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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ RAFAIN LUDVIG WALENDOWSKY ANÁLISE DA ÁREA COMERCIAL DA EMPRESA WRRC INDÚSTRIA TÊXTIL LTDA Balneário Camboriú 2007 2 RAFAIN LUDVIG WALENDOWSKY ANÁLISE DA ÁREA COMERCIAL DA EMPRESA WRRC INDÚSTRIA TÊXTIL LTDA Balneário Camboriú 2007 Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – ênfase em Marketing, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Ciências Sociais Aplicadas em Balneário Camboriú. Orientador : Prof. Manuel Carlos Pinheiro da Gama 3 RAFAIN LUDVIG WALENDOWSKY ANÁLISE DA ÁREA COMERCIAL DA EMPRESA WRRC INDÚSTRIA TÊXTIL LTDA Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovada pelo Curso de Administração – ênfase em Marketing da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú. Área de Concentração: Administração Balneário Camboriú, 09 de novembro de 2007. _________________________________ Prof. Manuel Carlos Pinheiro da Gama Orientador ___________________________________ Prof. Lorena Schröder Avaliadora ___________________________________ Prof. Msc, Marcio Daniel Kiesel Avaliador 4 EQUIPE TÉCNICA Estagiário(a): Rafain Ludvig Walendowsky Área de Estágio: Administração Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa: Vilmar Walendowsky Professor(a) orientador(a): Manuel Carlos Pinheiro da Gama 5 DADOS DA EMPRESA Razão Social: WRRC Indústria Têxtil Ltda Endereço: Rua Francisco Walendowsky, 120 – Brusque - SC Setor de Desenvolvimento do Estágio: Administração Duração do Estágio: 240 horas Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Vilmar Walendowsky - Diretor Carimbo do CNPJ da Empresa: 6 AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA Balneário Camboriú, 09 de novembro de 2007. A Empresa WRRC Indústria Têxtil Ltda, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pelo acadêmico Rafain Ludvig Walendowsky ___________________________________ Vilmar Walendowsky 7 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço a Deus por ter me proporcionado este momento de aprendizado e iluminado meu caminho durantes esta passagem da minha vida. Agradeço aos meus pais e minhas irmãs por estarem sempre do meu lado dando apoio, carinho e amor. Aos meus avós por serem verdadeiros exemplos de família e pelo seu carinho contínuo não só comigo, mas com todos os filhos e netos. A minha namorada que esteve sempre do meu lado me dando apoio e sendo muito compreensiva. Ao professor Manuel, não só pela sua orientação, mas pela sua amizade e por todo o aprendizado que tive com ele. Ao professor Maklany, e aos professores Lorena e Marcio pelo apoio dado para a elaboração desta monografia. Aos meus colegas de classe que proporcionaram momentos de aprendizado e alegria. Aos amigos que são para mim uma das minhas maiores riquezas. 8 RESUMO Este trabalho teve o objetivo de fazer uma análise da área comercial da empresa WRRC Indústria Têxtil Ltda., e elaborar um planejamento de vendas. Tiveram-se como objetivos específicos: descrever a estrutura atual de vendas da empresa, abrangendo o processo operacional; identificar os principais concorrentes que atuam na base de clientes; apresentar uma proposta de planejamento de área de vendas de acordo com as necessidades da empresa. Como forma de pesquisa utilizou-se um conjunto de procedimentos diversificado. Em um primeiro momento se fez uma pesquisa exploratória, de caráter qualitativo e quantitativo, na base de clientes da empresa. Após, uma pesquisa exploratória documental de abordagem quantitativa. E também foi realizada uma pesquisa na forma de observação participante, aberta, onde se procurou descrever todo o procedimento operacional da área de vendas da organização. Foi detectado que a empresa possui uma distribuição de clientes, relativo ao seu faturamento, muito desuniformes. Também foi levantada a necessidade da reformulação da área comercial da empresa, que será feita coma ajuda de um planejamento de vendas. Palavras-chaves: Administração, Administração de Vendas, Planejamento de Vendas 9 ABSTRACT The objective of the study was to draw up an analysis of the commercial area of WRRC Indústria Têxtil Ltda company, and to develop a selling planning. The specific objectives were: to describe the current structure of the company selling, including the operational process; to identify the mainly concurrents who act in the clients bases, to show a planning propose for the selling area according to the necessities of the company. As a researching development, it was used a diversify process whole. In a first moment was realized a explanatory researching, which had quantities and qualities nature, Then, a documental explanatory researching with a quantity approach. Also was realized an opened, participating observation researching, which tried to describe the whole operational process in the selling area of the company. As a result, it was detected that the company has a client distribution, related to its invoicing, not uniform. The necessity of a reformulation in the company commercial area was raised, which will be done with the help of a selling planning. Key words: Management, selling management, selling planning. 10 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 1 – Fases do conceito de marketing..................................................... 21 Quadro 2 – “4 A’s de Marketing”........................................................................ 25 Quadro 3 – Análise SWOT................................................................................ 27 Quadro 4 – Macrofunções e tarefa de um gerente de vendas.......................... 32 Figura 1: Objetivos das quotas de vendas......................................................... 48 Tabela 2: Classificação típica da área de vendas de uma empresa................. 59 Tabela 1: Classificação ABC de clientes da empresa WRRC........................... 60 Figura 2: Processo de recebimento e encaminhamento de pedido de produção............................................................................................................ 60 Quadro 5: Formas de contato do cliente com a empresa WRRC...................... 62 Gráfico 1: Satisfação com a forma atual de vendas da empresa WRRC.......... 65 Gráfico 2: Número de fornecedores na linha de produtos da WRRC................ 66 Quadro 6: Comparativo da WRRC com a empresa Haco................................. 66 Quadro 7: Comparativo da WRRC com a empresa Reeltex............................. 67 Quadro 8: Comparativo da WRRC com as empresas Morbin e São Paulo...... 67 Quadro 9: Comparativo da WRRC com a empresa Fortêxtil............................. 68 Quadro 10: Comparativo da WRRC com a empresa Chinesa e Colin.............. 68 Quadro 11: Comparativo da WRRC com a empresa Reforços Batistense....... 69 Quadro 12: Comparativo da WRRC com a empresa Bruscor........................... 69 Quadro 13:Comparativo da WRRC com fornecedores da Mackro................... 69 Quadro 14: Comparativo da WRRC com fornecedores da Adriano Cavalcanti 70 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 13 1.1 Problema de pesquisa ............................................................................. 14 1.2 Objetivos da pesquisa ............................................................................. 14 1.3 Justificativa da pesquisa .......................................................................... 14 1.4 Contextualização do ambiente de estágio................................................ 15 1.5 Organização do trabalho.......................................................................... 17 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................... ................................... 18 2.1 Administração........................................................................................... 18 2.2 Marketing e Administração de Marketing, definições e contexto histórico.................................................................................................... 20 2.2.1 Composto de Marketing............................................................................ 22 2.3 Análise ambiental..................................................................................... 26 2.3.1 Segmentos e nichos................................................................................. 28 2.3 Administração de vendas......................................................................... 31 2.3.1 Estruturação de vendas............................................................................ 34 2.3.2 Recrutamento e seleção de vendedores................................................. 37 2.3.3 Contratação da força de vendas............................................................... 41 2.3.4 Formas de remuneração......................................................................... 42 2.3.5 Dimensionamento da força de vendas.................................................... 44 2.3.6 Determinação de quotas de vendas........................................................ 47 2.3.7 Rota de vendas......................................................................................... 50 2.3.8 Documentos de vendas............................................................................ 51 2.3.9 Liderança em vendas............................................................................... 52 3 METODOLOGIA DA PESQUISA.......................... ................................... 55 3.1 Tipologia da pesquisa .............................................................................. 55 3.2 Sujeito de estudo...................................................................................... 57 3.3 Instrumento de pesquisa.......................................................................... 57 3.4 Limitações da pesquisa............................................................................ 57 12 3.5 Análise e apresentação dos dados........................................................... 58 4 RESULTADOS......................................... ................................................ 59 4.1 Apresentação dos dados ......................................................................... 59 4.1.1 Análise de documentos da área de vendas.............................................. 59 4.1.2 Políticas de vendas e comercialização..................................................... 62 4.1.3 Ações de Marketing da empresa.............................................................. 63 4.1.4 Resultado da pesquisa exploratória......................................................... 65 4.2 Planejamento de vendas.......................................................................... 70 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS........................... ..................................... 74 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................. ....................................... 79 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 82 APÊNDICE A........................................ .................................................... 85 13 1 INTRODUÇÃO Nos dias atuais, com o mercado globalizado e cada vez mais competitivo, é necessário que as organizações possuam um diferencial para poder despontar no mercado. A área de vendas é dos setores de maior importância na organização, pois é nela que todos os clientes estão ligados a empresa. A satisfação e a fidelidade dos clientes estão ligadas a toda a organização, mas principalmente na área de vendas. Há tempos atrás, era o cliente que procurava a empresa. O número menor de empresas e produtos favorecia a todos, que com uma produção praticamente artesanal tinham seus produtos comercializados facilmente. Mas com o tempo e com novas tecnologias surgindo, a oferta passou a ser maior que a demanda. Técnicas de vendas foram adotadas e o ênfase das organizações estava na comercialização dirigida na área de vendas. Nos dias atuais, outra idéia vigora nas organizações; a conquista e a manutenção de negócios à longo prazo. A satisfação do cliente está sempre à frente de tudo e de todos. Um planejamento de vendas bem elaborado é sempre um diferencial competitivo para qualquer organização. Muitas vezes a organização procura este diferencial no produto, mas acaba o achando no serviço de vendas para estar na frente de seus concorrentes. Hoje, mais do que nunca, podemos perceber a importância que um cliente tem para a empresa, pois se o mesmo não se sentir satisfeito com o produto que a empresa oferece a ele, com certeza esse cliente vai procurar por algum outro produto semelhante que lhe ofereçam soluções melhores e mais rápidas de maneira que atenda todas as suas necessidades. Além desses motivos, a área de vendas da empresa, junto com seus vendedores, pode e deve funcionar como um meio de obter informações junto com as pessoas de maior importância para organização: os clientes. 14 Por todos estes motivos este trabalho tem como objetivo elaborar um plano de vendas para a empresa WRRC Indústria Têxtil Ltda. 1.1 Problema de pesquisa: Como elaborar um planejamento de vendas para a empresa WRRC Indústria Têxtil Ltda. a fim de atender o mercado têxtil da região do Vale do Itajaí? 1.2 Objetivos de pesquisa: - Objetivo Geral Desenvolver um estudo para a empresa WRRC Indústria Têxtil para melhorar seu desempenho comercial. - Objetivos específicos: • descrever a estrutura e processo operacional atual de vendas da empresa WRRC Indústria Têxtil Ltda; • identificar os principais concorrentes que atuam na base de clientes; • apresentar uma proposta de planejamento de área de vendas de acordo com as necessidades da empresa WRRC Indústria Têxtil Ltda. 1.3 Justificativa da pesquisa: Com a existência do mercado têxtil de Vale do Itajaí, e possuindo diversos produtos a oferecer para os clientes em potencial, verificou-se a necessidade da criação de um plano de vendas para melhor estruturar a área de vendas da empresa WRRC Indústria Têxtil Ltda. 15 Estando a WRRC Indústria Têxtil Ltda. situada dentro do mercado têxtil do Vale do Itajaí, a distância da empresa e de seus clientes é muito próxima, podendo atendê- los e resolver seus problemas com uma maior rapidez, podendo até servir como um diferencial competitivo na hora de fechar um negócio. Sendo que a maior parte das vendas realizadas a novos clientes, são estes que procuram à empresa, acredita-se que com a criação de um plano de vendas,aumentará o número de clientes, aumentando assim o número de vendas e, conseqüentemente, o faturamento e o lucro. O Trabalho tem ainda uma grande importância para o acadêmico, que poderá aplicar todo o conhecimento adquirido durante ao longo do curso de administração. A WRRC Indústria Têxtil Ltda. por ser uma empresa familiar, dará uma motivação a mais para o acadêmico. 1.4 Contexto do ambiente de estágio. A história da família de Felix Walendowsky com a indústria têxtil vem desde 1959, quando ele fundou a tecelagem São Roque. Em 1978, Vilmar Walendowsky, filho de Felix, ingressou na empresa, vindo tomar frente nos negócios da família. Em 1998, a empresa passou a se chamar WRRC Indústria Têxtil Ltda. A empresa WRRC Indústria Têxtil fica localizada em Brusque, SC, e atua na fabricação de acessórios para o ramo têxtil e calçadista. A empresa também opera com o serviço de facção, oferecendo mão de obra e beneficiamento em matéria prima para outras empresas. No ramo têxtil, são produzidos acessórios para mais diversos fins. Cordões para moletom, fitas lisas e personalizadas para reforçar, dar acabamento e aumentar a qualidade das roupas. Também são fabricadas fitas e cordas para os mais diversos usos diferenciados. 16 Atualmente conta com uma equipe composta por 26 colaboradores, trabalhando em dois turnos de 8 horas, sendo distribuídos entre: nível básico dezessete colaboradores, nível intermediário quatro colaboradores e nível superior cinco colaboradores. A empresa está organizada por setores, a saber: produção, abrange trançadeiras e tecelagem. No setor de trançadeiras, são fabricadas as cordas trançadas, contando com cento e cinqüenta equipamentos denominados trançadeiras, cinco espuladeiras automáticas, duas espuladeiras manuais e quatro rocadeiras. Já na tecelagem, onde são produzidas as fitas, o maquinário é composto por dezoito teares, duas urdideiras e três rocadeiras. Suas instalações atualmente ocupam uma planta com 3000 m² de área de área construída aproximadamente. Todos esses recursos conseguem obter, em termos de volume mensal, a média de dois milhões de metros lineares, diante disso a empresa é classificada como uma empresa de pequeno porte, As matérias primas utilizadas pela WRRC para a produção de seus produtos são dos mais variados tipos, como: • algodão; • poliéster; • polipropileno; • poliamida Destas a que mais representa maior volume é a fibra de poliéster. A empresa opera ainda entre outras fibras naturais e sintéticas. Finalmente percebe-se que a organização é uma empresa com administração familiar, de pequeno porte que, embora conte com dez anos de atuação, aumentou sua produção e participação no mercado, e agora senti a necessidade de profissionalizar sua gestão. 17 1.5 Organização do trabalho O presente trabalho se divide em seis partes: A primeira parte é a da introdução, onde se descreve as diretrizes do presente trabalho, especificadamente, o problema de pesquisa e objetivos que dão um rumo ao trabalho; neste item também é apresentado o resumo. Na segunda consta o referencial teórico onde se trata as várias teorias que dão sustentação e base às pesquisas para elaboração do trabalho; na terceira é apresentada a metodologia de pesquisa utilizada na elaboração; a quarta descreve os resultados obtidos; a quinta trás uma proposição de um planejamento de vendas para a empresa WRRC; a sexta parte são apresentadas as considerações finais, e, por fim, as referencias bibliográficas utilizadas como a para elaboração deste trabalho. 18 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A fundamentação teórica serve para dar sustentação e base às pesquisas para elaboração do trabalho. Para isto são abordados os seguintes temas: administração, marketing e administração de marketing, e administração de vendas. 2.1 Administração A administração é praticada por todas as pessoas no dia a dia de cada uma. Com o passar do tempo, estudiosos foram se aprofundando no assunto e criando teorias que hoje os administradores utilizam para gerir seus negócios. Stoner e Freeman (1999) afirmam que o estudo da administração vem da pesquisa de vários estudiosos, que contribuíram para o desenvolvimento desta área. Existem muitos conceitos e livros sobre o assunto, mas a maioria das definições compartilha com a idéia que administração está relacionada com o alcance de objetivo através da manipulação de esforços de pessoas, como o conjunto de peças de uma engrenagem. O questionamento da administração como arte ou ciência é descrita por Montana e Charnov (1999 p.1), como: “a administração é tanto uma ciência como uma arte”. A arte porque muitas vezes é necessário ser criativo ou até criar métodos diferentes para se administrar. E ciência pelo fato de vários estudiosos terem se aprofundado e estudado este assunto. Já do ponto de vista de administração como sendo um processo Maximiano (2000, p. 25), afirma que “administração é o processo de tomar, realizar e alcançar ações que utilizam recursos para alcançar objetivos”. Com relação ao desenvolvimento histórico da administração, Lacombe (2006) descreve que a administração está presente nas organizações já á vários séculos 19 onde é praticada desde os primórdios da humanidade. Embora com tanto tempo ainda hoje dizemos que é um campo novo. A novidade em si é a sistematização dos conhecimentos de administração e a complexidade que atingiram em um passado recente as grades organizações. Já Montana e Charnov (2000, p. 2) definem a administração de uma forma mais resumida, como sendo “o ato de trabalhar com e através de pessoas para realizar os objetivos tanto da organização quanto de seus membros”. Megginson (1998) conceitua a administração como o trabalho de vários recursos como o: humanos, financeiros e materiais. O conjunto do trabalho desses recursos serve para atingir objetivos organizacionais através do desempenho das funções de planejar, organizar, liderar e controlar. Um administrador está sempre diante de decisões para serem tomadas. Escolhas fazem parte do dia a dia de quem está à frente de uma organização. O processo administrativo abrange quatro tipos de principais decisões segundo Maximiniano (2000), também chamadas processos ou funções: • Planejamento: Está relacionado em tomar decisões sobre objetivos futuros e recursos necessários para realizá-los; • Organização: Baseia-se em tomar decisões sobre a divisão de autoridade e responsabilidade entre pessoas e sobre a divisão de recursos para realizar tarefas e objetivos; • Direção: Visa compreender as decisões que acionam recursos, especialmente pessoas, para realizar tarefas e alcançar objetivos; • Controle: esta consiste na tomada de decisões e agir para assegurar a realização dos objetivos. Montana e Charnov (2000 p. 17) definem a administração através de um ponto de vista clássico: A abordagem clássica da teoria da administração, formulada em grande parte por engenheiros, afirmava que a chave para a eficiência do trabalhador e a produtividade organizacional é o desenho eficiente da tarefa, o uso de incentivos apropriados e o funcionamento eficaz da 20 administração. Isso foi visto como um caminho para a administração, mas muitos trabalhadores ofereceram resistência, já que ela não levava em conta as dimensões humanas de uma organização. Chiavenato (1994) trás a origem da palavra administração que vem do latim, e significa ser a função que desenvolve em função do outro. A tarefa da administração é interpretar os objetivos propostos pela empresa e transforma-los em ação por meio de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados a fim dealcançar os objetivos. É essencial olharmos para o administrador como um indivíduo, para distinguir entre seu papel gerencial, e seu papel técnico seguindo uma carreira vocacional, segundo Montana e Charnov (2000) 2.2 Marketing e Administração de Marketing, definições e contexto histórico O tema Marketing esta cada vez mais sendo expandido por todo o mundo. Muitas são as pessoas que estão se aprofundando no assunto, que já é uma realidade diária dentro de muitas organizações. Romero (1998) afirma que com o forte avanço do mercado, que está se tornando cada vez mais competitivo, o marketing vem ganhando forças em diversas áreas, pois muitos empreendedores estão procurando nessa ferramenta soluções para atribuírem às suas empresa, pois o marketing e uma é uma ferramenta eficiente e poderosa que utilizada com criatividade alguns critérios científicos encantam clientes e corrige rumos. Uma das formas mais resumidas e abrangentes da definição de marketing é feita por Kotler (1999, p.5), que defini como “a ciência e a arte de conquistar e manter cliente e desenvolver relacionamento lucrativo com eles”. Já do ponto de vista de marketing como um processo, Kotler (1999) assume de forma mais ampla que marketing é um processo social e gerencial pelo qual 21 indivíduos e grupos obtém o que necessitam e desejam através da criação, oferta e trocas de produtos de valor com outros; trata da necessidade, desejos humanos e demandas. Compreendem necessidades com um estado de privação de alguma satisfação básica, desejos como carência por satisfação específica, para atender as necessidades e demandas como desejo por produtos específicos, respaldados pela habilidade e disposição para comprá-los. Olhando para a organização de uma forma mais ampla, Kotler e Bloom (1990, p. 19) definem de forma muito interessante o marketing: Marketing é analise, planejamento, implementação e controle de programas cuidadosamente formulados que visam proporcionar trocas voluntárias de valores ou utilidades com mercados-alvo, com o propósito de realizar os objetivos organizacionais. Confia, fortemente, no delineamento da oferta da organização, em termos das necessidades e dos desejos do mercado-alvo, e no uso eficaz de política de preços, comunicações e distribuições, a fim de informar, motivar e prestar serviços aos mercados. De outra forma, Kotler e Armstrong (1993) tratam o marketing como uma ferramenta utilizada para se alcançar os objetivos organizacionais, sendo necessário determinar as necessidades e desejos dos mercados-alvo e proporcionar as satisfações desejadas de maneira mais efetiva e eficiente do que seus concorrentes. Las Casas (1997, p. 26) nos trás uma visão mais global de marketing, como sendo: “a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade”. Já Richers (1994, p.18) trata marketing como sendo “atividades sistemáticas de uma organização humana voltadas à busca e realização de trocas para com o seu meio ambiente, visando benefícios específicos”. Para uma análise histórica, Las Casas (1997, p. 21) trata do conceito de marketing passando por três fases evolutivas. Em cada fase percebe-se uma evolução na visão dos processos de comercialização, conforme descrito no quadro 1. 1- Era da produção Nesta etapa a demanda era maior que a oferta. Os consumidores estavam ávidos por produtos e 22 serviços. A produção era quase artesanal. Com a revolução industrial apareceram as primeiras industriais organizadas aplicando a administração científica de Taylor. A produtividade aumentou. Assim mesmo a idéia dos empresários e a disponibilidade de recursos eram fatores determinantes na comercialização. 2- Era de vendas - 1930 Nessa época começaram a surgir os primeiros sinais de excesso de oferta. Os fabricantes desenvolveram-se e produziram em serie. Portanto, a oferta passou a superar a demanda e os produtos acumulavam-se em estoque. Algumas empresas começaram a utilizar técnicas de vendas bem mais agressivas e a ênfase na comercialização das empresas dessa época era totalmente dirigida às vendas. 3- Era do Marketing - 1950 A partir de 1950, os empresários passaram a perceber que vendas a qualquer custo não era uma forma de comercialização muito correta. As vendas não eram constantes. O mais importante era a conquista e a manutenção de negócios à longo prazo, mantendo relações permanentes com a clientela. Quadro 1 – Fases do conceito de marketing Fonte: Adaptado de Las casas, 1997, p. 21 2.2.1 Composto de Marketing Também conhecido como mix de marketing, o composto de marketing são ferramentas utilizadas pelos administradores para agregar valor aos seus produtos e atender seus clientes da uma maneira que eles fiquem plenamente satisfeitos. 23 No processo operacional de marketing o mix de marketing é definido por Rocha e Christensen (1987, p.37) da seguinte forma: “é o conjunto de instrumentos controláveis pelo gerente de marketing, através dos quais ele pode obter melhor ajustamento entre a oferta que sua empresa faz ao mercado e a demanda existente”. Segundo Churchill e Peter (2000, p.20) fazem parte do composto de marketing “as ferramentas estratégicas que uma empresa utiliza para criar valor para os clientes e alcançar os objetivos organizacionais”. Kotler (1993) afirma também que, após a empresa definir sua estratégia de posicionamento, ela esta totalmente pronta para começar a planejar os detalhes do mix de marketing, ou composto de marketing, ações estas que podem ser reunidas em quatro grupos, conhecidas como os “quatro P’s”: Produto, Preço, Praça e Promoção. Produto De forma bem simplificada produto vem a ser “qualquer coisa que possa ser oferecida a um mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo” (KOTLER; ARMSTRONG, 1993, p.3). Por outro lado, segundo Las Casas (1997), um produto também pode ser definido, como o objetivo principal das relações de troca, a essência no processo de negociação, podendo ser oferecidos em nos mais diversos mercados, visando proporcionar grande satisfação tanto para clientes como para produtores. Já Churchill e Peter (2000, p.20) ressaltam a troca na definição de produto. Troca esta que pode ser satisfação do cliente pelo lucro da empresa, definindo assim produto como sendo “algo oferecido por profissionais de marketing para clientes com propósito de troca”. 24 Preço De uma forma bem simples, preço, para Kotler e Armstrong (1993, p.29), “significa a quantidade de dinheiro que os clientes devem pagar para obter o produto”. Na mesma linha, Churchill e Peter (2000, p.20), conceituam preço como: “a quantidade de dinheiro ou outros recursos que deve ser dada em troca de produto e serviços”. Las Casas, (1997), afirma que, a grande maioria das decisões de compras, é feita com base nos preços dos produtos. Grande parte dos consumidores possui desejos e necessidades ilimitadas, porém recursos limitados. O comprador, portanto somente comprará algum produto ou serviço se o preço justificar o nível de satisfação que poderá derivar de sua compra. Praça Praça é Ponto ou local onde as atividades da empresa fazem com que o produto esteja disponível para os consumidores alvo, segundo Kotler e Armstrong (1993). Concordando, Churchill e Peter, (2000), definem que praças são os canais de distribuição utilizados para levar produtos e serviços ao mercado. Promoção Promoçãotem como definição, segundo Churchill e Peter (2000), como os meios pessoais e impessoais usados para informar, convencer e lembrar os clientes sobre produtos e serviços. 25 Para Costa e Talarico (1996) a Promoção age como um elo de comunicação entre vendedores e compradores. É ela a responsável de oferecer para a empresa um conjunto de ferramentas ou estratégias que lhes possibilitarão solucionar ou reduzir problemas e efeitos negativos e existentes no composto mercadológico. De um outro ponto de vista, Richers (1994, p. 22) afirma que a idéia central de marketing gira em torno de quatro funções básicas definidas como os “4 As”, a saber: análise, adaptação, ativação e avaliação, que são demonstradas no quadro 2: Análise: Para compreender as forças vigentes no mercado em que opera ou pretende operar a empresa no futuro; Adaptação: Tem o intuito de ajustar a oferta da empresa – ou seja, as suas linhas de produtos e/ ou serviços – as forcas externas detectadas através da analise; Ativação: Como o conjunto de medidas destinadas a fazer com que o produto atinja os mercados pré-definidos e seja adquirido pelos compradores com a freqüência desejada; Avaliação: Que se propõe a exercer controles sobre os processos de comercialização e de interpretar os seus resultados a fim de racionalizar os futuros processos de Marketing. Quadro 2 – “4 A’s de Marketing” Fonte: Adaptado de Richers, 1994, p. 22 Complementando a idéia do quadro 2, Tavares (2000) afirma que a análise consiste basicamente em buscar e processar as informações importantes e úteis ao processo decisório da empresa, permitindo a identificação de oportunidades, ameaças, mudanças e tendências do mercado. Já a adaptação visa aos ajustes das características e a oferta de produtos as forças vigentes no mercado para que o produto seja voltado às necessidades e aos desejos dos clientes. Na ativação ocorre a reestruturação do produto para que este chegue na forma adequado ao consumidor. E por fim a avaliação que é a preocupação continua para melhorar o custo/benefício. Richers (1994) fala que administrar esses compostos, dentro do objetivo geral de otimizar os recursos, é de extrema responsabilidade do principal executivo de Marketing de uma empresa. Pois para atingir esse objetivo, cabe ao setor comercial 26 da empresa combinar cada um dos instrumentos que tem a sua disposição de maneira que o composto de marketing seja “irresistível” para o mercado, ou seja, que a oferta de conjuntos e bens de serviços da empresa, atenda plenamente os desejos do mercado. 2.3 Análise ambiental Analisar o ambiente é monitorar tudo que esta relacionado com a empresa, que pode ajudá-la ou prejudica-la, podendo assim tomar decisões com maiores chances de sucesso. Tavares (2000) afirma que a empresa, sendo um sistema aberto, recebe influencias do ambiente, ao mesmo tempo em que o influencia. Para poder sobreviver e se desenvolver, é necessário monitorar o ambiente constantemente e se antecipar aos acontecimentos utilizando um processo de previsão do futuro. Ainda Tavares (2000), divide o ambiente em de duas formas para um melhor estudo dos mesmos, chamando-os de macroambiente e microambiente, definidos por ele como: • Macroambiente: é onde a organização esta inserida e é composta de forças que a empresa não pode controlar diretamente, como as variáveis econômicas, sociais, sindicais, demográficas, políticas, tecnológicas, legais, ecológicas, culturais e mercadológicas. • Microambiente: são as forças próximas a empresa, que afetam sua habilidade de servir o cliente, seus canais de marketing, e todos os públicos relacionados a ela, mas que podem ser controlados pela empresa. De acordo com o publico, podemos dividir as expectativas em externas, que são geradas principalmente pela comunidade, clientes e fornecedores; e internas, que são 27 resultantes do publico interno da empresa: acionistas, direção e colaboradores. Já falando estrategicamente, Maximiano (2000) procura adaptar a organização com sucesso ao seu ambiente. A base para a formulação da estratégia é a análise das ameaças e oportunidades do ambiente, que variam de organização para organização. Para ele, várias análises devem ser feitas. Uma dessas análises a ser ressaltada e a da concorrência. E é na ação da concorrência que surgem ameaças e oportunidades para a empresa. Oportunidades como novas idéias e produtos, novos mercados, novas necessidades, novos conceitos de administração. Para facilitar a análise da concorrência, é necessário estudar primeiramente o ramo do negócio. A seguir segue as principais informações para uma analise do ramo de negocio: • Estrutura • Linha de produtos e vendas • Compradores e comportamento dos compradores • Crescimento das empresas e do mercado. Uma forma de fazer essa análise é demonstrada por Kotler (2004), que descreve que é necessário preparar duas listas: de forças e franquezas descrevendo fatores internos a empresa, e oportunidades e ameaças descrevendo fatores externos. Ajudando na demonstração anterior, Meggionson et all (1998) trás no quadro 3 uma lista da análise SWOT: Forças Franquezas Vantagens na concorrência? Capacidade de inovar? Sistema de distribuição? Habilidade de Marketing? Reconhecimento da marca? Vantagem no custo? Capacidade financeira? Instalações obsoletas? Falta de profundidade na administração? Baixa identidade da marca? Imagem de marketing fraca? Pouca capacidade de pesquisa e de desenvolvimento? Capacidade de marketing abaixo da média? 28 Linha de produtos completa? Reputação/ imagem? Falta de apoio financeiro Custos operacionais altos? Imagem/reputação fracas? Oportunidades Ameaças Expansão da linhas de produtos? Entrada em novos mercados? Diversificação para ampliar o risco? Melhorar a relação comprador/fornecedor? Melhorar a tecnologia? Melhorar o clima legal regimental? Mudanças demográficas favoráveis? Novos concorrentes? Crescimento vagaroso do mercado? Mudanças na preferência do consumidor? Mudanças demográficas adversas? Economia enfraquecida? Leis ambientais desfavoráveis? Poder de barganha maior dos compradores / fornecedores? Quadro 3 – Analise SWOT Fonte: Adaptado de Meggionson et all, 1998, p. 179 2.3.1 Segmentos e nichos: O entendimento de segmentos, nichos e ramos são de grande importância para o administrador. É entender como o mercado pode estar dividido para atuar de forma mais intensiva e dar um foco maior em seus negócios. Para melhor compreender cada mercado, podemos dividi-los em três níveis de decomposição de mercado que, segundo Kotler (2004), são: o nível de segmento de marca, o nível de nicho, e o nível de célula de mercado. Isto ajuda e facilita o estudo do de um mercado mais especificamente. A “segmentação de mercado é um subgrupo de pessoas ou organizações que compartilham uma ou mais características e que tenham as mesmas necessidades de produtos”, define Lamb et all (2004 p. 206). 29 De uma forma mais simples, mais compartilhando da mesma idéia, Cobra (1994 p130) afirma que “segmentação é quando o mercado é dividido em partes menores que guardam as suas características básicas”. Nem sempre é possível atuar em todos os seguimentos. Muitas vezes, atuando em um só, mas de forma ordenada, é mais viável para a organização do que atuar em todos. Para Kotler (2004) a gerência deve determinar quais segmentos perseguir, definindo pra si em qual atuar com um “poder de fogo” superior. Para poder dividir um mercado total em segmentos, é necessário utilizar as características de pessoas, grupos ou organizações, ou o mesmo que utilizar a base de segmentação ou variáveis. Segundo Lambe et all (2004) um mercado podeser segmentado em: • Geográfico: segmentação de mercado por região, tamanho de mercado, densidade de mercado ou clima. • Demográficas: segmentação por idade, sexo, renda, etnia, e ciclo de vida familiar. • Psicográfica: Personalidade, motivações, estilo de vida, geodemografia • Benefícios: segmentação por clientes conforme os benefícios que eles procuram nos produtos. • Por taxa de uso: pela quantidade de produto comprada ou consumida. Pelo lado das necessidades que cada ser humano necessita, a segmentação de mercado é fundamentada por Kotler (2004) na idéia de que todo mercado constitui- se de grupos (segmentos) de clientes com necessidades e anseios um tanto diferentes, que podem ser subdivididos em vários segmentos amplos como é demonstrado: • Por benefícios: agrupar as pessoas que buscam benefícios similares. • Demográfica: agrupar as pessoas que tenham denominadores sociais comuns. • Por ocasião: agrupar as pessoas de acordo com a ocasião de utilização de um produto. 30 • Por nível de utilização: agrupar de acordo com a intensidade de uso do produto. • Por estilo de vida: agrupar por gostos parecidos. Na mesma linha de raciocínio, Cobra (1994), além das já citadas, traz mais algumas variáveis usadas como critérios para segmentação: • Tipo de produto: tipo de uso do produto, configuração espacial do produto, lealdade a marca, tempo de compra, amplitude de modelos oferecidos, durabilidade do produto. • Comportamento do consumidor: o processo e a ocasião da compra, quando as compres são feitas, a taxa de uso do produto, as razões de compra, conhecimento na compra, lealdade na marca, motivos e influencias na compra. • Ramo de atividades: tipo de atividade, tipo de distribuição ao consumidor, tipo de compradores. Em uma divisão onde as características são mais fortemente ressaltadas do que na segmentação, o nicho de mercado é lembrado por Kotler (2004) como o conjunto menor de clientes que definiram mais claramente suas necessidades e combinações da mesma. Ao se atender um nicho, tem-se a vantagem de conhecer melhor e pessoalmente cada cliente, podendo se tornar um diferencial na hora da venda. Segundo Maximiano (2000), o mercado pode ser estuda segundo quatro enfoques ou bases principais. Mas para estudar o mercado deste ponto de vista, é preciso identificar as necessidades, nichos para atuar, oportunidades para oferecer, produtos e serviços, tendência de comportamento em ascensão ou declínio. Os quatro enfoques são: • Geográfico: estudo e classificação dos clientes de acordo com a região em que vivem, tamanho da cidades, densidade demográfica, clima. • Demográfica: Estudo e classificação dos clientes de acordo com a distribuição etária, sexo, tamanho da família, tempo de casamento, renda profissão, escolaridade, religião, etnia. 31 • Psicossocial: Estudo e classificação dos clientes de acordo com a classe social, estilo de vida, personalidade. • Comportamental: Estudo e classificação dos clientes de acordo com tendências de comportamento e hábitos, como ocasião da compra, benefícios preferidos do produto ou serviço, taxa de uso, lealdade em relação a marca ou produto, grau de informação sobre o produto ou serviço, atitude favorável ou desfavorável em relação a empresa ou algum aspecto do produto ou serviço. Com a mesma base teórica para a divisão dos nichos de mercados, outras empresas podem querer identificar grupos ainda menores de clientes com certas características comuns, para atuar ainda mais intensivamente. Essa divisão menor é conhecida como células de mercado. 2.3 Administração de vendas Administrar as vendas nada mais é que controlar todos os processos de vendas e pessoas ligadas ao mesmo para que no final a venda seja efetuada de forma com que cliente e organização saiam satisfeitos ao máximo. Quem é designado para administrar as venda é o gerente de venda. Este, segundo Cobra (1994), tem o papel de obter resultados através do trabalho de pessoas. Para isso ele deve conduzir planos estratégicos, estabelecer critérios adequados de trabalho e deve ser um líder. É possível estabelecer seis funções básicas de um gerente de vendas: • Planejar os objetivos e estabelecer as estratégias para alcançá-los. • Desenvolver uma estrutura organizacional capaz de atingir os objetivos. • Recrutar e selecionar o staff que desempenhará o trabalho dentro de sua estrutura organizacional. • Desenvolver o conhecimento, as habilidades e as atitudes em sua equipe necessárias ao bom desempenho. 32 • Motivar a equipe de vendas ao melhor desempenho possível em seus respectivos trabalhos, de conformidade com suas habilidades. • Avaliar e controlar o trabalho de sua equipe, visando atingir objetivos. Já a força de vendas é quem liga a organização ao cliente, lembra Richers (2000), e por isso são vários os elementos a considerar sobre os mesmos. A administração de vendas é quem controla vários aspectos deste sistema, como receber e transmitir informações, ordena, sugere entre outros papeis importantes. O gerente de vendas é responsável por várias macrofunções e tarefas, no qual são demonstrada por Tavares (2000, p.60) no quadro 4. Macrofunções de um gerente de vendas (etapas) Tarefas Definir objetivos Propor estratégias Organizar a força de vendas Dimensionar o tamanho da força de vendas O planejamento da força de vendas Criar remuneração atrativa Recrutar e selecionar equipes Prover liderança Motivar equipes Administração da força de vendas Avaliar desempenhos Treinar Desenvolvimento da força de vendas Aprimorar relacionamentos Quadro 4 – Macrofunções e tarefas de um gerente de vendas Fonte: Adaptado de Moreira, 2000, p. 60 Os vendedores, assim como os gerentes, também possuem várias tarefas, lembra Kotler (2000) demonstrando-as: buscar novos clientes, controlar o tempo, transmitir informações sobre o produto da empresa, a venda em si, atender o cliente no que for necessário, coletar informações para uso da empresa, entre outras. Através da visão das quatro funções básicas da administração de empresas, que são planejar, organizar, dirigir e controlar, é possível definir o sistema de vendas, segundo Cobra (1994): 33 • Planejamento: a administração da força de vendas deve avaliar as oportunidades do mercado, determinar o potencial do mesmo e fazer a previsão e o orçamento de vendas. • Organização: parte do planejamento, seguido da administração, zoneamento, roteiro de visitação, estruturação e organização da força de vendas, recrutamento e seleção de vendedores, pelo treinamento e pelos sistemas de incentivo e remuneração, avaliação e pela supervisão de vendas. • Direção: através de metas e estratégias; por cotas de vendas, quatas de atividades e de lucro. • Controle: Através de análise de vendas por produto, clientes e região; auditoria de vendas; analise de desempeno financeiro; analise de participação de mercado; e avaliação de desempenho de vendas por vendedor. O planejamento de vendas, segundo Castro e Neves (2005, p.26) é “entender de forma ampla e estratégica a função de vendas e determinar suas funções gerais”. Las Casas (1994) trás a curva ABC de clientes, como sendo uma ótima forma de classificar seus clientes, dando a cada um uma importância de acordo com o volume de compras. Classicamente uma análise ABC consiste da separação dos clientes em três grupos de acordo com o valor de demanda anual segundo Pereira (1999). Assim, como resultado de uma típica classificação ABC surgirão grupos divididos em três classes, como segue: • Classe A : Clientes que compram alto valor anual. • Classe B : Clientes que compram um valor consumo anual intermediário. • Classe C : Clientes que compram um valor de baixo.Uma classificação ABC apresenta uma configuração na qual 20% dos clientes são considerados A e que respondem por 65% do valor de consumo anual. Os clientes B representam 30% do total de clientes e 25% do valor de consumo anual. Tem-se 34 ainda que os restantes 50% dos clientes e 10% do valor de consumo anual serão considerados de classe C. 2.4.1 Estruturação de vendas É necessário saber como a força de vendas pode ser estruturada e as características de cada uma para definir qual é a melhor a ser utilizada em cada empresa, otimizando os recursos na área de vendas. Para melhor entender a estruturação da força de vendas, Stanton e Spiro (2000) dividem em quatro principais: geográfica (territorial), por produtos, mercado (cliente) ou combinado. Estruturação por território: Cada tipo de estrutura é recomendado segundo características da organização. Segundo Las Casas (1993 p. 20) “A venda por território é mais recomendada para empresas que vendem para clientes mais ou menos homogêneos e estejam de certa forma concentrados”. Kotler (2000) define a estruturação por território onde cada profissional de vendas é mandado para um território exclusivo. Tem como vantagens: uma definição clara de cada atividade do vendedor, maior incentivo para o vendedor cultivar negócios locais e ligações pessoais e menor despesa com viagens. Também existem os pontos fracos que cada estrutura carrega. Para Moreira (2000) a desvantagem da estrutura por territórios é que ela não tira proveito dos ganhos proveniente da especialização da força de vendas. Um profissional que cuida apenas de um setor ou de um produto, conhecerá as características do cliente e o produto bem melhor do que aquele que tem que atender a todos. 35 A estrutura territorial é a mais utilizada e de maior facilidade para administrar, pois os vendedores trabalham com todos os produtos da empresa, para todos os possíveis clientes dentro de determinado território delimitado, segundo Castro e Neves (2005). Ele ressalta também que empresas de pequeno porte normalmente adotam este tipo de estrutura, em função da menor complexidade. Também é adotado por organizações que possuem uma linha de produto simplificada. Estruturação por produto A venda por produto é muito interessante, pois faz com que os vendedores especializem-se em determinados produtos, passando saber muito mais sobre eles e tendo uma segurança muito maior nas suas abordagens do que em qualquer outra estrutura, segundo Moreira (2000). Seguindo a mesma linha de pensamento, Kotler (2000) revela que o que levou as empresas a estruturar suas vendas por produto foi à importância de os vendedores conhecerem seus produtos, somada ao desenvolvimento de divisões de gerenciamento de produtos. Quem utiliza com maior freqüência a venda por produtos são empresas que possuem uma linha de produtos muito diversificada, afirma Las Casas (1993). Contudo, este modelo trás uma grande desvantagem para a empresa, pois muitas vezes é necessária a visita de mais de um vendedor da mesma empresa no mesmo cliente, aumentando os custos e, muitas vezes, pode-se até se tornar inconveniente para o comprador. Estruturação por cliente A venda por mercado também pode ser chamada de venda por cliente, e exige um nível maior de conhecimento e atenção em cada cliente. Las Casas (1993) afirma que a vendas por cliente é destinada a empresas que operam em ambientes onde os clientes apresentam muitas diferenças nas necessidades de consumo. Essa divisão pode ser feita por tamanho, tipo de indústria, ou tipo de intermediário. Os 36 vendedores se tornam especializados, ficando familiarizado com a necessidade de cada um, prestando um melhor serviço. São muitos os detalhes para se prestar atenção quando é necessário estruturar a força de vendas por clientes. Para Moreira (2000) a organização da força de venda por cliente pressupõe um conhecimento do tipo de atividade do cliente, seu potencial de compra, seu porte, e as características entre os diversos clientes serem muito diferentes para justificar um atendimento justificado e exclusivo. Este modelo carrega como uma grande desvantagem o custo de atendimento, pois muitas vezes são necessárias viagens específicas para atender determinado cliente, mesmos estando fora do itinerário programado pelo vendedor, segundo Las Casas (1993). Já a vantagem da especialização de mercado para Kotler (2000), é que cada força de vendas pode conhecer as necessidades especificas dos clientes. E reforça que a maior desvantagem é que os clientes estão espalhados por todo o país, exigindo muitas viagens para atendê-los, aumentando assim o custo de viagem. Estruturação combinada Algumas empresas, seja pela característica ou pelo porte, não tem condições de atuar no mercado utilizando somente uma única organização de vendas e optam por uma força mista e trabalho, podendo ser, segundo Moreira (2000): produto/região, produto/cliente, cliente região/região, produto/cliente ou outra variação, aproveitando as vantagens de cada uma delas. Kotler (2000) Afirma que é possível utilizar a combinação das forças de vendas, quando uma organização possui uma linha de produtos com maior complexidade; como quando uma empresa vende uma grande variedade de produtos para muitos tipos de clientes distribuídos em uma extensa área geográfica. Como é visível, a desvantagem deste modelo é, segundo Moreira (2000, p.230), “á duplicidade de esforços, a dificuldade de controle, e os aumentos do custo de operação”. 37 Apesar de não serem muitos os modelos de estruturação de vendas, não existe uma regra para a escolha do modelo ideal. Para Castro e Neves (2005), uma forma de definir a estrutura que melhor se enquadra com a organização é avaliar em qual o benefício da especialização supera os demais. Já Moreira (2000) afirma que a definição da melhor forma de organiza o departamento de vendas é fruto de uma análise criteriosa elaborada pelo gerente, que leva em consideração os fatores externos (mercado) e os fatores internos (a própria cultura organizacional). Outros fatores são lembrados por Stanton e Spiro (2000), que afirmam que para chegar à decisão de qual força de vendas utilizar, temos que levar em conta diversos fatores, inclusive as habilidades da força de vendas, avaliações do mercado e de clientes, natureza do produto e demanda das tarefas de vendas. 2.3.2 Recrutamento e seleção de vendedores O processo de recrutar é utilizar técnicas para chamar as pessoas interessadas em alguma função para em seguida executar a seleção dos mesmos. Para fazer um recrutamento é necessário utilizar técnicas para encontar pessoas compatíveis com o cargo em aberto. Moreira (2000 p. 236) define como recrutamento em “utilizar um conjunto de técnicas e procedimentos de pesquisa e intervenções sobre as diferentes fontes capazes de fornecer a um número adequado de pessoas necessárias ao alcance de seus objetivos” Ampliando a idéia, Las Casas (1993), fala que é necessário reunir um número razoável de candidatos, pois ampliará as possibilidades de escolha de novas contratações. Além disso, se as fontes de fornecimento de candidatos forem constantemente mantidas, serão garantidas contratações mais acertadas. 38 Mais profundamente, Moreira (2000) define que podem ser utilizadas as fontes internas e fontes externas para o recrutamento. As fontes internas são os recursos humanos disponíveis dentro da própria organização. Por meio de transferências ou promoções, utilizando programas de treinamento e desenvolvimento das pessoas, podem-se identificar os profissionais que tenham interesse de preencher a vaga dentro da empresa. Já as fontes externas é a captação de profissionais fora da empresa, pelosrecursos humanos disponíveis no mercado de trabalho. De um outro ponto de vista, Cobra (1994) afirma que existem dois tipos de fonte de recrutamento a serem destacadas: 1. Fontes Primárias: • Escolas: Escolas técnicas, escola de comercio, deve-se observar no rpocesso de recrutamento a importância da experiência e a possibilidade da empresa oferecer um treinamento; • Própria empresa: Pessoas que já trabalham na empresa. Tem como vantagem abrir uma perspectiva de melhora na situação dos empregados. • Empresas concorrentes: Possibilidade do aproveitamento imediato do elemento selecionado e aproveitamento dos contatos já estabelecido pelo vendedor. A empresa pode ter dificuldade de corrigir alguns maus hábitos adquiridos por este vendedor. • Outras empresas: Não necessariamente empresas concorrentes. Lembrando que o vendedor deverá receber o treinamento normalmente para pode atuar. 2. Fontes secundárias: • Agências de seleção: o principal problema desta fonte é identificar as características que os candidatos devem apresentar. • Associação de classes: fontes secundárias muito interessantes no recrutamento, uma vez que as associações mantêm fichários com dados essenciais de vendedores interessados em ofertas de empregos. • Processos de recrutamento (veículos): diversos são os veículos que podem ser usados como fonte de recrutamento, como: Jornais, boletins das câmaras de comércio, palestras e conferências, contatos pessoais. 39 No processo de recrutamento, é sempre importante seguir etapas para um melhor desempenho. Moreira (2000) fala que para efetuar um recrutamento é necessário que haja uma solicitação, abrindo uma vaga para a função desejada. Após, é importante estabelecer os objetivos da contratação, como cargo, urgência, características básicas do profissional, perfil e local do trabalho. Pode-se utilizar a descrição do cargo anterior elaborada, para que se possa ter maior clareza do profissional procurado. Selecionar nada mais é que escolher entre os candidatos recrutados, o que tenha a melhor capacidade de exercer uma determinada função pré-estabelecida. Para Moreira (2000, p240) “o processo de seleção tem como objetivo principal escolher e classificar, entre os candidatos oriundos do processo de recrutamento e aprovados na triagem, os mais adequados às necessidades da organização”. Alguns pontos sobre o processo de seleção são abordados por Las casas (1993, p.115) que salienta que “o processo de seleção exige esforços para encontrar o candidato adequado ao trabalho de vendas, com as características estabelecidas na descrição do cargo”. Para ele o processo varia devido a vários fatores, como o tamanho da organização, natureza do produto, localização geográfica, status do mercado de trabalho, características pessoais do administrador. Vários são os instrumentos para selecionar candidatos. Para Moreira (2000) um dos melhores instrumentos para a realização da seleção de um profissional de vendas é a entrevista, onde parte significativa esta ligada diretamente ao contato com o público. Ela pode ser diretiva, onde o entrevistador possui um roteiro preestabelecido com todas as questões consideradas importantes que deverão estar encadeadas de maneira lógica e evolutiva; e não diretiva, onde o entrevistador não possui um roteiro pré-estabelecido e conduz a entrevista de maneira informal. Ele demonstra algumas características que podem ser avaliadas em um candidato: • Gosta de lidar com o público • Dinamismo e iniciativa • Capacidade de negociação e persuasão • Boa influencia verbal e voz agradável 40 • Saber ouvir e ser paciente • Escolaridade • Cursos e conhecimento de informática, línguas • Experiência • Idade O processo de decisão deve seguir algumas etapas. Isso garante que o candidato selecionado seja realmente o melhor entre todos os recrutados. Las Casas (1993) mostra as etapas: • Análise de documentos: avaliar de modo prático para saber se o candidato tem as principais características exigidas. • Teste e entrevistas preliminares: a entrevista principal inicial serve como fase eliminatória , sendo ela complemento da analise dos documentos apresentados. • Analise e exame das referências do candidato: devem ser feitos antes da contratação do candidato. As referências bancarias e de empregos anteriores são bastantes úteis para saber de características como pontualidade, relações humanas entre outras. • Testes psicológicos: Apuram o grau de inteligência, de interesse e de personalidade. • Entrevista final: esta deve ser feita para encerramento do processo de seleção. Normalmente é feita pelo próprio gerente de vendas ou administrador que esta solicitando a contratação. • Exame médico: por final, o candidato mais bem qualificado é encaminhado para o exame médico. Saúde é fundamental para o desempenho do trabalho. Outros aspectos relevantes são levantados por Moreira (2000), deve-se verificar também o histórico profissional, levando em conta as empresas que o candidato trabalhou ou trabalha. Os aspectos educacionais, características pessoais e expectativas também devem ser levados em consideração na hora da seleção de candidatos. 41 2.3.3 Contratação da força de vendas: Os vendedores, que ligam o cliente á organização, podem ou não ter vínculo trabalhista com a empresa. São formas diferentes de trabalho que cada empresa define como qual é a melhor para o seu negócio. Cobra (1994) afirma que existem dois tipos de força de vendas, definindo-as: A força de vendas direta, onde a empresa utiliza exclusivamente os vendedores próprios que deverão visitar diretamente os vendedores da empresa; e força de vendas indiretas, onde a empresa utiliza os vendedores dos seus representantes ou distribuidores ou, ainda, os chamados vendedores autônomos, que não possuem vínculo trabalhista com a empresa. Moreira (2000) complementa dizendo que a venda direta consiste na venda do produto diretamente ao consumidor por uma equipe de vendas própria, ela é realizada de forma pessoal e personalizada, podendo gerar altos custos monetários. Para se definir qual o melhor tipo, Cobra, trás as vantagens de adotar representantes de vendas: • A equipe de venda própria sempre representa um custo fixo com encargos sociais. Empresas de pequeno e médio porte tendem a ter vantagem de custo operacional quando trabalham com representantes de vendas. • O bom relacionamento dos representantes com os clientes trará o dilema: de quem são os clientes, da empresa ou dos representantes. • Como os representantes são remunerados por comissão, não havendo venda, não a custo para a organização. • Produtos de venda sazonal provocam custo fixo quando há uma equipe própria de vendas. Os custos serão variáveis de acordo com a venda sazonal, quando a empresa trabalha com representantes. Já com uma equipe própria de vendas destacam-se as seguintes vantagens: 42 • Os produtos que a empresa oferece podem não ser interessantes para os representantes de vendas. • A equipe de vendas própria tende ser mais barata quando há vendas para grandes clientes, pois um representante nesse caso seria comissionado. • Os vendedores são mais facilmente controlados e motivados. • Há áreas ou mercados em que é difícil encontrar um representante 2.3.4 Formas de remuneração A remuneração é a recompensa pelo esforço do ser humano. Serve como estímulo para a excussão de seu trabalho e para que o colaborar contribua ajudando a organização a crescer e desenvolver seus negócios. Para Las Casas (1998) existem três métodos de remuneração direta da força de vendas: com base em salário fixo, em comissão e em fixo mais incremento. Já Cobra (1994) amplia um pouco mais esta idéia explicando mais detalhadamente as formas de remunerar seusfuncionários: • Salário: Segunda a CLT, “fazem parte do salário, não só a importância fixa estipulada, como também comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diária para a viagem e abono pagos para os empregados”. • Comissão: significa uma participação do empregado no valor do negócio que encaminha ou realiza. A percentagem cai sobre o valor do negócio, tornado- se um salário variável. • Estorno de comissões: quando as transações não proporcionam lucro à empresa, as comissões deverão ser pagas pela atividade do empregado e não pelo ganho da empresa. O mesmo ocorre ao salário para autônomos. • Diárias: Paga aos viajantes para atender as despesas de viagem e sua manutenção durante a mesma. 43 Cada organização deve verificar qual é a melhor forma de remuneração que se encaixa nas suas políticas comerciais. Las Casas (1998) afirma que é possível fazer a combinação de critérios de remuneração, já citadas anteriormente por ele, conforme a necessidade de alguma situação. As mais comuns são salário mais comissões, salário mais abono, comissão mais abono, sistema de pontos, ajuda de custo mais qualquer outra, ou ainda qualquer outra variação destes. Em uma outra dimensão, Stantom e Spiro (2000), afirmam que a remuneração financeira da força de vendas pode ser feita de forma direta, em dinheiro; ou de forma indireta, como através programas de seguro financiados pela empresa, férias pagas entre outras. Muitas vezes esta forma indireta da um maior segurança para o vendedor. Las Casas (1998) lembra de forma muito inteligente que alguns vendedores independentes como os representantes comerciais, exigem a remuneração comissionada por poder oferecer maiores ganhos, às vezes até ilimitados, em virtude de poder trabalhar para diversas empresas simultaneamente. Segundo Stanton e Spiro ( 2000), são diversos os componentes para remunerar a força de vendas, oferecendo incentivos, estabilidade e segurança nos ganhos, que nos dias de hoje são levados muito em consideração pelos colaboradores. E ainda auxiliam a empresa a controlar os seus custos de vendas. Entre eles estão: • Salários • Comissões • Cantas de adiantamento • Bonificações • Participação nos lucros • Benefícios monetários indiretos, como férias e seguros • Despesas Para Las Casas (1998) no plano de remuneração com base em salário fixo há um pagamento garantido para o vendedor, independentemente de seus resultados de venda. 44 • Vantagem: este método trás um maior controle das atividades dos vendedores. • Desvantagem: não motivar o vendedor a vender além do que é esperado, vindo a cair na acomodação. No plano de remuneração com base em comissões, o pagamento dos vendedores é de acordo com o seu desempenho. No final de um determinado período, que pode ser semanal, mensal ou outro qualquer. • Vantagem: grande motivação dos vendedores em efetuar a venda. Da liberdade aos vendedores controlarem o tempo, dando maior liberdade de atuação. • Desvantagem: a dificuldade de obter apoio para a execução de qualquer outra tarefa que não esteja relacionada com a venda em si, como treinamento e preenchimento de relatórios. 2.3.5 Dimensionamento da força de vendas Existe a necessidade de dimensionar a força de vendas da empresa. O número ideal de vendedores fará com que a empresa não perca negócios nem dinheiro, trazendo assim uma satisfação a todos. A determinação do número de vendedores é uma das questões mais fundamentais em vendas. É onde se dimensiona a intensidade que será usada à força de vendas em conjunto com outras variáveis de marketing para o volume de venda a ser atingido. Castro e Neves (2005) sugerem três métodos para determinar a força de vendas: • Método da divisão de metas: o total de vendas previsto ou que a organização tem como objetivo é dividido pelo potencial de um vendedor mediano. Assim, cada vendedor deve alcançar sua meta e, sucessivamente, a organização alcançará a sua. Este método, apesar de simples, apresenta diversos 45 problemas. Levando em consideração o potencial médio dos vendedores, essa média pode ser muito ruim, se existir uma alta variação dentro da equipe. Além de inverter a lógica da função de marketing. Ele coloca o número de vendedores como conseqüência do volume de vendas, e não ao contrário. • Método da divisão de trabalhos: neste, os vendedores devem possuir um montante de trabalho similar nos seus respectivos territórios. Entende-se por total de trabalho o número de clientes em determinado território, a freqüência de visitas que deverão receber e a duração de cada uma dessas visitas. Como pontos fracos estão às simplificações na determinação dos números. Nem todo cliente classificado como “A” gostaria de receber o mesmo número de visitas para continua comprando o mesmo montante. E também, nem todo vendedor consegue ter o mesmo tempo disponível estimado. E por último, este método não leva em consideração o resultado financeiro das visitas. • Método incremental: é o menos utilizado. Tem como princípio que os vendedores devem ser acionados desde que a receita marginal gerada seja maior que o custo marginal, gerando lucros. Com uma abordagem ampla e detalhada observa-se que Moreira (2000) descreve a importância de alguns pontos serem levantados para o dimensionamento da força de vendas em outros três métodos diferentes. Assim o autor destaca que se deve saber o numero de clientes, a duração da visita, a freqüência da visita e o tempo necessário para o deslocamento entre clientes, demonstrando assim três métodos mais usuais para determinar o número de vendedores necessários para uma equipe de venda: • O método da duração da visita leva em consideração o tempo médio de cada visita, a freqüência necessária de se visitar cada cliente e o número de clientes da empresa. Número de vendedores = 46 número de clientes x duração da visita x freqüência da visita números de horas disponíveis do vendedor • Já o método de potencial de vendas, ou método de potencial de mercado (Semlow), dimensiona o numero de vendedores usando como base a previsão de vendas da empresa (obtida a partir do potencial do mercado), o giro dos vendedores na organização e volume de vendas desejado por vendedor. Número de vendedores = previsão de vendas + giro dos vendedores x previsão de vendas volume desejado • E por último temos o método de carga de visitação que, diferentemente dos anteriores, a base para o dimensionamento do numero de vendedores é feita a partir da experiência que o profissional de marketing ou e vendas tem no negocio, como do tempo necessário para o cliente ser atendido. Assim, o principal parâmetro utilizado para determinar a carga da visitação é o potencial de compra de cada um dos clientes. É necessário inicialmente agrupar os clientes por potencial de compra; depois é necessário definir o número de visitas que cada categoria de clientes deverá receber em um período. E, através de experiências anteriores, determinar quantas visitas cada vendedor tem que realizar para atender os parâmetros de qualidade de atendimento desejado pela empresa. Número de vendedores da classe X = Número de clientes x número de visitas por período número de visitas por vendedor Cobra (1994), além dos métodos de dimensionamento da força de vendas já citados, ainda demonstra outro que também poderá ser utilizados na mesma linha de raciocínio, o método da previsão de vendas correlacionada com o ganho médio do vendedor e com o custo médio da equipe de vendas: este método é desenvolvido em cinco passos: 47 1º passo: determinação da previsão de vendas da empresa, com base no potencial de mercado da empresa. 2º passo: determinação do ganhomédio mensal base por vendedor a partir de pesquisa salarial junto ao ramo de atividade da empresa. 3º passo: determinação do potencial de custo médio total por vendedor em relação as suas respectiva vendas (salário fixo e variável + ajudas + encargos sociais). 4º passo: Determinação de venda média mensal necessária por vendedor, a partir do seu potencial de custo médio de vendas. 5º passo: Determinação do número ótimo de vendedores que permita atingir a previsão de vendas determinada com base no potencial de mercado. 2.3.6 Determinação de quotas de vendas: Quotas são determinações da empresa em números para seus vendedores, com o intuito de controlá-los e estimulá-los em no seu dia a dia. Para Castro e Neves (2005, p. 77) o objetivo da determinação de quotas é “alinhar a expectativa da empresa sobre o vendedor com a percepção dele a respeito do que deve ser feito na sua função, para alcançar um bom desempenho e os melhores resultados individuais”. Já para Stanton e Spiro (2000 p. 387) “quota de vendas é uma meta de desempenho atribuída a uma unidade de Marketing por um determinado período de tempo”. A quota de vendas tem um propósito dentro da empresa para serem definidas. Las Casas (1993, p. 135), ressalta que “as quotas devem seguir os objetivos de uma empresa. É a partir dos objetivos que a previsão de vendas é elaborada e, conseqüentemente, as quotas são estabelecidas”. A importância do sistema de cotas de vendas vem destacada por Castro e Neves (2000, p. 79) como de certa forma a resolver um problema cultural dos vendedores. 48 “Os vendedores, de forma geral, trabalham para atingir metas ao invés de maximizar o volume de vendas. Essa informação é importante, porque o fato de ter alcançado ou não um objetivo pode determinar o nível de esforços que um vendedor irá investir nas suas atividades de vendas e, assim, ele construirá o próprio resultado na meta que lhe foi colocada”. A figura 1 demonstra a utilização e objetivos das quotas de vendas: Figura 1: Objetivos das quotas de vendas. Fonte: Adaptado de Stanton; William J., 2000, p. 389. Os objetivos das cotas de vendas podem ser divididos em três tipos principais, destacados por Castro e Neves (2005): o primeiro com relação ao resultado de vendas obtidas pelo vendedor. O segundo com relação às atividades de vendas desenvolvidas como relatórios, visitas de serviço, que não são relacionadas diretamente a vendas, mas que indiretamente levam ao aumento futuro das vendas. E o terceiro tipo com relação ao desempenho financeiro e qualitativo das vendas, como rentabilidade de prazo médio. Já Stanton e Spiro (2000) dividem as cotas de vendas de outra forma, destacadas em cinco tipos: As quotas de vendas são utilizadas para: Melhorar a eficácia do plano de remuneração Avaliar os resultados concursos de vendas Controlar as despesas de vendas Indicar os pontos fortes fracos da estrutura Fornecer metas as forças de vendas Controlar as atividades da força de vendas Avaliar a produtividade da força de vendas 49 • Quotas de volume de vendas: é o mais utilizado e é baseado no volume de vendas. Pode ser estabelecida para uma área geográfica, uma linha de produtos, um cliente, um período de tempo ou qualquer combinação dessas bases. • Quotas de lucro: Baseados no lucro líquido ou lucro bruto. Podem ser estabelecidas nas mesmas bases de uma quota de volume. • Quotas de despesas: estimular uma consciência do lucro estabelecendo uma quota baseada em despesas do representante. Pode estar relacionada ao volume de venda ou ao plano de remuneração. • Quotas de atividades: baseadas em atividades como visitas diárias, novos clientes visitados, pedidos de novos clientes, demonstração de produtos feitos e exposições realizadas. • Quotas combinadas: combinação de dois ou mais tipos de quota. Para se determinar uma cota de venda, é necessário seguir alguns passos a serem lembrados. Las Casas (1993), afirma que primeiramente deve-se determinar o tipo de cota, que pode ser por volume de vendas, margem bruta ou líquida, por despesas, atividades ou combinação. Depois se determina qual a unidade que vai recebê-la. Poderá ser o vendedor, cliente, representante, escritório regional, filial. Seguido pela estimativa das quotas, que pode ser baseada no potencial ou previsão de vendas, em vendas passadas, por julgamento dos executivos ou dos próprios vendedores. Por último se estabelece um limite de tolerância para que sejam tomadas medidas corretivas, caso ultrapassem os limites. 2.3.7 Rota de vendas Rota nada mais é que o caminha que o vendedor utilizará para chegar aos clientes. Estuda-se para haver menor desperdício de tempo e de dinheiro para empresa ou vendedor. 50 Na definição de Cobra (1994), rota é o conjunto de itinerários que o vendedor precisa seguir para visitar periodicamente os pontos de vendas que lhe foram designados. É necessário o estudo destas rotas para prever e coordenar o tempo e os espaços das deslocações do vendedor. Definir uma rota serve para gerenciar e estabelecer um padrão formal para os representantes de vendas seguirem enquanto circularem por seus territórios, segundo Stanton e Spiro (2000). Eles ressaltam de forma clara, que ao se gerenciar a rota, está na verdade se gerenciando o tempo dos vendedores. Para se definir a melhor rota é necessário levar em considerações diversos fatores destacados por Moreira (2000). É necessário conhecer as características dos clientes que compõe a área, o potencial de compra, número de clientes, e tempo demandado em cada uma das visitas. Além disso, esta divisão correta leva a um melhor atendimento ao cliente, menor custo operacional, aumento na produtividade de cada vendedor, facilidade na administração, aumento da remuneração e, conseqüentemente, maior motivação para a realização do trabalho. Com uma outra visão, Stanton e Spiro (2000), definem que para se estabelecer uma rota é necessário que sejam assinalados em um mapa os clientes existentes e potenciais. Em seguida, o número diário e a freqüência desejada de visita devem ser estabelecidos para cada cliente. Com isto, a definição da rota torna-se razoavelmente mecânica. Na mesma linha de pensamento, Cobra (1994) levanta que alguns são os elementos chaves que se deve levar em conta ao traçar as rotas: • Características geográficas da área a ser visitada, como: estradas, distancias, tempo do percurso, condições da cidade para alimentação e pernoite • Características das cidades dentro da rota: problemas de tráfego, topografia. • A quantidade de cliente existente em cada cidade. • O potencial de compra de cada cliente em cada cidade. • A freqüência de visitação a cada classe de cliente. • O tempo médio gasto com cada cliente de cada cidade. 51 • O tempo gasto no percurso entre as cidades e as paradas. 2.3.8 Documentos de vendas: É preciso gerar periodicamente documentos para controlar todas as atividades relacionadas com vendas. As informações contidas nestes devem ser utilizadas para as tomadas de decisões da organização, seja ela imediata ou futura. São vários os documentos que podem ser utilizados para o controle das vendas de uma organização. Para Thorn (1992) os relatórios serão o suporte principal para maioria das empresas nos controles dos recursos e para manter-se regulamentada em contato com o mercado. A administração da força de vendas deve controlar todas as atividades da equipe e a análise sobre o resultado obtido, a fim de manter a gerencia de vendas informada. Esses relatórios segundo Caldeira (1990), devem conter informações básicas necessárias como: • Volume de venda da área • Percentual de cobertura
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