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Mateus Castro MED 2021 SEMANA 8 CIRURGIA V SÍNDROME DE OCLUSÃO INTESTINAL (Aguda x Crônica) – HÉRNIAS OBSTRUÇÃO INTESTINAL – ASPECTOS GERAIS Classificação MECANISMO ° Mecânica: agente físico. ° Funcional: comprometimento da função motora do intestino. ALTURA ° Alta: até o jejuno. ° Baixa: íleo e cólon. GRAU ° Total: não passa nada. ° Suboclusão: diarreia paradoxal. GRAVIDADE ° Simples. ° Complicada: sofrimento de alça (isquemia → estrangulamento). Manifestações Clínicas • Parada de eliminação de gases e fezes. • Dor em cólica (peristalse intensa tentando vencer o ponto de obstrução). • Distensão abdominal. Outras manifestações: 1 – Vômitos: • Obstrução alta: vômitos precoces. • Obstrução baixa: vômitos tardios (fecaloides). 2 – Diarreia paradoxal. 3 – Peristalse aumentada: em especial no início do quadro de obstrução. Peristalse de luta, tendo um timbre metálico. Ao pensar num paciente com obstrução intestinal o TOQUE RETAL é obrigatório durante a avaliação clínica: avaliar presença de gases, fezes, massa, fecaloma na ampola retal. • Ampola retal vazia: obstrução total. • Ampola retal cheia: obstrução funcional. Diagnóstico Laboratório: • Alcalose metabólica hipoclorêmica: por conta dos vômitos. • HipoKalemia: SRAA. • Acidose metabólica: diante de isquemia, a alcalose inicial pode se transformar em uma acidose. Radiografia – Rotina de Abdome Agudo: • RX tórax AP + abdome em pé e deitado. • Define o sítio de obstrução. Obstrução Delgado ° Distensão central (até 5cm). ° Pregas coniventes: empilhamento de moedas. Obstrução Cólon ° Distensão periférica (grosseira). ° Haustrações. Tomografia Computadorizada: • Indicada diante de um RX inconclusivo. Tratamento Suporte – Para Todos: • Dieta zero. • Hidratação venosa. • Sonda nasogástrica. • Correção de DHE e ácido-base. Obstrução Mecânica ° Parcial e não complicada: tratamento conservador (24 – 48hrs). ° Total ou complicada: cirurgia. Obstrução Funcional ° Tratamento conservador. OSTRUÇÃO INTESTINAL MECÂNICA Causas DELGADO Sítio + Comum de Obstrução Brida ou Aderência: causa mais comum. ° Obstrução + cirurgia abdominal prévia = brida. ° Uma vez operado, sempre será pensado em brida, independente se a cirurgia foi 40 anos atrás. Tratamento: ° Não complicada: suporte (48h) + gastrografin. ° Complicada ou refratário: lise de aderências. Outras causas: neoplasias, hérnias, íleo biliar. CÓLON Câncer: principal causa. Volvo: torção sobre o próprio eixo (nó nas tripas). ° Pode ocorrer em qualquer parte do TGI. ° O volvo de sigmoide é o mais comum. ° Obstrução em alça fechada: obstrução que ocorre em 2 pontos simultâneos – alto risco de necrose. Diagnóstico: ° RX – imagem em grão de café. ° Enema baritado: sinal do bico de pássaro. Mateus Castro MED 2021 SEMANA 8 Tratamento: ° Não complicado: descompressão endoscópica + sigmoidectomia eletiva (pelo risco de recorrência da torção). ° Complicado: cirurgia de urgência. INFÂNCIA Intussuscepção: causa mais comum. ° Invaginação de uma alça intestinal uma dentro da outra. Bezoar: obstrução por alimento que não consegue digerir (fio, cabelo). Áscaris: parasitose mais associada à obstrução. Hérnias. ÍLEO BILIAR Definição: obstrução intestinal por um cálculo biliar. Fisiopatologia Colecistite + fístula entre a vesícula e o duodeno + impactação do cálculo no íleo distal + obstrução de delgado. Local mais comum: íleo distal (local mais estreito do TGI). Diagnóstico RX ou TC: Tríade de Rigler. • Pneumobilia. • Cálculo ectópico. • Distensão de delgado. Tratamento • Suporte. • Retirada do cálculo +/- colecistectomia. INTUSSUSCEPÇÃO INTESTINAL Definição: invaginação de uma alça intestinal dentro da outra. • Causa mais comum na infânica. • Idade mais comum: 3 meses – 6 anos. • Na criança a causa é idiopática. • Pode acontecer no adulto, tendo causa a presença de pólipos, divertículo, tumor. Manifestações Clínicas • Dor abdominal paroxística (vem do nada) e intermitente. • Massa palpável em aspecto de salsicha. • Fezes em geleia de framboesa: descamação da mucosa que está sendo isquemiada e sangue. Diagnóstico Clínica + Imagem: 1 – RX. 2 – USG: o mais usado hoje → achados de imagem em alvo ou sinal do pseudorim. 3 – Enema: diagnóstico e terapêutico. Tratamento Redução da invaginação com enema – bário, hidrossolúvel ou ar. Faz-se a injeção de contraste via retal, em sentido oposto ao da peristalse – ao ter uma força contrária, consegue desfazer a invaginação das alças. Casos refratários ou adulto: cirurgia. OBSTRUÇÃO INTESTINAL FUNCIONAL Definição: comprometimento da função motora do intestino. ÍLEO PARALÍTICO Definição: todo o intestino vai estar paralisado. Causas • Pós-operatório: fisiológico (delgado 24h, estômago 48h, cólon 72h). • Drogas (opioides). • Distúrbios hidroeletrolíticos. • Processos inflamatórios. Manifestações Clínicas • Parada da eliminação de fezes e gases. • Dor abdominal. • Distensão abdominal. • Peristalse diminuída. Tratamento Excluir causas mecânicas + suporte. Mateus Castro MED 2021 SEMANA 8 PSEUDO OBSTRUÇÃO COLÔNICA AGUDA – SÍNDROME DE OGILVIE Definição: somente o cólon vai estar obstruído. • Paciente grave (CTI, sepse, grande queimado). Manifestações Clínicas • Dor abdominal. • Distensão colônica. • Peristalse está presente. Tratamento Excluir causas mecânicas + Suporte. Sem resposta (48 – 72 h) ou ceco > 12 cm: Neostigmina: dose de parassimpático e é o miojo – em 3 minutos o intestino volta a funcionar. Cuidados: Paciente pode cursar com bradicardia (deixar dose de atropina pronta). Sem resposta ou parcial: descompressão colonoscópica. Sem resposta ou parcial: cecostomia percutânea ou cirúrgica. HÉRNIAS DA PAREDE ABDOMINAL Anatomia De dentro para fora... Alças intestinais → Peritônio → Gordura. Canal Inguinal : fáscia transversalis. Componentes da parede posterior do canal inguinal: • Fáscia transversalis. • Músculo transverso. • Músculo oblíquo interno. : anel inguinal interno (início do canal inguinal). : canal femoral – sempre se anuncia abaixo do ligamento inguinal. Componente único da parede anterior do canal inguinal: • Aponeurose do músculo oblíquo externo. Na aponeurose tem 2 aberturas que são o anel inguinal externo – marca o final do canal inguinal. O canal inguinal é um tobogã que começa que anel inguinal interno → anel inguinal externo. Estruturas: Homem ° Funículo espermático: m. cremaster, vv deferentes, plexo pampiniforme... ° Conduto peritônio-vaginal fechado. Mulher ° Ligamento redondo do útero. A formação do testículo é intra-abdominal, e com vários estímulos esse testículo desde para a bolsa escrotal – para essa descida ele passa pelo canal inguinal. A porta do anel inguinal externo tem um peritônio – para que ocorra essa descida bacana e o não retorno, esse conduto deve ser fechado. Hérnias da Região da Virilha • A hérnia inguinal mais comum de todas é a inguinal indireta. Hérnia Inguinal Indireta Conceito: se anuncia através do anel inguinal INtermo. Essa hérnia tenta imitar o caminho feito pelo testículo anos atrás. Assim, para que ocorra isso deve ter a persistência do conduto peritônio vaginal – consegue passar. Causa: defeito congênito – não fechamento do conduto peritônio-vaginal. Quando a hérnia é competente na imitação, ela segue o caminho do testículo e chega na bolsa escrotal – hérnia inguino escrotal. • Típica da infância. Hérnia Inguinal Direta Causa: defeito adquirido – enfraquecimento daparede posterior (fáscia transversalis – triângulo de Hesselbach). Limites: ligamento inguinal, vasos epigástricos inferiores e borda latera do músculo retoabdominal. Mateus Castro MED 2021 SEMANA 8 • A hérnia direta se anuncia através do triângulo de Hesselbach. Indireta x Direta INDIRETA DIRETA Lateral aos vasos epigástricos inferiores. Medial aos vasos epigástricos inferiores. Exame físico: ponta do dedo. Exame físico: polpa do dedo. Tem risco de encarcerar. -- A manobra do exame físico é fazer uma palpação no canal inguinal externo e pedir para o paciente realizar manobra de Valsalva e observar onde a hérnia vai tocar no dedo do examinador. Hérnia INdireta se apresenta através do canal inguinal INterno, sendo um defeito congênito típico da INfância e das hérnias inguinais é a que mais INcarcera. Hérnia Femoral (Crural) Definição: se anuncia abaixo do ligamento inguinal. • Mais comum de ocorrer em mulheres – mas a mais comum nas mulheres é a inguinal indireta por ser a mais comum da vida. • Mais comum de ocorrer à direita. • Maior risco de encarceramento. Classificação de Nyhus I – Indireta com anel inguinal interno normal. II – Indireta com anel inguinal interno dilatado. III – Defeito na parede posterior (posTRÊSrior). A: direta / B: indireta / C: femoral IV – Recidivante A: direta / B: indireta / C: femoral / D: mista Tratamento Hérnia Inguino-Femoral O primeiro passo para iniciar o tratamento é avaliar o tipo de hérnia: • Redutível: vai pra fora e volta. O tratamento deve ser cirurgia eletiva. • Encarcerada: vai pra fora e não volta. Inicialmente o tratamento é uma redução manual – se for um caso refratário ou houver risco de complicação (estrangulamento) deve- se indicar cirurgia de urgência. • Estrangulada: sofrimento isquêmico. O tratamento é cirurgia de emergência. ° Quanto maior o tempo (> 6 – 8hr) de encarceramento, maior o risco de estrangulamento, assim indicando a cirurgia de urgência. ° Se houver obstrução, tem maior risco de complicação, devendo-se indicar a cirurgia de urgência. ° Se houver redução manual durante a anestesia de uma hérnia que estava suspeitado de hérnia estrangulada: a indicação de cirurgia é uma laparototomia. Nos outros casos a abordagem pode ser feita por inguinotomia. Técnica Cirúrgica Abordagem Anterior ° Herniorrafia anterior + reforço da parede posterior. Técnicas: ° Shouldice: imbricação de músculos. É difícil de ser feita e o paciente pode ter dor no pós-op. ° Lichtenstein: técnica de escolha – é colocada uma tela livre de tensão, tendo baixo índice de recidiva. ° Mc Vay: boa para hérnia femoral (lig. Cooper). Abordagem Posterior ° Na abordagem posterior sempre utiliza tela. Indicações: ° Hérnias primárias e unilaterais, em especial no sexo feminino. ° Hérnias bilaterais. ° Quadros de recidiva: na recidiva sempre deve ser indicada uma abordagem diferente da abordagem primária – para evitar fibrose. Técnicas: ° TEP: totalmente extraperitoneal. ° TAPP: transabdominal pré-peritoneal. *A técnica de Shouldice é difícil, tem que dar um shoul de cirurgia para dar conta, só cirurgyana, maris, karis e yagão. Outros Tipos de Hérnias • Hérnia de Richter: ocorre pinçamento da borda antimesentérica – o paciente pode ter isquemia sem obstrução. Ocorre mais comumente na hérnia femoral. • Hérnia de Littré: o conteúdo da hérnia é o divertículo de Meckel. • Hérnia de Amyand: o conteúdo é o apêndice. • Hérnia de Garangeot: apêndice como conteúdo de uma hérnia femoral. Mateus Castro MED 2021 SEMANA 8 Hérnias na Infância • Hérnia inguinal: cirurgia pelo risco de encarceramento, por ser indireta. • Hérnia umbilical: defeito congênito – não fechamento da cicatriz umbilical, tendo uma tendência de resolução espontânea (até 2 anos), e o tratamento seja conservador. Indicações cirúrgicas para hérnia umbilical: ° Concomitante a hérnia inguinal. ° Defeito > 2cm. ° Associação com DVP. ° Não fechamento com até 4 – 6 anos. Anotações: Mateus Castro MED 2021 SEMANA 8 OBSTETRÍCIA I SANGRAMENTOS DA PRIMEIRA METADE DA GRAVIDEZ QUANDO VEJO GESTAÇÃO? Pelo USG transvaginal: • 4 semanas: saco gestacional. • 5 semanas: vesícula vitelínica. • 6 – 7 semanas: embrião/BCF+. • Saco gestacional > 25mm: embrião. Pelo USG abdominal todos os achados são vistos 1 semana para frente. 1° metade da gestação: < 20 semanas. 2° metade da gestação: > 20 semanas. Até que se prove o contrário, todas as pacientes que apresentam dor + sangramento com < 20 semanas de gestação = abortamento. ABORTAMENTO Primeiro exame: exame especular. Apresentação Clínica Colo Aberto: • Incompleto: útero menor do que deveria para a idade gestacional com cólica e sangramento. • Inevitável: útero com tamanho compatível com idade gestacional (tem menino dentro) com cólica e sangramento – mesmo com o feto vivo. • Infectado: odor fétido, secreção purulenta, febre e outros achados infecciosos. Colo Fechado: • Completo: saiu todo o material – o útero se apresenta menor para a idade gestacional. Paciente mostra uma melhora do quadro de dor e sangramento. • Ameaça: útero compatível com idade gestacional e feto vivo (BCF+). • Retido: embrião morto dentro – dependendo do tempo de morte do feto os sintomas típicos de gravidez podem ir involuindo. Para os casos de pacientes com colo fechado o USG é mais importante para fechar o diagnóstico. COLO FECHADO Clínica Conduta ° Completo: Útero vazio (endométrio < 15mm) e menor que o esperado para IG. ° Orientação. ° Ameaça: Embrião vivo com útero compatível para IG. ° Orientação. ° Repouso. ° Antiespasmódico. ° Infectado: Embrião morto e útero menor que o esperado para a IG. ° Esvaziamento. - Pode esperar 1 – 2 sem para expulsão natural, mas tem maior risco de infecção. COLO ABERTO Clínica Conduta ° Incompleto: Útero menor que o esperado para a IG com presença de restos. ° Esvaziamento. ° Inevitável: Útero compatível com IG (embrião). ° Esvaziamento. ° Infectado: Febre, odor fétido com leucocitose. ° Antibiótico. ° Esvaziamento. Esvaziamento do Útero < 12 sem ° AMIU (melhor para úteros miúdos – sendo a preferência) ou Curetagem. > 12 sem ° Sem feto: curetagem. ° Com feto: Misoprostol +/- curetagem (se ficarem restos depois do miso). Outras Classificações • Precoce: < 12 semanas. • Tardio: > 12 semanas. • Espontâneo: acontece naturalmente. • Provocado: nem sempre é criminoso. • Esporádico: a causa mais comum são as trissomias (16 em especial). • Habitual: 3 ou mais perdas. Abortamento Provocado Permitido no Brasil: • Anencefalia: IG > 12 semanas, com necessidade de 2 médicos assinarem o laudo da USG. É permitido em qualquer IG. • Risco de vida: em qualquer IG, com necessidade de 2 médicos assinarem laudo. • Estupro: permitido até 20 – 22 semanas. Mateus Castro MED 2021 SEMANA 8 Outras malformações: necessitam de autorização judicial para abortamento. Abortamento Habitual Definição: 3 ou mais perdas – na prática, inicia a investigação a partir de 2 perdas. Incompetência Istmo Cervical • Causa de abortamento tardio. • A criança vai crescendo, pesando e o colo vai ficando curto e abrindo. • Os abortamentos vão ficando cada vez mais precoces. • Feto nasce vivo e morfologicamente normal. • Conduta: circlagem entre 12 – 16 semanas pela técnica de Mc Donald. Sd. Anticorpo Antifosfolipídeo • Colo normal. • Pode ter LES associado. • Anticorpos +: Anticardiolipina, anticoagulante lúpico ou anti-beta 2glicoproteína. Os anticorpos devem ser solicitados 2 vezes em momentos diferentes. • Tromboses de repetição. • Feto morto. • Conduta: AAS + Heparina DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL Benigna ° Mola Hidatiforme: completa ou parcial. Maligna ° Mola invasora: mais comum. ° Coriocarcinoma. ° Tumor trofoblástico do sítio placentário. *Uma mola maligna pode ser após uma gestação normal. Mola Completa Formada quando um espermatozoide normal (23X) fecundou um óvulo sem carga genética → 46XX. • Toda a carga genética é paterna, não tendo como formar embrião. • Não há embrião. • 20% de chance de malignização. Mola Parcial Formanda quando 2 espermatozoides entram num óvulo normal → 69XXY. • Todos os envolvidos são normais. • Tem formação de embrião. • Triploide. • 5% de chance de malignização. Quadro Clínico Sangramento de repetição, com aspecto de “suco de ameixa”, vesículas, aumento do útero e hiperemese. Outros achados: hipertireoidismo, pré-eclâmpsia precoce. Diante de um exame de B-HCG quantitativo muito elevado, deve-se pensar em: gemelar x mola. Na mola parcial, como tem parte normal e parte alterada, pode ter os valores próximos do valor de referência. Já a mola total tem mais característica de ser mais elevado. USG: imagem em “flocos de neve” ou “cachos de uva”. Tratamento Esvaziamento uterino + Histopatológico. • O melhor método de esvaziamento é a vácuo. • A curetagem pelo útero estar amolecido tem aumento do risco de perfuração. • Histerectomia: em pacientes > 40 anos e com prole definida. É indicada para diminuir o risco de malignização. • Anexos: não mexe neles – os achados de cistos de ovário irão regredir, pois são fruto de estímulo hormonal da doença de base. Controle de Cura Beta-hCG: • Dosagem semanal até 3 resultados negativos. • Dosagem mensal até 6 meses. Zugayb: a dosagem inicial é quinzenal → mensal. Ele não precisa de avaliação semanal. Achados Sugestivos de Malignização: • Aumento em 2 semanas (dias 1, 7 e 14). • 3 semanas em platô (dias 1, 7, 14 e 21): uma margem de erro de < 10% representa platô. • 6 meses ainda positivo (questionável). • Presença de metástases (pulmão, vagina). Malignização = quimioterapia. Mateus Castro MED 2021 SEMANA 8 Orientações: • Contracepção de alta eficácia. • Contraindicado DIU (invasivo). GRAVIDEZ ECTÓPICA Definição: gestação com implantação fora da cavidade uterina. Diagnóstico • Clínica: atraso menstrual com dor abdominal. • B-hCG: positivo (> 1500). • USG: útero vazio. Localização mais comum: trompas – região ampular. Na ausência de USG para o diagnóstico: • Beta: se duplicar (ou aumento 66%) em 48h, sugere gestação normal. • Progesterona: > 25, sugere gestação normal. Na apresentação clínica das pacientes nem sempre será evidenciado a presença de sangramento, quando ocorrer, esse sangramento é justificado pela reação Arias-Stella: • Descamação endometrial devido ao baixo aporte hormonal causando pela localização ectópica da gestação. Tratamento Conduta Expectante ° Ectópica íntegra + B-hCG declinante. ° Paciente oligossintomática. Seguimento: ° Queda semanal do Beta-hCG. *Caso a paciente apresente clínica, corre para o hospital. Conduta Medicamentosa ° Ectópica íntegra: obrigatório. Condições ideais: ° Sem BCF. ° Massa < 3,5 – 4 cm. °Beta-hCG < 5000. Medicação: ° Metotrexate por injeção local ou sistêmico (IM). Acompanhamento: ° Queda > 15% do Beta, nos dias 4 e 7. ° Caso não tenha queda, pode aplicar novamente. Conduta Cirúrgica Conservadora Indicação: ° Ectópica íntegra e paciente com desejo reprodutivo. Técnica: ° Salpingostomia laparoscopia. *Alto risco de nova ectópica em gestação futura. Conduta Cirúrgica Radical Indicação: Ectópica rota. Técnica: Salpingectomia. ° Estável: laparoscopia. ° Instável: laparotomia. Fatores de Risco • Gestação ectópica prévia. • Endometriose. • Tabagismo. • Raça negra. • Idade > 35 anos. • Cirurgia abdominal prévia. • DIP prévia (mesmo assintomática). • DIU (relativo): só protege gestação no útero, pois ele não impede a fecundação. Diagnóstico de Greys Anatomy: gestação heterotópica que é a presença de tópica + ectópica. DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL • Incompatibilidade ABO é a mais comum. • Incompatibilidade Rh é a mais grave. ABO ° Não exige exposição prévia. ° Confere proteção parcial para a Rh. ° Não tem profilaxia. ° Ex: mãe O / filho A ou B. Rh ° Necessita de exposição prévia. ° Tem profilaxia. Incompatibilidade Rh Sensibilização: • Mãe Rh negativo. • Pai Rh positivo. • Feto Rh positivo. É o feto Rh positivo que faz a sensibilização da mãe, se o feto fosse Rh negativo igual a mãe não tem problema. Após a sensibilização a mãe Rh negativo começa a reconhecer os anticorpos Rh positivos. Nas próximas gestações, a mãe por já ter sido sensibilizada, começa a produzir anticorpos contra Rh positivo – começa a fazer hemólise. E a cada gestação Mateus Castro MED 2021 SEMANA 8 fica mais grave, pois a produção de anticorpos só melhora. Seguimento na Gestação Mãe Rh negativo: pede o Coombs Indireto. Coombs Indireto Negativo Coombs Indireto Positivo Demonstra que a mãe não foi sensibilizada. A conduta é repetir o exame com 28, 32, 36 e 40 semanas. Significa que a mãe foi sensibilizada. ° < 1:16: mensal. ° > 1:16: investigação de anemia fetal. Investigação de Anemia Fetal: • Doppler de a. cerebral média: é um exame não invasivo. Avalia a velocidade máxima do pico sistólico. Se > 1,5 → cordocentese. • Cordocentese: padrão-ouro, diagnóstico e tratamento (mais arriscado). A história de complicações graves fetais em gestação anterior por incompatibilidade Rh já permite a investigação começar pelo doppler, mesmo que o Coombs indireto esteja < 1:16. Diante de uma IG > 34 semanas, uma conduta seria dar fim na gestação. Com uma IG reduzida, à partir da cordocentese é avaliada a necessidade de transfusões seriadas para o feto (ele está sofrendo hemólise). Quando Indicar Imunoglobulina Anti-D: • A imunoglobulina é feita para prevenir que a mãe seja sensibilizada. • Indicação: sangramento, exame invasivo (amniocentese, cordocentese) ou parto OU 28 semanas para todas as mulheres Rh -, com coombs negativo. Após a aplicação da imunoglobulina e a dosagem do coombs indireto for negativa (ela tem que positivar) é indicado fazer uma nova dose. Como Avaliar a Imunoprofilaxia: Coombs Indireto Teste de Kleihauer Efetiva: teste positivo. Avalia hemácia fetal circulante na mãe. Efetiva: teste negativo. No puerpério, o coombs indireto tem que ir negativando. Em todas as gestações é necessário avaliar a necessidade de imunoglobulina. Anotações:
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