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Farmacologia Hematológica

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FARMACOLOGIA
DO SISTEMA
HEMATOPOIÉTICO
Altamir Benedito de Sousa
Benito Soto-Blanco
 
 
 
 
FFAARRMMAACCOOLLOOGGIIAA DDOO SSIISSTTEEMMAA HHEEMMAATTOOPPOOIIÉÉTTIICCOO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Altamir Benedito de Sousa 
Benito Soto-Blanco 
 
 
 
 
 
 
 
 
Neste livro estão abordados os distúrbios do sistema 
hematológico de maior relevância, destacando-se: as 
anemias (anemia ferropriva, anemia megaloblástica, 
anemia aplástica, talassemias e anemia por 
insuficiência renal crônica), os distúrbios da coagulação 
(trombocitopenia, trombocitopenia púrpura idiopática e 
coagulação intravascular disseminada), as desordens 
mieloproliferativas (policitemia vera, leucemia 
mielogênica aguda e leucemia mielogênica crônica) e 
os distúrbios linfoproliferativos (leucemia linfocítica 
aguda, leucemia linfocítica crônica, linfoma de 
Hodgkin e não Hodgkin e mieloma múltiplo). Em 
seguida, estão descritas as monografias de alguns 
fármacos empregados no tratamento destas doenças. 
 
 
Índice 
 
 
1. Introdução ............................................................................ 1 
2. Anemias ................................................................................ 4 
2.1. Anemia Ferropriva ......................................................... 6 
2.2. Anemia Megaloblástica .................................................. 8 
2.3. Anemia Aplástica ou Hipoplástica ..................................11 
2.4. Talassemias ...................................................................13 
2.5. Anemia por Insuficiência Renal Crônica .........................13 
3. Distúrbios da Coagulação ......................................................15 
3.1. Trombocitopenia ...........................................................16 
3.2. Trombocitopenia Púrpura Idiopática ..............................17 
3.3. Coagulação Intravascular Disseminada ..........................17 
4. Distúrbios Mieloproliferativos ...............................................19 
4.1. Policitemia Vera ............................................................21 
4.2. Leucemias Linfocítica Aguda e Mielogênica Aguda .......22 
4.3. Leucemia Mielogênica Crônica ......................................24 
5. Distúrbios Linfoproliferativos ................................................26 
5.1. Leucemia Linfocítica Crônica ........................................27 
5.2. Linfoma de Hodgkin ......................................................28 
5.3. Linfomas não Hodgkin ..................................................29 
5.4. Mieloma Múltiplo ..........................................................30 
6. Monografias ..........................................................................32 
7. Valores Laboratoriais de Referência ......................................47 
8. Referências Bibliográficas .....................................................49 
9. Testes para Auto-Avaliação ..................................................50 
 
 
 
 1 
1. Introdução 
 
 
 O sangue é uma suspensão que circula por todo o 
organismo, composta por duas frações: os glóbulos sangüíneos e o 
plasma. Diversas são as funções do sangue no organismo, como o 
transporte de oxigênio e de nutrientes essenciais para o 
metabolismo celular bem como dos produtos eliminados por este 
metabolismo. Além disto, o sangue está envolvido com o sistema 
de defesa do organismo (sistema imunológico), com a manutenção 
da temperatura corpórea, equilíbrio ácido-básico e osmótico, e com 
o transporte de hormônios. Em um homem saudável pesando 70 kg, 
o volume aproximado de sangue é de 5,5 L. 
 O sobrenadante obtido pela sedimentação do sangue com 
anticoagulante é denominado de plasma, enquanto aquele formado 
a partir do sangue sem anticoagulante é o soro. O plasma é uma 
solução que contém proteínas plasmáticas, sais inorgânicos e 
diversos compostos orgânicos (aminoácidos, vitaminas, hormônios, 
lipoproteínas etc.). A proteína plasmática mais abundante é a 
albumina, mas há muitas outras entre as quais estão as alfa, beta e 
gama globulinas, e o fibrinogênio. Dentre suas funções, a albumina 
e as alfa e beta globulinas apresentam a capacidade de transportar 
substâncias que são pouco solúveis, ou mesmo insolúveis, em água. 
As gamaglobulinas, também conhecidas como imunoglobulinas, 
são os anticorpos, com função de defesa contra infecções. O 
fibrinogênio é essencial para a coagulação do sangue. 
 Os elementos celulares presentes no sangue são os 
eritrócitos (ou hemácias), as plaquetas e os leucócitos. 
Normalmente, os eritrócitos representam cerca de 99% do volume 
da porção celular do sangue, enquanto o restante do volume é 
ocupado pelos leucócitos e pelas plaquetas. Os leucócitos são 
divididos em dois grupos: os granulócitos ou polimorfonucleares, e 
os agranulócitos. O grupo dos granulócitos é composto pelos 
neutrófilos, eosinófilos e basófilos, enquanto os agranulócitos são 
os linfócitos e os monócitos. As plaquetas são formadas a partir de 
fragmentos do citoplasma de megacariócitos (células gigantes da 
medula óssea) e, desta forma, não possuem núcleo. 
 2 
 O éritron é formado pelo conjunto de eritrócitos e 
eritroblastos (células precursoras das hemácias que são encontradas 
na medula óssea). Os eritrócitos são células anucleadas e 
bicôncavas que possuem elevada concentração de hemoglobina 
(cerca de 28%). Esta, por sua vez, é um conjugado protéico que 
possui quatro átomos de ferro em sua estrutura, responsável pela 
ligação reversível com o O2, sendo que cada molécula de 
hemoglobina pode se ligar a quatro de O2. Assim, a função 
primordial dos eritrócitos é transportar oxigênio a todos os tecidos 
do organismo. Os reticulócitos são eritrócitos imaturos que são 
também encontrados na circulação sangüínea. 
 Uma das características dos eritrócitos é a capacidade de se 
deformar, propriedade de grande valia quando os mesmos passam 
de vasos sangüíneos de maior calibre para os capilares. Quando 
estas células estão aumentadas, envelhecidas, mais rígidas ou 
apresentam anormalidade na hemoglobina, possuem maior 
dificuldade nesta movimentação. 
 Diversos são os fatores que afetam a eritropoese (produção 
de eritrócitos). Dentre os vários fatores nutricionais envolvidos, os 
principais são o ferro, a vitamina B12 e os folatos. O ferro é 
importante por ser parte integrante da hemoglobina. A vitamina B12 
e os folatos são vitaminas essenciais para a síntese dos nucleotídeos 
de purina e pirimidina, etapa fundamental para a formação de 
ácidos nucléicos. A eritropoetina é uma substância produzida nos 
rins que promove aumento na produção de eritrócitos. 
 Os principais distúrbios do sistema hematológico estão 
apresentados no Quadro I. 
 
 
 
 
 3 
 
 
Quadro I – Principais distúrbios do sistema hematológico: 
 
 
Classe Doenças 
Anemias � Anemia ferropriva � Anemia megaloblástica � Anemia aplástica � Talassemias � Anemia por insuficiência renal crônica 
Distúrbios da 
coagulação 
� Trombocitopenia � Trombocitopenia púrpura idiopática � Coagulação intravascular disseminada 
Desordens 
mieloproliferativas 
� Policitemia vera � Leucemia linfocítica aguda � Leucemia mielogênica aguda � Leucemia mielogênica crônica 
Distúrbios 
linfoproliferativos 
� Leucemia linfocítica crônica � Doença de Hodgkin � Linfomas não de Hodgkin � Mieloma múltiplo 
 
 4 
2. Anemias 
 
 
 A anemia é uma patologia caracterizada pela redução da 
concentração de hemoglobina no sangue, acarretando uma 
deficiência no transporte do O2 para os tecidos. Muitas vezes o 
número de eritrócitos está diminuído nas anemias; entretanto, em 
alguns casos este número pode estar normal, mas a concentração de 
hemoglobina em cada eritrócito inferior àquela normalmente 
encontrada (anemia hipocrômica). 
 A anemia é comumente encontrada em condições clínicas 
causada por uma anormalidade nos eritrócitos ou em seus 
precursores, ou pode ser uma manifestação de alguma doença 
previamente instalada. 
As principais causasde anemia são: 
 
• perda de sangue (aguda ou crônica); 
 
• aumento da destruição de eritrócitos por: 
• deficiência da enzima glicose-6-fosfato 
desidrogenase; 
• exposição a agentes químicos; 
• auto-imune (produção de anticorpos contra 
hemácias). 
 
• redução na produção de hemácias em conseqüência a: 
• desordens mieloproliferativas; 
• deficiência de eritropoetina (hormônio produzido 
pelas células renais, que estimula a produção de 
hemácias); 
• doenças crônicas (por ex., câncer e infecções 
crônicas); 
 
• produção de eritrócitos com quantidade insuficiente de 
hemoglobina (por ex., nos casos em que há deficiência de 
ferro). 
 
 5 
Os sinais e sintomas variam dependo da etiologia, do grau e 
da rapidez com que a anemia se manifesta. Uma anemia pode ser 
bem tolerada e desenvolvida gradualmente; porém, pacientes com 
hemoglobina menor do que 7 g/dL apresentarão sintomas de 
hipóxia tissular como fadiga, dor de cabeça, dispnéia e angina. 
Deve-se atentar ao histórico familiar do paciente, se este está 
exposto a algum fármaco ou uso de drogas de abuso ou ainda perda 
sangüínea. Os achados físicos são linfadenopatia, aumento do 
fígado e baço, icterícia, sintomas neurológicos e sangue oculto nas 
fezes. 
Na avaliação laboratorial devem estar incluídos os seguintes 
exames: 
 
• Determinação da concentração de hemoglobina e hematócrito 
(estimativa da massa dos eritrócitos) - imediatamente após 
perdas de sangue de forma aguda, a hemoglobina poderá 
apresentar valores normais devido aos mecanismos 
compensatórios que não reestabeleceram o volume plasmático 
normal. 
 
• Contagem de reticulócitos - reflete a produção de eritrócitos e é 
um indicador de que a medula óssea está respondendo a 
anemia. 
 
• Volume corpuscular médio (VCM) – importante para a 
classificação das anemias em microcítica, normocítica e 
macrocítica para VCM com valores abaixo, normal ou alto, 
respectivamente. 
 
• Análise do sangue periférico (extensão em lâmina e observado 
ao microscópio) - neste exame a morfologia dos eritrócitos é 
melhor avaliada. Pode ser detectado heterogenicidade no 
tamanho dos eritrócitos (anisocitose) e forma (poiquilocitose). 
Além disto, pode ser detectada a presença de hemoparasistas. 
 
 6 
• Outros - para estabelecer um diagnóstico mais exato, pode ser 
necessário alguns exames complementares como: determinação 
dos níveis de glicose 6-fosfato desidrogenase, eletroforese de 
hemoglobina, etc. 
 
 
 
 
2.1. Anemia Ferropr iva 
 
 
A anemia ferropriva é a forma mais comum de anemia e é 
caracterizada por redução dos níveis corpóreos de ferro, afetando 
desta forma a síntese de hemoglobina. As causas são: 
• perda crônica de sangue (sangramento do trato gastrintestinal, 
perda excessiva de sangue na menstrução, infecção 
parasitária); 
• condições em que há aumento na necessidade de ferro 
(gestação, fase de crescimento); 
• ingestão insuficiente de ferro por dieta inadequada ou absorção 
comprometida, como em pacientes gastrectomizados. 
. 
Manifestações clínicas: cefaléia, vertigens, fadiga, 
taquicardia, dispnéia no exercício, palidez da pele e das mucosas, 
cabelo seco e quebradiço, atrofia das papilas e eritema da língua, 
escleras pálidas, unhas côncavas e delgadas, consumo de 
substâncias estranhas como gelo e argila. 
 
Achados laboratoriais: anemia microcítica e hipocrômica 
(hemácias pequenas e com menor conteúdo de hemoglobina) 
(Figura 1). 
 
Tratamento: 
A. Correção da perda de sangue, quando houver. 
B. Correção da dieta: orientação para que o paciente consuma 
alimentos ricos em ferro tais como carne, cereais e folhas 
verdes. 
 7 
C. Administração de ferro por via oral ou parenteral cujo objetivo 
é o restabelecimento dos níveis de hemoglobina. Entretanto, 
este tratamento deverá ser continuado por 2 a 3 meses após a 
correção da anemia. A via preferencial é a oral, sendo o 
fármaco de escolha o sulfato ferroso. Ressalta-se que 5 mg de 
sulfato ferroso equivalem a 1 mg de ferro elementar. 
 
 
Figura 1: Esfregaço sangüíneo ilustrando anemia microcítica e 
hipocrômica (HE, 140x). 
 
 
Precaução: a administração de ferro por via oral em doses 
elevadas pode produzir irritação gástrica e diarréia, e na 
administração prolongada pode acarretar constipação. Ainda, as 
fezes podem apresentar-se escurecidas. 
 
Interação medicamentosa: a tetraciclina e anti-ácidos 
(carbonatos ou trisili catos de magnésio) diminuem a 
biodisponibili dade dos preparados contendo ferro. Deve-se 
administrar o ferro com água ou suco de laranja (que é um meio 
ácido), uma hora antes ou duas horas após as refeições, com a 
finalidade de evitar interações com alimentos. Não deve ser 
 8 
administrado com leite devido a menor absorção por competição 
com o cálcio. 
 A terapia parenteral é instituída quando o paciente não 
tolera ou não segue o tratamento oral, porém, este tratamento pode 
desencadear reação anafilática. 
 
Monitorização da terapia: 
• determinação de hemoglobina sérica e contagem de 
reticulócitos, para avaliação da recuperação da anemia; 
• determinação da ferritina sérica e capacidade de união do ferro 
a transferrina, para avaliação da recuperação dos depósitos de 
ferro. 
 
 
 
 
2.2. Anemia Megaloblástica 
 
 
 A anemia megaloblástica é causada por anormalidades na 
síntese de DNA, afetando a hematopoiese e células que se 
reproduzem rapidamente, como as células intestinais. As principais 
causas são a deficiência de vitamina B12 e a de ácido fólico, 
substâncias essenciais para a síntese de nucleotídeos de purina e 
pirimidina. No hemograma são observados principalmente 
megaloblastos (hemácias grandes e nucleadas). A anemia 
megaloblástica divide-se em: 
 
2.2.1. Anemia megaloblástica por deficiência de vitamina B12 
 
 Esta deficiência ocorre por diminuição na absorção desta 
vitamina em conseqüência a lesões na mucosa gástrica, após 
gastrectomia, por alteração no íleo terminal, por ação de 
determinados fármacos (PABA, colchicina, neomicina), por 
deficiência da proteína que transporta a vitamina B12 no sangue 
(transcobalamina II) , insuficiência pancreática e parasitose 
intestinal. Quando existe a deficiência do fator intrínseco 
 9 
(produzido pelo estômago e necessário para a absorção desta 
vitamina no íleo terminal), esta se denomina anemia perniciosa. 
 
Manifestações clínicas: palidez das mucosas e pele, fadiga, 
dispnéia no exercício, palpitações, angina, insuficiência cardíaca 
congestiva, leve icterícia das escleras, anorexia, pequena perda de 
peso e esplenomegalia. 
 A deficiência de vitamina B12 pode ter como conseqüência 
complicações neurológicas, principalmente em pacientes não 
tratados. Estas são caracterizadas por incoordenação dos 
movimentos, disfunção urinária e intestinal, irritabili dade, alteração 
da memória, depressão e demência. 
 
 Achados laboratoriais: anemia macrocítica geralmente 
está presente, podendo ocorrer leucopenia (redução na quantidade 
de leucócitos circulantes) e trombocitopenia (diminuição na 
quantidade de plaquetas circulantes) (Figura 2). A lactato 
desidrogenase e bili rrubina indireta estão elevadas refletindo uma 
eritropoiese inefetiva e destruição prematura dos eritrócitos. Para 
descartar alguma malignidade pode-se proceder à biópsia da 
medula óssea. Ainda, recomenda-se estabelecer os níveis séricos de 
vitamina B12 e folato eritrocitário. 
 
 
 10 
 
Figura 2: Esfregaço sangüíneo ilustrando anemia 
megaloblástica com presença de corpúsculo de Howell-Jolly 
(HE, 140x). 
 
 
 Tratamento: vitamina B12 oral, 1 a 25 µg/dia. Para a 
anemia perniciosa, a dose desta vitamina é de 100 µg/dia, 
intramuscular, durante 6 a 7 dias; a terapia de manutenção é de 100 
a 200 µg/mês. Em pacientes nos quais foi realizada gastrectomia 
total ou ressecção extensa do íleo, a terapia deverá ser por toda a 
vida do paciente. 
 
 
2.2.2. Anemia megaloblástica por deficiência de ácido fólico 
 
 Pode ser causada por uma dieta mal balanceada, condição 
em que a demanda estáaumentada (gravidez, infância), má 
absorção (síndrome de má absorção, fármacos como fenitoína e 
barbitúricos), etili sta crônico, pacientes fazendo uso de 
metotrexato, tiantireno, anticoncepcionais orais, entre outros 
fármacos. 
 
 11 
 Achados laboratoriais: semelhantes àqueles observados 
nos casos de anemia por deficiência de vitamina B12. 
 
 Manifestações clínicas: glossite (inflamação da língua), 
diarréia, perda de peso, manifestações neurológicas, fadiga, 
fraqueza, palidez de pele e mucosa. 
 
 Tratamento: suplementação dietética com alimentos ricos 
em ácido fólico como vegetais verdes e fígado, evitando o 
cozimento excessivo. Quando a absorção é normal, administração 
de 50 a 100 µg/dia de ácido fólico, e de 250 a 500 µg na mal 
absorção. Nos casos em que os níveis de hemoglobina estejam 
abaixo de 5 g/dL, deve-se proceder à transfusão sangüínea para 
reposição. 
 
 Monitoração terapêutica: contagem de reticulócitos e 
hemácias, e determinação da concentração de hemoglobina. 
 
 
 
 
2.3. Anemia Aplástica ou Hipoplástica 
 
 
 Neste tipo de anemia, ocorre perda dos precursores das 
hemácias devido a um defeito no pool de hemocitoblastos ou 
alteração no microambiente de suporte da medula óssea, levando a 
pancitopenia (diminuição no número de eritrócitos, leucócitos e 
plaquetas). As causas podem ser: 
• idiopática; 
• agentes tóxicos (por ex., chumbo); 
• radiação ionizante; 
• infecções virais (principalmente hepatite); 
• certos fármacos (por ex., cloranfenicol); 
• congênita (anemia de Fanconi). 
 
 12 
Manifestações clínicas: variam de acordo com o grau de 
falência da medula óssea. Os sintomas estão relacionados a anemia 
(palidez, fraqueza, fadiga, dispnéia no exercício, palpitações), 
infecções em conseqüência a neutropenia (febre, dor de cabeça, 
indisposição, ruídos respiratórios, dor abdominal, diarréia, eritema, 
dor e exsudato em feridas ou locais de processos invasivos), 
trombocitopenia (sangramento das gengivas, nariz, tratos 
gastrintestinal e genito-urinário, púrpura, petéquias e equimoses). 
Os casos severos podem ser fatais quando não é realizado o 
tratamento adequado. 
 
Achados laboratoriais: o achado mais característico desta 
anemia é a pancitopenia (redução no número de eritrócitos, 
leucócitos e plaquetas). O nível sérico de ferro encontra-se elevado. 
O estudo histopatológico da medula óssea coletada por aspirado 
revela redução ou ausência de celularidade, onde a hematopoiese 
está drasticamente reduzida ou mesmo ausente. 
 
Tratamento: 
• remoção da causa; 
• transplante alogênico de medula óssea em casos graves de 
anemia aplástica severa; 
• fármacos imunossupressores (corticosteróides, ciclofosfamida, 
globulina antitimócitos, globulina antili nfócitos); 
• andrógenos para estimular a regeneração da medula óssea 
(oximetolona, enantato de testosterona); 
• terapia de suporte (transfusão de plaquetas e eritrócitos, 
antibióticos e antifúngicos). 
 
 
 
 13 
2.4. Talassemias 
 
 
É uma patologia de origem genética, caracterizada pela 
baixa produção das cadeias alfa ou beta de globina contida na 
molécula de hemoglobina. Há maior ocorrência em populações do 
Mediterrâneo, África, Índia e descendentes de asiáticos. 
Na talassemia beta há menor produção de cadeias beta, com 
quantidades normais de cadeia alfa. Estas formam complexos 
insolúveis nos eritrócitos resultando em danos nas membranas, 
eritropoiese inefetiva e anemia hemolítica. Na talassemia alfa, o 
complexo formado com as cadeias beta é solúvel, determinando 
uma severidade clínica menor. 
 
Achados laboratoriais: o valor do VCM apresenta-se 
baixo, verifica-se microcitose, hipocromia, poiquilocitose, 
eritrócitos nucleados podem estar presentes no sangue periférico. 
Deve-se realizar eletroforese da hemoglobina. 
 
Tratamento: transfusão sangüínea; retirada do baço em 
pacientes acima de seis anos de idade (remove-se o sítio principal 
de hemólise extravascular); terapia de quelação do ferro com 
deferoxamina devido as contínuas transfusões e consequentemente 
acúmulo de ferro nos tecidos, podendo causar parada cardíaca, 
disfunção hepática, intolerância à glicose, hipogonadismo 
secundário devido à deposição de ferro no hipotálamo; transplante 
de medula óssea. 
 
 
 
2.5. Anemia por Insuficiência Renal Crônica 
 
 
 É promovida pela secreção renal insuficiente de 
eritropoetina, fator essencial para a eritropoiese, reduzindo assim o 
número de eritrócitos circulantes por causa da redução de sua 
 14 
produção. Além disto, é comum ocorrer discreta hemólise quando 
há hiperuremia. 
 
 Manifestações clínicas: incluem fadiga, dor de cabeça, 
dispnéia no exercício, vertigens e palidez da pele e das mucosas. 
 
 Achados laboratoriais: 
• anemia normocítica normocrômica; 
• reticulocitopenia periférica; 
• hematócrito geralmente entre 20 a 30%; 
• ocasionalmente verifica-se a presença de equinócitos (células 
em forma de ouriço) e de acantócitos (células em forma de 
espora). 
 
Tratamento: a administração de eritropoetina recombinante 
humana, epoetina, é indicada para pacientes na pré-diálise ou 
naqueles que são submetidos à diálise. A dose a ser administrada 
deverá ser inicialmente de 50 a 100 UI/kg, 2 ou 3 vezes por 
semana, pela via intravenosa (para pacientes em hemodiálise) ou 
subcutânea (para pacientes na pré-diálise ou na diálise peritoneal). 
Esta dosagem deverá ser mantida até o hematócrito atingir 32%, 
momento no qual ela deverá ser ajustada. 
A recuperação do hemograma para o padrão normal ou 
próximo a este ocorre em 8 a 12 semanas. Como a deficiência de 
ferro é capaz de reduzir a resposta a epoetina, a suplementação 
deste microelemento na dieta pode ser necessária para que ocorra 
uma resposta adequada. 
 
 
 15 
3. Distúrbios da Coagulação 
 
 
 A hemorragia é o extravasamento de sangue contido nos 
vasos sangüíneos devido a uma lesão. Para se evitar a perda de 
sangue ocorre uma seqüência de eventos denominada de 
hemostasia. A primeira etapa da hemostasia é a contração da 
musculatura lisa dos vasos, estimulada pela serotonina, substância 
liberada pelas plaquetas. Em seguida, proteínas plasmáticas e 
plaquetas se aderem ao colágeno presente na superfície interna dos 
vasos e formam o “tampão plaquetário” . 
 Ao se aderirem, as plaquetas tornam-se ativadas e agregam-
se, passando a liberar adenosina difosfato (ADP), tromboxano A2 
(TXA2) e fator de ativação plaquetária (PAF), o que aumenta a 
agregação plaquetária. Além disto, as plaquetas expõem 
fosfolipídeos ácidos que, juntamente a outros fatores provenientes 
do plasma sangüíneo e dos vasos lesados, promovem a ativação da 
cascata de coagulação, que é uma interação seqüencial de enzimas 
proteolíticas constituídas por 13 componentes (fatores I a XIII) . A 
cascata termina na formação de fibrina que compõe uma rede 
insolúvel onde se prendem as células sangüíneas originando, deste 
modo, o coágulo sangüíneo. As substâncias anticoagulantes atuam 
inibindo a formação de fibrina por afetarem a cascata de 
coagulação. A hemofili a é uma doença hereditária na qual há 
defeito na formação de um fator desta cascata, o fator VIII . 
Os distúrbios da coagulação são alterações em qualquer 
etapa da hemostasia. Os principais tipos são: trombocitopenia, 
púrpura trombocitopênica idiopática e coagulação intravascular 
disseminada. 
 
 16 
3.1. Trombocitopenia 
 
 
 É a diminuição da contagem de plaquetas circulantes 
(menor que 100.000/mm3). As causas podem ser: 
• diminuição da produção de plaquetas (leucemias, anemia 
aplástica, mielofibrose, terapia mielossupressiva, terapia com 
radiação); 
• aumento da destruição plaquetária (infecção, fármacos, 
trombocitopenia púrpura idiopática, coagulação intravascular 
disseminada); 
• distribuição anormal ou seqüestro das plaquetas pelo baço; 
• trombocitopenia dilucional, seguido de hemorragia ou 
transfusões. 
 
Manifestações clínicas: geralmente é um quadro 
assintomático, mas pode haver menorragia (excesso de fluido 
menstrual).Um sangramento excessivo pode ocorrer após alguns 
procedimentos (biópsia, extração dentária, cirurgias pequenas). 
Quando a contagem plaquetária é inferior a 20.000/mm3, ocorre 
aparecimento de petéquias espontaneamente, equimose, 
sangramentos (nariz, mucosas, trato gastrintestinal e genito-
urinário, sistema respiratório, sistema nervoso central). 
 
 Achados laboratoriais: redução na concentração de 
hemoglobina, no hematócrito e no número de plaquetas, 
prolongamento no tempo de sangramento, de protrombina e de 
tromboplastina parcial. 
 
 Tratamento: 
• tratar a patologia de base; 
• transfusão de plaquetas; 
• esteróides ou imunoglobulina IV – pode ser útil em alguns 
pacientes. 
 Orientar o paciente para não assoar o nariz, evitar o uso de 
aspirina e antiinflamatórios não esteróides (por serem fármacos que 
podem interferir com a função plaquetária). 
 17 
3.2. Trombocitopenia Púrpura Idiopática 
 
 
 É uma patologia crônica resultante da destruição de 
plaquetas, no baço e no fígado, por anticorpos (IgG e IgM) anti-
plaquetas. 
 
 Manifestações clínicas: equimoses, petéquias, menorragia, 
sangramentos no nariz e nas gengivas. 
 
 Achados laboratoriais: contagem de plaquetas inferior a 
20.000/mm3, nos casos agudos, e de 30.000 a 70.000/mm3, nos 
crônicos. Pode ser realizada a detecção de auto-anticorpos anti-
plaquetas. 
 
 Tratamento: 
• transfusão de sangue e controle dos sangramentos; 
• fármacos imunossupressores (corticosteróides, imunoglobulina 
IV, danazol, azotioprina, vincristina, vimblastina); 
• esplenectomia. 
 
 
 
3.3. Coagulação Intravascular Disseminada 
 
 
É uma síndrome hemorrágica e trombótica adquirida, na 
qual há ativação anormal da cascata de coagulação e fibrinólise 
acelerada. Resulta em coagulação disseminada em pequenos vasos 
com consumo dos fatores da coagulação e plaquetas, acarretando 
sangramento e trombose simultaneamente. 
As causas de coagulação intravascular disseminada são: 
• infecção, particularmente septicemia bacteriana; 
• complicações obstétricas (eclâmpsia, embolismo do líquido 
amniótico, retenção de feto morto); 
• dano tissular maciço (trauma, fratura, grandes cirurgias); 
• colapso circulatório e vascular; 
 18 
• reação de transfusão hemolítica; 
• afecções graves nos órgãos, em especial de pulmão, cólon, 
estômago e pâncreas. 
 
Manifestações clínicas: 
• tendência a hemorragias; 
• sinais de complicações tromboembólicas, que podem promover 
lesão renal (falência renal aguda) e, ocasionalmente, gangrena e 
perda de dedos e até mesmo de braços e pernas. 
 
Achados laboratoriais: redução na contagem de plaquetas 
e na concentração de fibrinogênio, tempo de protrombina e de 
tromboplastina parcial prolongados, e níveis elevados de produtos 
da degradação da fibrina. 
 
Tratamento: 
• tratar a causa de base; 
• transfusão de plaquetas e de plasma, ou de fatores da 
coagulação; 
• terapia de suporte (hidratação, oxigenação, manutenção da 
pressão sangüínea); 
O uso de heparina para o tratamento é controverso, por 
causa das hemorragias poderem ser exacerbadas. 
 
 
 19 
4. Distúrbios M ieloproli ferativos 
 
 Todos os glóbulos sangüíneos são produzidos pelo tecido 
mielóide, presente na medula óssea. A hematopoese normal inicia-
se, em sua quase totalidade, no feto por volta do sexto mês de 
gestação. Nos fetos e recém-nascidos, a medula óssea é funcional 
em quase todos os ossos. A medula que vai se tornando afuncional 
passa a apresentar coloração avermelhada por ser rica em 
adipócitos, enquanto as funcionais são vermelhas por serem 
ricamente vascularizadas. Assim, nos adultos, a medula óssea ativa 
é encontrada nas cavidades dos ossos ilíacos, do externo e das 
costelas. Além da produção dos glóbulos, este tecido também 
apresenta as funções de armazenamento de ferro. 
 Todos os tipos celulares têm como origem um mesmo tipo 
celular, o hemocitoblasto, também denominada de célula 
pluripotente, célula tronco ou stem cell. O hemocitoblasto dá 
origem a dois tipos celulares distintos, a célula indiferenciada 
mielóide e a célula indiferenciada linfóide. A célula indiferenciada 
mielóide é responsável pela formação dos granulócitos (neutrófilos, 
eosinófilos, basófilos e monócitos), eritrócitos e plaquetas (Figura 
3). Já a célula indiferenciada linfóide dá origem aos linfócitos T e 
B. A produção de eritrócitos, granulócitos, monócitos e plaquetas 
ocorre exclusivamente na medula óssea, enquanto os linfócitos são 
originados a partir de células indiferenciadas oriundas da medula 
óssea e estabelecidas nos órgãos linfóides. 
 As células sangüíneas têm renovação constante. A vida 
média na circulação, para cada tipo celular, é estimada em: 
 
• granulócitos – 6 a 7 horas; 
• plaquetas – 3 a 4 dias; 
• hemácias – 100 dias; 
• linfócitos – bastante variável. 
 20 
 
hemocitoblasto 
 
 
 
 
célula indiferenciada mielóide célula indiferenciada linfóide 
 
 
 
 
 granulócitos, eritrócitos e plaquetas li nfócitos T e B e plasmócitos 
 
 
Figura 3: Esquema da seqüência de formação das diferentes células 
sangüíneas a partir do hemocitoblasto. 
 
 
 O hemocitoblasto é o único tipo celular do sistema 
hematológico com capacidade de auto-renovação. Assim, quando 
estas células estão afetadas, toda a hematocitopoese estará afetada. 
 Com elevada importância para a medula óssea, o 
microambiente medular ou estroma medular é o parênquima de 
sustentação das células hemocitopoéticas, constituído por células 
reticulares, adipócitos, tecido conjuntivo frouxo, células 
histiocitárias, capilares sangüíneos, artérias, veias, fibras nervosas e 
fibras reticulares. A alteração neste microambiente é capaz de 
afetar a hematocitopoese. 
Nas desordens mieloproliferativas, há proliferação anormal 
de células mielóides do sistema hematopoiético, na medula óssea. 
Os principais tipos são: policitemia vera, leucemia mielogênica 
aguda, e leucemia mielogênica crônica. Define-se leucemia como a 
proliferação de células neoplásicas malignas de origem 
hematopoética. 
 
 21 
4.1. Policitemia Vera 
 
 
 É uma desordem mieloproliferativa crônica e adquirida, 
promovida por uma mutação somática em um hemocitoblasto, 
afetando assim todos os tipos celulares da medula óssea. Isto 
resulta em uma significante eritrocitose, leucocitose e 
trombocitose, com aumento do volume e da viscosidade sangüínea, 
além de esplenomegalia. Outra conseqüência é a depleção nas 
reservas corpóreas de ferro. Geralmente acomete pessoas de meia 
idade e idosos. A causa, no entanto, ainda não está 
satisfatoriamente esclarecida. 
 
 Manifestações clínicas: a pele e as mucosas apresentam 
coloração vermelha intensa. Prurido, esplenomegalia, 
hepatomegalia, desconforto epigástrico, dor de cabeça, vertigens, 
parestesias, distúrbios na visão, alteração mental. 
 Como conseqüências do aumento de células sangüíneas, 
pode ocorrer tromboembolismo. A hiper-uremia pode acarretar 
gota. Somando-se ao aumento do volume do sangue e hipertensão, 
pode haver falência cardíaca congestiva. As complicações são a 
mielofibrose ou a leucemia aguda. 
 
 Achados laboratoriais: 
• hiperuremia – em conseqüência a excessiva formação e 
destruição de eritrócitos e leucócitos; 
• aumento no número de eritrócitos, na concentração de 
hemoglobina e no hematócrito; 
• hiperplasia da medula óssea em material coletado por biopsia. 
 
Tratamento: é composto por duas estratégias, que são a 
promoção de citorredução e a administração de fármacos 
antitrombóticos. A citorredução pode ser alcançada por meio da 
flebotomia (retirada de sangue, de 250 a 500 mL por vez) ou por 
quimioterapia (interferon alfa e anagrelida). A quimioterapia 
apresenta diversos efeitos colaterais próprios deste grupo de 
fármacos, efeitos estes que não ocorrem na flebotomia; entretanto, 
 22 
este segundo procedimento aumenta a incidência de tromboses nos 
primeiros 3 a 5 meses. Associado a citorredução, deve ser realizada 
a administração de fármacos antitrombóticos (por ex., a aspirina). 
O tratamentoda hiper-uremia é realizado pela administração de 
alopurinol. 
 
 
 
4.2. Leucemias L infocítica Aguda e M ielogênica 
Aguda 
 
 
Na leucemia linfocítica, as células malignas são linfócitos, 
enquanto que na mielogênica aguda, são monócitos ou 
granulócitos. Das leucemias agudas, a linfocítica é a mais freqüente 
(cerca de 85% dos casos) e é a forma mais comum de câncer entre 
crianças. 
 Diversos fatores têm sido apontados como causa destas 
leucemias, sendo eles a radiação ionizante, determinadas 
substâncias químicas (por ex., benzeno e agentes alquilantes), vírus 
da leucemia-linfoma de células T humano (HTLV-1), 
susceptibili dade familiar e distúrbios genéticos. 
 
 Manifestações clínicas: palidez, fadiga, fraqueza, febre, 
perda de peso, hemorragias anormais e equimoses. Na leucemia 
linfocítica, há também linfadenopatia e infecções recorrentes. 
Podem ocorrer, ainda, dores esqueléticas e articulares, cefaléia, 
esplenomegalia, hepatomegalia e disfunções neurológicas. 
 Como complicações, pode haver coagulação intravascular 
disseminada, infecções, hemorragias, danos em órgãos. Quando as 
células leucêmicas circulantes estão em número elevado 
(>50.000/mm3), há risco de ruptura vascular em conseqüência a 
infiltração e debili dade das paredes vasculares. 
 
 Achados laboratoriais: 
• leucócitos – de 1.000 a 100.000/mm3; 
• eritrócitos – pode haver intensa anemia; 
 23 
• plaquetas – pode haver contagem anormal; 
• a tipificação da leucemia pode ser feita pela biopsia de medula 
óssea; 
• a biopsia de linfonodos pode ser realizada para a detecção de 
metástases. 
 
 
 
Figura 4: Esfregaço sangüíneo de paciente com diagnóstico de 
leucemia mielogênica aguda (HE, 140x). 
 
 
Tratamento: 
• quimioterapia em alta dosagem, para destruição das células 
tumorais; 
• transplante autólogo ou alogênico de medula óssea; 
• tratamento de suporte. 
 
 
 
 24 
4.3. Leucemia M ielogênica Crônica 
 
 
Também conhecida como leucemia granulocítica crônica ou 
mielocítica crônica, é caracterizada por proliferação de células da 
linhagem mielóide, incluindo granulócitos, monócitos, plaquetas e, 
ocasionalmente, eritrócitos. É produto da transformação maligna de 
hemocitoblastos. Está associado a anormalidade cromossômica 
(cromossomo Philadelphia – Ph) em mais de 90% dos pacientes. 
Geralmente acomete pacientes de 25 a 60 anos de idade. 
Representa 25% das leucemias em adultos e menos do que 5% das 
leucemias infantis. 
Com o evoluir do quadro, na fase terminal, assemelha-se a 
uma leucemia aguda. 
 
Manifestações clínicas: fadiga, palidez, intolerância a 
atividade, febre, perda de peso, transpiração noturna, 
esplenomegalia. Como complicações, pode ocorrer leucostase, 
infecção, hemorragias e danos em órgãos. 
 
Achados laboratoriais: 
• granulócitos – freqüentemente maior do que 100.000/mm3; 
• plaquetas – o número pode estar diminuído; 
• hiperplasia celular pode ser obsevada em material coletado de 
biopsia de medula óssea, e muitas vezes pode ser encontrado o 
cromossomo Ph. 
 
Tratamento: transplante alogênico de medula óssea. Como 
tratamento paliativo, utili zam-se agentes quimioterápicos (por ex., 
busulfan e hidroxiurea), irradiação, esplenectomia, bioterapia 
(interferon), leucoferese (remoção de leucócitos do sangue). 
Na fase acelerada, é empregada alta dosagem de 
quimioterapia, procurando-se restabelecer a fase crônica. 
 
 
 
 
 25 
 
 
 
Figura 5: Esfregaço sangüíneo de paciente com diagnóstico de 
leucemia mielogênica crônica (HE, 140x). 
 
 
 
 
 26 
5. Distúrbios L infoproli ferativos 
 
 
 A série linfocitária do sistema hematológico é constituída 
pelos linfócitos T (timo-dependentes), linfócitos B (Bursa-símile-
dependentes) e plasmócitos. As células desta série eqüivalem a 
cerca de 30% dos leucócitos circulantes, e tem como origem a 
célula indiferenciada linfóide. O linfoblasto é a primeira célula da 
linfocitogênese, sendo formada a partir do hemocitoblasto, e dá 
origem ao prolinfócito, e este, por sua vez, forma os linfócitos. Os 
linfócitos B se diferenciam na medula óssea, enquanto os linfócitos 
T se fixam no timo, onde terminam sua diferenciação. Os 
plasmócitos são derivados dos linfócitos B, e as formas de 
transição são intermediárias entre estas duas células. 
 As células da série linfocitária também são denominadas de 
agranulócitos, por apresentarem citoplasma quase completamente 
sem granulações. Estas células podem ser encontradas, além de no 
sangue, nos órgãos linfóides primários e secundários. Nos órgãos 
linfóides primários, que são a medula óssea e o timo, ocorre a 
linfocitopoese. Já nos secundários, que são os linfonodos, o baço, 
as placas de Peyer e as amígdalas, ocorre o armazenamento. 
 Os linfócitos T apresentam a função de imunidade celular, e 
os linfócitos B estão envolvidos na imunidade humoral (produção 
de anticorpos). Um estímulo antigênico (por ex., uma infecção 
viral) estimula a multiplicação linfocitária, acarretando aumento no 
número destas células na circulação periférica. Além disto, muitas 
vezes há também aumento no tamanho dos linfonodos e do baço. 
Os distúrbios linfoproliferativos ocorrem quando há 
proliferação anormal de células da linhagem linfóide do sistema 
hematopoético. Pertencem a este grupo de distúrbios a leucemia 
linfocítica aguda (descrita juntamente com a leucemia mielocítica 
aguda), a leucemia linfocítica crônica, a doença de Hodgkin, os 
linfomas não Hodgkin e o mieloma múltiplo. Define-se linfoma 
como o acúmulo de células derivadas de células linfóides imaturas 
e disfuncionais em conseqüência às neoplasias malignas do sistema 
reticuloendotelial. 
 
 27 
5.1. Leucemia L infocítica Crônica 
 
 
 É uma leucemia crônica na qual há intensa proliferação de 
linfócitos, e é classificada segundo o tipo de linfócito de origem, 
podendo ser de células B, células T, linfossarcoma, leucemia pró-
linfocítica e leucemia de células hairy. A causa exata ainda não está 
bem definida. Sabe-se, no entanto, que esta doença tende a afetar 
grupos familiares. Os hormônios masculinos devem apresentar 
alguma importância na etiologia, pois a freqüência em homens é o 
dobro daquela observada em mulheres. Cerca de 90% dos pacientes 
apresentam mais de 50 anos de idade. 
 
 Manifestações clínicas: o quadro pode se apresentar 
assintomático por anos, havendo gradual aumento da malignidade 
da neoplasia; esta doença pode ser diagnosticada durante este 
período por um exame de rotina (check-up). Os sintomas 
compreendem infecções cutâneas ou respiratórias freqüentes, 
linfadenopatia simétrica e discreta esplenomegalia. Com a 
evolução, há palidez, fadiga, intolerância a atividades físicas, 
facili dade em se contundir, lesões na pele, sensibili dade óssea e 
desconforto abdominal. Pode haver obstrução venosa ou linfática 
promovida pelo aumento dos linfonodos, resultando em 
tromboflebite. Além disto, podem ocorrer hemorragias. A 
sobrevivência, que varia de acordo com a severidade do quadro, 
está geralmente entre 2 a 7 anos. 
 
 Achados laboratoriais: 
• linfócitos em grande número (10.000 a 150.000/mm3); 
• ás vezes há anemia, trombocitopenia e hipogamaglobulinemia; 
• infiltração linfocítica do tecido mielóide é observada em 
aspirados de medula óssea; 
• biopsia de linfonodos é realizada para detecção de metástases. 
 
Tratamento: a quimioterapia é indicada para diminuir a 
linfadenopatia e a esplenomegalia, sendo os fármacos utili zados o 
clorambucil, a ciclofosfamida e a prednisona. A irradiação 
 28 
esplênica ou a esplenectomia podem ser úteis no tratamento da 
esplenomegalia dolorosa, na sequestração plaquetária ou na anemia 
hemolítica. Os linfonodos infartados e sensíveis também podem ser 
irradiados. 
 O tratamento de suporte inclui transfusão de eritrócitos e 
plaquetas para reposição, e administração intravenosa de 
imunoglobulinas para tratamento da hipogamaglobulinemia. 
 
 
 
5.2. L infoma de Hodgkin 
 
 
 Também conhecido como linfogranulomatose maligna, é 
um linfoma decausa ainda desconhecida que envolve 
predominantemente linfonodos. Caracteriza-se histologicamente 
como sarcoma ganglionar com presença de células gigantes 
multinucleadas de Reed-Sternberg associado a granuloma celular 
(linfócitos, plasmócitos e polimorfonucleares). A disseminação 
ocorre geralmente pela via linfática, mas também pode ser pela 
circulação sangüínea, atingindo diversos órgãos. 
 
 Manifestações clínicas: linfonodos infartados geralmente 
unilateralmente, febre, calafrios, transpiração noturna, perda de 
peso e prurido. Diversos outros sintomas podem ocorrer se houver 
envolvimento pulmonar, obstrução da veia cava superior, 
envolvimento hepático ou ósseo. O tumor pode promover, 
dependendo de sua localização e dimensões, diversas patologias 
entre as quais estão a esplenomegalia, a hepatomegalia, 
complicações tromboembólicas e compressão da medula espinhal. 
 
 Achados laboratoriais: a biopsia dos linfonodos é uma 
importante ferramenta para a determinação do tipo de linfoma 
apresentado pelo paciente. A biopsia de medula óssea é importante 
para a determinação de qual delas está envolvida, enquanto as 
técnicas de diagnóstico por imagem (por ex., raios X, tomografia 
computadorizada e ressonância magnética) são úteis para a 
 29 
determinação da profundidade da lesão. Os testes de função 
hepática são importantes para a avaliação do envolvimento deste 
órgão. A técnica de linfangiograma é realizada para a determinação 
do comprometimento dos linfonodos. 
 
 Tratamento: existem diversos protocolos terapêuticos, que 
variam de acordo com cada quadro. Geralmente é realizada a 
associação entre as radio e quimioterapias. A radioterapia é o 
tratamento de escolha nos quadros em que a lesão não está 
disseminada. Para a realização da quimioterapia, podem ser 
empregados mostarda nitrogenada, vincristina, procarbazina, 
prednisona, doxorrubicina, bleomicina, vinblastina e dacarbazina. 
Três ou quatro destes fármacos são administrados de modo 
intermitente ou cíclicos, permitindo a recuperação da toxicidade 
por eles promovida. 
 
 
 
5.3.L infomas não Hodgkin 
 
 
 É um grupo de linfomas que afetam linfócitos T ou B ou 
seus precursores. Em alguma etapa do desenvolvimento, há a 
transformação maligna dos linfócitos. A maior incidência está em 
pacientes transplantados nos quais se administram fármacos 
imunossupressores, em portadores do vírus HIV e de algumas 
outras viroses. A incidência tem grande aumento a partir dos 40 
anos de idade. 
 
 Manifestações clínicas: linfonodos infartados geralmente 
unilateralmente, febre, calafrios, transpiração noturna e perda de 
peso. Diversos outros sintomas podem ocorrer, sendo eles 
determinados pelo envolvimento pulmonar, obstrução da veia cava 
superior, envolvimento hepático ou esquelético, entre outras 
possibili dades. O tumor pode promover, ainda, diversas outras 
patologias entre as quais estão a esplenomegalia, a hepatomegalia, 
complicações tromboembólicas e compressão da medula espinhal. 
 30 
 Achados laboratoriais: a classificação deste linfoma é 
realizada por meio de biopsia de linfonodos. A biopsia de medula 
óssea é importante para a determinação de quais medulas estão 
afetadas e daquelas que estão normais, enquanto o linfangiograma é 
útil na avaliação do comprometimento linfático. O envolvimento 
hepático é avaliado por testes bioquímicos de função deste órgão. 
 
 Tratamento: diversos são os protocolos propostos para 
quimioterapia, envolvendo vários fármacos, entre os quais estão 
ciclofosfamida, doxorubicina, vincristina, prednisona e bleomicina. 
A radioterapia é um tratamento paliativo, mas não curativo. É 
também realizado o transplante de medula óssea, autólogo ou 
alogênico. 
 
 
 
5.4. M ieloma Múltiplo 
 
 
 É uma neoplasia maligna das células plasmáticas. A causa é 
desconhecida, porém fatores genéticos e ambientais (por ex., a 
exposição a baixos níveis de radiação ionizante) podem estar 
envolvidos. 
 Nesta patologia há proliferação no plasma de células 
neoplásicas originadas de um clone de linfócitos B, e estas células 
produzem imunoglobulinas (proteína M ou proteína de Bence 
Jones), sem qualquer estímulo antigênico detectado. Estas 
imunoglobulinas alteram as funções renal e plaquetária, promovem 
resistência a infecções e podem aumentar a viscosidade sangüínea. 
Além disto, as células plasmáticas também produzem fator ativador 
de osteoclastos, o que acarreta extensa perda óssea, dores severas e 
fraturas patológicas. Os pacientes mais afetados são os idosos e 
negros. 
 
 Manifestações clínicas: as lesões ósseas e as fraturas 
patológicas, em vértebras, costelas, crânio, pélvis e ossos longos, 
promovem severas dores. A compressão da medula óssea pelas 
 31 
células plasmáticas produz anemia, o que leva a fadiga e fraqueza. 
A lesão renal leva a insuficiência renal e proteinúria, e a destruição 
óssea gera hipercalcemia. A hiperuremia é resultante da morte 
celular e da falência renal. Como complicações pode haver 
compressão da medula espinhal pelas fraturas patológicas, 
infecções bacterianas, falência renal, pielonefrite, hemorragias e 
complicações tromboembólicas por causa da hiperviscosidade. 
Raramente ocorre comprometimento hepático. 
 
 Achados laboratoriais: exame citogenético das células 
neoplásias pode indicar alterações cromossômicas. 
 
 Tratamento: a quimioterapia é realizada pela 
administração oral de melfalano ou ciclofosfamida, e 
corticosteróides podem ser administrados sozinhos ou em 
associação a quimioterapia. O tratamento convencional é realizado 
com a administração de vincristina, doxorubicina e prednisona. A 
radioterapia pode ser empregada para o tratamento de lesões 
ósseas. O tratamento da hiperviscosidade do sangue e das 
hemorragias é feito pela plasmaferese. Nos pacientes que 
apresentam hiperuremia, administra-se alopurinol e líquidos, sendo 
a hemodiálise é indicada para pacientes com falência renal. 
Para a doença óssea pode ser realizada a tentativa de 
tratamento com bisfosfanatos. Pode ser indicado o transplante 
autólogo de medula óssea, onde os hemocitoblastos são coletados 
da corrente sangüínea, após mobili zação destas células estimulada 
pela administração de ciclofosfamida e do fator humano 
recombinante estimulador de colônia granulocítico, para 
readministração no paciente após a radioterapia. 
 32 
6. MONOGRAFIAS 
 
A seguir estão apresentadas algumas monografias dos 
fármacos citados. 
 
Legenda: VO – via oral; IV – intravascular; IM – intramuscular. 
 
 Nome genérico ácido fólico 
Apresentação Comprimidos de 5 mg 
Via de 
administração 
VO 
Classe 
Terapêutica 
Vitamina hidrossolúvel 
Uso Tratamento de anemia megaloblástica e 
macrocítica devido a deficiência de folato 
Mecanismo de 
ação 
O ácido fólico é necessário para a formação de 
inúmeras coenzimas em vários sistemas 
metabólicos, particularmente para a síntese de 
purina e pirimidina; é requerido para a síntese 
de nucleoproteínas e manutenção da 
eritropoise, estimula a produção de plaquetas e 
leucócitos na anemia por deficiência de folato. 
Interação 
medicamentosa 
Pode aumentar o metabolismo da fenitoína, 
diminuindo sua efetividade. A primidona, a 
fenitoína, a sulfassalazina e o ácido para-
aminosalicílico podem diminuir a 
concentração de folato sangüíneo resultando 
em deficiência de ácido fólico. 
Contra indicação Anemia perniciosa, aplástica e normocítica 
Posologia 
�
Deficiência 
• Crianças (< 1 ano): 15 mcg/Kg/dose/dia 
• Crianças (1 a 10 anos): 1 mg/dia - dose 
inicial; 0,1 a 0,4 mg/dia – manutenção 
• Crianças maiores de 11 anos, adultos e 
idosos: 1mg/dia - dose inicial; 0,5 mg/dia 
– manutenção 
 33 
�
Mulheres grávidas e em período de 
amamentação, doença hemolítica, 
alcoolismo: 0,8 - 1 mg/dia 
Parâmetros de 
Monitorização 
Hemoglobina 
Informação ao 
paciente 
Tomar ácido fólico como suplemento somente 
com recomendação médica 
Absorção: parte proximal do intestino delgado 
Ligação a proteínas: liga-se extensivamente às 
proteínas plasmáticasArmazenamento: no fígado 
Pico de efeito: oral (0,5 a 1 hora) 
Biotransformação: hepática; na presença de 
ácido ascórbico é convertido no fígado e no 
plasma à sua forma metabolicamente ativa 
(ácido tetraidrofólico) pela diidrofolato 
redutase 
Farmacocinética 
Excreção: pela urina 
Reações 
Adversas 
Broncoespasmo, leve rubor, irritabili dade, 
dificuldade para dormir, confusão, mal estar, 
prurido, erupções, transtornos gastrintestinais, 
reações de hipersensibili dade. É dialisável 
 
 34 
 
Nome genérico ácido folínico (leucovorina cálcica ou 
folinato de cálcio) 
Apresentação comprimido 15 mg 
frasco-ampola com 50 mg; ampola de 1 mL 
com 3,0 mg que devem ser armazenadas em 
temperatura ambiente e ao abrigo da luz. 
Via de 
administração 
VO; IV; IM 
Classe 
Terapêutica 
antídoto de antagonistas do ácido fólico 
(metotrexato, pirimetamina, trimetoprima); 
derivados do ácido fólico; vitamina solúvel em 
água; antianêmico, antineoplásico adjuvante 
Uso antídoto de antagonistas do ácido fólico 
(metotrexato, pirimetamina, trimetoprima), 
tratamento da anemia megaloblástica quando 
há deficiência de folato e este não pode ser 
administrado por VO 
Mecanismo de 
ação 
é a forma reduzida do ácido fólico, não sendo 
afetado pelos inibidores da diidrofolato 
redutase, permitindo a síntese de purinas e 
timinas e, portanto, do DNA, RNA e 
proteínas. 
Interação 
medicamentosa 
altas doses pode inibir o efeito anticonvulsivo 
da fenitoína, do fenobarbital e da primidona, e 
pode desencadear crises em crianças 
susceptíveis; pode aumentar o risco de 
toxicidade (câncer colorretal avançado) do S-
fluoracil; em elevadas dosagens, pode reduzir 
a ação do metotrexato 
Contra indicação na anemia perniciosa ou anemias 
megaloblásticas deficientes de vitamina B12; 
na insuficiência renal; este fármaco não deve 
ser administrado intratecalmente / 
intraventricularmente. O risco/benefício deve 
ser avaliado em situações como: acidúria, 
ascite, desidratação, obstrução gastrintestinal, 
derrame pleural ou intraperitoneal, 
comprometimento renal e gravidez 
 35 
ascite, desidratação, obstrução gastrintestinal, 
derrame pleural ou intraperitoneal, 
comprometimento renal e gravidez 
Posologia Crianças e Adultos: �
tratamento de overdose de antagonistas do 
ácido fólico (por ex., pirimetamina ou 
trimetoprima) 
• tratamento VO ou IM: 2-15 mg/dia por 
3 dias ou até que a contagem 
sangüínea normalize-se. 
• prevenção: 0,4-5,0 mg (base) durante 3 
dias; doses de 6 mg/dia são necessárias 
para pacientes com contagem de 
plaquetas < 100.000/mm3 �
anemia megaloblástica deficiente de 
folato: 
• VO ou IM: 1 mg (base)/dia �
anemia megaloblástica secundária por 
deficiência congênita de diidrofolato 
redutase: 
• VO ou IM: 3-6 mg/dia �
intoxicação com metotrexato: 
• VO, IM ou IV: 10 mg/m2 (base) cada 6 
h até que a concentração sérica do 
metotrexato seja inferior a 5x10-8 
molar 
OBS.: 
• para infusão IV não exceder a 
velocidade de 160 mg/min 
• o medicamento deve ser administrado 
parenteralmente ao invés de oralmente 
em pacientes com toxicidade GI, 
náusea, vômito e quando a dose 
individual exceder 25 mg. 
Parâmetros de 
Monitorização 
Monitorar a concentração plasmática de 
metotrexato. O folinato de cálcio deve ser 
administrado até que o nível plasmático de 
metotrexato seja < 1 x 10-8 molar. Cada uma 
das doses de folinato de cálcio pode ser 
aumentada se a concentração plasmática de 
metotrexato estiver excessivamente alta. 
 36 
metotrexato seja < 1 x 10-8 molar. Cada uma 
das doses de folinato de cálcio pode ser 
aumentada se a concentração plasmática de 
metotrexato estiver excessivamente alta. 
Advertências Informar ao médico a ocorrência de gravidez 
ou se está tentando engravidar antes de tomar 
folinato de cálcio. O folinato de cálcio pode 
ser tomado conjuntamente com alimentos ou 
em separado. Faça exatamente como indicado; 
tome o medicamento com espaços de tempo 
regulares tanto de dia como à noite. 
Absorção: rápida por VO e IM 
Início do efeito: em 30 min por VO (absorção 
diminui para doses acima de 25 mg); 10-20 
min por IM; 5 min por IV 
Duração: 3 a 6 h 
Biotransformação: rapidamente convertido em 
5-metiltetrahidrofolato (5MTHF) (ativo) pela 
mucosa intestinal e pelo fígado 
Meia vida: 15 min (folinato) e 6,2 h (5MTHF) 
Farmacocinética 
Eliminação: principalmente na urina (80% a 
90%) e pela bile (5% a 8%) 
Reações 
Adversas 
Reações alérgicas raras como exantema, 
urticária, prurido e respiração sibilante. 
 
 37 
 
Nome genérico sulfato ferr oso 
Apresentação Comprimidos de 300 mg que devem ser 
armazenados em frascos herméticos pois 
oxidam-se facilmente em contato com o ar 
Gotas com 125 mg/mL (25 mg de ferro 
elementar/mL) 
Via de 
administração 
VO 
Classe 
Terapêutica 
Sal de Ferro 
Contra indicação Hemocromatose, anemia hemolítica, 
hipersensibili dade a sais de ferro 
Posologia � Deficiência de ferro (doses expressas em 
ferro elementar) 
• Crianças: anemia severa: 4 a 6 mg de 
ferro/Kg/dia divididos em 3 doses; anemia 
leve a moderada: 3 mg de ferro/Kg/dia 
divididos em 1 ou 2 dose 
• Adultos: 300 mg 2 vezes ao dia até 300 
mg 4 vezes ao dia ou 250 mg (forma de 
liberação controlada) 1 a 2 vezes por dia 
� Profilaxia (doses expressas em ferro 
elementar) 
• Crianças: 1 a 2 mg de ferro/Kg/dia até o 
máximo de 15 mg/dia 
• Adultos: 300 mg/dia 
Parâmetros de 
Monitorização 
Hemoglobina, hematócrito, contagem de 
reticulócitos, ferritina sérica 
Informação ao 
paciente 
As fezes podem apresentar-se com a coloração 
enegrecida; tomar entre as refeições para 
maior absorção; pode ser ingerido com 
alimento se ocorrer desconforto 
gastrintestinal; não ingerir com leite ou anti-
ácidos; deixe longe do alcance das crianças 
 38 
Início da resposta hematológica: a forma e 
coloração das células vermelhas mudam 
dentro de 3 a 10 dias 
Pico de reticulocitose: ocorre em 5 a 10 dias, e 
o valor de hemoglobina aumenta dentro de 2 a 
4 semanas 
Absorção: o ferro é absorvido no duodeno e 
no jejuno superior; em pacientes que possuem 
armazenamento sérico de ferro normal, 10% 
de uma dose oral é absorvida; já em pacientes 
com deficiência no armazenamento ocorre um 
aumento de 20 a 30%. Alimentos e acloridria 
diminuem a absorção. 
Farmacocinética 
Eliminação: o ferro é amplamente ligado a 
transferrina sérica e excretado pela urina; 
fezes; suor; queda de pele, cabelos e unhas; 
mucosa intestinal e menstruação. 
Reações 
Adversas 
Irritação gastrintestinal, dor epigástrica, 
náusea, fezes escurecidas, vômito, cãibra no 
estômago e constipação. Antídoto para 
overdose: deferoxamina que pode ser 
administrada IV (80 mg/Kg em 24 h) ou IM 
(40-90 mg/Kg a cada 8 h) 
 
 39 
 
Nome genérico sacarato de óxido de ferr o 
Apresentação Ampola com 10 mg/5 ml 
Via de 
administração 
IV 
Classe 
Terapêutica 
Sais de ferro. 
Uso Anemias ferropênicas graves, nefropatas 
recebendo eritropoetina, pós hemorragias, pós 
ressecção gástrica, pós parto, pós cirurgia e na 
impossibili dade de utili zar-se a ferroterapia 
por via oral como em diarréias crônicas, 
retocolite ulcerativa, anemia hipocrômica 
essencial, anemias alimentares e por parasitas. 
Contra indicação Não deve ser utili zado em condições de 
hemocromatose e hemosiderose. Nas 
talassemias e doença inflamatória crônica tal 
como artrite reumatóide para o qual o ferro é 
contra indicado. Deve-se ter cautela quando 
for administrar em pacientes etili stas, pois 
estes apresentam reserva aumentada deste íon. 
Posologia Para evitar possíveis efeitos colaterais, como o 
de caráter anafilactóide, recomenda-se utili zar 
dose de teste de 0,5 ml no primeiro dia; no 
segundo dia 2,5 ml; terceiro dia 5,0 ml; quarto 
dia 10,0 ml. Em seguida 10 ml duas vezes por 
semana até atingir a dose calculada. 
Reações 
Adversas 
Cefaléia, mal estar, febre, linfadenopatia 
generalizada, artralgias, exacerbação de artrite 
reumatóide, reação anafilática. 
 
 40 
 
Nome genérico hidroxicobalamina(vitamina B12) 
Apresentação Ampola de 2 mL com 5.000 e 15.000 mcg 
Via de 
administração 
Injetável IM somente, pode requerer co-
administração de ácido fólico 
Classe 
Terapêutica 
Vitamina hidrossolúvel. Possui as mesmas 
propriedades da cianocobalamina, porém 
possui ação mais prolongada. Alguns 
pacientes criam anticorpos ao complexo 
hidroxicobalamina e transcobalamina II , 
portanto prefere-se a cianocobalamina para o 
tratamento de anemia perniciosa. 
Uso Tratamento da anemia perniciosa, deficiência 
de vitamina B12 , aumento da necessidades de 
vitamina B12 como na gravidez, tirotoxicose, 
hemorragia, doenças hepáticas e renais 
Mecanismo de 
ação / Efeito 
A hidroxicobalamina é uma coenzima para 
várias funções metabólicas como no 
metabolismo de carbohidratos, gorduras e 
síntese proteíca, utili zada na replicação celular 
e hematopoiese 
Contra indicação Hipersensibili dade a hidroxicobalamina, 
cobalto, pacientes com atrofia de nervo óptico 
hereditária 
Posologia � Deficiência 
• Crianças: 1-5 mg administradas em dose 
única, 100 mcg por 2 ou mais semanas, 
seguidas de 30 a 50 mcg/mês 
• Adultos: 30 mcg/dia por 5 a 10 dias, 
seguidos por 100 a 200 mcg/mês 
Parâmetros de 
Monitorização 
Contagem de reticulócito, hematócrito, níveis 
séricos de ferro e ácido fólico antes do 
tratamento e após a primeira semana de 
tratamento, e rotineiramente. 
Informação ao 
paciente 
A terapia pode ser exigida por toda a vida; não 
tome ácido fólico no lugar de 
hidroxicobalamina para prevenção de anemia. 
 41 
hidroxicobalamina para prevenção de anemia. 
Absorção: trato gastrintestinal (metade inferior 
do íleo) 
Ligação a proteínas: transcobalaminas 
Distribuição: acredita-se que seja feito pela 
transcobalamina II aos tecidos 
Armazenamento: no fígado e excretado na bile 
Retenção pelo corpo: 90% de uma dose de 100 
mcg e 30% de uma dose de 1000 mcg 
Bitransformação: hepática 
Meia-vida: 6 dias (400 dias no fígado) 
Farmacocinética 
Excreção: pela urina (inalterada) e fezes 
(produtos de biotransformação) 
Reações 
Adversas 
prurido, diarréia 
 
 42 
 
Nome genérico Epoetina 
Apresentação Ampola com 2.000, 4.000 e 10.000 UI 
Farmacologia Epoetina é uma glicoproteína produzida por 
meio de DNA recombinante. Contém 165 
aminoácidos em sequência idêntica à da 
eritropoetina humana endógena, produzida 
principalmente pelo rim e que induz a 
eritropoiese estimulando a produção de 
hemácias. 
Classe 
Terapêutica 
Antianêmico renal 
Mecanismo de 
ação 
Induz a eritropoese estimulando a produção de 
hemácias; também induz a liberação de 
reticulócitos da medula óssea na corrente 
sanguínea, onde os eritrócitos se maturam. 
Farmacocinética 
/ 
Farmacodinâmic
a 
�
início da ação: verificada quando há 
aumento na contagem de reticulócitos (7 a 
10 dias) e no aumento da contagem de 
eritrócitos, hematócrito e hemoglobina (2 a 
6 semanas). �
concentração máxima: pela via IV em 15 
minutos; via SC de 5 a 24 horas. �
efeito máximo: atingido em 2 meses com 
administração de 100 a 150 UI/kg, 3 vezes 
por semana (aumento de eritrócito). �
duração do efeito (começo da diminuição 
do hematócrito): cerca de 2 semanas após 
a suspensão da administração. �
meia vida de eliminação: de 4 a 13 horas 
em pacientes com insuficiência renal 
crônica; 20% à menos com função renal 
normal. �
distribuição: Vd: 9L; rápida no plasma; a 
maior parte concentra-se no fígado, rins e 
medula óssea. 
Indicação 
�
tratamento de anemias associada com 
insuficiência renal em (usuários da 
diálise). 
 43 
insuficiência renal em (usuários da 
diálise). �
anemias em pacientes oncológicos que 
recebem tratamento com quimioterápicos 
para neoplasias não mielóides. �
 anemias relatadas na AIDS, bem como 
portadores que fazem terapia com AZT. �
níveis sorológicos de eritropoetina muito 
baixos em relação ao nível de 
hemoglobina (ex: anemia em neoplasia). 
Contra-indicação Hipersensibili dade à albumina humana ou 
produtos derivados de células de mamíferos; 
hipertensão não controlada. 
Via de 
administração 
Intravenosa ou subcutânea. 
Estabili dade Frasco ampola de uso único é estável por 2 
semanas em temperatura ambiente; frasco 
ampola multidose é estável por 1 semana em 
temperatura ambiente. 
Posologia Dose inicial: IV; SC: 50-150 UI/kg 3 vezes 
por semana, o horário das doses devem ser 
individualizadas com monitoramento rigoroso. 
A dose deve ser reduzida quando o 
hematócrito alcançar a taxa de 30 a 36% ou se 
houver aumento maior que 4 pontos em 2 
semanas. A dose pode ser aumentada de 25 a 
50 UI/kg, 3 vezes por semana se o hematrócito 
não aumentar de 5 a 8 pontos após 8 semanas 
de terapia. O aumento adicional de 25 UI/kg, 3 
vezes por semana pode ser feita no intervalo 
de 4 a 6 semanas até obter a resposta desejada. 
Doses excessivas de 300 UI/kg, 3 vezes por 
semana não são recomendadas pois não se 
observa aumento da resposta biológica. 
Parâmetros de 
monitorização 
�
A monitorização da pressão sanguínea é 
indicada, pois problemas com hipertensão 
são notadas principalmente em pacientes 
com disfunção renal. 
 44 
com disfunção renal. 	
devem ser monitorados os seguintes 
parâmetros: hematócrito, pressão arterial, 
hemograma completo e contagem de 
plaqueta, concentração de ferro, ferretina 
sérica e saturação da transferrina 
plasmática, avaliação neurológica, função 
renal (uréia, creatinina, fósforo, potássio, 
sódio e ácido úrico plasmático). 
Reação adversa 
	
reações mais freqüentes: distúrbios 
gastrintestinais, dor torácica, edema, 
taquicardia, aumento da pressão arterial, 
isquemia cerebral, encefalopatia 
hipertensiva, policitemia, aumento da 
resistência vascular, complicações 
trombóticas, ataques de isquemia 
transitória ou acidentes cerebrovasculares, 
infarto do miocárdio, artralgia óssea, 
astenia. 	
reações ocasionais: convulsões, síndrome 
tipo influenza amena (dores ósseas, 
musculares, calafrios, tremores, diaforese). 	
reações raras: exantema ou urticária. 
Precaução 
	
deve ser utili zada com cautela em 
pacientes com hipertensão arterial não 
controlada, doença vascular isquêmica, 
história de convulsões, distúrbios 
hematológicos e qualquer quadro clínico 
que diminua ou retarde a resposta à 
epoetina. 	
emprego de anti-hipertensivos, heparina e 
suplementos de ferro enquanto o paciente 
é tratado com epoetina, exige o aumento 
das doses dos três primeiros grupos 
farmacológicos. 	
deve-se controlar a taxa de hemoglobina 
uma a duas vezes por semana, até obter 
nível estável de 10 a 12 g/dL, passando-se 
então a observar esta taxa uma vez por 
semana. 
 45 
nível estável de 10 a 12 g/dL, passando-se 
então a observar esta taxa uma vez por 
semana. 
gravidez e os efeitos sobre o feto: a 
epoetina apresentou efeitos adversos em 
ratos quando a dose foi 5 vezes superior a 
dose usada em humanos. Como, não há 
estudos mais adequados em gestantes, o 
uso da epoetina deve ser avaliado, de 
forma que os benefícios justifiquem o 
potencial risco sobre o feto (risco "C"). 
Interação 
medicamentosa 
O uso concomitante com anti-
hipertensivos, pode elevar a pressão 
arterial, especialmente quando o valor do 
hematócrito está aumentando. 
Heparina aumenta o volume de eritrócitos, 
podendo causar coagulação no dializador. 
A suplementação de ferro é necessária 
devido ao aumento de mobili zação dos 
estoques de ferro para eritropoese. 
 
 
 46 
Quadro II – Fármacos que podem induzir alterações nos eritrócitos. 
 
Tipo de Efeito Fármaco 
Anemia 
sideroblástica 
cloranfenicol, cicloserina, etanol, 
isoniazida, pirazinamida 
Anemia aplásticaª acetazolamida, agentes antineoplásicos, 
carbamazepina, cloramfenicol, sais de ouro, 
hidantoínas, penicilamina, fenilbutazona, 
quinacrina 
Episódios de 
hemólise na 
deficiência de G6PD 
dapsona, furazolidona, azul de metileno, 
ácido nalidíxico, nitrofurantoína, 
fenazopiridina, primaquina, sulfacetamida, 
sulfametoxazol, sulfanilamida, sulfapiridina 
Anemia hemolítica 
Auto anticorpos metildopa,cefalosporina, diclofenaco, 
ibuprofeno, alfa-interferon, l-dopa, ácido 
mefenâmico, procainamida, teniposida, 
tioridazina, tolmetim 
Hapteno cefalosporinas, penicili nas, tetraciclina, 
etolbutamida 
Imuno complexos anfotericina, antazolina, cefalosporinas, 
clorpropamida, diclofenaco, dietilbestrol, 
doxepina, hidroclorotiazida, isoniazida, 
ácido p-aminosalicílico, probenecida, 
quinidina, quinina, rifampicina, 
sulfonamida, tiopental, tolmetim 
G6PD = glicose-6-fosfato desidrogenase. 
a Fármacos com mais de 30 casos relatados; muitos outros fármacos 
raramente estão associados com anemia aplástica e são considerados de 
baixo risco. 
 
 47 
7. Valores Laborator iais de Referência 
 
Sangue – volume total Homem: 69 mL/kg peso 
Mulher: 65 mL/kg de peso 
Sangue – volume plasmático Homem: 39 mL/kg peso 
Mulher: 40 mL/kg de peso 
Hemácias (10 6/ mm3) Homem: 4,5 - 6,0 
Mulher: 4,0 - 5,5 
RN: 5,0 - 7,0 
Hematócrito Homem: 38 - 54 % 
Mulher: 36 - 47 % 
Hemoglobina (g) Homem: 14 -18 
Mulher: 12 -16 
Criança: 12 - 14 
Recém-nascido: 14,5 - 24,5 
Volume globular (VG) 1 
Hemoglobina corpuscular 
média (HCM) 
27 - 33 ug 
Volume corpuscular médio 
(VCM) 
82 - 92 u3 
Concentração de 
hemoglobina corpuscular 
média (CHCM) 
32 – 62 % 
Reticulócitos Adulto: 0,5 - 1,5% do número de 
hemácias 
Recém-nascido: 2 - 4 % do número de 
hemácias 
Hemoglobina glicosilada 5,85 - 8,85 % 
Ferro (soro) 80 – 190 ug/dL 
Transferr ina sérica 170 - 370 mg/dL 
Capacidade de ligação total 
do ferro sérica 
250 - 410 g/mL 
Saturação sérica da 
transferr ina 
20 – 55 % 
Ferr itina sérica 2 – 20 ug/dL 
Folato sérico 2 – 10 ng/mL 
Vitamina B12 200 - 1000 pg/mL 
 48 
Tempo de trombina (TT): (normal de 25 a 35 segundos) 
Mede o tempo necessário para o plasma coagule após 
adição de trombina (bovina ou humana). Só avalia passos finais da 
via comum (fibrinogênio – fibrina). Promovem aumento do TT: 
afibrinogenemia, heparina, estreptoquinase. 
 
 
Tempo de protrombina (TP): (normal de 10 a 13 segundos) 
Avalia a deficiência dos fatores II , VII , IX e X. Devido à 
grande variabili dade de instrumentos e reagentes (fonte de 
tromboplastina) – INR (International Normalized Ratio): 
 
 INR = [TP paciente/TP normal] ISI 
 
(ISI: índice de sensibili dade internacional) 
 
 
Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA): (normal de 
21 a 45 segundos) 
Avalia o sistema intrínseco e a via comum. Ativador 
contido no reagente: caolim, sílica. 
 
Fibrinogênio: (normal de 200 a 400 mg/dL) 
O TT é mais sensível, porém estará prolongado quando a 
concentração de fibrinogênio é menor do que 100 mg/dL. A 
heparina interfere na determinação do fibrinogênio. 
 
 49 
8. Referências Bibliográficas 
 
1. Barbui, T.; Finazzi, G. Treatment of polycythemia vera. 
Haematologica, v.83, n.2, p.143-9, 1998. 
2. Blinder, M.A. Anemia and transfusion therapy. In: Carey, C.; 
Lee, H.; Woeltje, K. (eds.) The Washington Manual of 
Medical Therapeutics, 29th edition. Philadelphia: Lippincott 
Willi ams & Wilkins, 1998. On line version. 
3. Guia Farmacêutico Brasíndice. 459.ed. São Paulo, Andrei 
Publicações Médicas, Farmacêuticas e Técnicas Ltda, 1999. 
136 p. 
4. Hardman, J.G.; Limberd, L.E. (eds.) Goodman & Gilman’s 
the Pharmacological Basis of Therapeutics, 9th edition. New 
York: McGraw-Hill , 1996. 1905p. 
5. Karch, A.M. Lippincott’ s Nursing Drug Guide, 2000. 
Philadelphia: Lippincott Willi ams & Wilkins, 1999. 1456p. 
6. Korolkovas, A. Dicionário terapêutico guanabara. 6.ed. Rio 
de Janeiro, Guanabara Koogan, 1999. 
7. Lacy, C.F.; Armstrong, L.L.; Goldman, M.P.; Lance, L.L. Drug 
information handbook. 6.ed. Hudson, Lexi-Comp, 1998. 
1641 p. 
8. Lorenzi, T.F. Fisiologia Hematológica. In: Aires, M.M. (ed.) 
Fisiologia, 2a edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 
p.99-171. 
9. Martindale. The extra pharmacopoeia. 31.ed. London, Royal 
Pharmaceutical Society, 1996. 2739 p. 
10. Zanini, A.C. (ed.) Guia de medicamentos. 2.ed. São Roque, 
IPEX Editora, 1997. 1179 p. 
 50 
9. Testes para Auto-Avaliação 
 
 
1. Após a centrifugação de uma amostra de sangue, o sedimento 
será composto principalmente por: 
a) proteínas plasmáticas 
b) hemácias, leucócitos e plaquetas 
c) albumina, gama globulinas e fibrinogênio 
d) a e c estão corretas 
e) n.d.a. 
 
2. Um paciente fazendo uso de sulfato ferroso apresentou vários 
efeitos colaterais. Qual das alternativas não poderia representá-
los: 
a) irritação gastrintestinal 
b) alopécia 
c) vômito 
d) fezes escurecidas 
e) dor epigástrica 
 
3. Este mesmo paciente após consulta médica relatou ter ingerido 
uma overdose de sulfato ferroso, por engano. Qual seria o 
antídoto prescrito pelo seu médico? 
a) dopamina 
b) meglumina 
c) neostigmina 
d) deferoxamina 
e) n.d.a. 
 
4. Prescreveu-se para um recém-nascido 0,1 mg de ferro 
elementar. Esta dose eqüivale a: 
a) 0,6 mg de sulfato ferroso 
b) 0,5 mg de sulfato ferroso 
c) 0,7 mg de sulfato ferroso 
d) 0,62 mg de sulfato ferroso 
e) n.d.a. 
 
 51 
5. O ácido fólico é necessário para a formação de várias 
coenzimas de vários sistemas metabólicos. Este fármaco está 
indicado para: 
a) anemia perniciosa 
b) anemia aplástica 
c) anemia normocítica 
d) anemia ferropriva 
e) anemia megaloblástica 
 
6. Um paciente faz uso crônico de fenitoína. Em consulta médica 
diagnosticou-se anemia. Esta anemia pode ser decorrente de: 
a) diminuição da concentração de folato sangüíneo causada 
pela fenitoína 
b) diminuição da concentração de ferro sangüíneo causada 
pela fenitoína 
c) diminuição da concentração de hemácias causada pela 
fenitoína 
d) a e b são corretas 
e) a e c são corretas 
 
7. Um paciente portador do vírus HIV faz uso de pirimetamina 
para combater a toxoplasmose. Qual o melhor antídoto para ser 
utili zado neste paciente com a finalidade do mesmo não 
apresentar um quadro anêmico devido à pirimetamina: 
a) deferoxamina 
b) ácido fólico 
c) ácido folínico 
d) trimetropima 
e) n.d.a. 
 
8. A posologia da hidroxicobalamina em pacientes adultos e com 
deficiência desta vitamina é de 3 mcg/dia por 5 a 10 dias, 
seguido de 100 a 200 mcg/mês. Esta posologia se deve: 
a) metabolização renal 
b) meia-vida longa (6 dias sendo de 400 dias no fígado) 
c) ligação na transcobalamina I 
d) a e c estão corretas 
e) n.d.a. 
 52 
 
9. Um paciente com doença renal crônica, faz uso de epoetina a 
cada 15 dias no ambulatório onde se trata. A primeira dose foi 
aplicada a partir de um frasco-ampola em múltipla dose. A 
próxima dose não poderá ser retirada deste frasco-ampola pois: 
a) há menor possibili dade de ocorrer reações adversas 
b) o frasco-ampola só é estável por 1 mês em temperatura 
ambiente 
c) a contagem de reticulócitos só aumenta após 15 dias 
d) a estabili dade do frasco-ampola deste medicamento é de 
somente 1 semana em temperatura ambiente 
e) n.d.a. 
 
10. Qual a função de se realizar teste com o sacarato de óxido de 
ferro antes da administração da dose terapêutica: 
a) evitar possíveis efeitos colaterais 
b) evitar a administração de grandes volumes pela via IM 
c) evitar possível reação anafilactóide 
d) b e c estão corretas 
e) a e b estão corretas 
 
11. Na trombocitopenia púrpura idiopática, há destruição das 
plaquetas por anticorpos. Desta forma, no tratamento 
recomenda-se a administração de fármacos imunossupressores, 
os quais incluem: 
a) corticosteróides, danazol e azotioprina 
b) vincristina, vimblastina e ácido fólico 
c) epoetina, imunoglobulina IV e aspirina 
d) b e c estão corretas 
e) a e b estão corretas 
 
12. O uso da heparina em pacientes apresentando coagulação 
intravascular disseminada é controverso pois pode: 
a) produzir anemia hemolítica 
b) exacerbar as hemorragias 
c) mascarar a causa da doença 
d) induzir a formação de talassemias 
e) n.d.a. 
 53 
 
13. Nos recém-nascidos, a medula óssea está funcionante em: 
a) ossos ilíacos, externo e costelas 
b) cartilagens de quase todo o organismo 
c) coluna espinhal e fêmur 
d) baço e timo 
e) quasetodos os ossos 
 
14. A policitemia vera é tratada pela: 
a) promoção de citorredução e administração de fármacos 
antitrombóticos 
b) administração de fármacos mieloestimulantes 
c) aplicação de vincristina e transplante de medula 
d) administração de agentes quimioterápicos como busulfan e 
hidroxiurea 
e) aplicação de epoetina 
 
15. A forma de leucemia aguda mais freqüente, além de ser o tipo 
mais comum de câncer entre crianças, é: 
a) leucemia mielogênica aguda 
b) linfoma de Hodgkin 
c) linfoma não Hodgkin 
d) leucemia linfocítica aguda 
e) policitemia vera 
 
16. Como tratamento paliativo para leucemia mielogênica crônica 
inclui-se: 
a) esplenectomia e quelação do ferro com deferoxamina 
b) leucoferese e flebotomia 
c) radioterapia e quimioterapia 
d) as três alternativas anteriores estão corretas 
e) n.d.a. 
 
17. Procurando-se diminuir a linfadenopatia e a esplenomegalia 
em pacientes que sofrem de leucemia linfocítica crônica, é 
indicada a administração de: 
a) clorambucil 
b) ciclofosfamida 
 54 
c) prednisona 
d) todas as anteriores estão corretas 
e) n.d.a. 
 
18. A quimioterapia para o tratamento do linfoma de Hodgkin 
emprega 3 ou 4 fármacos intercalados, visando: 
a) evitar resistência do tumor aos fármacos 
b) destruição dos diferentes tipos celulares envolvidos 
c) recuperação da toxicidade promovida por estes fármacos 
d) reduzir o risco de formação de metástases 
e) n.d.a. 
 
19. A administração de alopurinol e de bisfofanatos em pacientes 
apresentando mieloma múltiplo possui a finalidade de tratar, 
respectivamente: 
a) a doença óssea e a coagulação intravascular disseminada 
b) hiperuremia e a doença óssea 
c) a hiperviscosidade do sangue e as hemorragias 
d) a hemólise intravascular e a hiperviscosidade do sangue 
e) n.d.a. 
 
20. Alguns fármacos podem induzir alterações hematológicas. O 
cloranfenicol e o etanol, por ex., estão relacionados ao 
desenvolvimento de: 
a) trombocitopenia 
b) coagulação intravascular disseminada 
c) anemia hemolítica 
d) anemia aplástica 
e) anemia sideroblástica 
 55 
 
 
Gabarito 
 
 
 
1. b 6. a 11. a 16. c 
2. b 7. c 12. b 17. d 
2. d 8. b 13. e 18. c 
4. b 9. d 14. a 19. b 
5. e 10. e 15. d 20. d 
 
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https://www.researchgate.net/publication/235243934

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