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HAM II

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HABILIDADES 
E ATITUDES 
MÉDICAS - HAM 
HAM II
SUPORTE BÁSICO DE VIDA 
(ADULTO) 
O QUE É? 
O Suporte Básico de Vida (SBV) é um protocolo de 
atend imento no qua l s e e s tabe lecem o 
reconhecimento e a realização das manobras de 
ressuscitação cardiopulmonar (RCP) com o objetivo 
de manter a vítima de parada cardiorrespiratória 
(PCR) viva até a chegada de uma unidade de 
transporte especializada. 
CONCEITO DE PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA 
A PCR é definida como interrupção da circulação 
sanguínea em consequência da interrupção súbita e 
inesperada dos batimentos cardíacos ou da 
presença de batimentos cardíacos ineficazes, 
acometendo pessoas em qualquer ambiente, sendo 
originada por diversas etiologias, como hipertensão, 
cardiopatias, obstrução das vias aéreas por corpos 
estranhos, acidentes e complicações dos anestésicos 
locais.  
QUAL OS OBJETIVOS DA RESSUCITAÇÃO 
CARDIOPULMONAR (RCP)? 
O objetivo principal da RCP é prover um fluxo de 
oxigênio e sangue para o coração e o cérebro. Ela 
deve ser feita imediatamente, pois o cérebro não 
tolera mais de 4 minutos de hipóxia e após 10 
minutos sem RCP tem-se morte cerebral 
estabelecida.Além disso têm-se: 
1-Redução de sequelas neurológicas. 
2-Preservação da vida. 
SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV): CADEIA DE 
SOBREVIVÊNCIA 
A cadeia de sobrevivência foi criada para ressaltar a 
importância da adoção de atitudes organizadas e 
hierarquizadas na situação de provável ou 
confirmada PCR no ambiente extra hospitalar. 
Importante para a identificação de ritmos 
associados a PCR que sejam passíveis de 
tratamento com o desfibrilador: a fibrilação 
ventricular (FV) e a taquicardia ventricular sem 
pulso (TVsp). 
O primeiro elo é o reconhecimento rápido da PCR 
e acionamento do serviço de emergência, para que 
aumente as chances de um socorro imediato e 
eficaz, seguida de uma RCP precoce e de 
qualidade, aumentando a sobrevida da vítima. 
SEQUÊNCIA DO SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) EM 
ADULTOS 
O atendimento em SBV segue a ordem do CAB ou 
CABD, que se trata de um mnemônico para 
descrever os passos simplificados do atendimento 
SBV, onde: 
• C : c o r r e s p o n d e a C h e c a r 
responsividade, Chamar por ajuda, Checar o 
pulso e a respiração da vítima,  Iniciar 
Compressões (30 compressões); 
• A: abertura das vias aéreas; 
• B: boa ventilação (2 ventilações); 
• D: desfibri lação, neste caso, com o 
desfibrilador externo automático (DEA). 
Vamos descrever a sequência completa a seguir: 
1-CHECAR A SEGURANÇA 
• O primeiro passo é avaliar a segurança do local. 
• O local deve estar seguro para o socorrista e para 
a vítima, a fim de evitar uma próxima vítima. 
• Caso o local não seja seguro (por exemplo, um 
prédio com risco de desmoronamento, uma via 
de trânsito), deve-se tornar o local seguro ou 
remover a vítima para um local seguro. 
• Se o local estiver seguro, pode-se prosseguir com 
o atendimento. 
2-AVALIAÇÃO E AÇÃO 
– Avaliação da responsividade: A avaliação da 
responsividade da vítima consiste em checar a 
consciência. Deve-se chamar a vítima (em voz alta) 
e realizar estímulo tátil tocando-a pelos ombros. Se 
a vítima responder, se apresente, ofereça ajuda. 
Caso não responda, o próximo passo é chamar por 
ajuda. 
– Chamar ajuda: Deve-se dar prioridade ao contato 
com o serviço local de emergência (por exemplo, 
Sistema de Atendimento Móvel de Urgência – 
SAMU 192) e, se um DEA estiver disponível no 
local, providenciar. Se não estiver sozinho, peça 
para uma pessoa ligar e conseguir um DEA, 
enquanto continua o atendimento à vítima. É 
importante designar pessoas para que sejam 
responsáveis em realizar essas funções. 
DESSE MODO: 
Os aspectos fundamentais do Suporte Básico de 
Vida (SBV) no adulto incluem: 
1-Reconhecimento imediato da PCR; 
2-Contato com o sistema de emergência 
3-Início da RCP de alta qualidade 
4-Uso do DEA, assim que disponível. 
COMPRESSÕES TORÁCICAS 
Os aspectos principais a serem observados nas 
compressões são frequência, profundidade, retorno 
do tórax a cada compressão e interrupção mínima. 
Para a oxigenação adequada dos tecidos, é essencial 
minimizar as interrupções(Somente em caso de a 
vítima se movimentar; durante a fase de análise do 
ritmo cardíaco pelo desfibrilador; durante o 
posicionamento de via aérea avançada; e quando 
ocorrer exaustão do socorrista) das compressões 
torácicas e maximizar a quantidade de tempo em 
que as compressões torácicas geram fluxo de 
sangue. 
Para realização das compressões torácicas: 
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35
• Posicione-se ao lado da vítima e mantenha seus 
joelhos com certa distância um do outro, para que 
tenha melhor estabilidade. 
• Afaste ou corte a roupa da vítima (se uma tesoura 
estiver disponível), para deixar o tórax desnudo. 
• Coloque a região hipotenar de uma mão sobre a 
metade inferior do esterno da vítima e a outra mão 
sobre a primeira, entrelaçando-a. 
• Estenda os braços e os mantenha cerca de 90o 
acima da vítima. 
• Comprima na frequência de 100 a 120 
compressões/ minuto. 
• Comprima com profundidade de, no mínimo, 5 
cm (evitando compressões com profundidade maior 
que 6 cm). 
• Permita o retorno completo do tórax após cada 
compressão, evitando apoiar-se no tórax da vítima. 
• Minimize interrupções das compressões, pause no 
máximo 10 segundos para realização de duas 
ventilações. 
• Reveze com outro socorrista a cada 2 minutos, 
para evitar o cansaço e compressões de má 
qualidade. 
VENTILAÇÃO 
As ventilações são aplicadas após 30 compressões 
torácicas durante a RCP, seguindo a sequência C-
A-B. A prioridade para as compressões torácicas 
deve-se ao fato da necessidade em gerar fluxo de 
sangue e também evitar os atrasos práticos 
inerentes às tentativas de ventilações adequadas. 
Abertura das Vias Aéreas 
Independentemente da técnica 
utilizada para aplicar ventilações, 
é necessária a abertura de via 
aérea, que pode ser realizada com 
a manobra da inclinação da 
cabeça e elevação do queixo e, se 
houver suspeita de trauma, a 
manobra de elevação do ângulo 
da mandíbula. 
Realização de Ventilações 
Devem ser realizadas em uma proporção de 30 
compressões para duas ventilações, com duração de 
apenas 1 segundo cada, fornecendo quantidade de 
ar suficiente para promover a elevação do tórax. A 
hiperventilação é contraindicada, pois pode 
aumentar a pressão intra-torácica, diminuindo a 
pré-carga e o Débito Cardíaco (DC), e 
comprometendo a sobrevida. Há ainda o risco de 
hiperinsuflação gástrica, podendo desencadear 
vômitos, broncoaspiração e l imitação da 
mobilidade do diafragma. 
Ventilação com Via Aérea Avançada 
Quando uma via aérea avançada (por exemplo, 
intubação endotraqueal, Combitube®, Máscara 
Laríngea) estiver instalada, o 
pr imeiro socorr i s ta deve 
admin i s t ra r compres sõe s 
torácicas contínuas e o segundo 
s o c o r r i s t a , a p l i c a r u m a 
ventilação a cada 6 segundos − 
cerca de 10 ventilações por 
minuto. Não se devem pausar 
as compressões para aplicar as 
ventilações, em caso de via 
aérea avançada instalada. 
Ventilação em Vítima em Parada Respiratória 
Vítima que não respira ou respira de forma ineficaz 
(gasping), porém apresenta pulso palpável, 
encontra-se em parada respiratória. Nesses casos, 
realize uma ventilação a cada 5 a 6 segundos 
(aproximadamente 10 a 12 ventilações por minuto) 
para vítimas adultas. O pulso deve ser checado a 
cada 2 minutos, com a finalidade de verificar se a 
parada respiratória progrediu para uma PCR, 
necessitando de RCP. 
DESFIBRILAÇÃO 
• Desfibrilação precoce é o tratamento para vítimas 
em FV e TV sem pulso (TVSP) de curta duração, 
que apresentaram colapso súbito em ambiente 
extra-hospitalar , sendo este o principal ritmo de 
PCR nesses locais. 
• A Desfibrilação pode ser realizada com um 
equipamento manual ou o DEA. Este último 
pode ser utilizado por qualquer pessoa, assim que 
possível. 
• Nos primeiros 3 a 5 minutos de uma PCR em FV 
o coração se encontra altamente propício ao 
choque. 
• Após 5 minutos de PCR,a amplitude da FV 
diminui devido à depleção do substrato 
energético miocárdico. Assim, o tempo ideal para 
a aplicação do primeiro choque compreende os 
primeiros 3 a 5 minutos da PCR. 
• O DEA é um equipamento portátil, capaz de 
interpretar o ritmo cardíaco, selecionar o nível de 
energia e carregar automaticamente, cabendo ao 
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35
operador apenas pressionar o botão de choque, 
quando indicado . 
• O DEA deve ser utilizado assim que disponível. 
Recomenda- se que a RCP seja fornecida 
enquanto as pás do DEA são aplicadas e até que 
o DEA esteja pronto para analisar o ritmo. 
• Assim que o DEA estiver disponível, o socorrista, 
se estiver sozinho, deve parar a RCP para 
conectar o aparelho à vítima. 
• Porém, se houver mais de um socorrista, o 
segundo socorrista manuseia o DEA e, nesse caso, 
a RCP só é interrompida quando o DEA emitir 
um alerta verbal como: “analisando o ritmo 
cardíaco”, “não toque o paciente” e/ou “choque 
recomendado, carregando, afaste-se do paciente”. 
Os passos para utilização do DEA são descritos a 
seguir: 
1. Ligue o DEA, apertando o botão on-off (alguns 
dispositivos ligam automaticamente ao abrir a 
tampa). Isso ativa os alertas verbais que orientam 
todas as etapas subsequentes. 
2. Conecte as pás (eletrodos) ao tórax desnudo da 
vítima, observando o desenho contido nas próprias 
pás do posicionamento correto (selecionar pás do 
tamanho correto, adulto ou pediátrico, para o 
tamanho/idade do paciente. Remover o papel 
adesivo protetor das pás). 
3. Encaixe o conector das pás (eletrodos) ao 
aparelho. 
4. Quando o DEA indicar “analisando o ritmo 
cardíaco, não toque no paciente”, solicitar para que 
todos se afastem efetivamente. 
5. Se o choque for indicado, o DEA emitirá a frase: 
“choque recomendado, afaste-se do paciente”. O 
socorrista que estiver manuseando o DEA deve 
solicitar para que todos se afastem. 
6. Pressionar o botão indicado pelo aparelho para 
aplicar o choque, o qual produz uma contração 
repentina dos músculos do paciente. 
7. A RCP deve ser iniciada pelas compressões 
torácicas, imediatamente após o choque. A cada 2 
minutos, o DEA analisa o ritmo novamente e pode 
indicar novo choque, se necessário. Se não indicar 
choque, deve-se reiniciar a RCP imediatamente, 
caso a vítima não retome a consciência. 
8. Mesmo se a vítima retomar a consciência, o 
aparelho não deve ser desligado e as pás não devem 
ser removidas ou desconectadas até que o serviço 
médico de emergência assuma o caso. 
9. Se não houver suspeita de trauma, e a vítima já 
apresentar respiração normal e pulso, o socorrista 
pode lateralizar a vítima, porém deve permanecer 
no local até que o serviço médico de emergência 
chegue. 
P o s i c i o n a m e n t o 
anterolateral: remova as 
roupas e descubra a vítima, 
c o l o q u e u m a p á 
imediatamente abaixo da 
clavícula direita. Coloque a 
outra pá ao lado do mamilo 
esquerdo, com a borda 
superior da pá alguns 
centímetros abaixo da axila. 
P o s i c i o n a m e n t o 
anteroposterior: deixe o 
tórax desnudo. Aplique uma 
pá do DEA no lado esquerdo 
do tórax, entre o lado esquerdo do esterno e o 
mamilo esquerdo, e a outra no lado esquerdo das 
costas, próximo à coluna 
USO DO DESFIBRILADORES EXTERNOS 
AUTOMÁTICOS EM SITUAÇÕES ESPECIAIS 
As situações especiais a seguir podem exigir que o 
socorrista tenha cautela na colocação das pás ao 
usar um DEA: 
• Excesso de pelos no tórax: remover o excesso de 
pelos, somente da região onde são posicionadas as 
pás. 
• Tórax molhado: se o tórax da vítima estiver 
molhado, secar por completo; se ela estiver sobre 
uma poça d’água não há problema, porém se essa 
poça também envolver o socorrista, remover a 
vítima para outro local, o mais rápido possível. 
• Marca-passo ou Cardioversor Desfibrilador 
Implantável (CDI): se estiver na região onde é 
indicado o local para aplicação das pás, afaste-as ou 
opte por outro pos ic ionamento das pás 
(anteroposterior, por exemplo). 
• Adesivos de medicamentos: remover o adesivo se 
estiver no local onde são aplicadas as pás do DEA; 
enxugue, se necessário. 
•Crianças com até 25 kg:utilizar o DEA com pás 
pediátricas e/ou atenuador de carga. Se o kit DEA 
possuir somente pás de adulto, está autorizada a 
utilização delas, porém se o tórax for estreito, pode 
ser necessária a aplicação de uma pá na região 
anterior do tórax (sobre o esterno) e outra na região 
posterior do tórax (entre as escápulas), para que 
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35
não se sobreponham. As pás infantis não devem ser 
utilizadas em adultos, pois o choque aplicado é 
insuficiente. 
• Lactentes (zero a 1 ano): um desfibrilador manual 
é preferível, porém, se não estiver disponível, utilize 
o DEA com pás pediátricas e/ou atenuador de 
carga. Se este atualização também não estiver 
disponível, utilizar as pás de adulto, uma 
posicionada anteriormente (sobre o esterno) e a 
outra posteriormente (entre as escápulas). O 
prejuízo para o miocárdio é mínimo e há bons 
benefícios neurológicos. 
SEQUÊNCIA DO SUPORTE BÁSICO DE VIDA DO ADULTO 
PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE 
• Segurança do Local 
• Avalie a Responsividade da Vítima 
• Chame Ajuda 
• Cheque Respiração e Pulso 
• Cheque o pulso carotídeo e a respiração 
simultaneamente 
• Inicie Ciclos de 30 Compressões e Duas 
Ventilações 
Segundo a Fernandina: 
1-Verificar se o local está seguro. 
2-Checar a responsividade 
3-Chamar ajuda e pedir um DEA 
4-Checar o pulso e a respiração 
5-Iniciar as compressões 
6-Aplicar 2 ventilações a cada 30 compressões 
7-Usar o DEA.
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35
SUPORTE BÁSICO DE VIDA 
ADULTO -ENGASGO 
1..OBSTRUÇÃO.DA.VIA.AÉREA.(OVA) 
A obstrução da via aérea por corpo estranho é 
pouco frequente, mas constitui-se como uma causa 
de PCR acidental potencialmente reversível. 
Normalmente associada à al imentação e 
comumente presenciada, as vítimas apresentam-se 
inicialmente conscientes e reativas, pelo que as 
oportunidades de intervenção precoce podem de 
forma mais fácil resolver a situação. 
O reconhecimento precoce da obstrução da via 
aérea é fundamental para o sucesso da evolução da 
situação de emergência. 
O reanimador treinado deve identificar sinais de 
obstrução da VA. 
O risco de OVA é mais elevado em vítimas que 
apresentem algumas das seguintes situações: 
redução do nível de consciência, intoxicação por 
álcool e/ou drogas, alterações neurológicas com 
dificuldade de deglutição e diminuição do reflexo 
da tosse, alterações mentais, demência, dentição 
inexistente e idosos. 
PODEMOS CLASSIFICAR A OVA QUANTO À 
GRAVIDADE: 
LIGEIRA: 
• Vítima reativa, capaz de falar, tossir e respirar; 
GRAVE: 
• Vítima incapaz de falar; 
• Tosse fraca/ineficaz ou ausente; 
• Respiração em “esforço” com ruído agudo alto à 
inspiração ou ausência total de ruído; 
• Incapacidade de movimentar o ar; 
• Cianose (coloração azulada ou violácea da pele, 
especialmente da face e nas extremidades, devida a 
deficiente oxigenação do sangue); 
• Agarra o pescoço com as mãos (sinal universal de 
asfixia). 
ALGORITMO DE DESOBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA 
O algoritmo que a seguir se descreve aplica-se tanto 
a adultos como a crianças com mais de 1 ano de 
idade. 
PANCADAS INTER-ESCAPULARES 
• Coloque-se ao lado e ligeiramente por detrás da 
vítima, com uma das pernas encostadas de modo a 
ter apoio; 
• Passe o braço por baixo da axila da vítima e 
suporte-a a nível do tórax com uma mão, 
mantendo-a inclinada para a frente, numa posição 
tal que se algum objeto for deslocado com as 
pancadas possa sair livremente pela boca; 
• Aplique até 5 pancadas com a base da outra mão 
na parte superior das costas, ao meio, entre as 
omoplatas, isto é, na região interescapular; 
• Cada pancada deverá ser efetuada com a força 
adequada tendo como objetivo resolver a 
obstrução; 
• Após cada pancada deve verificar se a obstrução 
foi ou não resolvida; 
• Aplique até 5 pancadas no total. 
COMPRESSÕES ABDOMINAIS 
• As compressões abdominais devem ser aplicadasno caso de as pancadas interescapulares não serem 
eficazes. Com a vítima de pé ou sentada: 
• Fique por detrás da vítima e circunde o abdómen 
da mesma com os seus braços; 
• Incline a vítima para a frente; 
•Feche o punho de uma mão e posicione-o acima 
da cicatriz umbilical, com o polegar voltado contra 
o abdómen da vítima; 
• Sobreponha a 2.a mão à já aplicada; 
• Aplique uma compressão rápida para dentro e 
para cima; 
• Repita as compressões até que o objeto seja 
expelido da VA; 
• Aplique cada nova compressão (até 5) como um 
movimento separado e distinto; 
• Após cada compressão abdominal deve verificar 
se a obstrução foi ou não resolvida. 
VÍTIMA INCONSCIENTE POR OVA GRAVE 
No caso de a vítima ficar inconsciente as 
compressões torácicas devem ser iniciadas logo que 
possível. A realização de compressões torácicas 
resulta no aumento da pressão da via aérea, tal 
como as compressões abdominais, traduzindo-se 
numa forma eficaz de promover a desobstrução da 
via aérea. 
Assim: 
• Suporte/ampare a vítima colocando-a no chão 
em decúbito dorsal sobre superfície rígida; 
• Ligue de imediato 112, ou garanta que alguém o 
faça; 
• Inicie compressões torácicas e insuflações (após 30 
compressões, tente 2 insuflações eficazes); 
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35
ESCALA DE COMA DE GLASGOW 
A escala combina os principais indicadores-chave de gravidade de uma lesão neurológica de uma forma 
simples, e visa avaliar o nível de consciência dos pacientes de maneira prática e confiável, além de possuir as 
vantagens de fácil aplicação e reprodutibilidade. 
No entanto, possui limitações na análise da resposta verbal em pacientes sedados, com distúrbios de 
linguagem e em ventilação mecânica. 
Na escala original, a análise da gravidade do comprometimento neurológico era baseada em três critérios: 
abertura ocular, resposta verbal e resposta motora, os quais são pontuados individualmente e sua soma varia 
de 03 a 15, caracterizando o paciente com lesão leve, moderada ou grave . 
Em 2018, houve uma atualização com a inclusão da avaliação da reatividade pupilar, podendo agora variar 
de 01 a 15. Além disso, algumas nomenclaturas foram alteradas para simplificar sua aplicação. 
Portanto, hoje utilizamos quatro indicadores para avaliar o nível de consciência do paciente: 
• Abertura ocular; 
• Resposta verbal; 
• Melhor resposta motora; 
• Reatividade pupilar. 
2.     Indicadores 
2.1. ABERTURA OCULAR 
2.2. RESPOSTA VERBAL 
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
PONTUAÇÃ
O
Olhos abertos previamente à estimulação. Espontânea 4
Abertura ocular após ordem em tom de voz normal ou em voz 
alta. Ao som 3
Abertura ocular após estimulação da extremidade dos dedos. À pressão 2
Ausência persistente de abertura ocular, sem fatores de 
interferência. Ausente 1
Olhos fechados devido a fator local. Não testável NT
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO
Resposta adequada relativamente ao nome, local e 
data. Orientada 5
Resposta não orientada, mas comunicação coerente. Confusa 4
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35
2.3. MELHOR RESPOSTA MOTORA 
2.4. REATIVIDADE PUPILAR 
3.     Pontuação e grau de lesão 
Após avaliação e pontuação de todos os critérios, a fórmula aplicada é: 
• Pontuação final = Abertura ocular [1 a 4] + Resposta verbal [1 a 5] + Resposta motora [1 a 6] – 
Reatividade Pupilar [0 a 2] 
Grau de lesão de acordo com a pontuação: 
• Entre 13 e 15 – LEVE; 
• Entre 9 e 12 – MODERADA; 
• Entre 3 e 8 – GRAVE; 
• Menor que 3 – COMA; 
ATENÇÃO: Escala de Coma de Glasgow ≤ 8 é indicativo de intubação orotraqueal!
Palavras isoladas inteligíveis. Palavras 3
Apenas gemidos. Sons 2
Ausência de resposta audível, sem fatores de 
interferência. Ausente 1
Fator que interfere com a comunicação. Não testável NT
CRITÉRIO CLASSIFICAÇÃO
PONTUAÇ
ÃO
Cumprimento de ordens com duas ações. A ordens 6
Elevação da mão acima do nível da clavícula ao estímulo na cabeça ou 
pescoço. Localizadora 5
Flexão rápida do membro superior ao nível do cotovelo, padrão 
predominante não anormal. Flexão normal 4
Flexão do membro superior ao nível do cotovelo, padrão claramente 
anormal.
Flexão 
anormal 3
Extensão do membro superior ao nível do cotovelo. Extensão 2
Ausência de movimentos dos membros superiores/inferiores sem 
fatores de interferência. Ausente 1
Fator que limita resposta motora. Não testável NT
CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO
Bilateral 0
Unilateral 1
Inexistente 2
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35
ANAMNESE E EXAME FÍSICO 
DO SISTEMA NERVOSO 
1-Anamnese 
2-Consciência 
3-Equilíbrio 
4-Coordenação 
5-Exame da Motricidade 
6-Reflexos Profundos e Superficiais 
7-Sensibilidade Superficial e Profunda 
8-Avaliação de Pares Cranianos 
1-ANAMNESE: 
Identificação:Nome, idade, sexo, procedência, 
residência atual e anterior , profissão anterior e 
atual, raça, estado civil, religião, naturalidade. 
Queixa principal: Com as palavras do paciente, 
registra-se o que levou o paciente a buscar ajuda. 
História da doença atual: 
• Data do início da doença: Muito recente 
(aguda- horas ou dias), recente(subaguda-
semanas ou poucos meses), longa duração 
(crônica-muitos meses ou anos). 
• Evolução crônica dos sintomas: Início, 
localização, irradiação, fatores de melhora ou 
piora, frequência, duração,intensidade e etc. 
I n t e r r o g a t ó r i o s i n t o m a t o l ó g i c o : 
Interrogatório feito para cada sistema específico do 
corpo, dando ênfase ao sistema que o paciente se 
queixa. 
Antecedentes pessoais patológicos : 
Internações, doenças anteriores ( viroses, diabetes, 
convulsões, intervenções cirúrgicas e etc), 
transfusões sanguíneas, traumas , alergias e etc. 
Antecedentes pessoais fisiológicos: 
Condições do nascimento, condições de gestação, 
condições de desenvolvimento psicomotor( firmou a 
cabeça, andou, sentou, falou e etc), vacinações, 
menarca, sexarca. 
Antecedentes familiares: Doenças musculares e 
heredodegenerativas do sistema nervoso ocorridas 
em pessoas da família e entre outras comorbidades . 
Condições socioeconômicas e Hábitos de 
vida: Condição de moradia, acesso a saneamento 
básico, alimentação, moradia, uso de bebidas 
alcoólicas e drogas ilícitas, hábitos sexuais, práticas 
de exercícios físicos e etc. 
SINAIS E SINTOMAS DAS AFECÇÕES DO SISTEMA 
NERVOSO 
Distúrbios de consciência, cefaleia, dor na face, 
tontura e vertigens, convulsões, transtorno de 
movimento, automatismo, distúrbios visuais, 
náusea, vômitos, disfagia, distúrbios de marcha, 
paralisias, distúrbios de sensibilidade, distúrbios de 
s o n o e d a s f u n ç õ e s c e r e b r a i s 
s u p e r i o r e s ( c o m u n i c a ç ã o p o r m e i o d a 
linguagem,fala, leitura e escrita), parecias, dores 
radiculares e etc. 
EXAME FÍSICO 
2- NÍVEL DE CONSCIÊNCIA 
Consciência: Noção que o indivíduo tem de se 
mesmo e do ambiente ao seu redor. 
• Consciente ou estado de vigília: Tem a 
percepção do mundo exterior e de si mesmo. 
• O b n u b i l a ç ã o : E s t a d o d e a l e r t a 
moderadamente comprometido, redução da 
percepção sensorial e lentidão na compreensão. 
• Sonolência: Paciente é facilmente despertado, 
responde mais ou menos apropriadamente e logo 
volta a dormir. 
• Confusão mental: Perda da atenção, o 
pensamento não é claro, as respostas são lentas e 
não há percepção normal do tempo e espaço, 
podendo surgir alucinações, ilusões e agitação. 
• Torporoso: Paciente só é despertado por 
estímulos mais fortes, tem movimentos 
espontâneos e abre os olhos. 
• Comatoso: Não é despertado com estímulos 
fortes e não tem movimentos espontâneos, estado 
de coma. 
Observação: atualmente essa classificação é 
evitada, pois vários observadores possuem 
percepções diferentes sobre cada uma delas, assim, 
utiliza- se a Escala de Coma de Glasgow. Ressalta-
se a importância da experiência do examinador na 
aplicação da EG. 
3-EQUILÍBRIO 
EQUILÍBRIO ESTÁTICO: Analisa-se o paciente na 
posição vertical e olhando para frente. Verifica-se a 
função vestibular(orelha interna-labirinto) + função 
visual + sensibilidade proprioceptivae sensação 
tátil. 
Teste de Romberg= deixando o paciente parado 
com os pés juntos e paralelos, olhando pra frente, 
depois fecha os olhos do paciente e dá-se leves 
empurrões. Para sensibilizar o teste, peça ao 
paciente colocar o pé em cima do outro. 
No indivíduo normal, nada se observa, ou apenas 
ligeiras oscilações do corpo são notadas (prova de 
Romberg negativa). 
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35
Com alterações neurológicas, ao cerrar as 
pálpebras, o paciente apresenta oscilações do 
corpo, com desequilíbrio e forte tendência à queda 
(prova de Romberg positiva). 
Teste de Romberg positivo= Sinal de Romberg 
presente: queda após fechar os olhos 
• Parado, com os pés juntos e paralelos 
• Leves empurrões, braços esticados 
• Fechamento dos olhos 
Romberg Clássico Ou Funicular: queda 
imediatamente após o fechamento dos olhos, sem 
sentido preferencial = Lesão das raízes dorsais e 
funículo posterior da medula (vias proprioceptivas). 
Romberg Vestibular: queda após um período de 
latência,para o lado do labirinto lesado= alterações 
das vias vestibulares. 
Dança Dos Tendões: lesões do cerebelo. 
EQUILÍBRIO DINÂMICO: Marcha - observar a postura 
do paciente, o balanço dos membros e a presença 
de alterações como aumento da base,equilíbrio, 
irregularidades dos passos e desvios. 
• Marcha com olhos abertos e fechados 
• Caminhar encostando o hálux no calcanhar / 
ponta dos pés/ calcanhar no chão 
Obs: alteração da marcha dá-se o nome de 
disbasia, podendo ser uni ou bilateral. 
Marcha Ceifante/helicópode/hemiplégica: 
Mantém o membro superior 
fletido em 90 graus no cotovelo e 
em adução e mão fechada. O 
membro inferior do mesmo lado 
é espástico, e o joelho não 
flexiona, devido a isso a perna 
t e n d e a a r r a s t a - s e p e l o 
c h ã o , d e s c r e v e n d o u m 
semicírculo quando o paciente 
troca o passo.( típica de acidente 
vascular cerebral) 
Marcha anserina/pato: O 
paciente para caminhar acentua a 
lordose lombar e vai inclinando o 
tronco ora para a esquerda, ora 
para a direita, alternadamente, 
lembrando um andar de pato.
( doenças musculares) 
Marcha Parkinsoniana: 
Paciente anda como um bloco 
enrijecido sem o movimento 
automático dos braços,cabeça 
inclinada para frente, passos 
miúdos e rápidos. (Mal de 
parkinson) 
Marcha cerebelar/ébrio: O 
caminhar faz-se em zigue-zague( como 
um bêbado), traduz incoordenação dos 
movimentos em decorrência de lesões do cerebelo. 
Marcha tabética: Para se locomover o paciente 
mantém o olhar fixo no chão, os 
membros inferiores são levantados 
abrupta e explosivamente e ao serem 
recolocados no chão os calcanhares 
tocam o solo de modo bem pesado, 
com os olhos fechados a marcha se 
toma pior, ou se torna impossível. 
(indica perda de sensibilidade 
proprioceptiva por lesão do cordão 
posterior da medula) 
Marcha de pequenos passos: Paciente dar 
passos muitos curtos e ao caminhar arrasta os pés 
como se estivesse dançando, marchinha. ( típico de 
paralisia pseudobulbar e na atrofia cortical 
degenerativa) 
Marcha Vestibular: Paciente com lesão 
vestibular(labirinto) apresenta 
lateropulsão quando anda: é 
como se fosse empurrado para o 
lado quando tenta caminhar em 
linha reta. Se o paciente for 
colocado em uma sala ampla e 
lhe for solicitado ir de frente e 
voltar de costas de olhos 
fechados ele irá descrever uma 
figura parecida com uma estrela. 
Marcha Escavante: O paciente tem paralisia 
do movimento de flexão dorsal do pé. Ao tentar 
caminhar toca com a ponta do pé o solo e 
tropeça. 
Marcha em tesoura/ espástica: Dois 
membros inferiores enrijecidos e espásticos 
permanecem semifletidos, os pés se 
arrastam e as pernas se cruzam uma na 
frente da outra quando o paciente tenta 
caminhar.(o movimento das pernas lembra 
o f o r m a t o d e u m a t e s o u r a e m 
funcionamento) 
Marcha claudicante: O paciente manca 
em um dos lados.(estenose do canal vertebral 
lombar) 
4- COORDENAÇÃO 
C o o r d e n a ç ã o a d e q u a d a t r a d u z o b o m 
funcionamento de, pelo menos, 2 setores 
do sistema nervoso: o cerebelo (centro coordenador) 
e a sensibilidade proprioceptiva. 
- A perda de coordenação é denominada ataxia, a 
qual pode ser de três tipos: cerebelar, sensorial e 
mista. 
- Cumpre mencionar que, nas lesões da 
sensibilidade proprioceptiva, o paciente utiliza a 
v i s ã o p a r a fi s c a l i z a r o s m ov i m e n t o s 
incoordenados.Cerradas as pálpebras, acentua-se 
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35
a ataxia. Tal fato não ocorre nas lesões 
cerebelares. 
Faz-se o exame de coordenação por meio de 
inúmeras provas, mas bastam as que se seguem: 
Prova dedo-nariz/índex nariz: Com o 
membro superior estendido lateralmente, o 
paciente é solicitado a tocar a ponta do nariz - 
olhos abertos e, depois, fechados. 
Prova calcanhar-joelho: Na posição de 
decúbito dorsal, o paciente é solicitado a tocar o 
joelho oposto com o calcanhar do membro a ser 
examinado. A prova deve ser realizada várias vezes, 
de início de olhos abertos e depois fechados, 
“sensibiliza-se” a prova mediante o deslizamento do 
calcanhar pela crista tibial, após tocar o joelho. 
Prova movimentos alternados: Determina-se 
ao paciente que realize movimentos rápidos e 
alternados, tais como: abrir e fechar a mão, 
movimento de supinação e pronação, extensão e 
flexão dos pés. 
5-MOTRICIDADE 
De três tipos são os atos motores: voluntário, 
involuntário e reflexo. 
Síndrome do neurônio superior e inferior 
- Voluntária: sistema motor voluntário que 
comanda os movimentos dos vários segmentos 
do corpo é representado pelos neurônios centrais 
ou superiores, situados no córtex frontal, 
precisamente na circunvolução pré-central, cujos 
axônios formam o fascículo corticospinal, 
também chamado piramidal, indo terminar em 
sinapse nos vários níveis medulares com os 
segundos neurônios motores. 
A motricidade voluntária é estuda por meio de duas 
técnicas, uma análise para a motricidade 
espontânea e avaliação da força muscular. 
• Espontânea: Solicita-se ao paciente executar 
uma série de movimentos, especialmente dos 
membros, tais como: abrir e fechar a mão, 
estender e fletir o antebraço, abduzir e elevar o 
braço, fletir a coxa, fletir e estender a perna e o 
pé. Durante a execução desses movimentos, é 
importante observar se eles são realizados em 
toda a sua amplitude. 
• Força muscular: O paciente procura fazer os 
mesmos movimentos mencionados no exame da 
motricidade espontânea, só que, desta vez, com 
oposição aplicada pelo examinador. 
Nos casos de discreta ou duvidosa deficiência 
motora dos membros, realizam-se as denominadas 
pro v as defic i tár i as (c on t ra a grav idade ), 
representadas pelas: 
- Provas de Barré 
- Prova de Mingazzini 
- Prova dos braços estendidos. 
 
O resultado do exame da força pode ser 
registrado da seguinte maneira: 
• Grau V: contração normal, vence a gravidade e 
resistência 
• Grau IV: contração boa, vence alguma resistência 
• Grau III: contração regular, vence a gravidade 
mas não a resistência 
• Grau II: contração fraca, não vence a gravidade 
• Grau I: esboço de contração muscular, contração 
visível ou palpável 
• Grau 0: contração nula, paralisia total (plégico). 
• Tônus muscular: É um estado de tensão 
constante a que estão submetidos os músculos, 
tanto em repouso (tônus de postura), como em 
movimento (tônus de ação). O exame do tônus é 
realizado com o paciente deitado e em completo 
relaxamento muscular, obedecendo-se à seguinte 
técnica: 
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35
A. Inspeção- Verifica-se a existência ou não de 
achatamento das massas musculares de 
encontro ao plano do leito. 
B. Palpação das massas musculares: 
Averigua-se o grau de consistência muscular, a 
qual se mostra aumentada nas lesões motoras 
centrais e diminuída nas periféricas. 
C. Movimentos passivos: Imprimem-se 
movimentos naturais de flexão e extensão nos 
membros e observam-se: 
• Passividade: se há resistência (tônus 
aumentado) se a passividade está menor do 
queo normal (tônus diminuído). 
• Extensibilidade, isto é, se existe ou não 
exagero no grau de extensibilidade da fibra 
muscular. Assim, na flexão da perna sobre a 
coxa, fala-se em diminuição do tônus quando 
o calcanhar toca a região glútea de modo 
fácil. 
D. Balanço passivo: Com as suas duas mãos, 
segura e balança o antebraço do paciente, 
observando se a mão movimenta-se de forma 
normal, exagerada (na hipotonia) ou diminuída 
(na hipertonia). O mesmo pode ser observado, 
aplicando-se a manobra nos membros 
inferiores, segurando a perna e observando o 
balanço dos pés. 
-Na hipotonia, observam-se achatamento das 
massas musculares no plano do leito, consistência 
muscular diminuída, passividade aumentada, 
extensibilidade aumentada. 
-Na hipertonia, encontram-se consistência 
muscular aumentada, passividade diminuída e 
extensibilidade aumentada. 
Observação: 
Lesões do neurônio motor superior→ 
causam aumento do tônus muscular, hiperatividade 
dos reflexos tendinosos e sinal de Babinski. 
Lesões do neurônio motor inferior→ 
produzem redução do tônus muscular, reflexos 
hipoativos, atrofia muscular e fasciculações. 
-Involuntário(distúrbios do movimento) 
Tão logo o paciente se ponha na presença do 
médico inicia-se a inspeção, incluindo a observação 
de movimentos involuntários, quando presentes. 
Cumpre destacar que alguns movimentos 
involuntários são contínuos e tornam-se logo 
evidentes, ao passo que outros ocorrem 
periodicamente ou em crises, dificultando seu 
reconhecimento. 
O s d i s t ú r b i o s d o m o v i m e n t o s ã o 
classificados em: 
hipocinéticos, caracterizados por pobreza e 
lentidão de movimentos, e hipercinéticos, em 
que há excesso de movimentos, não associados a 
fraqueza muscular e/ou espasticidade. 
Principais características dos transtornos 
do movimento: 
R e a ç õ e s M u s c u l a r e s 
Patológicas Antálgicas 
S i n a i s d e i r r i t a ç ã o 
meningorradicular: 
• Sinal de Kernig: Coxa e perna 
em ângulo reto. Considera-se a 
prova positiva quando o paciente 
sente dor ao longo do trajeto do 
nervo ciático e tenta impedir o 
movimento. 
• Sinal de Brudzinski: Flexão 
Tremor: são oscilações rítmicas e regulares de um segmento do 
corpo, geradas por contrações alternadas de músculos agonistas e 
antagonistas. É o movimento involuntário mais prevalente. 
Compreende três tipos: de repouso, de ação (postural e cinético) e 
misto.
Distonia: é uma síndrome composta de contrações musculares 
mantidas, que frequentemente causa movimentos repetitivos, e/ou 
torções, e/ou posturas anormais. São classificadas em: (a) focal, 
quando somente uma parte do corpo é acometida (cervical); (b) 
segmentar: quando duas partes contíguas são acometidas (cervical + 
membro superior); (c) multifocal, quando duas ou mais partes não 
contíguas são acometidas (cervical + membro inferior); (d) 
generalizada, quando afeta, no mínimo, os dois membros inferiores e 
qualquer outra parte do corpo.
Coreia: caracteriza-se por movimentos arrítmicos, irregulares e 
rápidos. Os pacientes apresentam “impersistência motora” quando 
tentam manter a contração muscular. Podem ser hereditárias (doença 
de Huntington) ou adquiridas (coreia de Sydenham).
Atetose: são movimentos sinuosos, lentos e contínuos, mais 
frequentes nas porções distais dos membros, adquirindo aspecto 
“serpentiante” ou tentacular. Pode ocorrer associada à coreia, 
constituindo a coreoatetose.
Balismos: são movimentos bruscos, de grande amplitude, afetando, 
principalmente, os segmentos mais proximais dos membros 
superiores e inferiores. Assemelham-se a um “arremesso” quando 
nos membros superiores e ao “chute” quando nos membros 
inferiores.É mais comum unilateralmente (hemibalismo).
Mioclonias: caracterizadas por abalos involuntários de um músculo ou 
grupo muscular, levando ao deslocamento súbito do segmento 
corporal. São breves, bruscos, semelhantes a “sacudidas” 
musculares, podendo afetar o tronco e a raiz dos membros. A 
mioclonia pode ser “positiva” quando há contração muscular e 
“negativa” quando há relaxamento muscular.
Discinesia: apresenta caráter estereotipado dos movimentos de 
padrão mais ou menos semelhante e de forma contínua (exemplo: 
pronação/supinação da mão, careteamento com movimentos 
sucessivos dos lábios, língua com protrusão e retração). Estão, 
frequentemente, associadas à utilização crônica de medicamentos 
(exemplo: neurolépticos).
Espasmo hemifacial: são movimentos breves, periódicos, dos 
músculos da hemiface inervados pelo facial. Os espasmos 
musculares podem ser clônicos, tônicos ou tônico-clônicos. 
Classificado como idiopático e secundário (exemplo: tumor do ângulo-
ponto).
Tiques: são caracterizados por movimentos breves, rápidos, 
irregulares e repetitivos, afetando qualquer parte do corpo. Podem ser 
suprimidos pela vontade do paciente. Os tiques são classificados em 
motores e vocais, simples e complexos. Pioram com o estresse e a 
ansiedade.
Acatisia: incapacidade do indivíduo de manter-se quieto, sensação 
subjetiva de intranquilidade; o paciente sente alívio quando se move 
incessantemente (exemplo: sentar e levantar, cruzar e descruzar as 
pernas). A causa mais comum é medicamentosa (neurolépticos, como 
haloperidol, clorpromazina).
Síndrome das pernas inquietas: sensação desagradável das pernas 
semelhantes a formigamento e queimação, quando a pessoa está em 
repouso e relaxa, principalmente à noite, melhorando ao movimentar-
se.
Síndrome da pessoa rígida: caracteriza-se pela contração muscular, 
dolorosa, da musculatura axial (dorsolombar, abdominal e cervical) e 
parte proximal dos membros. A marcha torna-se lenta, com 
dificuldade para virar-se, dando aspecto de “soldado de madeira”. 
Está relacionada a mecanismos autoimunes.
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35
passiva da nuca e flexão involuntária dos 
membros inferiores. 
• Rigidez de nuca Hipertonia: Estando o 
paciente em decúbito dorsal, o examinador 
coloca uma das mãos na região occipital e, 
suavemente, tenta fletir a cabeça do paciente. Se 
o movimento for fácil e amplo, não há rigidez 
nucal, ou seja, a nuca é livre. Caso contrário, 
fala-se em resistência, defesa ou simplesmente 
rigidez da nuca. Esta última situação é 
frequentemente encontrada na meningite e na 
hemorragia subaracnóidea. 
• Sinal de Lasègue: Com o paciente em 
decúbito dorsal e os membros inferiores 
estendidos, o examinador levanta um dos 
membros inferiores estendido. A prova é positiva 
quando o paciente reclama de dor na face 
posterior do membro examinado, logo no início 
da prova (cerca de 30° de elevação). 
6-REFLEXOS 
1-Superficiais 
Reflexo cutâneo-plantar: A excitação da planta 
do pé, em sua margem interna preferencialmente, 
no sentido póstero-
a n t e r i o r, p rov o c a 
flexão plantar do hálux 
e d o s a r t e l h o s . 
Denomina-se o reflexo 
como cutâneo-plantar 
em flexão. A 
pesquisa deve ser realizada estando o paciente 
deitado e relaxado, utilizando-se uma espátula ou 
um objeto de ponta romba. O sinal de Babinski, 
que consiste na extensão lenta do hálux, é mais 
facilmente obtido quando se estimula a parte lateral 
da planta do pé e é indicativo de lesão piramidal. 
Reflexos cutâneo-abdominais:A estimulação 
cutânea, rápida, da parede abdominal, no sentido 
látero-medial, provoca Contração dos músculos 
abdominais ipsilaterais, causando desvio da linha 
alba e da cicatriz umbilical para o lado 
estimulado. 
Distinguem-se os reflexos cutâneo-
abdominais superior, médio e inferior, 
conforme a região estimulada (altura 
das regiões epigástrica, umbilical e 
hipogástrica, respectivamente). 
R e fl e x o c r e m a s t é r i c o : a 
estimulação do terço superior da face 
medial da coxa, estando o paciente em 
decúbito dorsal, com os membros 
inferiores estendidos e em abdução, 
desencadeia a contração do cremaster 
e elevação do testículo ipsilateral. 
Reflexo anal: Contração do esfíncter 
a n a l e x t e r n o e m r e s p o s t a à 
estimulação cutânea da região perianal. 
 2-Profundos 
Na pesquisa dos reflexosmiotáticos fásicos ou 
clônicos, o estímulo é feito pela percussão com o 
martelo de reflexos do tendão do músculo a ser 
examinado. 
De rotina, são investigados os reflexos aquileu, 
patelar, flexor dos dedos, supinador, pronador, 
bicipital e tricipital. 
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35
7-SENSIBILIDADE 
Sensibilidade Superficial ou Exteroceptiva 
• Tátil: algodão seco, gaze ou pincel 
• Dolorosa: alfinete ou agulha de costura (romba) 
• Térmica: tubo com água quente (<45°C) e fria 
(>15°C) 
Sensibilidade Profunda ou Proprioceptiva: 
• Sensibilidade vibratória ou Palestesia: 
sensação vibratória com diapasão nas 
eminências ósseas. 
• A sensibilidade à pressão (barestesia) é 
verificada mediante compressão digital ou 
manual em qualquer parte do corpo, 
especialmente de massas musculares. 
• A cinético-postural ou artrocinética 
(batiestesia) é explorada deslocando-se 
suavemente qualquer segmento do corpo em 
várias direções (flexão, extensão). Em dado 
momento, fixa-se o segmento em uma 
deter minada pos ição, que deverá ser 
reconhecida pelo paciente. Para facilitar o 
exame, elegem-se algumas partes do corpo, 
como o hálux, o polegar, o pé ou a mão. 
• A sensibilidade dolorosa profunda é 
avaliada mediante compressão moderada de 
massas muscu lares e tendões, o que, 
normalmente, não desperta dor. Se o paciente 
acusar dor, é sinal de que há neurites e miosites. 
De modo contrário, os pacientes com tabes dorsalis 
não sentem dor quando se faz compressão, 
mesmo forte, de órgãos habitualmente muito 
dolorosos, como é o caso dos testículos. 
Sensibilidade de integração cortical 
• Estereognosia : É a capacidade de reconhecer 
a forma dos objetos pelo tato, sem o auxílio da 
visão. 
• Grafestesia: É a capacidade de reconhecer 
letras ou números desenhados na palma das 
mãos com um lápis ou um objeto de ponta 
romba, sem o auxílio da visão. 
• Discriminação Táctil Ou De Dois 
Pontos:Estimulação simultânea de dois pontos 
vizinhos, sem o auxílio da visão. 
TERMOS: 
ANESTESIA : É a perda de um tipo de 
sensibilidade. 
HIPOESTESIA : Qualquer tipo de sensibilidade 
diminuída a estimulação. 
HIPERESTESIA : Qualquer tipo de sensibilidade 
aumentada para estipulação. 
ANALGESIA : Perda da sensação dolorosa. 
PARESTESIAS : Percepção sensitiva sem 
estímulos externos de formigamento, dor, 
alfinetadas ou queimação. 
ALODÍNEA: Percepção de um estímulo não 
doloroso, como estímulo doloroso e de alta 
intensidade. 
DISESTESIA : Sensações dis torc idas e 
desagradáveis de estímulos normalmente inócuos.
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35
EXAME DOS PARES DE NERVOS 
CRANIANOS 
Ao todo são 12 pares de nervos cranianos: 
I- Olfatório, II-Óptico, III-Oculomotor, IV- 
Troclear, V-Trigêmeo, VI-Abducente, VII-Facial , 
VIII-Vestibulococlear, IX-Glossofaríngeo, X-Vago, 
XI-Acessório, XII-Hipoglosso. 
ANÁLISE DE CADA PAR DE NERVOS 
I NERVO OLFATÓRIO 
• Função: olfação 
• N o e x a m e d a o l f a ç ã o , 
empregam-se substâncias com 
odores conhecidos: café, 
canela, cravo, tabaco, álcool 
etc. 
• De olhos fechados, o paciente 
deve reconhecer o aroma que 
o examinador colocar diante 
de cada narina. 
Observação:Afastadas as condições que impeçam 
o reconhecimento do odor (resfriado comum, 
atrofia de mucosa), as alterações deficitárias 
(hiposmia e anosmia) ganham maior significado 
clínico, pois dependem de distúrbios neurológicos, 
como sífilis nervosa, fratura do andar anterior da 
base do crânio e neoplasia da goteira olfatória. 
II NERVO ÓPTICO 
• Função: visão central (acuidade visual), 
periférica (campo visual) e fundos oculares 
• As imagens são recolhidas na retina por meio dos 
cones e bastonetes, e conduzidas ao centro da 
visão no lobo occipital. 
O nervo óptico é examinado da seguinte 
maneira: 
I. Acuidade visual. Utilização da lâmina de 
Snellen a 60 cm de distância, pede-se ao 
paciente que diga o que vê na sala de exame 
(na parede, na mesa) ou leia alguma coisa. 
Examina-se cada olho em separado. Havendo 
diminuição da acuidade, fala-se em ambliopia; 
quando abolida, constitui-se em amaurose. 
Ambas podem ser uni ou bilaterais e costumam 
ser causadas por neurite óptica, neoplasias e 
hipertensão intracraniana. 
I. Campo visual. Sentado, o paciente fixa um 
ponto na face do examinador, postado à sua 
frente. O examinador desloca um objeto nos 
sentidos horizontal e vertical, e o paciente dirá 
até que ponto está “percebendo” o objeto nas 
várias posições. Cada olho é examinado 
separadamente. A isso se denomina avaliação 
do campo visual ou campimetria. 
II. Fundoscopia. Com o oftalmoscópio, o fundo 
de olho torna-se perfeitamente visível. Podem 
ser reconhecidos o tecido nervoso (retina e 
papila óptica) e os vasos (artérias, veias e 
capilares), que evidenciam fielmente o que se 
passa com as estruturas análogas na cavidade 
craniana. 
III NERVO OCULOMOTOR, IV NERVO TROCLEAR E VI 
NERVO ABDUCENTE 
• Função: motricidade ocular extrínseca e 
intrínseca. 
• Esses três nervos são examinados em conjunto, 
pois inervam os vários músculos que têm por 
função a motilidade dos globos oculares. 
• Tais músculos são o reto medial, o reto superior, o 
reto inferior, o oblíquo inferior (inervados pelo 
oculomotor), o oblíquo superior (inervado pelo 
troclear) e o reto lateral (inervado pelo 
abducente). 
• O III nervo inerva também a musculatura 
elevadora da pálpebra. 
Esses nervos podem ser examinados da 
seguinte maneira: 
I. Motilidade extrínseca. O exame é feito em 
cada o lho separadamente e, depoi s , 
simultaneamente, da seguinte maneira: estando 
o paciente com a cabeça imóvel, o examinador 
solicita a ele que desloque os olhos nos sentidos 
horizontal e vertical. No exame simultâneo, 
acrescenta-se a prova da convergência ocular, 
que é feita aproximando gradativamente um 
objeto dos olhos do paciente. 
II. Motilidade intrínseca. O exame da pupila 
é feito em seguida ao estudo da motilidade 
extrínseca dos globos oculares.Dinamicamente, 
a pupila é examinada por meio de um feixe 
luminoso e pela convergência ocular. Em 
ambiente de pouca luminosidade, o paciente 
deve olhar para um ponto mais distante. O 
examinador incide o feixe de luz em uma 
pupila e observa a resposta nos dois 
lados.Chama-se reflexo fotomotor direto a 
contração da pupila na qual se fez o estímulo, e 
de reflexo fotomotor consensual a contração da 
pupila oposta. Em seguida, aproxima-se dos 
olhos um objeto, e as pupilas se contrairão 
normalmente – é o reflexo da acomodação. 
V NERVO TRIGÊMEO. 
• Função:Sensibilidade facial e motricidade dos 
músculos mastigatórios. 
O nervo trigêmeo é examinado da seguinte 
maneira: 
I. Para a função motora: Inspeção do maxilar 
inferior e região temporal; Palpação da fossa 
temporal, solicitando ao paciente que feche a 
boca com força, e que abra a boca (observando 
desvios para um ou outro lado por ação dos 
pterigóideos); além de pedir para o paciente 
movimento o queixo de um lado para o outro. 
Reflexo córneo-palpebral: com uma mecha de 
a lgodão, es t imula-se a 
córnea do paciente, pedindo 
que o paciente dirija seu 
olhar para um lado e 
a p r o x i m a n d o - s e 
vagarosamente o algodão do 
lado oposto;O algodão é 
posto entre a esclerótica e a córnea; A resposta 
normal é a contração do orbicular das pálpebras. 
II. P a r a a f u n ç ã o 
s e n s i t i v a : a v a l i a r 
sensibilidade superficial 
c o m u m a l g o d ã o e 
posteriormente se investiga 
a sensibilidade dolorosa 
com alfinete e vibratória 
com o diapasão. 
VII NERVO FACIAL 
• Função: movimentar a musculatura mímica, 
sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores da 
língua, inervação vegetativa das glândulas 
lacr imai s , submaxi lares e subl ingua i s , 
sensibilidade exteroceptiva de uma pequena 
região do pavilhão auricular. 
O nervo facial é examinado da seguinte 
maneira: 
I. Para a função motora:Para 
fazer o exame do nervo facial, 
solicita-se ao paciente enrugar 
a testa, franzir os supercílios, 
fechar as pálpebras, mostrar os 
dentes,abrir a boca, assobiar, 
inflar a boca e contrair o 
platisma ou músculo cutilar do 
pescoço. 
II. Para a função sensitiva:Algodão embebido 
em substâncias amargas, salgadas, azedas e 
doces na língua. 
Observação:Tem importância prática a distinção 
entre a paralisia por lesão do nervo facial (paralisia 
periférica-representada na 
imagem B) e aquela por lesão 
d a v i a c o r t i c o n u c l e a r 
(piramidal), também chamada 
d e p a r a l i s i a c e n t r a l -
representada na imagem A. 
No tipo periférico, toda a 
hemi face homolate ra l é 
comprometida, enquanto, na 
central, somente a metade inferior da face 
contralateral se mostra alterada. Este último tipo 
ocorre com frequência nos acidentes vasculares e 
nas neoplasias cerebrais. 
VIII NERVO VESTIBULOCOCLEAR. 
• Função: audição, equilíbrio e postura. 
• É constituído por duas raízes: a coclear, 
incumbida da audição, e a vestibular, responsável 
pelo equilíbrio. 
• No exame neurológico de rotina, faz-se apenas 
uma exploração mais ou menos grosseira das 
duas raízes, coclear e vestibular. 
• Desse nervo a raiz coclear é avaliada 
pelos seguintes dados e manobras: 
- Diminuição gradativa da intensidade da voz 
natural 
- Voz cochichada 
- Atrito suave das polpas digitais 
próximo à orelha 
- P rov a d e R i n n e , q u e 
consiste em aplicar o diapasão 
na região mastoide. Quando o 
paciente deixar de ouvir a 
vibração, coloca-se o aparelho próximo ao 
conduto auditivo. Em condições normais, o 
paciente acusa a percepção do som (Rinne 
positivo). Transmissão óssea mais prolongada 
que a aérea (Rinne negativo) significa deficiência 
auditiva de condução. 
1. Rinne positivo = paciente acusa a 
percepção do som; 
2. Rinne ne gativo = transmissão óssea é 
mais prolongada que a auditiva 
(deficiência auditiva de condução) 
- Prova de Webber: Coloca-se um 
diapasão vibrando na linha 
mediana do vértice do crânio. Em 
condições normais: som será 
ouvido igualmente em ambas as 
ore lhas ou ressoará em algum 
lugar no centro da cabeça, “não 
lateralizado”. 
Anormalidade: 
A. • Perda Auditiva de Condução: som 
melhor no lado afetado (“lateralizado”). 
B. • Surdez neurossensorial : som melhor na 
orelha normal. 
• A investigação da raiz vestibular 
compreende: a pesquisa de nistagmo, desvio 
lateral durante a marcha, desvio postural, sinal de 
Romberg e provas calórica e rotatória. 
• O nistagmo consiste em movimentos oculares 
ritmados, com dois componentes: um rápido e 
outro lento. O nistagmo pode ser espontâneo ou 
provocado e compreende os tipos horizontal, 
vertical, rotatório e misto. 
• Quando há desvio postural durante a marcha, 
observa-se lateropulsão para o lado da lesão. Se o 
paciente estiver de pé ou sentado com os olhos 
fechados e os membros superiores estendidos 
para frente e elevados em ângulo reto com o 
corpo, os braços irão desviar-se para o lado do 
labirinto lesado, e o corpo tenderá a cair para 
este mesmo lado. 
• Sinal de Romberg positivo, com desequilíbrio do 
corpo para o lado lesado. 
IX NERVO GLOSSOFARÍNGEO 
• Função: inerva músculos estilofaríngeo e 
constritor superior da faringe (músculos da 
deglutição), sensibilidade gustativa do terço 
posterior da língua, inervação parassimpática da 
glândula parótida, sensibilidade exteroceptiva do 
pavilhão auricular e pele do conduto auditivo 
externo, sensibil idade geral da mucosa 
amigdaliana, trompa de Eustáquio, véu palatino e 
parede de faringe. 
O nervo glossofaríngeo é examinado da 
seguinte maneira: 
I. Para a função sensitiva: Algodão embebido 
em substâncias amargas, salgadas, azedas e 
doces na língua; 
II. Para a função motora:estímulo mecânico da 
parede posterior da faringe ou solicitando que o 
paciente pronuncie a letra "a" com a boca bem 
aberta(Reflexo faríngeo-vômito). 
X NERVO VAGO 
• Função: inerva região faríngea e laríngea, 
inervação parassimpática para as vísceras 
torácicas e abdominais, recebe informação da 
sensibilidade visceral e sensibilidade superficial do 
pavilhão auricular e pele do conduto auditivo 
externo. 
O nervo vago é examinado da 
seguinte maneira: 
É feito o exame do véu palatino pedindo-se 
ao paciente que abra a boca e observa-se a 
posição do véu, sua tensão, a posição da 
úvula e da rafe média em repouso. A 
seguir, solicita-se que pronuncie a letra 
"a".Abaixador de língua, estimula-se a 
parede posterior da faringe a fim de 
provocar o reflexo nauseoso. 
Observação:Normalmente são avaliados o nervo 
glossofaríngeo e vago ao mesmo tempo. 
XI NERVO ACESSÓRIO. 
• Função: inervação da laringe (raiz bulbar) e 
trapézio e esternocleidomastóideo (raiz espinhal). 
O nervo acessório é examinado da seguinte 
maneira: 
É realizado a inspeção do 
p a c i e n t e o b s e r v a n d o a 
existência de assimetrias de 
relevo das massas musculares 
do pescoço, ombro e escápula. 
Solicita-se ao paciente que 
levante os braços, colocando-
os na horizontal e palpando-se as massas 
musculares do ombro. Posteriormente, se estuda a 
força muscular do ombro, solicitando ao enfermo 
que os levante contra resistência. Para avaliar a 
força do esternocleidomastóideo, deve-se pedir ao 
paciente que gire a cabeça contra a força de 
oposição. 
XII NERVO HIPOGLOSSO. 
• Função: inervação da musculatura da língua. 
O nervo hipoglosso é examinado da 
seguinte maneira: 
Investiga-se o hipoglosso pela 
inspeção da língua – no interior da 
b o c a o u e x t e r i o r i z a d a –
movimentando-a para todos os 
lados, forçando-a de modo que vá 
de encontro à bochecha e, por fim, 
palpando-a, para avaliação de sua consistência. 
Observação: Nas lesões unilaterais do hipoglosso, 
observam-se atrofia e fasciculação na metade 
comprometida. Ao ser exteriorizada, a ponta da 
língua se desvia para o lado da lesão. Às vezes, 
ocorre disartria para as consoantes linguais. 
SINAIS MENÍNGEOS E 
RADICULARES 
• Os sinais meníngeos estão presentes com mais 
frequência quando as meninges estão inflamadas, 
seja por causa de alguma substância estranha (p. 
ex., hemorragia subaracnóidea), seja por infecção 
(p. ex., infecção bacteriana), apesar de serem 
encontrados também em outras situações clínicas. 
• A presença dos sinais meníngeos, sobretudo dos 
sinais de Kernig, Brudzinski e Lasègue, referem 
irritação meníngea e constituem importantes 
sinais semiológicos para o diagnóstico de 
meningite. 
SINAL DE KERNIG 
• Paciente em decúbito dorsal com a coxa fletida 
sobre a bacia e a perna fletida sobre a coxa 
ambas a 90° , seguido de extensão da perna. 
• A extensão passiva do joelho é acompanhada por 
dor e limitação da extensão da perna. 
• Realiza-se uma flexão involuntária do joelho 
quando o examinador realizava a flexão passiva 
de 90° graus do quadril com o joelho estendido. 
Quando o sinal é positivo, o paciente sente dor, 
resistência e incapacidade de estender o joelho 
por completo. 
• Outra definição dada ao sinal de Kernig é a 
incapacidade do paciente em estender o joelho 
além de 135° graus enquanto mantém o quadril 
flexionado. 
SINAL DE BRUDZINSKI 
• Paciente em decúbito dorsal com membros 
inferiores estendidos. 
• O examinador posiciona uma das mãos sobre o 
tórax do paciente e com a outra mão determina a 
flexão súbita do pescoço. 
• A flexão passiva da cabeça provoca flexão uni ou 
bilateral das coxas e das pernas. 
• O sinal de Brudzinski está presente quando, ao se 
tentar fletir passivamente o pescoço como na 
pesquisa de rigidez de nuca, ocorre ligeira flexão 
das coxas e dos joelhos. 
 
SINAL DE LASÈGUE 
• Paciente em decúbito dorsal e membros inferiores 
estendidos, examinador faz flexão passiva da coxa 
sobre a bacia. 
• Positivo: Dor na face posterior do membro 
examinado. 
• Para saber se o sinal de Lasegue é positivo o 
paciente deve ficar deitado. 
• O médico imobiliza o osso ilíaco e o tornozelo e o 
paciente levanta a perna com o joelho estendido 
até mais ou menos 40 graus. 
• O sinal é positivo quando ocorre muita dor na 
região lombar ou glútea e estador segue para o 
nervo ciático. 
• Também pode sentir parestesias que são 
sensações de frio, calor e formigamento. 
• Tentativa de elevação passiva do membro inferior 
• (flexão da coxa sobre a bacia). 
• Aumento da sensibilidade: flexão dorsal do pé 
examinado. 
• Resultado positivo: dor na face postero-lateral da 
coxa ipsilateral e resistência ao movimento 
• Nas meningites=> bilateral 
• Diagnóstico diferencial: patologias compressivas 
de raízes lombossacras, por hérnias de disco/
tumores, unilaterais. 
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35
EXAME DA COLUNA 
VERTEBRAL 
EXAME DA COLUNA VERTEBRAL 
1-Inspeção estática 
Procura observar assimetrias no pescoço, 
malformação, contrações involuntárias, tumorações 
e etc. 
2-Inspeção dinâmica 
• Na fase de inspeção dinâmica é avaliada a 
amplitude de cada um dos movimentos da coluna 
cervical, solicitando-se ao paciente que faça 
ativamente a flexão e a extensão da cabeça, a 
rotação para ambos os lados e a inclinação lateral 
também para ambos os lados. 
• A precisão desse exame pode ser melhorada 
pedindo-se para o paciente segurar entre os 
dentes uma espátula, a qual pode ser usada como 
referência no registro das angulações observadas. 
Na flexão, o paciente deve ser capaz de encostar 
o queixo no tórax e, na extensão, deve-se 
observar no perfil um alinhamento da fronte e do 
nariz com o plano horizontal (arco normal de 
movimento na flexoextensão: 130°). 
• Na rotação, o queixo deve estar alinhado com os 
ombros (arco normal de movimento para cada 
lado na rotação lateral: 80°). 
• Na inclinação lateral, solicita-se para o paciente 
encostar a orelha no ombro. Deve-se solicitar ao 
paciente que tente fazer esse movimento sem a 
mobilização do ombro (arco normal de 
movimento na inclinação lateral para cada lado: 
45°). 
3-Palpação 
Palpação das partes moles 
A palpação de partes moles na região cervical pode 
ser dividida em duas zonas clínicas: face anterior 
(trígono anterior) e face posterior. 
Palpação óssea 
Com o paciente em posição supina para 
relaxamento da musculatura cervical, palpam-se as 
estruturas ósseas nas regiões anterior e posterior. 
4-Manobras 
Teste da Distração 
Com o paciente sentado e as mãos do examinador 
no queixo e na região posterior da cabeça do 
paciente, realiza-se a distração da região cervical, a 
qual, ao abrir os forames neurais, pode aliviar a dor 
consequente à compressão radicular nesse nível. 
Manobra de Spurling 
Realizada com flexão lateral da cabeça do paciente, 
na qual o examinador realiza pressão sobre o topo 
da cabeça. O teste é positivo quando ocorre 
a u m e n t o d o s s i n t o m a s r a d i c u l a r e s n a 
extremidade.Dores inespecíficas podem ser 
consequentes a aumento de pressão das superfícies 
articulares das vértebras ou devido a espasmos 
musculares. 
Sinal de Lhermitte 
Usado para o diagnóstico de irritação meníngea, 
sendo visualizado também na esclerose múltipla. 
Com o paciente na posição sentada, flete-se a 
cabeça de encontro ao tórax, podendo-se 
sensibilizar o teste com a flexão dos quadris. É 
positivo quando o paciente refere dor ou 
parestesias, podendo também se queixar de dor 
irradiada para as extremidades. 
Manobra de Valsava 
O paciente deve prender a respiração e fazer força 
como se quisesse evacuar. Com a manobra ocorre 
aumento da pressão intratecal, agravando os 
sintomas de eventuais lesões que comprimem o 
canal, como tumores e hérnias de disco cervicais. 
Teste da Deglutição 
Algumas vezes, dor e dificuldade à deglutição 
podem ser decorrentes de doenças na região 
anterior da coluna cervical, como protuberâncias 
ósseas, osteófitos, intumescências dos tecidos moles 
devido a hematomas, infecções e tumores. 
Teste da Artéria Vertebral 
Testa a patência das artérias vertebrais, as quais 
atravessam os forames vertebrais. Com o paciente 
em posição supina, deve ser mantido nas seguintes 
posições por pelo menos 30 segundos: extensão 
cervical, rotação para a direita e para a esquerda, 
rotação para ambos os lados com o pescoço 
estendido. A rotação para a direita geralmente afeta 
a artéria vertebral esquerda e vice-versa. Os 
sintomas de estenose são tonturas, sensação de 
cabeça vazia e nistagmo 
Teste de Adson 
Testa a permeabilidade da 
artéria subclávia que pode 
ser comprimida pela costela 
cervical ou contratura dos 
músculos escalenos anterior 
e médio. Palpando-se o 
pulso radial, deve-se abduzir 
e rodar externamente o 
m e m b r o s u p e r i o r d o 
paciente. Em seguida, o 
paciente deve prender a 
respiração e mover a cabeça 
em direção ao membro 
ex a m i n a d o . Q u a l q u e r 
compressão da artéria será percebida, como 
diminuição ou mesmo desaparecimento do pulso. 
EXAME DA COLUNA TORÁCICA 
1-Inspeção posterior em pé 
• Analisa-se a postura global do paciente, sua 
massa muscular, buscando qualquer assimetria, 
contratura ou aumento de volume. 
• Para observar se os ombros estão no mesmo nível, 
é preciso deixar o paciente relaxado, sem contrair 
a musculatura elevadora do ombro de um dos 
lados, o que é bastante comum e pode induzir a 
erros de interpretação. 
• Se um dos ombros está de fato mais elevado, é 
provável que exista escoliose torácica alta, 
convexa para esse lado. 
2-Inspeção lateral (em pé) 
Nessa posição, as curvaturas da coluna são mais 
bem observadas. Os braços devem estar em 
extensão, paralelos ao solo. As lordoses cervical e 
lombar devem estar compensadas pela cifose 
torácica e apresentar harmonia. 
2-Palpação 
A palpação da região torácica se fará de melhor 
forma quando o paciente estiver sentado; por trás 
da mesa de exames a distância do examinador é a 
ideal e há mais estabilidade do paciente com o 
apoio da pelve. Na existência de dores, o paciente 
não reagirá, afastando-se à pressão da mão. 
3-Manobras (em pé) 
Exame posterior (em pé) 
• A primeira medida a ser tomada é a verificação 
do alinhamento da coluna por meio de um fio de 
prumo; apoiado na 7a vértebra cervical, o fio 
deve acompanhar a linha média até o sulco 
interglúteo. 
• A presença de desvio do eixo vertebral será 
notada e, se a coluna estiver descompensada, isto 
é, muito desviada para um lado, não permitindo 
que a cabeça fique centrada sobre a pelve, o fio 
de prumo não passará sobre o sulco interglúteo, 
podendo essa distância ser medida. 
• Também, a distância entre o fio e a apófise 
espinhosa vertebral desviada pode ser medida 
com a própria régua de escoliose. 
• Nas avaliações clínicas futuras, esse dado poderá 
ser utilizado para avaliar se houve piora da 
deformidade. 
• Nessa posição, também é possível avaliar o grau 
de nivelamento pélvico com uma régua de nível 
apoiada nas cristas ilíacas. 
• Pode ser colocada uma fita métrica entre as 
apófises espinhosas de C7 e T12 e obter um valor 
numérico com a diferença entre as posições 
normal e flexionada, que atinge, em média, 
2,5cm no indivíduo normal. As limitações podem 
ser devidas à dor pelo processo patológico básico 
do paciente ou por anquilose, no caso da 
espondilite. 
Teste de inclinação anterior – esse teste merece 
ser destacado, por ser o mais sensível para 
determinar a presença de escoliose. 
Exame posterior sentado 
• A medida da expansão torácica com fita métrica 
ao redor do tórax, na altura dos mamilos, deve 
mostrar uma amplitude de pelo menos 3cm entre 
a expiração e a inspiração profunda. 
• Nos pacientes com dor, limitação da mobilidade e 
discreta cifose, a redução da amplitude torácica é 
s i n a l d e c a l c i fi c a ç ã o d o s l i g a m e n t o s 
costotransversais, como ocorre na espondilite 
anquilosante. 
Decúbitos laterais (direito e esquerdo) 
• A palpação dos arcos costais é completada nessas 
posições, nas quais podem ser percebidos em toda 
a sua extensão, de cada lado. 
• A rotação da coluna, especialmente na pesquisa 
de dor, pode ser realizada passivamente pelo 
examinador, fixando e empurrando a pelve para 
um lado e trazendo o ombro oposto para o outro. 
EXAME DA COLUNALOMBAR 
• O exame dos movimentos deve considerar a 
aval iação da ampl i tude dos di ferentes 
movimentos da coluna lombar (flexão, extensão, 
inclinação lateral e rotação), o aparecimento da 
dor, espasmo muscular, rigidez ou bloqueio. 
• A flexão da coluna lombar é produzida pelos 
músculos abdominais, especialmente pelo 
músculo reto abdominal. A extensão da coluna 
lombar é produzida pelo grupo dos músculos 
eretores da coluna. 
• Durante o exame do movimento de flexão do 
tronco, deve ser avaliado se esse está sendo 
realizado na coluna lombar, pois é possível tocar 
o solo com as mãos sem que haja movimento 
nesse segmento vertebral. 
• Durante a realização do movimento, deve ser 
observado se ocorre inversão da lordose lombar, 
cuja concavidade inicial em situações normais 
apresenta forma convexa ao final do movimento. 
1-Manobras 
Teste de Schober modif icado auxilia na 
identificação dos pacientes que apresentam 
limitação verdadeira dos movimentos da coluna 
lombar. Com o paciente na posição ortostática é 
delimitado um espaço de 15cm (l0cm acima e 5cm 
abaixo do processo espinhoso de L5), e o teste é 
considerado positivo se não ocorrer aumento de 
pelo menos 6cm na flexão máxima. 
Teste de Nachlas – com o paciente em decúbito 
ventral, é realizada a flexão passiva do joelho até 
que o calcanhar toque a nádega. O aparecimento 
de dor na região lombar na região de L2-L3, 
nádega ou coxa pode indicar compressão radicular. 
Pode ser potencializado pela extensão simultânea 
do quadril. 
Teste de estiramento do nervo femoral em 
decúbito lateral – o paciente é apoiado sobre o 
membro não afetado, que é levemente flexionado 
no quadril e joelho. A coluna deve estar alinhada, 
evitando-se a hiperextensão. O quadril é mantido 
em extensão de 15o, e o joelho fletido 
gradualmente. 
Teste de Brudzinski – o paciente em decúbito 
dorsal é instruído para realizar a flexão ativa da 
coluna cervical, e o teste é considerado positivo 
quando a flexão da coluna cervical desencadeia o 
aparecimento dos sintomas e o paciente realiza a 
flexão dos joelhos e quadris para aliviá-los. 
Te ste de Pat r i c k o u 
FABERE – é realizado na 
posição supina, com o 
q u a d r i l e o j o e l h o 
fl e x i o n a d o s , e o p é 
apoiado sobre o joelho 
contralateral. A pelve é 
fixada com uma das mãos, 
enquanto a outra exerce 
pressão sobre o membro 
realizando sua abdução e 
rotação externa. O teste é 
positivo quando a dor que aparece ou é exacerbada 
e na região sacroilíaca – superior medial da nádega. 
Teste de Gaenslen – o paciente é posicionado em 
decúbito dorsal com os quadris e os joelhos fletidos 
até a face anterior do tronco. Com uma das 
nádegas sem contato com a superfície de apoio da 
mesa de exame, o membro inferior do lado da 
nádega sem apoio é solto em direção ao solo, e a 
manobra é positiva quando é manifestada dor na 
região sacroilíaca. 
Teste de Hoover – na posição supina com o 
examinador sustentando ambos os calca- nhares é 
solicitada a elevação de um dos membros inferiores. 
Normalmente, o paciente realiza força para baixo 
com o membro oposto ao que está elevando, e a 
ausência dessa força para baixo no lado contrário 
ao da elevação sugere simulação. 
EXAME FÍSICO DOS 
MEMBROS SUPERIORES 
OMBRO 
1-INSPEÇÃO 
1.1- ESTÁTICA 
O paciente deve ser examinado desnudo da cintura 
para cima. 
Devem-se observar: 
1. Assimetrias ou deformidades características; 
2. Atrofia ou fasciculações musculares; 
3. Hipotrofia muscular importante, com 
deformidades bem evidentes, a qual é comum 
em pacientes com sequela de acidente vascular 
cerebral (AVC) ou paralisia de plexo braquial; 
4. Hipotrofias musculares nas fossas supra e 
infraespinhal; 
5. Sinais indicativos de lesão traumática, como 
edema e equimose; 
6. Deformidades da coluna cervical e torácica 
com repercussão no formato, na posição, na 
simetria e na mobilidade da escápula; 
7. Ombro em cabide ou sinal da dragona – 
indicativo de luxação aguda anterior do ombro. 
1.2-DINÂMICA 
A mobilidade do ombro é avaliada de modo global 
devido à impossibilidade de se isolar os movimentos 
de cada articulação do cíngulo escapular. Os 
movimentos são designados tendo como base eixos 
e planos imaginários que dividem o corpo, que são: 
plano coronal, plano sagital e plano frontal. 
Esses movimentos podem ser avaliados a 
partir da posição anatômica, com os braços 
ao lado do tórax, sendo: 
• Elevação 
• Flexão e extensão no 
plano sagital; 
• Rotação interna e 
externa ( torção em 
torno do úmero); 
• Elevação no plano 
c o r o n a l ( f r o n t a l ) 
(abdução e adução); 
• Adução e abdução horizontais no plano 
transverso (horizontal). 
 
As provas funcionais complementam o exame 
dinâmico do ombro são: 
• Mão/nádega oposta – apor a mão à nádega 
contralateral. 
• Mão/costas – apor o dorso da mão às costas, 
procurando tocar com a ponta do polegar o 
ângulo inferior da escápula oposta. 
• Mão/ombro oposto – apor a palma da mão à 
região deltóidea do lado oposto. 
• Mão/nuca – apor a palma da mão à nuca. 
A avaliação, que é comparativa com o lado 
oposto, é classificada em três graus: 
a) consegue realizar sem dor; 
b) consegue realizar com dor e/ou dificuldade; 
c) não consegue realizar. 
Observação:Esses testes são importantes para a 
avaliação da incapacidade para as atividades 
habituais diárias. 
2-PALPAÇÃO 
Na palpação devem ser avaliados vários fatores, 
como: dor, presença ou ausência de edema, 
alterações de temperatura, deformidades etc. Para 
facilitar o exame, o examinador pode se basear em 
pontos de referência. 
A palpação deve abordar: 
• Articulação esternoclavicular – verifica-se se 
há dor, edema e mobilidade anormal. 
• Clavícula – verifica-se se há deformidade 
palpável, dor, edema e crepitação, sinais 
de traumatismo recente. 
• Articulação acromioclavicular – 
verifica-se se há dor, edema, crepitação 
e mobilidade anormal. 
• R e g i ã o s u p r a e s p i n h a l , 
infraespinhal e deltóidea – a 
massa muscular que deve ter consistência elástica 
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35
própria do tecido muscular, sem espessamentos 
endurecidos 
3-MANOBRAS 
Teste de impacto de Neer: Com o paciente em 
pé, o examinador fixa uma mão na região da 
escápula e com a outra é feita uma elevação 
abrupta do braço, levando a um impacto entre a 
grande tuberosidade da cabeça do úmero e a 
porção anter ior e in fer ior do acrômio, 
comprimindo a bursa subacromial e o músculo 
supraespinhoso. 
Teste de Yocum: O paciente 
coloca a mão sobre o ombro 
o p o s t o , c o m o n o t e s t e 
funcional “mão no ombro 
oposto”, e procura fletir o 
braço elevando ativamente o 
cotovelo, sem elevar o cíngulo 
escapular. 
Teste de Jobe: O paciente 
eleva o braço em 90° com o 
antebraço pronado contra a 
resistência do examinador. 
Compara-se a força com o 
lado contralateral. Esse teste 
é positivo em caso de 
diminuição de força do 
músculo supraespinhal. 
Teste de Patte: É usado 
para avaliar o músculo 
in fraespinhal . Com o 
paciente em pé, faz-se a 
a b d u ç ã o d o b r a ç o 
enquanto se mantém o 
cotovelo fletido a 90°, 
seguida de sua rotação 
externa contra a resistência 
colocada pela mão do 
examinador. 
Teste de Gerber: Com o 
paciente em pé, é solicitada 
a rotação interna do braço 
de forma a manter a mão 
afastada da região lombar. 
Observação:Em caso de lesão do subescapular, o 
paciente não conseguirá afastar a mão do corpo, 
evidenciando alteração da integridade do músculo 
subescapular. 
Teste do infraespinhal 
É feito com o MS ao lado do 
tórax e o cotovelo em 90o de 
flexão, pedindo-se para o 
paciente fazer ativamente a 
rotação externa do braço 
contra a resistência oposta pelo 
examinador e as respostas são 
avaliadas como nos testes 
anteriores . 
Manobras de luxação 
Te s t e d e a p r e e n s ã o 
anterior: O examinador, 
colocando-se atrás do paciente, 
executa com uma mão a 
abdução, rotação externa e 
extensão passivas forçadas do 
braço do paciente, ao mesmo 
tempoque pressiona com o 
polegar da outra mão a face 
posterior da cabeça do úmero 
tentando deslocá-la. 
Teste de apreensão 
posterior (Fukuda): O 
examinador faz a adução, 
flexão e rotação interna 
pas s ivas do braço do 
p a c i e n t e p r o c u r a n d o 
deslocar posteriormente a 
cabeça do úmero.O teste é 
positivo quando o paciente 
apresenta sensação de 
apreensão por causa da 
subluxação da cabeça do úmero na borda posterior 
da glenoide, evidenciando instabilidade posterior 
do ombro. 
Teste da gaveta anterior e posterior 
Colocando-se por trás do paciente que está em pé 
ou sentado e com o braço ao lado do corpo, o 
examinador fixa, com uma das mãos espalmada 
sobre o ombro, a escápula do paciente e com a 
outra segura firmemente a cabeça do úmero que 
procura deslocar em sentido anterior e posterior. O 
teste é positivo quando a translação é maior que no 
lado normal, é maior que a translação posterior ou 
anterior ( dependendo da face examinada) é maior 
que 50% da espessura da cabeça umeral. 
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35
Teste do sulco: O braço do 
paciente que está posicionado 
ao lado do corpo é puxado pelo 
examinador em sentido caudal. 
O braço do paciente que está 
p o s i c i o n a d o e m 9 0 o d e 
abdução é forçado para baixo 
p e l o e x a m i n a d o r ; o 
aparecimento de um sulco de 1cm ou mais entre o 
acrômio e a cabeça do úmero indica frouxidão 
capsuloligamentar. 
COTOVELO 
1-INSPEÇÃO 
1.1-INSPEÇÃO ESTÁTICA 
Na inspeção estática devemos observar presença de 
deformidades, máculas, cicatrizes, alterações 
esqueléticas, aumento do volume e atrofia muscular, 
lembrando sempre da comparação com o lado 
contralateral. A inspeção deverá ser realizada com 
atenção às regiões lateral, anterior, posterior e 
medial. 
1.2- INSPEÇÃO DINÂMICA 
• Essa inspeção deve ser feita de acordo com os 
arcos de movimento normais. 
• O cotovelo apresenta quatro t ipos de 
movimentos: flexão, extensão, pronação e 
supinação. 
2-PALPAÇÃO 
Inicia-se pela localização dos epicôndilos lateral e 
medial e ponta do olécrano. Esses pontos deverão 
formar um triângulo equilátero. 
3-MANOBRAS 
T e s t e d e C o z e n 
(epicôndilo lateral): 
Com o cotovelo em 90° de 
flexão e o antebraço em 
p ro n a ç ã o , p e d e - s e a o 
paciente que faça extensão 
ativa do punho contra a 
resistência que será imposta 
pelo examinador. O teste será positivo quando o 
paciente referir dor no epicôndilo lateral, origem da 
musculatura extensora do punho e dos dedos. 
Teste de Mill (epicôndilo 
lateral): É realizado com o 
cotovelo em 90° de flexão e o 
antebraço em pronação com 
a , o punho em dorsiflexão e 
o cotovelo em extensão. O 
examinador então forçará o 
punho em flexão e o paciente 
é orientado para resistir ao 
movimento. A presença de dor no epicôndilo lateral 
será sugestiva de epicondilite lateral. 
Flexão do punho contra 
a r e s i s t ê n c i a 
(epicondilite medial): 
Com o cotovelo fletido 
l igeiramente e a mão 
sup inada , o pac i en te 
flexiona o punho contra a 
resistência. A presença de 
dor no epicôndilo medial é 
sugestiva de epicondilite medial. 
3.1- MANOBRA DE ESTABILIDADE DO COTOVELO 
EM VARO E EM VALGO 
O examinador estabiliza 
o braço do paciente com 
uma mão no cotovelo 
deste e a outra mão no 
punho; o cotovelo do 
paciente é ligeiramente 
fletido (20° a 30°). É 
aplicada uma força em 
adução (varo), para 
t e s t a r o l i g a m e n t o 
colateral lateral. Em 
seguida uma força em 
abdução (valgo) é feita 
para testar o ligamento 
colateral medial. Se 
houver frouxidão em 
qualquer uma das manobras, suspeita-se de lesão 
ligamentar lateral ou medial. 
PUNHO E MÃO 
1-INSPEÇÃO 
Maria Vitória de Sousa Santos - MED 35
1.1-INSPEÇÃO ESTÁTICA 
Todas as estruturas devem ser inspecionadas à 
procura de sinais de trauma (edema e escoriações), 
fraturas (desvios e deformidades grosseiras),desvios 
angulares, luxações, sinais inflamatórios ou 
infecciosos. A observação das cabeças metacarpais 
(“nós dos dedos”) com o punho cerrado é útil para 
avaliar seu comprimento ósseo ou rotação na 
ocorrência de fraturas. Nos dedos é preciso buscar 
por alterações específicas, como dedos em martelo, 
pescoço de cisne e deformidade em botoeira e 
cor(cianose). 
1.2- INSPEÇÃO DINÂMICA 
A inspeção dinâmica da mão consiste na análise 
dos seus movimentos. Estes devem ser realizados de 
maneira ativa e passiva, observando-se a sua 
precisão e amplitude. 
2-PALPAÇÃO 
Inicialmente devem ser avaliadas a integridade do 
revestimento cutâneo, sua temperatura e a presença 
de calosidades, espessamentos, retrações, edema e 
nodulações. A presença de calosidades e a 
distribuição e profundidade dos sulcos podem 
sugerir os movimentos e a carga de choque aos 
quais o membro é exposto. A temperatura pode 
indicar processos inflamatórios ou infecciosos, assim 
como distúrbios perfusionais. 
Partes moles 
Dorsal 
- Tabaqueira anatômica 
- Tendões da região dorsal do punho 
Ventral 
- Tendão do músculo flexor ulnar do carpo (FUC): 
Tendão do músculo palmar longo (PL) 
- Tendão do músculo flexor radial do carpo (FRC) 
- Túnel do carpo 
- Eminência tenar 
- Compartimento adutor 
- Eminência hipotenar 
Proeminências ósseas 
- Processo estiloide do rádio 
- Processo estiloide da ulna 
- Complexo ulnocarpal 
- Escafoide 
- Semilunar 
- Piramidal 
- Pisiforme 
- Trapézio 
- Trapezoide 
- Capitato 
- Hamato 
- Metacarpos 
- Falanges 
3-MANOBRAS 
Teste de Finkelstein:Esse 
teste consiste em fazer um 
desvio ulnar do punho do 
paciente, mantendo o polegar 
aduzido e fletido. O teste é 
positivo quando o paciente 
refere dor na região do 
processo estiloide do rádio. 
T e s t e d o fl e x o r 
superficial dos dedos 
( A p l e y ) : A v a l i a a 
integridade do tendão flexor 
superficial de cada dedo 
testado. O examinador 
mantém em extensão os 
demais dedos, com exceção 
do dedo que será testado. 
E s s e m é t o d o c e s s a o 
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movimento do flexor profundo de todos os outros 
dedos, impedindo o dedo verificado de fletir por 
meio desse tendão. Na sequência o paciente deve 
fletir o dedo testado no nível da articulação 
interfalângica proximal. 
Te s t e d o fl e xo r 
p r o f u n d o d o s 
d e d o s : Av a l i a a 
integridade do tendão 
flexor profundo do 
dedo testado. O dedo 
a ser testado deve estar 
em extensão com as 
a r t i c u l a ç õ e s 
Interfalângicas proximais e metacarpofalangeanas 
(MTF) estabilizadas, enquanto o paciente faz a 
flexão da interfalângica distal desse dedo. 
Teste de Phalen: Usado 
p a r a d i a g n o s t i c a r a 
síndrome do túnel do 
c a r p o . C o n s i s t e e m 
manter o(s) punho(s) na 
flexão máxima durante 1 
minuto. É positivo quando 
a s e n s a ç ã o d e 
formigamento ou dormência é relatada no 
território do nervo mediano, principalmente e com 
mais frequência no dedo médio. 
Teste ou sinal de 
Tinel: É a percussão 
suave nobre de um 
nervo. Foi descrito por 
T i n e l p a r a 
a c o m p a n h a r o 
p r o g r e s s o d a 
regeneração ou do 
crescimento axonal de 
um nervo. Para tal, 
deve-se percurtir o nervo de distal para proximal. 
No local correspondente à regeneração, o paciente 
tem a sensação de choque elétrico que se irradia 
pela área de distribuição cutânea do nervo. A 
progressão distal desse choque sugere bom 
prognóstico. 
Teste de Durkan: Teste 
e m p r e g a d o p a r a 
diagnóstico de síndrome 
do túnel do carpo. O 
examinador f az uma 
digitopressão sobre o 
ligamento transverso do 
c a r p o d u r a n t e 3 0 
segundos. Em caso de 
pare s t e s i a , o t e s t e é 
considerado positivo. 
Teste do abdutor curto do polegar: O 
paciente deve espalmar as mãos sobre uma 
superfície rígida, abduzindo os polegares um de 
encontro ao outro. Analisa-se o movimento e, em 
caso de assimetria, há fraqueza muscular. 
Teste de Froment: O examinado deve segurar 
uma folha de papel entre o 
polegar e o indicador com 
as duas mãos e tem de 
fazer uma adução do 
polegar até o indicador. 
Caso o paciente

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