Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Técnica da PCR PCR = Reação em cadeia da polimerase. Conceitos básicos Desnaturação – rompimento das pontes de hidrogênio que estabilizam a dupla hélice de DNA. Temperatura de desnaturação (Td ou Tm – melting temperature) – temperatura na qual 50% do DNA está desnaturado. Quando maior o conteúdo GC do DNA, maior a Td (3 pontes de hidrogênio, mais difícil de romper). A renaturação é possível. Princípios PCR A reação em cadeia da polimerase (PCR) é um processo em que uma região específica do DNA é replicada várias vezes, gerando muitas cópias dessa sequência. O processo é realizado em vários ciclos (cerca de 30). Primers – definem os limites da sequência a ser amplificada. São complementares às sequências que flanqueiam essa região alvo. É necessário um par deles (forward + reverse). Se ligam nos filamento opostos de DNA e suas pontas 3’ apontam uma para a outra. São necessários para que a DNA polimerase possa amplificar o segmento, pois ela não faz síntese “de novo”. Significa que ela precisa de uma extremidade 3’ OH livre para começar a síntese (o primer oferece isso). Características dos primers Ambos os primers devem ser específicos para a sequência-alvo e possuírem Td similar. Tamanho: 15 a 25 pares de bases Conteúdo GC – 40 a 60% Não deve conter sequências complementares ou similares o Evitar formação de hairpins e dímeros Multiplex-PCR Amplificação simultânea de mais de uma região do DNA, em uma única reação – usa vários pares de primers. Eles devem possui temperatura de anelamento (hibridação) similar. DNA polimerase A DNA polimerase adiciona bases nitrogenadas nas pontas dos primers. A mais usada é a Taq polimerase (Thermus aquaticus), obtida de bactérias extremófilas. Possui atividade ótima a 72ºC. Importante essa característica pois ela resiste às variações de temperatura do ciclo (DNA polimerase humana seria desnaturada) – TAQ POLIMERASE É TERMOESTÁVEL. É de menor fidelidade pois não possui atividade de reparo (exonuclease) no sentido 3’ 5’. Outros tipos de DNA polimerase: AmpliTaq Gold, Pfu polimerase. Novos filamentos complementares de DNA são sintetizados (como na replicação normal de DNA nas células), formando moléculas bifilamentares de DNA idênticas à sequência parental. Componentes da PCR Primers DNA polimerase Cátions – cofatores da DNA polimerase o Principal: Mg2+ Tampão – mantém pH adequado para reação Desoxirribonucleotídeos (dNTPs) – substratos para a polimerização; quantidades equivalentes de dATP, dCTP, dGTP e dTTP. DNA molde – linear ou circular Ciclos da PCR Consiste de 3 etapas: 1) Desnaturação – temperatura mais alta do ciclo, ocorre separação das fitas de DNA (94 – 95ºC) 2) Anelamento – temperatura é diminuída para permitir o anelamento (hibridação) dos primers. Geralmente é de 3 a 5 graus menor que a Td dos primers. (cerca de 50ºC) a. É a temperatura crítica do ciclo b. Se não for ajustada corretamente pode ocorrer: amplificação inespecífica de outros trechos, falha na amplificação 3) Extensão - temperatura é aumentada novamente para que a DNA polimerase faça a extensão das fitas. (72ºC) Termociclador Aparelho em que é realizada a PCR. Aplicações Amplificação de sequências presentes em números extremamente baixos Pode ser utilizada em contextos forenses e diagnósticos Produtos da PCR podem ser usados em clonagem Fatores que afetam a PCR É preciso ter informações da sequência do fragmento de DNA que precisa ser amplificado. DNA degradado – falha na amplificação Inibidores da PCR – podem atuar de várias formas, impedem que a reação acontece. o Mais importantes: heme (Hb), índigo (jeans), compostos húmicos (solo). Contaminação Segmentos amplificados não podem ser grandes (maior propensão a erros) RT-PCR Utilizada para detectar mRNA – reação da transcrição reversa seguida da PCR. Primeiro a gera DNA a partir de fragmentos de mRNA, e esses fragmentos de DNA serão amplificados. Primers – podem ser de DNA ou RNA, sendo os de DNA mais eficientes o Podem ser gene-específicos ou universais (hibridizam com qualquer sequencia) RT-PCR de um passo – combina a transcrição reversa e a PCR em um único tubo o Uso de primers gene-específicos o Útil para grande número de amostras RT-PCR de dois passos – reações em tubos separados o Uso de primers universais o Útil para analisar múltiplos mRNAs em uma única amostra RESUMO DA RT-PCR: DNA-COMPLEMENTAR (CDNA) SINTETIZADO A PARTIR DE MOLÉCULAS DE RNA PELA ENZIMA TRANSCRIPTASE REVERSA + AMPLIFICAÇÃO POR PCR Nested-PCR Variação da PCR em que primeiro o segmento é amplificado de forma abrangente (copiando sequências que ultrapassam) e depois utilizando o primeiro produto, ocorre a amplificação da sequência-alvo real. Aumento da especificidade e da eficiência da reação. Quantificação do DNA por PCR End-point PCR Nessa abordagem, um único lócus STR ou outra região é amplificada ao longo de amostras de DNA de concentrações conhecidas, gerando uma curva padrão à qual as amostras de concentração desconhecida serão comparadas. Um pigmento fluorescente intercalante é utilizado, como o SYBR Green. Baseado na intensidade de sinal fluorescente resultante da amplificação por PCR, é possível estimar a quantidade de DNA da amostra. Método pouco usado atualmente (pouco inespecífico). Real-time PCR (qPCR) Cuidado para não confundir as siglas da real-time PCR (qPCR) com RT-PCR (transcrição reversa). Mede o sinal de fluorescência resultante da amplificação de uma sequência alvo do DNA. São utilizadas sondas fluorescentes que emitem fluorescência cada vez que um segmento é amplificado. Então, a fluorescência emitida é diretamente proporcional à quantidade de segmentos amplificados. Sondas de qPCR: TaqMan – quando a sonda está intacta, pouca ou nenhuma fluorescência é emitida. Durante a polimerização, a sonda hibridiza NO MEIO da sequência alvo, e quando a DNA polimerase passa por ela, ocorre degradação da sonda. o A degradação da sonda faz com que ocorra a emissão da fluorescência!!!! o Sonda intacta = quencher em proximidade com o fluoróforo reporter suprime a fluorescência o Sonda clivada pela DNA polimerase – o fluoróforo reporter é liberado (se afasta do quencher) e emite fluorescência. Molecular beacon – outro tipo de sonda; quando estão livres (forma de hairpin) não emitem fluorescência. Na presença do DNA alvo, eles hibridizam na sequência, se desdobram e passam a emitir fluorescência. A medida da emissão de fluorescência é feita na fase exponencial do ciclo – há um alto grau de precisão na produção de novos produtos, ou seja, o número de DNA alvo dobra a cada ciclo. Cycle threshold (Ct) É o ponto da curva de amplificação da PCR em que a fluorescência emitida excede algum limiar previamente estabelecido pelo software. QUANTO MAIOR O CT, MENOR ERA O NÚMERO DE MOLÉCULAS NA AMOSTRA INICIAL. Esse Ct é comparado a uma curva de amplificação de uma amostra de concentração conhecida, e assim é possível obter a quantidade de DNA da amostra. Procedimentos PCR (manuseio de termociclador) Manipular e eliminar todas as amostras biológicas, reagentes e materiais usados como se fossem agentes infecciosos. Evitar o contato direto com as amostras biológicas. Evitar a formação de aerosol durante o procedimento – evite respingar material ao redor da área de trabalho ou fora dela. Os procedimentos de biologia molecular, como a extração, a transcrição reversa, a amplificação e a detecção de ácidos nucléicos, requerem pessoal especializado para evitar o risco de resultados incorretos, em particular por causa da degradação dos ácidos nucléicos das amostras ou da contaminação das amostras por parte de produtos de amplificação. É necessário dispor de uma área separada para a extração/preparação das reaçõesde amplificação e para a amplificação/detecção dos produtos de amplificação (áreas de pré e pós PCR). Nunca introduzir um produto de amplificação na área de extração/preparação das reações de amplificação. É necessário uso de EPI adequado a cada uma das áreas de trabalho em laboratório de biologia molecular. As amostras devem ser destinadas exclusivamente a este tipo de análise. As amostras devem ser manipuladas em uma câmara de fluxo laminar. Os tubos que contêm amostras diferentes nunca devem ser abertos ao mesmo tempo. As pipetas utilizadas para manipular as amostras devem ser destinadas exclusivamente a este uso. As pipetas devem ser do tipo deslocamento positivo ou usar ponteiras com barreira / filtro. As ponteiras utilizadas devem ser estéreis, sem a presença de DNAse e RNAse, sem a presença de DNA e RNA. Os reagentes devem ser manipulados em câmara de fluxo laminar. Os reagentes necessários para a amplificação devem ser preparados de modo a ser utilizados em uma única vez (mix). As pipetas utilizadas para manipular os reagentes devem ser destinadas exclusivamente para aquela área de trabalho. As pipetas devem ser do tipo de deslocamento positivo ou usar ponteiras com barreira / filtro. As ponteiras utilizadas devem ser estéreis, sem a presença de DNAse e RNAse, sem a presença de DNA e RNA. 2. Pipetar o DNA de cada amostra na placa de PCR ou tubo devidamente identificado, trocando as ponteiras para cada amostra. 3. Preparar o mix conforme o número e o volume das amostras, adicionar o BigDYE 3.1por último e sempre cuidar para deixar a placa ou tubo envolto com papel alumínio enquanto é transportada pelo laboratório, evitando a perda da fluorescência Referências: Griffiths et al (2008) Introdução a genetica 9ed Genetica Molecular Humana - Tom Strachan 4ed http://www.biometrix.com.br/site_diagnostica/arquivos/e505c25436b9aa15bf5f099689a42ff1 _arquivo.02 http://www.biometrix.com.br/site_diagnostica/arquivos/e505c25436b9aa15bf5f099689a42ff1_arquivo.02 http://www.biometrix.com.br/site_diagnostica/arquivos/e505c25436b9aa15bf5f099689a42ff1_arquivo.02 Conceitos básicos Princípios PCR Características dos primers Multiplex-PCR DNA polimerase Componentes da PCR Ciclos da PCR Termociclador Aplicações Fatores que afetam a PCR RT-PCR Nested-PCR Quantificação do DNA por PCR End-point PCR Real-time PCR (qPCR) Cycle threshold (Ct) Procedimentos PCR (manuseio de termociclador) Referências:
Compartilhar