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Sunitas e Xiitas O Islã é dividido em duas principais correntes: o sunismo e o xiismo. Essa divisão ocorreu logo após a morte do profeta Maomé, em 632 d.C., devido a divergências sobre a sucessão da liderança da comunidade islâmica. Os sunitas, que representam a maioria dos muçulmanos (cerca de 85%), acreditam que o sucessor legítimo de Maomé deveria ter sido escolhido por consenso da comunidade. Já os xiitas defendem que a liderança deveria ter passado diretamente para Ali, genro e primo de Maomé. Essa divisão gerou conflitos ao longo da história, com diferenças em relação a práticas religiosas, interpretação da lei islâmica e estrutura de governo. Os sunitas tendem a seguir uma abordagem mais conservadora, enquanto os xiitas são mais propensos a interpretações mais flexíveis do Islã. Apesar das diferenças, ambos os grupos compartilham os pilares fundamentais do Islã, como a crença em um Deus único (Alá), os cinco pilares da fé e a reverência ao profeta Maomé. No entanto, a divisão sunita-xiita continua sendo uma fonte de tensão e conflito no mundo muçulmano até os dias atuais. Misticismo no Islamismo O Islamismo é uma religião profundamente enraizada no misticismo, sendo o sufismo a sua manifestação mística mais proeminente. O sufismo é uma via esotérica dentro do Islamismo que busca o conhecimento e a experiência direta da divindade através de práticas espirituais como a meditação, a recitação de orações e a contemplação. Os sufis, também conhecidos como "os místicos do Islã", acreditam que o caminho para o divino não se encontra apenas nos preceitos e dogmas da religião, mas também na conexão profunda e íntima com Deus. As raízes do sufismo remontam aos primeiros séculos do Islamismo, quando ascetas e contemplativos se retiravam das cidades e se dedicavam a uma vida de oração, jejum e autorreflexão. Esses primeiros místicos islâmicos, conhecidos como "Sufi", desenvolveram uma vasta literatura espiritual, repleta de poesia, canções e histórias que expressavam a sua busca pela união com o divino. Figuras proeminentes do sufismo, como Rumi, Hafiz e Ibn Arabi, são consideradas entre os maiores poetas e filósofos da história do Islã. As práticas sufis incluem a recitação de orações e mantras, a dança giratória, a meditação em silêncio e a contemplação da natureza. Essas práticas buscam provocar estados de êxtase e transcendência, permitindo que o adepto se aproxime cada vez mais de Deus. Os sufis acreditam que o caminho do misticismo leva à purificação da alma, à iluminação espiritual e à conexão direta com o divino. Apesar de ser uma corrente minoritária dentro do Islamismo, o sufismo exerce uma influência profunda na cultura e na espiritualidade islâmica. Suas práticas, ensinamentos e figuras lendárias são reverenciadas por muitos muçulmanos em todo o mundo, representando uma vertente mística e contemplativa do Islã.
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