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Biosseguranca - Conceitos _01_2017 concurseira_pc

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Biossegurança 
Conceito – conjunto de ações voltadas para a prevenção e proteção do trabalhador, minimização de riscos 
inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de 
serviços, visando a saúde humana e animal, e a preservação do meio ambiente. 
Classes de risco biológico 
Classificação baseada na patogenicidade para o homem, virulência, modo de transmissão, disponibilidade 
de medidas profiláticas eficazes, disponibilidade de tratamento eficaz, endemicidade. 
Classe de 
risco 1 
Agentes que não causam doença humana. 
Risco individual e para a comunidade – ausente ou 
muito baixo. 
Bacillus cereus 
Lactobacillus 
Classe de 
risco 2 
Germes patogênicos capazes de causar doenças em 
humanos e animais, mas geralmente não 
apresentam sérios problemas. 
Conhece-se as medidas profiláticas, e o risco de 
propagação é limitado ou reduzido. 
Neisseria gonorrhoeae, HBV 
Schistosoma mansoni 
Leptospira 
Classe de 
risco 3 
Germes patogênicos que provocam doenças graves, 
com potencial formação de aerossol. 
Existem medidas profiláticos e de tratamento bem 
estabelecidos. 
Alto risco individual e baixo risco para a comunidade. 
Micobacterium tuberculosis, HIV-
1, HIV-2 
Bacillus anthracis 
Classe de 
risco 4 
Germes infecciosos patogênicos que geralmente 
causam doenças graves, podendo ser facilmente 
transmitidos entre indivíduos de forma direta e 
indireta. 
Na maioria dos casos não se conhece tratamento 
eficaz e as medidas profiláticas não estão bem 
estabelecidas. 
Elevado risco individual e para a comunidade. 
Vírus Ebola 
 
Níveis de biossegurança 
As características físicas e estruturais e de contenção de um laboratório determinam o tipo de micro-
organismo que pode ser manipulado em suas dependências. 
O nível de biossegurança de um experimento será determinado segundo o organismo de maior classe de 
risco envolvido no experimento. 
Contenção primária 
 Proporcionada por uma boa técnica de microbiologia e pelo uso de equipamento de proteção 
adequado 
 As vacinas podem fornecer um elevado nível de proteção individual 
Contenção secundária 
 Proteção do meio ambiente externo ao laboratório e do meio de trabalho contra exposição aos 
materiais infecciosos, proporcionada pela combinação de um projeto de instalações e das práticas 
operacionais. 
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 Laboratório com porta 
 Pias para lavar as mãos 
 Superfícies fáceis de limpar 
 Bancos impermeáveis à água 
 Mobiliário resistente 
 Janelas fechadas e com telas protetoras 
 Iluminação adequada 
 Lava olhos 
 
NB1 Laboratórios de ensino básico; não é requerida nenhuma característica especial de construção. 
Trabalho conduzido em bancada; equipamentos de contenção específicos não são exigidos. 
Práticas padrão de microbiologia 
NB2 Laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis primários de diagnóstico. 
Adequado para trabalhos que envolvam sangue humano, líquidos corporais, tecidos ou linhas de 
células humanas primárias onde a presença de um agente infecioso pode ser desconhecida. 
Acesso limitado, alguns procedimentos na CSB Classe II 
Localização separada de área pública 
Ar do laboratório não deve circular em outras áreas 
Sinalização de risco biológico a partir do NB2 
Autoclave. 
NB3 Trabalho com MO da classe III ou para manipulação de grandes volumes ou altas concentrações de 
MO da classe II. 
Todos os procedimentos envolvendo o MO realizados dentro da CSB (II ou III) 
Uso de equipamentos para proteção respiratória 
Prédio separado ou em zona isolada, escoamento de ar interno direcionado, antessala fechada 
NB4 Unidade geográfica e funcionalmente independente de outras áreas; acesso rigorosamente 
controlado. 
Todos os procedimentos conduzidos em CSB (III, laboratório cabine) ou em associação com roupas 
de proteção pessoal com pressão positiva e ventiladas por sistema de suporte de vida (CSB I ou II – 
laboratório escafandro). 
Descontaminação de todo líquido eliminado e resíduos sólidos. 
Antessala de entrada fechada, abertura e fechamento de portas eletronicamente programados 
 
Riscos ocupacionais 
 
Riscos físicos Calor (estufas, bico de gás, autoclaves), frio, ruídos, vibrações, ultrassom, 
radiações não ionizantes e ionizantes, pressões anormais, umidade. 
Riscos químicos Contaminantes do ar (poeira), fumos, névoas, neblinas, gases, vapores, 
substâncias tóxicas, substâncias explosivas e inflamáveis, substâncias irritantes 
e nocivas, substâncias oxidantes, substâncias corrosivas, líquidos voláteis, 
substâncias cancerígenas, degermantes (iodo). 
Riscos 
ergonômicos 
Posição ergonômica no trabalho, utilização de equipamentos de movimentos 
repetitivos, distribuição de equipamentos nos balcões, altura dos balcões e 
EPCs, postura em computadores. 
Riscos de 
acidentes 
Equipamentos com vidros, perfurocortantes, equipamentos que utilizam gases 
comprimidos, equipamentos com engrenagem, misturadores, trituradores e 
prensa, coleta de sangue. 
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Riscos biológicos Animais, bactérias, leveduras e fungos, protozoários, aracnídeos, amostras 
biológicas. 
 
Práticas seguras no laboratório 
Desinfecção = processo físico e/ou químico que destrói o micro-organismo presente em objetos 
inanimados, mas não necessariamente os esporos. 
Descontaminação = desinfecção ou esterilização terminal de objetos e superfícies contaminadas com 
micro-organismos patogênicos, tornando-os seguros para a manipulação. 
Esterilização = processo que procura destruir todas as formas de micro-organismos, inclusive os esporos, 
por meio de atividade química ou física. Autoclave, estuda de esterilização, reagentes. 
Higienização das mãos 
 Higienização simples das mãos – remover microrganismos que colonizam as camadas superficiais 
da pele, suor, oleosidade e células mortas, retirando a sujicidade. 
o Água + sabão 
o Secagem com papel toalha 
 Higienização antisséptica das mãos – promover a remoção de sujidades e microrganismos, 
reduzindo a carga microbiana das mãos 
o Técnica igual à da higienização simples, com a substituição do sabão por um antisséptico 
o Uso de antisséptico (pode ser degermante) 
o Clorexidina, PVPI 
 Fricção antisséptica das mãos – reduzir a carga microbiana das mãos (não há remoção de 
sujidades). Pode substituir a higienização com água e sabão quando as mãos não estiverem 
visivelmente sujas. 
o Uso de preparações alcoólicas 
 Antissepsia cirúrgica – eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota residente, 
além de proporcionar efeito residual na pele do profissional. 
o Uso de escovas de cerdas macias e descartáveis, impregnadas ou não com antisséptico e de 
uso exclusivo em leite ungueal e subungueal 
o Mãos e antebraços 
o Antisséptico degermante 
Símbolos de identificação 
 
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Equipamentos de proteção 
EPI – equipamento de proteção individual 
Protegem a pessoa do contato com agentes infecciosos, evita a contaminação do material em experimento 
ou em produção. 
São EPIs: 
 Jalecos – previnem a contaminação das roupas, protegem a pele da exposição. Devem ser usados 
dentro do laboratório. Deve ser deixado no ambiente técnico, em cabides ou vestiários específicos. 
 Luvas – o uso de luvas NÃO substitui a necessidade de lavagem das mãos, porque elas podem ter 
pequenos orifícios ou danificar-se durante o uso. 
o Luvas de procedimento (látex/vinil) – descartáveis, para materiais potencialmente 
infectantes. 
o Antiderrapantes – manipulação de resíduos ou lavagem de materiais 
o Resistentesà temperatura – manipulação de materiais submetidos a aquecimento ou 
congelamento. São reutilizáveis. 
 Proteção respiratória 
o Máscaras cirúrgicas – protegem o paciente do ar exalado pelo profissional, não possuem 
vedação. 
o Máscaras de proteção – conferem proteção ao profissional de saúde. 
o Respiradores – filtram certos contaminantes e permitem a vedação facial. 
 Proteção para olhos e rosto 
o Óculos de proteção – material rígido e leve, devem cobrir completamente a área dos olhos 
o Protetor facial – deve ser ajustável à cabeça e cobrir todo o rosto. 
o Gorro ou toca descartável – proteger os cabelos de aerossóis e salpicos, proteger a amostra 
de contaminações. 
 Sapatilha – proteção dos calçados/pés em áreas contaminadas ou para trabalhar em áreas estéreis. 
 Botas de borracha – proteção dos pés em áreas molhadas, para transporte de materiais e resíduos 
e para a limpeza de locais contaminados. 
EPC – equipamentos de proteção coletiva 
São equipamentos que possibilitam a proteção do pessoal do laboratório, do meio ambiente e da pesquisa 
desenvolvida. São exemplos: cabines de segurança biológica, capelas, lava-olhos, chuveiros de emergência, 
balde de areia, manta ou cobertor, extintores. 
 Outros equipamentos considerados EPCs: dispositivos de pipetagem, alças descartáveis (evitam a 
formação de aerossóis, dispensa a flambagem, ideal para uso em CSB), dispensadores automáticos, 
anteparo para microscópio de fluorescência. 
 Chuveiro de emergência 
 Lava olhos 
 Manta ou cobertor – confeccionado em lã ou algodão grosso, não podendo ter fibras sintéticas. 
Utilizado para abafar ou envolver vítima de incêndio. 
 Vaso de areia – utilizado sobre o derramamento de álcalis para neutralização. 
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Cabines de segurança biológica 
Constituem o principal meio de contenção e são usadas como barreiras primárias para evitar a fuga de 
aerossóis para o ambiente. As CSBs têm filtros de alta eficiência; o mais utilizada atualmente é o filtro 
HEPA (high efficiency particulate air). 
A escolha da cabina depende, em primeiro lugar, do tipo de proteção que se pretende obter. São 
classificadas em 3 tipos: Classe I, Classe II (subdivididas em A1, A2 e A3), Classe III. 
1. CSB – Classe I – é o tipo mais simples, pouco utilizada atualmente por não proteger dos riscos 
presentes nos laboratórios clínicos. 
2. CSB – Classe II – são os modelos mais utilizados nas atividades que apresentam risco biológico. 
a. Possuem um filtro HEPA de exaustão e um filtro HEPA de insuflamento, garantindo a 
proteção do produto, do operador e do laboratório e ambiente. 
b. 
3. CSB – Classe III – são hermeticamente fechadas e necessitam de um ambiente controlado para 
serem operadas. 
a. São usadas em laboratórios de contenção, onde se manipulam agentes de classes de risco 3 
ou 4. 
 
Capela química 
Cabine construída de forma aerodinâmica cujo fluxo de ar não causa turbulências e correntes, reduzindo 
assim o perigo de inalação e contaminação do operador e ambiente. 
Extintores de incêndio 
 À base de água – CO2 como propulsor; usado em papel, tecido e madeira. 
 CO2 em pó – usado em líquidos e gases inflamáveis, fogo de origem elétrica. 
 Pó seco – líquidos e gases inflamáveis, metais do grupo dos álcalis, fogo de origem elétrica. 
 Espuma – líquidos inflamáveis. 
 BCF (bromoclorodifluorometano – tóxico) – líquidos inflamáveis, incêndio de origem elétrica. 
 
Classificação dos OGMs 
 Grupo I – se originário de receptor ou parentais de não patogênico, na classe de risco 1 
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 Grupo II – demais organismos receptores ou parentais patogênicos dentro das classes de risco 2, 3 
ou 4.

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