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1 Cirurgia Pediátrica Beatriz Pellizzon TVI RN Cirúrgico, abdome agudo na infância, apendicite aguda e enterocolite necrosante A rotina de cuidados pré-operatórios: -história e exame físico (ouvir muito bem a mãe) -remoção (preparar para que o bebê nasça em ambiente adequada para que não seja necessário sua remoção) -temperatura (pode ocorrer distúrbios metabólicos pois estes não apresentam a capacidade de se manter com temperatura estável) -vias aéreas (habitualmente se passa sonda orograstrica, as vias aéreas são de difícil acesso) -hidratação eletrólitos (tudo é proporcional ao peso) -infecção (lembrar de condições ideias, usar luva, nascer em locais ideias para que não ocorra infecções) -antibioticoterapia (proporcional ao peso) -acesso venoso confiável (bem difícil, pois as veias são em fininhas) -orientação familiar Abdome agudo É uma condição clínica que tem como principal sintoma a dor abdominal. Esta dor abdominal de aparecimento súbito, que pode ou não ter traumática, necessitar ou não de intervenção cirúrgica e que em geral põe em risco a vida do paciente quando não identificada de modo ágil e tomada a conduta adequada. Abdome agudo inflamatório Dor abdominal, náuseas, vômitos, queda do estado geral, febre, sinais de irritação peritoneal (começa a ter uma rigidez involuntária e depois sinais de Blumberg +). As possíveis causas: apendicite aguda, colecistite aguda, pancreatite aguda, doença inflamatória pélvica, diverticulite aguda (Diverticulo de Meckel). Abdome agudo obstrutivo Dor em cólica, aumento de volume abdominal, distensão abdominal, parada de eliminação de gases e fezes, náuseas e vômitos (pode ser que vomite o fecalito). Possíveis causas: aderências (PO), hérnia encarcerada, enterocolite necrosante, bolo de áscaris, invaginação intestinal e apendicite. Abdome agudo perfurativo Dor de forte intensidade, defesa abdominal, abdome em tábua, pneumoperitoneo. Tem distribuição de ar for do trato gastrointestinal, onde perfura pode não sair apenas ar e sim conteúdo levando a um processo inflamatório. Possíveis causas: úlcera gástrica/duodenal perfurada, perfuração de alça intestinal, enterocolite necrotizante. Abdome agudo hemorrágico Dor abdominal, sinais de hipovolemia (taquicardia, baixa de PA), sinais de irritação peritoneal (descompressão brusca dolorosa). Possíves causas: trauma abdominal fechado (ruptura de viscera maciça), cisto de ovário roto ou torcido, gavidez ectópica, ruptura de aneurisma de aorta. Decorar!!!!! RN (0 a 28 dias vida) -obstrutivo: atresia intestinal, megacolon -perfurativo: enterocolite necrotizante Lactante (19 dias a 2 anos) -obstrutivo: estenose hipertrófica do piloro, invaginação intestinal Escolar (2 a 15 anos) -inflamatório: apendicite aguda -hemorrágico: trauma -obstrutivo: bolo de áscaris Apendicite É um processo inflamatório agudo do apêndice cecal decorrente da obstrução da luz apendicular. Sua incidência é em abdome agudo inflamatório mais frequente na infância, 4 a 15 anos. É a causa mais comum de abdome agudo não traumático. Etiopatogenia: éum processo inflamatório com hiperplasia linfoide; fecalito; parasitoses (oxiuríase, tricocefalos, restos vegetais). Estes promovem a obstrução da luz do apêndice com acúmulo e aumento da produção de muco na sua extremidade, local onde proliferam bactérias. Consequentemente, promovem a isquemia, necrose e perfuração. Felicalito = sinal característico de apendicite 2 Cirurgia Pediátrica Beatriz Pellizzon TVI Quadro clínico: -forma clássica: apêndice na FID, doe epigástrica ou periumbilical. Depois localiza na FID, náuseas e vômitos. Febre moderada < 38 graus. -forma pélvica: frequente em crianças < 3 anos. Inicia com dor epigástrica evoluindo para região hipogástrica ou pélvica, acompanhada as vezes de diarreia, tenesmo vesical, polaciúria ou disúria. -forma retrocecal: dor localizada na FID e região posterior do abdome. FID as vezes está livre. Urina I pode apresentar leucocitúria e ou hematúria. Apendicite no lactante: quadro incaracterístico, agitação, vômitos, recusa alimentar sme febre, abdome distendido doloroso, contratura ou defesa muscular, coxas fletidas, febre diarreia. Epiplon curto (omento maior)--- não bloqueio --- peritonite precoce Quadros raros: apêndice meso celíaca: forma enganosa, com plastrão ou abcesso apendicular. Apendicite sub hepática: simula colecistite, dor em hipocôndrio direito. Evolui abcesso sub hepático ou sub frênico. Sinais clássicos: -blumberg dor a descompressão brusca do abdome -rovising dor na FID ao comprimir a FIE -lenander diferença > 1 grau na áxila e retal -sinais do psoas (dor a extensão passi da articulação coxofemoral direita) -sinal do obturador (dor quando tem rotação interna passiva da coxa direita e flete) Exames complementares: -hemograma: leucocitose com desvio à esquerda ( aumento de bastonetes e ausência de eosinófilos) -urina I: normal ou com aumento de elementos e sedimentos anormais (pélvico ou retrocecal) -rx abdominal: fecalito, apagemnto do psoas, escoliose lombar a direita, distensão de alças e nível líquido e pneumoperitônio -US: pesquisa líquido livre na cavidade, fecalito, apêndice não compressível e fixo, massa ou coleção -Tomografia de abdome: casos de dúvida diagnóstica – identifica inflamação periapendicular, espessamento e distensão do apêndice, borramento da gordura pré mesentérica. Diagnóstico diferencial: Peritonite primáriam adenite mesentérica, pneumonia (base D), cisto de ovário torcido, inflamação pélvica (meninas), crise de falcização, constipação intestinal, ITU (pielonefrite), gastroenterocolite, divertículo meckel, psoite, colecistite, colecistite, colelitíase e tefliti leucêmica. Tratamento: principal usada em crianças é a incisão de rockey davis (transversa). Podem ser realizadas também mac burney (oblíqua), paramediana direita e mediana (dúvida). A vantagem da videolaparoscopia é que consegue observar todo o abdome. Classificação da macrospia: AA edematosa: hiperemia e edema do apêndice AA supurativa: exsudato fibrinoso purulento AA gangrenosa: áreas de necrose AA perfurada: laceração parede mascroscópica AA bloqueada: apênice inflamado com bloqueio(epiplon). Tratamento: -ATB em esquema tríplice, iniciar na indução anestésica, manter profilática ou terapêutica -dreno pode ser usado nos quadros avançados Tratamento clínico: quadros específicos. Existe tratamento não operatório para apendicite, assim em pacientes muito bem selecionados, que se sabe que tem o quadro do paciente esteja bom, sem sinais de choque séptico, que consegue comer, é introduzido o 70% posição normal, 25% retrocecal, 5% pélvico-longo, 1% mesocecal, 1% ou lateral ao ceco. 3 Cirurgia Pediátrica Beatriz Pellizzon TVI esquema tríplice de 7 a 10 dias, assim após 8 semanas realiza a cirurgia, e a vantagem é que opera sema infecção. Enterocolite necrosante É uma doença com origem multifatorial que atinge trato gastrointestinal do RN e gera necrose parcial ou completa da parede intestinal com ou sem perfuração. O quadro clínico é inespecífico e alterações histológicas, como necrose de coagulação, inflamação. É o resultado da interação de um ou de uma combinação de muitos fatores de diferentes graus com um hospedeiro vulnerável (prematuro – barreira intestinal imatura). Quadro clínico: Trato gastrointestinal: -Distensão abdominal -Dor abdominal -Intolerância alimentar -Esvaziamento gástrico retardado -Vômitos -Sangue oculto nas fezes -Massa abdominal -Eritema de parede abdominal Sistêmicos: -Letargia -Apnéia, distress respiratório -Instabilidade temperatura -Acidose metabólica -Má perfusão/ hipotensão/ choque Classificação de BELL: Pneumatose em paredede alça intestinal – Estádio I de Bell. Pneumatose é quando o processo inflamatório libera gás e delamina a parede da alça e no sistema porta. É um sinal de mau prognóstico. Somente pneumatose não indica tratamento cirúrgico. Pneumoperitônio consiste em ar livre na cavidade abdominal. Deve operar. Tratamento clínico: - Suporte hemodinâmico: reposição de fluidos (> 150 ml/ kg/ dia) e eletrólitos. - Descompressão intestinal: jejum via oral (10 a 15 dias). Sonda orogástrica aberta. - Nutrição parenteral - Antibioticoterapia de amplo espectro (gram positivos, gram negativos e anaeróbios): Controle de sepse. *Clindamicina + Amicacina ou Vancomicina + Rocefim. - Acompanhamento clínico e radiográfico ou ultrassonográfico com Doppler, mesmo profissional. Indicar tratamento cirúrgico em casos de: 4 Cirurgia Pediátrica Beatriz Pellizzon TVI Sempre faz incisão transversa no bebê. Laparotomia exploradora – supra umbilical transversa Cultura do líquido peritoneal Ressecção do sangramento necrótico: ostomia ou reconstrução do transito se doença localizada ou lesão bloqueada com mínima contaminação da cavidade abdominal. *melhor estoma do que anastomose. Reconstrução do transito intestinal após 3 a 8 semanas da cirurgia. Realizar enema opaco antes para descartar estenoses intestinais. Complicações: Estenose do colón em 70% (esquerdo 65%) íleo terminal 15% Intestino curto DRENAGEM DA CAVIDADE ABDOMINAL: Casos de pacientes sem condições cirúrgicas. Se suspeitar de apendicite abrir e estiver norma deve correr as alças e procurar um Divertículo de Meckel. O apendicite pode ser tratado clinicamente e, pacientes com menos de 60 anos, com antibióticos em casos de CT e USS mostrando apendicite simples. Contraindicado alimentar quando há instabilidade hemodinâmica grave, pois acaba dando espasmos. Escroto agudo Não é torção testicular. É uma dor de inicio súbito no escroto ou bolsa testicular. É um diagnostico sindrômico. A escala de dor é de 7 à 10 em uma escala de dor 10. É um problema que pode ser resolvido em até 6 horas. Sintomas associados: edema, aumento de volume, temperatura e vermelhidão. A criança com dor escrotal apresenta um dilema diagnóstico urgente. Os achados patognomônicos são frequentes. Dano espermatogênico costuma ocorrer em 6 a 24h do início dos sintomas. Causas: A principal causa em criança é a torção de apêndice testicular (58-76%) – regressão dos túbulos de Muller. Torção testicular (29%), epidídimo-orquite aguda (13%), trauma testicular (5%), outros (2%). Principal causa em criança é a torção testicular e em adultos é epidídimo-orquite aguda (pois homens introduzem o pênis em locais estranhos, úmido e com líquido) *orquite por caxumba, edema escrotal idiopático, hérnia inguinal encarcerada, hidrocele, púrpura de Henoch- Sholein EXAME FÍSICO 1.Inspeção testicular estática: Testículo está transverso ou vertical? Transiluminação negativa? 2.Palpação: Dor testicular? Qual Intensidade? Início abrupto? Glande ou outra anormalidade peniana? Tamanho? Dor? Nódulo palpável? Epidídimo palpável? Massa palpável? 3. Inspeção testicular dinâmica – Reflexo cremastérico. (PROVA) Quando a base da coxa de um indivíduo em repouso é estimulada, em sua face medial, ou interna, o cremaster normalmente se contrai. * Do lado que dói não mexe e do lado que não dói mexe. 4.Sinal de Prehn: (PROVA) Melhora da dor testicular na elevação do testículo. Quando eleva o testículo melhora a dor (melhora na orquite e epididimite). É negativo na torção testicular. *ocorre bastante em casos de orqueite EXAMES NO ESCROTO AGUDO Ultrassonografia com doppler: confirma rapidamente a redução acentuada ou ausência de circulação sanguínea. Sensibilidade 88%. Especificidade 90%. -Isso significa que a cada 10 1 pode ser diagnosticado errado, por isso não se deve descartar a hipótese se a história for típica (na dúvida da anestesia geral e leva para cirurgia). RADIOLOGISTA E APARELHO DEPENDENTE. Cintilografia escrotal com Tec99m: este exame leva cerca de 30 min. Sensibilidade 90%. A CLÍNICA É SEMPRE SOBERANA! 5 Cirurgia Pediátrica Beatriz Pellizzon TVI INDICAR PROCEDIMENTO CIRÚRGICO SE DÚVIDA DIAGNÓSTICA E MENOS 6 HORAS DO INÍCIO DA DOR. Passou de 6 horas é complexo salvar. Abaixo de 6 horas esta na duvida, vai para mesa, acima de 6 horas está na dúvida fazer doppler. Tratamento da torção de apêndice testicular: mais observado entre os 7-12 anos, na fase pré-puberal. Repouso e analgésicos na grande maioria dos casos. Blue dot sign presente em 21% dos casos. Tratamento de orquite ou epididimite: repouso e analgésicos. Elevação escrotal (Prehn +). Eventualmente antibioticoterapia para gram negativos por malformação do aparelho urinário (estreitamento de uretra, ureter ectópico, dissinergia esfincteriana, divertículo de utrículo). Ultrassom com doppler que apresenta ausência de fluxo no centro. Tratamento de trauma testicular: repouso e analgésicos. Elevação testicular. Exploração somente nos grandes hematomas. Tratamento de tumor testicular: raramente são dolorosos. Não tem sinais flogísticos (dor, rubor...). Podem estar associados à torções testiculares. Abordagem é sempre por inguinotomia). O exame histopatológico no trans- operatório (congelação) determinará a orquiectomia ou não. A sequência terapêutica dependerá dp tipo histológico e do estadiamento da neoplasia. TORÇÃO TESTICULAR Epidemiologia: - 1 caso a cada 4000 homens abaixo de 25 anos por ano -90% intravaginal -Os extravaginais são comuns nos lactentes - 4-8% associado à trauma - As rotações podem variar de 180 à 720 graus - Pico Bimodal: Período neonatal – extravaginal. Entre os 10 e 25 anos – intravaginal - Mais comum no testículo esquerdo, pois o cordão espermático esquerdo é mais longo BADALO DE SINO - testículo, normalmente fixado à bolsa em sua porção posterior/ mesentérica, tem uma inserção alta do epidídimo, se encontra totalmente envolvido pela vaginal e livre na bolsa escrotal. (Todos os testículos torcidos são mal fixos). -Túnica vaginal investe a totalidade do epidídimo e a parte distal do cordão espermático -Testículo é suspenso na cavidade escrotal, como o badalo de um sino, ficando livre para rodar dentro da túnica vaginal -Posição horizontal anormal do testículo Exame físico da Torção Testicular: -Dor testicular súbita, intensa, irradiada para região inguinal, hipogástrica. -Vômitos, edema e vermelhidão da bolsa -Geralmente não há febre -Sinal de “Prehn” negativo (alívio da dor quando eleva o testículo) Ausente na torção Reflexo Cremastérico abolido (É um reflexo superficial da pele provocado pela passagem de um objeto de ponta romba na face interna da coxa ipsilateral. Observa-se contração cremastérica da bolsa e elevação do testículo, quando não há torção). -Testículo elevado e lateralizado, com o epidídimo mais medial TRATAMENTO: Exploração cirúrgica (inguinal se tu ou lactente) 1. Abre-se a túnica vaginal parietal 2. Desfeito a torção 3. Soro morno por 10-15 minutos + reavaliação 4. Orquidopexia contra-lateral 5. Orquidopexia se recuperação plena do testículo 6. Orquiectomia se inviável, uma vez que o testículo infartado produz efeitos deletérios sobre a fertilidade contra-lateral. 6 Cirurgia Pediátrica Beatriz Pellizzon TVI Geralmente o testículo esquerdo é mais baixo que o direito Distorcer + soro morno por 10 a 15 minutos - incisão na rafe mediana da bolsa escrotal, permitindo acesso a ambos os hemiescrotos. - Distorção manual do testículo. Reduzir a torção girando o testículo e o cordão espermático para fora. - Observar se há recuperação da coloração do testículo. - Dúvida na viabilidade: incisar albugínea e observar sangramento ativo. - Testículoinviável: orquiectomia para alívio dos sintomas. - Testículo viável: fixar testículo distorcido e contralateral. HIDROCELE TORÇÃO --geralmente não é deste tamanho, são bolinhas menores TIME IS TESTICLE!!! ---- menos de 6 horas = MESA ----mais de 6 horas = DOPPLER Cirurgias muito recorrentes: hérnia inguinal, hidrocele, criptorquidia, fimose, hérnia umbilical e epigástrica e anquiloglossia EMBRIOLOGIA Apesar do sexo do embrião ser geneticamente determinado no momento da fertilização, as gônadas não possuem características morfológicas masculinas ou femininas até a sétima semana de desenvolvimento. Com 22 a 24 dias de gestação, as células germinativas presentes no endoderma do saco vitelino migram por movimento ameboide ao longo do mesentério dorsal do intestino. Na sexta semana, as células germinativas atingem as cristas genitais, onde associam-se com o tecido mesonéfrico para formar uma gônada indiferenciada que consiste de: a) epitélio celômico, precursor das células da granulosa (feminina) e das células de Sertoli (masculino), b) células do 7 Cirurgia Pediátrica Beatriz Pellizzon TVI mesênquima subjacente, precursoras da teca (feminina) e das células de Leydig (masculino) e c) células germinativas primordiais. No sexo masculino geneticamente normal, com 6 a 7 semanas de gestação, túbulos seminíferos começam a se formar quando as células de Sertoli circundam as células germinativas. Último trimestre VIU: Testículos migram com o Conduto Peritônio-vaginal do anel inguinal interno ao anel inguinal externo. A obliteração do Conduto Peritônio-vaginal se completa até 1 ano de idade. Testículo esquerdo desce primeiro e situa-se mais distalmente. O conduto peritoneovaginal origina-se de uma evaginação do peritônio que se inicia durante o terceiro mês de vida intrauterina, que é causada pelo aumento da pressão intra-abdominal derivada do crescimento mais rápido dos órgãos intra-abdominais do que a cavidade peritoneal. O conduto peritoneovaginal segue o curso de um ligamento fibromuscular que orienta a descida do testículo intra-abdominal para dentro da bolsa escrotal, através da região inguinal em formação. Sua porção mais distal vai envolver o testículo formando a túnica vaginal, enquanto o restante vai sofrer reabsorção e desaparecer. O processo vaginal, após a descida testicular estar completa, oblitera-se espontaneamente do anel interno inguinal até o testículo. A obliteração incompleta predispõe a formação de hérnia inguinal, cisto de cordão ou hidrocele. Hérnia inguinal É a saída de uma vesícula ou parte dela da cavidade abdominal para a região inguinal por meio de um defeito (processo vaginal ou persistência do conduto peritoneovaginal) ou raramente por defeito da parede posterior. Criança prematura tem mais chance de ter hérnia, criptorquidia. O que mais encarcera em menina é o ovário em virtude da posição anatômica. HÉRNIA INGUINAL: Permeabilidade do Conduto PeritônioVaginal com conteúdo Sólido (Alças intestinais, trompa, ovário ou útero). -Quase sempre Hérnia Inguinal Indireta - NYHUS 1 -60 % à Direita, 25 % à Esquerda, 15 % Bilaterais -10 / 1 nos Homens -Mais comum em prematuros -Nas meninas a estrutura que mais se encarcera é o ovário (PROVA) -INCIDÊNCIA - 80 % < 3 anos, 60 % no 1º ano 8 Cirurgia Pediátrica Beatriz Pellizzon TVI Quadro clínico: abaulamento inguinal aos esforços (choro, evacuação). Hérnias costumam ser assintomáticas até que encarcerem. Exame físico: assimetria inguinal, palpação de massa sólida, espessamento dos elementos do cordão (Sinal da “seda” positivo). Hérnia pode ir e voltar. HERNIA INGUINAL ENCARCERADA: Conteúdo da hérnia reduzido com manobras. * Encarcerar é quando entra e não volta. Quadro clínico: aparecimento súbito de tumor na região inguinal ou inguinoescrotal. Episódio anterior de encarceramento necessitando de hospitalização e/ou redução manual. Dor na região, choro, irritabilidade, recusa alimentar no lactente, constipação, vômitos. Tumor visível e palpável, doloroso, endurecido e com edema e hiperemia da pele subjacente. Em casos de dúvida – Radiografia com uma única incidência, que indica distensão de alças e imagem típica de obstrução intestinal de causa mecânica. Deve-se sempre tentar a redução manual e depois cirurgia. HERNIA INGUINAL ESTRANGULADA: Conteúdo Não reduzido e irrigação sanguínea comprometida, que, se irreversível leva à sua necrose. -Mais de 6 horas de evolução -Hiperemia ou dor importante (irritação peritoneal) -Sangue nas fezes Manobra de redução para hérnia: A conduta inicial é sempre tentar a redução manual, que será efetiva em cerca de 90% dos casos, exceto em casos de sangue nas fezes, irritação peritoneal, toxicidade, pneumoperitônio, choque séptico, criptorquidia associada e acentuada distensão abdominal. Se ela for redutível, é indicado, mantendo o paciente hospitalizado, uma cirurgia eletiva em 48 horas. Já, se ela não for redutível, é indicado cirurgia de urgência. Deve iniciar com analgesia (dipirona), deve realizar a posição de Trendelenburg (coloca pés mais altos que a cabeça), dedo de luva embebido em soro glicosado (dar para a criança). Aguardar redução espontânea por alguns minutos. Caso não haja êxito, deve ser feito redução manual com manobras suaves, em que o primeiro e o segundo dedo da mão esquerda fixam o anel inguinal interno enquanto se comprimi o conteúdo encarcerado para cima em direção ao anel inguinal interno com a mão direita, mantendo pressão constante. TRATAMENTO: SEMPRE CIRÚRGICO!!!!!!! Pela alta incidência de hérnia encarcerada com todas as suas implicações. Setenta por cento dos encarceramentos ocorrem nos primeiros 12 meses de vida. Desaparecimento espontâneo da hérnia não ocorre. URGÊNCIA SE ENCARCERADA EMERGÊNCIA SE ESTRANGULADA (sangue nas fezes, irritação peritoneal, tempo > 6 horas) ELETIVA SE REDUTÍVEL Pacientes abaixo de 13 anos – sempre cirurgia geral (difícil de anestesiar). DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS: - Cisto de cordão (Hidrocele funicular ou Cisto de Nuck ) - Testículo criptorquidico inguinal - Adenomegalia - Hidrocele - Tumor testicular - Varicocele (puberdade) HIDROCELE Hidrocele É o acumulo de liquido na túnica vaginal do testículo podendo ser residual ou comunicante Cistos de cordão – hidroceles não comunicantes (processo vaginal obliterpu-se e certa quantidade de líquido peritoneal ficou aprisionada na túnica vaginal ou em qualquer outra porção do conduto peritoneovaginal – comum nos primeiros meses de vida. Nas comunicantes, o processo vaginal encontra-se aberto, podendo fluir livremente líquido peritoneal da cavidade abdominal para túnica ou conduto vaginal que persistiu e vice-versa). 9 Cirurgia Pediátrica Beatriz Pellizzon TVI Geralmente não existe indicação cirúrgica para essas doenças até os 18 meses de vida. Nesse período, costuma ocorrer obliteração e reabsorção dos condutos e seus fluidos. As que persistem, aumentando, ou com seu volume estacionário após esse período, têm indicação cirúrgica. (Opera após 12 meses, pois pode fechar) Não dói, mas pode causar infertlididade, danos estéticos... Criptorquidia Posição anômala dos testículos, ou seja, quando se encontram fora da bolsa testicular (uni ou bilateralmente). *escroto vazio. É a parada da migração embriológica do testículo em seu trajeto normal de descida, fora da bolsa escrotal. A descida do testículo ocorre em dois estágios: transabdominal (testículo movimenta-se da crista genitourinária até o anel inguinal interno dos 1º ao 7º mês) e inguinoescrotal (do 7º ao 9º mês). A descida do testículo depende da interação de diversos fatores hormonais e mecânicos. Estão localizados em algum ponto do seu trajeto canalicular. -Criptorquidia bilateral ocorremenos de 10 a 25 % dos casos, é mais comum à direita -Criptorquidia bilateral pode estar relacionada com distúrbio do eixo hipotálamo-pituitario-testicular ou casos de distúrbios do desenvolvimento sexual Testículo não palpável o exame de escolha é a laparoscopia. Criptorquidia te que fazer laparoscopia e NÃO ultrassom. Intra-abdominal (para dentro do anel inguinal interno), canalicular (dentro do canal inguinal, entre os anéis interno e externo), emergente (para fora do anel inguinal externo) e supra-escrotal. Ectopia: bolsa inguinal superficial (superficial à aponeurose do músculo oblíquo externo), pré-púbico, crural, perineal, ectopia transversa. Complicações: infertilidade (temperatura elevada causa defeito na maturação das células germinativas), maior ocorrência de hérnia inguinal, pode predispor à torção do testículo, MALIGNIDADE (risco de 3 a 10 vezes maior). História: bolsa escrotal vazia, pode ter a presença de alguma tumoração na região inguinal, crural ou perineal. A cirurgia deve ser indicada a partir dos 6 meses de idade e antes de completar 12 meses de idade. 10 Cirurgia Pediátrica Beatriz Pellizzon TVI Resposta: B Resposta: C 1 Cirurgia Pediátrica Beatriz Pellizzon TVI Afecções cirúrgicas Estenose hipertrófica de piloro É hipertrofia adquirida da musculatura pilórica (principalmente da camada circular), provocando obstrução progressiva ao esvaziamento gástrico. O canal ilógico torna-se estreitado, alongado e espessado. Etiologia: multifatorial -hiperacidez gástrica induzindo espasmos pilhéricos e hipertrofia - Pilorospasmo com liberação aumentada de gástrica e hipertrofia - Imaturidade ou alterações degenerativas das células gan - glionares mioentéricas, redução de fibras nervosas peptidérgica causando deficiência da síntese de óxido nítrico (neurotransmissor da musculatura lisa) - Motilidade anormal secundaria a diminuição de células tipo marca-passo e outras - Introdução de alimentação muito cedo ou leite industrializado hipersecreção Epidemiologia: - Prevalência: 2 a 3:1000 nascidos vivos - É a causa mais comum de vomito de tratamento cirúrgico em recém nascidos e lactentes - É responsável por 30% dos vômitos não-biliosos persistentes em crianças menores de um ano de idade - Mais frequente em meninos 4M:1F - Mais comum nos primogênitos e brancos - É rara a apresentação após a decima segunda semana de vida - É uma doença com predisposição familiar bem estabelecida (15%) Quadro clínico: - vômitos alimentares ou claros sem bili que se iniciam entre a terceira e sexta semana de vida - Geralmente são vomito em jato e ocorrem 30 a 60 minutos após a alimentação (projectil emesis) - Em 15% vômitos contem sangue por causa da gastrite associada. É a causa de alcalose hipoclorêmica - Perda de peso, ou peso estacionário - Desidratação, desnutrição - Constipação intestinal é frequente - Icterícia (2%) à custa da bilirrubina indireta - Distensão do andar superior do abdome (estômago dilatado) - Pode existir ondas peristalticas visíveis, dirigindo-se do quadrante superior esquerdo para quadrante superior direito do abdome (ondas de Kussmaul) - Palpação do piloro hipertrofiado de forma ovóide (oliva – 99% sensibilidade se positivo) e móvel, medindo de 1 a 2 cm de diâmetro, situado no quadrante superior direito ou epigástrico essa palpação indica a cirurgia Diagnóstico RAIO X ABDOME -Ausência de conteúdo gasoso com alças, ectasia gástrica com nível hidroaéreo. -vê uma distenção gástrica com pouco ar distal ao piloro, além de apresentar uma bolha gástrica muito distendida. A ortostátio em nível visível. RXC EED (raio x contrastado) Da para a criança bário. A camada muscular circular tona-se espessada, estreitando e alongando o canal pilórico. A mucosa torna-se redundante e pode parecer hipertrofia. Com o alongamento e espessamento do músculo, o piloro desvia-se para cima em direção a vesícula -Sinal do Cordão ou barbate (String): epresenta o canal antro pilórico aperistáltico, longo e estreitado. O piloro curva-se para cima e para a esquerda. É representado por um traço único longo e central -Sinal do ombro: representa a pressão do piloro sobre a borda côncava da teta. Por causa da direção cefálica do músculo hipertrofiado, a porção superior do antro fica mais indentada que a porção inferior -Sinal do bico do seio: representa a onda peristaltica junto à pequena curvatura e a compressão do antro pelo piloro hipertrofiado -Efeito do Cogumelo no Duodeno: representa a identificação convexa do bulbo duodenal pelo piloro hipertrofiado -Hiperperistalse gástrica ULTRASSONOGRAFIA -Apresenta alta sensibilidade -o piloro será observado em relação a espessura da sua parede, diâmetro do piloro no corte transversal, comprimento do músculo pilórico no corte longitudinal e formas características - Sinal do alvo ou do biscoito em forma de rosca (doughnut): observa-se o anel externo espesso hipocóico (musculatura pilórica hipertrofiada) e anel interno menor hipercóico (mucosa) Cuidados pós-operatórios: -Não é urgência. -Primeiro realizar correção do distúrbio metabólico -pode gerar alcalose hipocleremica, alcalose hipercalemia e alcalose hiponatremia (alcalose metabólica hipoclorêmica) 2 Cirurgia Pediátrica Beatriz Pellizzon TVI Tratamento cirúrgico - Urina I, cloro sérico, bicarbonato sérico - Parâmetros seguros para cirurgia: Bicarbonato < 28 e Cloro > 100 - Cirurgia: piloromiotomia - Criança se recupera logo. - Descrita em 1912, só mudou a via de acesso. Hoje faz-se peri umbilical. - procedimento: 1.abre-se a musculatura do piloro, liberando a serosa; divulciona a musculatura para afastar o musculo. A mucosa vai prolapsar para fora, liberando o canal. 2.Por vídeo (incomum): primeiro fixar o duodeno, depois trabalhar nele. - Operou acabou, não tem recidiva. Cuidados pós-operatórios -nada por via oral e sonda nasogástrica por 8 a 12 horas -hidratação parenteral -Realimentação gradual após as primeiras 12 horas Complicações -perfuração da mucosa -vômitos pós-operatórios -infecções Atresia intestinal É uma malformação congênita (presente ao nascer) caracterizada por uma obstrução completa do lúmen do intestino. Estenose: obstrução parcial Aresia: obstrução completa A atresia pode ocorrer no duodeno, jejujo-ileo e colon. São as causas mais frequentes de obstrução intestinal em RN. Atresia duodenal: Teoria de Tandler: Uma falha nesta vacuolização causaria obstrução no duodeno no período neonatal (obstrução intrínseca) falta de recanalização do intestino na fase embrionária em que o intestino primitivo é constituído por um cilindro sólido Atresia intestinal – outras: acidentes vasculares mesenteriasi no período pré natal seguidos de necrose e atresia Quadro clínico –ATRESIA DUODENAL -polidrâmnio (acumulo líquido aminiótico) -incidência de 1:5.000 a 10.000 -associação com prematuridade e baixo peso em 50% dos casos -anormalias congênitas associadas (trissomia 21, cardíacas, MAR) -Duodenal 80% distal ampola Vater (vômitos bilioso) e 20% proximal -Sinal da dupla bolha (estômago dilatado + uma bolha ) aparece no RAIO X, US DIAGNÓSTICO NA IMAGEM ACIMA Quadro clínico- ARESIA JEJUNO-ILEAL/COLON -Poliidrâmico 50 a 60% -vomitos biliosos -aumento de volume abdominal -icterícia 50% -eliminação de mecônio incaracterístico ou ausente Classificação – ATRESIA DUODENAL (curiosidade) - estenose e atresia de duodeno estão limitas, quase que totalmente, às primeiras e segunda porções duodenos. Pâncreas anular pode estar associada e quase sempre não é a causa da obstrução Tipo I: são constituídos por um diafragma ou membrana formada por mucosa e submucosa. São divididas em: membrana completa; membrana com pequeno orifíciocentral. Membrana do tipo biruta Tipo II: fundos cegos são conectados por curto cordão fibroso e tem meúsentérico intacto Tipo III: não há cordão fibroso conectando os cotos, que são separados por alguma distancia. Mesentérico está ausente em defeito com forma de V Correção cirúrgica: duodeno duodeno anastomose, usando a técnica de Diamond Shape Classificação – ATRESIA Tipo I - diafragma (membrana intra-luminar); - Tipo II - cordão fibroso (atresia intestinal com porções distal e proximal ligadas por um cordão); Tipo III a - defeito no meso (atresia intestinal com as duas porções separadas); Tipo III b - “Apple piel (casca de maçã) ou Christmas Tree (pinheiro de natal)”: é o tipo de atresia intestinal mais grave, atresia proximal com restante do intestino com rotação em torno da mesentérica; Tipo IV - atresias intestinais múltiplas. Diagnóstico – ATRESIA INTESTINAL (JEJUNO..) 3 Cirurgia Pediátrica Beatriz Pellizzon TVI Tratamento – ATRESIA INTESTINAL (CONFIRMAR) Equilíbrio hidroelétrico e sonda nasogástrica nº 8 - 10 (para descomprimir), antibioticoterapia, UTI neonatal - solicitar hemograma com plaquetas prova de coagulação, glicose, bilirrubina, uréia creatinina, eletrólitos, cálcio, gasometria arterial e ecocardiografia Cirurgia: enteroanastomose. - não é urgência - Acesso: laparotomia transversa Supra-umbilical direita - incisão longitudinal ou transversal - rafia sempre transversal - A anastomose ideal é a do tipo “diamante”, no qual se anastomosa o duodeno proximal, aberto transversalmente, com o duodeno distal, aberto longitudinalmente Tratamento – ATRESIA DUODENAL (CONFIRMAR) equilíbrio hidroelétrico e sonda nasogástrica nº 8 - 10, antibioticoterapia, UTI neonatal - solicitar hemograma com plaquetas prova de coagulação, glicose, bilirrubina, uréia creatinina, eletrólitos, cálcio, gasometria arterial e ecocardiografia - Laparotomia transversa, explorar a cavidade, ressecar parte dilatada ou redução do calibre por enteroplastia longitudinal (ressecção parte da alça). - Anastomose - Nutrição paraenteral e cuidados de UTI ate reestabelecer Malformação anorretal Grupo de malformação congênita derivada de erros do desenvolvimento do intestino primitivo posterior provocando defeito estrutura do reto e/ou canal anal, podendo ou não se comunicar por uma fístula com o períneo ou o trato gastrointestinal. Menino: essa ma formação cursa com uma fistula reto-uretral bulbar Menina: nasce eliminando fezes próxima a vagina, fistula reto- vestibular Quadro clínico: criança nasce com o períneo fechado, prevalência é de 1:4000 a 5000, muitas vezes associado a anormalias congênitas 60%, predominância de 1,25M: 1 F. -ausência de ânus ou fístus (quanto mais liso o períneo pior) -presença de fóvea anal ou zona mais escurecida -forma do períneo -trajetos fistulosos -calibre do anus -aspecto da genitália externa -presença de mecônio na urina (meninos fecha diagnóstico) Classificação Relação quanto à distância que o reto fica com a fóvea anal e o sexo e assim vê a conduta. Realiza um invertograma. Feito após 24 horas. Distancia > 4 cm não consegue acessar o colon para reconstruir é necessário realizar uma colostomia, para o bebê ganhar peso e afins para depois poder realizar um abaixamento do reto. Se for < 4 cm realIza uma anoplastoa. PASSOS: 1. Bebê mais de 24h de vida (para permitir com que o ar chegue) 2. Medimos a distância entre o final do reto e fóvea anal 3. Colocar de cabeça para baixo. 4. Colocar metal na fóvea anal. 5. Com as pernas fletidas. 6. Tiramos RX. 7. Até 4 cm: anoplastia. Se maior, colostomia. A criança irá crescer normalmente, e depois dos 6 meses pode tentar novamente. Agangliose intestinal congênito OU Megacolon congênito ou aganglionar OU Doença de Hirschsprung É uma obstrução intestinal da luz funcional congenita causada por segmento distal agangliônico não-propulsivo e espástico. A atividade peristaltica cessa na zona transição (zona hipogangliônica). O intestino proximal à zona agangliônica torna- se distendido e suas paredes se hipertrofiam pelo esforço para vencer um obstáculo. Ocorre em 1: 5000 nascidos vivos. Sua frequenucia é maior no sexo masculino 4:1. RN à termo em 95%. Raro em negos. 1/3 obstruções intestinais neonatal. Classificação: Quadro clínico: -RN a termo, peso adequado -retardo da eliminação de mecônio nas primeiras 48 horas de vida - a termo que vai começar a ser alimentado no entanto não evacua e passa a ter sinais de distensão abdominal (79% casos) - sem polidrâmnio (vômitos claros ou biliosos 35% casos) - toque retal ampola vazia com saída de fezes e gases de forma explosiva. - não elimina mocônio assim irá gerar uma distensão abdominal com timpanismo e percussão com melhora temporária com enema, supositório ou toque retal *** É uma das causas de enterocolite necrotizante, e pode causar perfuração. *** Normalmente sigmoide e reto são afetados. Criança constipada: sempre perguntar se ela evacuou nos primeiros dias de vida. Crianças maiores: constipação de 1 a 7 dias para evacuar. Criança vai desnutrindo e vai tendo uma distensão flutuante. Se não diagnosticado pode levar a uma desnutrição, que pode levar a: 4 Cirurgia Pediátrica Beatriz Pellizzon TVI Diagnóstico: - Anamnese - exame físico e toque retal (com fezes explosivas) - Radiografia: possível ver parte espástica e dilatada - Enema opaco: reto espástico (mas não hipertrofiado), e sua porção proximal dilatada (é a parte saudável, então na cirurgia tiramos a parte espástica, e não a dilatada. reto normal ou segmento distal estreito; dilatação importante acima e zona de transição; - Biopsia retal: para ver se a parede intestinal tem a parte ganglionar. Padrão ouro. HE: vemos ausência das células ganglionares - Manometria anorretal: sem reflexo de contração do esfíncter = sem plexo. Exame físico: - Distensão abdominal, abdome tenso e timpânico. - Toque retal com fezes explosivas. Exames complementares: RAIO X Radiografia simples do abdome irá mostar uma dilatação de alças intestinais com presença de níveis hidroaéreos em parte baixa e ausência de ar em reto. Enema baritado (enema opaco). Presença de reto normal ou segmento distal estreito. Dilatação importante da parte proximal e zona de transição. Tratamento cirurgico inicial: Em bebês maiores deve optar pela colostomia, e após isto pesar em retira uma parte que estiver doente e anastomosar Tratamento cirúrgico: Invaginação intestinal Frequente, uma das principais causas do processo de morte que pode ser evitado. Definição: - Processo pelo qual determinado segmento do intestino penetra em outro localizado mais distalmente, causando obstrução intestinal e compressão vascular da alça invaginada. - Intratusepcao e invaginacao são a mesma coisa mas posso usar letocospagem. - O segmento que invagina é chamado intussusceptum e o segmento que é penetrado chama-se intussuscepiens - A intussuscepção pelo latim: intus: interior e susctio: ação de receber Epidemiologia: - Causa mais comum de abdômen agudo na criança menor de 1 ano de idade - Causa mais comum de obstrução intestinal entre 3 meses e 5 anos de idade - Mais prevalente no sexo masculino 4:1 - Acomete freqüentemente crianças hígidas, que tem uma dor de 8-10 Fisiopatologia: invaginação intestino/mesentério, provocando a obstrução do lúmen gera edema, obstrução linfática/venosa da alça invalidada leva a hemorragia intramural tendo proliferação bacteriana pela estase e por fim causando trombose arterial/necrose intestinal Etiologia: 95% são idiopáticas 5 Cirurgia Pediátrica Beatriz Pellizzon TVI 5% são decorrentes de lesão anatômica: -Divertículo de Meckel -Pólipo -Tumores -Outros Classificação de acordo com o local acometido Localizaçõesmais freqüentes: - Íleo-cecal (82%) - Íleo-ileais (8%) - Colo-cólicas (4%) História clínica - Apatia, prostração com dor aguda (8 a 10) importante e não usual - Letargia, respiração superficial e gemência - Irritação/choro com dor - Distensão abdominal e vômitos - Massa palpável (salsicha) no abdômen - Fezes com sangue/ geléia de morango e/ou invaginação aparente (fazer toque retal – nem sempre a criança tem a geleia de morango, fazer o toque quando necessário) Exame Físico I. Massa em forma de “salsicha” palpável no abdômen II. Toque retal com sangue/ geléia de morango e/ ou cabeça de invaginação (CARACTERISTICAS PRINCIPAIS E PATOGNOMÔNICAS) III. Dor e distensão abdominal importantes; ruídos hidroaéreos aumentados IV. Ausência de enchimento em FID com peristalse inaudível (sinal de Dance - fosso ilíaca direita palpando um vazio com a massa palpável mais em cima) V. Pulso filiforme, taquicardia *** I, II, III - tríade clássica ***vale lembrar que nem sempre a criança irá ter todas essas características Doença evolui com quadro isquêmico igual abdome agudo Exame de imagem Radiografia - Normal em 25% dos casos - Excluir obstrução intestinal ou perfuração - Não faz diagnóstico - Pode visualizar ruídos hidroaéreos Ultrassonografia - Sinal do alvo: uma alça dentro da outra - Sinal do pseudo-rim: cabeça do ceco imaginando - Sinal da casca de cebola: bolinhas dentro do cólon são os linfonodos do mesentério pois já estão inflamados por compressão e aumenta a chance de isquemia Enama opaco - sonda folym pelo anus, e injeta líquido com contraste - mola em aspiral a: - Sinal do menisco b: - Pode tratar: com líquido ou ar, monitorizar ou com fluoroscopia, ultrassonografia ou laparoscopia Tratamento - Redução Hidrostática com enema opaco ou redução pneumática. Alguns serviços utilizam monitorização por ecografia, fluoroscopia ou ainda video-assistida - Cirurgia aberta e redução do intussusceptum Contra indicações à redução hidrostática: PROVA - Perfuração ou peritonite - Invaginação crônica 2o episódio - Mais de 48h de evolução - Idade menor que 2 meses ou maior que 2 anos (aumenta chance de abdome agudo Redução hidrostática a) Bolsa com contraste baritado colocada em um suporte a três pés acima da mesa (> 90 cm); b) Fazer até três tentativas de redução; c) Permite-se até três minutos de pressão prolongada a cada tentativa. Taxas de redução com bário variam de 53% a 85% Tataento cirúrgico - Falência na tentativa de redução hidrostática - Invaginações recorrentes - Maiores de 2 anos - Invaginação íleo-ileal Pode ser feita anastomose primária em casos de laceração, necrose ou impossibilidade de redução manual. Necrose intensa = ileostomia 6 Cirurgia Pediátrica Beatriz Pellizzon TVI Urgências congênitas em cirurgia pediátrica Congênitas = criança que já nasce problema embriologia --Ranimação sala de parto -- Historia materna e pré-natal (ultra-sonografia) No momento do nascimento *** prova 1. Sondas 2. Secreções - para previnir infecções 3. Temperatura ambiente (incubadora, calas preparadas, algodão e enfardamento de membros) - prevenis hipotermia) 4. Acesso -realizar NPP (nutrição parenteral) Onfalocele e gastrosquise Onfalocele (com membrana) x gastrosquise (sem membrana) -Onfalo = umbigo ex: conduto onfalomesentérico, onfaloplastia -Cele = membrana ex: mucocele, hidrocele - Gastro = estomago, ventre ex: Conduto onfalo-mesenterico, onfalopatia - Squise: aberto, exteriorizado ex: raquisquise (urgencia), retinosquise A onfalocele é mais grave pois apresenta um tamanho maior, acaba sendo mais difícil de suturar devido o tamanho do buraco. Onfalocele, em um parto normal, esta onfalocele rompeu. Existem trabalhos que podem ser relizados parto normla, mas cesária seria mais indicado. Menor de 2 cm, hérnia de cordão. Exame de imagem Ultrassom - sensibilidade de 99% no livro na prática 60% - Onfonocele em gota - Todas as alcas para fora e uma membrana recobrindo - Via de porto - cesárea ou parto normal? -Cesária para não romper a membrana - Hospital terciário - Na gastro o intestino fica inchado devido uma peritonite amniotica: causando encurtamento, diminuição da vascularizado e algumas dismotilidades, por isso deve se esperar um pouco para fechar, pois se nao aperta demais - Onfalocela: as alcas se encontram normais Tatamento Tratamento para onfalocele que não rompeu: Atresia de esôfago Definição: anomalia Congênita decorrente de falha embrionária que resulta na interrupção completa do Esôfago entre terço proximal e médio geralmente associado a fístula traqueo- esofágica distal Anomalias associadas - Cardiovascular 35 % - Gastrointestinal 24 % - Genitourinária 20 % - Neurológica 10 % - Esquelética 13 % 7 Cirurgia Pediátrica Beatriz Pellizzon TVI - VACTERL 25 % - Incidência Média 50 - 70% VACTERL (tem malformação nessas coisas) * prova V = Vértebra A = Ano retal anomalia C = Coração TE = Traqueoesofágico fístula R = Rim e Rádio osso L = Limbs ( alt . Óssea membros ) Diagnóstico - Ultrasom Pré –Natal : Polidrâmnio; Esôfago proximal dilatado (ocasional); Estômago visualizado ou não (pois se não tiver fístula o líquido amnéstico não chega no estômago) - Sonda 8 ou 10 Fr com Obstrução a 8-12 cm da narina ( Sala de Parto ) - Rx Simples de Tórax e Abdômen - Rx Contrastado do Esôfago com Sonda URETRAL (0,5 ml de contraste iodado) - Aorta : posição ( Ecocardiograma) Quadro clínico -Polidrâmnio : 80% AE sem Fístula; 35% AE com Fístula - Secreção salivar “Espumosa” boca e narinas - Tosse, Cianose e Dispnéia - Abdômen Distendido (AE com Fístula)- pois vai ar no estômago - Abdômen Escavado (AE sem Fístula) - pois não passar ar - Pneumonia Aspirativa (química - devido ao refluxo), Atelectasia ***para ver se tem fístula ou não só olhar se o estômago está com ar *** por causa de uma fístula o contraste está chegando no pulmão; neste caso o exame não foi bem feito pois só deve ser colocado 0,5 ml, se colocar mais ele afoga e faz bronco aspiração levando a pneumonia química. E neste caso foi usado mais Sistema Hilda Cuidados pré-operatórios - Sistema Hilda - Gotejar ( Sonda no 12 ) - Aspirar ( Sonda no 6 ) - Sistema Hilda passa uma sonda final dentro de uma grossa na grossa aspira e a fina pinga soro, podendo assim adiar a cirurgia, podendo fazer ecocardiograma e pré operativo Cirurgia - toracotomia posterolateral a direita; tenta afastar a pleura (não a rompendo), acha o coto proximal e distal e faz anastomose com fio absorvível 1. LIGADURA DA FÍSTULA TRAQUEO- ESOFÁGICA 2. ESOFAGOPLASTIA Complicações: - Fístula Anastomótica - 14 – 16 % (Freq. Insignificante , manejada com drenagem adequada e NPP , qdo extra pleural fechamento espontâneo 95 % ) . - Estenose Esofágica : Requer Dilatação em 40 % (por endoscopia) - Fístula Traqueoesofágica recorrente : 3 - 14% - RGE : 40 - 70 % ( 50 – 70 % requer cirurgiaAntirefluxo - Nissen) - Traqueomalácia : 10 – 20 % (50 % requer cirurgia - Aortopexia ) - Distúrbios da Motilidade : Disfagia , problemas respiratórios recorrentes RESULTADOS - Sobrevida : 85 – 95 % ( < 40 % antes de 1950 ) Fatores de riscos que trazem a sobrevida para baixo : - Peso < 1500 gr - Enfermidade Cardíaca Congênita Complexa - Anomalias Severas associadas e dependência ventilatória (ex: cardíaca) - Grande Distância entre os cotos esofágicos
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