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Campanhas nacionais voltadas para saúde mental



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ESCOLA SUPERIOR DA AMAZÔNIA 
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM
SURAMA CARNEIRO
FABIANA MAIA
RAISSA SILVA
ADRIANILZA CORREA FERREIRA
ODILENE XAVIER CARDOSO
RAFAELLA LIMA DA SILVA
THAÍS RODRIGUES
ERIKA RENATA CASTILHO CARVALHO SARRAFF
RENAN PORTELA QUEIRÓS
CAMPANHAS NACIONAIS VOLTADAS PARA SAÚDE MENTAL
BELÉM/PA
2021
SURAMA CARNEIRO
FABIANA MAIA
RAISSA SILVA
ADRIANILZA CORREA FERREIRA
ODILENE XAVIER CARDOSO
RAFAELLA LIMA DA SILVA
THAÍS RODRIGUES
ERIKA RENATA CASTILHO CARVALHO SARRAFF
RENAN PORTELA QUEIRÓS
CAMPANHAS NACIONAIS VOLTADAS PARA SAÚDE MENTAL
Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção da nota final da disciplina de Enfermagem em saúde mental e psiquiatria do curso de Enfermagem da Escola Superior da Amazônia-ESAMAZ. Professora: Gloria Leticia Oliveira Goncalves Lima
BELÉM – PARÁ
2021
1 INTRODUÇÃO
A Organização Mundial de Saúde (OMS) elenca que o conceito de saúde abrange-se bem mais do que temporalmente foi preconizado como ausência de doença, logo, caracteriza-se por um completo bem-estar biopsicossocial, sendo assim, em todas as suas vertentes deve-se dar a devida atenção (ABP, 2014)
A saúde mental, assim como a física, é parte integrante que complementa a manutenção das funções do organismo. Nesta perspectiva, a promoção da saúde mental é de suma importância para que o individuo possa ter a capacidade de executar suas habilidades pessoais e profissionais com o mínimo de competência (CORRIGAM; WATSON, 2002).
O estado mental limítrofe confere ao homem o exercício de seus direitos sociais e de cidadania. Ainda lhe é assegurada condições de interação social para um convívio familiar harmônico e seguro. Desta forma, pode-se entender a importância de se ter uma estabilidade mental e sua intensa relação com o bem-estar, vide que, é possível compreender também a relevância da utilização das capacidades individuais para a percepção de virtudes e valores relacionados à construção de um bem-estar coletivo (CRUZ, 2020).
O presente trabalho objetiva explanar as principais campanhas nacionais voltadas à saúde mental, tanto com planos de reestabelecimento quanto da prevenção de eventuais problemas relacionados a essa temática.
2 CAMPANHA: Janeiro Branco
O Janeiro Branco é uma assemelha-se a Campanha Outubro Rosa e da Campanha Novembro Azul. A mesma objetiva chamar a atenção para as questões e necessidades de cunho Mental e Emocional das pessoas e das instituições. Pessoas mais saudáveis pressupõe um cultura da Saúde Mental no Brasil e no mundo (ABRAHAO, 2021)
Esta campanha foi criada em Janeiro de 2014, em Uberlândia(MG), e já difundiu-se por todo o Brasil e alguns outros países do mundo, como Angola, Japão, Colômbia, Estados Unidos, Portugal e Holanda. No território nacional, transformou-se em Lei Municipal e Lei Estadual ao longo dos últimos anos, estabelecendo simbólica e oficialmente o mês de Janeiro como o mês da Saúde Mental em vários municípios e estados do país. Por conta do Janeiro Branco, a Saúde Mental passou a ser motivo de pauta nacional (CFP, 2021).
A utilização da cor branca se dá, pois, no primeiro mês do ano, em termos simbólicos e culturais, as pessoas estão mais propensas a refletirem sobre suas vidas, em suas relações sociais, familiares, em suas condições de existência, em suas emoções e em seus sentidos existenciais. E, geralmente há um estimulo intrínseco em mudança, a maior parte das pessoas podem ser inspiradas a escreverem ou a reescreverem as suas próprias histórias de vida (ABRAHÃO, 2021)
Dentre os principais objetivos do janeiro branco são deste mês o marco temporal estratégico para que todas as pessoas e instituições sociais do mundo passem a refletir, debater, conhecer, planejar e efetivar ações em benefício da Saúde Mental e do combate ao adoecimento emocional dos indivíduos de forma individualizada ou coletiva em instituições públicas ou privadas (MEHRY, 2004)
Reforça-se a necessidade da campanha de chamar a atenção de todo o mundo para os temas da Saúde Mental e da Saúde Emocional nas vidas das pessoas. Além de aproveitar a simbologia do início de todo ano para incentivar as pessoas a pensarem a respeito das suas vidas, dos seus relacionamentos e do que andam fazendo para investirem e garantirem Saúde Mental e Saúde Emocional em suas vidas e nas vidas de todos ao seu redor (ABRAHAO, 2021)
Busca-se também chamar a atenção das mídias e das instituições sociais, públicas e privadas, para a importância da promoção da Saúde Mental e do combate ao adoecimento emocional dos indivíduos, para que haja atuação em conjunto visando contribuir, decisivamente, para a construção, o fortalecimento e a disseminação de uma “cultura da Saúde Mental” que favoreça, estimule e garanta a efetiva elaboração de políticas públicas em benefício da Saúde Mental dos indivíduos e das instituições (MEHRY, 2004).
A promoção da saúde mental permite criar circunstâncias que viabilizem as pessoas a buscarem e encontrarem meios para terem estilos de vida mais saudáveis. Incentivando de forma constante o não isolamento dos indivíduos, discutindo seus problemas e procurando ajuda, principalmente evitando ficar na sombra da solidão e indiferença.
É estritamente necessário que as pessoas tenham a consciência que a saúde mental é algo tratável, e qualquer problema relacionado pode ser reversível (com ressalva de determinados casos), que tem cura. Pessoas com transtornos mentais tornam-se improdutivas, irregulares e ineficientes, o que pode inclusive afetar a economia de uma país. A partir do pressuposto, o papel do Janeiro Branco é estimular ações de psicoeducação das pessoas, fortalecendo a auto-estima, auto-afirmação e desenvolvimento cognitivo e intelectual (TEIXEIRA; SOLA, 2006)
3 CAMPANHA: Setembro Amarelo
A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) criaram a campanha Setembro Amarelo em 2014, para dar ênfase à necessidade de se prestar a devida atenção à saúde mental. e é inspirada no 10 de Setembro, data estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para marcar a prevenção ao suicídio. A conscientização acerca da saúde mental é a maneira mais eficiente e produtiva de se evitar que as tensões e os problemas que afligem a todos nós se avolumem a ponto de levar a atitudes extremas (BRASIL, 2017).
A Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP) estimula a divulgação da causa em todo o mundo no dia 10 de setembro, data na qual é comemorado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Setembro amarelo foi criado em 2003 pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e pela Organização Mundial de Saúde, com o objetivo de prevenir o ato do suicídio, por meio da adoção de estratégias pelos governos dos países. Neste dia, realizam-se cerca de 600 atividades em 70 países do mundo para salvar vidas (BRASIL, 2006).
O principal foco da campanha Setembro Amarelo é a conscientização sobre a prevenção do suicídio, buscando alertar a população a respeito da realidade da prática no Brasil e no mundo. A partir do pressuposto, a melhor forma de se evitar um suicídio é através de diálogos e discussões que abordem o problema. Suicídio é o ato de tirar a própria vida de forma intencional. Também fazem parte deste comportamento os pensamentos suicidas, planos e tentativas de morte, assim como os transtornos relacionados ao problema (LIMA; BRANDÃO, 2021).
Durante todo o mês de setembro, no Brasil, ações são realizadas a fim de sensibilizar a população e os profissionais da área para os sintomas desse problema e para a saúde mental. Uma das principais bandeiras da campanha é o debate franco e aberto sobre suicídio, tema que é considerado tabu na sociedade ocidental e sobre o qual muitas pessoas evitam falar por acreditarem que podem incentivar aqueles que têm ideações suicidas. A organização da campanha mostra que o efeito é justamente o contrário: quanto mais se debate, se difunde informação, mais as pessoas ficam preparadas para oferecer ajuda e mais as vítimas se sentem àvontade para procurar ou receber apoio. Falar sobre suicídio é uma forma de prevenção (FERREIRA; CARVALHO, 2017).
A partir do cenário supracitado, um dos pontos mais importantes é entender quais são os fatores de risco. Segundo o CFM e a ABP dois se destacam: ocorrência de outras tentativas e doenças psiquiátricas. Além disso, sentimento de desesperança e impulsividade são sinais de alerta que devem ser observados de perto e devem ser interrompidos (LIMA; BRANDÃO, 2021).
A vontade de dar fim a própria vida está deveras relacionada a transtornos psiquiátricos como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia e dependência química, mas também pode surgir após episódios de estresse significativo, como a perda de emprego ou de uma pessoa querida ou como reflexo de eventos negativos na infância e adolescência (BRASIL, 2006).
A idade e o gênero são outros fatores que também devem ser levados em consideração no debate sobre suicídio, afinal essa é a principal causa de morte entre jovens. No caso da terceira idade, muitos idosos podem atentar contra a própria vida após a morte do cônjuge ou se sentirem que estão dando trabalho para os familiares (LIMA; BRANDÃO, 2021).
Em relação aos gêneros, há uma disparidade totalmente perceptível, vide que o índice de óbitos por suicídio é três vezes maior entre homens. De acordo com o CFM e a ABP, os estereótipos sociais masculinos de força e independência contribuem para isso ao mesmo tempo que dificultam a busca por ajuda. Acrescenta-se ainda, os conflitos em torno da identidade sexual têm grande influência para o surgimento de ideações suicidas e devem fazer parte do debate sobre o assunto (FERREIRA; CARVALHO, 2017).
Acrescenta-se outra questão que precisa ser mais debatida e difundida, que é o apoio a pessoas que perderam alguém para o suicídio, já que o luto pode ser ainda mais difícil nesses casos. Grupos de apoio e ajuda profissional são essenciais também para esses indivíduos (LIMA; BRANDÃO, 2021).
O risco de suicídio é uma emergência de saúde pública no Brasil, já que pode causar lesões graves, completa incapacitação e até a morte, segundo a cartilha Suicídio: Informando para Prevenir do CFM e da ABP. Embora acabar com a própria vida pareça ser o objetivo daqueles que têm intenções suicidas, a correta identificação dos fatores de risco e dos sinais de alerta pode salvar vidas (LIMA; BRANDÃO, 2021).
De acordo com o material supracitado, os profissionais de saúde, não apenas psiquiatras, têm papel central nesse acolhimento porque os suicidas dificilmente buscam ajuda por conta própria, mas podem precisar de pronto-atendimento após uma tentativa de tirar a própria vida. Naturalmente, a comunidade médica não podem prever quem irá tirar a própria vida, nem prevenir todos os atentados que busquem esse fim, mas, ao reconhecer os fatores de risco e sinais de alerta, bem como ao falar abertamente sobre o assunto, podem reduzir muito as possibilidades (FERREIRA; CARVALHO, 2017).
Nesse contexto, acolher a pessoa acometida de pensamentos suicidas e encaminhá-lo a um profissional de saúde mental é sumariamente importante, vide que pessoas que já tentaram suicídio têm cinco ou seis vezes mais chances fazerem isso novamente. Logo, segundo a organização do Setembro Amarelo, é necessário incorporar avaliações sobre saúde mental na rotina de todos os trabalhadores da área de saúde (LIMA; BRANDÃO, 2021).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação preventiva deve ser priorizada buscando contribuir para a formação de ideias que valorizem a saúde mental é um dos objetivos centrais das campanhas discutidas neste trabalho. Isso também ajuda na promoção do autocuidado entre as pessoas que precisam de intervenção profissional, principalmente em relação às redes sociais e saúde mental.
Por fim, vale ressaltar a relevância de campanhas preventivas e informativas como a do Janeiro Branco e setembro amarelo para a proteção da saúde mental. Mediante ao que foi discutido, devem-se somar forças entre os profissionais da saúde e as instituições para que as campanhas sejam efetivas e alcancem todo o território nacional, pois, o suicídio pode estar presente em qualquer lugar, a qualquer momento. 
REFERÊNCIAS
ABP - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSIQUIATRIA. Suicídio: informando para prevenir. Brasília, DF: CFM: ABP, 2014. Disponível em: <Disponível em: http://bit.ly/1DFRfAz >. Acesso em: 14 set 2021.
ABRAHÃO, L. Janeiro Branco. 2021. Disponível em https://janeirobranco.com.br/.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.876, de 14 de agosto de 2006. Institui Diretrizes Nacionais para Prevenção do Suicídio, a ser implantadas em todas as unidades federadas, respeitadas as competências das três esferas de gestão. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 ago. 2006a. Seção 1, p. 65. Disponível em: <Disponível em: http://bit.ly/2HD1pYk >. Acesso em: 14 set 2021.
BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico: Perfil epidemiológico das tentativas e óbitos por suicídio no Brasil e a rede de atenção à saúde. v. 48, n. 30. 2017.
CFP.Conselho Federal de Psicologia. Posicionamento sobre a campanha Janeiro Branco. 2017. Disponível em: https://site.cfp.org.br/nota-de-posicionamento-sobre-a-campanha-janeiro-branco/ Acesso em: 13 de set.2021. 
CORRIGAN, P. W; WATSON, A. C. Compreender o impacto do estigma nas pessoas com doença mental. World Psychiatry, 2002. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1489832/. Acesso em: 12 de set. 2021.
CRUZ, R. B. S. A importância de cuidar da saúde mental. 2020. Disponível em https://blog.psicologiaviva.com.br/saudemental/. Acesso em: 12 de set. 2021.
FERREIRA, M. S.; CARVALHO, M. C. A. Estigma Associado Ao Transtorno Mental: Uma Breve Reflexão Sobre Suas Consequências. RIES, ISSN 2238-832X, Caçador, v.6, nº 2, p. 192-201, 2017. 
LIMA, D.P.A; BRANDAO, C.B. 5 anos de Campanha Setembro Amarelo: Estamos conseguindo prevenir suicídios?. Research, Society and Development, v. 10, n. 7, p. 1-8, 2021. 
MERHY, E. E. Sobre o acolhimento na rede de serviços. Seminário sobre acolhimento, São Paulo, 12 mar. 2004b. Disponível em: <Disponível em: http://bit.ly/2HAgoSN >. Acesso em: Acesso em: 12 de set. 2021.
TEIXEIRA, C. F.; SOLLA, J. P. Modelo de atenção à saúde: vigilância e saúde da família. Salvador: EDUFBA, 2006.
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