A última etapa segundo o autor é a institucionalização, ou 
seja, consolidar essas ações para que as mesmas se tornem parte da organização.
As ações relacionadas a responsabilidade social podem ser formalizadas por meio 
dos seguintes documentos: código de ética, normas e ações de responsabilidade social, 
balanço social, programa de voluntariado envolvendo seus colaboradores, institutos e fun-
dações e certificação social. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) 
desenvolveu a norma NBR 16001 que estabelece requisitos mínimos para a criação e ope-
ração de um sistema de gestão de responsabilidade social. Já no âmbito internacional, 
as certificações são realizadas pela Internacional Organization for Standardization (ISO), 
uma instituição de referência que coordena o processo de normalização internacional, e 
publicou em 2010 a ISO 26.000 cuja finalidade é orientar sobre princípios e práticas de 
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar374
responsabilidade social. A empresa que atende a esta norma não é certificada, sob o ar-
gumento que a abrangência da responsabilidade social é muito complexa e visa o desen-
volvimento sustentável, assim, qualquer padrão para a certificação seria diminuto e flexível 
(BARBIERI E CAJAZEIRA, 2012).
Segundo Morcelli e Ávila (2016) o objetivo da ISO 26000 é definir uma melhor prática de 
responsabilidade social, considerando as definições de responsabilidade social reconhecidas 
internacionalmente e já existentes, especialmente os princípios da declaração universal dos 
direitos humanos e as convenções da organização internacional do trabalho.
A normalização apresenta vantagens diante da globalização, pois, segundo Gruninger 
e Oliveira (2002), possibilita estabelecer procedimentos uniformes, definições claras de 
conceitos, mecanismos de melhoria contínua, comparabilidade de práticas e de resulta-
dos e também padrões de relacionamento globalmente aceitos com incentivo ao mercado 
para o jogo limpo.
A NBR 16001, diferentemente da ISO 26000, está fundamentada na metodologia do 
PDCA (Planejar, Fazer, Verificar e Agir). Segundo Ursini e Sekiguchi (2005), os programas ou 
ações que possuem objetivos e metas deverão contemplar onze temas da Responsabilidade 
Social, sendo eles: boas práticas de governança; combate à pirataria, sonegação, fraude e 
corrupção; práticas desleais de concorrência; direitos da criança e do adolescente, incluindo 
o combate ao trabalho infantil; direitos do trabalhador, incluindo o de livre associação, de 
negociação, a remuneração justa e benefícios básicos, bem como o combate ao trabalho 
forçado; promoção da diversidade e combate à discriminação (por exemplo: cultural, de gê-
nero, de raça/etnia, idade, pessoa com deficiência); compromisso com o desenvolvimento 
profissional; promoção da saúde e segurança; promoção de padrões sustentáveis de de-
senvolvimento, produção, distribuição e consumo, contemplando fornecedores, prestadores 
de serviço, entre outros; proteção ao meio ambiente e aos direitos das gerações futuras; e 
ações sociais de interesse público.
Contudo, mesmo que as instituições sejam comprometidas com a responsabilidade 
social, de acordo com Caetano e Eugénio (2015) uma vez reconhecida a responsabilidade 
social que as empresas devem assumir, torna-se necessário divulgar as informações, para 
que esteja disponível às partes interessadas.
Sustentabilidade e responsabilidade social no setor financeiro
Os bancos desempenham um papel fundamental na economia, e suas ações so-
cialmente responsáveis podem atingir limites muito além de sua própria organização. 
Cruvinel (2008) afirma que o papel dos bancos para o desenvolvimento sustentável está 
presente além da oferta de produtos sustentáveis, tais como as operações de crédito e 
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar375
investimentos. As políticas de responsabilidade social empresarial abrangem também a re-
lação do banco com outros stakeholders como organizações não governamentais (Ong’s), 
governo, funcionários e fornecedores.
Segundo Tosini (2005) as instituições financeiras estão sujeitas a três tipos de riscos 
ambientais. O risco direto envolve todos aqueles aos quais os bancos respondem diretamente 
como poluidores, sendo eles suas instalações, materiais de escritório, equipamentos, fonte 
de energia, etc. O risco indireto ocorre diante as relações que o banco estabelece como 
intermediador financeiro, via operações de crédito ou como detentor de ações ou títulos de 
dívida. O terceiro é o risco de reputação, onde as instituições são pressionadas a adotar 
política de financiamento e investimento ambientalmente correta, sob pena de terem sua 
reputação prejudicada diante da sociedade. A imagem dos bancos na sociedade é impor-
tante para o sucesso conjunto de suas atividades, sendo a mesma considerada como parte 
de seu patrimônio.
Para Tosini; Ventura e Cuoco (2008), os bancos têm a possibilidade de intervir na 
responsabilidade social de seus clientes através de sua gama de produtos e serviços atra-
vés de condições mais rigorosas na concessão de crédito para obras que afetem o meio 
ambiente, além de preservar a natureza; também previnem a instituição de ter sua imagem 
relacionada a escândalos ambientais, gerando prejuízos. Essas ações afetam a socieda-
de como um todo, alguns sob a forma de exigências na tomada de crédito e outros como 
beneficiários de tais empreendimentos socialmente responsáveis. Outros autores reforçam 
essas argumentações, como Vasconcelos (2011) aponta que o setor financeiro apresenta 
um baixo impacto ambiental, porém representa um papel crítico como indutor das ações de 
seus stakeholders, sobretudo clientes. Por exemplo, um banco pode negar financiamento 
ou empréstimo a uma organização cujas práticas causem danos ao meio ambiente.
Schlischka et. al (2009) argumenta que as instituições financeiras têm adotado vários 
princípios, recomendações e diretrizes ambientais que contêm elementos importantes para 
formulação, definição e instrumentalização de suas políticas de crédito. Entre esses princí-
pios e diretrizes encontram-se os Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial 
(indicadores que servem como ferramentas de aprendizado e de avaliação da gestão pe-
las próprias empresas, em relação ás práticas de responsabilidade social), Princípios do 
Equador (conjunto de políticas e diretrizes com base nos padrões socioambientais do IFC – 
International Finance Corporation com a finalidade de garantir a sustentabilidade e o equilíbrio 
social e ambiental dos projetos auxiliando no gerenciamento de riscos), e o Protocolo Verde 
(com o objetivo de evitar que créditos e benefícios fiscais fossem utilizados em projetos que 
pudessem causar danos ao meio ambiente).
Em meados dos anos 80 surge um modelo de relatório que objetiva a divulgação das 
ações sociais praticadas pelas instituições, evidenciando assim para todos os stakeholders 
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar376
o envolvimento e o comprometimento para com a sociedade. O Balanço Social dos bancos, 
elaborado pela FEBRABAN começou a ser divulgado a partir de 1993 demonstrando o 
que este segmento contribui para o desenvolvimento do país, evidenciando a sua respon-
sabilidade social.
Devido às transformações nas relações entre consumidores e instituições, muitas insti-
tuições já se conscientizaram que para alcançar um bom desempenho em seus negócios e 
se manter no mercado, a responsabilidade social não pode ser ignorada, sendo necessário 
integrá-la em sua estratégia empresarial.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esta pesquisa caracteriza-se como aplicada pelo fato de buscar conhecimento prático 
através de uma realidade. Gerhardt e Silveira (2009) descrevem que a pesquisa aplicada 
objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas es-
pecíficos, ela envolve verdades e interesses locais. Este estudo buscou compreender ás 
práticas voltadas a responsabilidade social empresarial nas instituições financeiras do mu-
nicípio de Laranjeiras do Sul/PR.
Para melhor responder o problema de pesquisa, optou-se pelo método qualitativo e 
exploratório a partir de uma abordagem descritiva, pois, pretendeu-se identificar e descrever 
as ações de responsabilidade social empresarial nas instituições financeiras do município 
de Laranjeiras do Sul reguladas pelo BACEN que contribuem para a sustentabilidade.
De acordo Vieira e Zouain (2005) a pesquisa com predominância qualitativa atribui im-
portância aos depoimentos dos atores sociais envolvidos, aos discursos e aos significados 
transmitidos por eles. Nesse sentido, esse tipo de pesquisa preza pela descrição detalhada 
dos fenômenos e dos elementos que o envolvem.
Segundo Diehl e Tatim (2004), a abordagem descritiva possui como objetivo a com-
preensão e a classificação de processos que se apresentam como sendo dinâmicos, que 
são vivenciados por grupos de indivíduos, possibilitando a descrição da complexidade de 
determinado problema e sua interação com variáveis inerentes a pesquisa.
Nesta pesquisa a técnica de coleta de dados foi através do estudo de caso por possi-
bilitar o conhecimento em profundidade de uma determinada situação que se supõem ser 
única em muitos aspectos, permitindo assim seus esclarecimentos. Para este estudo foram 
delimitadas as instituições financeiras reguladas pelo BACEN que atuam no município de 
Laranjeiras do Sul e estão presentes em todo território nacional. Sendo assim comtemplaram 
instituições financeiras públicas, privadas, de economia mista, e cooperativas totalizando 
quatro organizações, sendo elas: Itaú, Caixa Econômica Federal, Bradesco e Banco do Brasil.
O instrumento de coleta de dados utilizado neste estudo foi a pesquisa documental 
nos balanços sociais, DRE, sites, e nos relatórios consolidados nas instituições financeiras 
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 377
delimitada neste estudo, nos anos de 2016 e 2017. Os dados coletados nesses documentos 
foram sintetizados e analisados com base no modelo dos três domínios de responsabilidade 
social de Schwartz e Carroll (2003) utilizando como técnica a análise de conteúdo.
O quadro 1 resume a forma de análise dos dados desta pesquisa, na qual cada insti-
tuição recebeu uma avaliação nos domínios econômico, legal e ético. Se a instituição cum-
priu plenamente todos os requisitos de cada domínio ela receberá uma avaliação positiva 
representada pela cor verde, caso ela não tenha cumprido plenamente algum critério de 
cada domínio ela recebe a cor amarela e ela deixou de cumprir plenamente mais que um 
critério ela recebe a cor vermelha.
Quadro 1.Variáveis da responsabilidade social dentro de cada domínio do modelo de Schwartz e Carroll (2003).
Domínio Variáveis
Cumprir 
plenamente 
todas as 
varáveis
Não cumprir 
plenamente uma 
das variáveis
Não cumprir 
plenamente mais 
que uma variável.
Econômica Lucro Líquido;
ROE=Lucro Líquido/Patrimônio Líquido
Legal
Ambiental;
Linhas de Crédito sustentável;
Número de funcionários e 
agencias de atendimento.
Ética
Comunicação;
Projetos e programas;
Pactos;
Gestão sustentável
Fonte: Elaborado pelos autores.
Ao final dessa análise os domínios foram organizados de acordo com o modelo de 
Schwartz e Carroll (2003). Se a instituição cumpriu plenamente todas as variáveis significa 
que ela está conseguindo incorporar todos os domínios dentro de seu modelo de negócio e 
divulgar esses resultados de maneira pública para a sociedade. O quadro 2 mostra a forma 
de avaliação das instituições baseadas no modelo de Schwartz e Carroll (2003).
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar378
Quadro: 2 Avaliação das instituições financeiras no modelo de Schwartz e Carroll (2003). 
Atende plenamente todos os domínios. Quando a instituiçãoconsegue cumprir com os temas de 
responsabilidade social e torna-la parte do seu cotidiano.
Atende todos os domínios, porém existem possibilidades de melhoria no engajamento da 
responsabilidade social com a instituição.
 
Atende todos os domínios, porém existem possibilidades de melhoria no engajamento da 
responsabilidade social com a instituição.
Atende parcialmente, pois, não existe um equilíbrio entre os três domínios. 
Instituição que não se preocupa com os temas de responsabilidade social, ou seja, aquelas que buscam 
o lucro sob qualquer custo.
 
Instituição insustentável.
Fonte: Elaborado pelos autores
Através desta metodologia foram avaliadas as ações de responsabilidade social das ins-
tituições financeiras presentes no município de Laranjeiras do Sul que atuam em todo Brasil.
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Identificação e caracterização das instituições financeiras reguladas pelo Bacen 
presentes no município de Laranjeiras do Sul que atuam em todos os estados do Brasil.
As instituições reguladas pelo BACEN, estudadas neste estudo, sendo elas Banco do 
Brasil S.A., Itaú Unibanco S.A. e Banco Bradesco se caracterizam como segmento múltiplo, 
sendo somente a Caixa Econômica Federal que se enquadra no segmento próprio.
Dentre as instituições em estudo, todas possuem apenas uma agência no município, 
com caixa eletrônico disponíveis para clientes e usuários. As agências possuem espaços 
agradáveis e confortáveis para o atendimento presencial.
O Banco do Brasil é a instituição que mais possui caixas eletrônicos em Laranjeiras 
do Sul. Todas as instituições possuem rampas de acesso para pessoas com necessidades 
especiais e funcionários disponíveis para ajudar no autoatendimento em horários comerciais.
Análise das instituições sob o modelo de Schwartz e Carroll.
Dimensão econômica das instituições
Os resultados dos bancos apresentaram variações positivas nos quesitos analisados, o 
lucro líquido dos bancos que possuem agências em Laranjeiras do Sul demonstrou resultados 
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 379
positivos. A Caixa Econômica Federal apresentou um aumento de 202% no lucro líquido de 
2017 em relação a 2016. O Banco do Brasil apresentou um aumento de 54% enquanto Itaú 
12% e Bradesco 11%.
Com o aumento do Lucro Líquido de 2016 para 2017 a rentabilidade do patrimônio 
líquido seguiu a mesma direção, em todas as instituições o ROE aumentou em 2017. A Caixa 
Econômica Federal apresentou a melhor variação do ROE, chegando a quase 100%, porém 
fica bem abaixo do ROE do Itaú e Bradesco.
As análises mostraram que as instituições obtiveram lucro com um bom retorno so-
bre o patrimônio líquido nos anos de 2016 e 2017, dessa forma foram bem avaliadas no 
domínio econômico.
Dimensão legal das instituições financeiras
I) Ambiental: Neste item foi avaliado se as instituições estão agindo de maneira passiva, 
restritiva ou oportunista. Na passiva será verificado se a instituição exige que os credores 
cumpram com a legislação ambiental para que possam receber o crédito solicitado. Na res-
tritiva se a organização gostaria de praticar alguma ação, porém esta impedida de realiza-la 
pela força da lei. Na oportunista sera verificado se as instituições buscam se aproveitar 
das brechas da lei.
a) Banco do Brasil
O Sistema de Gestão Ambiental do Banco do Brasil consiste em um conjunto de ações 
adotadas para a implementação das diretrizes ambientais na empresa que especifica compe-
tências, comportamento, procedimentos e exigências a fim de avaliar e controlar os impactos 
ambientais de suas atividades, devendo estar em conformidade com a legislação ambiental.
Nos projetos do Banco do Brasil voltados para a reforma agrária, são incluídas cláusulas 
de comprometimento do devedor em conservar o meio ambiente, devendo cumprir critérios 
técnicos e legais de preservação ambiental. Para o financiamento de produtos oriundos do 
extrativismo, as normas internas são mais rigorosas. Para o crédito rural, o banco possui 
convênios com empresas de assistência técnica, que se comprometem a recomendar tec-
nologias de produção adequadas, dotadas de práticas conservacionistas compatíveis com 
a proteção do solo e do meio ambiente.
Em todos os itens analisados percebeu-se que a instituição toma os devidos cuidados 
em relação os quesitos ambientais, ou seja, o banco age de forma passiva que é a forma 
mais ética entre as três possíveis.
b) Caixa Econômica Federal
Setores como infraestrutura, saneamento e energia são avaliados e monitorados por 
equipe especializada, buscando a conformidade e o atendimento das normas e diretrizes 
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar380
socioambientais estabelecidas pela Caixa. As avaliações passam pelos seguintes aspectos: 
Regularidade Socioambiental, Avaliação do Sistema de Gestão Socioambiental, Análise e 
Monitoramento Especializado, Saúde e Segurança do trabalhador. Esses são os principais 
aspectos que a Caixa analisa e acompanha a disponibilização de crédito em setores que 
acredita necessário, sendo assim a instituição também foi avaliada como passiva em relação 
ao quesito ambiental.
c) Itaú
Para o financiamento de projetos caso a operação se enquadre nos critérios de corte 
estabelecidos pelos Princípios do Equador será exigido o cumprimento dos Padrões de 
Desempenho da International Finance Corporation (IFC) e Diretrizes de Meio Ambiente 
do Banco Mundial, além da contratação de consultoria socioambiental, quando aplicável. 
Estas e outras orientações estão bem especificadas nos documentos públicos das políticas 
internas existentes. A análise socioambiental é um dos componentes do processo de ava-
liação de crédito e é realizada considerando o ramo de atividade da empresa ou o projeto/
empreendimento financiado.
No processo de concessão de crédito para pequenas e médias empresas, a área de 
Gestão de Risco Socioambiental realiza análise de conformidade para as empresas cujos 
setores são classificados com médio e alto impacto socioambiental. Durante a análise, pro-
fissionais especializados verificam caso a caso a atuação da empresa e as boas práticas 
do setor quanto à adaptação às mudanças climáticas. Para os segmentos de grandes em-
presas, a variável de risco socioambiental é considerada nos modelos de rating de crédito.
O Itaú também apresentou características passivas no que se refere ao cumprimento 
das leis no quesito ambiental.
d) Bradesco
A instituição possui um instrumento de gestão socioambiental dos princípios e dire-
trizes estabelecidas nos seguintes documentos: Código de Conduta Ética da Organização 
Bradesco; Código de Conduta Ética Setorial do Profissional de Compras, Política Corporativa 
de Sustentabilidade, Política de Compras, Política de Contratação e Gestão de Serviços 
Terceirizados, e Norma de Risco Socioambiental.
Os fornecedores do Bradesco passam por uma análise em relação as suas práticas 
socio ambientais e mesmo quando todos os aspectos se encontram em conformidade, o 
monitoramento continua enquanto houver a relação contratual. Neste monitoramento são 
verificados todos os itens que envolvam a segurança do trabalho/ergonomia, a jornada e 
condições de trabalho, a gestão socioambiental e tratamento dos resíduos e os quesitos 
econômicos do fornecedor, ligado ao grau de dependência ao banco e risco reputacional.
Com os resultados obtidos através dos relatórios do Bradesco, ele foi avaliado como 
passivo no que se refere a legislação ambiental.
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 381
II) Linhas de crédito
Neste item foi analisado os tipos de linhas de crédito com viés social e sustentável. 
Quanto mais formas de fomentar setores através de programas socias e projetos sustentá-
veis melhor será a avaliação das insituições.
a) Banco do Brasil
Em relação aos programas de crédito o BB a instituição possui uma série de produtos 
e serviços que estimulam a realização de negócios que apoiem diretamente o desenvol-
vimento sustentáveldo país, dentre eles o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), 
Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), Programa Nacional de 
Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Microcrédito Produtivo Orientado (MPO) 
e BB Crédito Acessibilidade.
O banco possui algumas formas de fornecimento de crédito que se encaixam nos itens 
de responsabilidade social, porém são poucos, desta forma foi avaliado como regular.
b) Caixa Econômica Federal
A Caixa Econômica Federal atua em projetos e ações nas seguintes áreas: Energias 
renováveis, Ecoeficiência empresarial (financiamento de máquinas e equipamentos que 
reduzam a geração de resíduos e emissões e aumentem a eficiência no uso de recursos), 
Fundos de Investimento Socioambientais (ações de captação e destinação de recursos 
financeiros para apoiar projetos e investimentos socioambientais), Microcrédito, inclusão 
bancária e linhas de crédito socioambientais (oportunidades para democratizar o acesso 
ao crédito) e Saneamento ambiental (projetos que incentivam a qualidade ambiental nos 
municípios brasileiros). Como principal banco na área de habitação, a Caixa se preocupa 
em implementar programas de acesso à moradia e de construção sustentável, tais como a 
Habitação de Interesse Social
Além dos inúmeros programas sociais, esta instituição também visa o apoio ao desen-
volvimento educacional e esportivo, objetivando a melhoria dos índices de escolaridade, a 
implantação de infraestrutura esportiva, entre outras ações. Destinado ao trabalhador, tem-se 
os seguintes Programas: Seguro-desemprego, Programa de Integração Social (PIS), Abono 
Salarial, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Em relação ao Crédito inclusivo 
a caixa oferece: Programa Minha Casa Minha Vida, Programa Nacional de Habitação Rural 
(PNHR), Microcrédito Produtivo Orientado (Programa Crescer).
Observa-se que a Caixa possui uma diversidade grande de fornecimento de crédito 
em todos os setores, como consequência recebeu a melhor avaliação dentre todas as ins-
tituições analisadas.
c)Itaú
O Itáu limita sua oferta de crédito baseada em valores monetários, ou seja a insitui-
ção não apresenta formas de disponibilizar crédito através de projetos e programas que 
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar382
contribuam para o desenvolvimento sustetável. Diante disso , esta instituição recebeu a mais 
baixa avaliação entre todos os bancos.
d)Bradesco
Para pessoa física, o Bradesco oferece financiamentos (imobiliário; consignado; pessoal; 
veículos), cartão de crédito, microcrédito, operações de câmbio e investimentos. Já para pes-
soa jurídica tem-se capital de giro; repasses do BNDES; antecipações; câmbio; exportações; 
cartão de crédito; operações no exterior; crédito imobiliário; garantias, avais e financiamen-
tos; Microcrédito Produtivo Orientado (MPO), linhas de conta garantida e cheque especial.
Dentre seus serviços financeiros estão: cartões; conta corrente; pagamento e recebi-
mento de contas; operação de crédito; asset anagement; consórcio; mercado de capitais; 
derivativos; afiliação ou domicílio de cartões.
Além de produtos comuns dos bancos o Bradesco possui produtos com foco ambiental 
em quatro segmentos: segmento de crédito composto por Leasing Ambiental, CDC Kit Gás, 
CDC Aquecedor Solar, CDC Certificado Florestal, Capital de Giro Ambiental, Capital de 
Giro Florestal, CDC Energia Fotovoltaica; segmento de investimentos e conta com Fundos 
Bradesco FIC FIA Planeta Sustentável, Bradesco Prime FIC FIA Índice de Sustentabilidade 
Empresarial e Bradesco FIC FIA Governança Corporativa; segmento de capitalização; e o 
segmento de cartões afinidade.
Apesar de possuir uma linha de produtos com foco ambiental o Bradesco foi avaliado 
como regular, pois, possui poucas linhas de crédito que se encaixam com os temas da res-
ponsabilidade social.
III)Número de funcionários e agências de atendimento
Atualmente, com as novas formas de atendimento bancário, principalmente por aplicati-
vos, pode ser um fator que contribuiu para uma redução no número de funcionários de quase 
todas as instituições, como foi observado nas instituições financeiras em estudo evidenciando 
que apenas o banco Itaú (5,8%) obteve um aumento no número de funcionários no período 
investigado, os demais diminuíram seu quadro de colaboradores, sendo o Bradesco que se 
destacou com o maior percentual de desligamentos dos funcionários (-9,2%).
Em relação ao número de agências de atendimento, todos houveram diminuição, des-
tacando o BB com 12,3% de agencias fechadas neste período.
Dimensão ética das instituições financeiras
I)Comunicação
a) Banco do Brasil
O Banco do Brasil apresentou um grande número de informações referentes a respon-
sabilidade social através de diversos tipos de relatórios e documentos disponíveis em seu 
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 383
site da internet www.bb.com.br. Esses relatórios contemplam temas como: esporte, cultura, 
sustentabilidade, ética e integridade, educação, fundação BB, voluntariado, ação infância 
e vida, informações econômicas e muitas outras. Devido a quantidade de informações, a 
facilidade de localização das mesmas, a clareza e a objetividade, considera-se que a comu-
nicação da instituição é adequando para o setor que a mesma atua.
b) Caixa Econômica Federal
A Caixa emite diversos documentos, relatórios, informações e resultados disponíveis 
publicamente, todos esses dados estão disponíveis no site www.caixa.gov.br. Todos são 
bem elaborados e estão divididos em informações financeiras, governança corporativa, res-
ponsabilidade socioambiental, administração de riscos e muitos outros temas. Ela também 
traz informações dos golpes mais comuns aplicados atualmente, com objetivo de proteger 
seus clientes de prejuízos. Assim a instituição apresenta um grau de comunicação eficiente 
visando aumentar a transparência de suas ações.
c) Itaú
O Itaú apresenta um excelente grau de comunicação através de seus relatórios dis-
poníveis em seu site, as informações são claras e bem detalhadas abordando todos os 
aspectos e áreas da instituição. Além de diversos outros relatórios disponibilizados na in-
ternet, o relatório anual consolidado da instituição é uma fonte riquíssima de comunicação 
para qualquer público interessado, pois, nele contém todos os dados da instituição. Entre 
todas as instituições analisadas o Itaú foi a que apresentou o conteúdo com maior riqueza 
de informações, destacandos-e pela preocupação em evidenciar de forma detalhada todas 
as diretrizes, pactos, políticas entre outras informações. Assim o banco possui um grau de 
comunicação elevado em relação as demais instituições.
d) Bradesco
O Bradesco apresentou informações dos mais relevantes assuntos através de docu-
mentos e relatórios. O GRI é uma fonte de informação extremamente relevante, porém as 
informações são complementadas através de um leque de outras fontes como relatório inte-
grado, relatórios de desempenho e outros, porém não tão evidentes de serem encontrados. 
Desta forma o grau de comunicação da instituição foi avaliado como bom.
O resultado da pesquisa no quesito comunicação, mostra que as instituições estão 
preocupadas com a divulgação e a transparência de seus atos e dos impactos que suas 
atividades podem causar no meio ambiente, na economia e na sociedade.
II)Projetos e programas
a) Banco do Brasil
No âmbito social a instituição faz parte do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, 
cujos objetivos buscam a promoção da diversidade e combate à discriminação entre seus 
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar384
funcionários (por exemplo: cultural, de gênero, de raça/etnia, idade, pessoa com deficiência), 
boas práticas de governança e compromisso com o desenvolvimento profissional.
Com o objetivo de proteção ambiental, o BB possui o Programa Água Brasil (conser-
vação de recursos hídricos), Programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC) - atualmente 
o principal agente financeiro(reduzir as emissões de gases de efeito estufa oriundas das 
atividades agropecuárias), Racionalização de Consumo de Energia; de Recondicionamento 
de Cartuchos e Toner; de Racionalização do Consumo de Água; de Racionalização de 
Impressão; de Coleta Seletiva; Agências Ecoeficientes, de Certificação ISO 14001 e Inventário 
e gestão das suas emissões de gases de efeito estufa. Esses programas podem ser consi-
derados como promotores da responsabilidade social pois, buscam a promoção de padrões 
sustentáveis de desenvolvimento, produção, distribuição e consumo, contemplando forne-
cedores, prestadores de serviço, entre outros e a proteção ao meio ambiente e aos direitos 
das gerações futuras.
Desta forma a avaliação do Banco do Brasil em relação aos projetos é otimista, 
pois, a instituição possui diversos programas que se enquadram nos quesitos da respon-
sabilidade social.
b) Caixa Econômica Federal
A instituição possui diversos programas e projetos que incentivam o desenvolvimento 
sustentável sendo eles: Programa de Integridade Caixa (efetiva boas práticas de gestão), 
Programa Melhores Práticas Caixa ( incentivo aos melhores projetos sustentáveis), Projeto 
“FinBRAZEEC” (financiamento de projetos inovadores de eficiência energética), Projeto 
“Fundo Socioambiental Caixa” ( investimento em ações relacionadas as princípios da res-
ponsabilidade socioambiental adotados pela Caixa) , entre outros. Os programas e projetos 
evidenciados nesta pesquisa demonstram que a caixa busca integrar no seu dia a dia ações 
que contribuem para o desenvolvimento sustentável através da responsabilidade social.
c) Itaú
Um dos programas do Itaú é o “Programa Ecomudança” visa fomentar iniciativas que 
ajudam a reduzir os impactos das mudanças no clima apoiando projetos inovadores, de 
impacto positivo e transformador nas modalidades: energia renovável, manejo de resíduos, 
florestas e agricultura sustentável. A instituição também possui o “Fundo Itaú Excelência 
Social”, esse fundo foi engendrado em 2004, e aplica seus recursos em ações de empre-
sas socialmente responsáveis. Com o objetivo de contribuir para melhoria da qualidade da 
educação no Brasil.
O Itaú não apresentou um leque amplo de programas e projetos que podem ser con-
siderados ações de responsabilidade social, desta forma foi avaliado como regular sua 
atuação nesta área.
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 385
d) Bradesco
O banco oferece muitos projetos voltados a inovação tais como Projeto Inteligência 
Artificial, Projeto Next e o projeto InovaBra, ambos os projetos promovem a inovação e o 
empreendedorismo associados a tecnologia. Além desses projetos, o banco ainda possui 
outros projetos sociais e tecnológicos.
O Bradesco evidenciou a realização de muitos projetos e desta forma, foi avaliado 
como bom o seu desempenho nessa variável.
III) Pactos voluntários
Em relação a adesão aos pactos voluntários, verificou-se que o Itaú é a instituição 
que mais possui adesões voluntárias (24), seguido do Banco do Brasil (20), Bradesco (9) 
e com menor quantidade de adesões foi a Caixa Econômica Federal (8). Essas adesões 
voluntárias são importantes na responsabilidade social, pois suas informações, contribuem 
na elaboração das políticas e dos programas institucionais, tendo como consequência um 
maior engajamento com a responsabilidade social.
IV) Gestão sustentável
a) Banco do Brasil
O Banco do Brasil possui “Diretrizes de sustentabilidade para o crédito”, na qual estão 
contidas as práticas adotadas pelo banco para mitigar o risco socioambiental, e reduzir os 
impactos de seus financiamentos e investimentos contribuindo para o desenvolvimento sus-
tentável. Nas diretrizes o banco estabelece concessão de crédito para os seguintes setores: 
agricultura irrigada, energia elétrica, agronegócio, petróleo e gás, mineração, transportes, 
construção civil, papel e celulose.
A gestão do banco está alinhada a Agenda 21, demonstrando sua parceria com o 
desenvolvimento sustentável dentro de uma agenda global.
O Banco do Brasil mostrou-se atuante e exemplar neste quesito, principalmente pela 
institucionalização da agenda 21 em seu modelo de negócio.
b) Caixa Econômica Federal
A política de responsabilidade socioambiental da Caixa busca integrar as dimensões 
sociais e ambientais na sua estratégia de negócios, essa política é composta por sete 
princípios, (Ética, Conformidade e Combate à Corrupção; Gestão Participativa; Promoção 
do Desenvolvimento Sustentável; Inclusão Social; Proteção e Conservação Ambiental; 
Transparência e Eficiência Ambiental) e seis diretrizes (Governança; Relacionamento e
Engajamento com Partes Interessadas; Gestão de Riscos Socioambientais; Promoção 
do Desenvolvimento Sustentável; Gestão de Práticas Administrativas e da Cadeia de 
Fortalecimento e Divulgação e Reporte de Informações).
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar386
A caixa apresentou poucas informações importantes sobre gestão, contudo as ações 
apresentadas são muito relevantes, o que torna a avaliação positiva.
c) Itaú
Para compreender o impacto de questões ambientais, sociais e de governança corporati-
va nos portifólios de investimentos, em 2008 o banco aderiu aos Princípios para Investimentos 
Responsáveis, das Nações Unidas, objetivando obter informações relevante na área so-
cioambinetal para a tomada de decisão. Além disso o Itáu assume seu compromisso com 
a redução de gases de efeito estufa, atrelado ao documento “Nossos compromissos com 
as mudanças climáticas”. Ainda, alinhado a agenda dos Objetivos do Desenvolvimento 
Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) o Itaú considera suas ações 
relacionadas ao negócio, empregador e responsabilidade social.
Na sua gestão, a instituição definiu novos compromissos de longo prazo, buscando uma 
operação cada vez mais sustentável. As metas contemplam o consumo de água, energia, 
emissões, resíduos e viagens a negócios.
O Itaú demonstrou significativas ações voltadas a gestão sustentável, porém a grande 
maioria se referem aos impactos ambientais que a própria instituição promove.
d) Bradesco
O Plano Diretor de Ecoeficiência do Bradesco tem como objetivo promover a redu-
ção de consumo de água, energia, uso de papel para impressão e redução de Gases de 
Efeito Estufa (GEE).
O Bradesco contribui com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) através 
dos seus negócios e investimentos sociais. A adoção de compromissos voluntários e a parti-
cipação ativa em fóruns empresariais reforça o posicionamento em prol do cumprimento da 
Agenda 2030. A instituição ainda possui muitos produtos com foco ambiental além dessas 
ações de gestão.
O Bradesco encontra-se no mesmo rumo do Itaú onde sua principal preocupação é 
com os impactos causados diretamente pela sua atividade no mercado.
Análise das práticas de responsabilidade social sob a ótica do modelo dos três 
domínios de Schwartz e Carrol
No quadro 3, apresentado abaixo, será apresentado a análise das práticas de respon-
sabilidade social sob a ótica do o modelo dos três domínios de Schwartz e Carrol.
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 387
Quadro 3.Resultado da análise das instituições pesquisadas.
Instituição Financeira Avaliação modelo de Schwartz e Carrol
Banco do Brasil
Caixa Econômica Federal
Itaú
Bradesco
Fonte: Elaborado pelos autores.
O Banco do Brasil apresentou equilíbrio entre as três dimensões estudadas. Entretanto 
a análise que avaliou a variação do número de funcionários como também das agências de 
atendimento apresentou o pior resultado entre as instituições estudadas, fazendo com que 
a dimensão legal não atendesse na íntegra todos os critérios analisados.
Apesar da representação das dimensões ser muito semelhante a do Banco do Brasil, 
a Caixa Econômica Federal foi a instituição que apresentou o maior equilíbrio entre os três 
domínios, porém diante da necessidade de melhoria na variável relacionada a adesão aos 
pactos voluntários, adimensão ética não foi atendido na sua totalidade.
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar388
O Banco Itaú, apesar de obter bons resultados em algumas variáveis, outras, porém 
ficou muito aquém do ideal, evidenciando a necessidade de um maior engajamento princi-
palmente nas variáveis que correspondem a dimensão ética, que diz respeito a importância 
da comunicação acessível e transparente com os clientes, oferecer projetos e programas 
com cunho social e ambiental e adesão aos pactos voluntários voltados ao desenvolvi-
mento sustentável.
Entre todas as instituições avaliadas, o Bradesco foi o banco que apresentou o maior 
desequilíbrio entre as três dimensões, principalmente no que trata a dimensão ética e legal. 
Esta instituição só atende na totalidade a dimensão econômica, o que pode sinalizar uma 
necessidade de envolvimento nas ações voltadas a sustentabilidade.
As quatro instituições analisadas nesta pesquisa demonstraram que a dimensão ética, 
relacionada aos critérios relacionados a comunicação, projetos e programas e a adesão aos 
pactos voluntários, precisa ainda de ações mais efetivas para alcançar o equilíbrio proposto 
na avaliação da responsabilidade socioambiental proposto por Schwartz e Carrol.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do importante papel que as instituições financeiras possuem para se alcançar 
um desenvolvimento sustentável, este estudo teve como objetivo analisar as práticas vol-
tadas a responsabilidade social empresarial nas instituições financeiras do município de 
Laranjeiras do Sul que contribuem para a sustentabilidade sob a ótica do modelo dos três 
domínios de Schwartz e Carrol.
Dentre os três domínios propostos no modelo de Schwartz e Carrol, a dimensão ética 
foi a que apresentou nas quatro instituições pesquisadas, a necessidade de adequações 
ou ainda ações que atendam os critérios avaliados, sendo eles: comunicação, projetos e 
programas, adesão aos pactos voluntários e gestão sustentável. A dimensão legal, que diz 
respeito aos critérios voltados a legislação ambiental, linhas de crédito e número de fun-
cionários e agências bancárias também demonstrou a importância de ações significavas 
voltadas a responsabilidade socio ambiental. A única dimensão que atendeu a todos os cri-
térios avaliados de forma positiva nas instituições pesquisadas, foi a dimensão econômica.
Diante da análise dos dados, pode-se considerar que apesar das instituições finan-
ceiras estudadas nesta pesquisa realizarem ações que contribuam para o desenvolvimento 
sustentável, a dimensão ainda que é priorizada corresponde aos aspectos econômicos, 
demonstrando que ainda há desafios para que de fato se alcance a sustentabilidade nas 
práticas organizacionais.
A Educação Ambiental em uma Perspectiva Interdisciplinar 389
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