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exercicios fases de freud

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Psicologia Médica 
1. Identificar e relacionar as fases do desenvolvimento, segundo Freud, na formação da personalidade 
Durante a infância a criança adquire conhecimento sobre objetos, relações humanas e sobre si 
mesma. Todo esse conhecimento só é possível se a criança vivencia determinadas situações. Com 
isso, a personalidade individual é fruto das suas condições de vida, educação e, principalmente, de 
como seus pais a conduzem pela sua trajetória de formação de personalidade. 
Segundo Freud, a personalidade se desenvolve através de fases durante a infância, nas quais a 
busca pelo prazer se dá pela estimulação em diferentes regiões do corpo (zonas erógenas). A 
energia psicossexual/ libido pode ser vista com a força por trás da mudança/ evolução de 
comportamento. 
Esse pensador descreveu 5 estágios psicossexuais pelos quais as pessoas passam desde o 
nascimento que, se forem completados com sucesso, produzirão uma personalidade saudável. São 
eles: 
Estágio Oral 
Vai do nascimento até 1 ano de idade e, durante essa fase, a principal funte de interação da criança 
com o mundo é a boca. A boca é vital para a alimentação e, principalmente nessa fase, o bebê 
sente prazer pela estimulação oral por meio da degustação e sucção. Além do prazer, a confiança 
e o conforto dele com sua mãe são enraizados por meio da estimulação oral realizada quase 
integralmente por ela 
O principal problema/ fixação desse estágio é o processo de desmame, no qual a criança deve se 
tornar menos dependente dos cuidadores. Se ocorre algum problema/ dificuldade nesse estágio, 
Freud acreditava que o indivíduo teria problemas com dependência ou agressão, além de 
problemas com beber, comer, fumar ou roer as unhas. 
*Fixação é quando uma parte da libido permanece ligada a determinado estágio do 
desenvolvimento. É um congelamento no desenvolvimento psicossexual 
Estágio Anal 
Durante esse estágio, que vai do 1 aos 3 anos de idade, o foco da libido está em controlar os 
esfincteres, os movimentos da bexiga e intestino. O principal conflito nesse estágio é o treinamento 
para ir ao banheiro sozinho, visto que a criança precisa aprender a controlar suas necessidades 
corporais. Os pais devem dar autonomia e amparo na medida certa 
O sucesso nesse estágio depende da maneira como o aprendizado de controle será treinado com 
os pais. Se utilizam elogios e recompensas pelo uso do banheiro no momento apropriado, há um 
incentivo aos resultados positivos e uma ajuda para a criança se sentir capaz e produtiva. 
Desenvolver esse controle adequadamente leva a um sentimento de realização e independência 
As experiências positivas durante esse estágio servirão de base para as pessoas se tornarem 
adultos competentes, produtivos e criativos. 
.
Em situações em que os pais punem, ridicularizam ou envergonham uma criança por acidentes, 
sendo todas abordagens brandas demais, uma personalidade anal-expulsiva poderia se desenvolver, 
na qual o indivíduo tem uma personalidade confusa, esbanjadora ou destrutiva. 
Se os pais são muito rígidos ou começam cedo demais o treinamento, personalidade anal-retentiva 
se desenvolve na qual o indivíduo é rigoroso, ordenado, rígido e obsessivo. 
Estágio Fálico 
Indo de 3 a 6 anos, a zona erógena compreende os genitais e é o momento em que se descobre 
a diferença entre “homem” e “mulher”. É um momento em que, geralmente, os meninos começam 
a ver seus pais como um rival pelos afetos da mãe. 
O Complexo de Édipo descreve os sentimentos de querer possuir a mãe e de substituir o pai. No 
entanto, o menino também teme que seja punido pelo pai por esses sentimentos, um medo que 
Freud denominou de ansiedade de castração. 
Outro termo complexo criado por Freud foi “Electra” o qual descreve os mesmos sentimentos do 
complexo de Édipo, porém nas meninas. Além disso, apresenta a ideia de que as meninas vivenciam 
uma “inveja do pênis” desde crianças e que era um sentimento que nunca seria perdido. 
*Há quem acredite que os homens vivenciem a “inveja do útero” por não serem capazes de “gerar 
a vida” como as mulheres 
Nesse estágio, a criança começa a se identificar com o pai do mesmo sexo como um meio de 
possuir indiretamente o outro genitor 
Estágio Latente 
Vai dos 6 anos à puberdade e é o momento onde habilidades sociais, valores e relacionamentos 
fora do ambiente familiar são desenvolvidos. É um estágio que começa na época em que as 
crianças entram na escola e se preocupam mais com relacionamentos com colegas, hobbies e 
outros interesses além da família 
É um período de exploração no qual a energia sexual está adormecida/ ocultada por outras áreas 
de interesse, com isso, é uma etapa importante no desenvolvimento de habilidades sociais, de 
comunicação e autoconfiança. 
Problemas aqui podem resultar em imaturidade e incapacidade de formar relacionamentos 
satisfatórios como um adulto. 
Estágio Genital 
Sendo o último estágio, indo da puberdade à morte, é o momento de amadurecimento dos 
interesses sexuais. A puberdade torna a libido ativa novamente e um forte interesse sexual é 
desenvolvido. 
Se os outros estágios tiverem sido completados com sucesso, o indivíduo deve estar bem 
equilibrado e carinhoso. O objetivo deste estágio é estabelecer um equilíbrio entre as várias áreas 
da vida além de se desenvolver um interesse pelo bem-estar dos outros. 
Os adolescentes no estágio genital do desenvolvimento são capazes de equilibrar seus impulsos 
mais básicos contra a necessidade de se conformar às exigências da realidade e das normas sociais 
.
2. Compreender a superproteção e seus efeitos nas fases de desenvolvimento 
Como pôde se observar na questão anterior, os estímulos dos pais durante o desenvolvimento da 
criança são essenciais para uma correta formação da sua personalidade. 
Geralmente, quando se observa casos de superproteção, percebe-se que eles se iniciam desde o 
nascimento da criança. Com isso, pode-se tem um retardo do desenvolvimento, uma vez que 
quando se faz algo no lugar da criança ao invés de incentivar e auxiliar, compromete-se a formação 
da autonomia da criança. Além disso, a capacidade criativa e, como consequência, o conceito de 
escola, tornam-se afetados 
Além da perda de autonomia e criação de uma dependência grande dos pais, o isolamento social 
é uma consequência importante da superproteção uma vez que ela aumenta o stress e a ansiedade 
das crianças. Cria-se, então, insegurança e dificuldade de socialização 
Por fim, pode-se observar a criação de uma dependência emocional por diminuir a autoestima da 
criança com recorrentes restrições. Há uma interferência na tomada de decisões, na comunicação 
e na tomada de iniciativa para diversas coisas 
3. Compreender a relação do stress/ superproteção com a asma 
O stress é uma resposta complexa do organismo que envolve reações físicas e psicológica, e 
acontece quando situações que ameaçam a estabilidade física e mental ocorrem. 
Os sintomas mais frequentes de stress em crianças e adolescentes são: irritabilidade, sono e apatia, 
que são características depressivas, ansiedade, dores, pesadelos, dificuldade de aprendizado e de 
se relacionar. 
Quando se analisa crianças com asma percebe-se que, por depender de um tratamento contínuo, 
ocorre uma superproteção por parte dos pais muito maior do que em crianças não portadoras de 
doenças crônicas. Essa superproteção favorece o stress ao reduzir a autonomia da criança/ 
adolescente. A criança torna-se instável e irritada e dificilmente desafiará a autoridade de sua mãe 
Com base nisso, pode-se compreender o porquê do asmático ser inseguro afetivamente, 
dependente, ter fragilidade emocional (comprovada pelas crises que são frutos de traumas e que 
acontecem de forma consciente ou não) e dificuldade em expressar sentimentos (principalmente 
de agressividade). Tudo isso acontece, pois seus pais, principalmente a mãe, apresentam uma 
personalidade superprotetora, dominante e que impede as manifestações sentimentais do asmático. 
É possível deduzir que a expressão da asma se relaciona à interaçãodo asmático com sua figura 
materna. Com o domínio e a superproteção por parte da mãe do asmático, ele não conseguirá 
expressar seus sentimentos e acabará vivendo eles interiormente. As crises de asma podem ser 
vistas como uma válvula de escape desses sentimentos reprimidos pela submissão da criança à 
superproteção da mãe 
Outra compreensão importante é que essa relação da superproteção com a asma torna-se um 
ciclo interminável, uma vez que, ao ser superprotetora, a mãe torna a criança insegura e ela deixa 
de buscar independência. Com isso, a mãe “domina” a criança, e esta cria um vínculo de 
dependência com sua mãe. Quando algo fragiliza essa relação, a crise asmática surge (de uma 
forma psicossomática) como uma salvação para que se reestabeleça a “harmonia”

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