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O romance espanhol do século XX
O século XX testemunhou uma renovação e diversificação notáveis no romance espanhol. Após o 
épico período do Século de Ouro, os autores espanhóis exploraram novos temas, estilos e técnicas 
narrativas, refletindo as transformações sociais, políticas e culturais do país.
Figuras proeminentes como Pío Baroja, Ramón María del Valle-Inclán e Benito Pérez Galdós lançaram 
as bases para o realismo e naturalismo na ficção espanhola do final do século XIX e início do XX. 
Posteriormente, a Geração de 98 trouxe uma perspectiva mais introspectiva e existencial, com obras 
profundamente enraizadas no contexto histórico e espiritual da Espanha.
Miguel de Unamuno, com obras como Niebla e San Manuel Bueno, mártir, desafiou as convenções 
romancistas com suas explorações filosóficas e psicológicas.
1.
Ramón Pérez de Ayala, em Troteras y danzaderas e A.M.D.G., criticou a sociedade burguesa 
espanhola com ironia e sátira.
2.
Gonzalo Torrente Ballester, com seu romance Trilogía de la Fundación, combinou elementos 
fantásticos e metaficcionais para retratar a Espanha durante o franquismo.
3.
Nas décadas seguintes, romancistas como Camilo José Cela, Carmen Laforet e Juan Goytisolo 
ganharam projeção internacional, explorando temas como a repressão política, a alienação social e a 
crise de identidade. Suas obras marcaram uma transição do realismo para experimentações narrativas 
cada vez mais complexas e inovadoras.
O teatro espanhol do século XX
O teatro espanhol do século XX passou por uma transformação significativa, marcada pela ruptura com 
as convenções tradicionais e a busca por novas formas de expressão artística. Após o domínio do 
realismo e naturalismo no século XIX, os dramaturgos espanhóis do início do século XX exploraram 
estilos mais experimentais, influenciados por movimentos vanguardistas como o expressionismo, o 
surrealismo e o absurdo.
Figuras-chave desse período incluem Ramón del Valle-Inclán, com suas peças poéticas e grotescas, e 
Federico García Lorca, considerado um dos maiores dramaturgos do século, conhecido por obras como 
"A Casa de Bernarda Alba" e "Yerma", que abordam temas como a opressão social, o desejo reprimido e 
a tragédia humana. Outros autores de destaque incluem Jacinto Benavente, Alejandro Casona e 
Antonio Buero Vallejo, este último marcado por um teatro de cunho social e existencialista.
Durante o regime franquista, o teatro espanhol enfrentou desafios, com a censura e a marginalização 
de artistas que se opunham ao regime. No entanto, mesmo nesse contexto adverso, surgiram 
dramaturgos corajosos, como Alfonso Sastre e Antonio Gala, que buscaram expressar suas visões 
críticas da sociedade através de peças enigmáticas e simbólicas.
Nas décadas finais do século XX, o teatro espanhol experimentou um renascimento, com a emergência 
de dramaturgos como Lauro Olmo, Rodolf Sirera e Paloma Pedrero, que exploraram temas como a 
identidade, a sexualidade e a condição humana em um contexto pós-ditatorial. Essa diversidade de 
estilos e abordagens contribuiu para a riqueza e vitalidade do teatro espanhol contemporâneo.

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