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Disciplina Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Unidade Oscilação e Ondas Conteudista: Prof. Dr. Francisco de Assis Cavallaro Revisão Textual: Prof.ª Esp. Lorena Garcia Aragão de Souza Objetivo da Unidade: • Adquirir conhecimentos introdutórios sobre ondas mecânicas e fenôme- nos ondulatórios. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 2 Introdução Nesta Unidade, são mostrados conceitos fundamentais e introdutórios sobre oscilações e ondas. Assim, nos tópicos a seguir, são mostradas as principais informações sobre movimento oscilatório, como Movimento Harmônico Simples (MHS), ondas mecânicas e fenômenos de interferência de ondas, que possibilitarão um melhor entendimento do conteúdo das próximas Unidades da disciplina. Movimento Oscilatório Um movimento oscilatório pode ser definido como uma perturbação, inten- cional ou não, de um corpo de forma repetitiva. É dito periódico o movimento repetido de um corpo no qual ele continua a retornar a uma posição de equilíbrio após um instante de tempo. Importante mencionar que “todos os movimentos periódicos podem ser modelados como combinações de movimentos harmôni- cos simples” (SERWAY; JEWETT JUNIOR, 2011, p.1). O movimento dos elementos do meio de propagação (ar, água etc.) muito se assemelha ao movimento periódico de um pêndulo ou de um corpo preso a uma mola. Será estudado o modelo de um corpo preso a uma mola logo a seguir. O cotidiano das pessoas está repleto de oscilações ou movimentos oscilatórios periódicos, que correspondem a um movimento no qual um corpo retorna regu- larmente a uma posição após um certo intervalo de tempo. Essas situações vão desde coisas corriqueiras e, às vezes, imperceptíveis (como o movimento de um relógio), à interação que o vento proporciona às asas de um avião, fazendo-as oscilar. Dessa forma, o estudo das oscilações é um importante ramo da Física, sendo base para o estudo, por exemplo, da resistência dos materiais e do seu funcionamento. O Movimento Harmônico Simples (MHS) é a base para compre- ender as ondas mecânicas, como o som, as ondas sísmicas, as ondas em cordões esticados e as propagações na água, pois são, também, movimentos produzidos por alguma oscilação (SERWAY; JEWETT JUNIOR, 2011). Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 3 Para qualquer movimento oscilatório, há grandezas elementares importantes e que serão vistas continuamente nesta disciplina. São elas a frequência 𝒇 e o pe- ríodo 𝑻: Frequência 𝒇: é definida como a quantidade de oscilações completas por se- gundo e cuja unidade no Sistema Internacional (SI) é o hertz (𝐻𝑧): 𝑓 = 1𝐻𝑧 = 1 𝑠 = 1𝑠−1 (01) Período 𝑻: é o intervalo de tempo necessário para concluir um ciclo oscilatório completo do movimento, sendo o inverso da frequência: 𝑇 = 1 𝑓 (02) Glossário Movimento oscilatório: é definido como um movimento perió- dico, isto é, repetitivo, capaz de mover-se de um lado para ou- tro em torno de uma posição de equilíbrio. Todo sistema ou corpo que oscila e todo tipo de vibrações são movimentos osci- latórios. Importante! Ao longo desta Unidade, veremos outras grandezas importan- tes que serão mencionadas no decorrer da explicação teórica. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 4 A Figura 1 ilustra a definição do período 𝑇 de um movimento oscilatório: Figura 1 – Ilustração do período 𝑻 de um gráfico da posição em relação ao tempo (função cosseno) Fonte: Adaptada de KNIGHT, 2009, p. 420 #ParaTodosVerem: representação de um gráfico de onda. Sob fundo branco, é mostrado um gráfico bidimensional de uma onda descrita por uma função cosseno, na cor azul, representando o tempo em fun- ção da posição x. É ilustrado o período da onda T e a amplitude A e -A. Fim da descrição. Um dos tipos de oscilações mais elementares é o Movimento Harmônico Sim- ples (MHS), que é definido como um movimento periódico que perfaz uma osci- lação do tipo senoidal em torno de uma posição de equilíbrio. Considere um sistema contendo uma partícula que se move de forma repetida de um lado a outro, fazendo um movimento centrado em um eixo (Figura 2). Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 5 Figura 2 – Ilustração de uma partícula oscilando em torno da origem de um eixo 𝒙, entre as posições +𝒙𝒎 e −𝒙𝒎. O tamanho da seta lilás (vetor veloci- dade) indica a proporção da velocidade escalar da partícula ao longo do mo- vimento Fonte: Adaptada de HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2009, p. 87 #ParaTodosVerem: representação de um gráfico de onda. Sob fundo branco, é mostrado um gráfico bidimensional de uma partícula (cír- culo em amarelo) oscilando em torno da origem (representada por um vetor velocidade, indicado por setas na cor lilás) de um eixo 𝑥, entre as posições +𝑥𝑚 e −𝑥𝑚. O eixo do gráfico está na vertical e a partícula os- cila horizontalmente e para baixo. Há diversas linhas em preto na ho- rizontal, representando os períodos de tempo do gráfico. Fim da des- crição. O deslocamento 𝑥 da partícula em relação à origem, ilustrado na Figura 2, é descrito em função do tempo como: 𝑥(𝑡) = 𝑥𝑚 cos(𝜔𝑡 + 𝜙) (03) Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 6 Onde: 𝒙(𝒕): é o deslocamento no instante 𝑡; 𝒙𝒎 ou 𝑨: é a amplitude da onda; 𝝎: é a frequência angular; 𝒕: é o tempo; 𝝓: é o ângulo de fase. As grandezas 𝑥𝑚 ou 𝐴, 𝜔 e 𝜙 são constantes e são definidas a seguir: Amplitude 𝒙𝒎 ou 𝑨: representa o valor do deslocamento máximo da partícula em relação à posição de equilíbrio e depende do modo de produção do movi- mento, sendo uma constante positiva. Dessa forma, a posição da partícula re- presentada na Figura 2 oscila entre as posições −𝑥𝑚 e +𝑥𝑚. Antes de definir as outras duas constantes presentes na Eq. 03, é necessário mencionar que a quantidade (𝜔𝑡 + 𝜙) é denominada de fase do movimento. Ângulo de fase 𝝓: também chamado de constante de fase, é definido como uma constante determinada pela condição inicial do movimento do sistema. As- sim, caso o ângulo de fase seja nulo, implica que no instante 𝑡 = 0, isto é, 𝑥(𝑡) = 𝑥(0) = 𝑥𝑚, ou seja, a amplitude é máxima. Ao fazer uma translação para a es- querda da curva da função de onda, o ângulo de fase seria diferente de zero e teria valor positivo, sendo, portanto, a condição inicial com o qual consideramos o movimento do sistema, sendo dependente do deslocamento e da velocidade da partícula em 𝑡 = 0. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 7 Frequência angular 𝝎: pode ser definida como a medida da velocidade das os- cilações, em radianos por segundo (𝑟𝑎𝑑/𝑠). Para entender melhor esse conceito e interpretar a frequência angular, considere o deslocamento 𝑥(𝑡) = 𝑥(𝑡 + 𝑇), para todo 𝑡, e o ângulo de fase na Eq. 03 como 𝜙 = 0. Assim, resulta em: 𝑥𝑚 cos 𝜔𝑡 = 𝑥𝑚 cos 𝜔(𝑡 + 𝑇) (04) Note que a função cosseno (Eq. 03) se repete somente quando a fase do movi- mento tiver um aumento de 2𝜋 𝑟𝑎𝑑. Dessa forma, a Eq. 04 resultará em: 𝜔(𝑡 + 𝑇) = 𝜔𝑡 + 2𝜋 → 𝜔𝑡 + 𝜔𝑇 − 𝜔𝑡 = 2𝜋 → 𝜔𝑇 = 2𝜋 (05) Como o período 𝑇 é o inverso da frequência 𝑓, então a frequência angular 𝜔 fica: 𝜔 = 2𝜋 𝑇 = 2𝜋𝑓 (06) Como se sabe, a derivada da função do espaço resulta na função da velocidade da partícula. O análogo também ocorre com a função deslocamento em relação ao tempo 𝑥(𝑡), dada na Eq. 03, isto é: 𝑣(𝑡) = 𝑑𝑥(𝑡) 𝑑𝑡 = 𝑑 𝑑𝑡 [𝑥𝑚 cos(𝜔𝑡 + 𝜙)] Que resulta em: 𝑣(𝑡) = −𝜔𝑥𝑚 sin(𝜔𝑡 + 𝜙) (07) Onde: 𝜔𝑥𝑚 é a amplitude da velocidade 𝑣𝑚, que varia entre ±𝑣𝑚 = ±𝜔𝑥𝑚. Importante! Um deslocamento para a esquerda da curva da função de onda no eixo de 𝑡 denotaum ângulo de fase positivo. Já o desloca- mento para a direita perfaz um ângulo de fase negativo. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 8 A velocidade máxima de um movimento oscilatório, isto é, 𝑣𝑚á𝑥 é dada por: 𝑣𝑚á𝑥 = 2𝜋𝑥𝑚 𝑇 = 2𝜋𝑓𝑥𝑚 = 𝜔𝑥𝑚 (08𝑎) Ou, de forma mais comumente encontrada, trocando 𝑥𝑚 por 𝐴, fica: 𝑣𝑚á𝑥 = 2𝜋𝐴 𝑇 = 2𝜋𝑓𝐴 = 𝜔𝐴 (08𝑏) Onde: 𝑥𝑚 ou 𝐴 é a amplitude de oscilação. Ao derivar a velocidade 𝑣(𝑡) do MHS, pode-se obter a função da aceleração da partícula em MHS, 𝑎(𝑡), isto é: 𝑎(𝑡) = 𝑑𝑣(𝑡) 𝑑𝑡 = 𝑑 𝑑𝑡 [−𝜔𝑥𝑚 sin(𝜔𝑡 + 𝜙)] Que resulta em: 𝑎(𝑡) = −𝜔2𝑥𝑚 cos(𝜔𝑡 + 𝜙) (09) Onde: 𝜔2𝑥𝑚 é a amplitude da aceleração 𝑎𝑚, que varia entre ±𝑎𝑚 = ±𝜔2𝑥𝑚. Por meio da combinação das Eq. 03 e 09, obtém-se a relação característica do movimento harmônico simples (MHS), que é dada por: 𝑎(𝑡) = −𝜔2𝑥(𝑡) (10) A Figura 3 ilustra os gráficos das curvas de deslocamento, velocidade e acele- ração de uma partícula em MHS. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 9 Figura 3 – Ilustração das curvas de função de uma partícula em MHS rela- tiva ao deslocamento (a), à velocidade (b) e à aceleração (c) Fonte: Adaptada de HALLIDAY; RESNICK; WALKER, 2009, p. 89 #ParaTodosVerem: representação de três gráficos de ondas. Sob fundo branco, são mostrados três gráficos, sendo, de cima para baixo: gráfico do deslocamento, do tempo 𝑡 em função do espaço ±𝑥𝑚; grá- fico da velocidade, do tempo 𝑡 em função da amplitude da velocidade ±𝜔𝑥𝑚; gráfico da aceleração, do tempo 𝑡 em função da amplitude da aceleração ±𝜔2𝑥𝑚. As curvas dos gráficos estão na cor lilás e as linhas dos gráficos, em preto. Fim da descrição. A partir da Eq. 10, foi possível obter uma relação entre a aceleração da partí- cula e o tempo. Para entender a dinâmica desse movimento, conhecendo a in- tensidade da força necessária para adquirir essa aceleração, deve-se combinar a Eq. 10 com a segunda Lei de Newton, que fornece a força denominada de restau- radora do movimento, pois sempre aponta de volta à posição de equilíbrio que é proporcionada ao deslocamento do corpo: Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 10 𝐹 = 𝑚𝑎 = −(𝑚𝜔2)𝑥 (11) Que nada mais é que a expressão da Lei de Hooke para uma mola: 𝐹𝑒𝑙á𝑠𝑡 = −𝑘𝑥 (12) 𝑘 é a constante elástica, que é dada por: 𝑘 = 𝑚𝜔2 (13) As três ultimas equações levam a uma outra forma de definir o Movimento Harmônico Simples (MHS): Considerando um novo modelo de estudo, o sistema bloco-mola, com super- fície sem atrito e sem quaisquer forças externas atuando (Figura 4), denominado de oscilador harmônico simples linear, no qual a força 𝐹 é proporcional ao des- locamento 𝑥, serão descritas algumas grandezas que já vimos, mas que são ca- racterísticas desse sistema. Saiba Mais “O movimento harmônico simples (MHS) é o movimento exe- cutado por uma partícula sujeita a uma força proporcional ao deslocamento da partícula e de sinal oposto” (HALLI- DAY; RESNICK; WALKER, 2009, p. 90). Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 11 Figura 4 – Protótipo de um sistema bloco-mola em Movimento Harmô- nico Simples (MHS) (a) e seu gráfico de energia (b) Fonte: Adaptada de KNIGHT, 2009, p. 418 #ParaTodosVerem: representação do sistema bloco-mola e seu grá- fico de energia. Sob fundo branco, é mostrado, de cima para baixo, o sistema de um bloco de massa 𝑚 preso a uma mola, com uma seta em azul para a direita, indicando o vetor velocidade e o sentido do movi- mento. Logo abaixo, é mostrado o gráfico de energia desse sistema, que é representado por uma parábola, com abertura para cima, na qual o seu ponto de inflexão representa energia nula e as extremida- des representam a energia máxima do bloco. Fim da descrição. A energia potencial elástica 𝑈 do objeto da Figura 4 é dada por: 𝑈 = 1 2 𝑘(Δ𝑥)2 (14) Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 12 Onde: 𝑘 é a constante elástica. Δ𝑥 = 𝑑 − 𝑥𝑒 corresponde ao deslocamento 𝑑 em relação à posição de equilíbrio 𝑥𝑒 . (Obs.: as posições de equilíbrio que são utilizadas partem do ponto 𝑥𝑒 = 0, e, portanto, Δ𝑥 = 𝑥. Assim, a Eq. 14 ficará: 𝑈 = 1 2 𝑘𝑥2 (15) Como a energia cinética 𝐾 é: 𝐾 = 1 2 𝑚𝑣2 (16) Então, a energia total do sistema representado na Figura 4 é dada pela soma das energias cinética 𝐾 e potencial 𝑈: 𝐸 = 𝐾 + 𝑈 = 1 2 𝑚𝑣2 + 1 2 𝑘𝑥2 (17) Pelo gráfico mostrado na Figura 4 (gráfico de energia b), pode-se notar que no ponto 𝑥 = ±𝐴 o objeto apresenta somente energia potencial, e somente ener- gia cinética, quando se encontra no ponto de equilíbrio 𝑥 = 0. A energia total 𝐸, quando o objeto se encontra em velocidade 𝑣 = 0, no ponto 𝑥 = ±𝐴, é dada por: 𝐸(𝑥) → 𝐸(±𝐴) = 𝑈 = 1 2 𝑘(𝐴)2 (18) No ponto 𝑥 = 0 e com a velocidade 𝑣 = ±𝑣𝑚á𝑥, a energia total 𝐸 resulta em: 𝐸(𝑥) → 𝐸(0) = 𝐾 = 1 2 𝑚(𝑣𝑚á𝑥)2 (19) Como a energia do sistema é conservada, a energia mecânica dada pelas Eq. 18 e 19 devem ser iguais quando no ponto cuja velocidade seja máxima e quando no ponto de deslocamento máximo, isto é: 𝐸 = 1 2 𝑚(𝑣𝑚á𝑥)2 = 1 2 𝑘(𝐴)2 (20) Como é possível observar na Eq. 20, há uma relação entre a velocidade má- xima e a amplitude de oscilação, que para esse sistema é: Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 13 𝑣𝑚á𝑥 = √ 𝑘 𝑚 𝐴 (21) Da Eq. 21 e das equações que foram mostradas anteriormente, pode-se obter as relações entre a constante elástica 𝑘 e a massa 𝑚 do objeto com as outras gran- dezas comuns ao movimento ondulatório: Frequência angular 𝜔: 𝜔 = √ 𝑘 𝑚 (22) Frequência 𝑓: 𝑓 = 1 2𝜋 √ 𝑘 𝑚 (23) Período 𝑇: 𝑇 = 2𝜋√ 𝑚 𝑘 (24) Exemplo 1 Considere um objeto preso a uma mola que desliza em um trilho de ar disposto horizontalmente, e é puxado por 0,20𝑚 para a direita e, após, liberado no ins- tante 𝑡 = 0𝑠. O objeto executa 15 oscilações a cada 10𝑠. Determine a frequência e o período do movimento oscilatório, a velocidade máxima do objeto, sua posição e sua velocidade no instante de tempo 𝑡 = 0,80𝑠. Solução Como se sabe, esse objeto descrito encontra-se em movimento harmônico simples. Sua frequência pode ser encontrada utilizando a Eq. 01: Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 14 𝑓 = 15 𝑜𝑠𝑐𝑖𝑙𝑎çõ𝑒𝑠 10𝑠 = 1,50 𝐻𝑧. O período 𝑇 é o inverso da frequência (Eq. 02), e resulta em: 𝑇 = 1 𝑓 = 1 1,50 = 0,667𝑠. A amplitude já foi informada, e equivale a 𝐴 = 0,20𝑚. Com isso, seguimos para o cálculo da velocidade máxima do objeto, utilizando a Eq. 08b: 𝑣𝑚á𝑥 = 𝜔𝑥𝑚 = 𝜔𝐴 = 2𝜋𝐴 𝑇 = 2𝜋(0,20𝑚) (0,667𝑠) = 1,88𝑚/𝑠. Como sabemos, por meio da relação dada nas Eq. 05 e 06, sobre o valor de repetição da fase do movimento oscilatório da função cosseno, a posição do ob- jeto no instante 𝑡 = 0,80𝑠, partindo da posição 𝑥(𝑡): 𝑥(0) = +𝐴, com ângulo de fase 𝜙 = 0, é dada pela inclusão da relação dada na Eq. 06 na Eq. 03: 𝑥(𝑡) = 𝑥𝑚 cos(𝜔𝑡 + 𝜙) 𝑥(0,80𝑠) = 𝐴 cos ( 2𝜋 𝑇 𝑡) = (0,20𝑚) cos ( 2𝜋 (0,667𝑠) (0,80𝑠)) = (0,20𝑚) cos(7,54 𝑟𝑎𝑑) = 0,0625𝑚 = 6,25𝑐𝑚 Já a velocidade no mesmo instante de tempo 𝑡 = 0,80𝑠 pode ser encontrada utilizando a Eq. 07: 𝑣(𝑡) = −𝜔𝑥𝑚 sin(𝜔𝑡 + 𝜙) Que, substituindo os valores, resulta em: 𝑣(0,80𝑠) = −(1,88𝑚/𝑠) sin ( 2𝜋 (0,667𝑠) (0,80𝑠)) = −(1,88𝑚/𝑠) sin(7,54 𝑟𝑎𝑑) = − 1,79𝑚/𝑠 Assim, nota-seque o objeto, no instante de tempo 𝑡 = 0,80𝑠, se encontra 6,25𝑐𝑚 à direita de sua posição de equilíbrio, se deslocando na velocidade de 1,79𝑚/𝑠 para a esquerda. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 15 Ondas Mecânicas As ondas podem ser classificadas em três tipos principais: • Ondas de matéria: são as ondas relacionadas ao comportamento de par- tículas elementares, como elétrons, prótons etc; • Ondas eletromagnéticas: são oscilações que resultam da combinação em fase do campo elétrico com o campo magnético, cuja velocidade de pro- pagação corresponde à velocidade da luz no vácuo (𝑐 = 3 × 108 𝑚/𝑠); • Ondas mecânicas: são ondas que somente se propagam através de um meio material, como, por exemplo, o som através do ar ou da água, ondas sísmicas etc. Esse tipo de onda se baseia nas leis de Newton. À medida que as ondas mecânicas se propagam, as partículas do meio material se des- locam de diferentes formas, a depender do tipo de onda mecânica. Como já mencionado, um dos pontos principais de estudo desta Unidade serão as ondas mecânicas, pois o interesse desta disciplina é entender os processos re- lacionados ao som. Assim, no conteúdo a seguir, são mostrados alguns detalhes importantes sobre esse tipo de onda. Observe a Figura 5, que mostra alguns formatos de onda mecânica que se pro- pagam em uma corda e em fluidos (ar e líquido). Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 16 Figura 5 – Ilustração de três formas de propagação de ondas mecânicas: (a) onda transversal; (b) onda longitudinal; e (c) onda de superfície Fonte: Adaptada de YOUNG; FREEDMAN, 2008, p. 104 #ParaTodosVerem: Figura em preto e branco com a representação de três tipos de ondas. Sob fundo branco, são mostrados três tipos de on- das, sendo, de cima para baixo: uma onda transversal de uma corda, mostrando uma mão movendo a corda (esq.) e as partículas da corda em movimento (dir.); logo abaixo, há uma onda longitudinal em um fluido, contendo, na esquerda, um pistão, indicando um movimento com velocidade 𝑣 para a direita e na figura da direita, há as partículas do fluido em movimento, no mesmo sentido; na terceira representa- ção, há uma onda na superfície de um fluido, em que, na figura da es- querda, há uma mão movimentando uma placa para a direita e, na fi- gura da direita, há as partículas na superfície do líquido movimen- tando-se circularmente para o mesmo sentido. Fim da descrição. • Onda transversal: é o tipo de movimento ocasionado pelo desloca- mento perpendicular ou transversal do meio em relação à direção da propagação da onda; Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 17 • Onda longitudinal: é caracterizada quando as partículas do meio de propagação oscilam paralelamente à direção de propagação, indicando uma compressão e uma distensão dessas partículas. O som é um exemplo de onda longitudinal, em que ocorrem regiões de alta e baixa pressão das partículas do ar, fazendo o som se propagar. Na Figura 5 (onda de superfície c), nota-se um tipo de onda caracterizada pela combinação de outras formas de onda. Ondas transversais e longitudinais, bas- tante comuns em superfícies de líquidos, como uma onda marítima. Ondas provenientes de um terremoto, isto é, ondas tridimensionais exterio- res a um ponto na superfície terrestre, são constituídas basicamente de dois ti- pos principais: ondas P (ondas primárias compressionais ou longitudinais) e on- das S (ondas secundárias cisalhantes ou transversais). A Figura 6 mostra o re- gistro de um sismógrafo, em que são mostrados alguns tipos de ondas sísmicas: Figura 6 – Exemplo de registro de ondas sísmicas de um sismógrafo Fonte: Getty Images #ParaTodosVerem: na Figura são mostradas três representações de ondas sísmicas, em azul, vermelho e verde, sob um fundo branco qua- driculado. São representadas três intensidades diferentes. Fim da des- crição. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 18 Quando ocorre um terremoto, há a presença de diversos tipos de ondas sís- micas que são propagadas. Devido à propagação dessas ondas ao longo de meios de diferentes materiais, que são, cada um deles, heterogêneos, um sismógrafo (equipamento para o registro de perturbações oscilatórias causadas por sismos) registra diversos tipos de ondas, como ondas P, ondas S e ondas de superfície, como a onda Love, a onda Rayleigh, entre outras. A Figura 7 mostra o ponto de início de alguns tipos de ondas sísmicas registradas em um sismograma: Figura 7 – Tempo de início de algumas ondas sísmicas registradas em um sismograma Fonte: Adaptada de Wikimedia Commons #ParaTodosVerem: representação de um gráfico de ondas sísmicas. Sob fundo branco, é mostrado o tempo de início das ondas sísmicas (ondas em azul) dos tipos P (limitada por uma linha em vermelho), S (limitada por uma linha em verde), e ondas de superfície (limitadas por uma linha em amarelo). Fim da descrição. Considere a Figura 8, que mostra uma onda unidimensional senoidal: Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 19 Figura 8 – Ilustração de duas ondas senoidais unidimensionais movendo- se para a direita. Em marrom, a onda está em 𝒕 = 𝟎 e em azul, em algum ins- tante 𝒕 Fonte: Adaptada de SERWAY; JEWETT JUNIOR, 2011, p. 36 #ParaTodosVerem: representação de um gráfico de ondas. Sob fundo branco, é mostrado um gráfico bidimensional com duas ondas senoi- dais (uma em azul e outra em marrom) se movendo para a direita, com velocidade 𝑣 (seta em vermelho). A diferença entre as cristas des- sas ondas é representada por 𝑣𝑡. A onda em marrom está em 𝑡 = 0 e a onda em azul, em algum instante 𝑡. Fim da descrição. Qualquer onda unidimensional que se movimenta na direção 𝑥 com veloci- dade 𝑣 pode ser representada pela seguinte função de onda: 𝑦 = (𝑥, 𝑡) = 𝑓(𝑥 ± 𝑣𝑡) (25) Onde: 𝒙: é a posição; 𝒕: é o tempo; 𝒗: é a velocidade. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 20 Note que quando a onda se movimenta para a esquerda, ela apresenta o sinal positivo. Já se a onda se mover para a direita, em 𝑥 positivo, aplica-se o sinal negativo à função de onda. A forma da onda em qualquer instante 𝑡 é obtida enquanto o tempo 𝑡 for cons- tante. A propagação de uma onda em uma corda tensionada tem a velocidade dada pela seguinte expressão: 𝑣 = √ 𝑇 𝜇 (26) Onde: 𝑻: é a força de tensão na corda; 𝝁: é a massa por unidade de comprimento. Exemplo 2 Considere uma corda uniforme com massa de 300 g e comprimento de 6,00 m que passa por uma polia e sustenta um objeto de massa 2,00 kg (Figura 9). Cal- cule a velocidade de um pulso de onda se movendo ao longo da corda. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 21 Figura 9 – Objeto suspenso por uma corda – exemplo 4 Fonte: Adaptada SERWAY; JEWETT JUNIOR, 2011, p. 41 #ParaTodosVerem: representação de um bloco suspenso por uma corda. Sob fundo branco, é mostrado um bloco quadrado, em azul, de massa de 2 quilogramas, pendurado por uma corda de cor marrom- claro, que está presa em uma parede, à direita. A corda começa na ho- rizontal e curva-se para a vertical, para baixo, contornando parte de cima de uma mesa de mesma cor, presa em uma polia na cor azul- claro. Fim da descrição. Solução: A tensão 𝑇 na corda deve ser primeiramente modelada conforme a situação descrita no enunciado. Assim, considera-se que o objeto suspenso é uma partí- cula em equilíbrio. Dessa forma, temos a seguinte relação: ∑𝐹𝑦 = 𝑇 − 𝑚𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜𝑔 = 0 (26𝑎) 𝑇 = 𝑚𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜𝑔 (26𝑏) Onde: 𝑻: é a tensão na corda; 𝒎𝒃𝒍𝒐𝒄𝒐: é a massa do bloco; 𝒈: é a gravidade. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 22 A partir de agora, pode-se calcular a velocidadeda onda na corda, substi- tuindo o termo 𝜇 por 𝑚𝑐𝑜𝑟𝑑𝑎/𝑙: 𝑣 = √ 𝑇 𝜇 = √ (𝑚𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜𝑔) (𝑚𝑐𝑜𝑟𝑑𝑎/𝑙) = √ (2,00𝑘𝑔)(9,8𝑚/𝑠2) [ 0,300𝑘𝑔 6,00𝑚 ] = √ (2,00𝑘𝑔)(9,8𝑚/𝑠2) 0,300𝑘𝑔 (6,00𝑚) = 19,8𝑚/𝑠. Outros termos importantes sobre uma onda senoidal unidimensional são mostrados a seguir: Uma onda senoidal unidimensional, cujo movimento é para a direita no eixo 𝑥, pode ser descrita pela seguinte função de onda: 𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝐴 sin [ 2𝜋 𝜆 (𝑥 − 𝑣𝑡) + 𝜙] (27) Onde: 𝑨: é a amplitude da onda; 𝝀: é o comprimento de onda; 𝒗: é a velocidade de propagação. O número angular da onda, denominado de 𝑘, é definido pela seguinte equa- ção: 𝑘 ≡ 2𝜋 𝜆 (28) E sua frequência angular é: 𝜔 ≡ 2𝜋 𝑇 = 2𝜋𝑓 (29) Onde: 𝝎: é a frequência angular; 𝑻: é o período da onda; 𝒇: é a frequência. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 23 A Figura 10 a seguir mostra algumas grandezas encontradas em um gráfico de onda senoidal: Figura 10 – Amplitude e comprimento de onda senoidal se movendo para a direita no eixo 𝒙 Fonte: Adaptada de SERWAY; JEWETT JUNIOR, 2011, p. 48 #ParaTodosVerem: representação de um gráfico de onda. Sob fundo branco, é mostrado uma onda senoidal de cor marrom, propagando- se para a direita, com velocidade 𝑣 (seta em vermelho) e indicando as grandezas principais de uma onda, como a amplitude A e o compri- mento de onda 𝜆. Fim da descrição. Importante! Uma onda progressiva é assim denominada quando uma onda se movimenta através do espaço sem qualquer interação com outras partículas ou outras ondas. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 24 A velocidade de propagação de uma onda senoidal progressiva é: 𝑣 = 𝜆 𝑇 = 𝜆𝑓 (30) Onde: 𝝀: é o comprimento de onda; 𝑻: é o período da onda; 𝒇: é a frequência. Incluindo os termos de algumas equações anteriores, a equação da onda que se move para a direita, dada na Eq. 27, pode ficar da forma: 𝑦 = 𝐴 sin(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 + 𝜙) (31) Exemplo 3 Considere a Figura 11, que mostra uma onda senoidal progressiva se movendo para a direita no eixo de 𝑥. A onda mantém sua forma ao longo do movimento. (a) Calcule o número de onda 𝑘, o período, a frequência angular e a velocidade dessa onda e (b) determine o ângulo de fase e a função ondular. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 25 Figura 11 – Onda senoidal do exemplo 5 Fonte: Adaptada de SERWAY; JEWETT JUNIOR, 2011, p. 38 #ParaTodosVerem: representação de um gráfico de onda. Sob fundo branco, é mostrado uma onda senoidal de cor marrom, indicando as grandezas principais de uma onda, como a amplitude 𝐴 = 15𝑐𝑚, o comprimento de onda 𝜆 = 40𝑐𝑚 e o ponto de início da representação da onda, cuja crista está exatamente no eixo de 𝑦. Fim da descrição. Solução: Pela Figura 11, são observadas as seguintes grandezas: • Amplitude é de 𝐴 = 15𝑐𝑚; • A frequência 𝑓 = 8𝐻𝑧; • O comprimento de onda é 𝜆 = 40𝑐𝑚. a) Primeiramente, será calculado o número de onda 𝑘, utilizando a Eq. 28: 𝑘 = 2𝜋 𝜆 = 2𝜋 𝑟𝑎𝑑 (0,40𝑚) = 15,71𝑟𝑎𝑑/𝑚 O período é o inverso da frequência, isto é: 𝑇 = 1 𝑓 = 1 8𝐻𝑧 = 1 8𝑠−1 = 0,125𝑠 Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 26 A frequência angular pode ser calculada pela Eq. 29: 𝜔 = 2𝜋𝑓 = 2𝜋(8𝑠−1) = 50,26𝑟𝑎𝑑/𝑠 Utilizando a Eq. 30, o cálculo da velocidade da onda resulta em: 𝑣 = 𝜆𝑓 = (0,40𝑚)(8𝑠−1) = 3,20𝑚/𝑠 b) Para determinar o ângulo de fase, será utilizada a Eq. 31. Pela Figura 11, sabe-se que 𝑦 = 0,15𝑚 em 𝑥 = 0 e 𝑡 = 0. Substituindo os valores, resulta em: 𝑦 = 𝐴 sin(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 + 𝜙) → 0,15𝑚 = 0,15𝑚 sin(𝑘(0) − 𝜔(0) + 𝜙) → 0,15𝑚 = 0,15𝑚 sin(𝜙) ∴ sin 𝜙 = 0,15𝑚 0,15𝑚 = 1 Assim, o ângulo de fase, em 𝑟𝑎𝑑, resulta em: 𝜙 = 𝜋 2 𝑟𝑎𝑑. Agora, é possível determinar a função ondular, substituindo os valores na mesma Eq. 31: 𝑦 = 𝐴 sin(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 + 𝜙) → 𝑦 = 𝐴 sin (𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 + 𝜋 2 ) → 𝑦 = 𝐴 cos(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡). Note que no ponto em que a função da Figura 11 está faseada, observa-se cla- ramente uma função cosseno, o que implica na seguinte função de onda: 𝑦 = 0,15 cos(15,71𝑥 − 50,26𝑡). Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 27 Fenômenos Ondulatórios Nos tópicos a seguir, são mostrados alguns dos fenômenos ondulatórios pro- venientes de diversas propriedades que caracterizam os mais diversos tipos de propagação de ondas. Assim, são mostrados os fenômenos ondulatórios relaci- onados às ondas mecânicas, principalmente às ondas sonoras, as quais são foco de estudo desta disciplina. Como é de imaginar, o estudo das propriedades e das características das ondas é muito complexo e extenso. Por isso, são descritas as principais propriedades, sendo, portanto, importante estudar os materiais complementares descritos no final da Unidade, para melhores e mais detalhadas informações. Reflexão, Transmissão e Absorção A reflexão de ondas é determinada quando uma onda atinge um obstáculo ou uma fronteira entre diferentes meios e, então, essa onda incidente pode ser des- viada em um certo ângulo ou retornar ao ponto de incidência. A Figura 12 ilustra uma onda reta longitudinal incidindo em uma superfície rígida e 100% lisa: Importante! Uma função geral que governa a propagação de qualquer tipo de onda pode ser expressada pela seguinte equação diferencial parcial: 𝜕2𝑦 𝜕𝑥2 = 1 𝑣2 𝜕2𝑦 𝜕𝑡2 Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 28 Figura 12 – Onda longitudinal reta refletida em uma superfície lisa Fonte: Adaptada de TORRES et al., 2016, p. 154 #ParaTodosVerem: representação de raio de onda longitudinal reta. Sob fundo branco, é mostrada uma onda reta se propagando para a di- agonal e para baixo (linha e seta em vermelho), em um ângulo 𝑖, com a reta vertical normal. Essa onda incidente é refletida com ângulo 𝑟 na diagonal para cima (linha e seta em vermelho). Há linhas em azul- claro transversalmente dispostas em relação às linhas em vermelho, indicando as frentes de onda. A parte inferior da figura está em bege e representa uma superfície perfeitamente lisa. Fim da descrição. Nota-se que, para esse tipo de incidência de onda, em relação à reta normal, os ângulos de incidência 𝑖 e reflexão 𝑟 são iguais. O fenômeno descrito anteriormente é comum a qualquer tipo de onda, seja ela mecânica ou eletromagnética. Quando refere-se à propagação de ondas sonoras, há duas propriedades prin- cipais ligadas ao processo de reflexão: • Eco: nesse fenômeno, escuta-se o som direto e, logo após, escuta-se o mesmo som refletido por um obstáculo qualquer que também é ouvido; • Reverberação: nesse outro fenômeno acústico, o som refletido é ouvido antes do término total do som direto, impossibilitando sua identifica- ção (foi ouvido o som direto ou o som refletido?). Nesse caso, ouve-se um único som com duração prolongada. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 29 No processo de reflexão total de ondas, as ondas incidente e refletiva apre- sentam mesma frequência (𝑓𝑖 = 𝑓𝑟), velocidade (𝑣𝑖 = 𝑣𝑟) e comprimento de onda (𝜆𝑖 = 𝜆𝑟). Os termos reflexão, refração, transmissão e absorção de ondas estão intima- mente relacionados. Para compreender esses dois últimos processos, observe a Figura 13: Figura 13 – Interação do som com uma parede #ParaTodosVerem: representação dos fenômenos ondulatórios em uma interação da onda sonora com uma parede (cinza-claro). Sob fundo branco, são mostradas: onda incidente (azul-claro), onda refle- tida (vermelho), onda absorvida (laranja), onda refratada (preto) e onda transmitida (verde). As duas primeiras estão do lado A da paredee as três últimas ondas, do lado B. Fim da descrição. Importante! A velocidade de propagação de uma onda depende exclusiva- mente das características do meio de propagação. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 30 Com a incidência de uma onda sonora em uma parede, parte dessa onda é re- fletida para o ambiente; outra parte é absorvida pelo material da parede e outra parte é transmitida para o lado oposto, podendo essa onda ser refratada ou não. A transmissão e a absorção são fenômenos que estão relacionados à energia da onda. Uma aplicação prática dessas propriedades é observada no isolamento acústico. Assim, a escolha de materiais adequados permite diminuir a transmis- são sonora para outros ambientes. Alguns materiais, como os materiais rugosos ou fibrosos fazem com que a onda sonora incidente sofra maior quantidade de atrito com a interação com esses materiais e, com isso, ocorre maior vibração das partículas do material absorvente, provocando um aumento do calor interno e, com isso, “absorvendo” a energia da onda sonora incidente que é transfor- mada nesse calor. Dessa forma, a onda transmitida por esse material absorvedor é reduzida. Portanto, materiais mais densos são geralmente menos absorvedores sono- ros e os materiais porosos e flexíveis apresentam maior absorção de som. Dessa forma, a eficiência do processo de absorção sonora é influenciada diretamente pelo aumento da espessura e pelo tipo de superfície do material absorvedor. Leitura Interação do Som com os Materiais Explore uma tabela que relaciona o tipo e a espessura de dife- rentes materiais com o respectivo coeficiente de absorção. “Interacção do som com os materiais”, publicado pelo site CTBorracha São Paulo. https://bit.ly/45SSqwY https://bit.ly/45SSqwY Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 31 Outro fenômeno com suas propriedades muito utilizadas em salas de concer- tos e teatros é a difusão sonora. Essa difusão é definida como o espalhamento por reflexão da energia sonora incidente, tendo como um dos objetivos princi- pais a redução da reverberação e do eco, que são prejudiciais, por exemplo, em shows e concertos, que demandam alta qualidade sonora. Exemplo 4 Considere que um sonar emite uma onda em ultrassom, propagando a uma velocidade de 300𝑚/𝑠. Esse equipamento obtém como resposta um eco com in- tervalo de tempo de 6𝑠. Determine a distância do objeto refletor ao sonar: Solução: Como o sonar emite uma onda e a recebe em um intervalo de 6𝑠, então deve- se dividir esse intervalo de tempo por dois, pois corresponde ao caminho de ida mais o caminho de volta da onda. Dessa forma, a distância é dada em um intervalo de 3𝑠: v = Δ𝑆 Δ𝑡 → Δ𝑆 = 𝑣 × Δ𝑡 → 300𝑚/𝑠 × 3𝑠 = 900𝑚. Portanto, a distância do objeto ao sonar é de 900 m. Saiba Mais A absorção sonora diminui a onda transmitida mediante inte- ração e posterior conversão da energia sonora incidente em ca- lor por meio do atrito com o material. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 32 Refração Refração é um fenômeno ondulatório caracterizado pela alteração no ângulo de incidência de uma onda ao interagir com um meio diferente. As propriedades da refração apresentam semelhanças com as das ondas eletromagnéticas e com as das ondas mecânicas. Uma variante da Lei de Snell-Descartes para ser aplicada às ondas mecânicas é dada pela seguinte equação: sin 𝜃𝐴 𝑣𝐴 = sin 𝜃𝐵 𝑣𝐵 (32) Onde: 𝜽𝑨: é o ângulo de incidência; 𝜽𝑩: é o ângulo de refração; 𝒗𝑨: é a velocidade da onda no meio A; 𝒗𝑩: é a velocidade da onda no meio B. A Figura 14 ilustra a interação de uma onda incidente e a onda refratada, in- teragindo nos meios A e B: Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 33 Figura 14 – Onda incidente e refratada nos meios A e B Fonte: Adapta da de CALÇADA; SAMPAIO, 2012, p. 472 #ParaTodosVerem: representação da Lei de Snell-Descartes. Sob fundo colorido, é mostrado um raio incidente (linha em vermelho) na diagonal para baixo, incidindo em um ângulo 𝜃𝐴 em uma superfície, do meio A para o meio B e mudando de ângulo no meio B para baixo na diagonal, mostrando um raio refratado (linha em vermelho). O meio A está em cinza e o meio B está em azul claro. Ao centro, há uma linha tracejada na vertical (linha normal). Fim da descrição. Uma onda partindo do meio A para o meio B apresentará refração caso suas velocidades sejam diferentes. Dessa forma, há conservação da frequência dessas ondas e mudança nos respectivos comprimentos das ondas incidente e refra- tada. Incluindo a relação do comprimento de onda na Eq. 32, resulta em: sin 𝜃𝐴 𝜆𝐴 = sin 𝜃𝐵 𝜆𝐵 (33) Caso os ângulos de incidência e refração não sejam nulos, pode-se obter a se- guinte relação: sin 𝜃𝐴 sin 𝜃𝐵 = 𝑣𝐴 𝑣𝐵 = 𝜆𝐴 𝜆𝐵 (34) Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 34 Para as ondas mecânicas, também é válida a outra lei da refração, que diz que o raio refratado e o raio incidente estão no mesmo plano que a normal. Um outro ponto interessante sobre as ondas sonoras, ao se propagar em um meio não homogêneo, como o ar atmosférico, em que a velocidade da onda in- cidente muda gradualmente, é a exibição de ângulos de refração continuamente alterados, apresentando um raio curvo conforme os valores das velocidades. Como no ar a velocidade da onda sonora aumenta com o aumento da tempera- tura, ao considerar uma fonte emissora sonora puntiforme a certa altitude, com os raios sonoros descendo, há duas situações: • À medida que descem, ao encontrar um ar mais quente, com velocida- des maiores, as ondas sonoras apresentarão uma curvatura para “fora” (Figura 15 a), ocasionando, em um certo ponto, a total reflexão da onda, denominada de sombra sonora, em que não se escuta o som incidente; • À medida que descem, os raios sonoros, ao encontrar um ar mais frio, isto é, com velocidades menores, exibirão ondas sonoras com curva- tura para “dentro” (Figura 15 b). Figura 15 – Refrações sucessivas de onda sonora no ar atmosférico (meio não homogêneo), provocando curvatura do raio incidente, a depender da ve- locidade Fonte: Adaptado de CALÇADA; SAMPAIO, 2012, p. 474 #ParaTodosVerem: representação de dois modos de refração de uma onda sonora no ar. Sob fundo branco, é mostrado, à esquerda, uma onda sonora partindo de um ponto F para baixo, provocando curva- tura dos raios da onda para fora e para cima (linhas em azul). À di- reita, é mostrada uma onda sonora partindo de um ponto F para baixo, provocando curvatura dos raios da onda para dentro e para baixo (li- nhas em azul). Fim da descrição. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 35 Exemplo 5 Uma perturbação propaga-se do meio A com velocidade de 5𝑚/𝑠 e com com- primento de onda de 80𝑐𝑚. Ao interagir com outro meio B, essa onda sofre uma alteração, passando a apresentar uma velocidade de 3𝑚/𝑠. Calcule o novo com- primento dessa onda a partir do meio B. Solução: Para essa solução, utiliza-se a Eq. 34: sin 𝜃𝐴 sin 𝜃𝐵 = 𝑣𝐴 𝑣𝐵 = 𝜆𝐴 𝜆𝐵 → 5𝑚/𝑠 3𝑚/𝑠 = 0,80𝑚 𝜆𝐵 → 𝜆𝐵 = 0,48𝑚 Difração Chama-se difração a capacidade de uma onda transpor obstáculos, sendo um fenômeno que foi primeiramente observado pelo padre jesuíta italiano Fran- cesco Maria Grimaldi. O princípio da difração foi enunciado pelo físico holandês Christiaan Huygens, em 1678, que explicou a difração da luz com o denominado princípio de Huygens. A Figura 16 ilustra o fenômeno da difração aplicado às ondas sonoras: Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 36 Figura 16 – O fenômeno da difração depende do comprimento de onda Fonte: Adaptada de MÁXIMO; ALVARENGA, 2012, p. 459 #ParaTodosVerem: representaçãodo fenômeno da difração sonora. Sob fundo bege, é mostrado, à esquerda: um muro prateado, linhas verticais em cinza e raios horizontais de ondas sonoras retas, para a direita (linhas em vermelho). Na figura da direita, é mostrado um muro prateado, linhas verticais em cinza e linhas curvadas em direção ao muro, contornando-o, além de raios de ondas sonoras retas, na di- agonal, para a direita e para baixo (linhas em vermelho), indicando que ocorreu a difração da onda sonora, contornando o muro. Fim da descrição. Observando a Figura 16, há as seguintes relações com o comprimento de onda: • Caso o comprimento da onda incidente seja muito pequeno, não haverá a transposição completa do obstáculo, quase não ocorrendo difração (Figura 16 a); • Se o valor do comprimento de onda for grande, ocorrerá difração da onda em relação ao obstáculo (Figura 16 b). Importante! Quando o comprimento de onda da onda incidente tem a mesma ordem de grandeza das dimensões do obstáculo, é mais fácil observar o fenômeno da difração. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 37 Com o fenômeno da difração, nota-se que a transposição de um objeto é dada pelo fato de que os pontos da frente de onda incidente, ao atingir o obstáculo, se comportam como frentes de ondas secundárias após a barreira. No ar, os comprimentos de onda da onda sonora variam de 0,02 m a 20 m, aproximadamente, e os comprimentos de onda da luz visível estão compreendi- dos entre 4 × 10−7𝑚 e 7 × 10−7𝑚. É mais fácil observar a difração de um som emi- tido de um lado de um muro do que a difração da luz, mostrando a fonte emis- sora, por exemplo. Porém, ao incidir a luz em um orifício de tamanho bem próximo ao seu com- primento de onda, então será possível observar a difração da luz. Interferência de Ondas Quando duas ou mais ondas superpõem-se na mesma região do espaço, é dado o nome de interferência de ondas. Quando ocorre um fluxo de energia de uma fonte para o meio circundante, a onda gerada é do tipo progressiva. Já em uma onda estacionária, não há qualquer fluxo energético em nenhuma direção. A interferência pode ser de dois tipos: construtiva e destrutiva, conforme ilustrado na Figura 17. Saiba Mais Geralmente, quando se menciona o termo interferência de on- das, ele é relacionado às ondas de mesma frequência. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 38 Figura 17 – Interferências construtiva (esq.) e destrutiva (dir.) Fonte: Wikimedia Commons #ParaTodosVerem: representação do fenômeno da interferência. Sob fundo branco, há, à esquerda, a soma de duas ondas senoidais (ver- melho), resultando em uma onda de maior amplitude abaixo (linha mais grossa), indicando a interferência construtiva. À direita, é ilus- trada a interferência destrutiva, em que duas ondas, em vermelho, que estão fora de fase, se anulam (indicadas por uma linha contínua e mais grossa logo abaixo). Fim da descrição. • Interferência construtiva: quando duas ou mais ondas estão em fase, somando-se, aumentando sua amplitude resultante; • Interferência destrutiva: é assim denominado quando duas ou mais ondas se anulam, pois sua amplitude e movimento estão fora de fase, em que se produz uma menor amplitude resultante, podendo até re- sultar em uma onda nula. Quando são comparadas duas fontes de emissão de uma onda, por exemplo, do tipo sonora, como um alto-falante, caso a diferença entre os respectivos comprimentos de onda da fonte A e da fonte B resulte em um número inteiro (𝜆, 2𝜆, 3𝜆, 𝑒𝑡𝑐.), há interferência construtiva. Caso a diferença entre os compri- mentos de onda dessas fontes A e B seja um número semi-inteiro (1 2 𝜆, 3𝜆 2 , 𝑒𝑡𝑐.), o tipo de interferência é destrutivo. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 39 Batimento O termo batimento é relacionado à superposição de ondas que apresentam amplitudes iguais, mas frequências diferentes. A Figura 18 ilustra o fenômeno de batimento: Figura 18 – Representação do fenômeno ondulatório do batimento Fonte: Adaptada de GASPAR, 2013, p. 41 #ParaTodosVerem: representação do fenômeno do batimento. Sob fundo branco, é mostrado, na parte superior, um gráfico com um con- junto de ondas (cor laranja) de amplitudes iguais e frequências leve- mente diferentes. Na parte inferior, é mostrado o gráfico da resultante das ondas (cor laranja) do gráfico superior, indicando o fenômeno do batimento, mostrando as partes em que houve interferência destru- tiva (indicado por D), e em que houve interferência construtiva (indi- cado por C). Nos pontos em D, a amplitude vai de zero até a parte em C, com amplitude resultante máxima. O gráfico inferior resultante percorre os pontos D, C, D, C, D, C, D, C e D. Fim da descrição. Dessa forma, nota-se que a sucessão de interferências construtivas e destru- tivas entre ondas de amplitudes iguais apresenta como resultado uma onda de intensidade oscilante, cuja frequência é denominada de frequência de batimento e é dada por: 𝑓𝐵 = 𝑓1 − 𝑓2 (35) Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 40 Onde: 𝑓1 e 𝑓2 são as frequências das ondas sobrepostas. Dá Eq. 35, exige-se que 𝑓1 > 𝑓2. Efeito Doppler Variações de frequência relacionadas ao movimento são determinadas pelo efeito Doppler, sendo observado tanto em ondas mecânicas quanto em ondas eletromagnéticas. Esse efeito foi inicialmente proposto por Johann Christian Doppler, em 1842 e estudado experimentalmente por Buys Ballot, em 1845. A equação geral do efeito Doppler, utilizada quando tanto a fonte quanto o detector estão parados ou em movimento, é dada por: 𝑓′ = 𝑓 𝑣 ± 𝑣𝐷 𝑣 ± 𝑣𝑆 (36) Onde: 𝒇′: é a frequência detectada; 𝒇: é a frequência emitida; 𝒗: é a velocidade do som no ar; 𝒗𝑫: é a velocidade do detector em relação ao ar; 𝒗𝑺: é a velocidade da fonte em relação ao ar. Importante! Empiricamente, o limite da percepção do batimento pelo ser humano é de 𝑓𝐵,ℎ𝑢𝑚𝑎𝑛𝑜 ≤ 25𝐻𝑧. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 41 O sinal da Eq. 36 é dado pela seguinte relação: • Quando o movimento do detector ou da fonte tem como resultado uma aproximação deles, o sinal deve resultar em um aumento da frequên- cia; • Já quando o movimento do detector ou da fonte indica um afastamento entre eles, o sinal da velocidade deve indicar uma diminuição da fre- quência. Exemplos de aplicação da regra anterior: 1. Detector se aproxima da fonte (aumento da frequência): usa-se +𝑣𝐷; 2. Detector se afasta da fonte (diminuição da frequência): usa-se −𝑣𝐷; 3. Detector está parado: usa-se 𝑣𝐷 = 0; 4. Fonte se aproxima do detector (aumento da frequência): usa-se −𝑣𝑆; 5. Fonte se afasta do detector (diminuição da frequência): usa-se +𝑣𝑆; 6. Fonte está parada: usa-se 𝑣𝑆 = 0. Exemplo 6 Um morcego em perseguição a uma mariposa emite sons na frequência de 𝑓𝑚𝑜𝑟 = 82,52𝑘𝐻𝑧, dada a uma velocidade de �⃗�𝑚𝑜𝑟 = (10𝑚/𝑠) î. A mariposa voa a uma velocidade de �⃗�𝑚𝑎𝑟 = (7𝑚/𝑠) î. Calcule a frequência detectada pela mariposa. Dados: considere a velocidade do som no ar como 343𝑚/𝑠. Solução: Para esse cálculo, utilizaremos a equação geral do efeito Doppler: 𝑓′ = 𝑓 𝑣 ± 𝑣𝐷 𝑣 ± 𝑣𝑆 Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 42 Conforme descrito no enunciado, temos que a fonte é o morcego e o detector é a mariposa. Assim, na perseguição, a fonte (morcego) se aproxima do detector (mariposa), isto é, 𝑣𝑚𝑜𝑟 = −𝑣𝑆 = −10,00𝑚/𝑠. Já o detector (mariposa) se afasta da fonte (morcego): 𝑣𝑚𝑎𝑟 = −𝑣𝐷 = −7,00𝑚/𝑠. A frequência da fonte, que é o morcego, é dada por: 𝑓 = 𝑓𝑚𝑜𝑟 = 82,52𝑘𝐻𝑧 A frequência do detector, que é a mariposa, é: 𝑓′ = 𝑓𝑚𝑎𝑟 = ? Substituindo na equação geral do efeito Doppler,resulta em: 𝑓𝑚𝑎𝑟 = 𝑓𝑚𝑜𝑟 𝑣 ± 𝑣𝐷 𝑣 ± 𝑣𝑆 = 82,52𝑘𝐻𝑧 343𝑚/𝑠 − 7,00𝑚/𝑠 343𝑚/𝑠 − 10,00𝑚/𝑠 ≅ 83,26𝑘𝐻𝑧. Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 43 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Leitura Entendendo Absorção e Difusão Acústica em Projetos de Arquitetura https://bit.ly/3EJ5mtm Sismologia https://bit.ly/45Ya3eW Interferência https://bit.ly/3EGaj6j Difração https://bit.ly/3reK2c7 https://bit.ly/3EJ5mtm https://bit.ly/45Ya3eW https://bit.ly/3EGaj6j https://bit.ly/3reK2c7 Biofísica Aplicada à Fonoaudiologia Oscilações e Ondas 44 Referências CALÇADA, C. S.; SAMPAIO, J. L. Física clássica: termologia, óptica e ondas. 1. ed. São Paulo: Atual, 2012. v. 2. GASPAR, A. Compreendendo a Física. 2. ed. São Paulo: Ática, 2013. HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física: gravitação, ondas e termodinâmica. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. v. 2. KNIGHT, R. D. Física: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Book- man, 2009. v. 1. MÁXIMO, A.; ALVARENGA, B. Física. 1. ed. São Paulo: Scipione, 2012. (Projeto VOAZ). SERWAY, R. A.; JEWETT JUNIOR., J. W. Física para cientistas e engenheiros: os- cilações, ondas e termodinâmica. 8. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. TORRES, C. M. A. et al. Física: ciência e tecnologia. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2016. YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física II: termodinâmica e ondas. 12. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2008.
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