Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
HABILIDADES E ATITUDES MÉDICAS - HAM HAM II SUPORTE BÁSICO DE VIDA (ADULTO) O QUE É? O Suporte Básico de Vida (SBV) é um protocolo de atend imento no qua l s e e s tabe lecem o reconhecimento e a realização das manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) com o objetivo de manter a vítima de parada cardiorrespiratória (PCR) viva até a chegada de uma unidade de transporte especializada. CONCEITO DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA A PCR é definida como interrupção da circulação sanguínea em consequência da interrupção súbita e inesperada dos batimentos cardíacos ou da presença de batimentos cardíacos ineficazes, acometendo pessoas em qualquer ambiente, sendo originada por diversas etiologias, como hipertensão, cardiopatias, obstrução das vias aéreas por corpos estranhos, acidentes e complicações dos anestésicos locais. QUAL OS OBJETIVOS DA RESSUCITAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP)? O objetivo principal da RCP é prover um fluxo de oxigênio e sangue para o coração e o cérebro. Ela deve ser feita imediatamente, pois o cérebro não tolera mais de 4 minutos de hipóxia e após 10 minutos sem RCP tem-se morte cerebral estabelecida.Além disso têm-se: 1-Redução de sequelas neurológicas. 2-Preservação da vida. SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV): CADEIA DE SOBREVIVÊNCIA A cadeia de sobrevivência foi criada para ressaltar a importância da adoção de atitudes organizadas e hierarquizadas na situação de provável ou confirmada PCR no ambiente extra hospitalar. Importante para a identificação de ritmos associados a PCR que sejam passíveis de tratamento com o desfibrilador: a fibrilação ventricular (FV) e a taquicardia ventricular sem pulso (TVsp). O primeiro elo é o reconhecimento rápido da PCR e acionamento do serviço de emergência, para que aumente as chances de um socorro imediato e eficaz, seguida de uma RCP precoce e de qualidade, aumentando a sobrevida da vítima. SEQUÊNCIA DO SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) EM ADULTOS O atendimento em SBV segue a ordem do CAB ou CABD, que se trata de um mnemônico para descrever os passos simplificados do atendimento SBV, onde: • C : c o r r e s p o n d e a C h e c a r responsividade, Chamar por ajuda, Checar o pulso e a respiração da vítima, Iniciar Compressões (30 compressões); • A: abertura das vias aéreas; • B: boa ventilação (2 ventilações); • D: desfibri lação, neste caso, com o desfibrilador externo automático (DEA). Vamos descrever a sequência completa a seguir: 1-CHECAR A SEGURANÇA • O primeiro passo é avaliar a segurança do local. • O local deve estar seguro para o socorrista e para a vítima, a fim de evitar uma próxima vítima. • Caso o local não seja seguro (por exemplo, um prédio com risco de desmoronamento, uma via de trânsito), deve-se tornar o local seguro ou remover a vítima para um local seguro. • Se o local estiver seguro, pode-se prosseguir com o atendimento. 2-AVALIAÇÃO E AÇÃO – Avaliação da responsividade: A avaliação da responsividade da vítima consiste em checar a consciência. Deve-se chamar a vítima (em voz alta) e realizar estímulo tátil tocando-a pelos ombros. Se a vítima responder, se apresente, ofereça ajuda. Caso não responda, o próximo passo é chamar por ajuda. – Chamar ajuda: Deve-se dar prioridade ao contato com o serviço local de emergência (por exemplo, Sistema de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU 192) e, se um DEA estiver disponível no local, providenciar. Se não estiver sozinho, peça para uma pessoa ligar e conseguir um DEA, enquanto continua o atendimento à vítima. É importante designar pessoas para que sejam responsáveis em realizar essas funções. DESSE MODO: Os aspectos fundamentais do Suporte Básico de Vida (SBV) no adulto incluem: 1-Reconhecimento imediato da PCR; 2-Contato com o sistema de emergência 3-Início da RCP de alta qualidade 4-Uso do DEA, assim que disponível. COMPRESSÕES TORÁCICAS Os aspectos principais a serem observados nas compressões são frequência, profundidade, retorno do tórax a cada compressão e interrupção mínima. Para a oxigenação adequada dos tecidos, é essencial minimizar as interrupções(Somente em caso de a vítima se movimentar; durante a fase de análise do ritmo cardíaco pelo desfibrilador; durante o posicionamento de via aérea avançada; e quando ocorrer exaustão do socorrista) das compressões torácicas e maximizar a quantidade de tempo em que as compressões torácicas geram fluxo de sangue. Para realização das compressões torácicas: Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 • Posicione-se ao lado da vítima e mantenha seus joelhos com certa distância um do outro, para que tenha melhor estabilidade. • Afaste ou corte a roupa da vítima (se uma tesoura estiver disponível), para deixar o tórax desnudo. • Coloque a região hipotenar de uma mão sobre a metade inferior do esterno da vítima e a outra mão sobre a primeira, entrelaçando-a. • Estenda os braços e os mantenha cerca de 90o acima da vítima. • Comprima na frequência de 100 a 120 compressões/ minuto. • Comprima com profundidade de, no mínimo, 5 cm (evitando compressões com profundidade maior que 6 cm). • Permita o retorno completo do tórax após cada compressão, evitando apoiar-se no tórax da vítima. • Minimize interrupções das compressões, pause no máximo 10 segundos para realização de duas ventilações. • Reveze com outro socorrista a cada 2 minutos, para evitar o cansaço e compressões de má qualidade. VENTILAÇÃO As ventilações são aplicadas após 30 compressões torácicas durante a RCP, seguindo a sequência C- A-B. A prioridade para as compressões torácicas deve-se ao fato da necessidade em gerar fluxo de sangue e também evitar os atrasos práticos inerentes às tentativas de ventilações adequadas. Abertura das Vias Aéreas Independentemente da técnica utilizada para aplicar ventilações, é necessária a abertura de via aérea, que pode ser realizada com a manobra da inclinação da cabeça e elevação do queixo e, se houver suspeita de trauma, a manobra de elevação do ângulo da mandíbula. Realização de Ventilações Devem ser realizadas em uma proporção de 30 compressões para duas ventilações, com duração de apenas 1 segundo cada, fornecendo quantidade de ar suficiente para promover a elevação do tórax. A hiperventilação é contraindicada, pois pode aumentar a pressão intra-torácica, diminuindo a pré-carga e o Débito Cardíaco (DC), e comprometendo a sobrevida. Há ainda o risco de hiperinsuflação gástrica, podendo desencadear vômitos, broncoaspiração e l imitação da mobilidade do diafragma. Ventilação com Via Aérea Avançada Quando uma via aérea avançada (por exemplo, intubação endotraqueal, Combitube®, Máscara Laríngea) estiver instalada, o pr imeiro socorr i s ta deve admin i s t ra r compres sõe s torácicas contínuas e o segundo s o c o r r i s t a , a p l i c a r u m a ventilação a cada 6 segundos − cerca de 10 ventilações por minuto. Não se devem pausar as compressões para aplicar as ventilações, em caso de via aérea avançada instalada. Ventilação em Vítima em Parada Respiratória Vítima que não respira ou respira de forma ineficaz (gasping), porém apresenta pulso palpável, encontra-se em parada respiratória. Nesses casos, realize uma ventilação a cada 5 a 6 segundos (aproximadamente 10 a 12 ventilações por minuto) para vítimas adultas. O pulso deve ser checado a cada 2 minutos, com a finalidade de verificar se a parada respiratória progrediu para uma PCR, necessitando de RCP. DESFIBRILAÇÃO • Desfibrilação precoce é o tratamento para vítimas em FV e TV sem pulso (TVSP) de curta duração, que apresentaram colapso súbito em ambiente extra-hospitalar , sendo este o principal ritmo de PCR nesses locais. • A Desfibrilação pode ser realizada com um equipamento manual ou o DEA. Este último pode ser utilizado por qualquer pessoa, assim que possível. • Nos primeiros 3 a 5 minutos de uma PCR em FV o coração se encontra altamente propício ao choque. • Após 5 minutos de PCR,a amplitude da FV diminui devido à depleção do substrato energético miocárdico. Assim, o tempo ideal para a aplicação do primeiro choque compreende os primeiros 3 a 5 minutos da PCR. • O DEA é um equipamento portátil, capaz de interpretar o ritmo cardíaco, selecionar o nível de energia e carregar automaticamente, cabendo ao Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 operador apenas pressionar o botão de choque, quando indicado . • O DEA deve ser utilizado assim que disponível. Recomenda- se que a RCP seja fornecida enquanto as pás do DEA são aplicadas e até que o DEA esteja pronto para analisar o ritmo. • Assim que o DEA estiver disponível, o socorrista, se estiver sozinho, deve parar a RCP para conectar o aparelho à vítima. • Porém, se houver mais de um socorrista, o segundo socorrista manuseia o DEA e, nesse caso, a RCP só é interrompida quando o DEA emitir um alerta verbal como: “analisando o ritmo cardíaco”, “não toque o paciente” e/ou “choque recomendado, carregando, afaste-se do paciente”. Os passos para utilização do DEA são descritos a seguir: 1. Ligue o DEA, apertando o botão on-off (alguns dispositivos ligam automaticamente ao abrir a tampa). Isso ativa os alertas verbais que orientam todas as etapas subsequentes. 2. Conecte as pás (eletrodos) ao tórax desnudo da vítima, observando o desenho contido nas próprias pás do posicionamento correto (selecionar pás do tamanho correto, adulto ou pediátrico, para o tamanho/idade do paciente. Remover o papel adesivo protetor das pás). 3. Encaixe o conector das pás (eletrodos) ao aparelho. 4. Quando o DEA indicar “analisando o ritmo cardíaco, não toque no paciente”, solicitar para que todos se afastem efetivamente. 5. Se o choque for indicado, o DEA emitirá a frase: “choque recomendado, afaste-se do paciente”. O socorrista que estiver manuseando o DEA deve solicitar para que todos se afastem. 6. Pressionar o botão indicado pelo aparelho para aplicar o choque, o qual produz uma contração repentina dos músculos do paciente. 7. A RCP deve ser iniciada pelas compressões torácicas, imediatamente após o choque. A cada 2 minutos, o DEA analisa o ritmo novamente e pode indicar novo choque, se necessário. Se não indicar choque, deve-se reiniciar a RCP imediatamente, caso a vítima não retome a consciência. 8. Mesmo se a vítima retomar a consciência, o aparelho não deve ser desligado e as pás não devem ser removidas ou desconectadas até que o serviço médico de emergência assuma o caso. 9. Se não houver suspeita de trauma, e a vítima já apresentar respiração normal e pulso, o socorrista pode lateralizar a vítima, porém deve permanecer no local até que o serviço médico de emergência chegue. P o s i c i o n a m e n t o anterolateral: remova as roupas e descubra a vítima, c o l o q u e u m a p á imediatamente abaixo da clavícula direita. Coloque a outra pá ao lado do mamilo esquerdo, com a borda superior da pá alguns centímetros abaixo da axila. P o s i c i o n a m e n t o anteroposterior: deixe o tórax desnudo. Aplique uma pá do DEA no lado esquerdo do tórax, entre o lado esquerdo do esterno e o mamilo esquerdo, e a outra no lado esquerdo das costas, próximo à coluna USO DO DESFIBRILADORES EXTERNOS AUTOMÁTICOS EM SITUAÇÕES ESPECIAIS As situações especiais a seguir podem exigir que o socorrista tenha cautela na colocação das pás ao usar um DEA: • Excesso de pelos no tórax: remover o excesso de pelos, somente da região onde são posicionadas as pás. • Tórax molhado: se o tórax da vítima estiver molhado, secar por completo; se ela estiver sobre uma poça d’água não há problema, porém se essa poça também envolver o socorrista, remover a vítima para outro local, o mais rápido possível. • Marca-passo ou Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI): se estiver na região onde é indicado o local para aplicação das pás, afaste-as ou opte por outro pos ic ionamento das pás (anteroposterior, por exemplo). • Adesivos de medicamentos: remover o adesivo se estiver no local onde são aplicadas as pás do DEA; enxugue, se necessário. •Crianças com até 25 kg:utilizar o DEA com pás pediátricas e/ou atenuador de carga. Se o kit DEA possuir somente pás de adulto, está autorizada a utilização delas, porém se o tórax for estreito, pode ser necessária a aplicação de uma pá na região anterior do tórax (sobre o esterno) e outra na região posterior do tórax (entre as escápulas), para que Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 não se sobreponham. As pás infantis não devem ser utilizadas em adultos, pois o choque aplicado é insuficiente. • Lactentes (zero a 1 ano): um desfibrilador manual é preferível, porém, se não estiver disponível, utilize o DEA com pás pediátricas e/ou atenuador de carga. Se este atualização também não estiver disponível, utilizar as pás de adulto, uma posicionada anteriormente (sobre o esterno) e a outra posteriormente (entre as escápulas). O prejuízo para o miocárdio é mínimo e há bons benefícios neurológicos. SEQUÊNCIA DO SUPORTE BÁSICO DE VIDA DO ADULTO PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE • Segurança do Local • Avalie a Responsividade da Vítima • Chame Ajuda • Cheque Respiração e Pulso • Cheque o pulso carotídeo e a respiração simultaneamente • Inicie Ciclos de 30 Compressões e Duas Ventilações Segundo a Fernandina: 1-Verificar se o local está seguro. 2-Checar a responsividade 3-Chamar ajuda e pedir um DEA 4-Checar o pulso e a respiração 5-Iniciar as compressões 6-Aplicar 2 ventilações a cada 30 compressões 7-Usar o DEA. Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 SUPORTE BÁSICO DE VIDA ADULTO -ENGASGO 1..OBSTRUÇÃO.DA.VIA.AÉREA.(OVA) A obstrução da via aérea por corpo estranho é pouco frequente, mas constitui-se como uma causa de PCR acidental potencialmente reversível. Normalmente associada à al imentação e comumente presenciada, as vítimas apresentam-se inicialmente conscientes e reativas, pelo que as oportunidades de intervenção precoce podem de forma mais fácil resolver a situação. O reconhecimento precoce da obstrução da via aérea é fundamental para o sucesso da evolução da situação de emergência. O reanimador treinado deve identificar sinais de obstrução da VA. O risco de OVA é mais elevado em vítimas que apresentem algumas das seguintes situações: redução do nível de consciência, intoxicação por álcool e/ou drogas, alterações neurológicas com dificuldade de deglutição e diminuição do reflexo da tosse, alterações mentais, demência, dentição inexistente e idosos. PODEMOS CLASSIFICAR A OVA QUANTO À GRAVIDADE: LIGEIRA: • Vítima reativa, capaz de falar, tossir e respirar; GRAVE: • Vítima incapaz de falar; • Tosse fraca/ineficaz ou ausente; • Respiração em “esforço” com ruído agudo alto à inspiração ou ausência total de ruído; • Incapacidade de movimentar o ar; • Cianose (coloração azulada ou violácea da pele, especialmente da face e nas extremidades, devida a deficiente oxigenação do sangue); • Agarra o pescoço com as mãos (sinal universal de asfixia). ALGORITMO DE DESOBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA O algoritmo que a seguir se descreve aplica-se tanto a adultos como a crianças com mais de 1 ano de idade. PANCADAS INTER-ESCAPULARES • Coloque-se ao lado e ligeiramente por detrás da vítima, com uma das pernas encostadas de modo a ter apoio; • Passe o braço por baixo da axila da vítima e suporte-a a nível do tórax com uma mão, mantendo-a inclinada para a frente, numa posição tal que se algum objeto for deslocado com as pancadas possa sair livremente pela boca; • Aplique até 5 pancadas com a base da outra mão na parte superior das costas, ao meio, entre as omoplatas, isto é, na região interescapular; • Cada pancada deverá ser efetuada com a força adequada tendo como objetivo resolver a obstrução; • Após cada pancada deve verificar se a obstrução foi ou não resolvida; • Aplique até 5 pancadas no total. COMPRESSÕES ABDOMINAIS • As compressões abdominais devem ser aplicadasno caso de as pancadas interescapulares não serem eficazes. Com a vítima de pé ou sentada: • Fique por detrás da vítima e circunde o abdómen da mesma com os seus braços; • Incline a vítima para a frente; •Feche o punho de uma mão e posicione-o acima da cicatriz umbilical, com o polegar voltado contra o abdómen da vítima; • Sobreponha a 2.a mão à já aplicada; • Aplique uma compressão rápida para dentro e para cima; • Repita as compressões até que o objeto seja expelido da VA; • Aplique cada nova compressão (até 5) como um movimento separado e distinto; • Após cada compressão abdominal deve verificar se a obstrução foi ou não resolvida. VÍTIMA INCONSCIENTE POR OVA GRAVE No caso de a vítima ficar inconsciente as compressões torácicas devem ser iniciadas logo que possível. A realização de compressões torácicas resulta no aumento da pressão da via aérea, tal como as compressões abdominais, traduzindo-se numa forma eficaz de promover a desobstrução da via aérea. Assim: • Suporte/ampare a vítima colocando-a no chão em decúbito dorsal sobre superfície rígida; • Ligue de imediato 112, ou garanta que alguém o faça; • Inicie compressões torácicas e insuflações (após 30 compressões, tente 2 insuflações eficazes); Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 ESCALA DE COMA DE GLASGOW A escala combina os principais indicadores-chave de gravidade de uma lesão neurológica de uma forma simples, e visa avaliar o nível de consciência dos pacientes de maneira prática e confiável, além de possuir as vantagens de fácil aplicação e reprodutibilidade. No entanto, possui limitações na análise da resposta verbal em pacientes sedados, com distúrbios de linguagem e em ventilação mecânica. Na escala original, a análise da gravidade do comprometimento neurológico era baseada em três critérios: abertura ocular, resposta verbal e resposta motora, os quais são pontuados individualmente e sua soma varia de 03 a 15, caracterizando o paciente com lesão leve, moderada ou grave . Em 2018, houve uma atualização com a inclusão da avaliação da reatividade pupilar, podendo agora variar de 01 a 15. Além disso, algumas nomenclaturas foram alteradas para simplificar sua aplicação. Portanto, hoje utilizamos quatro indicadores para avaliar o nível de consciência do paciente: • Abertura ocular; • Resposta verbal; • Melhor resposta motora; • Reatividade pupilar. 2. Indicadores 2.1. ABERTURA OCULAR 2.2. RESPOSTA VERBAL CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃ O Olhos abertos previamente à estimulação. Espontânea 4 Abertura ocular após ordem em tom de voz normal ou em voz alta. Ao som 3 Abertura ocular após estimulação da extremidade dos dedos. À pressão 2 Ausência persistente de abertura ocular, sem fatores de interferência. Ausente 1 Olhos fechados devido a fator local. Não testável NT CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO Resposta adequada relativamente ao nome, local e data. Orientada 5 Resposta não orientada, mas comunicação coerente. Confusa 4 Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 2.3. MELHOR RESPOSTA MOTORA 2.4. REATIVIDADE PUPILAR 3. Pontuação e grau de lesão Após avaliação e pontuação de todos os critérios, a fórmula aplicada é: • Pontuação final = Abertura ocular [1 a 4] + Resposta verbal [1 a 5] + Resposta motora [1 a 6] – Reatividade Pupilar [0 a 2] Grau de lesão de acordo com a pontuação: • Entre 13 e 15 – LEVE; • Entre 9 e 12 – MODERADA; • Entre 3 e 8 – GRAVE; • Menor que 3 – COMA; ATENÇÃO: Escala de Coma de Glasgow ≤ 8 é indicativo de intubação orotraqueal! Palavras isoladas inteligíveis. Palavras 3 Apenas gemidos. Sons 2 Ausência de resposta audível, sem fatores de interferência. Ausente 1 Fator que interfere com a comunicação. Não testável NT CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇ ÃO Cumprimento de ordens com duas ações. A ordens 6 Elevação da mão acima do nível da clavícula ao estímulo na cabeça ou pescoço. Localizadora 5 Flexão rápida do membro superior ao nível do cotovelo, padrão predominante não anormal. Flexão normal 4 Flexão do membro superior ao nível do cotovelo, padrão claramente anormal. Flexão anormal 3 Extensão do membro superior ao nível do cotovelo. Extensão 2 Ausência de movimentos dos membros superiores/inferiores sem fatores de interferência. Ausente 1 Fator que limita resposta motora. Não testável NT CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO Bilateral 0 Unilateral 1 Inexistente 2 Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 ANAMNESE E EXAME FÍSICO DO SISTEMA NERVOSO 1-Anamnese 2-Consciência 3-Equilíbrio 4-Coordenação 5-Exame da Motricidade 6-Reflexos Profundos e Superficiais 7-Sensibilidade Superficial e Profunda 8-Avaliação de Pares Cranianos 1-ANAMNESE: Identificação:Nome, idade, sexo, procedência, residência atual e anterior , profissão anterior e atual, raça, estado civil, religião, naturalidade. Queixa principal: Com as palavras do paciente, registra-se o que levou o paciente a buscar ajuda. História da doença atual: • Data do início da doença: Muito recente (aguda- horas ou dias), recente(subaguda- semanas ou poucos meses), longa duração (crônica-muitos meses ou anos). • Evolução crônica dos sintomas: Início, localização, irradiação, fatores de melhora ou piora, frequência, duração,intensidade e etc. I n t e r r o g a t ó r i o s i n t o m a t o l ó g i c o : Interrogatório feito para cada sistema específico do corpo, dando ênfase ao sistema que o paciente se queixa. Antecedentes pessoais patológicos : Internações, doenças anteriores ( viroses, diabetes, convulsões, intervenções cirúrgicas e etc), transfusões sanguíneas, traumas , alergias e etc. Antecedentes pessoais fisiológicos: Condições do nascimento, condições de gestação, condições de desenvolvimento psicomotor( firmou a cabeça, andou, sentou, falou e etc), vacinações, menarca, sexarca. Antecedentes familiares: Doenças musculares e heredodegenerativas do sistema nervoso ocorridas em pessoas da família e entre outras comorbidades . Condições socioeconômicas e Hábitos de vida: Condição de moradia, acesso a saneamento básico, alimentação, moradia, uso de bebidas alcoólicas e drogas ilícitas, hábitos sexuais, práticas de exercícios físicos e etc. SINAIS E SINTOMAS DAS AFECÇÕES DO SISTEMA NERVOSO Distúrbios de consciência, cefaleia, dor na face, tontura e vertigens, convulsões, transtorno de movimento, automatismo, distúrbios visuais, náusea, vômitos, disfagia, distúrbios de marcha, paralisias, distúrbios de sensibilidade, distúrbios de s o n o e d a s f u n ç õ e s c e r e b r a i s s u p e r i o r e s ( c o m u n i c a ç ã o p o r m e i o d a linguagem,fala, leitura e escrita), parecias, dores radiculares e etc. EXAME FÍSICO 2- NÍVEL DE CONSCIÊNCIA Consciência: Noção que o indivíduo tem de se mesmo e do ambiente ao seu redor. • Consciente ou estado de vigília: Tem a percepção do mundo exterior e de si mesmo. • O b n u b i l a ç ã o : E s t a d o d e a l e r t a moderadamente comprometido, redução da percepção sensorial e lentidão na compreensão. • Sonolência: Paciente é facilmente despertado, responde mais ou menos apropriadamente e logo volta a dormir. • Confusão mental: Perda da atenção, o pensamento não é claro, as respostas são lentas e não há percepção normal do tempo e espaço, podendo surgir alucinações, ilusões e agitação. • Torporoso: Paciente só é despertado por estímulos mais fortes, tem movimentos espontâneos e abre os olhos. • Comatoso: Não é despertado com estímulos fortes e não tem movimentos espontâneos, estado de coma. Observação: atualmente essa classificação é evitada, pois vários observadores possuem percepções diferentes sobre cada uma delas, assim, utiliza- se a Escala de Coma de Glasgow. Ressalta- se a importância da experiência do examinador na aplicação da EG. 3-EQUILÍBRIO EQUILÍBRIO ESTÁTICO: Analisa-se o paciente na posição vertical e olhando para frente. Verifica-se a função vestibular(orelha interna-labirinto) + função visual + sensibilidade proprioceptivae sensação tátil. Teste de Romberg= deixando o paciente parado com os pés juntos e paralelos, olhando pra frente, depois fecha os olhos do paciente e dá-se leves empurrões. Para sensibilizar o teste, peça ao paciente colocar o pé em cima do outro. No indivíduo normal, nada se observa, ou apenas ligeiras oscilações do corpo são notadas (prova de Romberg negativa). Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 Com alterações neurológicas, ao cerrar as pálpebras, o paciente apresenta oscilações do corpo, com desequilíbrio e forte tendência à queda (prova de Romberg positiva). Teste de Romberg positivo= Sinal de Romberg presente: queda após fechar os olhos • Parado, com os pés juntos e paralelos • Leves empurrões, braços esticados • Fechamento dos olhos Romberg Clássico Ou Funicular: queda imediatamente após o fechamento dos olhos, sem sentido preferencial = Lesão das raízes dorsais e funículo posterior da medula (vias proprioceptivas). Romberg Vestibular: queda após um período de latência,para o lado do labirinto lesado= alterações das vias vestibulares. Dança Dos Tendões: lesões do cerebelo. EQUILÍBRIO DINÂMICO: Marcha - observar a postura do paciente, o balanço dos membros e a presença de alterações como aumento da base,equilíbrio, irregularidades dos passos e desvios. • Marcha com olhos abertos e fechados • Caminhar encostando o hálux no calcanhar / ponta dos pés/ calcanhar no chão Obs: alteração da marcha dá-se o nome de disbasia, podendo ser uni ou bilateral. Marcha Ceifante/helicópode/hemiplégica: Mantém o membro superior fletido em 90 graus no cotovelo e em adução e mão fechada. O membro inferior do mesmo lado é espástico, e o joelho não flexiona, devido a isso a perna t e n d e a a r r a s t a - s e p e l o c h ã o , d e s c r e v e n d o u m semicírculo quando o paciente troca o passo.( típica de acidente vascular cerebral) Marcha anserina/pato: O paciente para caminhar acentua a lordose lombar e vai inclinando o tronco ora para a esquerda, ora para a direita, alternadamente, lembrando um andar de pato. ( doenças musculares) Marcha Parkinsoniana: Paciente anda como um bloco enrijecido sem o movimento automático dos braços,cabeça inclinada para frente, passos miúdos e rápidos. (Mal de parkinson) Marcha cerebelar/ébrio: O caminhar faz-se em zigue-zague( como um bêbado), traduz incoordenação dos movimentos em decorrência de lesões do cerebelo. Marcha tabética: Para se locomover o paciente mantém o olhar fixo no chão, os membros inferiores são levantados abrupta e explosivamente e ao serem recolocados no chão os calcanhares tocam o solo de modo bem pesado, com os olhos fechados a marcha se toma pior, ou se torna impossível. (indica perda de sensibilidade proprioceptiva por lesão do cordão posterior da medula) Marcha de pequenos passos: Paciente dar passos muitos curtos e ao caminhar arrasta os pés como se estivesse dançando, marchinha. ( típico de paralisia pseudobulbar e na atrofia cortical degenerativa) Marcha Vestibular: Paciente com lesão vestibular(labirinto) apresenta lateropulsão quando anda: é como se fosse empurrado para o lado quando tenta caminhar em linha reta. Se o paciente for colocado em uma sala ampla e lhe for solicitado ir de frente e voltar de costas de olhos fechados ele irá descrever uma figura parecida com uma estrela. Marcha Escavante: O paciente tem paralisia do movimento de flexão dorsal do pé. Ao tentar caminhar toca com a ponta do pé o solo e tropeça. Marcha em tesoura/ espástica: Dois membros inferiores enrijecidos e espásticos permanecem semifletidos, os pés se arrastam e as pernas se cruzam uma na frente da outra quando o paciente tenta caminhar.(o movimento das pernas lembra o f o r m a t o d e u m a t e s o u r a e m funcionamento) Marcha claudicante: O paciente manca em um dos lados.(estenose do canal vertebral lombar) 4- COORDENAÇÃO C o o r d e n a ç ã o a d e q u a d a t r a d u z o b o m funcionamento de, pelo menos, 2 setores do sistema nervoso: o cerebelo (centro coordenador) e a sensibilidade proprioceptiva. - A perda de coordenação é denominada ataxia, a qual pode ser de três tipos: cerebelar, sensorial e mista. - Cumpre mencionar que, nas lesões da sensibilidade proprioceptiva, o paciente utiliza a v i s ã o p a r a fi s c a l i z a r o s m ov i m e n t o s incoordenados.Cerradas as pálpebras, acentua-se Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 a ataxia. Tal fato não ocorre nas lesões cerebelares. Faz-se o exame de coordenação por meio de inúmeras provas, mas bastam as que se seguem: Prova dedo-nariz/índex nariz: Com o membro superior estendido lateralmente, o paciente é solicitado a tocar a ponta do nariz - olhos abertos e, depois, fechados. Prova calcanhar-joelho: Na posição de decúbito dorsal, o paciente é solicitado a tocar o joelho oposto com o calcanhar do membro a ser examinado. A prova deve ser realizada várias vezes, de início de olhos abertos e depois fechados, “sensibiliza-se” a prova mediante o deslizamento do calcanhar pela crista tibial, após tocar o joelho. Prova movimentos alternados: Determina-se ao paciente que realize movimentos rápidos e alternados, tais como: abrir e fechar a mão, movimento de supinação e pronação, extensão e flexão dos pés. 5-MOTRICIDADE De três tipos são os atos motores: voluntário, involuntário e reflexo. Síndrome do neurônio superior e inferior - Voluntária: sistema motor voluntário que comanda os movimentos dos vários segmentos do corpo é representado pelos neurônios centrais ou superiores, situados no córtex frontal, precisamente na circunvolução pré-central, cujos axônios formam o fascículo corticospinal, também chamado piramidal, indo terminar em sinapse nos vários níveis medulares com os segundos neurônios motores. A motricidade voluntária é estuda por meio de duas técnicas, uma análise para a motricidade espontânea e avaliação da força muscular. • Espontânea: Solicita-se ao paciente executar uma série de movimentos, especialmente dos membros, tais como: abrir e fechar a mão, estender e fletir o antebraço, abduzir e elevar o braço, fletir a coxa, fletir e estender a perna e o pé. Durante a execução desses movimentos, é importante observar se eles são realizados em toda a sua amplitude. • Força muscular: O paciente procura fazer os mesmos movimentos mencionados no exame da motricidade espontânea, só que, desta vez, com oposição aplicada pelo examinador. Nos casos de discreta ou duvidosa deficiência motora dos membros, realizam-se as denominadas pro v as defic i tár i as (c on t ra a grav idade ), representadas pelas: - Provas de Barré - Prova de Mingazzini - Prova dos braços estendidos. O resultado do exame da força pode ser registrado da seguinte maneira: • Grau V: contração normal, vence a gravidade e resistência • Grau IV: contração boa, vence alguma resistência • Grau III: contração regular, vence a gravidade mas não a resistência • Grau II: contração fraca, não vence a gravidade • Grau I: esboço de contração muscular, contração visível ou palpável • Grau 0: contração nula, paralisia total (plégico). • Tônus muscular: É um estado de tensão constante a que estão submetidos os músculos, tanto em repouso (tônus de postura), como em movimento (tônus de ação). O exame do tônus é realizado com o paciente deitado e em completo relaxamento muscular, obedecendo-se à seguinte técnica: Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 A. Inspeção- Verifica-se a existência ou não de achatamento das massas musculares de encontro ao plano do leito. B. Palpação das massas musculares: Averigua-se o grau de consistência muscular, a qual se mostra aumentada nas lesões motoras centrais e diminuída nas periféricas. C. Movimentos passivos: Imprimem-se movimentos naturais de flexão e extensão nos membros e observam-se: • Passividade: se há resistência (tônus aumentado) se a passividade está menor do queo normal (tônus diminuído). • Extensibilidade, isto é, se existe ou não exagero no grau de extensibilidade da fibra muscular. Assim, na flexão da perna sobre a coxa, fala-se em diminuição do tônus quando o calcanhar toca a região glútea de modo fácil. D. Balanço passivo: Com as suas duas mãos, segura e balança o antebraço do paciente, observando se a mão movimenta-se de forma normal, exagerada (na hipotonia) ou diminuída (na hipertonia). O mesmo pode ser observado, aplicando-se a manobra nos membros inferiores, segurando a perna e observando o balanço dos pés. -Na hipotonia, observam-se achatamento das massas musculares no plano do leito, consistência muscular diminuída, passividade aumentada, extensibilidade aumentada. -Na hipertonia, encontram-se consistência muscular aumentada, passividade diminuída e extensibilidade aumentada. Observação: Lesões do neurônio motor superior→ causam aumento do tônus muscular, hiperatividade dos reflexos tendinosos e sinal de Babinski. Lesões do neurônio motor inferior→ produzem redução do tônus muscular, reflexos hipoativos, atrofia muscular e fasciculações. -Involuntário(distúrbios do movimento) Tão logo o paciente se ponha na presença do médico inicia-se a inspeção, incluindo a observação de movimentos involuntários, quando presentes. Cumpre destacar que alguns movimentos involuntários são contínuos e tornam-se logo evidentes, ao passo que outros ocorrem periodicamente ou em crises, dificultando seu reconhecimento. O s d i s t ú r b i o s d o m o v i m e n t o s ã o classificados em: hipocinéticos, caracterizados por pobreza e lentidão de movimentos, e hipercinéticos, em que há excesso de movimentos, não associados a fraqueza muscular e/ou espasticidade. Principais características dos transtornos do movimento: R e a ç õ e s M u s c u l a r e s Patológicas Antálgicas S i n a i s d e i r r i t a ç ã o meningorradicular: • Sinal de Kernig: Coxa e perna em ângulo reto. Considera-se a prova positiva quando o paciente sente dor ao longo do trajeto do nervo ciático e tenta impedir o movimento. • Sinal de Brudzinski: Flexão Tremor: são oscilações rítmicas e regulares de um segmento do corpo, geradas por contrações alternadas de músculos agonistas e antagonistas. É o movimento involuntário mais prevalente. Compreende três tipos: de repouso, de ação (postural e cinético) e misto. Distonia: é uma síndrome composta de contrações musculares mantidas, que frequentemente causa movimentos repetitivos, e/ou torções, e/ou posturas anormais. São classificadas em: (a) focal, quando somente uma parte do corpo é acometida (cervical); (b) segmentar: quando duas partes contíguas são acometidas (cervical + membro superior); (c) multifocal, quando duas ou mais partes não contíguas são acometidas (cervical + membro inferior); (d) generalizada, quando afeta, no mínimo, os dois membros inferiores e qualquer outra parte do corpo. Coreia: caracteriza-se por movimentos arrítmicos, irregulares e rápidos. Os pacientes apresentam “impersistência motora” quando tentam manter a contração muscular. Podem ser hereditárias (doença de Huntington) ou adquiridas (coreia de Sydenham). Atetose: são movimentos sinuosos, lentos e contínuos, mais frequentes nas porções distais dos membros, adquirindo aspecto “serpentiante” ou tentacular. Pode ocorrer associada à coreia, constituindo a coreoatetose. Balismos: são movimentos bruscos, de grande amplitude, afetando, principalmente, os segmentos mais proximais dos membros superiores e inferiores. Assemelham-se a um “arremesso” quando nos membros superiores e ao “chute” quando nos membros inferiores.É mais comum unilateralmente (hemibalismo). Mioclonias: caracterizadas por abalos involuntários de um músculo ou grupo muscular, levando ao deslocamento súbito do segmento corporal. São breves, bruscos, semelhantes a “sacudidas” musculares, podendo afetar o tronco e a raiz dos membros. A mioclonia pode ser “positiva” quando há contração muscular e “negativa” quando há relaxamento muscular. Discinesia: apresenta caráter estereotipado dos movimentos de padrão mais ou menos semelhante e de forma contínua (exemplo: pronação/supinação da mão, careteamento com movimentos sucessivos dos lábios, língua com protrusão e retração). Estão, frequentemente, associadas à utilização crônica de medicamentos (exemplo: neurolépticos). Espasmo hemifacial: são movimentos breves, periódicos, dos músculos da hemiface inervados pelo facial. Os espasmos musculares podem ser clônicos, tônicos ou tônico-clônicos. Classificado como idiopático e secundário (exemplo: tumor do ângulo- ponto). Tiques: são caracterizados por movimentos breves, rápidos, irregulares e repetitivos, afetando qualquer parte do corpo. Podem ser suprimidos pela vontade do paciente. Os tiques são classificados em motores e vocais, simples e complexos. Pioram com o estresse e a ansiedade. Acatisia: incapacidade do indivíduo de manter-se quieto, sensação subjetiva de intranquilidade; o paciente sente alívio quando se move incessantemente (exemplo: sentar e levantar, cruzar e descruzar as pernas). A causa mais comum é medicamentosa (neurolépticos, como haloperidol, clorpromazina). Síndrome das pernas inquietas: sensação desagradável das pernas semelhantes a formigamento e queimação, quando a pessoa está em repouso e relaxa, principalmente à noite, melhorando ao movimentar- se. Síndrome da pessoa rígida: caracteriza-se pela contração muscular, dolorosa, da musculatura axial (dorsolombar, abdominal e cervical) e parte proximal dos membros. A marcha torna-se lenta, com dificuldade para virar-se, dando aspecto de “soldado de madeira”. Está relacionada a mecanismos autoimunes. Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 passiva da nuca e flexão involuntária dos membros inferiores. • Rigidez de nuca Hipertonia: Estando o paciente em decúbito dorsal, o examinador coloca uma das mãos na região occipital e, suavemente, tenta fletir a cabeça do paciente. Se o movimento for fácil e amplo, não há rigidez nucal, ou seja, a nuca é livre. Caso contrário, fala-se em resistência, defesa ou simplesmente rigidez da nuca. Esta última situação é frequentemente encontrada na meningite e na hemorragia subaracnóidea. • Sinal de Lasègue: Com o paciente em decúbito dorsal e os membros inferiores estendidos, o examinador levanta um dos membros inferiores estendido. A prova é positiva quando o paciente reclama de dor na face posterior do membro examinado, logo no início da prova (cerca de 30° de elevação). 6-REFLEXOS 1-Superficiais Reflexo cutâneo-plantar: A excitação da planta do pé, em sua margem interna preferencialmente, no sentido póstero- a n t e r i o r, p rov o c a flexão plantar do hálux e d o s a r t e l h o s . Denomina-se o reflexo como cutâneo-plantar em flexão. A pesquisa deve ser realizada estando o paciente deitado e relaxado, utilizando-se uma espátula ou um objeto de ponta romba. O sinal de Babinski, que consiste na extensão lenta do hálux, é mais facilmente obtido quando se estimula a parte lateral da planta do pé e é indicativo de lesão piramidal. Reflexos cutâneo-abdominais:A estimulação cutânea, rápida, da parede abdominal, no sentido látero-medial, provoca Contração dos músculos abdominais ipsilaterais, causando desvio da linha alba e da cicatriz umbilical para o lado estimulado. Distinguem-se os reflexos cutâneo- abdominais superior, médio e inferior, conforme a região estimulada (altura das regiões epigástrica, umbilical e hipogástrica, respectivamente). R e fl e x o c r e m a s t é r i c o : a estimulação do terço superior da face medial da coxa, estando o paciente em decúbito dorsal, com os membros inferiores estendidos e em abdução, desencadeia a contração do cremaster e elevação do testículo ipsilateral. Reflexo anal: Contração do esfíncter a n a l e x t e r n o e m r e s p o s t a à estimulação cutânea da região perianal. 2-Profundos Na pesquisa dos reflexosmiotáticos fásicos ou clônicos, o estímulo é feito pela percussão com o martelo de reflexos do tendão do músculo a ser examinado. De rotina, são investigados os reflexos aquileu, patelar, flexor dos dedos, supinador, pronador, bicipital e tricipital. Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 7-SENSIBILIDADE Sensibilidade Superficial ou Exteroceptiva • Tátil: algodão seco, gaze ou pincel • Dolorosa: alfinete ou agulha de costura (romba) • Térmica: tubo com água quente (<45°C) e fria (>15°C) Sensibilidade Profunda ou Proprioceptiva: • Sensibilidade vibratória ou Palestesia: sensação vibratória com diapasão nas eminências ósseas. • A sensibilidade à pressão (barestesia) é verificada mediante compressão digital ou manual em qualquer parte do corpo, especialmente de massas musculares. • A cinético-postural ou artrocinética (batiestesia) é explorada deslocando-se suavemente qualquer segmento do corpo em várias direções (flexão, extensão). Em dado momento, fixa-se o segmento em uma deter minada pos ição, que deverá ser reconhecida pelo paciente. Para facilitar o exame, elegem-se algumas partes do corpo, como o hálux, o polegar, o pé ou a mão. • A sensibilidade dolorosa profunda é avaliada mediante compressão moderada de massas muscu lares e tendões, o que, normalmente, não desperta dor. Se o paciente acusar dor, é sinal de que há neurites e miosites. De modo contrário, os pacientes com tabes dorsalis não sentem dor quando se faz compressão, mesmo forte, de órgãos habitualmente muito dolorosos, como é o caso dos testículos. Sensibilidade de integração cortical • Estereognosia : É a capacidade de reconhecer a forma dos objetos pelo tato, sem o auxílio da visão. • Grafestesia: É a capacidade de reconhecer letras ou números desenhados na palma das mãos com um lápis ou um objeto de ponta romba, sem o auxílio da visão. • Discriminação Táctil Ou De Dois Pontos:Estimulação simultânea de dois pontos vizinhos, sem o auxílio da visão. TERMOS: ANESTESIA : É a perda de um tipo de sensibilidade. HIPOESTESIA : Qualquer tipo de sensibilidade diminuída a estimulação. HIPERESTESIA : Qualquer tipo de sensibilidade aumentada para estipulação. ANALGESIA : Perda da sensação dolorosa. PARESTESIAS : Percepção sensitiva sem estímulos externos de formigamento, dor, alfinetadas ou queimação. ALODÍNEA: Percepção de um estímulo não doloroso, como estímulo doloroso e de alta intensidade. DISESTESIA : Sensações dis torc idas e desagradáveis de estímulos normalmente inócuos. Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 EXAME DOS PARES DE NERVOS CRANIANOS Ao todo são 12 pares de nervos cranianos: I- Olfatório, II-Óptico, III-Oculomotor, IV- Troclear, V-Trigêmeo, VI-Abducente, VII-Facial , VIII-Vestibulococlear, IX-Glossofaríngeo, X-Vago, XI-Acessório, XII-Hipoglosso. ANÁLISE DE CADA PAR DE NERVOS I NERVO OLFATÓRIO • Função: olfação • N o e x a m e d a o l f a ç ã o , empregam-se substâncias com odores conhecidos: café, canela, cravo, tabaco, álcool etc. • De olhos fechados, o paciente deve reconhecer o aroma que o examinador colocar diante de cada narina. Observação:Afastadas as condições que impeçam o reconhecimento do odor (resfriado comum, atrofia de mucosa), as alterações deficitárias (hiposmia e anosmia) ganham maior significado clínico, pois dependem de distúrbios neurológicos, como sífilis nervosa, fratura do andar anterior da base do crânio e neoplasia da goteira olfatória. II NERVO ÓPTICO • Função: visão central (acuidade visual), periférica (campo visual) e fundos oculares • As imagens são recolhidas na retina por meio dos cones e bastonetes, e conduzidas ao centro da visão no lobo occipital. O nervo óptico é examinado da seguinte maneira: I. Acuidade visual. Utilização da lâmina de Snellen a 60 cm de distância, pede-se ao paciente que diga o que vê na sala de exame (na parede, na mesa) ou leia alguma coisa. Examina-se cada olho em separado. Havendo diminuição da acuidade, fala-se em ambliopia; quando abolida, constitui-se em amaurose. Ambas podem ser uni ou bilaterais e costumam ser causadas por neurite óptica, neoplasias e hipertensão intracraniana. I. Campo visual. Sentado, o paciente fixa um ponto na face do examinador, postado à sua frente. O examinador desloca um objeto nos sentidos horizontal e vertical, e o paciente dirá até que ponto está “percebendo” o objeto nas várias posições. Cada olho é examinado separadamente. A isso se denomina avaliação do campo visual ou campimetria. II. Fundoscopia. Com o oftalmoscópio, o fundo de olho torna-se perfeitamente visível. Podem ser reconhecidos o tecido nervoso (retina e papila óptica) e os vasos (artérias, veias e capilares), que evidenciam fielmente o que se passa com as estruturas análogas na cavidade craniana. III NERVO OCULOMOTOR, IV NERVO TROCLEAR E VI NERVO ABDUCENTE • Função: motricidade ocular extrínseca e intrínseca. • Esses três nervos são examinados em conjunto, pois inervam os vários músculos que têm por função a motilidade dos globos oculares. • Tais músculos são o reto medial, o reto superior, o reto inferior, o oblíquo inferior (inervados pelo oculomotor), o oblíquo superior (inervado pelo troclear) e o reto lateral (inervado pelo abducente). • O III nervo inerva também a musculatura elevadora da pálpebra. Esses nervos podem ser examinados da seguinte maneira: I. Motilidade extrínseca. O exame é feito em cada o lho separadamente e, depoi s , simultaneamente, da seguinte maneira: estando o paciente com a cabeça imóvel, o examinador solicita a ele que desloque os olhos nos sentidos horizontal e vertical. No exame simultâneo, acrescenta-se a prova da convergência ocular, que é feita aproximando gradativamente um objeto dos olhos do paciente. II. Motilidade intrínseca. O exame da pupila é feito em seguida ao estudo da motilidade extrínseca dos globos oculares.Dinamicamente, a pupila é examinada por meio de um feixe luminoso e pela convergência ocular. Em ambiente de pouca luminosidade, o paciente deve olhar para um ponto mais distante. O examinador incide o feixe de luz em uma pupila e observa a resposta nos dois lados.Chama-se reflexo fotomotor direto a contração da pupila na qual se fez o estímulo, e de reflexo fotomotor consensual a contração da pupila oposta. Em seguida, aproxima-se dos olhos um objeto, e as pupilas se contrairão normalmente – é o reflexo da acomodação. V NERVO TRIGÊMEO. • Função:Sensibilidade facial e motricidade dos músculos mastigatórios. O nervo trigêmeo é examinado da seguinte maneira: I. Para a função motora: Inspeção do maxilar inferior e região temporal; Palpação da fossa temporal, solicitando ao paciente que feche a boca com força, e que abra a boca (observando desvios para um ou outro lado por ação dos pterigóideos); além de pedir para o paciente movimento o queixo de um lado para o outro. Reflexo córneo-palpebral: com uma mecha de a lgodão, es t imula-se a córnea do paciente, pedindo que o paciente dirija seu olhar para um lado e a p r o x i m a n d o - s e vagarosamente o algodão do lado oposto;O algodão é posto entre a esclerótica e a córnea; A resposta normal é a contração do orbicular das pálpebras. II. P a r a a f u n ç ã o s e n s i t i v a : a v a l i a r sensibilidade superficial c o m u m a l g o d ã o e posteriormente se investiga a sensibilidade dolorosa com alfinete e vibratória com o diapasão. VII NERVO FACIAL • Função: movimentar a musculatura mímica, sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da língua, inervação vegetativa das glândulas lacr imai s , submaxi lares e subl ingua i s , sensibilidade exteroceptiva de uma pequena região do pavilhão auricular. O nervo facial é examinado da seguinte maneira: I. Para a função motora:Para fazer o exame do nervo facial, solicita-se ao paciente enrugar a testa, franzir os supercílios, fechar as pálpebras, mostrar os dentes,abrir a boca, assobiar, inflar a boca e contrair o platisma ou músculo cutilar do pescoço. II. Para a função sensitiva:Algodão embebido em substâncias amargas, salgadas, azedas e doces na língua. Observação:Tem importância prática a distinção entre a paralisia por lesão do nervo facial (paralisia periférica-representada na imagem B) e aquela por lesão d a v i a c o r t i c o n u c l e a r (piramidal), também chamada d e p a r a l i s i a c e n t r a l - representada na imagem A. No tipo periférico, toda a hemi face homolate ra l é comprometida, enquanto, na central, somente a metade inferior da face contralateral se mostra alterada. Este último tipo ocorre com frequência nos acidentes vasculares e nas neoplasias cerebrais. VIII NERVO VESTIBULOCOCLEAR. • Função: audição, equilíbrio e postura. • É constituído por duas raízes: a coclear, incumbida da audição, e a vestibular, responsável pelo equilíbrio. • No exame neurológico de rotina, faz-se apenas uma exploração mais ou menos grosseira das duas raízes, coclear e vestibular. • Desse nervo a raiz coclear é avaliada pelos seguintes dados e manobras: - Diminuição gradativa da intensidade da voz natural - Voz cochichada - Atrito suave das polpas digitais próximo à orelha - P rov a d e R i n n e , q u e consiste em aplicar o diapasão na região mastoide. Quando o paciente deixar de ouvir a vibração, coloca-se o aparelho próximo ao conduto auditivo. Em condições normais, o paciente acusa a percepção do som (Rinne positivo). Transmissão óssea mais prolongada que a aérea (Rinne negativo) significa deficiência auditiva de condução. 1. Rinne positivo = paciente acusa a percepção do som; 2. Rinne ne gativo = transmissão óssea é mais prolongada que a auditiva (deficiência auditiva de condução) - Prova de Webber: Coloca-se um diapasão vibrando na linha mediana do vértice do crânio. Em condições normais: som será ouvido igualmente em ambas as ore lhas ou ressoará em algum lugar no centro da cabeça, “não lateralizado”. Anormalidade: A. • Perda Auditiva de Condução: som melhor no lado afetado (“lateralizado”). B. • Surdez neurossensorial : som melhor na orelha normal. • A investigação da raiz vestibular compreende: a pesquisa de nistagmo, desvio lateral durante a marcha, desvio postural, sinal de Romberg e provas calórica e rotatória. • O nistagmo consiste em movimentos oculares ritmados, com dois componentes: um rápido e outro lento. O nistagmo pode ser espontâneo ou provocado e compreende os tipos horizontal, vertical, rotatório e misto. • Quando há desvio postural durante a marcha, observa-se lateropulsão para o lado da lesão. Se o paciente estiver de pé ou sentado com os olhos fechados e os membros superiores estendidos para frente e elevados em ângulo reto com o corpo, os braços irão desviar-se para o lado do labirinto lesado, e o corpo tenderá a cair para este mesmo lado. • Sinal de Romberg positivo, com desequilíbrio do corpo para o lado lesado. IX NERVO GLOSSOFARÍNGEO • Função: inerva músculos estilofaríngeo e constritor superior da faringe (músculos da deglutição), sensibilidade gustativa do terço posterior da língua, inervação parassimpática da glândula parótida, sensibilidade exteroceptiva do pavilhão auricular e pele do conduto auditivo externo, sensibil idade geral da mucosa amigdaliana, trompa de Eustáquio, véu palatino e parede de faringe. O nervo glossofaríngeo é examinado da seguinte maneira: I. Para a função sensitiva: Algodão embebido em substâncias amargas, salgadas, azedas e doces na língua; II. Para a função motora:estímulo mecânico da parede posterior da faringe ou solicitando que o paciente pronuncie a letra "a" com a boca bem aberta(Reflexo faríngeo-vômito). X NERVO VAGO • Função: inerva região faríngea e laríngea, inervação parassimpática para as vísceras torácicas e abdominais, recebe informação da sensibilidade visceral e sensibilidade superficial do pavilhão auricular e pele do conduto auditivo externo. O nervo vago é examinado da seguinte maneira: É feito o exame do véu palatino pedindo-se ao paciente que abra a boca e observa-se a posição do véu, sua tensão, a posição da úvula e da rafe média em repouso. A seguir, solicita-se que pronuncie a letra "a".Abaixador de língua, estimula-se a parede posterior da faringe a fim de provocar o reflexo nauseoso. Observação:Normalmente são avaliados o nervo glossofaríngeo e vago ao mesmo tempo. XI NERVO ACESSÓRIO. • Função: inervação da laringe (raiz bulbar) e trapézio e esternocleidomastóideo (raiz espinhal). O nervo acessório é examinado da seguinte maneira: É realizado a inspeção do p a c i e n t e o b s e r v a n d o a existência de assimetrias de relevo das massas musculares do pescoço, ombro e escápula. Solicita-se ao paciente que levante os braços, colocando- os na horizontal e palpando-se as massas musculares do ombro. Posteriormente, se estuda a força muscular do ombro, solicitando ao enfermo que os levante contra resistência. Para avaliar a força do esternocleidomastóideo, deve-se pedir ao paciente que gire a cabeça contra a força de oposição. XII NERVO HIPOGLOSSO. • Função: inervação da musculatura da língua. O nervo hipoglosso é examinado da seguinte maneira: Investiga-se o hipoglosso pela inspeção da língua – no interior da b o c a o u e x t e r i o r i z a d a – movimentando-a para todos os lados, forçando-a de modo que vá de encontro à bochecha e, por fim, palpando-a, para avaliação de sua consistência. Observação: Nas lesões unilaterais do hipoglosso, observam-se atrofia e fasciculação na metade comprometida. Ao ser exteriorizada, a ponta da língua se desvia para o lado da lesão. Às vezes, ocorre disartria para as consoantes linguais. SINAIS MENÍNGEOS E RADICULARES • Os sinais meníngeos estão presentes com mais frequência quando as meninges estão inflamadas, seja por causa de alguma substância estranha (p. ex., hemorragia subaracnóidea), seja por infecção (p. ex., infecção bacteriana), apesar de serem encontrados também em outras situações clínicas. • A presença dos sinais meníngeos, sobretudo dos sinais de Kernig, Brudzinski e Lasègue, referem irritação meníngea e constituem importantes sinais semiológicos para o diagnóstico de meningite. SINAL DE KERNIG • Paciente em decúbito dorsal com a coxa fletida sobre a bacia e a perna fletida sobre a coxa ambas a 90° , seguido de extensão da perna. • A extensão passiva do joelho é acompanhada por dor e limitação da extensão da perna. • Realiza-se uma flexão involuntária do joelho quando o examinador realizava a flexão passiva de 90° graus do quadril com o joelho estendido. Quando o sinal é positivo, o paciente sente dor, resistência e incapacidade de estender o joelho por completo. • Outra definição dada ao sinal de Kernig é a incapacidade do paciente em estender o joelho além de 135° graus enquanto mantém o quadril flexionado. SINAL DE BRUDZINSKI • Paciente em decúbito dorsal com membros inferiores estendidos. • O examinador posiciona uma das mãos sobre o tórax do paciente e com a outra mão determina a flexão súbita do pescoço. • A flexão passiva da cabeça provoca flexão uni ou bilateral das coxas e das pernas. • O sinal de Brudzinski está presente quando, ao se tentar fletir passivamente o pescoço como na pesquisa de rigidez de nuca, ocorre ligeira flexão das coxas e dos joelhos. SINAL DE LASÈGUE • Paciente em decúbito dorsal e membros inferiores estendidos, examinador faz flexão passiva da coxa sobre a bacia. • Positivo: Dor na face posterior do membro examinado. • Para saber se o sinal de Lasegue é positivo o paciente deve ficar deitado. • O médico imobiliza o osso ilíaco e o tornozelo e o paciente levanta a perna com o joelho estendido até mais ou menos 40 graus. • O sinal é positivo quando ocorre muita dor na região lombar ou glútea e estador segue para o nervo ciático. • Também pode sentir parestesias que são sensações de frio, calor e formigamento. • Tentativa de elevação passiva do membro inferior • (flexão da coxa sobre a bacia). • Aumento da sensibilidade: flexão dorsal do pé examinado. • Resultado positivo: dor na face postero-lateral da coxa ipsilateral e resistência ao movimento • Nas meningites=> bilateral • Diagnóstico diferencial: patologias compressivas de raízes lombossacras, por hérnias de disco/ tumores, unilaterais. Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 EXAME DA COLUNA VERTEBRAL EXAME DA COLUNA VERTEBRAL 1-Inspeção estática Procura observar assimetrias no pescoço, malformação, contrações involuntárias, tumorações e etc. 2-Inspeção dinâmica • Na fase de inspeção dinâmica é avaliada a amplitude de cada um dos movimentos da coluna cervical, solicitando-se ao paciente que faça ativamente a flexão e a extensão da cabeça, a rotação para ambos os lados e a inclinação lateral também para ambos os lados. • A precisão desse exame pode ser melhorada pedindo-se para o paciente segurar entre os dentes uma espátula, a qual pode ser usada como referência no registro das angulações observadas. Na flexão, o paciente deve ser capaz de encostar o queixo no tórax e, na extensão, deve-se observar no perfil um alinhamento da fronte e do nariz com o plano horizontal (arco normal de movimento na flexoextensão: 130°). • Na rotação, o queixo deve estar alinhado com os ombros (arco normal de movimento para cada lado na rotação lateral: 80°). • Na inclinação lateral, solicita-se para o paciente encostar a orelha no ombro. Deve-se solicitar ao paciente que tente fazer esse movimento sem a mobilização do ombro (arco normal de movimento na inclinação lateral para cada lado: 45°). 3-Palpação Palpação das partes moles A palpação de partes moles na região cervical pode ser dividida em duas zonas clínicas: face anterior (trígono anterior) e face posterior. Palpação óssea Com o paciente em posição supina para relaxamento da musculatura cervical, palpam-se as estruturas ósseas nas regiões anterior e posterior. 4-Manobras Teste da Distração Com o paciente sentado e as mãos do examinador no queixo e na região posterior da cabeça do paciente, realiza-se a distração da região cervical, a qual, ao abrir os forames neurais, pode aliviar a dor consequente à compressão radicular nesse nível. Manobra de Spurling Realizada com flexão lateral da cabeça do paciente, na qual o examinador realiza pressão sobre o topo da cabeça. O teste é positivo quando ocorre a u m e n t o d o s s i n t o m a s r a d i c u l a r e s n a extremidade.Dores inespecíficas podem ser consequentes a aumento de pressão das superfícies articulares das vértebras ou devido a espasmos musculares. Sinal de Lhermitte Usado para o diagnóstico de irritação meníngea, sendo visualizado também na esclerose múltipla. Com o paciente na posição sentada, flete-se a cabeça de encontro ao tórax, podendo-se sensibilizar o teste com a flexão dos quadris. É positivo quando o paciente refere dor ou parestesias, podendo também se queixar de dor irradiada para as extremidades. Manobra de Valsava O paciente deve prender a respiração e fazer força como se quisesse evacuar. Com a manobra ocorre aumento da pressão intratecal, agravando os sintomas de eventuais lesões que comprimem o canal, como tumores e hérnias de disco cervicais. Teste da Deglutição Algumas vezes, dor e dificuldade à deglutição podem ser decorrentes de doenças na região anterior da coluna cervical, como protuberâncias ósseas, osteófitos, intumescências dos tecidos moles devido a hematomas, infecções e tumores. Teste da Artéria Vertebral Testa a patência das artérias vertebrais, as quais atravessam os forames vertebrais. Com o paciente em posição supina, deve ser mantido nas seguintes posições por pelo menos 30 segundos: extensão cervical, rotação para a direita e para a esquerda, rotação para ambos os lados com o pescoço estendido. A rotação para a direita geralmente afeta a artéria vertebral esquerda e vice-versa. Os sintomas de estenose são tonturas, sensação de cabeça vazia e nistagmo Teste de Adson Testa a permeabilidade da artéria subclávia que pode ser comprimida pela costela cervical ou contratura dos músculos escalenos anterior e médio. Palpando-se o pulso radial, deve-se abduzir e rodar externamente o m e m b r o s u p e r i o r d o paciente. Em seguida, o paciente deve prender a respiração e mover a cabeça em direção ao membro ex a m i n a d o . Q u a l q u e r compressão da artéria será percebida, como diminuição ou mesmo desaparecimento do pulso. EXAME DA COLUNA TORÁCICA 1-Inspeção posterior em pé • Analisa-se a postura global do paciente, sua massa muscular, buscando qualquer assimetria, contratura ou aumento de volume. • Para observar se os ombros estão no mesmo nível, é preciso deixar o paciente relaxado, sem contrair a musculatura elevadora do ombro de um dos lados, o que é bastante comum e pode induzir a erros de interpretação. • Se um dos ombros está de fato mais elevado, é provável que exista escoliose torácica alta, convexa para esse lado. 2-Inspeção lateral (em pé) Nessa posição, as curvaturas da coluna são mais bem observadas. Os braços devem estar em extensão, paralelos ao solo. As lordoses cervical e lombar devem estar compensadas pela cifose torácica e apresentar harmonia. 2-Palpação A palpação da região torácica se fará de melhor forma quando o paciente estiver sentado; por trás da mesa de exames a distância do examinador é a ideal e há mais estabilidade do paciente com o apoio da pelve. Na existência de dores, o paciente não reagirá, afastando-se à pressão da mão. 3-Manobras (em pé) Exame posterior (em pé) • A primeira medida a ser tomada é a verificação do alinhamento da coluna por meio de um fio de prumo; apoiado na 7a vértebra cervical, o fio deve acompanhar a linha média até o sulco interglúteo. • A presença de desvio do eixo vertebral será notada e, se a coluna estiver descompensada, isto é, muito desviada para um lado, não permitindo que a cabeça fique centrada sobre a pelve, o fio de prumo não passará sobre o sulco interglúteo, podendo essa distância ser medida. • Também, a distância entre o fio e a apófise espinhosa vertebral desviada pode ser medida com a própria régua de escoliose. • Nas avaliações clínicas futuras, esse dado poderá ser utilizado para avaliar se houve piora da deformidade. • Nessa posição, também é possível avaliar o grau de nivelamento pélvico com uma régua de nível apoiada nas cristas ilíacas. • Pode ser colocada uma fita métrica entre as apófises espinhosas de C7 e T12 e obter um valor numérico com a diferença entre as posições normal e flexionada, que atinge, em média, 2,5cm no indivíduo normal. As limitações podem ser devidas à dor pelo processo patológico básico do paciente ou por anquilose, no caso da espondilite. Teste de inclinação anterior – esse teste merece ser destacado, por ser o mais sensível para determinar a presença de escoliose. Exame posterior sentado • A medida da expansão torácica com fita métrica ao redor do tórax, na altura dos mamilos, deve mostrar uma amplitude de pelo menos 3cm entre a expiração e a inspiração profunda. • Nos pacientes com dor, limitação da mobilidade e discreta cifose, a redução da amplitude torácica é s i n a l d e c a l c i fi c a ç ã o d o s l i g a m e n t o s costotransversais, como ocorre na espondilite anquilosante. Decúbitos laterais (direito e esquerdo) • A palpação dos arcos costais é completada nessas posições, nas quais podem ser percebidos em toda a sua extensão, de cada lado. • A rotação da coluna, especialmente na pesquisa de dor, pode ser realizada passivamente pelo examinador, fixando e empurrando a pelve para um lado e trazendo o ombro oposto para o outro. EXAME DA COLUNALOMBAR • O exame dos movimentos deve considerar a aval iação da ampl i tude dos di ferentes movimentos da coluna lombar (flexão, extensão, inclinação lateral e rotação), o aparecimento da dor, espasmo muscular, rigidez ou bloqueio. • A flexão da coluna lombar é produzida pelos músculos abdominais, especialmente pelo músculo reto abdominal. A extensão da coluna lombar é produzida pelo grupo dos músculos eretores da coluna. • Durante o exame do movimento de flexão do tronco, deve ser avaliado se esse está sendo realizado na coluna lombar, pois é possível tocar o solo com as mãos sem que haja movimento nesse segmento vertebral. • Durante a realização do movimento, deve ser observado se ocorre inversão da lordose lombar, cuja concavidade inicial em situações normais apresenta forma convexa ao final do movimento. 1-Manobras Teste de Schober modif icado auxilia na identificação dos pacientes que apresentam limitação verdadeira dos movimentos da coluna lombar. Com o paciente na posição ortostática é delimitado um espaço de 15cm (l0cm acima e 5cm abaixo do processo espinhoso de L5), e o teste é considerado positivo se não ocorrer aumento de pelo menos 6cm na flexão máxima. Teste de Nachlas – com o paciente em decúbito ventral, é realizada a flexão passiva do joelho até que o calcanhar toque a nádega. O aparecimento de dor na região lombar na região de L2-L3, nádega ou coxa pode indicar compressão radicular. Pode ser potencializado pela extensão simultânea do quadril. Teste de estiramento do nervo femoral em decúbito lateral – o paciente é apoiado sobre o membro não afetado, que é levemente flexionado no quadril e joelho. A coluna deve estar alinhada, evitando-se a hiperextensão. O quadril é mantido em extensão de 15o, e o joelho fletido gradualmente. Teste de Brudzinski – o paciente em decúbito dorsal é instruído para realizar a flexão ativa da coluna cervical, e o teste é considerado positivo quando a flexão da coluna cervical desencadeia o aparecimento dos sintomas e o paciente realiza a flexão dos joelhos e quadris para aliviá-los. Te ste de Pat r i c k o u FABERE – é realizado na posição supina, com o q u a d r i l e o j o e l h o fl e x i o n a d o s , e o p é apoiado sobre o joelho contralateral. A pelve é fixada com uma das mãos, enquanto a outra exerce pressão sobre o membro realizando sua abdução e rotação externa. O teste é positivo quando a dor que aparece ou é exacerbada e na região sacroilíaca – superior medial da nádega. Teste de Gaenslen – o paciente é posicionado em decúbito dorsal com os quadris e os joelhos fletidos até a face anterior do tronco. Com uma das nádegas sem contato com a superfície de apoio da mesa de exame, o membro inferior do lado da nádega sem apoio é solto em direção ao solo, e a manobra é positiva quando é manifestada dor na região sacroilíaca. Teste de Hoover – na posição supina com o examinador sustentando ambos os calca- nhares é solicitada a elevação de um dos membros inferiores. Normalmente, o paciente realiza força para baixo com o membro oposto ao que está elevando, e a ausência dessa força para baixo no lado contrário ao da elevação sugere simulação. EXAME FÍSICO DOS MEMBROS SUPERIORES OMBRO 1-INSPEÇÃO 1.1- ESTÁTICA O paciente deve ser examinado desnudo da cintura para cima. Devem-se observar: 1. Assimetrias ou deformidades características; 2. Atrofia ou fasciculações musculares; 3. Hipotrofia muscular importante, com deformidades bem evidentes, a qual é comum em pacientes com sequela de acidente vascular cerebral (AVC) ou paralisia de plexo braquial; 4. Hipotrofias musculares nas fossas supra e infraespinhal; 5. Sinais indicativos de lesão traumática, como edema e equimose; 6. Deformidades da coluna cervical e torácica com repercussão no formato, na posição, na simetria e na mobilidade da escápula; 7. Ombro em cabide ou sinal da dragona – indicativo de luxação aguda anterior do ombro. 1.2-DINÂMICA A mobilidade do ombro é avaliada de modo global devido à impossibilidade de se isolar os movimentos de cada articulação do cíngulo escapular. Os movimentos são designados tendo como base eixos e planos imaginários que dividem o corpo, que são: plano coronal, plano sagital e plano frontal. Esses movimentos podem ser avaliados a partir da posição anatômica, com os braços ao lado do tórax, sendo: • Elevação • Flexão e extensão no plano sagital; • Rotação interna e externa ( torção em torno do úmero); • Elevação no plano c o r o n a l ( f r o n t a l ) (abdução e adução); • Adução e abdução horizontais no plano transverso (horizontal). As provas funcionais complementam o exame dinâmico do ombro são: • Mão/nádega oposta – apor a mão à nádega contralateral. • Mão/costas – apor o dorso da mão às costas, procurando tocar com a ponta do polegar o ângulo inferior da escápula oposta. • Mão/ombro oposto – apor a palma da mão à região deltóidea do lado oposto. • Mão/nuca – apor a palma da mão à nuca. A avaliação, que é comparativa com o lado oposto, é classificada em três graus: a) consegue realizar sem dor; b) consegue realizar com dor e/ou dificuldade; c) não consegue realizar. Observação:Esses testes são importantes para a avaliação da incapacidade para as atividades habituais diárias. 2-PALPAÇÃO Na palpação devem ser avaliados vários fatores, como: dor, presença ou ausência de edema, alterações de temperatura, deformidades etc. Para facilitar o exame, o examinador pode se basear em pontos de referência. A palpação deve abordar: • Articulação esternoclavicular – verifica-se se há dor, edema e mobilidade anormal. • Clavícula – verifica-se se há deformidade palpável, dor, edema e crepitação, sinais de traumatismo recente. • Articulação acromioclavicular – verifica-se se há dor, edema, crepitação e mobilidade anormal. • R e g i ã o s u p r a e s p i n h a l , infraespinhal e deltóidea – a massa muscular que deve ter consistência elástica Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 própria do tecido muscular, sem espessamentos endurecidos 3-MANOBRAS Teste de impacto de Neer: Com o paciente em pé, o examinador fixa uma mão na região da escápula e com a outra é feita uma elevação abrupta do braço, levando a um impacto entre a grande tuberosidade da cabeça do úmero e a porção anter ior e in fer ior do acrômio, comprimindo a bursa subacromial e o músculo supraespinhoso. Teste de Yocum: O paciente coloca a mão sobre o ombro o p o s t o , c o m o n o t e s t e funcional “mão no ombro oposto”, e procura fletir o braço elevando ativamente o cotovelo, sem elevar o cíngulo escapular. Teste de Jobe: O paciente eleva o braço em 90° com o antebraço pronado contra a resistência do examinador. Compara-se a força com o lado contralateral. Esse teste é positivo em caso de diminuição de força do músculo supraespinhal. Teste de Patte: É usado para avaliar o músculo in fraespinhal . Com o paciente em pé, faz-se a a b d u ç ã o d o b r a ç o enquanto se mantém o cotovelo fletido a 90°, seguida de sua rotação externa contra a resistência colocada pela mão do examinador. Teste de Gerber: Com o paciente em pé, é solicitada a rotação interna do braço de forma a manter a mão afastada da região lombar. Observação:Em caso de lesão do subescapular, o paciente não conseguirá afastar a mão do corpo, evidenciando alteração da integridade do músculo subescapular. Teste do infraespinhal É feito com o MS ao lado do tórax e o cotovelo em 90o de flexão, pedindo-se para o paciente fazer ativamente a rotação externa do braço contra a resistência oposta pelo examinador e as respostas são avaliadas como nos testes anteriores . Manobras de luxação Te s t e d e a p r e e n s ã o anterior: O examinador, colocando-se atrás do paciente, executa com uma mão a abdução, rotação externa e extensão passivas forçadas do braço do paciente, ao mesmo tempoque pressiona com o polegar da outra mão a face posterior da cabeça do úmero tentando deslocá-la. Teste de apreensão posterior (Fukuda): O examinador faz a adução, flexão e rotação interna pas s ivas do braço do p a c i e n t e p r o c u r a n d o deslocar posteriormente a cabeça do úmero.O teste é positivo quando o paciente apresenta sensação de apreensão por causa da subluxação da cabeça do úmero na borda posterior da glenoide, evidenciando instabilidade posterior do ombro. Teste da gaveta anterior e posterior Colocando-se por trás do paciente que está em pé ou sentado e com o braço ao lado do corpo, o examinador fixa, com uma das mãos espalmada sobre o ombro, a escápula do paciente e com a outra segura firmemente a cabeça do úmero que procura deslocar em sentido anterior e posterior. O teste é positivo quando a translação é maior que no lado normal, é maior que a translação posterior ou anterior ( dependendo da face examinada) é maior que 50% da espessura da cabeça umeral. Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 Teste do sulco: O braço do paciente que está posicionado ao lado do corpo é puxado pelo examinador em sentido caudal. O braço do paciente que está p o s i c i o n a d o e m 9 0 o d e abdução é forçado para baixo p e l o e x a m i n a d o r ; o aparecimento de um sulco de 1cm ou mais entre o acrômio e a cabeça do úmero indica frouxidão capsuloligamentar. COTOVELO 1-INSPEÇÃO 1.1-INSPEÇÃO ESTÁTICA Na inspeção estática devemos observar presença de deformidades, máculas, cicatrizes, alterações esqueléticas, aumento do volume e atrofia muscular, lembrando sempre da comparação com o lado contralateral. A inspeção deverá ser realizada com atenção às regiões lateral, anterior, posterior e medial. 1.2- INSPEÇÃO DINÂMICA • Essa inspeção deve ser feita de acordo com os arcos de movimento normais. • O cotovelo apresenta quatro t ipos de movimentos: flexão, extensão, pronação e supinação. 2-PALPAÇÃO Inicia-se pela localização dos epicôndilos lateral e medial e ponta do olécrano. Esses pontos deverão formar um triângulo equilátero. 3-MANOBRAS T e s t e d e C o z e n (epicôndilo lateral): Com o cotovelo em 90° de flexão e o antebraço em p ro n a ç ã o , p e d e - s e a o paciente que faça extensão ativa do punho contra a resistência que será imposta pelo examinador. O teste será positivo quando o paciente referir dor no epicôndilo lateral, origem da musculatura extensora do punho e dos dedos. Teste de Mill (epicôndilo lateral): É realizado com o cotovelo em 90° de flexão e o antebraço em pronação com a , o punho em dorsiflexão e o cotovelo em extensão. O examinador então forçará o punho em flexão e o paciente é orientado para resistir ao movimento. A presença de dor no epicôndilo lateral será sugestiva de epicondilite lateral. Flexão do punho contra a r e s i s t ê n c i a (epicondilite medial): Com o cotovelo fletido l igeiramente e a mão sup inada , o pac i en te flexiona o punho contra a resistência. A presença de dor no epicôndilo medial é sugestiva de epicondilite medial. 3.1- MANOBRA DE ESTABILIDADE DO COTOVELO EM VARO E EM VALGO O examinador estabiliza o braço do paciente com uma mão no cotovelo deste e a outra mão no punho; o cotovelo do paciente é ligeiramente fletido (20° a 30°). É aplicada uma força em adução (varo), para t e s t a r o l i g a m e n t o colateral lateral. Em seguida uma força em abdução (valgo) é feita para testar o ligamento colateral medial. Se houver frouxidão em qualquer uma das manobras, suspeita-se de lesão ligamentar lateral ou medial. PUNHO E MÃO 1-INSPEÇÃO Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 1.1-INSPEÇÃO ESTÁTICA Todas as estruturas devem ser inspecionadas à procura de sinais de trauma (edema e escoriações), fraturas (desvios e deformidades grosseiras),desvios angulares, luxações, sinais inflamatórios ou infecciosos. A observação das cabeças metacarpais (“nós dos dedos”) com o punho cerrado é útil para avaliar seu comprimento ósseo ou rotação na ocorrência de fraturas. Nos dedos é preciso buscar por alterações específicas, como dedos em martelo, pescoço de cisne e deformidade em botoeira e cor(cianose). 1.2- INSPEÇÃO DINÂMICA A inspeção dinâmica da mão consiste na análise dos seus movimentos. Estes devem ser realizados de maneira ativa e passiva, observando-se a sua precisão e amplitude. 2-PALPAÇÃO Inicialmente devem ser avaliadas a integridade do revestimento cutâneo, sua temperatura e a presença de calosidades, espessamentos, retrações, edema e nodulações. A presença de calosidades e a distribuição e profundidade dos sulcos podem sugerir os movimentos e a carga de choque aos quais o membro é exposto. A temperatura pode indicar processos inflamatórios ou infecciosos, assim como distúrbios perfusionais. Partes moles Dorsal - Tabaqueira anatômica - Tendões da região dorsal do punho Ventral - Tendão do músculo flexor ulnar do carpo (FUC): Tendão do músculo palmar longo (PL) - Tendão do músculo flexor radial do carpo (FRC) - Túnel do carpo - Eminência tenar - Compartimento adutor - Eminência hipotenar Proeminências ósseas - Processo estiloide do rádio - Processo estiloide da ulna - Complexo ulnocarpal - Escafoide - Semilunar - Piramidal - Pisiforme - Trapézio - Trapezoide - Capitato - Hamato - Metacarpos - Falanges 3-MANOBRAS Teste de Finkelstein:Esse teste consiste em fazer um desvio ulnar do punho do paciente, mantendo o polegar aduzido e fletido. O teste é positivo quando o paciente refere dor na região do processo estiloide do rádio. T e s t e d o fl e x o r superficial dos dedos ( A p l e y ) : A v a l i a a integridade do tendão flexor superficial de cada dedo testado. O examinador mantém em extensão os demais dedos, com exceção do dedo que será testado. E s s e m é t o d o c e s s a o Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35 movimento do flexor profundo de todos os outros dedos, impedindo o dedo verificado de fletir por meio desse tendão. Na sequência o paciente deve fletir o dedo testado no nível da articulação interfalângica proximal. Te s t e d o fl e xo r p r o f u n d o d o s d e d o s : Av a l i a a integridade do tendão flexor profundo do dedo testado. O dedo a ser testado deve estar em extensão com as a r t i c u l a ç õ e s Interfalângicas proximais e metacarpofalangeanas (MTF) estabilizadas, enquanto o paciente faz a flexão da interfalângica distal desse dedo. Teste de Phalen: Usado p a r a d i a g n o s t i c a r a síndrome do túnel do c a r p o . C o n s i s t e e m manter o(s) punho(s) na flexão máxima durante 1 minuto. É positivo quando a s e n s a ç ã o d e formigamento ou dormência é relatada no território do nervo mediano, principalmente e com mais frequência no dedo médio. Teste ou sinal de Tinel: É a percussão suave nobre de um nervo. Foi descrito por T i n e l p a r a a c o m p a n h a r o p r o g r e s s o d a regeneração ou do crescimento axonal de um nervo. Para tal, deve-se percurtir o nervo de distal para proximal. No local correspondente à regeneração, o paciente tem a sensação de choque elétrico que se irradia pela área de distribuição cutânea do nervo. A progressão distal desse choque sugere bom prognóstico. Teste de Durkan: Teste e m p r e g a d o p a r a diagnóstico de síndrome do túnel do carpo. O examinador f az uma digitopressão sobre o ligamento transverso do c a r p o d u r a n t e 3 0 segundos. Em caso de pare s t e s i a , o t e s t e é considerado positivo. Teste do abdutor curto do polegar: O paciente deve espalmar as mãos sobre uma superfície rígida, abduzindo os polegares um de encontro ao outro. Analisa-se o movimento e, em caso de assimetria, há fraqueza muscular. Teste de Froment: O examinado deve segurar uma folha de papel entre o polegar e o indicador com as duas mãos e tem de fazer uma adução do polegar até o indicador. Caso o paciente
Compartilhar